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Cap´ıtulo 10 Teoremas e Propriedades Operato´rias Como vimos no cap´ıtulo anterior, mesmo que nossa habilidade no ca´lculo de limites seja bastante boa, utilizar direta- mente a definic¸a˜o para calcular derivadas de func¸o˜es e´ uma tarefa um tanto quanto trabalhosa, que pode se transformar num processo penoso e cansativo. Para evitar este tipo de transtorno, precisamos estabelecer regras gerais que permi- tam, a partir de umas poucas derivadas conhecidas, derivar qualquer func¸a˜o que possa ser obtida, a partir daquelas outras, por meio de operac¸o˜es elementares, isto e´, adic¸a˜o, multiplicac¸a˜o por constante, multiplicac¸a˜o e divisa˜o. Este e´ o objetivo das regras que iremos ver a seguir, que, uma vez demonstradas, transformam o processo de derivar func¸o˜es em simples manipulac¸o˜es alge´bricas, o que torna esta tarefa menos penosa e ate´ mesmo fa´cil e agrada´vel. 10.1 Regras de derivac¸a˜o 10.1.1 Derivada de uma func¸a˜o constante Teorema 1 Se f(x) = c, para todo x do seu domı´nio, enta˜o f e´ deriva´vel e f ′(x) = 0 para todo x do domı´nio de f. Esta primeira regra de derivac¸a˜o diz que a derivada de uma func¸a˜o constante e´ identicamente igual a zero. Este resultado se torna o´bvio se lembrarmos que a derivada de uma func¸a˜o pode ser interpretada como a declividade da reta tangente ao seu gra´fico em cada ponto. O gra´fico de uma func¸a˜o constante e´ uma reta horizontal, que e´ sua pro´pria tangente, cujo coeficiente angular e´ igual a zero em qualquer um de seus pontos. Veja a figura, onde tomamos a func¸a˜o f(x) = c = 2: 1.2 1.4 1.6 1.8 2 2.2 2.4 2.6 2.8 3 –4 –2 0 2 4x Observe que o quociente f(x)−f(x0)x−x0 = c−c x−x0 = 0, para x 6= x0. Veja que o Maple calcula este quociente corretamente: > f:=x->c; f := x→ c > quoc:=(f(x)-f(x[0]))/(x-x[0]); quoc := 0 Como a raza˜o incremental acima e´ zero, conclu´ımos que: f ′(x) = lim x→x0 f(x)− f(x0) x− x0 = 0. 10.1.2 Derivada de uma constante vezes uma func¸a˜o Seja f uma func¸a˜o deriva´vel e c uma constante qualquer. Defina g como o produto de c por f , isto e´, g(x ) = (cf )(x ) = cf (x ). 143 144 Cap. 10. Teoremas e Propriedades Operato´rias Podemos, agora, enunciar a segunda regra de derivac¸a˜o, dada pelo teorema a seguir. Teorema 2 Seja g = c f . Se f e´ uma func¸a˜o deriva´vel enta˜o, g e´ deriva´vel e g′(x) = cf ′(x). Demonstrac¸a˜o g(x+∆x)− g(x) ∆x = c f(x+∆x)− c f(x) ∆x = c ( (f(x+∆x)− f(x)) ∆x ) . Assim, como por hipo´tese f e´ deriva´vel, segue que lim ∆ x→0 g(x+∆x)− g(x) ∆x existe e, portanto, g e´ deriva´vel. Ale´m disso, usando a definic¸a˜o de derivada e os ca´lculos acima, g′(x) = lim ∆ x→0 g(x+∆x)− g(x) ∆x = lim ∆ x→0 (c f)(x+∆x)− (c f)(x) ∆x = lim ∆ x→0 c f(x+∆x)− c f(x) ∆x = c ( lim ∆ x→0 f(x+∆x)− f(x) ∆x ) = c f ′(x) Simbolicamente, escrevemos simplesmente (cf)′ = c f ′. Exemplo A func¸a˜o g(x ) = 5x pode ser vista como o produto da constante 5 pela func¸a˜o f (x ) = x. Assim, a derivada g′(x) = (5x)′ = 5 (x)′ = 5. 10.1.3 Derivada da soma Teorema 3: A regra da soma Seja h a func¸a˜o definida como a soma de duas func¸o˜es deriva´veis f e g, isto e´, h(x) = (f + g)(x) = f(x) + g(x). Enta˜o h e´ deriva´vel e, h′(x) = (f + g)′(x) = f ′(x) + g′(x). Demonstrac¸a˜o Como h(x) = f(x) + g(x), enta˜o: h(x+∆x)− h(x) ∆x = (f + g) (x+∆x)− f + g(x) ∆x = ( f(x+∆x)− f(x) ∆x + g(x+∆x)− g(x) ∆x ) Assim, como f e g, por hipo´tese, sa˜o deriva´veis, existe o limite de cada uma das parcelas do lado direito da expressa˜o acima. Logo, pela linearidade do limite (o limite da soma e´ igual a soma dos limites), a func¸a˜o h e´ deriva´vel e segue, imediatamente, que: h′(x) = (f + g)′(x) lim ∆ x→0 (f + g)(x+∆x)− (f + g)(x) ∆x = lim ∆ x→0 ( f(x+∆x)− f(x) ∆x + g(x+∆x)− g(x) ∆x ) = ( lim ∆ x→0 f(x+∆x)− f(x) ∆x ) + ( lim ∆ x→0 g(x+∆x)− g(x) ∆x ) = f ′(x) + g′(x) Quando na˜o ha´ du´vida sobre a varia´vel que estamos considerando nas derivadas, simplesmente escrevemos (f + g)′ = f ′ + g′ ou seja, a derivada da soma de duas func¸o˜es e´ a soma das derivadas. Usando a notac¸a˜o de Leibniz, podemos escrever esta regra como d (f + g) dx = df dx + dg dx Observac¸a˜o Podemos aplicar a regra da soma, repetidamente, para achar a derivada da soma de treˆs ou mais func¸o˜es deriva´veis. Por exemplo, (f + g + h)′ = (f + g)′ + h′ = f ′ + g′ + h′. As duas regras anteriores teˆm como consequ¨eˆncia imediata os corola´rios a seguir: W.Bianchini, A.R.Santos 145 Corola´rio 1: Derivada de uma combinac¸a˜o linear Se f e g sa˜o duas func¸o˜es deriva´veis e a e b sa˜o dois nu´meros reais fixos, enta˜o a func¸a˜o h = af + bg e´ deriva´vel e h′ = (a f + b g)′ = a f ′ + b g′ Observac¸a˜o Se a e b sa˜o dois nu´meros reais quaisquer, a expressa˜o a f + b g e´ denominada uma combinac¸a˜o linear de f e g . Corola´rio 2: Derivada de um polinoˆmio Para n inteiro positivo, ja´ vimos que (xn)′ = nxn−1. Aplicando este resultado e as regras obtidas acima ao polinoˆmio p(x) = a0 + a1 x+ a2 x 2 + . . .+ an x n, obtemos imediatamente que p′(x) = a1 + 2 a2 x+ . . .+ nan x(n−1) Com este resultado fica muito fa´cil determinar a equac¸a˜o de uma reta tangente ao gra´fico de um polinoˆmio. Exerc´ıcio 1 Determine a equac¸a˜o da reta tangente ao gra´fico de y = 5x3 − 3x2 + 10 no ponto (1, 12). 10.1.4 Derivada do produto Seria natural pensarmos, tendo em vista a regra da soma para derivadas, que a derivada do produto de duas func¸o˜es deriva´veis seria o produto das suas derivadas. Sera´ esta afirmac¸a˜o verdadeira? Considere, por exemplo, a func¸a˜o f(x) = x2 = xx. Se, por um lado, (x2)′ = 2x, por outro x′ = 1. O que nos leva, no caso da afirmac¸a˜o acima ser verdadeira, a concluir que 2x = 1! O exemplo acima nos mostra que, de um modo geral, a derivada de um produto na˜o e´ o produto das derivadas. Para descobrir qual e´ a regra que nos fornece a derivada que estamos procurando calcular, e´ preciso observar, com um pouco mais de atenc¸a˜o, a raza˜o incremental da definic¸a˜o de derivada para o produto de duas func¸o˜es (f g)(x+∆x)− (f g)(x) ∆x = f(x+∆x) g(x+∆x)− f(x) g(x) ∆x e, a partir desta observac¸a˜o, tentar, de alguma maneira, relacionar esta expressa˜o com as derivadas de f e g. A interpretac¸a˜o geome´trica do numerador como a´reas de retaˆngulos nos da´ uma pista de como isto pode ser feito: III II I ∆g(x+ x) g(x) ∆f(x+ x)f(x) A a´rea do retaˆngulo maior, formado pelos quatro menores, representa o produto f(x+∆x) g(x+∆x) e a a´rea do retaˆngulo escuro, o produto de f(x) g(x). A diferenc¸a entre esses dois fatores e´ a soma das a´reas dos retaˆngulos I, II e III, isto e´, (f(x+∆x)− f(x)) g(x) + (f(x+∆x)− f(x)) (g(x+∆x)− g(x)) + f(x) (g(x+∆x)− g(x)). Assim, podemos escrever a raza˜o incremental da derivada f g como: f(x+∆x) g(x+∆x)− f(x) g(x) ∆x = ( f(x+∆x)− f(x) ∆x ) g(x) + f(x) ( g(x+∆x)− g(x) ∆x ) + + (f(x+∆x)− f(x)) (g(x+∆x)− g(x)) ∆x 146 Cap. 10. Teoremas e Propriedades Operato´rias Como f e g sa˜o deriva´veis, existe o limite das duas primeiras parcelas do lado direito da expressa˜o acima. Ale´m disso, como g e´ deriva´vel, enta˜o e´ cont´ınua (veja Diferenciabilidade e continuidade) e, portanto, lim ∆ x→0 g(x +∆x) = g(x). Logo, supondo f e g deriva´veis, podemos concluir que o limite da terceira parcela da expressa˜o anterior tambe´m existe, pois lim ∆ x→0 (f(x+∆x)− f(x)) (g(x+∆x)− g(x)) ∆x = ( lim ∆ x→0 f(x+∆x)− f(x) ∆x ) lim ∆ x→0 (g(x+∆x)−g(x)) = f ′(x) 0 = 0 Da´ı, conclu´ımos que lim ∆ x→0 h(x+∆x)− h(x) ∆x = lim ∆ x→0 f(x+∆x) g(x+∆x)− f(x) g(x) ∆x existe e, portanto, h e´ deriva´vel. Calculando este limite temos que: h′(x) = (f g)′(x) = lim ∆ x→0(f g)(x+∆x)− (f g)(x) ∆x = ( lim ∆ x→0 (f(x+∆x)− f(x)] ∆x ) g(x) + f(x) ( lim ∆ x→0 g(x+∆x)− g(x) ∆x ) + lim ∆ x→0 (f(x+∆x)− f(x)) (g(x+∆x)− g(x)) ∆x Como vimos, o limite da terceira parcela desta u´ltima expressa˜o e´ zero e, da´ı temos a fo´rmula h′(x) = (f g)′(x) = f ′(x) g(x) + f(x) g′(x). Se na˜o houver possibilidade de du´vidas sobre qual e´ a varia´vel independente, podemos escrever simplesmente (f g)′ = f ′ g + f g′. Demonstramos, portanto, o seguinte teorema: Teorema 4: Regra do produto Se f e g sa˜o duas func¸o˜es deriva´veis, enta˜o h = f g e´ deriva´vel e (f g)′(x) = f ′(x) g(x) + f(x) g′(x). Usando a notac¸a˜o de Leibniz, este resultado pode ser escrito da seguinte maneira d (fg) dx = ( df dx ) g + f ( dg dx ) Observac¸a˜o Podemos aplicar a regra do produto, repetidamente, para achar a derivada do produto de treˆs ou mais func¸o˜es deriva´veis. Por exemplo, (f g h)′ = (f g)′ h+ (f g)h′ = (f ′ g + f g′)h+ f g h′ = f ′ g h+ f g′ h+ f g h′. Exemplo Calcule a derivada de f(x) = (20x5 − 3x4 + x3 + 4x2) (x7 − 8x5). Soluc¸a˜o Podemos, primeiro, efetuar a multiplicac¸a˜o e depois derivar ou usar a regra do produto. Usando a regra do produto, temos: f ′(x) = ((20x5 − 3x4 + x3 + 4x2) (x7 − 8x5))′ = = (20x5 − 3x4 + x3 + 4x2)′ (x7 − 8x5) + (20x5 − 3x4 + x3 + 4x2) (x7 − 8x5)′ = = (100x4 − 12x3 + 3x2 + 8x) (x7 − 8x5) + (20x5 − 3x4 + x3 + 4x2) (7x6 − 40x4) A regra do produto pode ser aplicada para determinarmos a derivada da poteˆncia de uma func¸a˜o. Este resultado e´ estabelecido no corola´rio a seguir. W.Bianchini, A.R.Santos 147 Corola´rio 3: Regra da poteˆncia generalizada (para n inteiro positivo) Seja n um inteiro positivo, se f e´ uma func¸a˜o diferencia´vel, enta˜o (fn)′(x) = n fn−1(x) f ′(x), onde, como usualmente, por fn estamos denotando o produto de n fatores iguais a f. Para demonstrar este corola´rio basta aplicar a regra da derivada, deduzida nesta sec¸a˜o, ao produto de n fatores iguais a f. Exemplo Seja g(x) = (x3 − 17x+ 35)2. Vamos aplicar as regras de derivac¸a˜o ja´ estabelecidas para calcular g′(x). Como g(x) = (f(x))n, onde f(x) = x3 − 17x + 35, pelo Corola´rio 3 , temos que g′(x) = 2 (x3 − 17x + 35) f ′(x). Pelas regras da soma, da poteˆncia e da multiplicac¸a˜o por constante, sabemos que f ′(x) = 3x2 − 17. Assim, g′(x) = 2(x3 − 17x+ 35) (3x2 − 17). Exerc´ıcio 2 1. Mostre que e´ obtido o mesmo resultado se efetuarmos primeiro a operac¸a˜o (x3 − 17x+ 35)2 e depois derivarmos a expressa˜o resultante. 2. Derive a func¸a˜o g(x) = (x4 − 2x3 + 18x2 + 14)100. 10.1.5 Derivada do quociente Da mesma forma que na regra do produto, a derivada do quociente de duas func¸o˜es na˜o e´ o quociente das derivadas. (Voceˆ consegue dar um exemplo que mostre a veracidade desta afirmac¸a˜o?). A regra do quociente e´ estabelecida no teorema abaixo: Teorema: Regra do quociente Se f e g sa˜o duas func¸o˜es deriva´veis e g(x) 6= 0, enta˜o h(x) = (f g )(x) = f(x) g(x) e´ deriva´vel e h′(x) = f ′(x) g(x)− f(x) g′(x) (g(x)) 2 Demonstrac¸a˜o O numerador da raza˜o incremental apresenta a mesma dificuldade que apareceu no estudo da regra do produto. A soluc¸a˜o e´ fazer o que fizemos naquele caso, ou seja, somar e subtrair determinados termos. Assim, f(x+∆ x) g(x+∆ x) − f(x)g(x) ∆x = f(x+∆x) g(x)− f(x) g(x+∆x) ∆x (g(x+∆x) g(x)) = f(x+∆x) g(x)− f(x) g(x) + f(x) g(x)− f(x) g(x+∆x) ∆x (g(x+∆x) g(x)) = ( f(x+∆x)− f(x) ∆x ) ( g(x) g(x+∆x) g(x) ) − ( f(x) g(x+∆x) g(x) ) ( g(x+∆x)− g(x) ∆x ) Por hipo´tese f e g sa˜o deriva´veis e, observando que g e´ cont´ınua (por queˆ?), temos tambe´m que lim ∆ x→0 g(x+∆x) = g(x). Logo o limite lim ∆ x→0 f(x+∆ x) g(x+∆ x) − f(x)g(x) ∆x existe e, consequ¨entemente, h e´ deriva´vel e h′(x) = lim ∆ x→0 f(x+∆ x) g(x+∆ x) − f(x)g(x) ∆x = lim ∆ x→0 f(x+∆x) g(x)− f(x) g(x+∆x) ∆x (g(x+∆x) g(x)) = lim ∆ x→0 f(x+∆x) g(x)− f(x) g(x) + f(x) g(x)− f(x) g(x+∆x) ∆x (g(x+∆x) g(x)) 148 Cap. 10. Teoremas e Propriedades Operato´rias = ( lim ∆ x→0 f(x+∆x)− f(x) ∆x ) g(x)− f(x) ( lim ∆ x→0 g(x+∆x)− g(x) ∆x ) ( lim ∆ x→0 g(x+∆x)) g(x) = f ′(x) g(x)− f(x) g′(x) (g(x)) 2 Usando a notac¸a˜o de Leibniz, podemos escrever esta regra como: d d x ( f g ) = ( d f d x ) g − f ( d g d,x ) g2 . Exemplo Calcule a derivada de f(x) = 2−x 2 3+x3 . Soluc¸a˜o f ′(x) = (2− x2)′ (3 + x3)− (2− x2) (3 + x3)′ (3 + x3)2 = −2 (3 + x2)− (2− x2) 3x3 (3 + x3)2 . Em particular, a regra do quociente nos permite obter os dois resultados expressos nos corola´rios abaixo. Corola´rio 4: Derivada da rec´ıproca de uma func¸a˜o Se f e´ uma func¸a˜o diferencia´vel em x e f(x) 6= 0, enta˜o, a func¸a˜o g = 1f e´ diferencia´vel e g′ = ( 1 f )′ = − f ′ f2 . Exerc´ıcio Calcule a derivada das seguintes func¸o˜es: (a) f(x) = 1√ x (b) f(x) = 1 x2 Corola´rio 5: Regra da poteˆncia para n inteiro qualquer Se n e´ um nu´mero inteiro, enta˜o (xn)′ = nx(n−1). Ja´ vimos como, consequ¨eˆncia direta da definic¸a˜o de derivada, que se n e´ um inteiro positivo enta˜o (xn)′ = nx(n−1). - Utilizando o corola´rio anterior, prove que esta regra vale para n inteiro negativo. - Se n = 0, como e´ poss´ıvel interpretar este corola´rio? 10.2 Exerc´ıcios adicionais 1. Calcule as derivadas das seguintes func¸o˜es: (a) f(x) = (2x2 + 1) ( 1x2 + 4x+ 8) (b) f(x) = (x3 + x2) 5 (x4 − 99) (c) g(x) = 17 x+27 (d) g(x) = 2 √ x+x4 (x+1) x3 (e) f(x) = [x 3+1 x3+3 ] (x 2 − 2x−1 + 1) (f) g(x) = 1+6 x+x − 1 2 7 x−2 (g) y = x3 (x2 + 1) (x+ 1) (h) y = (x5 + 1x ) (x 5 + 1) (i) f(s) = √ 3 (s3 − s2) (j) h(y) = √ y−y− 12 y2 2. Ache uma func¸a˜o de x cuja derivada seja a func¸a˜o dada a seguir: (a) f(x) = 3x2 (b) f(x) = 4x3 + 3x2 (c) f(x) = 3x2 + 2x− 5 (d) f(x) = − 1x2 (e) f(x) = an x n + an−1 x(n−1) + . . .+ a0 W.Bianchini, A.R.Santos 149 (f) Nos ı´tens anteriores, ache outra func¸a˜o de x cuja derivada seja a func¸a˜o dada. 3. Calcule as quatro primeiras derivadas de: (a) y = 8x− 3 (b) f(x) = 8x2 − 11x+ 2 (c) g(x) = 8x3 + 7x2 − x+ 9 (d) h(x) = x4 − 13x3 + 5x2 + 3x− 2 (e) y(x) = x( 5 2 ) 4. Calcule a derivada indicada em cada caso: (a) y′′ se y = x1−x (b) y′′ se y = x2 − 1x2 (c) ∂ 2 ∂x2 1−x 1+x (d) d2 (x3+ 1 x3 ) dx2 (e) d 500 f(x) dx500 , onde f(x) = x131 − 3x79 + 4 5. Determine uma fo´rmula geral para y(n), em cada caso: (a) y = 11−x (b) y = 1 1+3 x (c) y = x 1+x 6. Ache todas as derivadas na˜o nulas de f(x) = x6 − 2x4 + 3x3 − x+ 2 10.3 Problemas 1. Se f(x) = x−1x+1 , para x 6= −1, calcule f ′(1) e f ′′(1). 2. Sejam f e g duas func¸o˜es diferencia´veis cujos valores e os de suas derivadas nos pontos x = 1 e x = 2 sa˜o dados na tabela abaixo. x f(x) g(x) f ′(x) g′(x) 1 3 2 5 4 2 2 pi 6 7 Determine o valor da derivada de: (a) f + g em x = 2 (b) f g em x = 1 e em x = 2 (c) fg em x = 1 (d) gf em x = 2 (e) 4 f em x = 1 (f) g2 em x = 2 3. Sejam f e g as func¸o˜es cujos gra´ficos sa˜o mostrados abaixo e seja u(x) = f(x) g(x) e v(x) = f(x)g(x) . (a) Calcule u′(1) (b) Calcule v′(6) f g 0 1 2 3 4 –2 2 4 6x 4. (a) Se f + g e´ deriva´vel em x0, f e g sa˜o necessariamente deriva´veis em x0? (b) Se f g e f sa˜o deriva´veis em x0, que condic¸o˜es f deve satisfazer para que se possa garantir que g seja diferencia´vel em x0? 5. Sejam g e h func¸o˜es diferencia´veis, definidas em toda a reta e que satisfazem as seguintes propriedades: (i) g(x)2 + h(x)2 = 1 (ii) g′(x) = h(x)2 (iii) h(x) > 0, em todo o seu domı´nio. Prove que h′(x) = −g(x)h(x). 150 Cap. 10. Teoremas e Propriedades Operato´rias 6. Mostre que astangentes a`s curvas y = x 2+45 x2 e y = x2−4 x2+1 em x = 3 sa˜o perpendiculares entre si. 7. (a) Esboce o gra´fico da func¸a˜o g(x) = ∣∣x2 − 4∣∣− ∣∣x2 − 9∣∣. (b) Calcule g′(x) e explicite o seu domı´nio. 8. A seguir trac¸amos, em conjunto, o gra´fico da func¸a˜o y = x n 1+x2 e da sua derivada, para n = 0, 1, 2 e 3. –0.6 –0.4 –0.2 0 0.2 0.4 0.6 0.8 1 –4 –2 2 4x n=0 –0.4 –0.2 0 0.2 0.4 0.6 0.8 1 –4 –2 2 4x n=1 –0.6 –0.4 –0.2 0 0.2 0.4 0.6 0.8 –4 –2 2 4x n=2 –4 –2 0 2 4 –4 –2 2 4x n=3 (a) Identifique, em cada caso, qual o gra´fico da func¸a˜o e qual o gra´fico da sua derivada. (b) Mostre que, para n = 0 e n = 2, existe um u´nico ponto no gra´fico da curva y = f(x) onde a reta tangente e´ horizontal. (c) Mostre que, para n = 1, ha´ dois pontos no gra´fico da curva y = f(x) em que a reta tangente e´ horizontal. (d) Mostre que, para 3 ≤ n, (0, 0) e´ o u´nico ponto no gra´fico da curva y = xn1+x2 em que a reta tangente e´ horizontal. (e) Parece haver dois pontos no gra´fico da curva y = x 3 1+x2 , em que a reta tangente tem coeficiente angular igual a 1. Determine estes pontos. (f) Seja y = x 3 1+x2 . Parece haver treˆs pontos no gra´fico da curva y = f ′(x) em que a reta tangente e´ horizontal. Determine estes pontos. 9. (a) Se f(x) = 1x , obtenha uma fo´rmula para f (n)(x), onde n e´ um inteiro positivo. Quanto vale f (n)(1) ? (b) Se f(x) = √ x, obtenha uma fo´rmula para f (n)(x), onde n e´ um inteiro positivo. (c) Se f(x) e´ um polinoˆmio de grau n, mostre que, se n < k, f (k)(x) = 0. 10. (a) Se f(x) = 1x2+x , tente achar uma fo´rmula para f (n)(x). (Voceˆ deve se convencer de que, desta maneira, os ca´lculos sa˜o por demais trabalhosos tornando esta tarefa quase imposs´ıvel! ) (b) Use a identidade 1x (x+1) = 1 x− 1x+1 para calcular as derivadas mais facilmente e, enta˜o, achar uma expressa˜o para f (n)(x). Observac¸a˜o: Este me´todo de dividir uma frac¸a˜o em frac¸o˜es mais simples e´ denominado decomposic¸a˜o em frac¸o˜es parciais e sera´ visto em detalhes no Cap´ıtulo Te´cnicas de Integrac¸a˜o. 11. (a) Obtenha um polinoˆmio f(x) de grau 2, tal que f(0) = 5, f ′(0) = 3, f ′′(0) = −4. (b) Obtenha um polinoˆmio f(x) de grau 2, tal que f(1) = 5, f ′(1) = 3, f ′′(1) = −4. 12. Sabendo que (1 + x)n e´ um polinoˆmio de grau n, isto e´, (1 + x)n = a0 + a1 x+ a2 x 2 + . . .+ an x n prove a fo´rmula do Binoˆmio de Newton. Sugesta˜o: Derive sucessivamente ambos os membros da equac¸a˜o acima e calcule o valor dos coeficientes fazendo x = 0, em cada uma das expresso˜es encontradas. W.Bianchini, A.R.Santos 151 13. Seja P (x) = (x− r) (x− s). (a) Mostre que se r 6= s, enta˜o P (r) = P (s) = 0, mas P ′(r) 6= 0 e P ′(s) 6= 0. (b) Mostre que se r = s , enta˜o P (r) = 0 e P ′(r) = 0 Observac¸a˜o: Os nu´meros r e s, soluc¸o˜es da equac¸a˜o P (x) = 0, sa˜o chamados ra´ızes do polinoˆmio P . Se r = s, enta˜o r e´ uma raiz dupla. O problema acima mostra que r e´ uma raiz dupla se, e somente se, P (r) = 0 e P ′(r) = 0. Assim, em um ponto que e´ raiz dupla, o gra´fico de P e´ tangente ao eixo dos x (Por queˆ?). 14. Considere o polinoˆmio P(x) = (x− r1) (x− r2) . . . (x− rm), onde r1, r2...rm sa˜o nu´meros reais chamados ra´ızes de P . (a) Mostre que se na˜o ha´ ra´ızes iguais, enta˜o P(rj) = 0 mas P ′(rj) 6= 0, para cada j. (b) Mostre que se rj = rk e k 6= j, enta˜o P ′(rj) = 0 e (x− rj) e´ um fator tanto de P quanto de P ′. 10.4 Para voceˆ meditar: Uma “demonstrac¸a˜o” mais simples da regra do quociente - o que esta´ faltando? Usando a regra do produto, “demonstramos” a seguir a regra do quociente: Sejam f e g duas func¸o˜es diferencia´veis e seja h = f g , definida nos pontos onde g 6= 0. Enta˜o f = h g e, aplicando a regra do produto a` func¸a˜o f, temos que: f ′ = h′ g + h g′ Da´ı, obtemos: h′ = f ′ − h g′ g . Substituindo o valor de h nesta u´ltima expressa˜o, vem que h′ = f ′ − fg g′ g = f ′ g − f g ′ g2 = = f ′ g − f g′ g2 o que demonstra a regra do quociente. Voceˆ e´ capaz de descobrir o “erro” na demonstrac¸a˜o dada acima? Em outras palavras, se todos os algebrismos aplicados na “demonstrac¸a˜o” acima esta˜o corretos, voceˆ e´ capaz de explicar por que o racioc´ınio acima na˜o demonstra a regra do quociente?
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