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MODELO AÇÃO DE DEVOLUÇÃO DE SALDO DE SALÁRIO RETIDO

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EXCELENTISSÍMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DO _JUIZADO ESPECIAL CÍVIL DA COMARCA DE xxxx-xx.
xxxxxxxxxxxxxxxx, brasileira, solteira, servidora pública, portadora da carteira de identidade xxxxxxxx, inscrito no CPF/MF nº xxxxxxxxxx endereço eletrônico: xxxxxxxxxxxxxxxxxxx, residente domiciliada na Avenida xxxxxxxxxxxxxxx, nº2279 - Bairro: xxxxxxxxxxxxxxxxx, CEP: xxxxxxxxxxxxxx-xxxxxxxxx, por seu advogado in fine assinado – mandato anexo (instrumento onde consta endereço para intimações) vem, perante Vossa Excelência, propor.
AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER E DEVOLUÇÃO DE SALDO DE SALÁRIO COM PEDIDO DE LIMINAR C/C INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS.
Em face de BANCO DO BRASIL S.A, pessoa jurídica de direito privado inscrita no, pelos fatos e fundamentos jurídicos que passa a expor.
PRELIMINARMENTE
Requer a gratuidade de justiça em conformidade com a Lei
1.060/50, por não possuir condições financeiras para arcar com a custa e honorários advocatícios sem o prejuízo do seu próprio sustento e o de sua família.
Além do mais, como restará demonstrado, teve grande diminuição em seu patrimônio, o que motivou a propositura da presente ação.
SUMÁRIO FÁTICO
A Requerente é usuária dos serviços prestados pela Requerida através de Conta Corrente na Agencia: 021021, conta: 84545845, onde é depositado o seu salário.
Sobrevém que, no dia 21/12/2016 a Requerente ao tentar efetuar uma retirada do valor do saldo disponível (vide extrato anexo), diretamente no caixa do Banco, foi impedido de fazê-lo, vez que recebeu a informação do funcionário da agência de que seu saldo de salário fora retido.
Surpresa com a informação, a Requerente fez a checagem de seu saldo, onde notou que estava zerado e que houve uma retenção/transferência integral não autorizada de seu salário na data citada acima.
Insta salientar que, o valor descontado era referente à parcela do décimo terceiro salário da Requerente, que totalizou a quantia de R$ 743,68 (setecentos e quarenta e três reais e sessenta e oito centavos), depositados no dia21 de Dezembro de 2016, ou seja, na mesma data da retenção ocorrida.No dia 29/12/2016 o pagamento integral do salário da Requerente foi depositado em conta, com valor de R$ 2084,52 (dois mil e oitenta quatro reais cinquenta e dois centavos), porém novamente a mesma teve seus vencimentos aprovisionados, desta forma ficando totalmente desassistida e a mercê da sorte, tendo em vista que o salario tem caráter alimentício.
Verifica-se ainda que, a Requerente fez a contratação do serviço bancário, ADIANTAMENTO SALARIAL 13º, que teve o valor fixado em 3700,00 com juros e vencimento para o dia 15 de Janeiro de 2017, ou seja antes mesmo que a Requerente estivesse inadimplente, a Requerida efetuou o aprovisionamento de R$ 2828,20 (dois mil oitocentos e vinte e oito reais e vinte centavos).
Cumpre destacar que, a Requerente somente fez a contratação do serviço bancário citado por estar passando por graves perdas financeiras tendo em vista a instabilidade salarial vivenciada pelos servidores do Estado de Roraima, portanto, foi uma medida EMERGENCIAL NECESSÁRIA PARA a manutenção de sua família.
Ademais, tal atitude do Banco Requerido dificultou em muito a vida da Requerente no que diz respeito ao comprometimento de sua renda alimentar, a qual se destina ao sustento de sua família, além dos pagamentos de outros serviços essenciais, tais como financiamento de automóvel, cartão de credito, água, energia, e gastos com sua filha menor de idade (vide certidão de nascimento em anexo).
E também, teve que cancelar as festividades de natal e ano novo, que para a Requerente é de suma importância por fazer jus à tradição de família, desta forma demonstra a total falta de respeito da Requerida para com os clientes, que a todo preço precisam dispor de suas vidas para satisfazê-la.
Além disso, cabe reiterar que, para a Requerente se alimentar no decorrer dos dias, a mesma teve que pedir dinheiro emprestado para um conhecido, pois como fora relatado na exordial a Requerente ficou sem nada do seu salário mensal.
Cabe salientar que, a Requerente tentou resolver a situação demonstrada, renegociando a divida, tendo a proposta negada, para que somente comprometesse 30% de sua renda, pois assim poderia pagar seus e débitos e ter condições para manter sua família.
Decorre que, a Requerida na forma de sua funcionária responsável, disse que não poderia fazer nada e que a Requerente deveria ficar atenta para que qualquer valor que fosse depositado não viesse a ser debitado novamente, e que nada poderia ser feito referente aos valores que foram debitados anteriormente, desta forma ficou sentindo-se arrasada moralmente e desesperada por não conseguir alimentar sua família.
Motivo pelo qual não vê outra forma de rever seus valores cobrados indevidamente senão pelas vias judiciais, além de todo o dano moral que suporta.
Se finda por demonstrar o total desrespeito para com o consumidor, e o desespero de uma mãe de família que se viu em um buraco sem nenhuma luz de esperança, abalada e psicologicamente fragilizada, por ter tido todo seu vencimento tomado de forma injusta e ilegal, devido ao constrangimento moral que sofreu ao não poder usufruir de seus rendimentos fruto do seu trabalho e ter que explicar a filha adolescente o porquê de não poderem ter as festas tradicionais de fim de ano, e também as constantes cobranças de débitos que adquiriu de forma inocente, desta forma, não restam duvidas de que a Requerida agiu de má fé e que deve ser condenada a reparar todos os abalos e danos psicológicos e para fim educativo reparar o dano financeiro.
São em resumo, os fatos que sustentam a presente controvérsia.
FUNDAMENTO JURÍDICO
DA INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA
De acordo com a Lei nº 8.078, de 11 de setembro de 1990, instituiu o Código de Defesa do Consumidor, trata-se de um projeto que antecede a Constituição Federal de 1988 e que tem como principal finalidade a proteção e defesa do consumidor nas relações de consumo.
Sucede que, para garantir e assegurar o equilíbrio das relações de consumo e assim garantir uma prestação jurisdicional justa, a Lei n. 8.078, de 11 de setembro de 1990 trouxe princípios especiais para regular as relações de consumo, tais regramentos são imprescindíveis para a sociedade contemporânea, tendo em vista que esta é uma sociedade de produção e de consumo em massa
Acontece que, a inversão do ônus da prova é uma facilitação dos direitos do consumidor e se justifica como uma norma dentre tantas outras previstas no CDC para garantir o equilíbrio da relação de consumo, em decorrência da reconhecida vulnerabilidade do consumidor.
Nesse sentido, o Código de Defesa do Consumidor traz um dispositivo legal específico, o art. 6º, VIII:
 “A facilitação da defesa de seus direitos, inclusive com a inversão do ônus da prova, a seu favor, no processo civil, quando, a critério do juiz, for verossímil a alegação ou quando for ele hipossuficiente, segundo as regras ordinárias de experiências ”
O dispositivo acima deixa evidente que, a Requerente é a parte mais frágil da relação processual e consumerista, portanto, cabe a este juízo provê tal inversão.
DA ILEGALIDADE DA RETENÇÃO TOTAL DO SALDO DE SALÁRIO DA CONTA-SALÁRIO:
Tendo como base o princípio da dignidade da pessoa humana, na qual é assegurado ao trabalhador o recebimento de salário proveniente do seu esforço e manutenção da sua subsistência e da sua família, cabe indagar:
“O que justifica a prática habitual e lesiva das instituições financeiras em reter a integralidade do saldo depositado em conta do correntista, para pagamento de créditos rotativos, empréstimos ou limite de cheque especial ?” 
Nos termos do Art. 833. IV do NCPC são impenhoráveis:
“Os vencimentos, os subsídios, os soldos, os salários, as remunerações, os proventos de aposentadoria, as pensões, os pecúliose os montepios, bem como as quantias recebidas por liberalidade de terceiro e destinadas ao sustento do devedor e de sua família, os ganhos de trabalhador autônomo e os honorários de profissional liberal, ressalvado o § 2o;”
A própria CF em seu artigo 7º, inciso X, garante a proteção do salário na forma da lei, constituindo crime sua retenção dolosa.
 “ X - proteção do salário na forma da lei, constituindo crime sua retenção dolosa;”
Cabe ressaltar que, a farta jurisprudência, em especial pelos acórdãos proferidos pelo STJ no tocante a ilegalidade de tal prática, que algumas decisões proferidas por alguns tribunais estaduais vêm referendando práticas comuns celebradas por instituições bancárias, abrindo assim precedentes e discussões.
Acontece que, comete ato ilícito a instituição financeira que, sem autorização, bloqueia a totalidade dos rendimentos mensais do correntista para pagamento de dívida.
Nestes termos, o ato ilícito em questão poderá ser apto a gerar indenização por danos morais, tendo em vista que o correntista/consumidor poderá ser injustamente privado do seu único meio de subsistência, sendo impossibilitado de suprir as suas necessidades básicas e as de sua família, como moradia, alimentação e saúde.
Sendo o salário indispensável para a manutenção da família, temos ainda que é abusiva cláusula em contrato de abertura de crédito em conta corrente que permite sua retenção para amortização da dívida decorrente do uso do saldo devedor.
Assim, mesmo com cláusula contratual permissiva, a apropriação do salário do correntista pelo banco-credor para pagamento de cheque especial e de empréstimos é ilícita, pois viola os artigos 1º, inciso III, e 7º, inciso X, da CF, o artigo 51, inciso IV, do CDC, bem como o artigo 649, inciso IV, do CPC.
Neste sentido, segue os seguintes julgados:
	CONTA SALÁRIO
	- CANCELAMENTO
	DE
	CONTRATO DE
	CHEQUE ESPECIAL
	-
UTILIZAÇÃO DO SALÁRIO DO CORRENTISTA
PELO BANCO PARA QUITAÇÃO DE DÉBITO EM BENEFÍCIO PRÓPRIO - IMPOSSIBILIDADE - AFRONTA À PROTEÇÃO SALARIAL PREVISTA PELO ORDENAMENTO JURÍDICO - RESTITUIÇÃO DE VALORES QUE SE IMPÕE. O salário se constitui em verba intocável. À entidade bancária não é dado o direito de realizar qualquer débito na conta-salário do correntista, ainda que por decorrência do cancelamento do contrato de cheque especial, por se constituir em ato praticado pelo credor e em seu próprio benefício, como forma de saldar seus créditos sem o devido processo legal. Tendo se apossado de toda a verba salarial do correntista, impõe-se a condenação da entidade bancária em danos morais e restituição dos valores anteriormente apropriados. (TJ/MG – Ap. Civ.
1.0024.08.195640-1/001 – Rel. Des. Luiz Carlos Gomes da Mata – Publ. em 16/6/2009) (marcação não original)
CONTRATO BANCÁRIO - CONTRATO DE EMPRÉSTIMO PESSOAL - SALÁRIO - DÉBITO EM CONTA CORRENTE PARA PAGAMENTO DE EMPRÉSTIMO. (...) A cláusula contratual que autoriza o banco a se apropriar de dinheiro de salário, mediante débito em conta corrente, em pagamento de empréstimo contraído pelo correntista, viola o princípio da impenhorabilidade absoluta dos recursos oriundos do trabalho, aplicável a qualquer espécie de expropriação. (TJ/MG – Ap. Civ.1.0024.07.459604-0/005 – Rel. Des. Fábio Maia Viani –
Publ. em 17/3/2009) (marcação não original)
Diante do entendimento jurisprudencial acima disposto, fica evidente que a Requerida feriu o princípio base da Constituição Brasileira, o da dignidade da pessoa humana, pois deixou a Requerente sem nenhuma condição de sustento.
DA RETENÇÃO DE NO MÁXIMO, 30% DO SALÁRIO DE CLIENTE PARA COBRANÇA DE DÍVIDA
Cabe salientar que, é inadmissível a restrição integral do salário na conta corrente, com a finalidade de cobrir saldo devedor de contratos bancários de correntistas. Com esse entendimento, a 2ª Câmara de Direito Comercial do TJ- SC confirmou autorização para desbloqueio do cartão de crédito e dos valores indevidamente retidos por um banco para aquele fim. Ao ente financeiro foi determinado, ainda, que cessassem imediatamente as retenções salariais sobre a conta corrente do autor.
"Apesar da existência de cláusula autorizando o débito em conta corrente, a retenção integral da verba remuneratória para fins de quitação de dívida pessoal é considerada ilegal, permitindo a jurisprudência deste Sodalício o limite de desconto correspondente a apenas
30% do total dos vencimentos do devedor.” (Explicou odesembargador Luiz Fernando Boller, relator da matéria.)
Neste sentido, segue o seguinte julgado:
PROCESSUAL CIVIL. RECURSO. AGRAVO. ESPÉCIE POR INSTRUMENTO. AÇÃO DE TUTELA INIBITÓRIA. CONTRATOS BANCÁRIOS. CONTA CORRENTE. RETENÇÃO DE SALDO. ORIGEM. VERBA SALARIAL. IMPOSSIBILIDADE. Verba salarial. Retenção. Não é lícito ao banco valer-se do salário do correntista, que lhe é confiado em depósito, pelo empregador, para pagamento de empréstimo. Cabe -lhe obter o pagamento da dívida em ação judicial. Se nem mesmo ao Judiciário é lícito penhorar salários, não será instituição privada autorizada a fazê-lo. 1 Recurso provido. (TJ-PR 8403325 PR 840332-5 (Acórdão), Relator: Jurandyr Souza Junior, Data de Julgamento: 25/01/2012, 15ª Câmara Cível,) (marcação não original)
DO DANO MORAL
Objetivamente, para caracterização do dever de indenizar é necessário ter ocorrido o ato ilícito, conforme preceituam os artigos 186 e 927, do Código Civil, senão vejamos:
Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.
Art. 927. Aquele que, por ato ilícito, causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo.Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano, independentemente de culpa, nos casos especificados em lei, ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua natureza, risco para os direitos de outrem.
A responsabilidade civil no direito brasileiro baseia-se nos três pressupostos indicados nos dispositivos mencionados, que são: a conduta culposa ou dolosa do agente, o dano efetivo, e o nexo de causalidade entre o dano e a ação ou omissão do agente.
Assim, comprovada a relação de causa e efeito entre o comportamento da Requerida e o dano sofrido pelo Requerente, devem ser reparados os danos causados a título moral.
Insta salientar que, a indenização a título de danos morais é devida, vez que a retenção integral de verba alimentar faz presumir ofensa anormal ao atributo da personalidade, pelo sofrimento e preocupação causados ao Requerente com a subtração integral de seus meios de subsistência.
Segue um julgado referente ao assunto ora mencionado: 
EMENTA: RESPONSABILIDADE CIVIL. DANO MORAL. RETENÇÃO DE SALÁRIO. INSTITUIÇÃO FINANCEIRA. AUTORIZAÇÃO NA CÉDULA DE CRÉDITO BANCÁR ILEGALIDADE. POSSIBILIDADE DE REVISÃO CONTRATUAL. IMPOSSIBILIDADE QUALQUER RETENÇÃO DE SALÁRIO. DANOS MORAIS. PRECEDENTES DO STJ. ARBITRAMENTO. RAZOABILIDADE. (...) 2. É cabíve a indenização por danos morais contra instituição bancária pela retenção integral de salário do correntista para cobrir saldo devedor da conta corrente, mormente por ser confiado o salário ao banco em depósito pelo empregador, já que o pagamento de dívida de empréstimo obtém-se via ação judicial (art. 649, IV, CPC). 3. Não se trata, pois, daqueles empréstimos oferecidos por "consignação em folha de pagamento" nos quais a parte consente com os descontos incidentes em seu salário, mas de crédito pessoal sem tal "garantia", sendo impossível, portanto, a retenção de qualquer percentual dos valores dos salários para abatimento da dívida. (Apelação Cível1.0194.12.000309- 1/001, Relator (a): Des.(a) Cabral da Silva, 10ª CÂMARA CÍVEL, julgamento em 26/02/2013, publicação da súmula em 07/03/2013) (marcação não original)
Cabe salientar que, o julgado acima evidencia em outra situação que o dano moral sofrido pela Requerente é cabível.
DO PEDIDO LIMINAR
Por todo exposto, é claro e evidente o dano decorrente do perigo da demora, a fumaça do bom direito e a verossimilhança das alegações.
Uma retirada em duas parcelas uma de cada vez equivalente a 100% de seus proventos, o que por si só, já justifica o pedido de urgência da tutela antecipada, dada a caracterização da urgência e do perigo decorrente da demora, posto a necessidade do vultoso valor indevidamente retirado e de todo o exposto em relação ao problema de não haver outras espécies de renda, e devido o perigo de novas retenções na conta prejudicando ainda mais a vida da Requerente agravando as despesas que tem que cumprir como comida, água, luz, gasolina, prestação de carro e etc. Que são coisas básicas para sobrevivência da pessoa.
Tendo como base o princípio da dignidade da pessoa humana, na qual é assegurado ao trabalhador o recebimento de salário proveniente do seu esforço e manutenção da sua subsistência e da sua família, nada há que justifique a prática habitual e lesiva das instituições financeiras em reter a integralidade ou parte significativa do saldo depositado em conta do correntista, para pagamento de créditos rotativos, empréstimos ou limite de cheque especial.
Devendo assim, ser deferido o pedido de tutela antecipada, para que a requerida não mais faça retenções na conta da Requerente.
DOS PEDIDOS E SUAS ESPECIFICAÇÕES
Ante o exposto, requer:
1. Seja por este Juízo, em sede de LIMINAR, determinada à Requerida, que não faça nenhum bloqueio na conta da Requerente, paralisando imediatamente;
2. Que seja devolvido o saldo de salário retido na conta-salário da Requerente, que totalizam a quantia de R$ 2.828,20 (dois mil oitocentos e vinte e oito reais e vinte centavos), os quais deverão ser devidamente corrigidos pelos índices divulgados e acrescidos de juros de mora de 1% (um por cento), sob pena de multa diária no valor a ser arbitrado por este Juízo;
3. A CITAÇÃO da Requerida, no endereço indicado no preâmbulo, para apresentar defesa sob pena de revelia;
4. A CONDENAÇÃO da ré ao pagamento de indenização por danos morais, no valor de R$
10.000,00 (dez mil reais) pelo os danos sofridos;
5. A INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA, com fundamento no art. 6º, VIII, do CDC;
6. A PRODUÇÃO DE TODOS OS TIPOS DE PROVA
em direito admitidas, especialmente a documental;
7. A CONDENAÇÃO da ré ao pagamento das custas processuais e eventuais honorários advocatícios no valor de 20% (vinte por cento) no valor da causa;
8. Deferir o pedido de justiça gratuita, tendo em vista, as condições financeiras da Requerente;
9. A devolução de dos valores de todas as taxa e/ou tarifas cobradas indevidamente e excessivamente pela Requerida.
Dá-se o presente valor a causa, de R$ 12.828,20 (doze mil oitocentos e vinte e oito reais e vinte centavos) para todos os efeitos de direito e alçada.
Nestes termos
Aguarda deferimento.
ccccccccc, 04 de janeiro de 2017.
 Advogado
 Oab xxxx

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