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ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM À PESSOA 
COM MANIFESTAÇÕES DE TRANSTORNOS 
DO HUMOR 
Prof.Enf.Esp. Tailma S. Lino 
Os transtornos do humor (TH) caracterizados fundamentalmente 
pelas alterações patológicas que levam a pessoa a perder o controle 
sobre seu humor e seus afetos. 
 
 Encontra no Velho Testamento, menção aos transtornos do 
humor, como associação entre transtornos maníacos e depressivos. 
 
 Emil Kraepelin, em 1899, descreveu a psicose maníaco-
depressiva, com associações de sintomas maníacos e depressivos 
que correspondem à maioria dos critérios atuais para a descrição 
do transtorno bipolar. 
INTRODUÇÃO 
Os transtornos afetivos, conhecidos hoje como transtornos do humor, 
englobam uma gama de transtornos, que segundo ao CID-10 são 
classificados: 
CLASSIFICAÇÃO DOS TH 
TRANSTORNOS DE HUMOR 
F30 – EPISÓDIO MANÍACO 
F31 – TRANSTORNO AFETIVO BIPOLAR 
F32 – EPISÓDIO DEPRESSIVO 
F33 – TRANSTORNO DEPRESSIVO RECORRENTE 
F34 – TRANSTORNOS PERSISTENTES DO HUMOR (AFETIVO) 
F38 – OUTROS TRANSTORNOS DO HUMOR (AFETIVOS) 
F39 – TRANSTORNO DO HUMOR (AFETIVO) NÃO ESPECIFÍCADO 
Ao apresentar os transtornos do humor ou do afeto, é importante 
compreender o significados deles. 
 
 HUMOR AFETO 
CARACTERISTICAS GERAIS DOS TH 
REFERE-SE A UM ESTADO 
EMOCIONAL INTERNO E 
DURADOURO QUE DÁ 
COLORIDO À VIDA 
PSÍQUICA DA PESSOA 
É A EXPRESSÃO EXTERNA 
DO TOM EMOCIONAL DA 
PESSOA 
Esse transtornos exibem características externas do humor que 
podem variar 
 
 MANIFESTAÇÕES DE COMPORTAMENTO DEPRIMIDO 
Ocorre caracterizadamente em pessoa com episódio depressivo 
(F32) ou com depressão do TB (F31), em decorrência da tristeza 
profunda, incapacidade de sentir prazer e alegria, fadiga , entre 
outros. 
 
 
 MANIFESTAÇÕES DE COMPORTAMENTO AGITADO, EUFÓRICO E 
AGRESSIVO 
 
Ocorre mais freqüentes em pessoas com episódios maníaco (F30), 
TB, episódio depressivo com ansiedade, transtorno alimentar, 
esquizofrenia, transtornos mentais decorrentes de transornos 
orgânicos (delirium, demência, depressão pós-parto) e os 
associados ao uso de substância psicoativas (intoxicação ou 
abstinência, entre outros). 
 
De acordo com a OMS as maiores causas de incapacidade no mundo, 
em âmbito mundial, cinco ocorrem em razão de transtornos 
psiquiátricos. 
 
 Os episódio depressivo, ocupa o primeiro lugar com 10,7% 
 O transtorno afetivo bipolar em sexto lugar, com 3,0 % 
 Os TH estão se tornando mais comuns e se iniciando cada vez mais 
cedo entre crianças e adolescentes. 
 A mulheres são mais vulneráveis, em uma proporção 2x maior do 
que os homens. 
 A depressão ocorre mais em pessoas que não tem relações 
interpessoais íntimas ou que são divorciadas. 
 Cerca de 15% das pessoas com transtornos bipolar e 11% das 
pessoas com depressão cometem suicídio. 
DADOS EPIDEMIOLÓGICOS 
 Há pessoas que apresentam um padrão que apresentam um padrão 
sazonal de episódios depressivos no início do outono e inverno com 
remissão na primavera. Contrariamente, episódios maníacos ou 
hipomaníacos ocorrem no verão. 
 A idade média para episódios depressivo não é constante entre os 
autores: 
-Em torno de 35 a 40 anos para alguns 
- E aproximadamente aos 24 anos para outros. 
ETIOLOGIA DOS TH 
Os TH são considerados doenças fásicas que se manifestam com 
episódios súbitos, únicos ou repetidos, tendo remissão espontânea ou 
caminhando para cronicidade. 
 
A interação entre a gama de fatores biológicos, genéticos, 
psicossociais e ambientais devem ser considerados. 
 
Os fatores genéticos são fundamentais, principalmente no transtorno 
bipolar. 
há indicações de primeira escolha ou associação entre os diversos 
tratamentos, de acordo com o episódio apresentado e o critério 
médico. 
 
Entre os psicofármacos, têm-se os estabilizadores do humor (lítio e 
anticonvulsivantes), antipsicóticos atípicos e típicos e 
antidepressivos. 
 
A Eletroconvulsoterapia também é utilizada. 
 
As terapias complementares, como a cognitivo-comportamental, 
interpessoais, psicossociais e programas psicoeducacionais. 
 
Geralmente, utiliza-se a associação entre estes tratamentos. 
TRATAMENTO GERAL DOS TH 
No tratamento da pessoa com TH, deve-se primordialmente 
assegurar a vida do cliente, pois pessoas com estes 
transtornos podem apresentar idéia ou tentativa de suicídio. 
Ter, ainda, como objetivos a recuperação do cliente, a 
melhora do seu bem-estar subjetivo e objetivo e a 
reintegração na comunidade. 
Os transtornos do humor afetam muito a vida pessoal, 
familiar, social, ocupacional ou profissional, ou seja, sua 
qualidade de vida 
TRANSTORNO DO HUMOR: 
EPISÓDIO DEPRESSIVO OU 
DEPRESSÃO 
A diversidade de sintomas, reações ao tratamento, alterações no 
curso da vida e prejuízos sofridos contribuem para uma interação 
complexas de causas, que acabam afetando a qualidade de vida da 
pessoa com depressão. 
 
Do ponto de vista psicopatológico, as síndromes depressivas têm 
como elementos mais salientes o humor triste e o desânimo (Del 
Pino, 2003). 
 
Entretanto, elas caracterizam se por uma multiplicidade de sintomas 
afetivos, instintivos e neurovegetativos, ideativos e cognitivos, 
relativos à autovaloração, à vontade e à psicomotricidade. 
Também podem estar presentes, em formas graves de depressão, 
sintomas psicóticos (delírios e/ou alucinações), marcante alteração 
psicomotora (geralmente lentificação ou estupor) e fenômenos 
biológicos (neuronais ou neuro-endócrinos) associados. 
 
As síndromes depressivas são atualmente reconhecidas como um 
problema prioritário de saúde pública. Segundo levantamento da 
OMS, a depressão maior unipolar é considerada a primeira causa de 
incapacidade entre todos os problemas de saúde. 
 
 Do ponto de vista psicológico, as síndromes depressivas têm uma 
relação fundamental com as experiências de perda. As síndromes e 
as reações depressivas surgem com muita freqüência após perdas 
significativas: de pessoa muito querida, emprego, moradia, status 
socioeconômico, ou de algo puramente simbólico. 
 
Os sinais e sintomas agrupados segundo 
a área psicopatológica 
SINTOMAS AFETIVOS 
– Tristeza, sentimento de melancolia 
– Choro fácil e/ou freqüente 
 – Apatia (indiferença afetiva; “Tanto 
faz como tanto fez.”) 
 – Sentimento de falta de sentimento 
(“É terrível: não consigo sentir mais 
nada!”) 
 – Sentimento de tédio, de 
aborrecimento crônico 
 – Irritabilidade aumentada (a ruídos, 
pessoas, vozes, etc.) 
– Angústia ou ansiedade 
– Desespero 
 – Desesperança 
ALTERAÇÕES DA ESFERA INSTINTIVA E 
NEUROVEGETATIVA 
– Anedonia (incapacidade de sentir 
prazer em várias esferas da vida) 
– Fadiga, cansaço fácil e constante 
(sente o corpo pesado) 
– Desânimo, diminuição da vontade 
(hipobulia; “Não tenho pique para mais 
nada.”) 
– Insônia ou hipersomnia 
 – Perda ou aumento do apetite 
 – Constipação, palidez, pele fria com 
diminuição do turgor 
– Diminuição da libido (do desejo 
sexual) 
– Diminuição da resposta sexual 
ALTERAÇÕES IDEATIVAS 
– Ideação negativa, pessimismo em 
relação a tudo 
– Idéias de arrependimento e de culpa 
– Ruminações com mágoas antigas 
 – Visão de mundo marcada pelo tédio 
(“A vida é vazia, sem sentido; nada 
vale a pena.”) 
– Idéias de morte, desejo de 
desaparecer, dormir para sempre 
 – Ideação, planos ou atos suicidas 
 
ALTERAÇÕES COGNITIVAS 
– Déficit de atenção e concentração 
 – Déficit secundário de memória 
– Dificuldade de tomar decisões 
 – Pseudodemência depressiva 
 
ALTERAÇÕES DA AUTOVALORAÇÃO 
– Sentimento de auto-estima 
diminuída 
 – Sentimento de insuficiência, de 
incapacidade 
 – Sentimento de vergonha eautodepreciação 
ALTERAÇÕES DA VOLIÇÃO E DA 
PSICOMOTRICIDADE 
– Tendência a permanecer na cama 
por todo o dia (com o quarto escuro, 
recusando visitas, etc.) 
– Aumento na latência entre as 
perguntas e as respostas 
 – Lentificação psicomotora até o 
estupor 
– Estupor hipertônico ou hipotônico 
 – Diminuição da fala, redução da voz, 
fala muito lenta 
– Mutismo (negativismo verbal) 
 – Negativismo (recusa à alimentação, 
à interação pessoal, etc.) 
SINTOMAS PSICÓTICOS 
– Idéias delirantes de conteúdo 
negativo: 
• Delírio de ruína ou miséria 
• Delírio de culpa 
 • Delírio hipocondríaco e/ou de 
negação dos órgãos 
• Delírio de inexistência (de si e/ ou do 
mundo) 
– Alucinações, geralmente auditivas, 
com conteúdos depressivos – Ilusões 
auditivas ou visuais 
 – Ideação paranóide e outros 
sintomas psicóticos humor-
incongruentes 
CARACTERIZAÇÃO DO EPISÓDIO 
DEPRESSIVO 
EPISÓDIOS DEPRESSIVO CID-10 (F32) 
A. CRITÉRIOS GERAIS 
 
• O EPISÓDIO DEVE TER DURAÇÃO DE PELO MENOS 2 SEMANAS 
• NÃO HAVER SINTOMAS MANÍACOS OU HIPOMANÍACOS EM QUALQUER ÉPOCA DA VIDA 
• O EPISÓDIO NÃO DEVE ESTAR RELACIONADO AO USO DE SUBS. PSICOATIVAS 
B. CRITÉRIOS PRINCIPAIS (2 OU MAIS DESTES SINTOMAS DEVEM ESTAR PRESENTES) 
 
• HUMOR DEPRESSIVO, TRISEZA PROFUNDA 
• INIBIÇÃO OU AUSÊNCIA DA CAPACIDADE DE SENTIR ALEGRIA OU PRAZER 
• REDUÇÃO DE ENERGIA E FATIGABILIDADE AUMENTADA (HIPOATIVIDADE, FADIGA). 
C. SINTOMAS ADICIONAIS PARA EPISÓDIOS DEPRESSIVOS 
 
• PERDA DE CONFIANÇA, DA AUTO-ESTIMA E DA ESPERANÇA (IDÉIAS PESSIMISTAS EM 
RELAÇÃO AO FUTURO. 
• SENTIMENTOS IRRACIONAIS DE AUTO-REPROVAÇÃO OU CULPA EXCESSIVA E INAPROPIADA, 
COM SENTIMENTO DE INUTILIDADE. 
• PENSAMENTOS RECORRENTES DE MORTE OU MANIFESTAÇÃO DE IDÉIA E 
COMPORTAMENTO SUICIDA. 
• QUEIXAS OU EVIDÊNCIAS DA DIMINUIÇÃO DA CAPACIDADE DE PENSAR (BRADISPSIQUIA) 
E DE CONCENTRAR-SE (HIPOPROXEXIA). 
• LENTIFICAÇÃO OU, ÀS VEZES, AGITAÇÃO PSICOMOTORA. 
• QUALQUER TIPO DE PERTUBAÇÃO DO SONO (INSÔNIA E HIPERSONIA) 
• ALTERAÇÃO DO APETITE (DIMINUIÇÃO OU AUMENTO), COM CORRESPONDENTE DO 
PESO 
D. PODE HAVER A PRESENÇA OU A AUSÊNCIA DA CHAMADA SÍNDROME SOMÁTICA 
(CARACTERÍSTICAS MELANCÓLICAS, NEUROVEGETATIVAS OU FÍSICAS) 
 
• MARCANTE PERDA DE INTERESSE E PRAZER EM ATIVIDADES QUE SÃO NORMALMENTE 
PRAZEROSAS 
• FALTA DE REAÇÕES EMOCIONAIS A EVENTOS OU ATIVIDADES QUE SÃO NORMALMENTE 
PRAZEROSAS. 
• LEVANTAR-SE DE MANHÃ 2 OU MAIS HORAS ANTES DO HABITUAL (INSÔNIA TERMINAL) 
• DEPRESSÃO PIOR PELA MANHÃ 
• EVIDÊNCIA OBJETIVA DE RETARDO OU AGITAÇÃO PSICOMOTORA, OBSERVADO OU 
RELATADO 
• MARCANTE PERDA DE APETITE (ANOREXIA) 
• MARCANTE PERDA DA LIBIDO 
O episódio depressivo pode ser leve, moderado ou grave, com ou 
sem sintomas psicóticos. 
 
 DEPRESSÃO LEVE – a pessoa pode apresentar dois ou três 
sintomas dos descritos anteriormente, sofrer com manifestação 
destes, mas conseguir manter sua vida diária. 
 
DEPRESSÃO MODERADA – o cliente apresenta 4 ou mais sintomas 
e experimenta dificuldades nas atividades cotidianas. 
 
 DEPRESSÃO GRAVE SEM SINTOMAS PSICÓTICOS – vários dos 
sintomas são marcantes, como a perda de auto-estima e a presença 
de idéias de desvalia ou culpa, e produzem sofrimento intenso. O 
cliente não consegue desempenhar as atividade diárias. 
Idéias e atos suicidas são freqüentes, bem como a presença de 
sintomas somáticos. 
 
 DEPRESSÃO GRAVE COM SINTOMAS PSICÓTICOS – devem estar 
presentes mais de 4 dos sintomas citados associados a delírios ou 
alucinações e estupor depressivo. A gravidade do episódio em geral 
impossibilita as atividades sociais e ocupacionais. A pessoa pode 
morrer por desidratação, desnutrição ou cometer suicídio 
Trata-se de uma depressão crônica, geralmente de intensidade leve, 
muito duradoura. Começa no início da vida adulta e persiste por 
vários anos. Os sintomas depressivos mais comuns são diminuição 
da auto-estima, fatigabilidade aumentada, dificuldade em tomar 
decisões ou se concentrar, mau humor crônico, irritabilidade e 
sentimento de desesperança. Os sintomas devem estar presentes 
de forma ininterrupta por, pelo menos, dois anos. 
 
DISTIMIA 
Trata-se de um subtipo de depressão na qual predominam os 
sintomas classicamente endógenos. Sinais e sintomas como 
lentificação psicomotora, anedonia, alterações do sono e do 
apetite, piora dos sintomas no período da manhã (melhora no 
período da tarde e da noite) e idéias de culpa devem fazer o 
clínico pensar em depressão tipo endógena ou melancólica (Del 
Porto, 2000). 
DEPRESSÃO TIPO MELANCÓLICA 
OU ENDÓGENA 
É uma depressão grave, na qual ocorrem, associados aos sintomas 
depressivos, um ou mais sintomas psicóticos, como delírio de ruína 
ou culpa, delírio hipocondríaco ou de negação de órgãos ou 
alucinações com conteúdos depressivos. 
 
Se os sintomas psicóticos são de conteúdo negativo, depressivo, 
são classificados como sintomas psicóticos humor-congruentes (de 
culpa, doença, morte, punição, etc.). 
 
Caso os sintomas psicóticos não sejam de conteúdo negativo, são 
denominados sintomas psicóticos humor-incongruentes (delírio de 
perseguição, de inserção de pensamentos, auto-referentes, etc.). 
DEPRESSÃO PSICÓTICA 
 
É um estado depressivo grave, no qual o paciente permanece dias 
na cama ou sentado, em estado de catalepsia (imóvel; em geral 
rígido), com negativismo que se exprime pela ausência de 
respostas às solicitações ambientais, geralmente em estado de 
mutismo, recusando alimentação, muitas vezes urinando e 
defecando no leito. 
 
O paciente pode, nesse estado, desidratar e vir a falecer por 
complicações clínicas (pneumonia, insuficiência pré-renal, 
desequilíbrios hidroeletrolíticos). 
ESTUPOR DEPRESSIVO 
É uma síndrome depressiva causada ou fortemente associada a 
uma doença ou um quadro clínico somático, seja ele 
primariamente cerebral ou sistêmico. Síndromes e doenças como 
hipo ou hipertireoidismo, hipo ou hiperparatireoidismo, lúpus 
eritematoso sistêmico, doença de Parkinson e acidentes vasculares 
cerebrais (AVCs) apresentam, com significativa freqüência, quadro 
depressivo que faz parte da própria condição patológica. 
 
No caso dos AVCs, ocorre depressão após o episódio agudo, sendo 
que, de modo geral, AVCs no hemisfério esquerdo e mais próximos 
do pólo frontal desencadeiam mais freqüentemente depressões 
secundárias . 
DEPRESSÃO SECUNDÁRIA OU ORGÂNICA 
TRATAMENTO 
O tratamento farmacológico da depressão é feito com 
antidepressivo, de forma isolada ou com a associação de vários 
medicamentos. 
 
Se caso não produzirem o resultado esperado, o cliente é 
reavaliado e o clínico pode decidir pela introdução de 
antipsicóticos, estabilizadores do humor ou eletroconvulsoterapia. 
 
Terapias complementares associadas à farmacoterapia têm sido 
utilizadas e contribuindo muito para a qualidade de vida das 
pessoas com esse transtorno, para a adesão ao tratamento com o 
psicofármaco e para o desenvolvimento de convivência mais 
saudável com novo ritmo de vida. 
TRANSTORNO DO HUMOR: 
EPISÓDIO MANIÁCO OU 
MANIA 
NO TRANSTORNO DO HUMOR O EPISÓDIO MANÍACO – 
HOPIMANIA E MANIA – É ESTUDADO ATUALMENTE 
INTEGRADO OS TRANSTORNOS BIPOLARES 
A euforia ou alegria patológica e a elação (ou expansão do Eu) 
constituem a base da síndrome maníaca (Belmaker, 2004). 
 
Além disso, é fundamental e está quase sempre presente a 
aceleração de todas as funções psíquicas (taquipsiquismo), 
manifestando-se como agitação psicomotora, exaltação, loquacidade 
ou logorréia e pensamento acelerado. 
 
A atitude geral do paciente é alegre, brincalhona ou irritada, 
arrogante. Além das alterações propriamente do humor (euforia, 
elação) e do ritmo psíquico (aceleração), na esfera ideativa verifica-se 
um pensamento em geral superficiale impreciso; o paciente fala 
mais do que pensa. 
 SINAIS E SINTOMAS NAS SÍNDROMES MANÍACAS 
1. Aumento da auto-estima. O paciente sente-se superior, melhor, mais potente, etc 
2. Insônia. Mais precisamente, a diminuição da necessidade de sono. 
3. Elação. Sentimento de expansão e engrandecimento do Eu. 
4. Loquacidade. Produção verbal rápida, fluente e persistente. 
5. Logorréia. Produção verbal muito rápida, fluente, com perda das concatenações lógicas. 
 6. Pressão para falar. Tendência irresistível de falar sem parar. 
7. Distraibilidade. Atenção voluntária diminuída, e espontânea, aumentada. 
 8. Agitação psicomotora. Pode ser muito intensa até quadro de furor maníaco. 
 9. Irritabilidade. Pode ocorrer em graus variados, desde leve irritabilidade, passando pela 
beligerância, até a franca agressividade. 
10. Arrogância. Em alguns pacientes maníacos, é um sintoma destacável. 
11. Heteroagressividade. Geralmente desorganizada e sem objetivos precisos. 
12. Desinibição social e sexual. Leva o indivíduo a comportamentos inadequados em seu meio 
sociocultural; comportamentos que o paciente não realizaria fora da fase maníaca. 
13. Tendência exagerada a comprar objetos ou a dar seus pertences indiscriminadamente. 
 
É a forma mais intensa da mania, com taquipsiquismo 
acentuadíssimo, agitação psicomotora importante, 
heteroagressividade, fuga de idéias e delírio de grandeza. 
Pacientes idosos ou com lesões cerebrais prévias, em fase de 
mania grave, podem se apresentar confusos, desorientados, com 
aparente redução do nível de consciência. Tal apresentação pode 
dificultar o diagnóstico diferencial entre síndrome maníaca e 
delirium. 
MANIA FRANCA OU GRAVE 
Hipomania (ou episódio hipomaníaco) 
É uma forma atenuada de episódio maníaco, que muitas vezes 
passa despercebida, não recebendo atenção médica. O indivíduo 
está mais disposto que o normal, fala muito, conta piadas, faz 
muitos planos, não se ressente com as dificuldade e os limites da 
vida. Pode ter diminuição do sono, não se sente cansado após 
muitas atividades e deseja sempre fazer mais. 
 
O característico da hipomania é que o indivíduo e seu meio não são 
seriamente prejudicados; 
 
A hipomania não produz disfunção social importante, e não há 
sintomas claramente psicóticos. Muitas vezes, a pessoa acometida 
não busca serviços médicos. 
 
MANIA COM SINTOMAS PSICÓTICOS 
 
É um episódio maníaco grave com sintomas 
psicóticos, tais como delírio de grandeza ou 
poder, delírios místicos, às vezes 
acompanhados de alucinação auditiva ou 
visual. Nesses casos, o paciente geralmente 
apresenta um comportamento bastante 
alterado, com agitação psicomotora e 
desinibição social e/ou sexual importante. 
 
MANIA SEM SINTOMAS PSICÓTICOS 
 
O humor está predominantemente elevado, 
expansivo ou irritável fora do padrão normal 
para a pessoa em foco e presente há pelo 
menos uma semana. 
Geralmente apresenta inquietação física, 
loquacidade aumentada, distração ou 
mudanças rápidas de atividade e planos, 
auto-estima inflada. 
 O tratamento é feito com estabilizadores de humor, antipsicóticos 
atípicos e típicos. 
 
A eletroconvulsoterapia tem se mostrado efetiva na fase aguda da 
mania. 
 
A indicação dos tratamentos depende da fase em que se encontra 
a evolução da doença e de critérios médicos. 
 
As terapias complementares associadas à farmacoterapia e ao 
programa psicoeducacional têm sido utilizadas e contribuído muito 
para a qualidade de vida das pessoas com esse transtorno e para 
adesão ao novo ritmo de vida e ao tratamento. 
TRATAMENTO 
TRANSTORNO DE HUMOR: 
TRANSTORNO AFETIVO 
BIPOLAR OU TRANSTORNO 
BIPOLAR DO HUMOR 
O transtorno afetivo bipolar (TAB) é uma doença crônica, 
recorrente, que compromete o funcionamento e o bem-estar da 
pessoa afetada e de sua família no curso da vida. 
 
É subdiagnosticado e pode levar anos para ser reconhecido. 
 
Existe uma demanda reprimida crescente e, para assumi-la com 
responsabilidade, tem-se de priorizar as intervenções eficientes, 
considerando-se não só os recursos terapêuticos como os de 
pesquisa e de educação continuada, o treinamento de técnicos e 
orientação para saúde dos clientes e de seus familiares, dos amigos 
e da comunidade. 
CARACTERIZAÇÃO 
O TAB é marcado por alternância no estado de humor, de energia e 
de habilidade da pessoa para o desempenho diário. 
 
Os transtornos bipolares caracterizam-se por seu caráter fásico, 
episódico, semelhante ao de outros transtornos mentais e 
neurológicos. Os episódios de mania e depressão ocorrem de modo 
relativamente delimitado no tempo e, com freqüência, há períodos 
de remissão, em que o humor do paciente encontra-se eutímico e as 
alterações psicopatológicas mais intensas regridem. 
 
Ocorre o prejuízo no desempenho profissional, ocupacional, social e 
pessoal durante esta fase também é evidenciado. 
EPIDEMIOLOGIA 
Estudos epidemiológicos recentes, ampliam o limiar de TB e 
estimam que a prevalência para o TB esteja em torno de 5 a 8%. 
 
Em relação á idade, o transtorno bipolar iniciar-se mais 
precocemente, podendo seu início dar-se da infância aos 50 anos, 
com a média de 30 anos. 
 
O TB não há diferença na prevalência quando ao gênero e á etnia. 
O TB I acomete igualmente ambos os gêneros 
O TB II é mais freqüente entre as mulheres, que pode estar 
relacionada ao hipotireoidismo, ao efeito de hormônios esteróides 
ou vinculada ao uso de antidepressivo. 
TRANSTORNO BIPOLAR TIPO I 
São episódios depressivos leves a graves, intercalados com fases de 
normalidade e fases maníacas bem-caracterizadas. 
 
TRANSTORNO BIPOLAR TIPO II 
São episódios depressivos leves a graves, intercalados com períodos 
de normalidade e seguidos de fases hipomaníacas (aqui o paciente 
não apresenta fases evidentemente maníacas, mas apenas 
hipomaníacas). 
 
 
CICLOTIMIA (TRANSTORNO PERSISTENTE DO HUMOR) 
 
Na Ciclotimia, ocorre oscilações de humor por um período de mais 
de dois anos, compreendendo vários períodos de depressão e 
hipomania com ou sem períodos intermediários de humor normal, 
os quais podem ser sinais prodrômicos de sintoma bipolar. 
 
A idade de início está entre 14 e 25 anos 
 
Conflitos conjugais, história de relacionamentos instáveis, 
extravagâncias financeiras, alterações seguidas de rotinas de vida, 
podem se tornar desorganizadas e apresentar dificuldades na escola 
e no trabalho. 
TRANSTORNO AFETIVO BIPOLAR, TIPO “CICLADOR” RÁPIDO 
 
Nesses casos, ocorrem muitas fases depressivas, maníacas, 
hipomaníacas ou mistas em curto período, com apenas breves 
períodos de remissão. 
 
Para o diagnóstico do tipo “ciclador” rápido, é necessário que o 
paciente tenha apresentado, nos últimos 12 meses, pelo menos 
quatro episódios bem caracterizados e distintos de mania (ou 
hipomania) e/ou depressão. 
 
Para dois episódios da mesma polaridade, deve-se verificar intervalos 
de dois meses de humor normal ou, no caso de episódios de 
polaridade distinta, guinada para episódio de polaridade oposta (sem 
necessidade de períodos intermediários de normalidade do humor). 
Diagnóstico de episódio maníaco Subtipos de transtorno bipolar (TB) 
Três ou mais dos sintomas (quatro se o humor 
for apenas irritado) por pelo menos uma 
semana 
 • Auto-estima elevada 
• Grandiosidade 
 • Muito falante, loquaz ou logorréico 
• Fuga de idéias 
• Distraibilidade 
• ↓ Necessidade de sono 
• Aceleração psicomotora 
• Desinibição social e/ou sexual 
• ↑↑↑ Gasto de dinheiro 
• ↑↑↑ Envolvimento em atividades 
prazerosas 
TB EPISÓDIO MANÍACO ÚNICO TB TIPO I a 
pessoa já apresentou ou está apresentando 
um conjunto de sintomas de mania durante o 
curso do transtorno. O TB I cursa com a mania 
 
TB TIPO II com mais de um episódio 
(hipomaníaco oudepressivo maior, mas pelo 
menos um hipomaníaco): especificadores 
semelhantes aos recém-descritos (menos 
maníacos) 
 
TRANSTORNO CICLOTÍMICO: por pelo menos 
dois anos, numerosos períodos com sintomas 
hipomaníacos e sintomas depressivos (que 
não satisfazem os critérios para episódio 
depressivo maior ou grave) 
 
As pessoas separadas e divorciadas apresentam maior freqüência 
de TB, porém há a ponderação sobre a ocorrência dessas situações 
serem decorrentes de relacionamentos conflituosos que este 
transtorno, em geral, pode provocar. 
 
O TB é considerado o transtorno mental com mais alta ocorrência 
de suicídio e apresenta alto índice não só de morbidade como de 
mortalidade. 
 
O que demonstram a necessidade de mais atenção das políticas de 
saúde pública. 
O TB é apontado como tendo forte influência de fatores genéticos, 
neurobiológicos (ritmo biológico, neurotransmissores), 
neuroendócrinos, entre outros. 
 
Aproximadamente 50% das pessoas com TB I têm pelo menos um 
dos pais com transtorno afetivo, principalmente depressão. 
 
Um dos problemas mais sérios em relação a esses transtornos é o 
tempo compreendido entre o seu início e o diagnóstico correto. o 
TB I leva em média 10 anos e o TB II em torno de 3 anos para ser 
diagnosticado adequadamente. 
ETIOLOGIA 
TRATAMENTO 
São utilizados fármacos com estabilizadores do humor (lítio e 
anticonvulsivantes), antidepressivos, antipsicóticos atípicos e 
típicos, ansiolíticos, eletroconvulsoterapia e as terapias 
complementares como a cognitico-comportamental, 
interpessoais e psicossociais. 
 
estudos evidenciam a importância do programa psicoeducacional 
aberto dirigido à pessoa com TB, à sua família, aos amigos e 
interessados, na aceitação do transtorno, na adesão ao 
tratamento, na adaptação ao ritmo de vida do cliente e dos 
familiares e em adequações necessárias para prevenir 
recorrências e recaídas. 
PROCESSO DE ENFERMAGEM 
No desenvolvimento do processo de enfermagem ao cliente com 
Transtorno Bipolar, deve- se levar em consideração os diagnósticos 
de enfermagem, os resultados esperados e as intervenções 
utilizados para episódios maníacos e depressivos. 
 
Lembrando sempre que pode haver oscilações de humor, bruscas 
ou não. 
Mais intervenções de enfermagem 
 
 
 esclarecer a família sobre a importância da identificação dos 
sinais prodrômicos. 
 orientar o cliente para que ele não interrompa a medicação sem 
consultar o seu médico. 
 estar atento às mudanças de comportamento do cliente. Além 
das oscilações de humor próprias do transtorno, foi observada, 
também, a associação de sintomas maníacos ao tratamento de 
antidepressivos, bem como ciclagem rápida. 
 orientar cliente, familiares e cuidadores, alertando-os para os 
períodos de eutimia – devendo manter a continuidade do 
tratamento. 
 permanecer alerta às mudanças de humor para identificar as 
manifestações de comportamento indicativos de risco de indução 
ou de exacerbação de episódio depressivo. 
 orientar o cliente e família a procurar o serviço de saúde mental 
sempre que perceber mudanças no comportamento do familiar 
com transtorno. 
 orientar cliente e familiares sobre a medicação prescrita. Os 
efeitos desejados e colaterais. Dar explicações claras e respeito das 
oscilações de comportamento que podem ocorrer. 
 estabelecer plano de orientação à família ou ao cuidador sempre 
que possível. 
 orientar cliente e familiares sobre os recursos da comunidade 
 encaminhar cliente e familiares para programa psicoeducacional 
dirigido para transtornos do humor. 
 se não houver estes programas, estimular sua criação junto a 
clientes. Familiares, amigos e comunidade. 
 documentar todas as ações de enfermagem. 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
Embora tenha sido apontado já no Velho Testamento, o transtorno do 
humor continua a desafiar a ciência apesar dos avanços ocorridos. 
 
É sabido que diversos tratamentos tenham sua indicação, o que 
parece ser a forma ideal é a associação entre eles e as diversas formas 
de psicoterapia, além da psicoeducação do cliente e sua família, pois, 
em geral, esses transtornos exigem seguimento ao longo do curso da 
vida. 
 
 
O programa psicoeducacional aberto dirigido à pessoa com TH, aos 
seus familiares, aos amigos e aos profissionais tem promovido o 
encontro deste para compartilharem suas idéias de forma mais 
saudável entre si e com profissionais. É fundamental para apoiar a 
adesão ao tratamento, realizar mudanças no estilos de vida, 
oferecer informações sobre sianis prodrômicos de recaída, evitando 
assim o agravamento da situação. 
 
Essa estratégia deveria ser adotada em todos os serviços de saúde 
mental, pois esses transtornos constituem um problema sério da 
saúde mental e saúde pública.

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