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Sistema Endócrino - Glândulas Endócrinas As glândulas endócrinas trabalham, juntamente com o sistema nervoso, para coordenar as atividades dos vários tecidos e órgãos do corpo. Os hormônios por elas produzidos têm a capacidade de estimular ou inibir certas atividades de determinado tecido. Os tecidos e órgãos sensíveis a determinado hormônio são os órgãos-alvo desse hormônio. Como os hormônios são liberados na corrente sangüínea, sua ação é mais lenta, mas em compensação seu efeito é mais duradouro do que o estímulo nervoso. As glândulas endócrinas são por sua vez, reguladas pelo sistema nervoso, criando um complexo e sensível mecanismo de interrelações neuroendócrinas. HIPÓFISE Pesa cerca de 0,5 g e localiza-se na base do cérebro, mantendo com ele relações anatômicas e funcionais. Tem origem embrionária dupla: nervosa e ectodénmica. A porção de origem nervosa recebe o nome de neuro-hipófise, enquanto que a porção de origem ectodérmica, (teto da boca primitiva) recebe o nome de adeno-hipófise. A neuro-hípófise é formada pela pars nervosa que é a parte mais volumosa e pelo infundíbulo que é o pedículo que liga a neuro-hipófise ao hipotálamo. O infundíbulo, portanto, liga a hipófise ao sistema nervoso central. A adeno-hipófise é subdividida em três porções: A mais volumosa- pars distalís ou lobo anterior da hipófise. Outra porção, envolve o infundibulo - pars tuberalis e uma terceira porção - pars intermédia porque fica numa região intermediária entre a pars distalis e a pars nervosa. Ao conjunto de pars nervosa e intermédia dá-se o nome de lobo posterior da hipófise. A pars distalis ou lobo anterior está ligada ao hipotálamo por uma conexão neuro-endócrina. O tecido neural (do hipotálamo) e o tecido epitelial glandular (da pars distalis) tem capilares fenestrados, e estão interligados por vasos porta que se estendem pelo infundíbulo abaixo. Estes vasos porta levam sangue venoso dos plexos capilares do hipotálamio aos plexos capilares do tecido glandular, num arranjo vascular designado como circulação porta hipofisária. Essa possibilita que hormônios reguladores produzidos por certos neurônios hipotalâmicos cheguem às células da hipófise. Estes hormônios (chamados hipofisiotróficos) regulam as atividades secretoras dos diversos tipos de células desta parte de hipófise. Portanto a adeno-hipófise é regulada por hormônios produzidos no tecido nervoso. Adeno-hipófise A pars tuberalis e a intermédia têm funções desconhecidas no homem, portanto não vamos estudá-las. A pars distalis tem vários tipos de células que se distribuem em forma de cordões irregulares ao lado dos quais correm muitos capilares. As células aqui presentes, tem afinidades tintoriais diferentes, isto é, são distinguidas pelo tipo de corante. As que não se coram por corantes histológicos são denominadas cromófobas: tem citoplasma pouco corado e reduzido. As que se coram, as cromófilas, têm grande afinidade por corantes histológicos. Segundo a afinidade de seus grânulos por corantes ácidos ou básicos, foram divididas em: acidófilas: são as que se coram por corantes ácidos que são vermelhos, e basófilas: coram-se por corantes básicos que são azuis. Estes diversos tipos celulares produzem os vários hormônios da pars distalis. São eles: 1 - Hormônio de crescimento ou somatotrofina - (GH). Estimula o metabolismo das células em geral, tendo porém um efeito muito mais pronunciado na cartilagem epifisária (do disco epifisário) dos ossos longos._ 2 - Hormônio lactogênico ou pró-lactína - (PRL). Promovem o crescimento e o funcionamento das glândulas mamárias, com a conseqüente síntese de leite. Sua produção aumenta durante a gestação e a amamentação. 3 - Hormônio tireotrófico - (TSH)Tem como alvo a tireóide, estimulando a síntese e a liberação dos seus hormônios. 4 - Hormônio adrenocorticotrófico - (ACTH), tem como alvo as adrenais- Atua sobre as células da camada cortical da glândula adrenal, estimulando-a a sintetizar seushormônios. 5 - Hormônios gonadotróficos - têm como alvo as gônodas- ovários e testículos. São eles: 5.1 - Hormônio folículo-estimulante - FSH Nos ovários este hormônio participa do desenvolvimento dos folículos. Os folículos em crescimento sintetizam estrógeno, hormônio feminino presente no período que antecede a ovulação. Nos testículos estimula a espermatogênese. Este hormônio está, portanto, diretamente relacionado com a fertilidade do indivíduo. 5.2 - Hormônio luteinizante - LH Nos ovários estimula a ovulação e a formação do corpo lúteo ou corpo amarelo. O corpo lúteo é uma estrutura que tem vida breve - dura aproximadamente 10 dias. É responsável pela síntese de progesterona e um pouco de estrógeno que são hormônios presentes no período após a ovulação. A progesterona impede outras ovulações e prepara o útero para a implantação de um embrião. Nos testículos este hormônio (LH) estimula as células intersticiais (ou de Leydig) que sintetizam o hormôrnio sexual masculino - testosterona - responsável pelas características sexuais masculinas, inclusive potência sexual Os hormônios sintetizados pela adenohipófise e que estimulam outras glândulas (glândulas alvo) são liberados através de um sistema de controle chamado feed back negativo. Quando a concentração do hormônio produzido pela glândula alvo está elevada, imediatamente a hipófise deixa de produzir o hormônio estimulante para esta glândula. Ao contrário, quando a concentração está baixa, a hipófise começa a produzir hormônio que irá estimular a glândula alvo. Hormônios hipofisiotrófícos São produzidos por neurônios do hipotálamo que atuam como liberadores (estimulam) ou inibem a secreção da adeno-hipófise. Estas neuro- secreções são lançadas pelos terminais axônicos, penetram nos capilares e através do sistema porta hipofisário atingem a pars distafis inibindo ou estimulando-a. Neuro-hipófise - Tem características nervosas, isto é, é formada por fibras nervosas que são axônios de células nervosas cujos corpos estão localizados no hipotálamo (nos núcleos supra-óticos e paraventriculares). Os axônios da neuro-hipófise transportam, armazenam e liberam para a circulação sangüínea a secreção produzida nas células (neurônios secretores) do hipotálamo. Além dos axônios, a neuro-hipófise possui células da neuróglia chamadas de pituícitos. São pequenas, com muitos prolongamentos. Não tem funções secretoras. Funcionam como as células da glia - isto é, dão suporte e provê a nutrição das fibras nervosas. Os hormônios da neuro-hipófise são, portanto, produzidos por neurônios do hipotáiamo. São eles: 1- Vasopressina ou h. antidiurético - ADH - O principal efeito fisiológico é tornar a parede dos túbulos contorcidos distais e dos tubos coletores permeáveis à água, isto é, estes tubos passam a absorver água. Ele é liberado pela hipófise quando a pressão osmótica do sangue se eleva. 2 - Oxitocina - ou ocitocina - estimula a contração do músculo liso do útero no coito e durante o parto. A liberação deste hormônio depende de estímulos, no caso, a dilatação da vagina e no caso do parto, dilatação do colo do útero. Neste caso, a oxitocina inicia a série de contrações para permitir a expulsão do feto. Este hormônio também promove a contração de células de músculo liso que envolvem as glândulas mamárias, facilitando a saída do leite – ejeção do leite. A oxitocina também é secretada sempre que ocorre a sucção dos mamilos fato conhecido como reflexo da ejeção do leite. TIREÓIDE Situa-se na região cervical, adiante da traquéia e é constituída por dois lobos unidos por um istmo. É envolvida por uma cápsula de tecido conjuntivo frouxo que envia septos para seu interior, sendo que este conjuntivo, contendo vasos e nervos envolve os folículos tireoidianos. É composta por epitélio cúbico simples - células foliculares,que envolve espaços esféricos cheios de uma substância gelatinosa chamada colóide. Esta disposição em esferas limitando o colóide, é que constitui um folículo tireoidiano. O aspecto dos folículos pode variar, de acordo com o estágio funcional da glândula. Assim, quando está ativa, a altura do epitélio folicular é maior. Em contrapartida, quando a glândula está em repouso, o epitélio é mais baixo. Estas variações são acompanhadas de variações na quantidade de colóide. A ultraestrutura das células foliculares apresenta todas as características de uma célula que ao mesmo tempo sintetiza, reabsorve e digere proteínas. A porção basal é rica em retículo endoplasmático rugoso e contém quantidade moderada de mitocôndrias. No polo apical observam-se microvilosidades. As células foliculares são as responsáveis pela síntese do colóide, onde ficam armazenados os hormônio iodados da tireóide - T3 e T4. A tireóide é a única glândula que armazena hormônios em quantidade apreciável. Calcula-se que haja hormônio suficiente para suprir o organismo por três meses. A atividade das células foliculares é controlada pelo hormônio hipofisário tireotrófico - TSH que estimula todas as suas atividades. Etapas da síntese dos hormônios da tireóide 1 - Síntese da tireoglobulina - As células foliculares sintetizam esta proteína sendo por isso ricas em retículo endoplasmático rugoso. Liberam as tireoglobulinas para dentro do colóide, onde são armazenadas. 2 - Captação do iodeto do sangue - Bombas de iodeto localizadas na base das células foliculares, bombeiam ativamente o iodeto circulante para dentro da célula, dai a razão de mitocôndrias nesta região da célula. 3 - Ativação do iodeto. Nesta fase ocorre transformação do iodeto em iodo, com a participação da enzima peroxidase. 4 - lodação dos radicais tirosila da tireoglobulina,. Ao contrário das etapas anteriores, esta ocorre no interior do colóide. Formam-se os compostos tetraiodado T4 conhecido como tiroxina ou tetraiodotironina que é o principal hormônio da tireóide (mais abundante.- 90%) e o T3 ou triiodotironina, produzido em menor quantidade mas é mais potente. 5 - Absorção do colóide pelas células foliculares (pelas microvilosidades) Dentro do citoplasma o colóide é digerido e o T3 e o T4 atravessam a célula e chegam ao sangue. Os compostos monoiodados e diiodados mais o restante do colóide são liberados de volta ao colóide para serem reaproveitados. Tanto o T3 quanto o T4 estimulam a respiração celular e a oxidação fosforilativa nas mitocôndrias de todas as células. Aumentam o número de mitocôndrias e número de cristas mitocôndriais, favorecendo a queima dos nutrientes. A falta inibe o desenvolvimento normal do sistema nervoso, provocando o retardamento mental (cretinismo). A falta de iodo na dieta causa um aumento da glândula, conhecida como bócio. Neste caso, como os níveis de hormônios caem por falta do iodo, a hipófise, através do TSH estimula o trabalho dos folículos que crescem provocando o bócio. Entre o tecido conjuntivo que envolve os folículos tireoidianos, existem pequenos acúmulos isolados de células claras e ricas em mitocôndrias que são chamadas de células parafoliculares. Sintetizam e armazenam um hormônio que age na regulação do teor de cálcio do sangue, estimulando a sua fixação nos ossos: é a calcitonina. A elevação dos teores de cálcio no sangue (calcemia) provoca a liberação deste hormônio. PARATIREÓIDES São quatro glândulas muito pequenas, cujo peso total não passa de 0,2 g. Localizam-se na face posterior da tireóide, geralmente dentro da cápsula que reveste os lobos dessa glândula. As células secretoras destas glândulas formam arranjos que tem um aspecto cordonal. Têm dois tipos de células: as principais e as oxífilas. As principais são as mais numerosas e na maioria dos mamíferos é o único tipo de célula desta glândula. Estas células têm forma poligonal e secretam o paratormônio, responsável, juntamente com a calcitonina, em regular os níveis de cálcio no sangue. A queda da taxa de cálcio no plasma sangüíneo, estimula as paratireóides a liberar seu hormônio. O paratormônio, por sua vez, atua sobre as células do tecido ósseo (estimulando osteoclastos), promovendo a reabsorção óssea e com isso a saída de cálcio dos ossos para o sangue. As células oxífilas na espécie humana aparecem por volta dos sete anos e aumentam em número com a idade. São poligonais, porém são maiores que as principais. Apresentam muitas mitocôndrias mas a função destas células é desconhecida. ADRENAIS São duas, sendo que cada uma está situada sobre o pólo superior de cada rim. São achatadas e têm a forma de meia lua. Em corte, nota-se que é dividida em duas camadas: a camada cortical ou córtex, que tem uma cor amarelada e uma medular ou medula que apresenta uma cor acinzentada. Estas duas camadas podem ser consideradas dois órgãos, apenas unidos topograficamente. A origem destas camadas é diferente, sendo que o córtex tem origem epitelial e a medula tem origem neuroectodérmica. Têm morfologia e funções diferentes. A glândula é revestida por uma cápsula de tecido conjuntivo e na camada cortical as células apresentam diferentes disposições, formando as zonas: glomerulosa, fasciculada e reticulada. A zona glomerulosa é encontrada mais externamente e suas células se dispõem em agrupamentos globosos, enovelados, (como os glomérulos do rim) envolvidos por tecido conjuntivo rico em capilares. A zona fasciculada tem este nome porque suas células formam cordões paralelos entre si e perpendiculares à superfície do órgão, e entre eles correm capilares. Nesta zona as células apresentam um citoplasma rico em gotículas de lipídios, o que dá elas um aspecto vacuolizado, razão pela qual são chamadas de espongiócitos. Na zona mais jnterna, as células dispõem-se em cordões formando uma espécie de rede, razão do nome: reticulada. As células da camada cortical, das 3 zonas, apresentam as características de células que sintetizam esteróides, isto é: hormônios produzidos a base do colesterol. Hormônios da córtex da adrenal: 1 - Mineralocorticóides, dos quais o mais importante é a aldosterona. Age principalmente ao nível dos túbulos renais, mas também na mucosa gástrica, glândulas salivares e sudoríparas, estimulando a reabsorção de sódio. 2 - Glicocorticóides, representados principalmente pelo cortisol (hidrocortisona), e pela corticosterona . Participam do metabolismo protéico, lipídico e dos carboidratos. Promove o catabolismo protéico com o conseqüente aumento da taxa de glicose no sangue. 3 - Hormônio sexual masculino - Tem efeito masculinizante e anabolizante, porém, sua potência é de 1/5 da exibida pelos hormônios testiculares. Em casos de tumores da adrenal, pode.haver pseudopuberdade precoce no sexo masculino, ou masculinização no sexo feminino. A função básica da adrenal está relacionada à homeostase do organismo, isto é, a manutenção da constância do meio interno. Estímulos variados, tanto fisiológicos como patológicos, tais como tensão emocional, jejum, variação de temperatura, infecções, drogas, exercício muscular, hemorragias, provocam um aumento da produção de ACTH pela hipófise, através da estimulação do sistema nervoso (hipotálamo). A conseqüente produção de hormônios da adrenal, com toda a variedade de efeitos, permite ao organismo contrabalançar a ação destes estímulos. A região medular da adrenal é formada por células que se dispõem em cordões em uma densa rede em cujas malhas há capilares e vênulas. Secretam catecolaminas, representadas pela adrenalina e noradrenalina, substâncias mediadoras químicas do sistema nervoso simpático. Estes hormônios são lançados em grandes quantidades depois de fortes reações emocionais, como por exemplo, o susto. ILHOTAS DE LANGERHANS Constituema porção endócrina do pâncreas que apresentam-se sob a forma de um emaranhado arredondado de células, imersos no tecido pancreático exócrino. Em cada ilhota tem uma série de cordões formados por células arredondadas entre as quais há muitos capilares. O número de ilhotas é variável, oscilando em tomo de 1.000.000, tomando 1,5% do volume do pâncreas humano. Distinguem-se quatro tipos celulares que são as células A,B, D e F. As células B ou beta são as mais numerosas. São pequenas e apresentam muitos grânulos no citoplasma que são de insulina. A insulina é um hormônio hipoglicemiante, já que auxilia a entrada de glicose nas células. As células A ou alfa são menos freqüentes, de maior tamanho e sintetizam o glucagon - hormônio hiperglicemiante, já que inibe a entrada de glicose nas células. As células D e F são as menos freqüentes. As células D produzem o hormônio somatostatina que é sinônimo de inibidor da liberação do hormônio de crescimento. Além disso, inibe a secreção do glucagon e da insulina. As células F sintetizam o hormônio polipeptídio pancreático que inibe a secreção do pâncreas exócrino, relaxa a musculatura lisa da vesícula biliar e diminui a secreção de bile.
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