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MÉTODOS DE OBSERVAÇÃO EM PSICOLOGIA CONCEITOS E TIPOS Classificação de modalidades de observação. Quanto a estrutura Observação sistemática: também é chamada de estruturada, planejada ou controlada. Visa instrumentos controlados para a coleta de dados. Ela é realizada em condições controladas, e sua principal característica é o planejamento e a sistematização. Aqui, o observador já sabe de antemão o que deseja observar, e deve ser objetivo, procurando reconhecer e eliminar quaisquer erros que ocorram sobre o que está sendo estudado. São construídas categorias a priori para os comportamentos que serão observados, e anotados numa planilha ou outra forma objetiva de Registro. Quanto a estrutura Observação assistemática: objetiva recolher e registrar os dados da realidade sem que o pesquisador utilize meios técnicos especiais ou necessite fazer perguntas diretas. É bastante utilizada em estudos exploratórios e não possuem um planejamento e controles prévios. Rudio afirma que o que caracteriza a observação é o fato de o conhecimento ser obtido através de uma experiência casual, sem que se saiba de antemão o que será observado. Quanto a estrutura Observação assistemática: Lakatos e Marconi (2002) e Richardson (1999) afirmam que o êxito nesta técnica vai depender do observador, de ele estar atento aos fenômenos que ocorrem no mundo que o cerca, perspicácia, discernimento, preparo e treino, além de uma atitude de prontidão. Quanto ao local da observação Observação naturalística: registradas no ambiente real, e os acontecimentos são registrados à medida que ocorrem. Uma vantagem deste método é que ele reduziria os vieses pré-concebidos do fenômeno, e oportunizaria a verificação de comportamentos novos ou não reconhecidos previamente. Quanto ao local da observação Observação em laboratório: visa a descoberta das ações e condutas numa situação estruturada e controlada. Embora este tipo de observação esteja vinculado a um ambiente artificialmente criado pelo observador, e certos fenômenos sejam, portanto, distorcidos devido a esta artificialidade, possibilita um fácil acesso aos recursos instrumentais disponíveis que em outras situações não seria possível (Lakatos e Marconi, 2002; Campos, 2001). Quanto à ação do observador no fenômeno observado Observação não participante: quando o observador permanece de fora do fenômeno, não participando dele; ele executa um papel de expectador. É muito utilizada quando se deseja fazer uma observação naturalística, tendo em vista que não se objetiva que o observador interfira no fenômeno investigado Quanto à ação do observador no fenômeno observado Observação não participante: Objetiva testar conceitos teóricos para determinados fenômenos com base em sua ocorrência; Abstém-se das intervenções no campo; O comportamento e a interação ocorrem naturalmente; Um problema é a definição de um papel que os observadores possam desempenhar e que lhes permita a permanência no campo Quanto à ação do observador no fenômeno observado Observação não participante – fases: •Seleção de um ambiente; •Definição do que deve ser documentado na observação; •Treinamento dos observadores; •Observações descritivas; •Observações focais; •Observações seletivas; •Fim da observação. Quanto à ação do observador no fenômeno observado Observação não participante – limitações: • observação de campo a partir de uma perspectiva externa; • a ser utilizada em espaços públicos; • o ato da observação influencia de alguma forma o observado; • problemas éticos; • mais associada a uma compreensão dos métodos baseada na pesquisa quantitativa e padronizada. Quanto à ação do observador no fenômeno observado Observação participante: o pesquisador, na observação, participa ativamente com o fenômeno observado, que pode ser uma comunidade ou grupo. Assim, observador e observado ficariam no mesmo nível, vivenciando as mesmas situações que o observado. Um dos objetivos deste tipo de observação é a de ganhar a confiança de quem se observa. Nas desvantagens, consta a possibilidade do risco da perda da objetividade, tendo em vista sua relação com o grupo. Observação Participante • Combina análise de documentos, entrevistas, participação e observação diretas. • Três fases – Observação descritiva • guia o pesquisador sobre o campo de estudo – Observação focal • O foco é restrito aos processos mais relevantes no campo – Observação seletiva • Procura mais evidências para processos descobertos na etapa anterior Quanto à ação do observador no fenômeno observado Observação participante: Alves-Mazzotti e Gewandsznajder (2002) referem que as características de um observador participante são semelhantes à do bom entrevistador, qual seja, uma boa capacidade de escuta e empatia, ter uma boa capacidade de adaptação a situações inesperadas, estar familiarizado com a situação estudada e possuir a habilidade para formular várias perguntas. Observação participante • Originário da Antropologia – utilizado por sociólogos que visam: (1) Ver o mundo através do pesquisado (2) Participação do pesquisador no local pesquisado • Influência do Interacionismo Simbólico: saber o sentido que as coisas tem para a ação. Observação participante Pesquisador deve compartilhar as atividades de vida e interesse das pessoas. • Técnica de coleta de dados • Propõe mudança no meio estudado • Interação entre teoria e métodos dirigidos pelo pesquisador Observação participante Considerações: • Técnica menos estruturada nas ciências sociais • Não há questionário / roteiro de entrevista / responsabilidade do observador • Flexibilidade (extrema) pode ser ameaçada por uma série de viéses Observação participante Na descrição das situações sociais para fins observacionais atentar para: – Espaço; – Ator; – Atividade; – Objeto; – Ato; – Evento; – Tempo; – Objetivo; – Sentimento. Observação participante Limitações: • Na forma de como delimitar ou selecionar as situações observacionais; • Na maneira como acessar o campo ou a subcultura estudada. • O método etnográfico concentra-se nas em grupos e culturas humanas; • Refere-se à análise descritiva das sociedades, principalmente as tradicionais e de pequena escala. • A etnografia é uma metodologia qualitativa de pesquisa que teve sua origem na antropologia cultural. Etnografia Objetivos: Entender a visão que os nativos têm de seu mundo, visão êmica (visão própria do grupo); Aprender (mais do que estudar) a partir dos membros de um grupo cultural; Descrever uma cultura ou aspectos de uma determinada cultura; Compreender a natureza humana O método para estudar variações culturais em áreas específicas e estudar grupos de pessoas como subculturas dentro de contextos sociais mais amplos. Etnografia Estruturação do Estudo - Questão da Pesquisa São feitas perguntas sobre os modos de vida ou modelos específicos de comportamento dentro do contexto social de uma cultura ou subcultura. Estudos etnográficos abordam questões que dizem respeito a forma como o conhecimento cultural, normas, valores, e outras variáveis contextuais influenciam a experiência de algo em uma pessoa. Ex: O que significa confortar em famílias hispânicas? Etnografia - Perspectiva do Pesquisador É a de um observador participante, alguém que escuta, comouma escuta flutuante da psicanálise. - Seleção de Participantes/Material O etnógrafo escolhe um grupo cultural que está vivendo o fenômeno sob investigação. O pesquisador reúne informações a partir de informantes gerais e de informantes-chave. Etnografia Organização dos dados No método etnográfico o pesquisador é considerado o principal instrumento e tem a flexibilidade de decidir quando e como coletar os dados. A principal forma de coleta de dados é a observação participante, embora outras técnicas como a entrevista, conversas informais, análise documental e história de vida, sejam conjuntamente utilizadas. A pesquisa etnográfica sempre envolve entrevistas face a face, com coleta e análise de material no cenário natural. Etnografia Quanto ao número de observadores Observação individual: realizada somente por um pesquisador. A vantagem é a praticidade desta modalidade de observação, e dentre as desvantagens está a possibilidade de distorção do observado sem a possibilidade de confrontação com outros observadores (Lakatos e Marconi,2002). Quanto ao número de observadores Observação em equipe: a grande vantagem da observação em equipe é a possibilidade de confrontação dos dados obtidos pelos diversos observadores. Ainda, todos podem observar os mesmos aspectos do fenômeno ou, então, observar diferentes aspectos do observado. Outra vantagem é a possibilidade de que vários observadores preencham diferentes instrumentos. A desvantagem é o investimento na formação e ter disponibilidade de vários observadores (Lakatos e Marconi, 2002). Dimensões do Método de Observação… Espaço Atores Atividades Objetos Atos Eventos Tempo Metas Sentimentos Próxima aula... • Leitura do texto “Observar sem avaliar”. Segundo texto da coletânea (xerox do Rogério); • Discussões Referencias: • Revista de Psicologia da UnC, vol 2, n. 1, p. 54 – 61.
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