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RESUMO AV1 – DIREITO PENAL I História do Direito Penal - Nas sociedades antigas, onde ainda não havia um órgão que exercesse a autoridade coletiva, o respeito às normas era baseado no temor religioso ou até mesmo mágico. - Da vingança o Direito Penal evoluiu para a composição. Por esse método o autor do delito “comprava” a sua liberdade. Em vez da vingança de sangue era oferecido um valor sufi ciente para “cobrir” os danos sofridos pela vítima. Porém, todos esses métodos são de ordem privada. Com a evolução social e uma maior organização estatal, aproximadamente a partir do séc. XII, o Estado afastou a vingança privada e assumiu o poder-dever de aplicar a vingança pública. Torna-se dever do Estado manter a ordem e fazer justiça. - O direito era instrumento para que a nobreza e o clero permanecessem no poder político e econômico. A ausência de proporcionalidade ou respeito à dignidade humana era vista na desigualdade de punição entre nobres e plebeus, na indeterminação das penas e na definição dos crimes, na falta de publicidade no processo, na ausência de defesa e nos meios inquisitoriais. - Esses excessos criaram na consciência comum a exigência da imediata reforma das leis penais, e assim inicia-se o período humanitário. História do Direito Penal no Brasil - O Livro V das Ordenações Filipinas, de 1603, foi a legislação penal utilizada no Brasil durante o período colonial. Essa legislação refletia o espírito dominante à época, que não distinguia o direito da moral e da religião. - O Direito Penal desse período era visto como primeira ou única opção. As condutas hoje abarcadas por outras áreas do direito, como o administrativo ou civil, recebiam tratamento penal. Controle Social, Ciências Penais e Estado Democrático de Direito - O controle social pode ser formal e informal. O informal é aquele aplicado pela família, escola, igreja, partido político, opinião pública, vizinhos, clube e nem sempre será suficiente para solucionar conflitos mais complexos. Das necessidades humanas decorrentes da vida em sociedade surge o Direito, que visa garantir condições indispensáveis à coexistência pacífica. - O fato que contraria a norma legal, ofendendo ou pondo em perigo um bem jurídico tutelado, é um ilícito jurídico e poderá ter consequências em vários ramos do Direito. O Direito Penal constitui uma das espécies do sistema de controle social formal. Possui regras e princípios especiais, devendo ser utilizado apenas como ultima ratio, ou seja, para os casos de ofensas graves aos bens jurídicos fundamentais, os mais sensíveis à sociedade. - Os princípios penais decorrem da Constituição Federal de 1988 que deu forma, na República Federativa do Brasil, a um tipo de estado designado como Estado Democrático de Direito -> determina que são invioláveis os direitos à liberdade, à vida, à igualdade, à segurança e à propriedade. Dessa forma, a limitação a esses direitos ou garantias constitucionais somente se justifica quando a ofensa ou a ameaça sejam proporcionais à intervenção do Direito Penal e a aplicação da pena ou medida de segurança. Conceitos, Características e Funções do Direito Penal - Ramo do direito público. - Tem por função primordial servir como modelo orientador de condutas adequadas, promovendo o normal funcionamento da vida em sociedade. Fontes - As fontes materiais indicam o órgão encarregado da produção do direito penal. Em nosso ordenamento jurídico, somente a União possui competência legislativa para criar normas penais. (Note-se que o parágrafo único do dispositivo constitucional citado prevê que lei complementar poderá autorizar os Estados a legislar sobre questões específicas acerca de matérias penais) - As fontes formais, por sua vez, subdividem-se em imediatas e mediatas. Somente a lei pode servir como fonte primária e imediata do direito penal, porquanto não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal. Admitem-se, no entanto, fontes secundárias ou mediatas: são os costumes e os princípios gerais de direito. Tais fontes formais sofrem importante limitação como decorrência do princípio da legalidade; Não se admite que de seu emprego resulte o surgimento de crimes não previstos em lei ou, ainda, a agravação da punibilidade de delitos já existentes. - Costumes não revogam lei penal nem criam crime, apenas fomentam o legislador para atualizar a legislação. Princípios Constitucionais e Infraconstitucionais do Direito Penal - Princípio da dignidade da pessoa humana: Proíbe a incriminação de comportamentos socialmente inofensivos e impede que a aplicação das normas penais ocorra de maneira totalmente divorciada da realidade. - Princípio da legalidade: Não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal. - Princípio da anterioridade da lei penal: A lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu. - Princípio do ne bis in idem: Ninguém pode ser condenado pelo mesmo fato mais de uma vez; além disso, uma única e determinada circunstância fática não pode ser utilizada mais de uma vez, seja para agravar, seja para beneficiar o agente. - Princípio da insignificância ou da bagatela: Comportamentos que produzam lesões insignificantes aos objetos jurídicos tutelados pela norma penal devem ser considerados penalmente irrelevantes. A aplicação do princípio produz fatos penalmente atípicos. - Princípio da alteridade ou da transcendentalidade(lesividade): Proíbe a incriminação de atitude meramente subjetiva, que não ofenda bem jurídico alheio. A ação ou omissão puramente pecaminosa ou imoral não apresenta necessária lesividade que legitima a intervenção do direito penal. Por conta desse princípio, não se pune a autolesão, salvo quando se projeta a prejudicar terceiros. Não há crime sem lesão efetiva ou ameaça concreta ao bem jurídico tutelado — nullum crimen sine injuria. Daí resulta serem inconstitucionais os crimes de perigo abstrato (ou presumido), nos quais o tipo penal descreve determinada conduta sem exigir ameaça concreta ao bem jurídico tutelado. - Princípio da ofensividade: Não há crime sem lesão efetiva ou ameaça concreta ao bem jurídico tutelado — nullum crimen sine injuria. Daí resulta serem inconstitucionais os crimes de perigo abstrato (ou presumido), nos quais o tipo penal descreve determinada conduta sem exigir ameaça concreta ao bem jurídico tutelado. - Princípio da exclusiva proteção de bens jurídicos (ou princípio do fato): Deriva, como muitos, do princípio da dignidade da pessoa humana e do fato de o Brasil ser um Estado Democrático de Direito. Dele decorre que o direito penal não pode tutelar valores meramente morais, religiosos, ideológicos ou éticos, mas somente atos atentatórios a bens jurídicos fundamentais e reconhecidos na Constituição Federal. - Princípio da intervenção mínima: Somente se deve recorrer à intervenção do direito penal em situações extremas, como a última saída (ultima ratio). A princípio, portanto, deve-se deixar aos demais ramos do direito a disciplina das relações jurídicas. - Princípio da fragmentariedade: Trata-se, na verdade, de uma característica do direito penal, mencionada por alguns autores também sob a forma de princípio, estabelecendo que as normas penais somente devem-se ocupar de punir uma pequena parcela, um pequeno fragmento dos atos ilícitos, justamente aquelas condutas. - Princípio da adequação social: O fato deixará de ser típico quando aceito socialmente. Tal princípio não tem merecido acolhida da maioria da jurisprudência, uma vez que sua aceitação implicaria a conclusão de que os costumes teriam força para revogar lei penal, o que é inadmissível. - Princípio da Humanidade: As normas penais devem sempre utilizar tratamento humanizado aos sujeitos ativos de infrações penais, vedando-se a tortura, o tratamento desumano ou degradante, penas de morte, de caráter perpétuo, cruéis, de banimento ou de trabalhos forçados. - Princípio da Proporcionalidade: “Quando a criação do tipo penal não se revelar proveitosa para a sociedade, estará ferido o princípioda proporcionalidade, devendo a descrição legal ser expurgada de nosso ordenamento jurídico por vício de inconstitucionalidade. Além disso, a pena, isto é, a resposta punitiva estatal ao crime, deve guardar proporção com o mal infligido ao corpo social.”. - Princípio da confiança: Uma pessoa não pode ser punida quando, agindo corretamente e na confiança de que o outro também assim se comportará, dá causa a um resultado não desejado. (OBS: confiança permitida é diferente de abuso de confiança). - Princípio do estado de inocência ou presunção de não culpabilidade: “Ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória”. - Princípio da culpabilidade: não se admite responsabilidade penal objetiva, ou seja, desprovida de dolo ou culpa ou carente de culpabilidade. Teoria da Norma Jurídico-Penal a) imperatividade: impõe-se a todos independentemente de sua vontade ou concordância; b) exclusividade: somente a ela cabe a tarefa de definir infrações penais; c) generalidade: incide sobre todos, generalizadamente; d) impessoalidade: projeta-se a fatos futuros, sem indicar a punição a pessoas determinadas. É possível diferenciar lei penal de norma penal. A primeira designa o enunciado legislativo, ou seja, o fato descrito e a pena a ele cominada (ex.: no crime de homicídio na forma simples — art. 121, caput, do CP — a lei penal é: “Matar alguém. Pena — reclusão, de seis a vinte anos”). A segunda refere-se ao comando normativo implícito na lei, isto é, a norma de conduta imposta a todos (ex.: no caso do homicídio simples: “não matarás”). Classificação Quanto à classificação das normas penais, é possível classificá-las como incriminadora*, que são todos os dispositivos penais que descrevem condutas (preceito primário) e lhes cominam uma pena (preceito secundário) e não incriminadora. * Seu comando normativo pode ser proibitivo ou mandamental. Nos crimes comissivos, a lei penal descreve e pune uma ação esperando que todos se abstenham de praticá-la; trata-se de uma norma proibitiva (ou seja, a ação prevista em lei é proibida, sob ameaça de pena). Nos crimes omissivos, a lei penal descreve uma omissão (um não fazer), porque espera de todos, naquela determinada situação, um comportamento ativo; trata-se de uma norma mandamental (ex.: a lei penal manda agir, sob pena de, omitindo-se, receber uma pena). Norma Penal em Branco Trata-se da lei cujo preceito primário é incompleto (descrição da conduta), embora o preceito secundário seja determinado (pena). Tal lei tem de ser completada por outra, já existente ou futura, da mesma hierarquia ou de hierarquia inferior. - Quando for completada por outra lei -> homogênea. - Quando for completada por um instrumento inferior (portaria, etc) -> heterogênea. Ex: lei de entorpecentes. Descreve a conduta e a pena, mas não diz quais são os entorpecentes proibidos em questão. Analogia em Direito Penal - A analogia é uma forma de suprimento (preenchimento) de lacunas (brechas) legislativas. Consiste em “aplicar, a um caso não contemplado de modo direto ou específico por uma norma jurídica, uma norma prevista para uma hipótese distinta, mas semelhante ao caso não contemplado”. - Para utilizá-la, portanto, é preciso que se verifiquem dois pressupostos: 1º) existência de uma lacuna na lei; 2º) encontro no ordenamento jurídico de uma solução legal semelhante. - Em direito penal, contudo, somente se admite a analogia in bonam partem, ou seja, aquela utilizada em benefício do sujeito ativo da infração penal. Interpretação Analógica Processo de averiguação do sentido da norma jurídica, valendo-se de elementos fornecidos pela própria lei, através de método de semelhança. Ex: Art.121, IV, CP - à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação ou outro recurso que dificulte ou torne impossivel a defesa do ofendido; Conflito Aparente de Normas Um mesmo fato concreto não pode ser enquadrado em vários tipos penais, sob pena de afronta ao princípio do non bis in idem. O conflito aparente de normas penais ocorre quando há duas ou mais normas incriminadoras descrevendo o mesmo fato. Sendo assim, existe o conflito, pois mais de uma norma pretende regular o fato, mas é aparente, porque, apenas uma norma é aplicada à hipótese. Princípio da especialidade -> Será especial e, portanto, prevalecerá a norma que contiver todos os elementos de outra (a geral), além de mais alguns. Também é interessante notar que na relação de especialidade é indiferente se a norma especial é mais ou menos grave. Princípio da subsidiariedade -> Há uma norma mais ampla (norma primária), porque descreve um grau maior de violação ao bem jurídico, e uma norma menos ampla (norma subsidiária), pois descreve um grau inferior de violação a esse mesmo bem. Assim, sendo cometido o fato mais amplo, duas normas incidirão, a que define o fato e a que descreve apenas parte dele. A norma primária, que descreve o ‘todo’, absorverá a menos ampla (a subsidiária), tendo em vista que, esta ‘cabe’ dentro da primeira. Por exemplo, o crime de estupro (art. 213 do CP) contém o de constrangimento ilegal (art. 146 do CP). Se alguém constrange mulher à conjunção carnal, haverá estupro. SEMPRE QUE POSSÍVEL, ENGLOBAR A CONDUTA NA TIPICIDADE MAIS GRAVE. UTILIZAR A MENOS GRAVEE APENAS COMO SOLDADO RESERVA. Princípio da consunção -> Quando um fato definido por uma norma incriminadora é meio necessário ou normal fase de preparação ou execução de outro crime, bem como quando constitui conduta anterior ou posterior do agente, cometida com a mesma finalidade prática àquele crime. (ex.: o porte de arma em relação ao homicídio cometido com tal instrumento; o crime de falsidade exclusivamente utilizado com o fim de cometer estelionato). Princípio da Alternatividade -> Princípio aplicado quando a norma descreve várias formas de realização da figura típica, onde a ação de uma ou de todas configura crime. São os chamados tipos alternativos, que descrevem crimes de ação múltipla. (ex: “Importar, exportar, remeter, preparar, produzir, fabricar, adquirir, vender, expor à venda, oferecer, ter em depósito, transportar, trazer consigo, guardar, prescrever, ministrar, entregar a consumo ou fornecer drogas, ainda que gratuitamente, sem autorização ou em desacordo com a determinação legal ou regulamentar.” – Lei 11.343/2006, Lei de Drogas, art. 33, caput). Tempo do Crime Dentre as três teorias possíveis na matéria: teoria da atividade, teoria do resultado e teoria da ubiquidade (ou mista), o CP adotou a primeira. Assim sendo, considera-se praticado o crime ao tempo da ação ou omissão, ainda que outro seja o do resultado. Conflito de Leis Penais no Tempo Quando várias leis penais que tratam do mesmo assunto de modo distinto se sucedem no tempo, deve o intérprete definir qual delas será aplicada ao fato. A regra é que a lei que deve ser aplicada é a vigente ao tempo da prática do fato criminoso (teoria da atividade). Contudo, existem exceções e elas se dividem em retroatividade (aplicação da lei a fatos cometidos antes da sua vigência quando for mais benéfica. Se não for benéfica, não retroage.) e ultra-atividade (a lei penal revogada pode ser aplicada após sua revogação, quando o ilícito praticado durante a sua vigência for sucedido por lei mais severa). OBS: no caso de crimes permanentes, que se renovam dia após dia (cárcere, guardar drogas), a lei aplicada será a que estiver em vigência no momento do término do crime, mesmo que seja pior que uma eventual anterior. Leis excepcionais e temporárias A lei excepcional ou temporária, embora decorrido o período de sua duração ou cessadas as circunstâncias que a determinaram, julgará os fatos praticados durante sua vigência. Lugar do Crime Teoria da ubiquidade ou mista -> o crime se considera praticado tanto no lugar da conduta quanto naquele em que se produziu ou deveria produzir-se o resultado. OBS: A regra em estudo só terá relevância nos chamados crimes a distância ou de espaço,que são aqueles cuja execução se inicia no território de um país e a consumação se dá ou deveria dar-se em outro. Será competente o foro do local em que o crime se consumou!!!!! Territorialidade Quando a lei penal se aplica ao fato cometido dentro do território nacional. A lei penal brasileira aplica-se em todo o território nacional, ressalvado o disposto em tratados, convenções ou regras de direito internacional. Trata-se do princípio da territorialidade temperada ou mitigada. Por território, no sentido jurídico, deve-se compreender todo o espaço em que o Brasil exerce sua soberania, que abrange: a) os limites compreendidos pelas fronteiras nacionais; b) o mar territorial brasileiro; c) todo o espaço aéreo subjacente ao nosso território físico e ao mar territorial nacional; d) as aeronaves e embarcações: — brasileiras privadas, em qualquer lugar que se encontrem, salvo em mar territorial estrangeiro ou sobrevoando território estrangeiro; — brasileiras públicas, onde quer que se encontrem; — estrangeiras privadas, no mar territorial brasileiro. Extraterritorialidade É o fenômeno pelo qual a lei penal brasileira se aplica a fatos ocorridos fora do território nacional. Teoria do Delito Teoria Material Do ponto de vista material, crime pode ser definido como toda ação ou omissão consciente, voluntária e dirigida a uma finalidade, que cria um risco juridicamente proibido e relevante a bens considerados essenciais para a paz e o convívio em sociedade. Teoria Formal Formalmente, crime é a conduta proibida por lei, com ameaça de pena criminal (prisão, pena alternativa ou multa). Elementos Constitutivos do Crime Teoria Tripartida -> crime é o fato típico, antijurídico (ou ilícito) e culpável. - Fato Típico: ação (de culpa ou de omissão); tipicidade (ou seja, adequação perfeita entre o fato humano e o modelo legal abstrato); resultado (visto como modificação causal no mundo exterior provocada pela conduta); e nexo de causalidade (vínculo que une a conduta ao resultado). - Antijurídico/Ilícito: aquele não amparado por uma causa de exclusão de ilicitude (ex: legitima defesa). - Culpabilidade: vínculo psicológico que une o autor ao fato, por meio do dolo ou da culpa. Obs: coação física e moral excluem culpabilidade por ausência de vontade. Fato Típico e Seus Elementos Conduta Ação ou omissão humana, consciente e voluntária dirigida a uma finalidade. Seus elementos são: exteriorização, consciência e voluntariedade. Faltando um desses elementos, não há de se falar em conduta. - Ação é a conduta positiva que se manifesta por um movimento do corpo humano (“matar”, “constranger”, “subtrair”, etc.). - Omissão é a conduta negativa que consiste na abstenção de um movimento. É o deixar de fazer algo penalmente relevante. Há duas espécies de crimes omissivos: crimes omissivos próprios e crimes omissivos impróprios (comissivos por omissão). Os crimes omissivos próprios são crimes de mera conduta, o tipo penal nem sequer faz uma referência à ocorrência de um resultado no mundo exterior, ou seja, basta o sujeito se omitir para estar configurado o tipo. Nos crimes omissivos impróprios (comissivos por omissão), o tipo penal descreve uma conduta positiva, ou seja, uma ação. O sujeito responde pelo crime porque estava juridicamente obrigado a impedir a ocorrência do resultado. Atenção: para que alguém responda por um crime comissivo por omissão é necessário que, nos termos do art. 13, § 2º, do CP, tenha o dever jurídico de evitar o resultado, os garantidores. Nos casos de crimes omissivos impróprios (comissivos por omissão), o agente garantidor que deixar de agir, tendo ele o PODER E O DEVER, responderá sempre pelo resultado do crime que não evitou. Relação de Causalidade A grande maioria dos tipos penais não se limita a descrever uma ação ou omissão, exigindo também, para fins de consumação, que ocorra um resultado material. Nexo de causalidade consiste justamente nesse vínculo que une a conduta ao resultado nos crimes materiais. Dolo Dolo é a vontade de concretizar as características objetivas do tipo. É destituído de juízo de valor (não se condena o que se quis fazer e sim o porque se quis fazer). Espécies de Dolo - Direto -> quando há intenção. 1º grau: alvo. 2º grau: alguém que acaba morrendo por consequência da tentativa de matar o alvo, sem que o autor se importe com essa possível morte. - Indireto -> tanto faz. - Eventual -> previsão (muito provavelmente vai acontecer) + assumir o risco (to nem aí). Teoria do assentimento. - Geral -> o dolo da primeira conduta contamina a segunda conduta (ex: atira em uma pessoa e a joga no rio pensando que estava morta, mas não estava ainda). Culpa Espécies de Culpa - Previsibilidade (talvez aconteça) Objetiva -> culpa inconsciente. - Falta de dever de cuidado objetivo -> negligência (não tomar cuidado), imprudência (fazer o que não deve) ou imperícia (falta de conhecimento técnico). - Culpa Consciente -> previsão (provavelmente vai acontecer) + acreditar nas habilidades e repudiar o resultado. Classificação dos Crimes Quanto ao Sujeito Ativo Comuns: qualquer pessoa pode praticar, não existe qualidade do autor (ex: homicídio.). Próprio: exige uma qualidade especial do autor, como no crime de infanticídio (ser mãe), ou de peculato (ser funcionário público), podendo ser delegados a outrém. De mão própria: também exige qualidade especial do autor, porém é impossível de ser delegado a alguém. (ex: falso testemunho).
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