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Aula 1 Introdução a Patologia e Adaptação celular

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PATOLOGIA
GERAL
Faculdade Sudoeste Paulista
Rudolph Virchow- “TODAS AS DOENÇAS TEM ORIGEM CELULAR”
Mesmo as infecciosas (bactérias,, virus, fungos..) são células 
que alteram células
Fluidos vitais
Padrões de alterações morfológicas e estruturais
Introdução à Patologia
� Estudo (logos) do sofrimento (pathos)
� Envolve a investigação das causas das doenças 
(etiologia) e os mecanismos do seu desenvolvimento 
(patogenia) através de sinais (alterações morfológicas) e 
sintomas (significado clínico)
Genética ou intrínsica (ex: anemia falciforme)
Adquirida (ex: escorbuto-sem vit C//// tuberculose- micobatéria)
Horas, dias, semanas ou meses após o estimulo
LESÂO TECIDUAL, REPARO* e CURA*
Alterações da homeostase
Sintomas característicos ou não
A etiologia = causa da doença
Patogenia = é o processo de
eventos desde o estímulo inicial
até a expressão morfológica da
doença
Alterações morfológicas = são
as alterações estruturais em
células e tecidos características
da doença ou diagnósticas dos
processos etiológicos
Distúrbios
funcionais e o
significado clínico
= natureza das
alterações
morfológicas e sua
distribuição nos
diferentes tecidos
influenciam o
funcionamento
normal e
determinam as
características
clínicas, o curso e
o prognóstico da
doença
Introdução
Importância da Patologia
� Reconhecer as alterações celulares que o tecido
lesado pode sofrer
� Resposta celular e tecidual as lesões
� Tempo de resposta do tecido
� Recuperação total, parcial ou nula
Adaptação Celular
CÉLULA NORMAL
(homeostase)
ADAPTAÇÃO LESÃO CELULAR
LESÃO CELULAR 
REVERSÍVEL
ALTERAÇÕES 
SUBCELULARES
NECROSE APOPTOSE
Ponto irreversível
Incapacidade de 
se adaptar
Estímulos 
nocivos
Estresse, 
demanda 
aumentada
Ex: musculação
Útero gravídico
Ex: queimadura, corte
Depende do grau lesão ou incapacidade de adaptação da célula
Ex: Trombada na porta
Ex: Trombada na porta
Tratamentos
Célula emHomeostasia
Agressão
Degenerações 
Acúmulos celulares
Alterações 
adaptativas
Morte Celular
Útero gravídico: 
hipertrofia e 
hiperplasia ao mesmo 
tempo
Mecanismos pelos quais as células reconhecem 
estímulos do meio e de outras células
• Receptores para diferentes estímulos
• Transmissão de sinais dentro da célula
• Controle da atividade metabólica e expressão gênica –
célula possa sintetizar macromoléculas a fim de atender
novas necessidades de adaptação
• Como a célula recebe um sinal / estímulo?
• Diversos tipos de moléculas: mediadores químico,
hormônios, citocinas, fatores de crescimento
MACROMOLÉCULAS
• Pode ser também por moléculas expressas na
superfície de outras células; junções comunicantes
• As células podem se comunicam:
• Ação do mediador em célula vizinha: ação parácrina
• Ação a distância: ação endócrina (hormônio)
• Ação sobre ela mesma: ação autócrina
• Ação sináptica: mediador que participa do estímulo
nervoso
• Ação das moléculas sinalizadoras
Introdução
• Moléculas Lipossolúveis – atravessam facilmente a
membrana plasmática – ligam-se a receptores dentro do
citoplasma
• Receptores são regulados por mecanismos intracelulares
e de acordo com a ação esperada ativam ou inibem
• Ex molécula lipossolúvel: vit D, hormônios
• Doença – receptor no citoplasma defeituoso
• Moléculas Hidrossolúveis – H2O
• Se liga a receptor de membrana
• Depois da ligação, o sinal passa para o citoplasma (por
meio de ativação de outras proteínas) onde ocorre a ação
desejada
Introdução
• Proteína G: proteína transmembrana com sítio para a
molécula sinalizadora
• Essa ligação muda conformação e sítio de ligação com a
proteína G dentro da célula
• A proteína G está relacionada a formação de AMPc
• AMPcíclico, um mensageiro intracelular o qual ativa
enzimas – importante para adaptação
• Cálcio – outro mensageiro intracelular importante
• Dentro da célula o nível de cálcio é baixo – estoque no
RE. Tem ação sobre determinadas proteínas cinases
Introdução
• Modulação de receptores
• Receptores são produzidos constantemente – vida
curta, há renovação.
• Tão importantes quanto as moléculas sinalizadoras –
comportamento da célula será ditado pelos receptores
que a célula possuir!
Introdução
• Membrana plasmática é muito importante por
abrigar receptores, moléculas transdutoras e
enzimas geradoras de mensageiros intracelulares,
proteínas reguladoras de ação local ou sistêmica
entre elas as PGs (prostaglandinas) e os Leucotrienos
– metabolismo do ácido araquidônico
• Membrana possui receptores, moléculas
transdutoras e enzimas geradoras de mens.
Intracelulares,
Membrana Celular
Membrana Celular
• Acido Araquidônico existe na membrana como
fosfolípide – liberado da membrana pela ação de
fosfolipases, especialmente a A2
• No citosol recebe ação de ciclooxigenase (COX) e
lipoxigenase
• Gerando prostaglandinas e leucotrienos
respectivamente
• Células possuem COX – produção fisiológica ou frente
agente agressor
• PGs = regulam linfócitos T, IL – 1 e TNF em macrófagos,
aumentam permeabilidade vascular, controle do fluxo
sanguíneo e proteção da mucosa gástrica, etc...
Membrana Celular
• Os leucotrienos são sintetizados por células inflamatórias 
determinadas (macrófagos, mastócitos, PMN), 
Falamos de células, processos fisiológicos falemos 
de lesões...
• Agressão = célula pode responder:
�Adaptar-se
�Processo regressivo
�Morrer
Membrana Celular
Adaptação estrutural e funcional
Estresse 
extracelular
Adaptação Celular
� São alterações reversíveis em número, tamanho,
fenótipo, atividade metabólica ou das funções celulares
Alterações celulares
�Acúmulos
�Degenerações hialinas
�Edema celular
�Esteatose
� Aterosclerose
�Glicogenoses
� Amiloidose
�Pigmentos
�Antracose
�Bilirrubina
�Hemossiderina
�Lipofuscina
�Alterações subcelulares
�Inclusões celulares
� Calcificações:
� Distrófica
� Metastática
•Alterações do crescimento 
celular
•Atrofias
•Hipertrofias
•Hipoplasias
•Alterações de proliferação
•Hiperplasia
•Alterações de proliferação e
diferenciação
•Metaplasia
•Displasia
ESTÍMULO Adapatação celular (RESPOSTA)
Aumento da demanda Hipertrofia, hiperplasia
Falta de nutrientes Atrofia
Estímulo crônico Metaplasia
Células não adaptadas Apoptose/ Necrose
Plasia= proliferação
Trofia= volume-massa
� Respostas das células à estimulação normal
por hormônios ou substâncias endógenas
Adaptações Fisiológicas
� Exemplo: Aumento da mama e do útero, induzido por hormônio,
durante a gravidez
� Respostas que permitem às células
modular sua estrutura e função para
tentar escapar das lesões. É um estado
que fica entre o normal e a lesão
Adaptações Patológicas
� Atrofia
� Hipertrofia
� Hiperplasia
� Metaplasia
Principais Respostas de Adaptação
Núcleo
Membrana basal
�Aumento do TAMANHO (volume) das células que resulta
em um consequente aumento do orgão
� Não existe formação de células novas, apenas aumento de
tamanho
Hipertrofia
A célula hipertrófica apresenta um aumento da quantidade de 
proteínas e organelas 
� Ocorre apenas em células que não possuem capacidade
de replicação (divisão)
� Hipertrofia Fisiológica:
� Durante a gravidez o útero é estimulado pelo estrógeno e a
musculatura lisa sofre hipertrofia e hiperplasia
� Hipertrofia Patológica: Por aumento da exigência
de trabalho: hipertensão e doença da valva aórtica
O limite de hipertrofia celular é finito, e após atingir seu máximo,
ocorre perda de capacidade e lesão significativa
Classificação das Hipertrofias
NORMAL
Patológica
Fisiológica
Miócito normal
Adaptação: resposta 
aoaumento da carga
Miócito adaptado 
(hipertrofia)
Miócito lesado 
reversivelmente
Lesão celular
Morte celular
Hipertrofia 
concêntrica
Hipertrofia 
excêntrica
Hipertrofia
Funções
ATP
Volume
Estresse ou estímulo 
persistente
� Músculos estriados cardíacos e esquelético sofrem apenas hipertrofia 
porque possuem capacidade limitada de divisão
Vias metabólicas de 
síntese proteica
Músculos estriados:
Cardíaco e esquelético
Hormônios esteróides; pepetídicos
TGF-b; endotelina-1, angiotensina-II, etc... 
Fatores de transcrição
C-jun; C-fos; Egr-1
transcrição
� Hipertrofia por atividade física (mm estriado esquelético)
� Hipertrofia cardíaca (mm estriado cardíaco) 
� Hipertrofia uterina na gravidez (mm liso)
� Hipertrofia de adipócitos (célula gordurosa)
� Hipertrofia renal (compensatória – perda de um rim)
� Hipertrofia prostática (comum em idosos)
Exemplos de Hipertrofia
� Conceito: Aumento do NÚMERO de células de um orgão
ou parte dele.
� Pode ocorrer junto com a hipertrofia e em resposta ao
mesmo estímulo
Hiperplasia
A hiperplasia é resultado de um aumento do ritmo
de divisão celular
� Hiperplasia Fisiológica:
� Hormonal: proliferação do epitélio glandular da mama feminina na
puberdade e gravidez. Útero na gravidez
� Compensatória: Quando uma porção de tecido é removido ou lesado
� Hiperplasia Patológica: Estímulo excessivo (anormal) de 
hormônios ou fatores de crescimento
� Sangramento anormal durante a menstruação
�próstata
Classificação das Hiperplasias
fígado
Menstruação
Estímulo: hormônio 
hipofisário e estrógeno
Inibição: progesterona
Desbalanço
estrógeno X progesterona
Proliferação do 
epitélio uterino
Proliferação 
anormal do epitélio 
uterino
Sangramento anormal
Hiperplasia fisiológica- hormonal
Hiperplasia patológica
� Hiperplasia do Fígado após hepatectomia
� Hiperplasia do Rim após nefrectomia unilateral
� Testículo após orquiectomia unilateral
� Cicatrização de feridas (fatores de crescimento produzidos por 
leucócitos e células da matriz extracelular)
� Infecções virais (os fatores de crescimento são produzidos pelo 
vírus ou pela célula infectada)
Exemplos de Hiperplasia
VEGF
Progesterona
Testosterona
Glicocorticóides
Infecções virais- HPV
� Quando os estímulo cessam, a hiperplasia desaparece
Essa sensibilidade aos mecanismos regulatório é o que diferencia 
a hiperplasia do câncer
Ex: Hiperplasia do endométrio e infecções cervicais por 
papilomavírus predispõe ao câncer
Hiperplasia X Câncer
G0
G1 Mitose
G1 G2 Hipertrofia
S Hiperplasia
Mecanismos de Hipertrofia e Hiperplasia
volume
Número
(Divisão celular)
� Conceito: Diminuição do tamanho da célula pela perda de
substância celular. Resulta da resposta adaptativa ao estresse
persistente
Quando um número suficiente de células esta envolvido,
todo o tecido ou orgão diminui de tamanho
Atrofia
As células estão diminuídas e com atividade metabólica 
reduzida, porém ainda estão VIVAS
ATROFIA
� Redução da atividade metabólica
� Diminuição da síntese protéica
� Degradação de proteínas (via ubiquitina-proteossomos)
� Autofagia – digestão dos próprios componentes celulares na 
tentativa de sobrevivência
Atrofia celular
↓ organelas e área 
citoplasmáticaCélula normal
Atrofia
Funções
ATP
Volume
Estresse persistente
Fatores de transcrição
NF-kB
transcrição
TNFR
Degradação de 
proteínas
Via proteossomo (proteínas menores)
Via lisossomo (proteínas maiores)
� Diminuição da carga de trabalho
� Perda de inervação, ↓ suprimento
sanguíneo, nutrição inadequada, perda de
estímulo endócrino e envelhecimento
(atrofia senil)
� Causas de Atrofia
� Atrofia por desuso: Fratura óssea ou paralisia
� Diminuição do suprimento sanguíneo (isquemia): Atrofia 
cerebral (idosos)
� Insuficiência de nutrientes: Caquexia em cancerosos
� Interrupções de sinais tróficos:Menopausa
� Envelhecimento: Diminuição de volume dos órgãos em idosos
� Compressão: Líquidos sobre o parênquima renal
Tipos de Atrofia
FISIOLÓGICA
PATOLÓGICA
Útero pós-gravídico e notocorda
� Causada por inatividade
Ex.:
� Músculo esquelético
� Membros engessados
� Tecidos glandulares
Atrofia por Desuso
Falta de estímulo - Atrofia 
Exercício físico - Hipertrofia 
Obstrução de ductos 
excretores – Atrofia e fibrose 
Atrofia reversível
� Ocorre devido a diminuição da circulação
Ex.:
� Trombose
� Aterosclerose
Atrofia Isquêmica
� Deficiência na ingestão, absorção ou metabolismo de alimentos
� As principais causas são a fome, anorexia nervosa e câncer
� Os tecidos mais afetados em ordem decrescente:
� adiposo, muscular e linfático
� Seguidos por pele, glândulas e ossos
� Os mais preservados são pulmões, coração e cérebro
Atrofia por falta de nutrientes
� Deficiência de hormônios na circulação
� Tecidos e glândulas sofrem atrofia
� Tireóide, adrenais e ovários dependem de hormônios
hipofisários
� Tratamento prolongado com corticosteróides diminui a
liberação de hormônio adrenocorticotrófico (ACTH) pela
hipófise, podendo causar atrofia irreversível do córtex da
adrenal.
Atrofia Endócrina
� Processo comum no envelhecimento
� Possíveis causas:
� Número limitado de divisões celulares
� Ineficiência de reparo de DNA
� Radicais livres
� Diminuição de eliminação de proteínas e organelas alteradas
� Diminuição de estímulos endócrinos
Ex.:
� Timo após a puberdade
� Ovário após a menopausa
� Aterosclerose: circulação menos eficiente
Atrofia Senil
� Pressão sobre um tecido ou orgão
Ex.:
� Retenção urinária causando hidronefrose
Atrofia por Compressão
Testículo
Normal : 3 – 5 cm 
Atrófico
Meninges
-Dura mater
- Aracnóide
- Pia mater
� Conceito:
É uma alteração reversível de um tipo celular adulto e
diferenciado por outro tipo de célula ou tecido igualmente
adulto e diferenciado após um estímulo crônico.
Metaplasia
A célula sensível a um tipo de estresse é substituída 
por outro tipo celular mais resistente
� Acredita-se que a metaplasia ocorra por uma
“reprogramação” genética de células tronco e não por
transdiferenciação de células já diferenciadas
Metaplasia
Membrana 
basal
Epitélio 
colunar 
normal
Metaplasia 
escamosa
� Embora o novo tecido seja mais resistente, ele não apresenta os
mecanismos fisiológicos ou de proteção do tecido original
SEMPRE SERÁ UMA ALTERAÇÃO PATOLÓGICA PARA DIMINUIR A LESÃO
APÓS O ESTÍMULO AGRESSIVO
� Persistindo a agressão, pode ocorrer transformação maligna do
epitélio
Metaplasia
� Agressão mecânica de longa duração (refluxo gástrico
crônico)
� Ação repetida de calor associada a substâncias químicas,
como ação de alimentos quentes (chimarrão, café, chás)
� Ação irritativa inflamatória como a ação do fumo sobre a
mucosa brônquica
Causas Irritativas de Metaplasia
fumantes
Refluxo 
Osso em tecidos mesenquimais
Epitélio não tem capacidade de 
se desdiferenciar, por isso 
sofrem metaplasia
IL-1, IL-4 e IL-6
irritações
Epitélio ciliado normal
Metaplasia
Injúria ou irritação crônica
Displasia
Injúria ou irritação persistente e severa
Mitoses
� Conceito: O termo displasia é empregado para designar o
processo e as consequências de um distúrbio da
histogênese, ou seja, refere-se fundamentalmente a um
defeito da organização tissular
Displasia
Displasia cortex cerebral Cortex Normal
Neurônio 
displásico

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