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TERAPIA NUTRICIONAL NUTRIÇÃO ORAL E EXTRA‐ORAL • Critérios para uma prescrição dietética – Anamnese • Exame físico, estado geral, comportamento do indivíduo, distribuição da gordura corpórea, avaliação do funcionamento do corpo. – Avaliação do estado nutricional – Determinação da conduta alimentar – Influência da dieta nos resultados almejados – Determinação do nível de assistência – Reabilitação nutricional Introdução A nutrição como uma necessidade humana básica Os nutrientes fornecidos pela ingestão adequada de alimentos são os materiais de construção do qual é feito o corpo. Eles são essenciais ao crescimento, regeneração tissular e funcionamento normal das células do organismo. Há quatro processos efetuando a nutrição. Estes são a ingestão, digestão, absorção e eliminação: • Ingestão Ingestão é o processo de trazer o alimento e fluidos para dentro do trato digestivo. Fatores que afetam a ingestão de alimentos ' Um Acidente Vascular Encefálico (AVE) ' Paralisias ' Anorexia Nervosa ' Lesões, ferimentos e cânceres de face e esôfago ' Própria doença e processo de hospitalização Dietas Básicas • Normal, Geral ou Livre • Branda – alimentos com consistência mais macia • Leve ou Pastosa – tem consistência semilíquida por processos mecânicos • Líquida – tem baixo teor calórico Conceito de Terapia Nutricional ´´A terapia nutricional é definida como o conjunto de procedimentos terapêuticos para manutenção ou recuperação do estado nutricional do paciente.`` (DREYER; BRITO, 2003). HISTÓRICO DA TERAPIA NUTRICIONAL Muitos materiais foram utilizados na confecção de sondas, entre eles a borracha, o polietileno e, mais recentemente, o poliuretano e o silicone. Várias adaptações foram feitas até o surgimento da sonda idealizada por Abrahan Louis Levin em 1921, hoje conhecida por sonda de Levin ou Levine. Na década de 70, foram idealizadas as sondas de jejunostomias e sondas nasais de fino calibre. Esse tipo de sonda passou a ser conhecida com a sonda de DOBBHOFF. Dieta Oral É importante ter a existência de um trato gastrointestinal íntegro, com condições de ingestão, digestão e absorção dos alimentos. • Ambiente terapêutico • Auxílio de acordo com as incapacidades do paciente FATORES QUE INFLUENCIAM NA ACEITAÇÃO DOS ALIMENTOS Ú Aspecto dos alimentos Ú Ambiente: limpo e ausente de odores desagradáveis Ú Emoções fortes Ú Notícias desagradáveis na hora das refeições Ú Posição do paciente no leito Ú Colocação de soro ou sangue, curativos ou outros cuidados na hora das refeições Alterações do TGI • Hemorragia Digestiva Alta • Envenenamento exógeno • Caquexia • Distúrbios digestivos • Paciente inconsciente • Úlceras pépticas TIPOS DE ALIMENTAÇÃO EXTRA‐ORAL DEGLUTE SEM ASPIRAR? SIM NÃO ALIMENTAÇÃO ORAL NUTRIÇÃO EXTRA-ORAL LEGISLAÇÃO DA TERAPIA NUTRICIONAL Em 1999, o Ministério da Saúde, através da Portaria 337 e da Resolução 63 de 2000, normatizou a Terapia Nutricional Enteral e oficializou as atribuições de cada profissional dentro da equipe multiprofissional especializada. Segundo a Resolução No 63/2000, “o enfermeiro é responsável pela administração da NE e prescrição dos cuidados de enfermagem em nível hospitalar, ambulatorial e domiciliar” A Resolução No 63/2000 determina que é responsabilidade do enfermeiro estabelecer o acesso enteral por via oro/nasogástrica ou transpilórica. Este procedimento pode ter complicações graves como inserção inadvertida na árvore traqueobrônquica e pneumotórax. LEGISLAÇÃO DA TERAPIA NUTRICIONAL A Resolução COFEN No 277/2003, que determina normas de procedimentos a serem seguidos pelas equipes de enfermagem, estabelece os recursos humanos e técnicos necessários e revoga a Resolução COFEN No 162/1993. Segundo a Resolução COFEN No 277/2003, o enfermeiro deve: “assumir o acesso ao trato gastrointestinal (sonda com fio guia introdutor e transpilórica) assegurando o posicionamento adequado por avaliação radiológica.” Ainda segundo esta resolução, a introdução de “sonda nasogástrica sem introdutor” (sonda de Levine) poderá ser delegada ao técnico ou auxiliar de enfermagem, sob orientação e supervisão do enfermeiro. Atribuições do Enfermeiro: • Orientar o paciente, a família ou o responsável legal quanto à utilização e controle da TNE. • Preparar o paciente, o material e o local para o acesso enteral. • Prescrever os cuidados de enfermagem na TNE, em nível hospitalar, ambulatorial e domiciliar. • Proceder ou assegurar a colocação da sonda oro/nasogástrica ou transpilórica (no duodeno). • Assegurar a manutenção da via de administração. • Receber a NE e assegurar a sua conservação até a completa administração • Proceder à inspeção visual da NE antes de sua administração. • Avaliar e assegurar a administração da NE observando as informações contidas no rótulo, confrontando‐as com a prescrição médica. • Detectar, registrar e comunicar à EMTN e ou o médico responsável pelo paciente, as intercorrências de qualquer ordem técnica e ou administrativa. • Garantir o registro claro e preciso de informações relacionadas à administração e à evolução do paciente quanto ao: peso, sinais vitais, tolerância digestiva e outros que se fizerem necessários • Garantir a troca do curativo e ou fixação da sonda enteral, com base em procedimentos pré‐estabelecidos. • Participar e promover atividades de treinamento operacional e de educação continuada, garantindo a atualização de seus colaboradores. • Elaborar e padronizar os procedimentos de enfermagem relacionadas à TNE. • Indicações da Terapia Nutricional Enteral – Risco de desnutrição/anorexia – TGI total ou parcialmente funcional (contra‐indicação oral) – Lavagem ou drenagem gástrica – Alimentação (Gavagem ou em Bomba de Infusão); – Administração de Medicamentos • Classificação – Quanto à apresentação da dieta – aberta ou fechada – Quanto ao procedimento – naso ou oro, gástrica ou enteral – Quanto ao material • Nutrição Enteral em Sistema Aberto: NE que requer manipulação prévia à sua administração, para uso imediato ou atendendo à orientação do fabricante. • Nutrição Enteral em Sistema Fechado: NE industrializada, estéril, acondicionada em recipiente hermeticamente fechado e apropriado para conexão ao equipo de administração. A validade da dieta em sistema aberto, em temperatura ambiente, é de quatro horas, incluindo o tempo de administração. Terapia de Nutrição Enteral (TNE) • Vantagens – Recebe nutrientes complexos – Reforça barreira mucosa intestinal – Mantém microflora intestinal normal – redução bactérias oportunistas Tipos de Sondas Classificação Sonda Gástrica/ Levin: Posição gástrica: via oral (orogástrica) e nasal (nasogástrica) Complicações e desconforto no uso prolongado; Cada dia menos usada para alimentação. Indicações da SNG Usada para lavagem e descompressão gástrica; Preparar para cirurgias; Aliviar distensão abdominal através da drenagem de gases e secreções do estômago; Controlar o sangramento gástrico; Obter amostras de secreções para exames laboratoriais. Sonda Enteral / Dobbhoff: Posição gástrica e póspilórica: via oral (oroenteral) e nasal (nasoenteral). Poliuretano e silicone; Não sofrem alteração física na presença do pH ácido; Conservam flexibilidade e maleabilidade A passagem da sonda pelo piloro se faz de maneira espontânea de 4 a 24 h; É radiopaca; Possui um guia metálico e flexível para facilitar sua introdução nasal. • Características da sonda ✓ Calibre mais utilizado Ú 8fr (French – “Dubbohoff”): dietas pouco viscosas ou com utilização de bomba de infusão. Ú Material: silicone, poliuretano. São flexíveis, diminuindo os riscos impostos por sondas rígidas. São mais biocompatíveis. ✓ Demarcação das sondas: facilitam o posicionamento. ✓ Fio‐guia: facilita a instalação. • risco de perfuração do TGI • Características da sonda (continuação) ✓ Fio‐guia: facilita a instalação. • não utilizá‐la para desobstruir a sonda ✓ Radiopaca: facilita a visualização radiológica. ✓ Indicações: • Administrar líquidos e medicamentos; • Proporcionar nutrição por gavagem/bomba de infusão; • Melhorar aporte nutricional de pacientes debilitados através de dietas especiais. Contra‐indicações do cateterismo gástrico e entérico Estenose de esôfago; Câncer de esôfago com obstrução; Coagulopatia; Recusa do paciente; Paciente agitado; Traumatismo facial com fraturas ou TCE grave com suspeita de fratura da base do crânio. GASTROSTOMIA Importante para pacientes que necessitam receber alimentos por essa via durante muito tempo. As mais modernas para gastrostomias: são de silicone ou de poliuretano, com paredes finas e flexíveis, numeradas e com duas vias que facilitam a irrigação e a administração de medicamentos, mesmo durante a infusão da dieta. JEJUNOSTOMIA As sondas para jejunostomia são de poliuretano ou silicone e possuem um diâmetro menor que a de gastrostomia. Podem ser instaladas percutaneamente, usandose anestesia local e devem ser fixadas na pele para que não se desloquem. • Localização jejunal • Vantagens • Menor risco de aspiração; • Maior dificuldade de saída acidental da sonda; • Permite nutrição enteral quando a alimentação gástrica é inconveniente e inoportuna. Desvantagens • Desalojamento acidental, podendo causar refluxo gástrico. Terapia de Nutrição Enteral (TNE) • Métodos de administração de NE – Intermitente – “bolus”, gravitacional ou BI – Contínuo – gotejamento gravitacional ou BI Conseqüências e Complicações da TNE • Diarréia • Anorexia • Obstipação intestinal • Distensão abdominal • Flatulência • Náusea e vômito • Desidratação ou hiperidratação • Desequilíbrio nutricional • Complicações psicológicas • Infecção Métodos de administração ✓ Em bolus: Indicação pacientes clinicamente estáveis, com estômago funcionante. Ú Características: • mais conveniente e menos dispendiosa; • utilizase seringa de 2060mL para infundir a fórmula; • se ocorrer inchaço ou desconforto abdominal, esperar de 10 a 15 minutos para prosseguir com o restante da fórmula; • o paciente com função gástrica normal pode tolerar 500mL de fórmula a cada etapa de alimentação. Gotejamento Intermitente Ú Características: • podem ser administradas por bomba ou gravidade; • confere ao paciente mais tempo livre e autonomia quando comparado ao gotejamento contínuo; • esquema: 4 a 6 refeições/dia administradas ao longo de 20 a 60 minutos cada; • a administração da fórmula é iniciada em 100 a 150mL/hora e aumenta gradativamente conforme tolerância; • não deve ser usada em pacientes com alto risco de aspiração pulmonar. • Gotejamento Contínuo: • Indicação – pacientes que não toleram infusões de grandes volumes; com função GI comprometida por doenças, cirurgias e outros impedimentos fisiológicos. Ú Características: • requer o uso de bomba; • a taxa de velocidade de infusão (mL/hora). • Categorização das dietas enterais ✓ Quanto a forma de preparo Ú Dieta artesanal ou caseira ou blender Ú Dieta enteral industrializada • Dieta em pó para reconstituição; • Dieta líquida semi‐pronta para uso; • Dieta pronta para uso. Ú Dieta artesanal ou caseira ou blender – Preparadas à base de alimentos in natura (leite, ovos, carnes, legumes, frutas...), produtos alimentícios (leite em pó, ovo liofilizado, óleos vegetais, amido de milho, creme de arroz...) e/ou módulos de nutrientes (fornecem primeiramente um tipo de nutriente). – Indicação: Situações que o TGI esteja com a capacidade de digestão e de absorção normais; requer sonda de grande calibre. Ú Dieta enteral industrializada – São aquelas preparadas industrialmente; – visam suprir as necessidade nutricionais dos pacientes, de forma a manter ou melhorar o estado nutricional dos mesmos. Nutrição parenteral Definição: Solução estéril que contém todos os nutrientes necessários ao paciente administrada pela via endovenosa. TIPOS DE NUTRIÇÃO PARENTERAL • Total: Oferece todos os nutrientes essenciais e equilibrados para suprir as necessidades básicas ( Acesso venoso Central) • Parcial: Como suplemento para completar a oferta calórica via enteral e/ou oral ( Acesso venoso Periférico) • Indicação – Substituição da alimentação oral e enteral – Inativação do TGI – Uso por, pelo menos, sete dias. A Nutrição parenteral é realizada através de indicação médica, quando a nutrição enteral for contraindicada ou insuficiente. Deve ter via exclusiva, não devendo ser associada a outros medicamentos. VIAS DE ADMINISTRAÇÃO Acesso periférico (NPP): • Solução de glicose (5‐10%) associada a aminoácidos e eventualmente lipídios administrada diretamente a uma veia periférica de baixo calibre (geralmente nos braços); • Tolera pouco volume e osmolaridade devido o calibre dos vasos utilizados; • Utilizada por períodos entre 7 a 10 dias, porque em geral não atinge as necessidades nutricionais do paciente. Acesso Central: • Também conhecida como Nutrição Parenteral Total (NPT); • Administrada por meio de uma veia de grande diâmetro (geralmente subclávia ou jugular interna); • Indicada por períodos mais longos (superior a 7‐10 dias) porque oferece melhor aporte energético e protéico; • Indicações: pacientes que não possam tolerar ingestão oral ou enteral (íleo paralítico, trombose intestinal) Processo de enfermagem • Confecção de um plano de cuidados de acordo com situações‐problema • Abordagem: ▫ Higienização da cavidade oral do paciente; ▫ Manutenção e averiguação da hidratação; ▫ Executar a técnica de instalação da dietoterapia que lhe compete (por exemplo a SNE); ▫ Controle da via de administração da dietoterapia: fixação, volume, velocidade de infusão, movimentação, curativos, higienização e estética; ▫ Conservar a dieta em sistema aberto devidamente acondicionada e retirar da geladeira 30 minutos antes da administração (dieta gelada levará a distensão abdominal e diarréia). Assistência de Enfermagem ● Irrigação (mínimo): • 10 mL antes da administração do medicamento; • 10 mL entre os medicamentos; • 20 mL após o medicamentos, término da dieta e verificação do resíduo. • * OBS:O volume de irrigação depende da prescrição médica/dietética. Assistência de Enfermagem ● Trocar equipo e fixação a cada 24 horas; ● Antes de instalar, confirmar o posicionamento da sonda através do teste de ausculta ou aspiração do suco gástrico; ● Atentar para a formação de lesões ou áreas de pressão. REGISTROS DE ENFERMAGEM • Data e horário da inserção; • Tipo e tamanho da sonda nasogástrica; • Características da drenagem (quantidade, coloração, consistência e odor); • Tolerância do paciente ao procedimento; • Registre regularmente a confirmação da posição da SNG; • Mantenha um registro exato da ingesta e débito hídricos; • Anote os horários da troca de esparadrapos e a condição das narinas; • Nome do profissional que realizou o procedimento.
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