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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS INSTITUTO DE MATEMÁTICA, ESTATÍSTICA E COMPUTAÇÃO CIENTÍFICA MESTRADO PROFISSIONAL EM MATEMÁTICA APLICADA E COMPUTACIONAL PROFESSOR: MARCIO A. FARIA ROSA ALUNA: JULIANA GOMES F. DE SOUZA RA 089486 RESUMO: Capítulo 10 do livro “Vector Analysis” do autor H. P. Hsu CAMPINAS - SP 2017 Formas Diferenciais Hsu, Hwei P., “Vector Analysis”, Capítulo 10, Simon& Schuster, Nova York, 1969 Este texto trata-se de um resumo a respeito do Capítulo 10 do livro “Vector Analysis” do autor H. P. Hsu. Nele iremos focar nas definições, propriedades e teoremas a respeito de formas diferenciais além de citar alguns exemplos e resolver, ao final, os exercícios propostos pelo autor. Definição 1 (Forma Diferencial Exterior). No espaço tridimensional com coordenadas x, y, z é uma expressão obtida somando e multiplicando funções reais e as diferenciais dx, dy, dz das coordenadas. Nas formas diferenciais as adições e multiplicações obedecem às propriedades associa- tiva e distributivas que conhecemos, porém a multiplicação não é comutativa, ao contrário obedece à lei anticomutativa, isto é, dxidxj = −dxjdxi para 1 ≤ i, j ≤ 3 Por conta desta regra anticomutativa, a multiplicação será representada usando o símbolo ∧, lê-se cunha. Definição 2 (Forma Diferencial de grau p). Dizemos que uma forma diferencial é de grau p (ou uma p-forma) se cada parcela da forma possui uma quantidade p de dx′is, onde p ∈ < Exemplo 1. Observe algumas p-formas: • Toda função diferenciável é uma 0-forma; • Uma expressão do tipo fdx+ gdy + hdz é uma 1-forma; • Uma expressão do tipo fdx ∧ dy + gdy ∧ dz + hdz ∧ dx é uma 2-forma; 1 • Uma expressão do tipo fdx ∧ dy ∧ dz. Observação: Sobre os coeficientes f, g, h, do exemplo acima, supomos serem funções escalares continuamente diferenciáveis das coordenadas. Além disso, de maneira geral temos para um espaço n-dimensional com coordenadas x1, x2, · · · , xn uma p-forma é uma expressão do tipo ∑ ai1···ip(x1, · · · , xn)dxi1 ∧ · · · ∧ dxip , onde, a soma é feita sobre todas as combinações possíveis dos índices p e os coeficientes ai1·ip(x1, · · · , xn) são supostos serem funções infinitamente diferenciáveis nas n variáveis. Teorema 1. Uma forma diferencial exterior é identicamente nula se, e somente se, todos os coeficientes em sua definição são identicamente nulos. Para somar formas diferenciais da mesma classe combinamos os coeficientes com ter- mos semelhantes. ∑ fidxi + ∑ gidxi = ∑ (fi + gi)dxi forma vale para 2-forma ou 3-formas. No entanto devemos organizar os termos que contém as mesmas diferenciais (em ordens diferentes) usando a lei anticomutativa. A multiplicação também conhecida como produto exterior de formas diferenciais de mesma classe, além de obedecer as propriedades associativa e distributiva, também obe- decem a propriedade da anticomutatividade, usando a seguinte notação, dxi ∧ dxj = −dxj ∧ dxi (1) Observação: A ordem dos fatores deve ser mantida quando as formas são multiplicadas (consequência da propriedade anticomutativa). De maneira geral, temos que o produto exterior de uma p-forma e uma q-forma é uma (p+q)-forma. Se p=0 a multiplicação por uma 0-forma não altera o grau da forma, uma vez que as 0-formas são nada mais que funções. Proposição 1. Em qualquer forma diferencial temos que dxi ∧ dxi = 0 2 Demonstração. De fato, pela propriedade anticomutativa temos que: dxi ∧ dxi = −dxi ∧ dxi ⇒ dxi ∧ dxi = 0 Observação: Em um espaço tridimensional todas as p-formas com p > 3 são nulas. Com efeito, como consequência da propriedade anticomutativa, se tivermos um produto de mais de três dx′is com algum dxi aparecendo duas vezes na mesma forma esta p-forma será nula. Por exemplo, dx ∧ dy ∧ dx ∧ dz = −dx ∧ dx ∧ dy ∧ dz = 0 Em geral, o produto exterior de uma p-forma e uma q-forma em um espaço n- dimensional é zero, sempre que p+q for maior que n, pois haverão repetições. Notação: Usaremos letras gregas minúsculas para representar as formas diferenciais. Podemos estabelecer assim a lei anticomutativa para as 1-formas. Isto é, Propriedade 1 (1-forma). Seja α e β duas 1-formas então α ∧ β = −α ∧ β Demonstração. Como α e β são 1-formas podem ser escritas como α = ∑ i fidxi, β = ∑ j gjdxj Usando (1) temos: α ∧ β = (∑ i fidxi ) ∧ ∑ j gjdxj = ∑ i ∑ j figjdxi ∧ dxj = −∑ i ∑ j figjdxj ∧ dxi = − ∑ j gjdxj ∧ (∑ i fidxi ) = −β ∧ α 3 Proposição 2. Se uma transformação é descrita por x=x(u,v) e y=y(u,v), mostrar que dx ∧ dy = ∂(x, y) ∂(u, v)du ∧ dv (2) onde ∂(x, y) ∂(u, v) = ∣∣∣∣∣∣∣ ∂x ∂u ∂x ∂v ∂y ∂u ∂y ∂v ∣∣∣∣∣∣∣ = ∣∣∣∣∣∣∣ xu xv yu yv ∣∣∣∣∣∣∣ (3) é o Jacobiano da transformação. Demonstração: Demonstração. Sabendo que as diferenciais são dadas por: dx = ∂x ∂u du+ ∂x ∂v dv = xudu+ xvdv dy = ∂y ∂u du+ ∂y ∂v dv = yudu+ yvdv, o produto exterior de dx e dy é: dx ∧ dy = (xudu+ xvdv) ∧ (yudu+ yvdv) = xuyudu ∧ du+ xuyvdu ∧ dv + xvyudv ∧ du+ xvyvdv ∧ dv = (xuyv − xvyu)du ∧ dv = ∣∣∣∣∣∣∣ xu xv yu yv ∣∣∣∣∣∣∣ du ∧ dv = ∂(x, y) ∂(u, v)du ∧ dv. Note ainda que (2) é equivalente à lei anticomutativa (1) dos produtos exteriores pois se tivermos dy∧dx em (2) e mudarmos as linhas do determinante, por propriedade teremos −dx ∧ dy (determinante muda de sinal) e, dy ∧ dx = −dx ∧ dy. Observa-se também que (2) aparece no cálculo elementar, isto é, o teorema sobre transformação de integral múltipla requer que dxdy seja substituído por ∂(x, y) ∂(u, v)dudv, quando fazemos a substituição x = x(u, v), y = y(u, v). Assim podemos usar as formas diferenciais para calcular o jacobiano de uma transformação. Exemplo 2. O sistema de coordenadas cilíndricas é definido pela tranformação x = u cos v, y = usenv, z = w. Usando formas diferenciais, vamos achar o Jacobiano ∂(x, y, z) ∂(u, v, w) . 4 Solução: As diferenciais de x, y e z são: dx = cos vdu− usenvdv, dy = senvdu+ u cos vdv, dz = dw. Então o produto exterior será dx ∧ dy ∧ dz = [(cos v)du− (usenv)dv] ∧ [(senv)du+ u(cos v)dv] ∧ dw = (u cos2 vdu ∧ dv − usen2vdv ∧ du) ∧ dw = u(cos2 v + sen2v)du ∧ dv ∧ dw = udu ∧ dv ∧ dw = ∂(x, y, z) ∂(u, v, w)du ∧ dv ∧ dw. Assim, o Jacobiano é ∂(x, y, z) ∂(u, v, w) = u Definição 3. A derivada exterior de uma p-forma ω é uma (p+1)-forma dω obtida apli- cando um operador d para transformar ωdω. As definições de dω para formas no espaço tridimensional são as que seguem. Se a função diferenciável f é uma 0-forma, então df é a 1-forma df = ∂f ∂x dx+ ∂f ∂y dy + ∂f ∂z dz (4) Se ω é uma 1-forma f1dx+f2dy+f3dz, cujos coeficientes fi são funções diferenciáveis, então dω é a 2-forma dω = df1 ∧ dx+ df2 ∧ dy + df3 ∧ dz (5) Se ω é uma 2-forma f1dy∧dz+ f2dz∧dx+ f3dx∧dy, cujos coeficientes fi são funções diferenciáveis, então dω é a 3-forma dω = df1 ∧ dy ∧ dz + df2 ∧ dz ∧ dx+ df3 ∧ dx ∧ dy (6) 5 Resumindo, d(0-forma) = 1-forma d(1-forma) = 2-forma d(2-forma) = 3-forma ... d(n-forma) = (n+1)-forma Para mostrar que vale (4) observe que se f é uma função diferenciável no espaço tridimensional, então do cálculo elementar, a diferencial df de f pode ser escrita usando as derivadas parciais e, df = ∂f ∂x dx+ ∂f ∂y dy + ∂f ∂z dz Justamente, a expressão para a 1-forma. Nos próximos exemplos vamos mostrar que as outras definições acima, sobre a dife- renciação de formas são válidas para 1-forma e 2-forma. Exemplo 3. Vamos achar dω quando ω = f1dx+ f2dy + f3dz e, f1, f2 e f3 são funções diferenciáveis quaisquer. Solução: De (5) e derivando cada fi, i = 1, 2, 3 a derivada exterior será: dω = df1 ∧ dx+ df2 ∧ dy + df3 ∧ dz = ( ∂f1 ∂x dx+ ∂f1 ∂y dy + ∂f1∂z dz ) ∧ dx+ ( ∂f2 ∂x dx+ ∂f2 ∂y dy + ∂f2 ∂z dz ) ∧ dy + ( ∂f3 ∂x dx+ ∂f3 ∂y dy + ∂f3 ∂z dz ) ∧ dz = ( ∂f3 ∂y − ∂f2 ∂z ) dy ∧ dz + ( ∂f1 ∂z − ∂f3 ∂x ) dz ∧ dx+ ( ∂f2 ∂x − ∂f1 ∂y ) dx ∧ dy Exemplo 4. Achar dω para ω dado por ω = f1dy ∧ dz + f2dz ∧ dx+ f3dx ∧ dy onde, f1, f2 e f3 são funções diferenciáveis de x, y e z. 6 Solução: Usando (6) e derivando cada fi, i = 1, 2, 3 temos: dω = df1 ∧ dy ∧ dz + df2 ∧ dz ∧ dx+ df3 ∧ dx ∧ dy = ( ∂f1 ∂x dx+ ∂f1 ∂y dy + ∂f1 ∂z dz ) ∧ dy ∧ dz + ( ∂f2 ∂x dx+ ∂f2 ∂y dy + ∂f2 ∂z dz ) ∧ dz ∧ dx + ( ∂f3 ∂x dx+ ∂f3 ∂y dy + ∂f3 ∂z dz ) ∧ dx ∧ dy = ( ∂f1 ∂x + ∂f2 ∂y + ∂f3 ∂z ) dx ∧ dy ∧ dz A operação de diferenciação no sistema de formas diferenciais corresponde às operações de tomar o gradiente de uma função escalar e o rotacional e a divergência de uma função vetorial. Como mostra o esquema: Observe que aplicando um operador d à 0-forma f(x, y, z), que corresponde a uma função escalar obtemos um 1-forma df = ∂f ∂x dx+ ∂f ∂y dy + ∂f ∂z dz que, por sua vez, corresponde à função vetorial ∇f = [∂f∂x, ∂f∂y, ∂f∂z], isto é o gradi- ente de f . Aplicando o operador d a 1-forma, ω = f1dx+ f2dy + f3dz que corresponde a uma função vetorial f = [f1, f2, f3], obtemos uma 2-forma( ∂f3 ∂y − ∂f2 ∂z ) dy ∧ dz + ( ∂f1 ∂z − ∂f3 ∂x ) dz ∧ dx+ ( ∂f2 ∂x − ∂f1 ∂y ) dx ∧ dy Que corresponde à função vetorial ∇× f , isto é, o rotacional de f . 7 Finalmente, se fizermos a correspondência da 2-forma ωf1dy ∧ dz + f2dz ∧ dx+ f3dx ∧ dy com a função vetorial f = [f1, f2, f3] e aplicando o operador d temos a 3-forma dω = ( ∂f1 ∂x + ∂f2 ∂y + ∂f3 ∂z ) dx ∧ dy ∧ dz, que corresponde, por sua vez, à função escalar ∇f˙ , que nada mais é que o divergente de f . Propriedade 2 (Linearidade). As derivadas exteriores de formas gerais satisfazem a propriedade de linearidade, isto é, d(aα + bβ) = adα + bdβ (7) onde α, β são formas arbitrárias e a, b são números. Proposição 3. Se α é uma p-forma e β é uma q-forma num espaço n-dimensional, temos que: d(α ∧ β) = dα ∧ β + (−1)pα ∧ dβ (8) Demonstração. Primeiramente, vamos mostrar o caso em que α e β são 1-formas. Assim, escreveremos α = ∑ i fidxi e β = ∑ j gjdxj, onde fi, gj(i, j ∈ N) são funções diferenciáveis das coordenadas. Então, da definição de derivada exterior, temos dα = ∑ i dfi ∧ dxi, dβ = ∑ j dgj ∧ dxj Mas, α ∧ β = (∑ i fidxi ) ∧ ∑ j gjdxj =∑ i ∑ j figjdxi ∧ dxj Usando a propriedade anticomutativa (1) e as definições que demos para α, β, dα e dβ, a derivada exterior será: 8 d(α ∧ β) = ∑ i ∑ j d(figj) ∧ dxi ∧ dxj = ∑ i ∑ j [∑ k ∂figj ∂xk dxk ] ∧ dxi ∧ dxj = ∑ i ∑ j (∑ k ∂fi ∂xk gjdxk ) ∧ dxi ∧ dxj + ∑ i ∑ j [∑ k fi ∂gj ∂xk xk ] ∧ dxi ∧ dxj = ∑ i ∑ j (∑ k ∂fi ∂xk dxk ) ∧ dxi ∧ gjdxj + ∑ i ∑ j [∑ k ∂gj ∂xk xk ] ∧ fidxi ∧ dxj = ∑ i ∑ j (dfi ∧ dxi) ∧ gjdxj − ∑ i ∑ j fidxi ∧ (dgj ∧ xj) = ∑ i (dfi ∧ dxi) ∧ ∑ j gjdxj − ∑ i fidxi ∧ ∑ j (dgj ∧ dxj) = dα ∧ β − α ∧ dβ. E a proposição está demonstrada no caso de α e β serem 1-formas. Agora, suponha α e β monômios dados por: α = fdxi1 ∧ · · · ∧ dxip β = gdxj1 ∧ · · · ∧ dxjq Então suas derivadas exteriores são, dα = dfdxi1 ∧ · · · ∧ dxip dβ = dgdxj1 ∧ · · · ∧ dxjq Usando repetidamente a propriedade anticomutativa (1) temos: d(α ∧ β) = d(fg) ∧ dxi1 ∧ · · · ∧ dxip ∧ dxj1 ∧ · · · ∧ dxjq = (fdg + gdf) ∧ dxi1 ∧ · · · ∧ dxip ∧ dxj1 ∧ · · · ∧ dxjq = (df ∧ dxi1 ∧ · · · ∧ dxip) ∧ (gdxj1 ∧ · · · ∧ dxjq) +(−1)p(fdxi1 ∧ · · · ∧ dxip) ∧ (dgdxj1 ∧ · · · ∧ dxjq) = dα ∧ β + (−1)pα ∧ dβ 9 E a proposição está demonstrada para os monômios α e β. O caso geral é obtido da linearidade (7) Lema 1 (de Poincaré). O Lema de Poincaré estabelece que, se ω é qualquer forma dife- rencial de funções diferenciáveis contínuas, então d(dω) = 0 (9) Demonstração. Vamos mostrar primeiro para qualquer 0-forma: Uma vez que uma 0-forma é uma função escalar, façamos ω = f(x, y, z) onde f(x, y, z) é uma função contínua qualquer duas vezes diferenciável. Então, dω = df = fxdx+ fydy + fzdz Portanto, d(dω) = d(df) = dfx ∧ dx+ dfy ∧ dy + dfz ∧ dz = (fxxdx+ fyxdy + fzxdz) ∧ dx+ (fxydx+ fyydy + fzydz) ∧ dy +(fxzdx+ fyzdy + fzzdz) ∧ dz = (fyz − fzy)dy ∧ dz + (fzx − fxz)dz ∧ dx+ (fxy − fyx)dx ∧ dy = 0 pois fyz = fzy, fzx = fxz, fxy = fyx (De maneira similar podemos mostrar que vale para qualquer função de n variáveis. Suponha agora ω uma p-forma no Rn como o seguinte monômio, ω = fdxi1 ∧ · · · ∧ dxip onde f é uma função contínua duas vezes diferenciável de n variáveis. Mas usando (8), d(dω) = d(df ∧ dxi1 ∧ · · · ∧ dxip) = d(df) ∧ dxi1 ∧ · · · ∧ dxip − df ∧ d(dxi1 ∧ · · · ∧ dxip) = −df ∧ d(dxi1 ∧ · · · ∧ dxip) uma vez que d(df) = 0 pela primeira parte da demonstração, fica suficiente mostrar que d(dxi1 ∧ · · · ∧ dxip) = 0 10 Para isso vamos usar indução em p. Suponha que d(dxj1 ∧ · · · ∧ dxjp−1) = 0 então usando (8) mais uma vez, segue que, d(dxi1 ∧ · · · ∧ dxip) = d(dxi1) ∧ dxi2 ∧ · · · ∧ dxip − dxi1 ∧ d(dxi2 ∧ · · · ∧ dxip) = 0 pois, dxi1 = 0 e d(dxi2 ∧ · · · ∧ dxip) = 0 pela hipótese de indução. Assim quando ω é um monômio d(dω) = 0. O caso geral é obtido da linearidade (7). Observação: • O Lema de Poincaré para uma 0-forma corresponde à fórmula vetorial rot(gradf) = ∇× (∇f) = 0 • O Lema de Poincaré para uma 1-forma corresponde à fórmula vetorial div(rotf) = ∇ · (∇× f) = 0 Definição 4 (Transformação). Uma transformação T é uma regra que vincula a cada ponto (u1, · · · , um) de Vm espaço m-dimensional um ponto (x1, · · · , xn) em Vn espaço n- dimensional, isto é, T : Vm −→ Vn Uma transformação T pode ser expressa por meio de funções coordenadas como xi = xi(u1, · · · , um), i = 1, 2, · · · , n. Dizemos ainda que T é diferenciável se as suas funções coordenadas são continuas diferenciáveis. Dizemos também que T é biunívoca se é injetiva e sobrejetiva. A transformação inversa T−1 de T existe se T e biunívoca e representamos por: T−1 : Vn −→ Vm Definição 5 (Pull Back). Se ω é uma p-forma qualquer em Vn, então T : Vm −→ Vn quando aplicada em ω o transforma em uma p-forma ω∗ em Vm que é obtida substituindo x1, · · · , xn e dx1, · · · , dxn onde quer que eles ocorram nas funções coordenadas e então simplificando o resultado, quando a álgebra de formas. 11 Observação: As operações essenciais sobre formas diferenciais, isto é, soma, produto e derivada exterior, são todas mantidas pela transformação: (α + β)∗ = α∗ + β∗ (α ∧ β)∗ = α∗ ∧ β∗ Não esquecendo que na soma das formas elas devem ter o mesmo grau, porém no produto exterior elas podem ter graus diferentes. Dizemos ainda que o operador d é invariante sob uma transformação diferenciável, isto é, (dω)∗ = d(ω∗) (10) Teorema 2. Se ω é uma p-forma em Vn e T : Vm −→ Vn é uma transformação diferen- ciável então vale (10), (dω)∗ = d(ω∗) Demonstração. Vamos provar por indução. Primeiramente vamos mostrar que (10) é válida quando ω é uma 0-forma. De fato, se ω é uma 0-forma então é uma função do tipo f(x1, · · · , xn). Vamos mostrar que (df)∗ = d(f∗) Por definição podemos escrever xi = xi(u1, · · · , um), i = 1, 2, · · ·n assim, f ∗(u1, · · · , um) = f [x1(u1, · · · , um), · · · , xn(u1, · · · , um)] Como f é diferenciável, a derivada será df = ∑ ∂f(x1, · · · , xn) ∂xi dxi Logo, (df)∗ = ∑ ∂f [x1(u1, · · · , um), · · · , xn(u1, · · · , um)] ∂xi ∂xi ∂uj duj = ∑ ∂f ∗(u1, · · · , um) ∂uj duj= d(f ∗) E a propriedade é válida para as 0-formas. Admitindo, agora que (10) é válida quando ω é uma (p− 1)-forma, basta mostrar para uma p-forma do tipo ω ∧ dxi 12 por (8), a derivada exterior é: d(ω ∧ dxi) = dω ∧ dxi + (−1)p−1ω ∧ d(dxi) = dω ∧ dxi Visto que d(dxi) = 0 por (9). Assim, [d(ω ∧ dxi)]∗ = (dω ∧ dxi)∗ = (dω)∗ ∧ (dxi)∗ = d(ω∗) ∧ d(x∗i ) = d[ω∗ ∧ (dxi)∗] = d[(ω ∧ dxi)∗] E, mostramos por indução que a propriedade é válida para qualquer p-forma. Além disso, a relação (10) também mostra que a derivada exterior de uma forma diferencial é independente do sistema coordenado no qual é calculada. Definição 6 (Curva Regular). Uma curva regular C no espaço tridimensional V3 com coordenadas x, y, z é representada pelas equações paramétricas x = x(t), y = y(t), z = z(t) com a ≤ t ≤ b. Podemos também descrevê-la como uma transformação diferenciável T de tal forma que T : V1 −→ V3 Portanto, uma curva C em V3 é um mapeamento de um intervalo fechado [a, b] da reta real V1 para o espaço V3. 13 Definição 7 (Integral). Se ω é uma 1-forma em V3 a integral de ω sobre uma curva é definida por: ˆ C ω = ˆ [a,b] ω∗ (11) onde ω∗ é a 1-forma de ω transformada por T . Assim, se ω = f1dx+ f2dy + f3dz então:ˆ C ω = ˆ C f1dx+ f2dy + f3dz = ˆ [a,b] ω∗ = ˆ b a [f ∗1 (t)x′(t) + f ∗2 (t)y′(t) + f ∗3 (t)z′(t)]dt onde f ∗i (t) = fi[x(t), y(t), z(t)], x′(t) = dx(t)dt, y′(t) = dy(t)dt, z′(t) = dz(t)dt. Assim o segundo membro da igualdade se torna uma integral comum. Exemplo 5. Se ω = x2dx+ ydy + xyzdz e C é uma curva parametrizada pela transfor- mação x = t, y = t, z = t com 0 ≤ t ≤ 1. Vamos calcular ˆ C ω Solução: Uma vez que ω∗ = t2dt+ tdt+ t3dt = (t2+ t+ t3)dt, então pela definição acima,ˆ C ω = ˆ [0,1] ω∗ = ˆ 1 0 (t2 + t+ t3)dt = 13 + 1 2 + 1 4 = 13 12 Proposição 4. Se f é uma 0-forma em V3, isto é, uma função de x, y, z e C é uma curva em V3 parametrizada, então ˆ C df = f ∗(b)− f ∗(a) onde f ∗(t) = f [x(t), y(t), z(t)]. Demonstração. Pela definição (11) de uma intergal e empregando a invariância das deri- vadas exteriores temos:ˆ C df = ˆ [a,b] (df)∗ = ˆ [a,b] d(f ∗) = ˆ b a d dt (f ∗)dt = f ∗(b)− f ∗(a) pelo Teorema Fundamental do Cálculo. 14 Definição 8 (Superfície Regular). Uma Superfície Regular S no espaço tridimensional V3, com coordenadas x, y, z, é representada pelas equações paramétricas x = x(u, v), y = y(u, v) z = z(u, v) com a ≤ u ≤ b e c ≤ v ≤ d. Podemos descrevê-la também por meio de uma transformação diferenciável T como T : V2 −→ V3 logo, uma superfície S em V3 é um mapeamento de um retângulo fechado D : a ≤ u ≤ b, c ≤ v ≤ d no espaço bidimensional V2, com coordenadas u, v em V3. Definição 9 (Integral Múltipla). Se ω é uma 2-forma em V3, então a integral de ω sobre uma superfície S é definida por ¨ S ω = ¨ D ω∗ (12) Note que ω∗ é a 2-forma ω após ser aplicada a transformação T e o segundo membro da igualdade é uma integral múltipla comum. Exemplo 6. Vamos calcular ¨ S ω, onde ω = xydy ∧ dz + xdz ∧ dx + 3zxdx ∧ dy e S é a superfície dada por z = x2 + y2 com 0 ≤ x ≤ 1, 0 ≤ y ≤ 1. Solução: Podemos escrever a superfície S de forma parametrizada por x = u, y = v, z = u2 + v2 com 0 ≤ u ≤ 1, 0 ≤ v ≤ 1 15 ω∗ = uvdv ∧ d(u2 + v2) + ud(u2 + v2) ∧ du+ 3u(u2 + v2)du ∧ dv = uvdv ∧ (2udu+ 2vdv) + u(2udu+ 2vdv) ∧ du+ (3u3 + 3uv2)du ∧ dv = 2u2vdv ∧ du+ 2vdv ∧ du+ 3u3du ∧ dv + 3uv2du ∧ dv = (3u3 + 3uv2 − 2u2v − 2v)du ∧ dv e por (12), ¨ S ω = ¨ D ω∗ = ˆ 1 0 ˆ 1 0 (3u3 + 3uv2 − 2u2v − 2v)du ∧ dv = ˆ 1 0 (3 4 + 3 2v 2 − 53v ) dv = 512 Definição 10 (Contorno). O contorno ∂S de S é formado pelas curvas laterais de S que são definidas por ∂S1 : x = x(u, c), y = y(u, c) z = z(u, c), ∂S2 : x = x(b, v), y = y(b, v) z = z(b, v), ∂S3 : x = x(u, d), y = y(u, d) z = z(u, d), ∂S4 : x = x(a, v), y = y(a, v) z = z(a, v), a ≤ u ≤ b, c ≤ v ≤ d. Então o contorno ∂S de S é expresso por ∂S = ∂S1 + ∂S2 − ∂S3 − ∂S4 As quatro curvas laterais são os mapeamentos dos quatro segmentos de reta que for- mam o contorno do retângulo D em V2 para V3. 16 Os sinais negativos antes de ∂S3 e ∂S4 são pelo simples fato de qye para percorrermos o contorno de D, e portanto de S, basta que troquemos o sentido dos segmentos de reta ∂D3 e ∂D4. A integral da 1-forma ω em V3 sobre o contorno ∂S de S é definida como ˆ ∂S ω = ˆ ∂S1 ω + ˆ ∂S2 ω + ˆ −∂S3 ω + ˆ −∂S4 ω = ˆ ∂S1 ω + ˆ ∂S2 ω − ˆ −∂S3 ω − ˆ ∂S4 ω pois o sentido do percurso de integração é dado pela relação: ˆ −∂Si ω = − ˆ ∂Si ω Teorema 3 (Teorema de Stokes). O Teorema de Stokes estabelece que se ω é uma 1-forma em V3 e S é uma superfície bidimensional S em V3 então¨ S dω = ˆ ∂S ω (13) Demonstração. Vamos escrever a 1-forma ω = f1dx+ f2dy + f3dz onde fi(i = 1, 2, 3) são funções diferenciáveis de x, y, z. Então, a 1-forma ω∗, transformada de ω por T : V2 −→ V3, pode ser expressa como ω∗ = f(u, v)du+ g(u, v)dv onde f e g são funções diferenciáveis de u, v, isto é, das coordenadas de V2. Pela definição de derivada exterior de uma 1-forma d(ω∗) = ( ∂g ∂u − ∂f ∂v ) du ∧ dv 17 Por outro lado, pela definição (12) e empregando, invariância e a igualdade anterior, ¨ S dω = ¨ D (dω)∗ = ¨ D d(ω∗) = ¨ D ( ∂g ∂u − ∂f ∂v ) dudv = ¨ D ∂g ∂u dudv − ¨ D ∂f ∂v dudv (14) Tratemos estas integrais duplas como integrais repetidas. Se o retângulo D é dado a ≤ u ≤ b, c ≤ v ≤ d, então integrando primeiro em relação a u. ¨ D ∂g ∂u dudv = ˆ d c ˆ b a ∂g ∂u dudv = ˆ d c I(v)dv onde I(v) = ˆ b a ∂g(u, v) ∂u du. Visto que v é uma constante na integral parcial I(v), o integrando é a derivada ordi- nária em relação a u. Assim, do teorema fundamental do cálculo, I(v) = g(b, v)− g(a, v) Em consequência, ¨ D ∂g ∂u dudv = ˆ d c g(b, v)dv − ˆ d c g(a, v)dv Mas na curva ∂D2 em ∂D, visto que du = 0 a equação ω∗ se reduz a ω∗ = g(b, v)dv. Assim, pela definição (11) da integral temos, ˆ d c g(b, v)dv = ˆ ∂D2 ω∗ = ˆ ∂S2 ω ˆ d c g(a, v)dv = ˆ ∂D4 ω∗ = ˆ ∂S4 ω Substituindo os valores das integrais temos, ¨ D ∂g ∂u dudv = ˆ ∂S2 ω − ˆ ∂S4 ω Da mesma forma, integrando primeiro em relação a v, ¨ D ∂f ∂v dudv = ˆ ∂S3 ω − ˆ ∂S1 ω 18 Assim, substituindo os valores encontrados em (14) temos o seguinte resultado: ˆ S dω = ˆ ∂S2 ω − ˆ ∂S4 ω − ˆ ∂S3 ω + ˆ ∂S1 ω = ˆ ∂S1 ω + ˆ ∂S2 ω − ˆ ∂S3 ω − ˆ ∂S4 ω = ˆ ∂S ω. (15) Observação: Se os dois pontos terminais da curva C estão no contorno ∂C de C, então o teorema de Stokes para a 0-forma é escrito como ˆ C dω = ˆ ∂C ω A integral de uma 0-forma num ponto p é: ˆ em p ω = ω(p) Escrevendo o teorema de Stokes de forma generalizada temos: Teorema 4 (Teorema de Stokes Geral). Seja ω uma forma diferencial do grau (p-1) definida em alguma região limitada p-dimensional M em Vn(p ≤ n) com uma superfície (p-1)-dimensional como sua fronteira regular ∂M . Então, ˆ M dω = ˆ ∂M ω (16) Que mostra que a relação entre a integral de uma forma diferencial ω e a de sua derivada exterior dω. Podemos relacionar o Teorema de Stokes geral com o Teorema de Gauss, o de Stokes Clássico e o de Green pelo teorema: Seja f = [f1, f2, f3] uma função vetorial diferenciável contínua numa região R do espaço tridimensional V3 e seja ω1 = f1dx+f2dy+f3dz a 1-forma correspondente. Então, comparando ˆ C ω1 = ˆ C f1dx+ f2dy + f3dz = ˆ [a,b] ω∗1 = ˆ b a [f ∗1 (t)x′(t) + f ∗2 (t)y′(t)+ f ∗3 z′(t)]dt ˆ C f · dr = ˆ C (f1dx+ f2dy + f3dz) 19 E, obtemos, ˆ C ω1 = ˆ C f · dr (17) Assim, a integral de uma 1-forma sobre uma curva é citada como uma integral de linha. Se ω2 = f1dy∧dz+f2dz∧dx+f3dx∧dy é a 2-forma correspondente a f , cuja integral de superfície pode ser expressa como ¨ S f · dS, então ¨ S ω2 = ¨ S f · dS (18) Portanto, a integral da 2-forma sobre uma superfície é também citada como uma integral de superfície. Se ω3 = fdx∧ dy ∧ dz é uma 3-forma correspondente à função escalar f , cuja integral de volume é ˚ R fdV , então ˚ R ω3 = ˚ R fdV (19) Em consequência, a integral de uma 3-forma sobre uma região R corresponde a uma integral de volume. Teorema 5 (Teorema de Gauss para formas). Seja ω2 uma 2-forma em V3, com coorde- nadas x, y, z dadas por ω2 = f1dy ∧ dz + f2dz ∧ dx+ f3dx ∧ dy com f uma função vetorial diferenciável f = [f1, f2, f3]. Assim se é verdade que (16) então o Teorema Geral de Stokes corresponde ao teorema de Gauss ou teorema da divergência, dado por ˚ R ∇ · f dV = ‹ S f · dS Demonstração. Como vimos a derivada exterior de uma 2-forma é: dω2 = ( ∂f1 ∂x + ∂f2 ∂y + ∂f3 ∂z ) dx ∧ dy ∧ dz que corresponde a ∇·f . Portanto, seM é a região R em V3, então seu contorno ∂M = ∂R é a superfície fechada S que encerra R e (16) se reduz a ˚ R dω2 = ¨ ∂R ω2 20 Assim, com referência a (18) e (19), vemos que a integral acima corresponde ao teorema da divergência. Explicitamente, ˚ R ( ∂f1 ∂x + ∂f2 ∂y + ∂f3 ∂z ) dx ∧ dy ∧ dz = ¨ ∂R f1dy ∧ dz + f2dz ∧ dx+ f3dx ∧ dy Que corresponde ao teorema da divergência ˚ R ( ∂P ∂x + ∂Q ∂y + ∂R ∂z ) dxdydz = ‹ S (Pdydz +Qdzdx+Rdxdy) Teorema 6 (Teorema de Stokes Clássico). Seja ω1 uma 1-forma em V3, dada por: ω1 = f1dx+ f2dy + f3dz com f uma função vetorial diferenciável f = [f1, f2, f3]. Assim se é válido que (16) então o Teorema Geral de Stokes corresponde ao Teorema de Stokes Clássico dado por: ¨ S ∇× f · dS = ˛ C f · dr Demonstração. Como vimos a derivada exterior de uma 1-forma é: dω1 = ( ∂f3 ∂y − ∂f2 ∂z ) dy ∧ dz + ( ∂f1 ∂z − ∂f3 ∂x ) dz ∧ dx+ ( ∂f2 ∂x − ∂f1 ∂y ) dx ∧ dy que corresponde a ∇× f . Assim, se M é a superfície finita bdimensional S em V3, então seu contorno ∂M = ∂S é a curva simples fechada C que contorna S e (16) se reduz a ¨ S dω1 = ¨ ∂S ω1 Portanto de (17) e (18) temos que a integral acima corresponde ao Teorema de Stokes Clássico. Isto é: ¨ S ( ∂f3 ∂y − ∂f2 ∂z ) dy∧dz+ ( ∂f1 ∂z − ∂f3 ∂x ) dz∧dx+ ( ∂f2 ∂x − ∂f1 ∂y ) dx∧dy = ¨ ∂S f1dx+f2dy+f3dz que corresponde ao Teorema de Stokes Clássico dado por: ˛ C Pdx+Qdy +Rdz = ˘ ( ∂R ∂y − ∂Q ∂z ) dydz + ( ∂P ∂z − ∂R ∂x ) dzdx+ ( ∂Q ∂x − ∂P ∂y ) dxdy(20) 21 Teorema 7 (Teorema de Green). Seja ω uma 1-forma em V2 com coordenadas x, y dadas por ω = P (x, y)dx+Q(x, y)dy, onde P e Q são funções diferenciáveis de x e y. Assim se é válido (16) então o Teorema de Stokes Geral corresponde ao Teorema de Green no plano dado por: ˛ C Pdx+Qdy = ¨ R ( ∂Q ∂x − ∂P ∂y ) dxdy Demonstração. De fato, como vimos a derivada exterior da 1 forma dada é: dω = ( ∂P ∂x dx− ∂P ∂y dy ) ∧ dx+ ( ∂Q ∂x dx− ∂Q ∂y dy ) ∧ dy = ( ∂Q ∂x − ∂P ∂y ) dx ∧ dy Assim, se M é a região finita bidimensional S em V2, isto é, o plano xy, então seu contorno ∂M = ∂S é uma curva simples fechada C que contorna S e (16) se reduz a ˆ ∂S ω = ˆ S dω De maneira explícita, ˆ ∂S Pdx+Qdy = ˆ S ( ∂Q ∂x − ∂P ∂y ) dx ∧ dy Que corresponde ao Teorema de Green no plano. Façamos agora a resolução das atividades propostas ao final do capítulo 10 do livro “ Vector Analysis” do autor Hwei P. Hsu, utilizando - para algumas questões - o software Wolfram Mathematica 11 - Student Edition, com auxílio do pacote matrixEDC.m: Problema 1. Se α = xdx− zdy + y2dz, β = x2dy ∧ dz + 2dz ∧ dx− ydx ∧ dy. Computar α ∧ β α=x d[x] - z d[y] +y2 d[z]; β=x2 d[y]∧d[z] + 2 d[z] ∧ d[x] - y d[x]∧ d[y]; reWrite[α ∧ β] (x3 − y3 − 2z) d(x) ∧ d(y) ∧ d(z) Problema 2. Se α = dx ∧ dy + dy ∧ dz − dz ∧ dw, β = xdx ∧ dy + ydz ∧ dw Computar α ∧ β 22 α= d[x]∧d[y]+d[y]∧d[z]-d[z]∧d[w]; β=x d[x]∧d[y]+ y d[z]∧d[w]; α ∧ β xd(w) ∧ d(x) ∧ d(y) ∧ d(z)− yd(w) ∧ d(x) ∧ d(y) ∧ d(z) reWrite[α ∧ β] (x− y)d(w) ∧ d(x) ∧ d(y) ∧ d(z) Problema 3. Verificar que dx ∧ dy ∧ dz ∧ dw = ∂(x, y, z, w) ∂(r, s, t, u) dr ∧ ds ∧ dt ∧ du quando x = x(r, s, t, u), y = y(r, s, t, u), z = z(r, s, t, u) e w = w(r, s, t, u). dx=xrd[r]+ xsd[s]+xtd[t]+xud[u]; dy=yrd[r]+ ysd[s]+ytd[t]+yud[u]; dz=zrd[r]+ zsd[s]+ztd[t]+zud[u]; dw=wrd[r]+ wsd[s]+wtd[t]+wud[u]; dx∧dy∧dz∧dw; reWrite[dx∧dy∧dz∧dw] d(r) ∧ d(s) ∧ d(t) ∧ d(u) (zrysxt (−wu) + zryswtxu + zrxsytwu − zrwsytxu −zrxswtyu + zrwsxtyu + yrzsxtwu − yrzswtxu − xrzsytwu + wrzsytxu + xrzswtyu −wrzsxtyu − yrxsztwu + yrwsztxu + xrysztwu − wrysztxu − xrwsztyu + wrxsztyu +yrxswtzu − yrwsxtzu − xryswtzu + wrysxtzu + xrwsytzu − wrxsytzu) Jacob={{xr, xs, xt, xu},{yr, ys, yt, yu},{zr, zs, zt, zu},{wr, ws, wt, wu}}; MatrixForm[Jacob] xr xs xt xu yr ys yt yu zr zs zt zu wr ws wt wu Det[Jacob] zrysxt (−wu)+zryswtxu+zrxsytwu−zrwsytxu−zrxswtyu+zrwsxtyu+yrzsxtwu−yrzswtxu− xrzsytwu+wrzsytxu+xrzswtyu−wrzsxtyu− yrxsztwu+ yrwsztxu+xrysztwu−wrysztxu− xrwsztyu + wrxsztyu + yrxswtzu − yrwsxtzu − xryswtzu + wrysxtzu + xrwsytzu − wrxsytzu Problema 4. Calcular dω, onde 23 (a) ω = x2ydy ∧ dz − xzdx ∧ dy ω=x2y d[y]∧d[z]-x z d[x]∧d[y]; d[ω] 2xyd(x) ∧ d(y) ∧ d(z)− xd(x) ∧ d(y) ∧ d(z) reWrite[d[ω]] x(2y − 1)d(x) ∧ d(y) ∧ d(z) (b) ω = 2xydx+ x2dy ω=2 x y d[x]+ x2 d[y]; d[ω] 0 (c) ω = 2yzdy ∧ dz + xydz ∧ dx− xzdx ∧ dy ω= 2 y z d[y]∧d[z] + x y d[z]∧d[x]- x z d[x]∧d[y]; d[ω] 0 Problema 5. Verificar a relação de invariância (dω)∗ = d(ω∗), quando ω = xydx e T é a transformação x = u2 + v, y = v. ω=x y d[x]; ω∗=(2u3v+2u v2)d[u]+(u2v+v2)d[v]; d[ω] −xd(x) ∧ d(y) d[ω∗]//Simplify −2u (u2 + v) d(u) ∧ d(v) -x d[x]∧d[y]/.{x→u2+v,y→v} −2u (u2 + v) d(u) ∧ d(v) Problema 6. Uma forma diferencial ω é chamada fechada se dω = 0. É chamada exata se ω = dα para alguma forma α. Mostrar que toda forma exata é fechada. 24 Solução: Como ω = dα e α é uma forma diferencial temos que d(ω) = d(dα) E, pelo Lema de Poincaré d(dα) = 0 ⇒ dω = 0. Logo se ω é uma forma exata então é fechada. Problema 7. Achar uma 1-forma ω para qual dω = (x2 + y2)dx ∧ dy. Solução: dω = (x2 + y2)dx ∧ dy = x2dx ∧ dy + y2dx ∧ dy = (−x2dy) ∧ dx+ (y2dx) ∧ dy = d(−x2ydx) + d(xy2dy) = d(−x2ydx+ xy2dy) e, ω = −x2ydx+ xy2dy. Problema 8. Mostrar que uma 1-forma ω = 2xydx+ x2dy + 2zdz é exata. ω=2 x y d[x]+x2 d[y]+2 z d[z]; Dαx[x_,y_,z_]=2 x y; Dαy[x_,y_,z_]= x2; Dαz[x_,y_,z_]=2z; Integrate[Dαy[x,y,z],y] x2y Integrate[Dαx[x,y,z],x] x2y Integrate[Dαz[x,y,z],z] z2 Logo α(x, y, z) = x2y + β(x) e ∂Dα ∂Dx = 2xy + β′(x) como β′(x) = 0⇒ β(x) = K temos, α=x2y+z2; d[α] x2d(y) + 2xyd(x) + 2zd(z) 25 Problema 9. A 1-forma ω = −y x2 + y2dx+ x x2 + y2dy é definida no plano xy, excetuando-se a origem (0,0). Mostrar que: (a) ω é fechada. ω=- y x2 + y2d[x]+ x x2 + y2d[y]; d[ω] −2x 2d(x) ∧ d(y) (x2 + y2)2 + 2d(x) ∧ d(y) x2 + y2 − 2y2d(x) ∧ d(y) (x2 + y2)2 Simplify[d[ω]] 0 (b) ω não é exata. (Vamos mostrar por contradição, suponha ω exata:) α=-ArcTan[x y ]; γ[t_]={Sin[t],Cos[t]}; ω /.{x→Sin[t],y→Cos[t]}; Simplify[%] −d[t] Integrate[-1,{t,0,2pi}] −2pi α/.{x→Sin[t],y→ Cos[t]} − tan−1(tan(t)) α∗[t_]=-ArcTan[Tan[t]]− tan−1(tan(t)) α∗[2pi]-α∗[0] → Pelo Teorema Fundamental do Cálculo 0 Problema 10. Mostrar que o volume de uma região R em V3 é V = 13 ¨ ∂R ω onde ω = xdy ∧ dz + ydz ∧ dx+ zdx ∧ dy ω=x d[y]∧ d[z]+y d[z] ∧ d[x]+z d[x]∧ d[y]; 26 d[ω] 3d(x) ∧ d(y) ∧ d(z) Pelo Teorema de Gauss ¨ ∂R ω = ˚ R dω Problema 11. Se M é uma região no espaço tetradimensional com coordenadas x, y, z, w e ∂M é seu contorno tridimensional, mostrar queˆ M ( ∂f1 ∂x + ∂f2 ∂y + ∂f3 ∂z + ∂f4 ∂w ) dx ∧ dy ∧ dz ∧ dw = = ˆ ∂M (f1dy ∧ dz ∧ dw + f2dz ∧ dw ∧ dx+ f3dw ∧ dx ∧ dy + f4dx ∧ dy ∧ dz) onde as fi(x, y, z, w), 1 = 1, 2, 3, 4 são funções diferenciáveis de x, y, z e w. Solução: Pelo Teorema de Stokes ˆ M dω = ˆ ∂M ω Assim, se ω = f1dy ∧ dz ∧ dw + f2dz ∧ dw ∧ dx+ f3dw ∧ dx ∧ dy + f4dx ∧ dy ∧ dz então: dω = d(ω = f1dy ∧ dz ∧ dw + f2dz ∧ dw ∧ dx+ f3dw ∧ dx ∧ dy + f4dx ∧ dy ∧ dz) = ∂f1 ∂x dx ∧ dy ∧ dz ∧ dw + ∂f2 ∂y dx ∧ dy ∧ dz ∧ dw + ∂f3 ∂z dx ∧ dy ∧ dz ∧ dw +∂f4 ∂w dx ∧ dy ∧ dz ∧ dw = ( ∂f1 ∂x + ∂f2 ∂y + ∂f3 ∂z + ∂f4 ∂w ) dx ∧ dy ∧ dz ∧ dw Aplicando o Teorema de Stokes temos que: ˆ ∂M = ˆ ∂M f1dy ∧ dz ∧ dw + f2dz ∧ dw ∧ dx+ f3dw ∧ dx ∧ dy + f4dx ∧ dy ∧ dz = ˆ M ( ∂f1 ∂x + ∂f2 ∂y + ∂f3 ∂z + ∂f4 ∂w ) dx ∧ dy ∧ dz ∧ dw = ˆ M dω. 27
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