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ERGONOMIA E GINASTICA

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Fazemos parte do Claretiano - Rede de Educação
ERGONOMIA E 
GINÁSTICA LABORAL
Meu nome é Roberta de Fátima Carreira Moreira Padovez. Sou 
graduada em Fisioterapia pela Universidade Federal de São Carlos 
(UFSCar) (2006). Mestre e Doutora em Fisioterapia pela UFSCar com 
pesquisas relacionadas à efetividade do exercício físico em ambiente 
ocupacional para prevenção da dor musculoesquelética relacionada 
ao trabalho e temas relacionados à saúde do trabalhador. Atuei como 
Professora na UFSCar sendo responsável pela disciplina Fisioterapia 
Preventiva e Ergonomia e Supervisão de estágio na empresa A.W. 
Faber Castell. Publiquei artigos nacionais e internacionais na área 
de Ergonomia e Saúde do Trabalhador. Realizei atividades de 
ensino e pesquisa na área de Saúde do Trabalhador e Ergonomia 
na Universidade Sagrado Coração (Bauru). Atualmente, continuo 
a desenvolver atividades de ensino e pesquisa na área. Sou 
professora colaboradora do curso de especialização em Ergonomia 
do Senac – Ribeirão Preto e atuo como professora colaboradora do Programa de Pós-Graduação 
em Fisioterapia da UFSCar, auxiliando o desenvolvimento de projetos de pesquisa na área de 
Fisioterapia Preventiva e Ergonomia
E-mail: roberta.carreira@gmail.com
Claretiano – Centro Universitário
Rua Dom Bosco, 466 - Bairro: Castelo – Batatais SP – CEP 14.300-000
cead@claretiano.edu.br
Fone: (16) 3660-1777 – Fax: (16) 3660-1780 – 0800 941 0006
www.claretianobt.com.br
Roberta de Fátima Carreira Moreira Padovez
Batatais
Claretiano
2015
ERGONOMIA E 
GINÁSTICA LABORAL
© Ação Educacional Claretiana, 2015 – Batatais (SP)
Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução, a transmissão total ou parcial por qualquer 
forma e/ou qualquer meio (eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia, gravação e distribuição 
na web), ou o arquivamento em qualquer sistema de banco de dados sem a permissão por escrito 
do autor e da Ação Educacional Claretiana.
Reitor: Prof. Dr. Pe. Sérgio Ibanor Piva
Vice-Reitor: Prof. Ms. Pe. José Paulo Gatti
Pró-Reitor Administrativo: Pe. Luiz Claudemir Botteon
Pró-Reitor de Extensão e Ação Comunitária: Prof. Ms. Pe. José Paulo Gatti
Pró-Reitor Acadêmico: Prof. Ms. Luís Cláudio de Almeida
Coordenador Geral de EaD: Prof. Ms. Artieres Estevão Romeiro
CORPO TÉCNICO EDITORIAL DO MATERIAL DIDÁTICO MEDIACIONAL
Coordenador de Material Didático Mediacional: J. Alves
Preparação: Aline de Fátima Guedes • Camila Maria • Nardi Matos • Carolina de Andrade Baviera 
• Cátia Aparecida Ribeiro • Dandara Louise Vieira Matavelli • Elaine Aparecida de Lima Moraes • 
Josiane Marchiori Martins • Lidiane Maria Magalini • Luciana A. Mani Adami • Luciana dos Santos 
Sançana de Melo • Patrícia Alves Veronez Montera • Raquel Baptista Meneses Frata • Rosemeire 
Cristina Astolphi Buzzelli • Simone Rodrigues de Oliveira
Revisão: Cecília Beatriz Alves Teixeira • Eduardo Henrique Marinheiro • Felipe Aleixo • Filipi 
Andrade de Deus Silveira • Juliana Biggi • Paulo Roberto F. M. Sposati Ortiz • Rafael Antonio 
Morotti • Rodrigo Ferreira Daverni • Sônia Galindo Melo • Talita Cristina Bartolomeu • Vanessa 
Vergani Machado
Projeto gráfico, diagramação e capa: Eduardo de Oliveira Azevedo • Joice Cristina Micai • Lúcia 
Maria de Sousa Ferrão • Luis Antônio Guimarães Toloi • Raphael Fantacini de Oliveira • Tamires 
Botta Murakami de Souza • Wagner Segato dos Santos
Videoaula: José Lucas Viccari de Oliveira • Marilene Baviera • Renan de Omote Cardoso
Bibliotecária: Ana Carolina Guimarães – CRB7: 64/11
INFORMAÇÕES GERAIS
Cursos: Graduação
Título: Ergonomia e Ginástica Laboral 
Versão: fev./2015
Formato: 15x21 cm
Páginas: 156 páginas
SUMÁRIO
CONTEÚDO INTRODUTÓRIO
1. INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 9
2. GLOSSÁRIO DE CONCEITOS ................................................................................. 11
3. ESQUEMA DOS CONCEITOS-CHAVE ..................................................................... 14
4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................................... 15
5. E-REFERÊNCIAS .................................................................................................... 16
UNIDADE 1 – HISTÓRIA DA ERGONOMIA
1. INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 19
2. CONTEÚDO BÁSICO DE REFERÊNCIA .................................................................... 19
2.1. DEFINIÇÃO DE ERGONOMIA ........................................................................ 19
2.2. OS DOMÍNIOS DA ERGONOMIA ................................................................... 22
2.3. HISTÓRIA DA ERGONOMIA........................................................................... 23
2.4. HISTÓRIA DO TRABALHO: TAYLORISMO ....................................................... 28
2.5. CENÁRIO MUNDIAL NAS ÚLTIMAS DÉCADAS ............................................... 29
2.6. ERGONOMIA NO BRASIL .............................................................................. 34
3. CONTEÚDO DIGITAL INTEGRADOR ....................................................................... 36
4. QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS .............................................................................. 37
5. CONSIDERAÇÕES .................................................................................................. 40
6. E-REFERÊNCIAS .................................................................................................... 40
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................ 41
UNIDADE 2 – ABORDAGEM ERGONÔMICA E ANÁLISE DO TRABALHO
1. INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 45
2. CONTEÚDO BÁSICO DE REFERÊNCIA ................................................................... 45
2.1. PRINCIPAIS PRESSUPOSTOS DA ERGONOMIA .............................................. 46
2.2. ATIVIDADE FÍSICA GERAL .............................................................................. 59
2.3. RISCO DE ACIDENTE ..................................................................................... 64
2.4. CONTEÚDO DO TRABALHO .......................................................................... 67
2.5. RESTRIÇÕES NO TRABALHO ......................................................................... 68
3. CONTEÚDO DIGITAL INTEGRADOR ...................................................................... 77
4. QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS ............................................................................. 78
5. CONSIDERAÇÕES .................................................................................................. 82
6. E-REFERÊNCIA ...................................................................................................... 83
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................ 83
UNIDADE 3 – LER/DORT E A CONSTRUÇÃO DE UMA ABORDAGEM 
ERGONÔMICA
1. INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 87
2. CONTEÚDO BÁSICO DE REFERÊNCIA .................................................................... 87
2.1. DOENÇAS OCUPACIONAIS ............................................................................ 87
3. CONTEÚDO DIGITAL INTEGRADOR ...................................................................... 109
4. QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS .............................................................................. 110
5. CONSIDERAÇÕES ................................................................................................. 115
6. E-REFERÊNCIAS ....................................................................................................116
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................ 116
UNIDADE 4 – GINÁSTICA LABORAL
1. INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 121
2. CONTEÚDO BÁSICO DE REFERÊNCIA .................................................................... 121
2.1. CONTEXTUALIZAÇÃO E HISTÓRIA DA GINÁSTICA LABORAL ......................... 121
2.2. GINÁSTICA LABORAL: DEFINIÇÕES ............................................................... 124
2.3. OBJETIVOS DOS PROGRAMAS DE GINÁSTICA LABORAL .............................. 127
2.4. BENEFÍCIOS DO EXERCÍCIO FÍSICO NOS PRINCIPAIS SISTEMAS DO CORPO 
HUMANO ...................................................................................................... 129
2.5. ELABORAÇÃO DE PROTOCOLOS DE EXERCÍCIOS ......................................... 135
2.6. PLANEJAMENTO E CONDUÇÃO DE UM PROGRAMA DE GINÁSTICA 
LABORAL ....................................................................................................... 137
2.7. APLICAÇÃO PRÁTICA DA GL .......................................................................... 140
2.8. ENTENDENDO UM POUCO MAIS SOBRE A IMPORTÂNCIA DO TIPO 
DE TREINO A SER UTILIZADO NOS PROGRAMAS DE GINÁSTICA LABORAL ... 142
2.9. DURAÇÃO, INTENSIDADE E SUPERVISÃO DOS PROGRAMAS DE 
EXERCÍCIO ..................................................................................................... 144
3. CONTEÚDO DIGITAL INTEGRADOR ...................................................................... 146
4. QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS ............................................................................. 147
5. CONSIDERAÇÕES ................................................................................................. 151
6. E-REFERÊNCIAS .................................................................................................... 152
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................ 153
7
CONTEÚDO INTRODUTÓRIO
Conteúdo
Introdução à Ergonomia (física e cognitiva). Abordagem e análise ergonômica 
do trabalho. Introdução a ginástica laboral. Condutas de aplicação da ginásti-
ca laboral. Fatores que influenciam no sucesso do programa. L.E.R e D.O.R.T. 
Principais doenças profissionais. A construção de uma ação ergonômica. Gi-
nástica Laboral. Qualidade de vida.
Bibliografia Básica
ABRAHÃO, J. et al. Introdução à ergonomia: da prática à teoria. São Paulo: Blucher, 
2009, 240 p.
LIMA, V. de. Ginástica laboral: atividade física no ambiente de trabalho. 3. ed. São 
Paulo: Phorte, 2007, 349 p. 
MENDES, R. A.; LEITE, N. Ginástica Laboral: princípios e aplicações práticas. 2. ed. 
Barueri: Manole, 2008, 216 p.
Bibliografia Complementar
CAÑETE, I. Humanização: desafio da empresa moderna: a ginástica laboral como um 
caminho. 2. ed. São Paulo: Ícone, 2001, 239 p.
DUL, J.; WEERDMEESTER, B. Ergonomia prática. [Traduzido do original: Ergonomics for 
beginners]. Tradução de Itiro lida. 2. ed. São Paulo: Edgard Blücher, 2004, 137 p.
FIGUEIREDO, F.; MONT ALVÃO, C. Ginástica Laboral e ergonomia. Rio de Janeiro: 
Sprint, 2005, 191 p.
GONÇALVES, A. (Org.). Qualidade de vida e atividade física: explorando teorias e 
práticas. Roberto Vilarta (Org.). Barueri: Manole, 2004, 287 p. 
GUERIN, F. Compreender o trabalho para transformá-lo: a prática da ergonomia. 
[Traduzido do original: Comprendre le travail pour transformer-la pratique de 
8 © ERGONOMIA E GINÁSTICA LABORAL
CONTEÚDO INTRODUTÓRIO
l’erfonomie]. Tradução de GUERIN, F. (et al); Giliane M. J. Ingratta. São Paulo: Edgard 
Blucher, 2001, 200 p.
LIMA, V. de. Ginástica Laboral: atividade física no ambiente de trabalho. São Paulo: 
Phorte, 2003, 240 p.
LIMA, D. G. Ginástica laboral: custos e orçamento na implantação e implementação de 
programas com abordagem ergonômica. Jundiaí: Fontoura, 2004, 71 p.
MARTINS, C. de O. Ginástica laboral: no Escritório. Jundiaí: Fontoura, 2001, 111 p.
OLIVEIRA, J. R. G. de. A prática da ginástica laboral. Rio de Janeiro: Sprint, 2002, 135 p.
PRESSI, A. M. S.; CANDOTTI, C. T. Ginástica laboral. Cleonice Silveira Rocha (Colab.). 
São Leopoldo: Unisinos, 2005, 130 p.
 
É importante saber
Esta obra está dividida, para fins didáticos, em duas partes:
Conteúdo Básico de Referência (CBR): é o referencial teórico e prático que deverá 
ser assimilado para aquisição das competências, habilidades e atitudes necessárias 
à prática profissional. Portanto, no CBR, estão condensados os principais conceitos, 
os princípios, os postulados, as teses, as regras, os procedimentos e o fundamento 
ontológico (o que é?) e etiológico (qual sua origem?) referentes a um campo de 
saber.
Conteúdo Digital Integrador (CDI): são conteúdos preexistentes, previamente sele-
cionados nas Bibliotecas Virtuais Universitárias conveniadas ou disponibilizados em 
sites acadêmicos confiáveis. São chamados "Conteúdos Digitais Integradores" por-
que são imprescindíveis para o aprofundamento do Conteúdo Básico de Referên-
cia. Juntos, não apenas privilegiam a convergência de mídias (vídeos complementa-
res) e a leitura de "navegação" (hipertexto), como também garantem a abrangência, 
a densidade e a profundidade dos temas estudados. Portanto, são conteúdos de 
estudo obrigatórios, para efeito de avaliação.
9© ERGONOMIA E GINÁSTICA LABORAL
CONTEÚDO INTRODUTÓRIO
1. INTRODUÇÃO
Prezado aluno, seja bem-vindo!
Iniciaremos o estudo de Ergonomia e Ginástica Laboral, 
em que você obterá as informações necessárias para o embasa-
mento teórico da sua futura atuação profissional e para as ativi-
dades que realizaremos. 
Na primeira unidade, vamos conhecer as definições de 
Ergonomia, bem como seus domínios e um pouco da História 
da Ergonomia, contemplando a história do trabalho a partir do 
Taylorismo, que surge durante a Revolução Industrial. Além dis-
so, essa unidade também abordará o cenário mundial nas últi-
mas décadas do ponto de vista da Ergonomia, com as suas duas 
vertentes, e também a história da Ergonomia no Brasil.
Na Unidade 2, você estudará os três principais pressupos-
tos da Ergonomia, bem como a importância da análise ergonô-
mica do trabalho. Você também conhecerá o protocolo Análise 
Ergonômica do Trabalho (AET), que permite realizar uma avalia-
ção bem completa do ambiente ocupacional. Esse protocolo é 
reconhecido nacional e internacionalmente como uma impor-
tante ferramenta nessa área. Você estudará e compreenderá to-
dos os itens que são considerados no AET.
Já na Unidade 3, estudaremos, inicialmente, as doenças 
musculoesqueléticas relacionadas ao trabalho. Abordaremos os 
conceitos de Lesões por Esforço Repetitivo (LER) e Distúrbio Os-
teomuscular Relacionado ao Trabalho (DORT), apresentando as 
principais doenças que acometem os trabalhadores, bem como 
os principais fatores de risco para o desenvolvimento dessas de-
sordens. Como principais fatores de risco, temos os fatores de 
10 © ERGONOMIA E GINÁSTICA LABORAL
CONTEÚDO INTRODUTÓRIO
risco individuais ou pessoais, psicossociais ou organizacionais e 
físicos ou biomecânicos.
Por último, na Unidade 4, estudaremos sobre a Ginástica 
Laboral, uma das formas de intervenção mais frequentemente 
utilizadas no ambiente de trabalho a fim de promover melho-
ras nas condições de saúde dos trabalhadores e seus benefícios 
para a saúde e capacidade para o trabalho. Isso porque a ativida-
de física contribui potencialmente para promover uma melhora 
tanto de aspectos de ordem física (força, flexibilidade, condicio-
namento cardiovascular) como de ordem psicológica (aumento 
dos níveis de atenção, redução do estresse), que resultam em 
melhora das condições gerais de saúde e da qualidade de vida 
do trabalhador em todos os aspectos. Além disso,a realização 
de exercício físico no ambiente ocupacional pode ainda contri-
buir para a diminuição do número de acidentes de trabalho, bem 
como para melhora da qualidade do trabalho realizado.
Considerando que a maior parte do tempo ativo da popu-
lação adulta é gasta no trabalho e o fato de geralmente sobrar 
muito pouco tempo para a maioria das pessoas se exercitarem, 
o ambiente ocupacional representa um excelente cenário para a 
realização de programas de exercício físico e promoção da saúde. 
Isso porque a prática regular de exercícios, desde que obedecen-
do a determinados princípios, produz uma série de adaptações 
morfofuncionais benéficas ao organismo (em nível cardiovascu-
lar, osteomuscular, pulmonar, endócrino e imunológico) que de-
termina a melhora da capacidade funcional e laborativa.
É importante lembrar que, para a obtenção de bons resul-
tados com os programas de prevenção das disfunções muscu-
loesqueléticas relacionadas ao trabalho, é necessário envolvi-
mento e comprometimento por parte de diferentes profissionais 
11© ERGONOMIA E GINÁSTICA LABORAL
CONTEÚDO INTRODUTÓRIO
dentro da empresa: trabalhadores, supervisores, membros da 
CIPA, técnicos do serviço de segurança do trabalho, gerentes e 
diretores. Isso porque, para o tratamento e a prevenção dessas 
afecções, devem ser considerados tanto os aspectos de ordem 
médica e terapêutica, como também aqueles que dizem respeito 
à organização do trabalho na empresa e fatores que envolvem a 
própria atitude do trabalhador.
Contudo, é essencial que se promova a adequação das 
condições de trabalho. Isso porque, após participar de progra-
mas preventivos, o trabalhador precisa retornar à sua atividade 
laborativa, e, se não forem concebidas as devidas adequações no 
ambiente físico de trabalho (de modo a minimizar os fatores de 
risco físicos e biomecânicos), de nada adiantarão os programas 
voltados para o indivíduo com o objetivo de promover a melhora 
de sua saúde. Um ambiente de trabalho com condições adversas 
fará com que a recidiva de dores e outros sintomas relacionados 
à exposição física sejam uma constante.
2. GLOSSÁRIO DE CONCEITOS 
O Glossário de Conceitos permite uma consulta rápida e 
precisa das definições conceituais, possibilitando um bom domí-
nio dos termos técnico-científicos utilizados na área de conheci-
mento dos temas tratados. 
1) Saúde: segundo a Organização Mundial da Saúde, saú-
de é um estado de completo bem-estar físico, mental 
e social, e não meramente a ausência de doença ou 
enfermidade (WHO, 2014).
2) Biomecânica Ocupacional: a biomecânica utiliza leis 
da Física e conceitos de Engenharia para descrever mo-
12 © ERGONOMIA E GINÁSTICA LABORAL
CONTEÚDO INTRODUTÓRIO
vimentos realizados por vários segmentos corpóreos e 
forças que agem sobre essas partes do corpo durante 
atividades normais de vida diária (CHAFFIN; ANDERS-
SON; MARTIN, 2001).
3) Antropometria: é a ciência empírica que tenta definir 
medidas físicas confiáveis da forma e dimensões de 
uma pessoa, para comparação antropológica (CHA-
FFIN; ANDERSSON; MARTIN, 2001).
4) Prevenção primária: inclui o conjunto de atividades 
que visam evitar ou remover a exposição de um indi-
víduo ou de uma população a um fator de risco antes 
que se desenvolva uma patologia (JAMOULLE et al., 
2014).
5) Prevenção secundária: tem como finalidade a detec-
ção de um problema de saúde em um indivíduo ou 
população numa fase precoce e, com isso, intervir no 
seu desenvolvimento e agravamento (JAMOULLE et 
al., 2014).
6) Prevenção terciária: tem como finalidade reduzir os 
custos sociais e econômicos dos estados da doença 
na população por meio da reabilitação e reintegração 
precoce e da potencialização da capacidade funcional 
remanescente dos indivíduos (ALMEIDA, 2005).
7) Equipamento de Proteção Coletiva (EPC): são dispo-
sitivos de uso coletivo, destinados a proteger a inte-
gridade física dos trabalhadores. Esses equipamentos 
devem ser usados apenas para a finalidade a que se 
destina. Os trabalhadores devem responsabilizar-se 
por sua guarda e conservação, comunicar qualquer 
alteração que o torne impróprio para o uso, adquirir 
13© ERGONOMIA E GINÁSTICA LABORAL
CONTEÚDO INTRODUTÓRIO
o tipo adequado à atividade do empregado, treinar o 
trabalhador sobre seu uso adequado, tornar obrigató-
rio seu uso e substituí-lo quando danificado ou extra-
viado. Alguns exemplos de EPC são os extintores, lava-
-olhos e capelas. (COMISSÃO DE RISCOS QUÍMICOS, 
2014).
8) Equipamento de Proteção Individual (EPI): são todos 
os dispositivos de uso individual destinados a proteger 
a integridade física dos trabalhadores. Deve-se usá-lo 
apenas para a finalidade a que se destina. Os trabalha-
dores devem responsabilizar-se por sua guarda e con-
servação, comunicar qualquer alteração que o torne 
impróprio para o uso, adquirir o tipo adequado à ati-
vidade do empregado, treinar o trabalhador sobre seu 
uso adequado, tornar obrigatório seu uso e substituí-
-lo quando danificado ou extraviado. Alguns exemplos 
de EPIs são avental ou roupas de proteção, luvas, ócu-
los de proteção e máscaras de proteção respiratória 
(COMISSÃO DE RISCOS QUÍMICOS, 2014).
9) Postura: é o arranjo que os segmentos corporais man-
têm entre si e no espaço, em determinada posição, de 
forma a proporcionar conforto, harmonia, economia 
e sustentação do corpo. A postura prepara o indiví-
duo para a realização de um movimento, bem como 
promove a sustentação durante o movimento em si. 
(TANAKA, 1997). Outra definição mais simples é que a 
postura pode ser considerada a configuração do corpo, 
cabeça, tronco e membros no espaço (KUMAR, 2001). 
10) Alterações posturais: são alterações (diminuições ou 
aumentos) das curvaturas normais da coluna verte-
bral (COLNÉ et al., 2008). Elas podem ocorrer devido 
14 © ERGONOMIA E GINÁSTICA LABORAL
CONTEÚDO INTRODUTÓRIO
à adoção de más posturas, desequilíbrio muscular, 
crescimento, entre outros fatores. Alguns exemplos de 
alterações posturais são: hiperlordose, hipercifose e 
escoliose.
11) Movimento repetitivo: ainda não temos uma defini-
ção definitiva do que seriam os movimentos repetiti-
vos, mas alguns estudos consideram que um trabalho 
altamente repetitivo é aquele que tem um ciclo (tem-
po necessário para realizar parte do trabalho sem co-
meçar a repetir a atividade) menor que 30 segundos 
ou que envolvem a repetição de uma única atividade 
ou movimento por mais de 50% do ciclo de trabalho 
(COURY, 1995). Um bom exemplo de trabalho repetiti-
vo é o de digitação.
3. ESQUEMA DOS CONCEITOS-CHAVE
O Esquema a seguir possibilita uma visão geral dos concei-
tos mais importantes deste estudo. Eles interagem para possibi-
litar o aprendizado do que é Ergonomia, e, a partir disso, pode-se 
entender a importância da Análise Ergonômica no Trabalho, na 
identificação das atividades e demandas do trabalho, dos prin-
cipais riscos ergonômicos, bem como da prevalência e dos tipos 
das desordens musculoesqueléticas.
A partir disso, e de posse de todas essas informações, o 
profissional poderá planejar e propor intervenções no ambiente 
de trabalho, sendo uma delas o programa Ginástica Laboral, que 
deverá ser pensado levando-se em consideração as demandas e 
os riscos do ambiente ocupacional. Devemos sempre lembrar em 
pensar em um conjunto de intervenções e não somente na pro-
15© ERGONOMIA E GINÁSTICA LABORAL
CONTEÚDO INTRODUTÓRIO
posição de um programa de exercícios físicos, pois os riscos pre-
sentes em um ambiente de trabalho são sempre multifatoriais.
.
Figura 1 Esquema de Conceitos-chave de Ergonomia e Ginástica Laboral. 
4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
ALMEIDA, L. M. Da prevenção primordial à prevenção quaternária. Revista portuguesa 
em saúde pública, Coimbra, v. 23, n. 1, p. 1-6, jan./jun. 2005.
COLNÉ, P. et al. Posturalcontrol in obese adolescents assessed by limits of stability and 
gait initiation. Gait Posture, v. 28, n. 1, p. 164-9, 10 jan. 2008. 
COURY, H. G. Trabalhando sentado: manual para posturas confortáveis. 2. ed. São 
Carlos: UFSCar, 1995.
16 © ERGONOMIA E GINÁSTICA LABORAL
CONTEÚDO INTRODUTÓRIO
FRANKEL, V. H.; NORDIN, M. Basic biomechanics of skeletal system. Phyladelphia: Lea 
and Febiger, 1980. In: CHAFFIN, D. N.; ANDERSSON, G. B. J.; MARTIN, B. J. Biomecânica 
Ocupacional. 3. ed. Belo Horizonte: Editora Ergo, 2001.
KUMAR, S. Biomechanics in Ergonomics. Londres: Taylor & Francis, 2001.
TANAKA, C.; FARAH, E. Anatomia funcional das cadeias musculares. São Paulo: Ícone, 
1997.
5. E-REFERÊNCIAS
COMISSÃO DE RISCOS QUÍMICOS. Universidade Federal de Alfenas. Equipamentos 
de Proteção Coletiva (EPC) e suas utilidades nos laboratórios. Disponível em: <http://
www.unifal-mg.edu.br/riscosquimicos/epis>. Acesso em: 9 jan. 2015.
JAMOULLE, M. et al. Working fields and prevention domainsin general practice/family 
medicine. Disponível em: <http://docpatient.net/mj/prev.html>. Acesso em: 9 jan. 
2015.
WHO. WHO definition of Health. Disponível em: <http://www.who.int/about/
definition/en/print.html>. Acesso em: 9 jan. 2015.
17
UNIDADE 1
HISTÓRIA DA ERGONOMIA
Objetivos
• Entender o que é Ergonomia e refletir sobre as suas definições.
• Conhecer um pouco da história da Ergonomia e como ela surgiu a partir 
das demandas do trabalho.
• Entender o que é Ergonomia Física, Cognitiva e Organizacional.
• Identificar e reconhecer as principais vertentes da Ergonomia, a anglo-sa-
xônica e a francofônica.
• Entender um pouco da história da Ergonomia no Brasil.
Conteúdos
• Conceitos e definições em Ergonomia.
• Breve histórico da Ergonomia internacional e nacional.
• Taylorismo na história do trabalho.
• Ergonomia Física (anglo-saxônica) e Ergonomia Cognitiva (francofônica).
Orientações para o estudo da unidade
Antes de iniciar o estudo desta unidade, leia as orientações a seguir: 
1) Tenha sempre à mão o significado dos conceitos apresentados no Glossá-
rio e sempre retorne a ele quando achar necessário em todas as unidades 
deste Caderno de Referência de Conteúdo. Isso poderá facilitar sua apren-
dizagem e seu desempenho.
18 © ERGONOMIA E GINÁSTICA LABORAL
UNIDADE 1 – HISTÓRIA DA ERGONOMIA
2) Pesquise em livros ou na internet o assunto abordado nesta unidade e 
selecione as informações que considerar interessantes e importantes, 
disponibilizando-as para seus colegas na Lista. Lembre-se de que você é 
protagonista do processo educativo.
19© ERGONOMIA E GINÁSTICA LABORAL
UNIDADE 1 – HISTÓRIA DA ERGONOMIA
1. INTRODUÇÃO
O estudo da história da Ergonomia é muito importante, 
pois permite entender a evolução desse tema a partir do cresci-
mento de demanda de conhecimento nessa área, bem como de 
situações reais que surgiam e precisavam de soluções. A história 
da Ergonomia também nos possibilita compreender pensamen-
tos até hoje vigentes, antes divergentes, mas que agora se com-
plementam, como a vertente anglo-saxônica e a francofônica.
Então, vamos aos estudos!
2. CONTEÚDO BÁSICO DE REFERÊNCIA
O Caderno de Referência de Conteúdo Ergonomia e Ginás-
tica Laboral apresentará a Ergonomia, bem como sua aplicação 
no ambiente de trabalho, e, por fim, as possíveis intervenções, 
como a Ginástica Laboral. Assim, daremos início aos nossos es-
tudos a partir da definição de ergonomia. Então, vamos às suas 
definições!
2.1. DEFINIÇÃO DE ERGONOMIA
A palavra “ergonomia” deriva do grego, sendo composta 
pelos termos “ergon”, que significa “trabalho”, e “nomos”, que 
significa “regras”. A Ergonomia é uma ciência interdisciplinar, 
cujo objetivo prático é a adaptação do posto de trabalho, dos 
instrumentos, das máquinas, do tempo de trabalho e do meio 
ambiente às necessidades do homem. A realização de tais obje-
tivos, em nível industrial, propicia a facilitação do trabalho e um 
melhor rendimento do esforço humano.
20 © ERGONOMIA E GINÁSTICA LABORAL
UNIDADE 1 – HISTÓRIA DA ERGONOMIA
De acordo com a Ergonomics Society da Inglaterra, a Ergo-
nomia pode ser definida como o estudo do relacionamento entre 
o homem e seu trabalho, equipamentos e ambiente, integrando 
conhecimentos de Anatomia, Fisiologia e Psicologia para solução 
de problemas que surgem desse relacionamento. O ergonomista 
é responsável por aplicar os conhecimentos científicos anterior-
mente descritos, visando à otimização da capacidade produtiva 
e, principalmente, à manutenção da saúde e do bem-estar do 
trabalhador. 
Em agosto de 2000, a Associação Internacional de Ergono-
mia (Internacional Ergonomics Association – IEA) estabeleceu a 
seguinte definição para o termo:
Ergonomia é a disciplina científica relacionada à compreensão 
das interações entre os seres humanos e outros elementos de 
um sistema, é a profissão que aplica teoria, princípios, dados e 
métodos a projetos com o objetivo de otimizar o bem-estar do 
ser humano, bem como o desempenho do sistema como um 
todo.
Em termos nacionais, a Associação Brasileira de Ergonomia 
adota a seguinte definição:
Entende-se por Ergonomia o estudo das interações das pessoas 
com a tecnologia, a organização e o ambiente, objetivando in-
tervenções e projetos que visem melhorar, de forma integrada, 
a segurança, o conforto, o bem-estar e a eficácia das atividades 
humanas.
Apesar da variação de definições apresentadas pelas di-
ferentes sociedades científicas, tanto em nível nacional como 
internacional, podemos depreender como ideia central que 
a Ergonomia é uma ciência cujo objetivo principal é adaptar o 
trabalho ao homem, considerando suas características (físicas, 
fisiológicas, psicológicas, sociais, bem como a influência do sexo, 
21© ERGONOMIA E GINÁSTICA LABORAL
UNIDADE 1 – HISTÓRIA DA ERGONOMIA
idade, treinamento e motivação) e respeitando os limites do ser 
humano. Dessa forma, atua na promoção do bem-estar, saúde e 
segurança do trabalhador, isto é, fatores diretamente relaciona-
dos à qualidade do seu serviço e sua produtividade. 
Figura 1 Exemplo de adequação de um posto de trabalho típico de setor administrativo.
A Ergonomia é uma ciência que visa essencialmente à pre-
venção primária de acidentes. Assim, é necessário saber avaliar 
as condições que produzem riscos para prevenir os danos antes 
que esses aconteçam. Dessa forma, torna-se essencial a compre-
ensão dos mecanismos fisiológicos da lesão em ambiente ocu-
pacional e o reconhecimento das eventuais fontes de risco para 
intervir de forma eficiente sobre eles.
22 © ERGONOMIA E GINÁSTICA LABORAL
UNIDADE 1 – HISTÓRIA DA ERGONOMIA
2.2. OS DOMÍNIOS DA ERGONOMIA
Tendo em vista a ampla abordagem e o caráter multidisci-
plinar da Ergonomia, é função do ergonomista analisar o traba-
lho de forma global, contemplando os aspectos físicos, cogniti-
vos, sociais e organizacionais relacionados à realização da tarefa.
Conforme proposto pela International Ergonomics Asso-
ciation (IEA), definem-se os três domínios da Ergonomia:
1) Ergonomia Física: domínio que contempla as caracte-
rísticas da anatomia humana, Antropometria, Fisiolo-
gia e Biomecânica e sua relação com os aspectos físicos 
da atividade. Enquadram-se nessa categoria o estudo 
das posturas no trabalho, o manuseio de materiais, os 
movimentos repetitivos, os distúrbios musculoesque-
léticos relacionados ao trabalho, o projeto de postos 
de trabalho e os aspectos relacionados à segurança e à 
saúde do trabalhador.
2) Ergonomia Cognitiva: domínio que inclui a abordagem 
dos processos mentais, como a percepção, memória, 
raciocínio, resposta motora e seus efeitos nas intera-
ções entre as pessoas e outros elementos de um siste-
ma. O foco dessa abordagem está no estudo da carga 
mental de trabalho, na tomada de decisões, na inte-ração homem-computador, no estresse ocupacional e 
nos efeitos do treinamento.
3) Ergonomia Organizacional: domínio que aborda a oti-
mização dos sistemas sócio-técnicos, abrangendo as 
estruturas organizacionais, regras e processos. Entre 
os focos de atenção dessa abordagem estão incluídos 
o projeto de trabalho, a programação do trabalho em 
23© ERGONOMIA E GINÁSTICA LABORAL
UNIDADE 1 – HISTÓRIA DA ERGONOMIA
grupo, a organização temporal do trabalho, o proje-
to participativo, o trabalho cooperativo, a cultura or-
ganizacional, as organizações em rede e a gestão da 
qualidade.
A atuação em Ergonomia pode ser orientada com base em 
um ou mais dos domínios anteriormente apresentados, de acor-
do com o contexto da situação de trabalho em que ele esteja 
inserido.
Em síntese, a prática ergonômica deve resultar na pon-
deração entre as condições de trabalho e as necessidades do 
trabalhador. De acordo com Falzon (2004), a especificidade da 
Ergonomia baseia-se no equilíbrio entre dois objetivos: um vol-
tado para a organização e o ambiente físico que pode ser expres-
so em termos de eficiência, produtividade, qualidade e o outro 
voltado para os indivíduos, ocupando-se de sua segurança, con-
forto, facilidade de utilização, saúde e satisfação. O profissional 
pode tender mais para um desses objetivos do que para outro, 
mas ninguém pode pretender atuar na prática ignorando esses 
objetivos. 
2.3. HISTÓRIA DA ERGONOMIA
A história da Ergonomia começou muito antes do imagina-
do. Homens da caverna já adaptavam suas ferramentas para sua 
sobrevivência, mas só após a Revolução Industrial, no século 18, 
é que a sociedade e as autoridades começaram a se interessar 
mais pela saúde do trabalhador. Isso porque o número de aci-
dentes de trabalho e as doenças relacionadas ao trabalho cres-
ciam assustadoramente. As tarefas a serem executadas pelo tra-
balhador eram repetitivas, os ambientes de trabalho insalubres, 
24 © ERGONOMIA E GINÁSTICA LABORAL
UNIDADE 1 – HISTÓRIA DA ERGONOMIA
além das jornadas de trabalho extenuantes, com duração de 18 
horas por dia para homens e de 14 horas por dia para mulheres 
e crianças. Os inventos tecnológicos e a produção eram prioriza-
dos em detrimento da saúde dos trabalhadores.
Os conceitos apresentados se desenvolveram e são resul-
tantes das transformações que aconteceram ao longo da história 
da Ergonomia.
Embora esta seja uma ciência formalizada recentemente 
(1949), com a criação da Ergonomics Research Society na Ingla-
terra, seu surgimento remonta à Pré-História. A utilização da 
matéria-prima disponível para a construção de objetos e o apri-
moramento desses de modo a tornar mais fácil e prática a exe-
cução de tarefas como a caça, que é um exemplo de aplicação da 
Ergonomia em tempos remotos.
Figura 2 Evolução do homem e da Ergonomia.
A palavra “ergonomia” foi criada em 1857, pelo polonês 
W. Jastrzebowski, que publicou Ensaios de Ergonomia ou ciência 
do trabalho. A adoção oficial do termo ocorreu em 1949, com a 
fundação da Ergonomic Research Society, na Inglaterra.
A partir do século 20, no período Pós-guerra, há uma or-
ganização mais sistemática dos profissionais, sendo criadas, em 
1959, a Human Factors Society (HFS) e a International Ergono-
25© ERGONOMIA E GINÁSTICA LABORAL
UNIDADE 1 – HISTÓRIA DA ERGONOMIA
mics Society (IES), nos Estados Unidos, e, em 1963, na França, a 
Societé d'Ergonomie de Langue Française (SELF). 
A Ergonomia desenvolveu-se e estabeleceu-se a partir da 
conjunção de conhecimentos relativos às ciências antigas, como 
a Engenharia, a Fisiologia e a Psicologia. 
Figura 3 Ergonomia e suas diversas áreas. 
A origem desta ciência está associada à Segunda Guerra 
Mundial, período em que foram desenvolvidos sistemas novos 
e avançados que potencialmente seriam melhores, mas que não 
consideravam as características das pessoas que iriam utilizá-los. 
(ERGONOMICS SOCIETY, 2014). Nesse período, a Força Aérea 
Real Britânica (Royal Air Force) buscava explicações para o fato 
de equipamentos extremamente modernos não estarem sendo 
operados com a eficiência e a eficácia esperadas. Formou-se, as-
sim, uma equipe multidisciplinar composta por um engenheiro, 
26 © ERGONOMIA E GINÁSTICA LABORAL
UNIDADE 1 – HISTÓRIA DA ERGONOMIA
um psicólogo e um fisiologista. A análise da situação a partir de 
diferentes pontos de vista foi determinante para a identificação 
dos problemas e a elaboração de propostas para solucioná-los. 
(WISNER, 1994). 
Figura 4 Produção industrial no período pós-guerra.
O desenvolvimento da Ergonomia estava, portanto, inseri-
do dentro do perfil socioeconômico da época. As indústrias ame-
ricanas e europeias do Pós-guerra necessitavam aumentar sua 
produção dentro de um contexto de escassez de mão de obra 
qualificada e de matéria-prima. Para atender a essa demanda, os 
ergonomistas direcionaram seus olhares às questões referentes 
a: 
1) insalubridade;
2) condições de trabalho;
3) dimensionamento dos homens e equipamentos;
27© ERGONOMIA E GINÁSTICA LABORAL
UNIDADE 1 – HISTÓRIA DA ERGONOMIA
4) adaptação de instrumentos e ferramentas de trabalho;
5) organização do trabalho (considerando variabilidade 
entre os sujeitos, equipamentos e matéria-prima).
Com a evolução dos movimentos sociais reivindicando 
melhores condições de trabalho e o surgimento dos sindicatos 
de trabalhadores, cresceram em número as demandas em Er-
gonomia que buscavam respostas para problemas relacionados 
às más condições de trabalho, à organização dos tempos de tra-
balho (ritmos e turnos) e à rejeição da fragmentação de tarefas, 
produto da divisão exacerbada do trabalho que teve origem no 
final do século 19, com o movimento chamado Taylorismo. O 
auge desses movimentos ocorre entre os anos de 1960 e 1970.
Figura 5 Linha de produção taylorista.
28 © ERGONOMIA E GINÁSTICA LABORAL
UNIDADE 1 – HISTÓRIA DA ERGONOMIA
Figura 6 Frederick Winslow Taylor.
2.4. HISTÓRIA DO TRABALHO: TAYLORISMO
Revolução Industrial
As primeiras fábricas surgidas não tinham nenhuma seme-
lhança com a fábrica moderna. Eram sujas, barulhentas, perigo-
sas e escuras, e as jornadas de trabalho chegavam a 16 horas 
diárias, sem férias, em regime de semiescravidão, imposto por 
empresários autoritários.
Estudos mais sistemáticos do trabalho começaram a ser 
realizados a partir do final do século passado. Nessa época, sur-
ge, nos Estados Unidos, o movimento da administração científica 
que ficou conhecido como taylorismo, elaborado pelo engenhei-
ro norte-americano Frederick Winslow Taylor (1879). 
Princípios do Taylorismo
1) Encontrar uma melhor maneira: para Taylor, o tra-
balho é governado por leis científicas. Descobrir es-
sas leis, para realizar o trabalho da melhor maneira, 
29© ERGONOMIA E GINÁSTICA LABORAL
UNIDADE 1 – HISTÓRIA DA ERGONOMIA
é o primeiro passo para a obtenção de uma produção 
eficiente.
2) Pessoas certas para as tarefas: para Taylor, as pesso-
as são diferentes. Assim, elas devem ser selecionadas 
"cientificamente" para executar determinadas tarefas.
3) Supervisão, recompensa e punição: para Taylor, a su-
pervisão era essencial para assegurar que a melhor 
maneira de executar a tarefa fosse de fato empregada.
4) Sistema de incentivos salariais: Taylor acreditava que, 
se os trabalhadores entendessem a lógica que funda-
mentava o método de trabalho por ele proposto, com 
um sistema de incentivos salariais por peça, eles o uti-
lizariam em benefício próprio. Esse incentivo recom-
pensaria os operários que produzissem acima do nível 
esperado de produção, determinado "cientificamen-
te" pela gerência, e penalizaria os operários que não 
conseguissem atingir esse nível.
2.5. CENÁRIO MUNDIAL NAS ÚLTIMAS DÉCADAS
A partir da década de 1980, ocorre uma mudança no foco 
da atenção dos ergonomistas.Com o objetivo de reduzir a sobre-
carga física provocada pelo manuseio de cargas, ocorreu a au-
tomação dos sistemas produtivos a partir da qual se acreditava 
que os principais fatores de risco relacionados ao manuseio de 
cargas seriam resolvidos. Contudo, tal processo passou a ser fon-
te de uma série de problemas relacionados à natureza cognitiva 
da ação. Assim, ganhou importância a análise dos sistemas au-
tomáticos e informatizados com ênfase na natureza cognitiva do 
trabalho. Isso porque o trabalhador deixou de ser um executor 
30 © ERGONOMIA E GINÁSTICA LABORAL
UNIDADE 1 – HISTÓRIA DA ERGONOMIA
direto da atividade, passando a exercer o papel de controlador 
do processo produtivo. As inovações tecnológicas resultaram na 
intensificação do trabalho, vinculada, muitas vezes, à execução 
de tarefas altamente repetitivas, e novos meios de controle so-
bre o trabalhador.
No final da década de 1990, com o advento do setor de 
serviços representado pelos call centers, pelas redes de distri-
buição e sistemas delivery (MARRAS, 2000), cresce ainda mais a 
necessidade de atenção conjunta voltada tanto para os aspectos 
físicos como para os cognitivos, relacionados às atividades de-
senvolvidas pelos setores de serviços. 
Atualmente, a Ergonomia congrega a atuação de dife-
rentes profissionais vinculados às questões do trabalho, como 
médicos, engenheiros, fisioterapeutas, psicólogos, terapeutas 
ocupacionais, enfermeiros, educadores físicos, administradores, 
sociólogos, entre outros. Além disso, tornou-se um instrumento 
que embasa ações de sindicatos de trabalhadores, que dá su-
porte a organizações patronais e que serve de subsídio durante 
ações judiciais, contribuindo sempre no sentido de transformar e 
adequar o trabalho às necessidades e limitações do trabalhador, 
bem como às demandas para otimização do sistema produtivo.
Ergonomia Física e Cognitiva 
Duas correntes acabaram se desenvolvendo dentro da Er-
gonomia: a anglo-saxônica, dos países de língua inglesa, conheci-
da como Ergonomia Física, e a Ergonomia francofônica, de países 
de língua francesa, conhecida como Ergonomia Cognitiva. Essas 
vertentes não são contraditórias, mas complementares entre si. 
31© ERGONOMIA E GINÁSTICA LABORAL
UNIDADE 1 – HISTÓRIA DA ERGONOMIA
Como o próprio nome sugere, a Ergonomia Física apre-
senta uma abordagem voltada para o ambiente, para o posto de 
trabalho, abordando fatores de risco de natureza física, biomecâ-
nica. A Ergonomia Cognitiva tem a situação real como pressupos-
to-base para verificar os aspectos do trabalho que constituem 
fatores de risco para o trabalhador (MONTMOLLIN, 1990). Ou 
seja, enquanto a Ergonomia Física adota o conceito de adapta-
ção da máquina ao homem, a Ergonomia Cognitiva desenvolve 
sua análise visando à adaptação do trabalho ao homem, numa 
abordagem que enfoca os aspectos psicossociais da organização 
do trabalho de forma mais ampla. Ambas são contra o conceito 
vigente de adaptar o homem ao trabalho, como foi objetivo do 
enfoque da Administração Científica proposta por Taylor (1987) 
e suas variantes.
A Ergonomia Física, a mais antiga, centra-se nos "fatores 
humanos", sendo também denominada "Human Factors”. Essa 
corrente orienta a ação ergonômica no sentido da concepção e/
ou transformação de dispositivos técnicos do trabalho como má-
quinas, ferramentas, postos de trabalho, programas etc., priori-
zando uma Ergonomia baseada nas características antropomé-
tricas, fisiológicas, cognitivas do trabalhador, de modo a tornar 
sua tarefa o menos dispendiosa possível. De acordo com a visão 
anglo-saxônica, aspectos relacionados às condições de trabalho 
como absenteísmo, lesão, baixa qualidade e elevados níveis de 
erro humano são vistos como problemas vinculados ao siste-
ma em vez de problemas relativos às pessoas. A solução para 
tal problema estaria no planejamento de um sistema de traba-
lho melhor, e não simplesmente numa melhor administração ou 
concessão de incentivos aos trabalhadores para torná-los mais 
motivados. (BRIDGER, 2003).
32 © ERGONOMIA E GINÁSTICA LABORAL
UNIDADE 1 – HISTÓRIA DA ERGONOMIA
De acordo com Bridger (2003), o ser humano é visto como 
parte do sistema, juntamente com o ambiente e as máquinas 
utilizadas no processo produtivo, e precisa estar plenamente in-
tegrado a este desde o início do processo de desenho e concep-
ção do posto. As necessidades do trabalhador como ser humano 
são vistas como necessidades do sistema e devem ser conside-
radas de forma primordial, e não secundária. Essas necessidades 
podem ser, de forma geral, descritas em função dos seguintes 
aspectos:
1) Facilidade de uso, garantia segurança do trabalhador e 
do equipamento.
2) Tarefas compatíveis com o nível de treinamento e limi-
tações do trabalhador.
3) Ambiente confortável e apropriado para a execução da 
tarefa, garantindo o bem-estar dos trabalhadores nas 
situações de trabalho.
4) Sistema de organização do trabalho que reconheça as 
necessidades sociais e econômicas dos indivíduos. 
33© ERGONOMIA E GINÁSTICA LABORAL
UNIDADE 1 – HISTÓRIA DA ERGONOMIA
Figura 7 Interação entre os membros da equipe de trabalho.
A Ergonomia Cognitiva, por sua vez, pode ser denominada 
Ergonomia da Atividade por ocupar-se da compreensão do tra-
balho em situação real. O foco central dessa corrente não está 
restrito à reformulação do posto e ao desenvolvimento de ferra-
mentas de trabalho, mas sim na busca de compreender e atuar 
sobre a organização do trabalho e no conjunto de fatores que 
atuam na causa do problema (FERREIRA, 2002). Essa é a Ergo-
nomia que atenta a todos os ângulos que definem a situação de 
trabalho, desde os aspectos físicos como iluminação, tempera-
tura etc.; aspectos cognitivos, como a memória, linguagem etc.; 
e, finalmente, os aspectos psíquicos relacionados aos níveis de 
conflito no interior da representação consciente ou inconsciente 
das relações entre o indivíduo e a situação, ou seja, a organiza-
ção do trabalho. (WISNER, 1994). 
34 © ERGONOMIA E GINÁSTICA LABORAL
UNIDADE 1 – HISTÓRIA DA ERGONOMIA
2.6. ERGONOMIA NO BRASIL
No Brasil, a Ergonomia surgiu vinculada às áreas de Enge-
nharia de Produção e Desenho Industrial. Nesse primeiro mo-
mento, sua atuação foi voltada para a aplicação dos conhecimen-
tos relacionados às medidas antropométricas, bem como para a 
produção de normas e padrões para a população brasileira. 
O segundo momento da Ergonomia no país teve início com 
a difusão de estudos na área de Psicologia na USP, com Paul Ste-
phaneek. Os pesquisadores brasileiros passaram então a fazer 
contato com pesquisadores europeus, especialmente os france-
35© ERGONOMIA E GINÁSTICA LABORAL
UNIDADE 1 – HISTÓRIA DA ERGONOMIA
ses. Entre eles, um dos patronos da Ergonomia brasileira: Alain 
Wisner. 
Verifica-se a influência da corrente anglo-saxônica (Ergono-
mia Física) na fase inicial da Ergonomia brasileira, a qual passou, 
num segundo momento, a ser também permeada pela aborda-
gem cognitiva. Importante lembrar que, conforme afirmado por 
Iida (2005), essas duas correntes da Ergonomia não são opostas, 
mas sim complementares. 
Um marco importante para a história da Ergonomia no 
Brasil foi a criação da Associação Brasileira de Ergonomia (ABER-
GO), em 1983. Essa associação também é filiada à International 
Ergonomics Association (IEA) e congrega diversos núcleos da Er-
gonomia no País, por meio da divulgação de conhecimentos pro-
duzidos na área (a exemplo disso, temos o Congresso Brasileiro 
de Ergonomia) e da normalização da Ergonomia como categoria 
profissional.
Entre as normas regulamentadoras brasileiras, desenvolvi-
das a partir do conhecimento acumulado relacionado à saúde 
e segurança do trabalhador, dispomos da Norma Regulamenta-
dora 17 (NR 17 – Ergonomia, Portaria n.º 3.214, de 8.6.1978 do 
Ministério doTrabalho, modificada pela Portaria nº 3.751, de 
23.11.1990 do Ministério do Trabalho), que é especificamente 
dedicada à Ergonomia. Essa norma resulta da articulação entre 
sindicatos e ergonomistas e foi patrocinada pelo Ministério do 
Trabalho. Isso porque o processo produtivo, tanto em nível na-
cional como internacional, desenvolveu-se de modo a contem-
plar a produtividade, negligenciando a saúde do trabalhador. 
Em síntese, pudemos perceber que há tempos temas e 
questões relacionados à Ergonomia vêm permeando o ambiente 
de trabalho e que, com o passar dos anos, muito se evoluiu nessa 
36 © ERGONOMIA E GINÁSTICA LABORAL
UNIDADE 1 – HISTÓRIA DA ERGONOMIA
área. No entanto, ainda há muito para ser feito a fim de minimi-
zar o impacto do trabalho na vida do trabalhador.
3. CONTEÚDO DIGITAL INTEGRADOR
O Conteúdo Digital Integrador representa uma condição 
necessária e indispensável para você compreender integralmen-
te os conteúdos apresentados nesta unidade.
O conteúdo que será abordado é importante para garantir 
o seu aprendizado nesse tema e aprofundá-lo. No primeiro tex-
to indicado, você poderá aprofundar seus conhecimentos sobre 
as duas vertentes da Ergonomia, a anglo-saxônica e a francofô-
nica. Esse material aborda as complementaridades dessas duas 
vertentes, que objetivam atuar de maneira a adaptar o trabalho 
ao homem, e também apresenta as divergências dessas duas 
vertentes.
• ALMEIDA, R. G. A ergonomia sob a ótica anglo-saxônica 
e a ótica francesa. Revista Vértices, Campos dos Goyta-
cazes/RJ, v. 13, n. 1, p. 115-126, jan./abr. 2011. Dispo-
nível em: <http://essentiaeditora.iff.edu.br/index.php/
vertices/article/ viewFile/ 1809-2667.20110007/646>. 
Acesso em: 09 jan. 2015.
Esse segundo conteúdo permitirá que você aprofunde o 
seu conhecimento sobre o Taylorismo e o seu criador, Frederick 
Winslow Taylor. O Taylorismo foi um marco na história mundial e 
também na Ergonomia.
• Da organização científica à Ergonomia: a contribuição 
de Frederick Wisnslow Taylor. In: SILVA, J. C. P.; PASCHO-
ARELLI, L. C. [Orgs.]. A evolução histórica da Ergonomia 
no mundo e seus pioneiros [on-line]. São Paulo: Editora 
37© ERGONOMIA E GINÁSTICA LABORAL
UNIDADE 1 – HISTÓRIA DA ERGONOMIA
UNESP; São Paulo: Cultura Acadêmica, 2010. 103 p. Dis-
ponível em: <http://books.scielo.org>. Acesso em: 09 
jan. 2015.
4. QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS
A autoavaliação pode ser uma ferramenta importante 
para você testar o seu conhecimento sobre o tema estudado. Se 
você encontrar dificuldades em responder as questões a seguir, 
você deverá revisar os conteúdos estudados para eliminar essas 
dúvidas.
1) De acordo com as definições de Ergonomia, qual das afirmações a seguir 
está incorreta? 
a) Ergonomia é a ciência que estuda as adaptações do homem ao 
trabalho.
b) A Ergonomia visa à prevenção primária de acidentes.
c) A Ergonomia tem como objetivo otimizar o bem-estar do ser humano.
d) Ergonomia é a disciplina científica relacionada à compreensão das in-
terações entre os seres humanos e outros elementos de um sistema. 
2) Qual a origem da palavra Ergonomia?
a) Francesa.
b) Norte-americana.
c) Grega.
d) Latina.
3) Qual o significado da palavra Ergonomia?
a) Saúde no trabalho.
b) Regras de trabalho.
c) Organização no trabalho.
d) Análise do trabalho.
38 © ERGONOMIA E GINÁSTICA LABORAL
UNIDADE 1 – HISTÓRIA DA ERGONOMIA
4) A Ergonomia visa essencialmente a qual nível de atenção?
a) Atenção primária.
b) Atenção secundária.
c) Prevenção terciária.
d) Prevenção primária.
5) Quais são os domínios da Ergonomia?
a) Psicossocial, Físico e Cognitivo.
b) Físico, Cognitivo e Organizacional.
c) Ambiental, Cognitivo e Organizacional.
d) Mental, Cognitivo e Físico.
6) Qual item a seguir não é um aspecto do trabalho que podemos considerar 
como exemplo de Ergonomia Física? 
a) Manuseio de materiais.
b) Demanda psicossocial.
c) Posturas do trabalho.
d) Movimentos repetitivos.
7) Qual item a seguir não é um aspecto do trabalho que podemos considerar 
como exemplo de Ergonomia Cognitiva?
a) Carga mental de trabalho.
b) Tomada de decisões.
c) Ruído do ambiente de trabalho.
d) Estresse ocupacional.
8) Qual item a seguir não é um aspecto do trabalho que podemos considerar 
como exemplo de Ergonomia Organizacional?
a) Iluminação do ambiente de trabalho.
b) Programação do trabalho em grupo.
c) Projeto participativo.
d) Trabalho cooperativo.
9) Quais são as duas vertentes da Ergonomia?
a) Física (anglo-saxônica) e Cognitiva (francofônica).
39© ERGONOMIA E GINÁSTICA LABORAL
UNIDADE 1 – HISTÓRIA DA ERGONOMIA
b) Física (francofônica) e Cognitiva (anglo-saxônica).
c) Organizacional (francofônica) e Cognitiva (anglo-saxônica).
d) Organizacional (anglo-saxônica) e Cognitiva (francofônica).
10) Quais dos itens a seguir não são princípios do Taylorismo?
a) Encontrar uma melhor maneira.
b) Pessoas certas para as tarefas.
c) Sistemas de pagamentos salariais sem incentivos.
d) Supervisão, recompensa e punição.
Gabarito 
Confira, a seguir, as respostas corretas para as questões au-
toavaliativas propostas:
1) a.
2) c.
3) b.
4) d.
5) b.
6) b.
7) c.
8) a.
9) a.
10) c.
40 © ERGONOMIA E GINÁSTICA LABORAL
UNIDADE 1 – HISTÓRIA DA ERGONOMIA
5. CONSIDERAÇÕES
Chegamos ao final da unidade que abordou brevemente a 
história da Ergonomia. Nela, você conheceu a definição de Ergo-
nomia, os seus três tipos e também as duas principais vertentes 
dessa área. Além disso, estudou sobre o Taylorismo, que foi um 
importante marco na história da humanidade, principalmente da 
Ergonomia, e conheceu um pouco sobre a história da Ergonomia 
no Brasil, assim como as principais instituições nacionais e inter-
nacionais que apoiam o desenvolvimento dessa área. Porém, é 
necessário continuar o seu aprendizado, para a contínua aquisi-
ção de conhecimento. Dessa forma, vamos seguir para a próxima 
unidade.
6. E-REFERÊNCIAS
Lista de figuras
Figura 1 Exemplo de adequação de um posto de trabalho típico de setor administrativo. 
Disponível em: <mmcsaude.com.br>. Acesso em: 09 jan. 2015.
Figura 2 Evolução do homem e da Ergonomia. Disponível em: <http://neurocirurgia.
com/sites/neurocirurgia.com/files/field/image/evolucao-dor-cervical-lombar-costas-
por-que.png>. Acesso em: 09 jan. 2015.
Figura 3 Ergonomia e suas diversas áreas. Disponível em: <slideplayer.com.br>. Acesso 
em: 09 jan. 2015
Figura 4 Produção industrial no período pós-guerra. Disponível em: <http://3.
bp.blogspot.com/-PNPHK5AFlDE/U36OOVPx67I/AAAAAAACNYc/TSOqCefD0Mw/
s1600/fabrica_na_revolu%C3%A7%C3%A3o+industrial.jpg>. Acesso em: 09 jan. 2015.
Figura 5 Linha de produção taylorista. Disponível em: <http://www.mundoeducacao.
com/upload/conteudo/cmontaggiogm.jpg>. Acesso em: 09 jan. 2015.
Figura 6 Frederick Winslow Taylor. Disponível em: <http://education-portal.com/
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41© ERGONOMIA E GINÁSTICA LABORAL
UNIDADE 1 – HISTÓRIA DA ERGONOMIA
Figura 7 Interação entre os membros da equipe de trabalho. Disponível em: 
<prevenciontumejoropcionii.blogspot.com>. Acesso em: 09 jan. 2015.
Sites consultados
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org.br>. Acesso em: 09 jan. 2015.
ERGONOMICS & HUMAN FACTORS. Home page. Disponível em: <www.ergonomics.
org.uk>. Acesso em: 09 jan. 2015.
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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ao Trabalho – DORTs – A Fisioterapia do Trabalho aplicada. Rio de Janeiro: Guanabara 
Koogan, 2002.
BERTUSSI, L. A. S.; TEJADA, C. A. O. Conceito, estrutura e evolução da Previdência 
Social no Brasil. Revista Teoria e Evidência Econômica, Passo Fundo, v. 11, n. 20, p. 
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BRASIL. 2000. Protocolo de investigação, diagnóstico, tratamentoe prevenção de 
Lesão por Esforço Repetitivo: Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho. 
Brasília: Ministério da Saúde, Secretaria de Políticas de Saúde. 11 p. 
BRIDGER, R. S. Introduction to Ergonomics. 2. ed. London: Taylor e Francis, 2003.
CODO, W.; ALMEIDA, M. C. G. LER – Diagnóstico, Tratamento e Prevenção: uma 
abordagem interdisciplinar. 4. ed. Petrópolis: Vozes, 1998.
DANNIELLOU, F.; LAVILLE, A.; TEIGER, C. Ficção e realidade do trabalho operário. 
Revista Brasileira de Saúde Ocupacional, São Paulo, v. 17, n. 68, p. 7-13, out./dez. 1989.
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KROEMER, K. H. E.; GRANDJEAN, E. Manual de Ergonomia – adaptando o trabalho ao 
homem. 4. ed. Porto Alegre: Bookman, 1998.
LAVILLE, A. Ergonomia. São Paulo: EPU, 1977.
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UNIDADE 1 – HISTÓRIA DA ERGONOMIA
MONTMOLLIN, M. A. Ergonomia. Lisboa: Instituto Piaget, 1990.
PIRES, D. Reestruturação produtiva e trabalho em saúde no Brasil. São Paulo: 
Annablume, 1998. 
WISNER, A. A inteligência no trabalho. Textos selecionados em Ergonomia. São Paulo: 
Fundacentro, 1994.
43
UNIDADE 2
ABORDAGEM ERGONÔMICA E ANÁLISE DO 
TRABALHO
Objetivos
• Entender os principais pressupostos da Ergonomia.
• Compreender o que é e para que serve uma Análise Ergonômica do Traba-
lho (AET).
• Familiarizar-se com o protocolo de Análise Ergonômica do Trabalho.
• Identificar e compreender os itens que compõem o protocolo de Análise 
Ergonômica do Trabalho.
Conteúdos
• Principais pressupostos da Ergonomia.
• Importância da Análise Ergonômica do Trabalho.
• Protocolo de Análise Ergonômica do Trabalho.
Orientações para o estudo da unidade
Antes de iniciar o estudo desta unidade, é importante que você leia as orien-
tações a seguir: 
1) Leia atentamente todo o material da Unidade 2 e faça anotações de todas 
as suas dúvidas. Procure solucioná-las por meio do nosso sistema de inte-
ratividade ou diretamente com o seu tutor.
2) Leia os materiais complementares disponibilizados no tópico Conteúdo 
Digital Integrador para que você aprofunde seus conhecimentos teóricos. 
Procure resolver todas as questões autoavaliativas e, sempre que neces-
sário, releia o conteúdo da Unidade.
© ERGONOMIA E GINÁSTICA LABORAL
45© ERGONOMIA E GINÁSTICA LABORAL
UNIDADE 2 – ABORDAGEM ERGONÔMICA E ANÁLISE DO TRABALHO
1. INTRODUÇÃO
Na Unidade 1, você estudou um pouco sobre a história da 
Ergonomia, bem como as principais vertentes dessa área. Na 
Unidade 2, você estudará os três principais pressupostos da Er-
gonomia e também entenderá a importância da Análise Ergonô-
mica do Trabalho. Você será introduzido ao protocolo da Análi-
se Ergonômica do Trabalho, que permite realizar uma avaliação 
bem completa do ambiente ocupacional.
Então, vamos aos estudos!
2. CONTEÚDO BÁSICO DE REFERÊNCIA 
O Conteúdo Básico de Referência apresenta, de forma su-
cinta, os temas abordados nesta unidade. Para sua compreensão 
integral, é necessário o aprofundamento pelo estudo do Conteú-
do Digital Integrador. 
O Caderno de Referência de Conteúdo Ergonomia e Ginás-
tica Laboral apresentará e discutirá os principais pressupostos da 
Ergonomia e também a Análise Ergonômica do Trabalho. 
Para uma atuação eficiente em Ergonomia, é fundamental 
conhecer os pressupostos que norteiam o agir ergonômico. Após 
compreender os conceitos que guiam a atuação, estudaremos 
uma das principais ferramentas utilizadas para avaliação ergo-
nômica do posto de trabalho: o protocolo AET (Análise Ergonô-
mica do Trabalho). Contudo, é importante destacar que existem 
outros protocolos destinados a avaliações mais específicas dos 
variados postos e condições de trabalho.
46 © ERGONOMIA E GINÁSTICA LABORAL
UNIDADE 2 – ABORDAGEM ERGONÔMICA E ANÁLISE DO TRABALHO
2.1. PRINCIPAIS PRESSUPOSTOS DA ERGONOMIA
A Ergonomia desenvolveu-se como ciência ao longo dos 
anos e sua prática é guiada por três princípios básicos: a interdis-
ciplinaridade, a análise da situação real de trabalho e a partici-
pação dos sujeitos. A seguir, segue análise detalhada de cada um 
dos fundamentos norteadores da Ergonomia.
Interdisciplinaridade
A interdisciplinaridade é o princípio que destaca a impor-
tância da análise das condições de trabalho sob diferentes pers-
pectivas. Pelo estudo das capacidades, limitações e demais ca-
racterísticas do ser humano, é possível projetar boas interfaces 
homem-posto de trabalho, adequando a atividade de trabalho 
de modo a garantir a qualidade operacional deste projeto. Para 
que o objetivo final seja alcançado, é necessário que várias dis-
ciplinas como Fisiologia, Psicologia, Sociologia, Anatomia e práti-
cas profissionais como a Medicina do Trabalho, o Design, a Socio-
técnica e as Tecnologias de Estratégia e Organização interajam. 
Seus conteúdos se orientam para o design, Arquitetura e Enge-
nharia, cuja inserção nesses quadrantes é basicamente a mesma.
47© ERGONOMIA E GINÁSTICA LABORAL
UNIDADE 2 – ABORDAGEM ERGONÔMICA E ANÁLISE DO TRABALHO
Figura 1 Interdisciplinaridade da Ergonomia. 
Fonte: adaptado de Hubault (1992). 
Em termos mais práticos, a Ergonomia reveste-se de um 
caráter eminentemente interdisciplinar à medida que sua prática 
se constitui em parte da arte do engenheiro, expressa por meio 
de dispositivos técnicos (concepção de ferramentas, máquinas, 
espaços e dispositivos) que possam ser utilizados com o máximo 
conforto, segurança e eficácia. Além disso, ela se baseia, essen-
cialmente, em conhecimentos científicos relativos ao campo das 
ciências do homem (Antropometria, Fisiologia, Psicologia, Medi-
cina, Linguística, Sociologia), sendo avaliada, principalmente, por 
critérios pertencentes às Ciências Biológicas e Sociais (Saúde, So-
ciologia, Economia, entre outras).
Verifica-se, assim, a dificuldade de uma única área do co-
nhecimento ser capaz de contemplar todos os âmbitos vincu-
lados à demanda do ambiente ocupacional. Assim, é bastante 
difícil encontrar um profissional com todas as competências ne-
cessárias à ação ergonômica. Dessa forma, a atuação na prática 
48 © ERGONOMIA E GINÁSTICA LABORAL
UNIDADE 2 – ABORDAGEM ERGONÔMICA E ANÁLISE DO TRABALHO
é realizada em equipe e esta é composta por diferentes profissio-
nais, tendo sempre como foco o tipo de atividade em questão. 
Análise de situações reais
Entender o trabalho real, considerando o que acontece na 
intimidade da produção, e identificar os fatores que mereçam 
tratamento particular é fundamental para otimizar o processo de 
produção como um todo, ou seja, tanto do ponto de vista técnico 
como do ponto de vista humano.
A situação real de trabalho significa o que é feito e como é 
feito pelo trabalhador, ou seja, é a combinação entre os objeti-
vos e metas determinados pela tarefa e as características pesso-
ais do trabalhador, a experiência e o treinamento de que dispõe 
o indivíduo. Através da análise da atividade, podemos identificar 
e valorizar a variabilidade das situações de trabalho e a variabili-
dade biológica e psicológica dos trabalhadores.
Para se compreender da melhor maneira possível a ativi-
dade realizada pelo trabalhador, é de fundamental importância 
analisar a situação de referência, a qual pode mostrar ao ergo-
nomista os principais problemas enfrentados pelo trabalhador 
no seu dia a dia e quais são as estratégias adotadas por ele para 
solucionar tais problemas e atingir os objetivos finais. 
A análise da atividade real e dos riscos ergonômicos asso-
ciados a ela consiste em coletar dados e informações que per-
mitam ao ergonomista planejar e propor as mudanças necessá-
rias no ambientede trabalho. A etapa de concepção de soluções 
ergonômicas varia de acordo com a natureza do problema e da 
forma como a demanda foi instruída.
49© ERGONOMIA E GINÁSTICA LABORAL
UNIDADE 2 – ABORDAGEM ERGONÔMICA E ANÁLISE DO TRABALHO
É importante lembrarmos que a implementação das mu-
danças ergonômicas representa a fase final de uma intervenção 
e requer uma análise anterior muito cuidadosa e bem embasada 
em termos de conhecimentos teóricos.
Envolvimento dos sujeitos
Um dos critérios mais importantes relacionados ao suces-
so da intervenção ergonômica está vinculado à participação dos 
próprios trabalhadores no processo de identificação de proble-
mas, proposição de sugestões e avaliação final das mudanças im-
plementadas. A visão dos trabalhadores é uma fonte importante 
de informações para orientar as hipóteses iniciais e definir o pla-
no de trabalho desde a etapa de avaliação e coleta dos dados até 
a implementação das mudanças e avaliação final da intervenção.
A participação dos trabalhadores no processo da Análise 
Ergonômica do Trabalho pode se dar em reuniões com os re-
presentantes da organização pesquisada. A análise participativa 
permite a transformação das condições de trabalho por meio do 
auxílio à detecção de problemas, compreensão destes, sugestão 
de soluções, bem como validação da análise e das sugestões.
A partir dessa esfera de análise, é possível identificar com-
petências dos trabalhadores até então desconhecidas e identifi-
car situações típicas e características que devem ser consideradas 
para a elaboração e definição do trabalho futuro. Tais situações 
características serão confrontadas e comparadas e servirão de 
base para traçar melhorias do trabalho realizado e facilitar a si-
mulação do trabalho futuro.
50 © ERGONOMIA E GINÁSTICA LABORAL
UNIDADE 2 – ABORDAGEM ERGONÔMICA E ANÁLISE DO TRABALHO
2. 2. ANÁLISE ERGONÔMICA DO TRABALHO
A Análise Ergonômica do Trabalho permite identificar e 
buscar o ajuste das condições de trabalho que possam prejudicar 
a saúde do trabalhador. A identificação dos fatores de risco que 
podem contribuir para o desenvolvimento de sintomas e lesões 
nos trabalhadores expostos é realizada por meio de protocolos 
específicos para cada tipo de atividade ocupacional.
Ainda estamos longe de compreender completamente os 
mecanismos envolvidos no desenvolvimento das lesões muscu-
loesqueléticas relacionadas ao trabalho e o papel de cada fator 
de risco nesse desenvolvimento. Além disso, ainda não estão 
estabelecidos os limites de postura, força e repetitividade capa-
zes de desencadear as lesões. Tendo em vista que as doenças 
ocupacionais são de origem multifatorial, é muito difícil isolar o 
papel de cada fator no desenvolvimento das lesões. Assim, quan-
do pensamos em prevenção de doenças ocupacionais, temos 
de avaliar o maior número possível de fatores de risco presen-
tes no ambiente de trabalho e, a partir dessa avaliação, tentar 
minimizá-los.
O protocolo de Análise Ergonômica do Trabalho propõe 
uma avaliação geral do posto de trabalho, tendo por base a des-
crição cuidadosa e sistemática das tarefas e levando em conside-
ração a opinião dos trabalhadores.
A versão em português do protocolo AET foi elaborada 
pelo grupo Ergo & Ação e SimuCad, da Universidade Federal de 
São Carlos, e será nossa referência neste capítulo. As imagens 
utilizadas fazem parte do protocolo original Ergonomic Work 
Analysis, desenvolvido em Helsinque por pesquisadores do Insti-
tuto Finlandês de Saúde Ocupacional. De acordo com o Manual 
51© ERGONOMIA E GINÁSTICA LABORAL
UNIDADE 2 – ABORDAGEM ERGONÔMICA E ANÁLISE DO TRABALHO
Análise Ergonômica do Posto de Trabalho, a análise de um posto 
de trabalho se processa de acordo com os três passos seguintes:
1) O analista define e delimita a tarefa a ser analisada. A 
análise deve ser baseada na tarefa ou no local do tra-
balho. Geralmente, a tarefa é dividida em subtarefas, 
que são analisadas separadamente. São necessárias 
análises em separado para cada uma das subtarefas, 
caso estas sejam muito diferentes.
2) A tarefa deve ser descrita. Para isso, o analista faz uma 
lista de operações e desenha um esboço do posto de 
trabalho.
3) O analista apresenta ao operador a descrição das ta-
refas e, em conjunto, eles redefinem a lista de tarefas, 
aproximando-a do trabalho real.
O analista classifica os vários fatores em uma escala, ge-
ralmente de 1 a 5. O valor 1 é dado quando a situação apresen-
ta o menor desvio em relação à condição ótima, ou geralmente 
aceitável, para as condições e o arranjo espacial do trabalho. Os 
valores 4 e 5 indicam que a condição de trabalho ou o ambiente 
pode eventualmente causar danos à saúde dos trabalhadores. 
Atenção especial deve ser dada ao ambiente e às condições de 
trabalho.
Forma de avaliação
As classificações são reunidas em um formulário de avalia-
ção e juntas constituem a avaliação global ou o perfil da tarefa 
em questão. No perfil, o analista pode listar sugestões para me-
lhorias baseado nos resultados das análises. As escalas dos itens 
não são comparativas. Por exemplo, o valor 5 para o item "con-
tatos pessoais" não deve ter o mesmo peso em relação ao valor 
52 © ERGONOMIA E GINÁSTICA LABORAL
UNIDADE 2 – ABORDAGEM ERGONÔMICA E ANÁLISE DO TRABALHO
5 para o item "ruído", mas, no perfil final, o valor 5 deve chamar 
atenção especial para o ambiente de trabalho.
Relevância da análise
Tarefas que requerem habilidades manuais e movimen-
tação manual de materiais têm sido o alvo principal da análise, 
mas esta também pode ser usada em outros tipos de tarefas. Em 
alguns casos, a relevância de cada item deve ser avaliada cuida-
dosamente. Um item pode ser irrelevante para uma dada tare-
fa; por exemplo, o item "repetitividade" pode não ser relevante 
quando se analisa o trabalho de um motorista. A tarefa pode ser 
diversificada e o conteúdo do trabalho abrangente, de forma que 
o uso da escala pode não ter sentido. Em alguns casos, a descri-
ção verbal é mais adequada. Se o analista decide que a maioria 
dos itens não é relevante para a análise, ele pode preferir usar 
análises mais específicas.
Julgamento do trabalhador
O analista entrevista e anota a avaliação subjetiva do tra-
balhador como bom (++), regular (+), ruim (-) e muito ruim (--). 
Se o julgamento do trabalhador for muito diferente da classifica-
ção do analista, a situação de trabalho deve ser analisada mais 
detalhadamente.
Itens abordados pelo protocolo
Local de Trabalho
• Área de trabalho horizontal
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UNIDADE 2 – ABORDAGEM ERGONÔMICA E ANÁLISE DO TRABALHO
1) Todos os materiais, ferramentas e equipamentos de-
vem estar situados na superfície de trabalho, como re-
comendado a seguir:
2) Área 1: área usual de trabalho.
3) Área 2: atividades leves, pegar materiais.
4) Área 3: atividades não frequentes, utilizada somente 
quando a área 2 estiver totalmente preenchida.
Figura 2 Área de trabalho horizontal.
Os controles devem ser colocados de acordo com o al-
cance natural do trabalhador, que é de aproximadamente 65cm 
para homens e 58 cm para mulheres, medidos a partir de seus 
ombros.
54 © ERGONOMIA E GINÁSTICA LABORAL
UNIDADE 2 – ABORDAGEM ERGONÔMICA E ANÁLISE DO TRABALHO
Altura de trabalho
Figura 3 Alturas de trabalho em diferentes tipos de atividades.
Nível do cotovelo = altura do cotovelo com o braço em po-
sição relaxada.
Se o trabalho inclui diferentes necessidades (por exemplo, 
a manutenção de uma posição com a combinação de diferentes 
tarefas), a altura de trabalho é determinada pela tarefa de maior 
demanda.
Visão
A distância visual deve ser proporcional ao tamanho do ob-
jeto de trabalho: um objeto pequeno requer uma distância me-
nor e uma superfície de trabalho mais alta. Os objetos que são 
comparados continuamenteem uma distância visual fixa (menor 
55© ERGONOMIA E GINÁSTICA LABORAL
UNIDADE 2 – ABORDAGEM ERGONÔMICA E ANÁLISE DO TRABALHO
que um metro) devem estar situados a uma mesma distância 
visual.
Figura 4 Altura de trabalho de acordo com a demanda visual.
Figura 5 Ângulo de visão.
O objeto de maior frequência de observação deve ser cen-
tralizado em frente ao trabalhador. O ângulo de visão recomen-
dado (medido a partir da linha horizontal da visão) varia entre 
15° e 45°, dependendo da postura de trabalho.
Espaço para as pernas
Durante o trabalho sentado, deve haver espaço suficiente 
entre a parte de baixo da bancada de trabalho e o assento, para 
56 © ERGONOMIA E GINÁSTICA LABORAL
UNIDADE 2 – ABORDAGEM ERGONÔMICA E ANÁLISE DO TRABALHO
permitir o movimento das pernas. O espaço recomendado para 
as pernas é de 60cm. A profundidade no nível do joelho deve ter 
no mínimo 45cm e, no nível do piso, 65cm. Durante o trabalho 
em pé, o espaço para os dedos do pé deve ter no mínimo 15cm 
de profundidade e de altura. Recomenda-se que o espaço livre 
atrás do trabalhador seja de, no mínimo, 90cm, desde que os 
objetos grandes não sejam manuseados.
Figura 6 Distâncias recomendados de espaço para as pernas.
Assento
Um assento usado continuamente deve conter:
• altura ajustável;
• estofamento permeável;
• apoio ajustável para as costas.
57© ERGONOMIA E GINÁSTICA LABORAL
UNIDADE 2 – ABORDAGEM ERGONÔMICA E ANÁLISE DO TRABALHO
Figura 7 Cadeiras para adoção de várias posturas.
Assentos usados por diversas pessoas devem ser facilmen-
te ajustáveis. 
A necessidade de cadeiras com rodinhas e apoio para co-
luna cervical ou para os braços depende do tipo de trabalho a 
ser realizado. Para o trabalho em pé, um banco alto ou um apoio 
lombar deve estar disponível para o uso temporário.
Ferramentas manuais
O tamanho, o formato, o peso e a textura do material das 
ferramentas manuais devem permitir uma boa preensão e se-
rem fáceis de manusear. O uso de ferramentas manuais não deve 
requerer força excessiva. Vibrações e ruídos devem ser os meno-
res possíveis.
58 © ERGONOMIA E GINÁSTICA LABORAL
UNIDADE 2 – ABORDAGEM ERGONÔMICA E ANÁLISE DO TRABALHO
Figura 8 Exemplo de sistema de elevação.
Outros equipamentos
Outros equipamentos incluem, por exemplo, instalações, 
componentes, equipamentos de proteção individual, controles e 
dispositivos de elevação e movimentação, que devem ser avalia-
dos de acordo com seu uso.
59© ERGONOMIA E GINÁSTICA LABORAL
UNIDADE 2 – ABORDAGEM ERGONÔMICA E ANÁLISE DO TRABALHO
2.2. ATIVIDADE FÍSICA GERAL
A "atividade física geral" é determinada pela duração do 
trabalho pelos métodos e equipamentos que requerem esforço 
físico. Esses parâmetros podem estar num patamar ideal, acima 
ou abaixo dessa referência. A qualidade das atividades físicas ge-
rais é determinada pela relação entre a possibilidade de o tra-
balhador regular a carga física e a possibilidade dessa carga ser 
regulada pelo método de produção ou, ainda, pela situação em 
que o trabalho é feito.
Determine, por observação do trabalho, a entrevista com o 
trabalhador e com a chefia imediata do setor, se a quantidade de 
atividade física necessária é grande, ótima ou pequena. Grande 
atividade física é necessária, por exemplo, na agricultura e no 
trabalho de estivadores. A carga recai sobre os sistemas respira-
tório e circulatório. A atividade física pequena pode ser encon-
trada no trabalho fragmentado ou de inspeção.
60 © ERGONOMIA E GINÁSTICA LABORAL
UNIDADE 2 – ABORDAGEM ERGONÔMICA E ANÁLISE DO TRABALHO
Levantamento de cargas
O esforço requerido pelo levantamento é dado pelo peso 
da carga, pela distância horizontal entre a carga e o corpo e pela 
altura de elevação. Os valores apresentados na tabela foram 
estabelecidos para condições adequadas de levantamento. Em 
outras palavras, a pessoa que realiza a elevação utiliza as duas 
mãos para conseguir uma boa pega, diretamente em frente ao 
corpo, em uma superfície não escorregadia.
A tarefa será avaliada como mais difícil em relação aos va-
lores indicados na tabela. São consideradas condições inadequa-
das de elevação aquelas que ocorrem com elevação de peso aci-
ma dos ombros e as que ocorrem várias vezes por minuto. Nesse 
caso, a tarefa será avaliada como mais difícil do que os valores 
indicados na tabela.
61© ERGONOMIA E GINÁSTICA LABORAL
UNIDADE 2 – ABORDAGEM ERGONÔMICA E ANÁLISE DO TRABALHO
Confira a altura na qual a elevação ocorre. Em uma altura 
de "elevação normal", a elevação ascendente ou descendente 
está compreendida em uma região entre a altura do ombro e a 
altura dos dedos das mãos na postura ereta.
Em uma "altura de elevação baixa", a elevação ascenden-
te ou descendente encontra-se na região abaixo da altura das 
mãos. Neste caso, haverá agachamento.
1) Em se tratando do peso da carga, faça a estimativa do 
estresse de acordo com a carga elevada, que é mais 
pesada.
2) Meça a distância horizontal entre as mãos e a linha 
média do corpo.
3) Escolha, na tabela a seguir, a altura da elevação cor-
respondente. Anote a distância das mãos e vá para 
baixo na coluna, para anotar o peso da carga. Anote o 
resultado.
62 © ERGONOMIA E GINÁSTICA LABORAL
UNIDADE 2 – ABORDAGEM ERGONÔMICA E ANÁLISE DO TRABALHO
Posturas de trabalho e movimentos
As posturas de trabalho referem-se às posições do pesco-
ço, braços, costas, quadris e pernas durante o trabalho. Os mo-
vimentos de trabalho são os movimentos do corpo exigidos pelo 
trabalho. 
Deve-se determinar as posturas de trabalho e os movimen-
tos separadamente para pescoço-ombro, cotovelo-punho, cos-
tas e quadril-pernas. A análise é feita a partir da postura e dos 
movimentos de maior dificuldade. O resultado final é o pior valor 
desses quatro resultados parciais. 
O tempo utilizado para manter a postura afeta a carga de 
estresse de uma situação. O valor resultante é incrementado um 
nível se a mesma postura for sustentada por mais da metade da 
jornada, e decresce um nível se a mesma postura for mantida 
não mais que uma hora.
63© ERGONOMIA E GINÁSTICA LABORAL
UNIDADE 2 – ABORDAGEM ERGONÔMICA E ANÁLISE DO TRABALHO
Classificação da postura do pescoço-ombro
64 © ERGONOMIA E GINÁSTICA LABORAL
UNIDADE 2 – ABORDAGEM ERGONÔMICA E ANÁLISE DO TRABALHO
Classificação das posturas de cotovelo-punho
2.3. RISCO DE ACIDENTE
Risco de acidente refere-se a qualquer possibilidade de 
lesão aguda ou intoxicação causada pela exposição ao trabalho 
durante uma jornada. É determinado por meio da possibilidade 
de o acidente ocorrer e sua severidade.
Deve-se analisar os seguintes itens:
• Familiarize-se com as estatísticas de acidente no posto 
de trabalho e entreviste a equipe da segurança do tra-
balho. Pode-se também consultar a lista de riscos que 
65© ERGONOMIA E GINÁSTICA LABORAL
UNIDADE 2 – ABORDAGEM ERGONÔMICA E ANÁLISE DO TRABALHO
será estudada a seguir, para determinar se há risco de 
acidente.
• Avalie a possibilidade de ocorrência de um acidente e 
sua severidade e escolha a classificação correspondente.
Riscos mecânicos
• Pode uma superfície, estrutura ou parte móvel da má-
quina, uma parte da mobília ou um equipamento cau-
sar explosão, ferida ou queda?
• Podem os movimentos de deslocamento horizontal ou 
vertical e de rotação de máquinas, material ou outros 
equipamentos causar acidente?
• Podem objetos em movimento ou aerodispersoides 
causar acidente?
• Pode a ausência de corrimão, parapeitos, pisos escorre-
gadios ou desarrumação causar quedas?
Riscos causados por falha do desenho
• Podem os controles ou visores causar acidentes por te-
rem sido mal projetados e não atenderem às caracterís-
ticas humanas?
• Pode um dispositivo de acionamento, a falta de um 
dispositivo de segurança ou

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