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caso concreto aula 2 ação de anulação de negocio juridico

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DOUTO JUÍZO DE DIREITO DA VARA CÍVEL DA COMARCA DE ITABUNA/BA
JOANA, brasileira, solteira, técnico em contabilidade, portadora da carteira de identidade nº xxxx, expedida pelo órgão xxx, inscrita no CPF sob o nº xxx..., endereço eletrônico xxxx, residente a Rua XXX, bairro: XXXX, Itabuna/BA, por seu advogado XXXXXXXX, com endereço profissional (endereço completo com CEP), e endereço eletrônico (XXXXX@xxxl), para fins do artigo 77, inc. V,do CPC/2015, vem a este juízo, propor
AÇÃO DE ANULAÇÃO DE NEGÓCIO JURÍDICO, PELO PROCEDIMENTO COMUM
em face de JOAQUIM, brasileiro, solteiro, profissão, portador da carteira de identidade nº XXXXXX, expedida pelo XXXXX, inscrita no CPF/MF sob o nº XXXX, endereço eletrônico XXXXX , domicílio, residente Rua XXXX, Itabuna/BA, pelos fatos e fundamentos jurídicos que passa a expor.
DA OPÇÃO DO AUTOR PELA REALIZAÇÃO DA AUDIÊNCIA DE MEDIAÇÃO
	A parte autora não deseja participar de audiência de mediação prévia, nos termos do art. 304, do CPC/2015.
DOS FATOS
No dia 20/12/2016, a autora recebeu notícia que seu filho Marcos, de 18 anos de idade, tinha sido preso de forma ilegal e encaminhado equivocadamente ao presídio XXX. No mesmo dia a autora procurou um advogado criminalista para atuar no caso, sendo que o advogado cobrou R$ 20.000,00 de honorários. A autora, ao chegar em casa, comentou com o réu, seu vizinho, que não tinha o valor cobrado pelo advogado e que estava desesperada. O réu, vendo a necessidade da autora de obter dinheiro para contratar um advogado, aproveitou a oportunidade para obter uma vantagem patrimonial, propôs à autora comprar seu carro pelo valor de R$ 20.000,00, sendo que o carro o preço de mercado no calor de R$ 50.000,00. 
Diante da situação que se encontrava, a autora resolveu celebrar o negócio jurídico. No dia seguinte ao negócio jurídico realizado e antes de ir ao escritório do advogado criminalista, a mesma descobriu que a avó paterna de seu filho tinha contratado outro advogado criminalista para atuar no caso e que tinha conseguido a liberdade de seu filho através de um Habeas Corpus.
Frente aos novos fatos, a autora procurou o réu para desfazerem o negócio, entretanto, o mesmo informou que não pretendia desfazer o negócio jurídico celebrado.
DO DIREITO
Dos fatos, restou provado que o réu, beneficiando-se da necessidade da autora em socorrer o filho preso, induziu-a a vender seu automóvel por preço muito inferior ao valor de mercado. Agiu ilicitamente, viciando o negócio jurídico celebrado, causando lesão ao patrimônio da autora.
Neste sentido, a ilustre professora, Maria Helena Diniz leciona:
“o instituto da lesão tem o escopo de “proteger o contratante, que se encontra em posição de inferioridade, ante o prejuízo por ele sofrido na conclusão do contrato, devido à desproporção existente entre as prestações das duas partes”, exemplificando com a situação da pessoa que, na iminência de ser despejada do imóvel onde reside, necessitando achar outro lugar para abrigar sua família, aceita pagar valor exorbitante a título de aluguel, em outro imóvel. (Curso de Direito Civil Brasileiro, op. Cit., p. 398)”
Dispõe o art. 147, do Código Civil que “Nos negócios jurídicos bilaterais, o silêncio intencional de uma das partes a respeito de fato ou qualidade que a outra parte haja ignorado, constitui omissão dolosa, provando-se que sem ela o negócio não se teria celebrado”. Da mesma forma o Art. 157, do mesmo código dispõe: “Ocorre a lesão quando uma pessoa, sob premente necessidade, ou por inexperiência, se obriga a prestação manifestamente desproporcional ao valor da prestação oposta.”
 A ideia está amparada também no art. 171, II, do CC, Vejamos: 
“Art. 171. Além dos casos expressamente declarados na lei, é anulável o negócio jurídico:
II - por vício resultante de erro, dolo, coação, estado de perigo, lesão ou fraude contra credores”.
Ora, não resta dúvida de que o réu agiu dolosamente. Aproveitando-se do desespero de uma mãe ao ver o filho preso, e ofertou-lhe exatamente o montante que a autora necessitava para contratar um Advogado Criminalista, quando sabedor que o veículo da autora, no mercado, alcançava o valor de cerca de R$ 50.000,00. Havendo o dolo, não há como manter o negócio jurídico celebrado entre as partes litigantes.
Conforme jurisprudência do Tribunal de Justiça do Estado do RJ também é pacífica ao determinar:
“DES (a). DENISE LEVY TREDLER - JULGAMENTO: 01/12/2010 - DÉCIMA NONA CÂMARA CÍVEL. AÇÃO ANULATÓRIA DE NEGÓCIO JURÍDICO, CUJO PEDIDO É CUMULADO COM OS DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MATERIAIS E MORAIS. ACIDENTE NO INTERIOR DE COLETIVO DE PROPRIEDADE DA RÉ, QUE VITIMOU A AUTORA, PASSAGEIRA DO ÔNIBUS. ACORDO EXTRAJUDICIAL CELEBRADO PELAS PARTES PARA A COMPOSIÇÃO DOS DANOS. TRANSAÇÃO PREJUDICIAL À VÍTIMA, HAJA VISTA O VALOR IRRISÓRIO PAGO A TÍTULO DE INDENIZAÇÃO. EXISTÊNCIA DE LESÃO (...)”
Assim, está claro que o contrato foi celebrado com vício de consentimento, caracterizado pela “lesão”, ou seja, o valor era desproporcional em relação ao real preço do bem móvel. Analisando sob essa ótica, o réu estaria colhendo para si vantagem ilícita, ao passo que o patrimônio da autoria sofreria prejuízos em prol da salvaguarda do seu filho. Dessa forma, é possível a anulabilidade do contrato pela inteligência dos dispositivos trazidos à colação, dada a ineficácia causada pelo vício do ato praticado pelo réu, que culminou em diminuição do patrimônio da autora. Com a anulação do negócio jurídico em questão, a autora devolverá ao réu o valor pago por este.
DO PEDIDO
A vista do exposto, considerando-se o ora narrado, propõe-se a presente ação, visando-se à anulação do contrato de venda do mencionado bem, requerendo a citação do réu, para contestar, querendo, o presente pedido, em 15 (quinze) dias, sob pena de revelia, acompanhando-a até final decisão, quando a mesma deverá ser julgada procedente, condenando-se o réu nos efeitos da sucumbência.
DAS PROVAS
	Protesta-se por provar o alegado por todos os meios de provas admitidas pelo Direito, na amplitude dos artigos 369 e seguintes do CPC, em especial documental superveniente, testemunhal, pericial e depoimento pessoal do réu, sob pena de confissão e revelia caso o não comparecimento.
Dá–se à causa o valor de R$ 20.000,00 (vinte e mil reais), nos termos do art. 292, I, do CPC.
Nestes termos, pede deferimento.
Itabuna/BA 12 de março de 2018
Nome do Advogado
OAB/UF do advogado

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