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História Viva - Rusen

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História Viva - Jörn Rüsen
1. Tópica - formas de historiografia
Nesse primeiro momento do texto, Rusen traz que o fazer histórico não se faz de maneira difícil, porém esse fazer não possui necessariamente ferramentas pré orientadoras; não está embasado em torno de um regramento literário, que ele mesmo pontua. Rusen, entretanto aponta que esse desregramento possui pontos positivos, uma vez que "[...] beneficiaria a ciência da história com maior eficácia de resultados." (p.18).
Rusen, através de uma citação de Ranke, traz que por mais que o fazer histórico não seja moldado cientificamente, não possua um ar tão metódico, ele organiza e dá forma ao que foi pesquisado e observado.
Pesquisa relacionada à formatação histórica. A HISTORIOGRAFIA É FUNÇÃO DA PESQUISA OU PESQUISA É FUNÇÃO DA HISTORIOGRAFIA? 
"[...] pesquisa se refere por princípio aos conteúdos da experiência do passado e de que a apresentação histórica se dirige ao público do presente" (p. 20). É dessa premissa que Rusen entra na racionalidade que assegura uma validade (facticidade) ao saber histórico e, também, entra na teoria literária, que asseguraria o rigor estético da historiografia. Rusen discorda dessa teoria literária e se posiciona a favor da investigação; da racionalidade. (associado à ciência)
1.1 Pesquisa histórica e historiográfica
1.1.1.Historiografía como problema teórico
Rusen traz aqui que pesquisa e historiografia são ambos ferramentas do fazer histórico. 	Comment by Patrick: funcionam como lados de uma mesma coisa.
Ele pontua que a historiografia "esclarece processos temporais em contextos abrangentes de uma apresentação que articula o passado, o presente e o futuro" (p. 22), enquanto a pesquisa possui um caráter de validação. 
Rusen traz que a diferença entre pesquisa e historiografia é possível graças aos princípios da relação à experiência (pesquisa) e no princípio da relação público-alvo (apresentação histórica- historiografia); forma cognitiva (pesquisa) e forma expressiva (apresentação).
Rusen traz a existência de uma espécie de conflito entre a pesquisa historiográfica e a como esta se manifesta. Esse conflito chega a consequências do tipo: racionalidade metódica da história x formatação estética.
Rusen traz que o sentido da pesquisa que ordene o passado em um contexto histórico bebeu das fontes poéticas e estéticas. Segundo ele, é essa característica que torna o pensamento histórico à parte das ciências. 
A ciência histórica se constitui através de fontes, relatos, que eram submetidos a uma crítica. Essa crítica foi expandida além da validação unicamente das fontes, expandiu-se até a interpretação histórica do passado (presunção da facticidade). 	Comment by Patrick Sousa: Marc Bloch
Rusen fala da ficção como sendo a reconstrução dos contextos históricos pela pesquisa que está em contraste com a facticidade da crítica das fontes. 
1.1.2. Estética e retórica no discurso da historiografia
“No discurso histórico, o saber histórico torna-se um fator da cultura da interpretação, um meio da socialização e da individuação.” (p.29) 
Rusen nos apresenta à estética e retórica, que tratam da formatação historiográfica do saber histórico. Estética 
Rusen pontua que a imaginação funciona como um complemento do saber histórico. 
 Rusen fala que a história não necessariamente segue à risca a facticidade da pesquisa, nem a “imaginação ficcional de um fato histórico” (p.33), mas sim que ela possui sua própria facticidade, uma vez que toma o passado humano como influência do presente, ou seja, Rusen reconhece aqui que o presente só é possível graças a esse passado que um dia foi vivido pela sociedade. 
“[...] a estética estreita a visão da constituição de sentido produzida pela formatação historiográfica.” (p. 34) (cognição)
A retórica está preocupada com a eficácia da apreensão da historiografia, e, para isso, ela está banhada de componentes imaginativos; é uma interpretação da experiência do tempo que é expressa pelos modos linguísticos. 
Rusen fala da retórica como meio de conexão entre os historiadores e seu público-alvo 
“[...] a qualidade estética da imaginação os quer justamente libertar” (p. 37) 
“A relevância comunicativa da historiografia consiste, pois, em um contexto de mediação entre a coerência estética e a coerência retórica.” (p. 38)
1.1.3. Consequências da pesquisa
Rusen traz que a pesquisa não funciona somente como um questionamento às fontes históricas e à sua veracidade, segundo ele, essa pesquisa funciona, também, como uma base mais minuciosa de constituição dos fatos. 
A pesquisa possui uma formação cognitiva; ela complementa os saberes acumulados quando responde às perguntas por nós formuladas devido a esse conhecimento anterior (ele fala de “abstrações”). A pesquisa trata, mais tarde, de unir o previamente sabido com o novo pesquisado. 
Rusen traz pesquisas que advém dos especialistas e as do público em geral. Enquanto o primeiro preocupa-se com as entrelinhas relacionando presente e passado, o outro se preocupa mais com o seu caráter informativo.
“Basear-se na pesquisa é o objetivo da relação estética e retórica da historiografia com o público” (p . 42)

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