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FICHAMENTO PÓS EFICÁCIA DAS OBRIGAÇÕES

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Universidade Estácio de Sá – Campus Ilha do Governador
Nome: Fagner Martins Barros
Matrícula: 2014020852655
A pós-eficácia das obrigações é um dos temas intrincados do direito civil que diz respeito à capacidade de se perdurar o liame jurídico entre as partes na relação obrigacional, mesmo depois de adimplida e extinta a obrigação principal. 
O contrato tem como principal função servir de instrumento para realização da vontade humana, fazendo assim com que as operações econômicas se concretizem e as riquezas circulem. E com o passar do tempo este instrumento foi sofrendo adaptações em sua forma e estrutura para se adequar às mudanças sociais, e a influência direta da Constitucionalização do Direito Civil é um marco dessa alteração. A Constitucionalização do Direito Civil atrelou alguns princípios da Constituição para esta vertente do Direito Privado como a eticidade, a operabilidade e a socialidade. Desta forma surgiu a boa fé objetiva em conjunto com a função social dos contratos, a fim de reger não somente a vigência dos contratos, mas também as fases pré e pós-contratuais. Na fase pré-contratual, as partes devem agir com lealdade recíproca, dando as informações necessárias, evitando criar expectativas que sabem destinadas ao fracasso. Na fase contratual, a lisura e a honestidade devem estar intrínsecas na conduta para não frustrar a confiança da outra parte, e, na fase pós-contratual, implica em deveres posteriores ao término do contrato - deveres post pactum finitum, e destes, derivam outras obrigações tangentes à principal, que decorrem justamente da boa fé objetiva e da função social dos contratos, as chamadas obrigações acessórias. 
Enquanto a boa fé objetiva liga os contraentes, a função social diz respeito à relação das partes com a sociedade, isto é, quais os efeitos que o contrato produz entre os terceiros que não figuram na relação jurídica, funcionando como contrapeso buscando o equilíbrio perante a autonomia da vontade. A pós-eficácia das obrigações constitui um dever acessório de conduta leal e de garantia da fruição do contrato realizado, abrangendo a proteção e devidos esclarecimento que, no término do contrato, sem a alteridade da avença, assegure-se a fruição do resultado do contrato. 
Por fim, a fase pós-contratual poderá gerar a responsabilidade contratual da parte que desrespeitar os limites da lealdade, solidariedade e cooperação, derivados da função integrativa da boa fé objetiva. Esta ofensa poderá gerar o dever de indenizar, tendo por requisito os mesmos elementos da responsabilidade civil, ou seja, o dano, o nexo e a comprovação de violação de um direito, no caso em análise, a boa fé, não havendo que se comprovar a culpa, latu sensu.

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