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Aplicações terapêuticas dos anticorpos monoclonais em doenças auto

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Aplicações terapêuticas dos anticorpos monoclonais em doenças auto-imunes 
O desenvolvimento das doenças auto-imunes ocorre por uma desordem imunológica, decorrente da ação do sistema imune contra os componentes do próprio organismo. A desordem ocorre pela presença de auto-anticorpos naturais que são os linfócito T e linfócitos B com atividade auto-reativa, pode ser através dos sinais co-estimuladores que é o segundo sinal para desencadear a resposta imune, onde ocorre interação membrana – membrana dos linfócitos com outras células, através de auto-antígenos, sendo que este pode induzir auto-anticorpos ou desenvolver uma resposta especifica de linfócito T, através do complexo de histocompatibilidade (MHC), sendo o único sistema genético ligado a suscetibilidade de doença auto-imune, ou também pela rede idiotípica que são imunoglobulinas que fornecem informações úteis dos auto-anticorpos, e também pode ser decorrente a alterações no processo de apoptose das células, e desta maneira fica evidente que o mecanismo de tolerância não elimina toda a auto-reatividade do sistema imunológico. A aplicação terapêutica nas doenças auto-imunes consiste em suprimir o sistema imunológico através dos imunossupressores, estes atuam inibindo as etapas iniciais do desenvolvimento da imunidade.
O tratamento para as doenças auto-imunes é realizado com medicamentos como os antiinflamatórios não esteroidais (AINEs), corticosteróides e as drogas modificadoras do curso da doença que consiste em suprimir o sistema imunológico, estes em geral atuam bloqueando a atividade linfocitária ou a cascata de citocinas que ativam as células T. Porem este bloqueio não ocorre de maneira seletiva, é com grande intensidade ocasionando reações adversas e diversas toxicidades, levando ao aumento do risco de infecções, e ate mesmo a não adesão ao tratamento . Através das terapias convencionais não se consegue realizar uma imunossupressão seletiva. Houve o desenvolvimento dos anticorpos monoclonais, através de um modelo onde o fármaco se ligava a um transportador específico, desencadeando a atividade farmacológica apenas no tecido alvo, necessitando de uma dose menor e minimizando as reações adversas . Estes medicamentos biológicos possuem alta especificidade, seletividade e afinidade, com poucas reações adversas. Os tratamentos para as doenças auto-imunes com os anticorpos monoclonais possuem diversos mecanismos de ação, os abordados foram os que estão aprovados pelo Food and Drug Administration (FDA) e Ministério da Saúde (MS). Dentre os mais utilizados temos os que atuam contra TNF-α, uma vez que se liga diretamente na molécula de TNF-α circulante e este não ativa o receptor, portanto não promove a liberação de citocinas responsáveis pelos processos inflamatórios (ex: Psoríase incapacitante, Artrite Reumatoide e Doença de Crohn) ; os depletores de linfócitos B que podem atuar de duas maneiras, os que impedem o amadurecimento dos linfócitos B reativos e os que atuam contra os linfócitos pré-B e B maduros que possuem a proteína CD20+ (ex: Lúpus eritematoso sistêmico, Síndrome de Sjogren e Artrite Reumatoide); os bloqueadores dos receptores de interleucinas se ligam diretamente ao receptor bloqueando este e inibindo o efeito biológico da IL-6; os bloqueadores das interações intercelulares, atuam contra CD11a, este se liga a cadeia α da função leucocitária tipo 1 que é uma molécula de adesão do linfócitos T, ocasionando o bloqueio da interação com a molécula de adesão intercelular 1, expressa mas células endoteliais de vasos no local da inflamação, e os anti-α4-integrina que são expressas em leucócitos, ao se ligar à integrina α4 bloqueia a capacidade de interagir com a molécula de adesão celular vascular e os leucócitos não migram para o sistema nervoso central, e impedem a entrada de linfócitos, além de promover a apoptose.
Os anticorpos monoclonais possuem vantagens no tratamento das doenças auto-imunes quando comparados com as terapias convencionais por se tratar de uma terapia alvo, com especificidade, alta seletividade, sendo capaz de destruir uma célula alvo e necessitarem de doses menores, portanto desencadeiam poucas reações adversas, sendo estas relacionadas com a infusão e com alteração da função imunológica como leucopenia, linfopenia, entre outras e ocasionando menor toxicidade. Além destas, o tratamento através dos anticorpos monoclonais é uma alternativa nos quadros clínicos, onde não existe efetividade no controle das doenças auto-imunes com as terapias convencionais. São usados como segunda linha de tratamento. O farmacêutico desempenha um papel fundamental em uma equipe multidisciplinar, onde participa de todo o processo e cuidado relacionada ao paciente, pois tem conhecimento técnico cientifico, que possibilita realizar acompanhamento farmacoterapêutico, além de analisar prescrições e orientar quanto à dose e posologia, minimizando as eventuais reações adversas e desta maneira promove a segurança ao paciente e melhor qualidade de vida.
Referencias Bibliográficas 
ABBAS, Abul K.; LICHTMAN, Andrew H.; PILLAI, Shiv. Imunologia celular e molecular. 6. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2008. 564 
SANTOS, Rosaly V. dos et al. Aplicações terapêuticas dos anticorpos monoclonais. Rev. Bras. Alerg. Imunopatol., Curitiba, v. 29, n. 2, p.77-85, nov. 2006.
Nome: Taynná Da costa Goltara Gomes – Farmácia Uezo
Prof: Flávia Pellegrino
Matrícula: 1615551025

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