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1 DISCIPLINA: HISTOLOGIA DE SISTEMAS Profa. Maria Luiza Polacow. APARELHO REPRODUTOR FEMININO Formado por 2 ovários, duas tubas uterinas, útero, vagina e genitália externa. OVÁRIO: mede 5 cm por 1,5 cm. Apresenta uma região medular, que contém tecido conjuntivo frouxo com numerosos vasos sanguíneos e uma região cortical, onde predominam os folículos ovarianos, contendo os ovócitos. A superfície é revestida por epitélio simples cúbico, O número total de folículos de uma menina ao nascer é fixo (não se divide, como no caso das espermatogônias nos testículos) e gira em torno de 2 milhões. Mas a grande maioria deles se degenera – sofre atresia, sendo que na puberdade restam cerca de 300.000 folículos. Esta atresia acontece durante toda a vida, terminando após a menopausa, quando todos desaparecem. Como a vida fértil de uma mulher dura em média 40 anos e como geralmente um ovócito é liberado a cada 28 dias, estima-se que o total de ovócitos liberados seja de 450. Todos os demais folículos com seus ovócitos sofrem o processo de atresia e desaparecem. Folículos primordiais: Consiste de um ovócito primário, envolvido por uma camada única de células achatadas, denominadas de células foliculares. O ovócito é uma célula volumosa, com núcleo grande e claro. Fóliculos em crescimento: alguns folículos primordiais podem entrar em crescimento antes mesmo do nascimento da menina e outros podem crescer antes da puberdade mas todos estes entram em atresia, e portanto não atingem a maturidade. Para que se tornem maduros, depende de hormônios: folículo estimulante e estrógeno, estímulos que ocorrem a partir da puberdade. A medida que os folículos entram em crescimento, ocorrem alterações no ovócito, nas células foliculares, e no conjuntivo ao redor. O ovócito aumenta de volume e em sua volta surge uma camada homogênea, acelular, contendo glicoproteínas, denominada zona pelúcida. As células foliculares aumentam de volume e se multiplicam por mitose – apresentam várias camadas – e seu conjunto passa a ser chamado de camada granulosa do folículo. Ao redor do folículo o tecido conjuntivo modifica-se para 2 formar as tecas foliculares - a teca interna e a teca externa. As células da teça interna sintetizam estrógeno um dos hormônios femininos. A teca externa tem muitas fibras e vasos que se dirigem para a teça interna e não produzem hormônios. Conforme o folículo vai crescendo, principalmente pelo aumento do número de células foliculares (camada granulosa), surgem acúmulos de líquido - líquido folicular. As pequenas cavidades contendo líquido se fundem formando uma cavidade única – antro folicular. O líquido contém proteoglicanas, diversas proteínas e altos teores de progesterona, estrógenos, e andrógenos. As células foliculares se concentram ao redor do ovócito, formando um espessamento chamado cúmulos oophorus. Folículos maduros ou de Graaf – Tem mais ou menos 1 cm de diâmetro e pode ser visto como uma vesícula transparente fazendo saliência na superfície do ovário. Devido ao acúmulo de líquido, aumenta muito a cavidade folicular. As células foliculares da primeira camada em volta do ovócito e, portanto, em contato com a zona pelúcida tornam-se alongadas e formam a corona radiata, que acompanha o ovócito quando expulso do ovário na ovulação e ainda está presente quando o espermatozóide fertiliza o ovócito na tuba uterina. Ovulação – corresponde à ruptura do folículo maduro, com liberação do ovócito, que será captado pela extremidade dilatada da tuba uterina. Apenas um ovócito é liberado de cada vez, porém algumas vezes dois ou mais podem ser expulsos ao mesmo tempo (e se todos forem fertilizados, darão origem a gêmeos fraternos, isto é, não idênticos). A ovulação ocorre mais ou menos no meio do ciclo menstrual, em torno do 14º dia. O estímulo é o aumento brusco no teor de hormônio luteinizante (LH) – sintetizado pela hipófise (na região da pars distalis). Ocorre um enfraquecimento da parede externa do folículo e um aumento do líquido do antro folicular, provocando ruptura da parede externa do folículo e consequentemente a ovulação. O ovócito, envolvido pela zona pelúcida e células da corona radiata são expelidos pelo ovário e é captado pela tuba uterina. A extremidade da tuba voltada para o ovário tem a forma de um funil e tem franjas (fímbrias). Dentro da tuba o ovócito é conduzido para o útero, pela contração da musculatura, auxiliado também pela atividade ciliar do epitélio ciliado da tuba, que forma uma corrente de líquido. 3 Como vários folículos entram em crescimento a cada ciclo, logo após a ovulação eles se degeneram, num processo chamado atresia. Os que estavam mais adiantados – folículos maiores, ao se degenerar atraem muitos macrófagos e no seu lugar o tecido conjuntivo forma muito colágeno dando origem a um processo cicatricial. Após a ovulação, as células foliculares e as da teca interna dão origem a uma glândula endócrina temporária, denominada corpo lúteo ou corpo amarelo – que secreta estrógenos e progesterona, que estimulam a secreção das glândulas do endométrio uterino, preparando o útero para receber o embrião. Além disso, a progesterona impede o desenvolvimento de novos folículos ovarianos. O corpo lúteo é formado pelo estímulo do hormônio luteinizante (LH), sob o controle do hipotálamo. Como a progesterona produzida pelo copo lúteo tem efeito inibidor sobre a produção do hormônio luteinizante (feedback negativo), o corpo lúteo entrará logo em degeneração, a não ser se receber estímulo de outra origem. Quando não ocorre gravidez, o corpo lúteo tem uma existência de 10 a 14 dias apenas, isto é, persiste durante a segunda metade do ciclo menstrual. Após este período, devido à falta de hormônio luteinizante (LH) ele degenera e desaparece – este é o chamado corpo lúteo menstrual. Ocorrendo gravidez, as gonadotrofinas coriônicas produzidas pela placenta primitiva estimularão o corpo lúteo, que se manterá durante a gestação – é o corpo lúteo gravídico. O corpo lúteo gravídico é maior, e seu diâmetro atinge 5cm – tomando quase que todo o volume do ovário, e persiste com esta dimensão até mais ou menos até o sexto mês de gestação, quando começa a regredir, mas secreta progesterona até o final da gravidez. O corpo lúteo tb secreta relaxina, um hormônio que amolece o tecido conjuntivo da sínfese pubiana, e as outras articulações da pélvis e do colo uterino, facilitando o parto. As células do corpo lúteo gravídico sofrem atresia (degeneração) após o parto e aos poucos são fagocitados pelos macrófagos, ficando no local uma pequena cicatriz que pode levar meses ou anos para desaparecer. TUBA UTERINA - é um tubo musculomembranoso dotado de grande mobilidade, com 12 cm de comprimento. Uma das extremidades, a mais larga, é cheia de prolongamentos (fímbrias), abre-se na cavidade peritoneal próximo ao ovário, e a outra atravessa a parede do útero e abre-se no interior deste órgão. 4 Na época da ovulação, a tuba movimenta-se de modo regular pela contração de sua musculatura. As fímbrias aproximam-se da superfície do ovário e sua forma de funil facilita a captação do ovócito liberado na ovulação. A mucosa possui muitas dobras e o epitélio é cilíndrico simples e ciliado, cujo batimento é sempre na direção do útero, causando a movimentação da película líquida viscosa que cobre a superfície. Esta película é formada principalmente pelas células secretoras intercaladas pelas que tem cílios. O deslocamento da película que recobre a mucosa, auxilia o transporte do ovócito na direção do útero. A luz da tuba representa um ambiente adequado àfertilização e a secreção aí contida contribui para a proteção e nutrição do ovócito, bem como para a capacitação do espermatozóide (isto é – ativação do espermatozóide, tornando-o apto a fertilizar o ovócito). ÚTERO - Tem uma porção dilatada - o corpo, e uma porção inferior cilíndrica que se abre na vagina - colo uterino. A parede é espessa e de dentro para fora apresenta 3 camadas: endométrio (mucosa), miométrio - constituído por camadas de músculo liso,e externamente a serosa ou adventícia – Tecido conjuntivo e mesotélio (epitélio pavimentoso simples). O endométrio é formado por epitélio cilíndrico simples e lâmina própria contendo glândulas tubulosas simples. O epitélio reveste e secreta glicoproteínas. Sob a ação dos hormônios ovarianos (estrógenos e progesterona) produzidos por estímulo da adeno-hipófise, o endométrio sofre modificações estruturais cíclicas que constituem o ciclo menstrual que tem duração variável, mas frequentemente cada ciclo se completa em 28 dias. Os ciclos menstruais iniciam-se entre os 13 e 15 anos de idade e cessam em torno de 45 anos, período em que a mulher é fértil. Por motivos práticos, convencionou-se que o ciclo menstrual começa no dia em que aparece a menstruação. O sangue que se exterioriza através da vagina é proveniente do endométrio, o qual é parcialmente destruído eliminado junto com o sangue dos vasos rompidos. A fase menstrual vai do primeiro ao quarto dia do ciclo. Sem seguida vêm a fase proliferativa (quinto ao 14º dia). Após a fase menstrual a mucosa uterina fica reduzida a uma pequena faixa de tecido conjuntivo contendo os fundos das glândulas, pois suas porções 5 superficiais e o epitélio e revestimento se perderam. Esta parte profunda do endotélio, que não é destruída na menstruação, chama-se camada basal, enquanto que a porção que é destruída em cada ciclo chama-se camada funcional. A fase proliferativa coincide com o desenvolvimento dos folículos ovarianos e com a produção de estrógenos, sendo chamada também de fase estrogênica. A função do estrógeno é justamente estimular a proliferação das células das glândulas (da camada basal) que por deslizamento, migram para a superfície da mucosa e vão reconstituir o endométrio. A fase secretória – inicia-se após a ovulação e depende da formação do corpo lúteo, o qual secreta progesterona. Este hormônio atua sobre as glândulas endometriais estimulando a secreção. As células das glândulas sintetizam e armazenam glicogênio e as glândulas ficam dilatadas pelas secreções. Nesta fase o endométrio atinge sua espessura máxima devido ao acúmulo de secreção e ao aparecimento de edema na lâmina própria. Toda essa secreção nutritiva tem a função de nutrir o embrião nos primeiros dias, além de facilitar sua implantação. A progesterona também inibe as contrações do músculo liso do miométrio, que poderiam interferir com a implantação do embrião no endométrio. Fase menstrual - Não havendo fertilização do ovócito expelido pelo ovário, não haverá implantação de um embrião e ocorrerá uma queda brusca dos níveis de estrógenos e progesterona no sangue, porque o corpo lúteo deixa de funcionar 14 dias depois de formado. Em conseqüência da queda dos hormônios, o endométrio, que estava desenvolvido pelo estímulo destes hormônios, é parcialmente destruído. O fator causador da menstruação relaciona-se com a irrigação sanguínea do endométrio. Este recebe artérias que nutrem a camada basal, as artérias retas e outras que, seguindo um trajeto helicoidal, dirigem-se para a camada funcional – são as artérias espiraladas. Com a queda dos hormônios observa-se contração das paredes das artérias helicoidais, provocando isquemia, a qual leva a uma necrose do endométrio. Ocorre fragmentação da camada funcional do endométrio, e ruptura de vasos, dando origem ao sangramento. O sangue da menstruação é principalmente de origem venosa, pois as artérias, ao se romperem, contraem suas paredes, obliterando a extremidade rompida. No fim da fase menstrual o endométrio está reduzido exclusivamente à camada basal, contendo as extremidades das glândulas endometriais. Nesta época sua superfície está inteiramente desprovida de revestimento. A proliferação 6 das células das glândulas e sua migração para a superfície dão início à fase proliferativa, recomeçando o ciclo. O colo ou cérvix é a parte mais estreita e cilíndrica do útero. Apresenta glândulas mucosas. Durante a ovulação secretam muco rico em água, que facilita a passagem dos espermatozóides. Na gravidez, os elevados níveis de progesterona influenciam essas glândulas a produzirem muco viscoso, que impede a passagem de microrganismos e espermatozóides para dentro da cavidade uterina. VAGINA – A parede apresenta 3 camadas, de dentro para fora: mucosa, muscular e adventícia. O muco encontrado na luz da vagina é proveniente das glândulas da cérvix (colo) uterina. O epitélio da mucosa é estratificado e sob o estímulo do estrógeno o epitélio sintetiza e acumula grande quantidade de glicogênio, que é lançado na luz vaginal, quando estas células se descamam. As bactérias presentes na vagina metabolizam o glicogênio formando ácido láctico, responsável pelo pH baixo da vagina. Na falta de estrógeno não há síntese de glicogênio e o pH da vagina se eleva, o que favorece a proliferação de microorganismos patógenos. A camada muscular apresenta músculo liso e por fora da camada muscular existe uma camada de tecido conjuntivo rico em fibras elásticas grossas, que une a vagina aos órgãos adjacentes. A elasticidade da vagina está relacionada com esta grande quantidade de fibras elásticas observadas nos tecidos conjuntivos da sua parede. GENITÁLIA EXTERNA OU VULVA. – formada pelo vestíbulo, clitóris, pequenos lábios e grandes lábios. O vestíbulo corresponde à abertura da vagina no exterior. Nele abrem-se a uretra e os ductos das glândulas vestibulares maiores (em número de 2) e as menores, que são numerosas e dispersas, ocorrendo principalmente em volta da uretra e do clitóris. Estas glândulas são todas do tipo mucoso. O clitóris representa, por sua estrutura histológica e origem embrionária, um pênis rudimentar e incompleto. É formado por 2 corpos cavernosos eréteis com glande e prepúcio rudimentar. Os pequenos lábios são dobras da mucosa vaginal e portanto tem características intermediárias entre a pele e a mucosa. Já os grandes lábios são dobras da pele.
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