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CDI-4001 Prof. Fernando Deeke Sasse Departamento de Matemática - UDESC Soluções para a PROVA 2 - 2013/2 1. Calcule a integral ∫ C 1 z − 2 dz , sendo C o caminho no plano complexo, que consiste nos seguintes segmentos ligando os pontos (1, 1), (1,−1), (−1, 1), nesta ordem. Solução: O caminho de integração é mostrado na Fig. 1. Como o integrando é analítico ao longo de C e suas x y 2 (1,1) (1,-1) (-1,1) Figura 1: Caminhos de integração do Problema 1. vizinhanças, podemos usar o teorema fundamental do cálculo:∫ C 1 z − 2 dz = log(z − 2) ∣∣∣1−i 1+i = log(−3 + i)− log(−1 + i) (1) Devemos escolher o ramo adequado do logaritmo, antes de avaliar-lo. O corte do ramo não dever cortar C. Uma escolha conveniente é a reta z = x ≥ 2. Isso implica que 0 ≤ arg(z − 2) < 2pi. Podemos então escrever ∫ C 1 z − 2 dz = ln √ 10− ln √ 2 + i(θ1 − θ2) , (2) sendo θ1 = arg(−3 + i) = pi − arctan 1/3 , θ2 = arg(−1 + i) = 3pi/4 . (3) Portanto, ∫ C 1 z − 2 dz = 1 2 ln 5 + i (pi/4− arctan 1/3) = 0.805 + i0.463 . (4) Podemos confirmar este resultado fazendo a integração direta no Maple, ao longo de um segmento horizontal que parte de (1, 1) e chega a (−1, 1). Este caminho pode ser definido por z(t) = t + i, dz = dt, −1 < t < 1. O resultado é descrito a seguir: 1 f:=1/(t-2+I); f := 1 t− 2 + I int(f,t=1..-1); 1 2 ln 5 + I arctan 3 + pi 4 evalf(%); 0.8047189560 + 0.4636476085I 2. Calcule a integral ∮ |z|=2 z3 + sin z (z + 1)3 dz , (5) Solução: Fazendo f(z) = z3 + sin z, podemos usar a fórmula integral de Cauchy para derivadas e escrever I = ∮ |z|=2 f(z) (z + 1)3 dz = 2pii 2! f ′′(1) . (6) Como f ′(z) = 3z2 + cos z, f ′′(z) = 6z − sin z, temos I = piif ′′(1) = pii(6− sin 1) = 16.206i . (7) 3. Determine a expansão em série de Taylor até O(z4) se sec z em torno de z = 0. Determine o raio de convergência. Solução: Notemos que a série buscada deve ter a forma sec z = 1 cos z = a0 + a1z + a2z 2 + a3z 3 + a4z 4 + · · · (8) Portanto, 1 = (a0 + a1z + a2z 2 + a3z 3 + a4z 4 · · · ) ( 1− z 2 2 + z4 4! − · · ·+ ) . (9) Expandindo e mantendo termos de até quarta ordem temos 1 = a0 + a1z + ( −a0 2 + a2 ) z2 + ( −a1 2 + a3 ) z3 + (a0 4! − a2 2 + a4 ) z4 + · · · (10) Como esta equação deve ser válida para uma infinidade de valores de z, comparando os polinômios no lado esquerdo e direito e igualando os coeficientes obtemos a0 = 1, a1 = 0, a2 = 1/2, a3 = 0 e a4 = 5/24, de modo que sec z = 1 + z2 2 + 5z4 24 + · · · . (11) Podemos conferir este resultado no Maple: series(sec(z),z,5); 2 1 + 1 2 z2 + 5 24 z4 +O(z6) . A função sec z tem singularidades em z = (2n + 1)pi/2, n = 0,±1,±2, . . .. A singularidade mais próxima ao centro da série z = 0 é z = pi/2, de modo que a série converge na região |z| < pi/2. 4. Determine ao menos 5 termos da série de Laurent em torno de z = 0 para f(z) = z − cos z z5 (12) Solução: Expandindo o numerador de f(z) em uma série de Taylor obtemos f(z) = 1 z5 [ z − ( 1− z 2 2 + z4 4! − z 6 6! + · · · )] = 1 z4 − 1 z5 + 1 2 1 z3 − 1 4! 1 z + 1 6! z − · · · (13) Esta série converge para todo |z| > 0. 5. Determine as séries de Laurent de f(z) = z (z − 1)(z − 2) (14) nas regiões (a) 1 < |z| < 2 e (b) 0 < |z − 2| < 1. Solução: (a) A região de interesse é mostrada na Fig. 2. Devemos construir uma série de potências em 1/z e 1 2 x y Figura 2: Região 1 < |z| < 2 do Problema 5(a). z/2. Inicialmente expandimos f(z) em frações parciais: f(z) = z (z − 1)(z − 2) = A z − 1 + B z − 2 = z (z − 1)(z − 2) = 1/3 z − 1 + 2/3 z − 2 . (15) Definindo s1 = 1/(z + 1) temos s1 = 1 1 + z = 1 z 1( 1 + 1 z ) = 1 z ( 1− 1 z + 1 z2 − 1 z3 + 1 z4 − · · · ) (16) 3 que é válida para |z| > 1. Por outro lado, definindo s2 = 1/(z − 2) construímos a série s2 = 1 z − 2 = − 1 2 1( 1− z 2 ) = −1 2 [ 1− z 2 + (z 2 )2 + (z 2 )3 + (z 2 )4 · · · ] , (17) válida na região 0 < |z| < 2. A série resultante é então dada por f(z) = 1 3 s1 + 2 3 s2 (18) = 1 3 ( 1 z − 1 z2 + 1 z3 − 1 z4 + · · · ) − 1 3 ( 1 + z 2 + (z 2 )2 + (z 2 )3 + (z 2 )4 + · · · ) , (19) sendo convergente na região de intersecção associada a cada série, 1 < |z| < 2. (b) Agora devemos buscar uma expansão em série de Laurent para f(z) válida na região 0 < |z−2| < 1, mostrada na Fig. 3. Reescrevemos f(z) na forma (15): 1 2 x y Figura 3: Região 0 < |z − 2| < 1 do Problema 5(b). f(z) = 2/3 z − 2 + 1/3 z − 1 . (20) O termo 1/z pode ser rescrito em termos de um série geométrica: 1 z − 1 = 1 z − 2 + 1 = 1− (z − 2) + (z − 2) 2 − (z − 2)3 + · · · (21) Tal série converge na região |z − 2| < 1. A série completa é dada por f(z) = 2 3 1 (z − 2) + 1 3 [ 1− (z − 2) + (z − 2)2 − (z − 2)3 + · · · ] , (22) que converge na região 0 < |z − 2| < 1. 6. Determine a ordem do pólo da função f(z) = 1− cosh z z5 . (23) Solução: Esta função tem um pólo em z = 0. Expandindo o numerador em uma série de Taylor em torno de z = 0 temos 1− cosh z = 1− ( 1 + z2 2 + z4 4! + z6 6! + · · · ) , (24) 4 de modo que, substituindo este resultado em (23) obtemos f(z) = − ( 1 2 1 z3 + 1 4! 1 z + 1 6! z + · · · ) . (25) Isso mostra que z = 0 é um pólo de ordem 3 de f(z). 5
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