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Prescrição Medicamentosa em Odontologia Independente da especialidade em Odontologia, o conhecimento da ação e eficácia de cada medicação que será prescrita, é de fundamental importância. Procedimentos odontológicos, apresentam grau variável de complexidade e, consequentemente, de sintomatologia dolorosa. Além disso, pessoas apresentam diferentes limiares de dor, organismos e grau de ansiedade (medo). Prescrição Medicamentosa em Odontologia Odontologia x Dor Procedimentos mais simples não necessitam, em sua grande maioria dos casos, medicação mais complexa. Em cirurgias e procedimentos mais complexos, a condição dolorosa pode apresentar-se elevada devido ao maior trauma tecidual. Nesses casos, fazem-se necessárias medicações mais intensas para minimizar a hiperalgesia. Terapêutica Medicamentosa BOM SENSO USO RACIONAL DE MEDICAMENTOS Prescrição Medicamentosa em Odontologia Terapêutica Medicamentosa Prescrição Medicamentosa em Odontologia Terapêutica Medicamentosa Prescrição Medicamentosa em Odontologia “Existe uso racional quando os pacientes recebem os medicamentos apropriados à sua condição clínica, em doses adequadas às suas necessidades individuais, por um período de tempo adequado e ao menor custo possível para eles e sua comunidade.” OMS, Conferência Mundial Sobre Uso Racional de Medicamentos, Nairobi, 1985. Uso Racional de Medicamentos Prescrição Medicamentosa em Odontologia Somente 50% dos pacientes, em média, tomam corretamente seus medicamentos. Cresce constantemente a resistência da maioria dos microrganismos causadores de enfermidades infecciosas prevalentes. 50-70% das consultas médicas geram prescrição medicamentosa. 50% de todos os medicamentos são prescritos, dispensados ou usados inadequadamente. 75% das prescrições com antibióticos são errôneas. Uso Racional de Medicamentos Prescrição Medicamentosa em Odontologia Indicação apropriada Esquema de administração adequado Paciente em condições de receber o tratamento proposto Ausência de contra-indicações e menor possibilidade de efeitos adversos Dispensação correta, incluindo informação adequada para o paciente Acompanhamento do paciente Uso Racional de Medicamentos Prescrição Medicamentosa em Odontologia Vai depender do primeiro procedimento em qualquer atendimento odontológico: A medicação sistêmica assume papel importante no(a): Sedação da dor pelo controle da reação inflamatória Combate e, principalmente, na prevenção de infecções Redução da ansiedade e tensão do paciente Protocolo Medicamentoso Prescrição Medicamentosa em Odontologia OBJETIVO GERAL Montagem de um protocolo a partir de um levantamento dos medicamentos que melhor atuem no pré e pós-operatório dos diversos procedimentos, sejam eles menos invasivos ou mais invasivos, como cirurgias, tentando padronizar o uso indiscriminado, até o momento, destes medicamentos. Não se trata de “livro de bolso”, mas prescrições baseadas em bom senso quanto à complexidade, conhecimento teórico e aplicabilidade na prática clínica. Prescrição Medicamentosa em Odontologia Antibiótico Analgésico Antiinflamatório / Corticosteróides Ansiolítico Propostas Medicamentosas PROTOCOLO MEDICAMENTOSO Prescrição Medicamentosa em Odontologia Antibiótico Analgésico Antiinflamatório / Corticosteróides Ansiolítico Propostas Medicamentosas PROTOCOLO MEDICAMENTOSO Prescrição Medicamentosa em Odontologia O antibiótico ideal deve apresentar as seguintes características: 1. Ter ação antimicrobiana seletiva. 2. Ser bactericida e não somente bacteriostático. 3. Atuar em líquidos orgânicos e exsudatos, não chegando a ser destruídos por enzimas dos tecidos. 4. Não perturbar as defesas orgânicas do hospedeiro, nas doses utilizadas. 5. Ter bom índice terapêutico (Quanto maior a dose máxima tolerada e menor dose mínima curativa, melhor o antibiótico). ANTIBIÓTICO Prescrição Medicamentosa em Odontologia 6. Ter pequenos efeitos adversos. 7. Não desenvolver resistência dos microrganismos sensíveis. 8. Ter absorção, destino e excreção que dêem rapidamente níveis bactericidas, e estes devem ser mantidos por um bom período. 9. Ser administrado por todas as vias. 10. Ser fabricado em grandes quantidades e com preços acessíveis. Logicamente, não existe até hoje um antibiótico ideal, apenas produtos que preenchem parte dos requisitos citados. ANTIBIÓTICO Prescrição Medicamentosa em Odontologia ? ? Como prescrever?? Antibioticoterapia Profilática?? Terapêutica?? Qual antibiótico administrar?? Prescrição Medicamentosa em Odontologia Alguns princípios devem ser analisados para se preconizar uma antibioticoterapia evitando-se uma endocardite bacteriana: Categoria do procedimento a ser realizado Condição clínica e sistêmica do paciente Antibioticoterapia Profilática Prescrição Medicamentosa em Odontologia Tem o objetivo de prevenir infecção por um agente conhecido ou fortemente suspeito, em um paciente que se encontre em risco de contraí-la. Antibioticoterapia Profilática Prescrição Medicamentosa em Odontologia Classificando os pacientes em Condição Clínica x Risco, teremos: • Alto Risco: * Próteses valvares * Endocardite bacteriana prévia * Cardiopatia congênita cianótica * Shunts pulmonares sistêmicos • Risco Moderado: * Cardiopatias congênitas não cianóticas * Doença reumática com disfunção valvar • Baixo Risco: * Marcapasso implantado * Defeito de septo ventricular * Doenças reumáticas sem disfunção valvar * Sopro cardíaco fisiológico ANTIBIÓTICO Prescrição Medicamentosa em Odontologia Antibioticoterapia Profilática Os antibióticos são sem dúvida eficazes na prevenção de infecções pós-operatórias. Mais de 150 estudos compararam profilaxia antibiótica com placebo ou outro controle, e ficou demonstrado em 80% deles que a profilaxia antibiótica proporcionou um benefício significativo. (KAISER, 1986) A profilaxia antibiótica até duas horas antes do procedimento cirúrgico minimiza o risco de infecções pós- operatórias, que têm correlação com a própria cirurgia em si (tipo, extensão e técnica operatória), preparação pré- operatória e o ambiente cirúrgico. (CLASSEN et al., 1992) Prescrição Medicamentosa em Odontologia Princípios básicos da profilaxia antibiótica: 1. Obtenção de níveis eficazes de antibióticos em dados momentos considerados críticos. 2. Curso de cobertura antibiótica limitado ao período trans- operatório, com doses adicionais por até 24-48 horas. 3. Não usar como substituto de uma drenagem adequada, nem de uma esterilização correta ou de uma técnica bem executada. 4. Dosagem e duração adequados, preços acessíveis e droga com menores efeitos colaterais Antibioticoterapia Profilática Prescrição Medicamentosa em Odontologia Os erros mais comuns na profilaxia antibiótica são: escolha incorreta do antimicrobiano, administração prematura da dose inicial e prolongamento da terapia além do necessário. (PAGE et al., 1993) O erro mais sensível, é utilizar um agente inadequado, com largo espectro de ação e por períodos prolongados, aumentando os custos, expondo o paciente a efeitos colaterais e contribuindo para a seleção de microrganismos resistentes ao antimicrobiano. (ANDRADE, 2014) Antibioticoterapia Profilática Prescrição Medicamentosa em Odontologia A profilaxia antibiótica deve ser instituída com doses altas, pelo menos três vezes a dose terapêutica recomendada em esquemas convencionais, a fim demaximizar a difusão para os tecidos contaminados ou sob risco de contaminação. (DENT et al., 1997) Antibioticoterapia Profilática Prescrição Medicamentosa em Odontologia Prescrição Medicamentosa em Odontologia Antibioticoterapia Profilática Amoxicilina A amoxicilina é recomendada como droga de escolha em profilaxia antibiótica, e de forma terapêutica, embora tenha a ampicilina e a penicilina V a mesma eficácia contra estreptococos, em função da sua alta absorção e níveis séricos mais elevados e prolongados (DAJANI et al., 1997). Prescrição Medicamentosa em Odontologia Prescrição Medicamentosa em Odontologia Amoxicilina Uma dose simples de 2g proporciona níveis plasmáticos adequados e prolongados, por isso, a segunda dose, administrada seis horas após a dose inicial, foi eliminada, por orientação da American Heart Association e da Australian Dental Association. (TITSAS & FERGUSON, 2001) Prescrição Medicamentosa em Odontologia Amoxicilina Preconiza-se que deve ser continuada a administração do antibiótico por 7 a 10 dias nos seguintes casos: • Cirurgias mais complexas, como enxerto ósseo e levantamento do assoalho de seio maxilar; • Cirurgias com mais de 2 horas de duração; • Pacientes imunossuprimidos; • Pacientes com alto risco de endocardite. (MISCH, 1992; GYNTHER et al., 1998, ANDRADE, 2014) Prescrição Medicamentosa em Odontologia Antibiótico Analgésico Antiinflamatório / Corticosteróides Ansiolítico Propostas Medicamentosas PROTOCOLO MEDICAMENTOSO Prescrição Medicamentosa em Odontologia Dor “…uma experiência sensorial e emocional desagradável, relacionada com lesão tecidual real ou potencial, ou descrita em termos deste tipo de dano.” (Associação Internacional P/ o Estudo da Dor) Valorização da descrição do paciente, pois o tratamento da dor não deve estar limitado em eliminar a sensação dolorosa, mas sim, dar alívio ao paciente que apresente dor. A dor apresenta 2 componentes: Nocicepção ou sensação dolorosa Reatividade emocional à dor Prescrição Medicamentosa em Odontologia Dor A nocicepção é o conjunto das percepções de dor que somos capazes de distinguir. É a atividade do sistema nervoso aferente induzida por estímulos nocivos. Estes estímulos podem ser: Mecânico: receptor excitado por impacto, tração, fricção; Ex.: Pancada, corte, perfuração e pressão Térmica: termorreceptor excitado ao calor ou frio. Ex.:Queimaduras Químicas: quimiorreceptor excitado pelos mediadores químicos. Ex.: Prostaglandinas, Bradicininas e Tromboxanos Biológicos: Nossas próprias substâncias produzidas Prescrição Medicamentosa em Odontologia Estímulo nocivo (Cárie / lesão tecidual) Liberação de Potássio e síntese de mediadores químicos Interação com nociceptores periféricos e terminações nervosas livres Dor deflagrada no local da lesão tecidual Eventos Iniciais da Dor Prescrição Medicamentosa em Odontologia Potencial gerado aciona outras terminações axonais Liberação de substância P Produção de serotonina e histamina Cascata de novos mediadores (PG, Interleucinas e Cicloxigenases) Aumento da área afetada Eventos Iniciais da Dor Prescrição Medicamentosa em Odontologia Novos potenciais de ação / terminações nervosas Área afetada inicialmente bem maior e mais sensível Condução dos estímulos ao SNC Alodínia Dor HIPERALGESIA INSTALADA Prescrição Medicamentosa em Odontologia Analgesia Com a hiperalgesia instalada ocorre uma maior entrada de íons cálcio nos nociceptores levando ao aumento dos níveis de AMPc (monofosfato de adenosina cíclico). Os analgésicos atuam deprimindo diretamente a ação dos nociceptores, diminuindo a hiperalgesia através do bloqueio da entrada de cálcio e diminuindo os níveis de AMPc nas terminações nervosas. (ANDRADE, 2014) Prescrição Medicamentosa em Odontologia Analgesia Prescrição Medicamentosa em Odontologia Dipirona Derivados do Pirazolona Efeitos: Analgésico/Antipirético – Muito potente Sem atividade antiinflamatória nas doses usuais Absorção: rápida por VO Metabolização: Hepática Excreção: Renal Uso prolongado pode causar hipotensão Marcas Comerciais: Novalgina, Anador Prescrição Medicamentosa em Odontologia Paracetamol Derivados do Para-aminofenol Efeitos: Analgésico/Antipirético Sem atividade antiinflamatória Absorção: rápida por VO Metabolização: Hepática Excreção: Renal Fraca inibição das PGs periféricas mas excelente no SNC. Marca Comercial: TYLENOL, PARADOR, ACETOFEN Prescrição Medicamentosa em Odontologia Analgesia Grupo famacológico Nome farmacológico Vias de administração Potência (comercial) analgésica Salicilatos Aspirina VO +++ Derivados do ác. antranílico Ác. Mefenâmico (Ponstan) VO ++ Oxicanas Piroxican (Feldene, Cicladol) VO +++ Derivados pirazolônicos Dipirona (Anador, Novalgina) VO, IM, IV, retal ++++ Derivados do ác. sulindaco Indometacina (Indocid) VO, retal, transdérmico (tópico) +++ Derivados do ác. fenilacético Diclofenaco (Cataflan, Voltaren) VO, retal, transdérmico, IM* +++ Derivados do ác. propiônico Cetoprofeno (Profenid) VO, retal, transdérmico, IV, IM +++ Derivados do aminofenol Pacetamol (Tylenol, Dôrico) VO ++ Coxibs (inibidores da Cox-2) Celecoxib (Celebra) VO + Valdecoxib (Bextra) VO, IV, IM ++ Eterocoxib (Arcoxia) VO ++ Outros Etodolaco (Lodine) VO +++ Tolmedina sódica (Tolectin) VO ++ Prescrição Medicamentosa em Odontologia Tratamento Endodôntico Endodontia Convencional: Polpa viva ou necrosada sem dificuldades de instrumentação. Expectativa de pós-operatório com pouco desconforto ou dor leve. Prescrição de analgésico apenas (Dipirona, Paracetamol ou AAS). Administração logo após o atendimento, antes de cessar os efeitos da anestesia local. Prescrição Medicamentosa em Odontologia Tratamento Endodôntico Endodontia de maior complexidade: Polpa viva ou necrosada com dificuldades de instrumentação do SCR (atresias, curvaturas, calcificações, retratamentos, etc). Expectativa de pós-operatório com maior desconforto e dor intensa Prevenção da hiperalgesia e amplificação da dor aguda e do FLARE-UP Administração de antiinflamatório ou corticosteróide de ação prolongada (betametasona ou dexametasona) Prescrição Medicamentosa em Odontologia FLARE-UP Agudização de um abscesso crônico que surge horas ou dias depois da intervenção endodôntica, ou principalmente, entre as sessões endodônticas. Apesar de todo cuidado, o Flare-up pode ocorrer: pela simples mudança de pressão durante a abertura de uma câmara pulpar de um dente contaminado.. Extrusão apical de detritos contaminados Introdução de novas bactérias no canal radicular Desequilíbrio da microbiota endodôntica Aumento do potencial de oxirredução – proliferação de anaeróbios Caracteriza-se pela dor intensa, às vezes acompanhada de edema, e requer um pronto atendimento. Prescrição Medicamentosa em Odontologia Analgesia O Cirurgião-Dentista que pretenda prevenir a hiperalgesia, decorrente de intervenções invasivas, deve optar por um antiinflamatório não esteróide ou pelos corticosteróides, pois inibirá a síntese dos mediadores químicos. Por outro lado se deseja controlar hiperalgesia instalada, de intensidade leve a moderada, a melhor opção é uma droga que deprima diretamente a atividade dos nociceptores, como faz a dipirona. (ANDRADE, 2014) Prescrição Medicamentosa em Odontologia Antibiótico Analgésico Antiinflamatório / Corticosteróides Ansiolítico Propostas Medicamentosas PROTOCOLO MEDICAMENTOSO Prescrição Medicamentosa em Odontologia Inflamação A inflamação pode se dividir em três fases: 1) Aguda: Fase da agressão tecidual e liberação de mediadores químicos pré-formados com consequente vasodilatação aumento da permeabilidade capilar. 2) Resposta imune ou Subaguda: Células inflamatórias migram e invadem o sítio lesado. 3) Crônica: Fase linfocitária de limpeza e reparo da lesão. (YAGIELA et al., 2011) Prescrição Medicamentosa em Odontologia Inflamação A resposta inflamatória decorrente de intervenções em procedimentos mais invasivos, como cirurgias, é algo bem evidente. A dor resulta da ação excitatória de mediadores químicos liberados por tecidos lesados ou inflamados. As prostaglandinas e os leucotrienos são os mediadores mais diretamente ligados ao processo de hiperalgesia, ou seja, a sensibilização das terminações nervosas (nociceptores). (FERREIRA, 1990) Prescrição Medicamentosa em Odontologia Lesão Tecidual Ativação da Fosfolipase A2 Liberação de Ác. Araquidônico Cicloxigenase (COX-1 e COX-2) Lipoxigenase Prostaglandinas Leucotrienos Prescrição Medicamentosa em Odontologia Cicloxigenases (COX) São enzimas essenciais para a síntese de prostaglandinas a partir do ácido araquidônico (AA) liberado pelas fosfolipases A2 da membrana celular. Prescrição Medicamentosa em Odontologia Antiinflamatórios não esteroidais (AINEs) Mecanismo de ação: Inibição da síntese de prostaglandinas (PG): Inibe a COX-1 e COX-2 ou ambas, impedindo a formação de PG. Também antagonizam os receptores das PG. Inibem a liberação de histamina dos mastócitos. Redução da permeabilidade capilar, diminuindo o edema e vermelhidão. Inibem a liberação da PGE1, inibindo o mecanismo da FEBRE. Prescrição Medicamentosa em Odontologia Antiinflamatórios não esteroidais (AINEs) Classificação atual dos inibidores da cicloxigenases Inibidores não seletivos (inibem COX-1 e COX-2): Aspirina, Piroxicam, Ibuprofeno, Diclofenaco Inibidores seletivos (inibem preferencialmente COX-2): Nimesulida (Scaflan) e Meloxican Inibidores específicos (quase exclusivamente a COX-2): Celecoxib (Celebra), Etorecoxib (Arcoxia) e Lumiracoxibe (Prexige) – RETIRADOS DO MERCADO Prescrição Medicamentosa em Odontologia Prescrição Medicamentosa em Odontologia Salicilatos Ácido Acetil Salicílico (AAS) Efeitos: Analgésico / Antitérmico / Antiinflamatório Antiadesivo Plaquetário Absorção: Rápida por V.O. (Ác. Fracos) Estômago/porção sup. intest. Delgado Biotransformação: todos tecidos, principalmente hepática. Excreção: urinária (urina alcalina > eliminação) Marca Comercial: ASPIRINA Prescrição Medicamentosa em Odontologia Diclofenaco Derivados do ácido fenilacético Diclofenaco de sódio e de potássio Rapidamente absorvido por via oral e parenteral. Atinge concentração máxima em 10-30 minutos; Possui excelente atividade antiinflamatória, analgésica e antitérmica; Em altas doses, inibe a agregação plaquetária; Distúrbios gastrointestinais muito comum Marcas comerciais: VOLTAREN, ARTREN (sódico) CATAFLAN®, PROBENXIL (Potássio) Prescrição Medicamentosa em Odontologia Ibuprofeno Derivados do ácido propiônico: Bem absorvido pelo TGI; Acopla-se às proteínas plasmáticas (90%); É extensamente metabolizado pelo fígado; É excretado pelos rins Marcas comerciais: MOTRIN, ALIVIUM Prescrição Medicamentosa em Odontologia Piroxicam Derivados dos ácidos enólicos: Completamente absorvido pelo TGI; Meia-vida longa, o que permite dose única diária; Tem atividade analgésica, antiinflamatória e antitérmica; Atividade analgésica superior ao Ibuprofeno, porém lenta no início, o que desfavorece uso no tratamento da dor odontológica pós-operatória. Inibe agregação plaquetária / Promove sangramento GI Marca comercial: FELDENE Prescrição Medicamentosa em Odontologia Lesão Tecidual Ativação da Fosfolipase A2 Liberação de Ác. Araquidônico Cicloxigenase Lipoxigenase Prostaglandinas Leucotrienos Ação dos Corticosteróides Prescrição Medicamentosa em Odontologia CORTICOSTERÓIDES Inibição da Fosfolipase A2 Prevenção da hiperalgesia Controle do edema Menor disponibilidade de ácido araquidônico Diminuição da síntese dos mediadores químicos Prescrição Medicamentosa em Odontologia CORTICOSTERÓIDES Prescrição Medicamentosa em Odontologia Antiinflamatório X Corticosteróide Os antiinflamatórios não esteroidais ou drogas do grupo da aspirina sempre tiveram ampla utilização em todas especialidades médicas e odontológicas, no alívio da dor e inflamação. Porém, os estabelecidos efeitos gastrointestinais e a interferência no processo de coagulação tem levado muitos dentistas a recorrer a drogas inibidoras da fosfolipase A2, como os corticosteróides. (PACHECO et al., 2002) Prescrição Medicamentosa em Odontologia Antiinflamatório X Corticosteróide Tanto os antiinflamatórios não esteróides (AINEs) quanto os corticosteróides podem ser indicados como medicação pré e pós-operatórias nas intervenções odontológicas, onde há expectativa de resposta inflamatória de maior intensidade, com objetivo de prevenir a dor e edema. (ANDRADE, 2014) Prescrição Medicamentosa em Odontologia Antiinflamatório X Corticosteróide Segundo (ANDRADE, 2011), os AINEs possuem inúmeras desvantagens quando comparado ao emprego de corticosteróides de maior potência e duração de ação, como a betametasona e a dexametasona, dentre elas: • Os corticosteróides administrados em dose única ou por tempo restrito, são praticamente desprovidos de efeitos colaterais. • Os AINEs em sua maioria não são eficazes em dose única. • Os corticosteróides não provocam distúrbios gastrointestinais em dose única ou por tempo restrito. Prescrição Medicamentosa em Odontologia Antiinflamatório X Corticosteróide • Quando empregados em dose única, os corticosteróides não interferem na coagulação, como a aspirina e os AINEs, não aumentando o risco de hemorragia pós-operatória. • Os corticosteróides possuem ação antialérgica. • O esquema posológico é muito mais prático e a comprovação clínica é maior que a maioria dos AINEs, não se conhecendo por total os efeitos colaterais da maioria. • A relação custo / benefício do tratamento com os corticosteróides é menor se comparado à dos AINEs. Prescrição Medicamentosa em Odontologia Existem AINES, como o Ibuprofeno, o Diclofenaco de Potássio e Nimesulide, que podem ser indicados no pré e pós- operatórios de uma cirurgia de instalação de implantes e outros procedimentos onde existam uma expectativa de resposta inflamatória de maior intensidade, sem proporcionar distúrbios gastrointestinais. ANDRADE (2011) Os corticosteróides suprimem a liberação dos metabólitos do ácido araquidônico, fenômenos agudos da inflamação, como edema, deposição de fibrina e vasodilatação. (HAYNES JR, 1991; NOBUHARA et al., 1993) Antiinflamatório X Corticosteróide Prescrição Medicamentosa em Odontologia Indicações terapêuticas em Odontologia Em processos inflamatórios agudos: Pós-extração traumática (para reduzir edema); Endodônticos: dor pós-tratamento radicular, pulpotomia, biopulpectomia; Artrite e Distúrbios da ATM; Ulcerações bucais, aftas, pênfigo e líquen plano; Reações alérgicas e anafiláticas; Corticosteróides Prescrição Medicamentosaem Odontologia DEXAMETASONA Disponível em gotas, comprimidos e injetável. Concentrações de 0,5 e 0,75 e 4mg (comprimidos) 4 mg – 2,5ml (Injetável) Prescrição Medicamentosa em Odontologia BETAMETASONA Disponível em gotas, comprimidos e injetável. Concentrações de 0,5 e 2mg (comprimidos) Injetável na conc. de 3 mg de acetato de betametasona (suspensão) e 3 mg de fosfato dissódico de betametasona – 1ml Prescrição Medicamentosa em Odontologia Dexametasona A dexametasona, é um corticosteróide bastante indicado, por via sistêmica, como medicação pré e pós-operatória. Esse medicamento é eficaz na prevenção e controle da dor e do edema, proveniente de intervenções odontológicas mais invasivas como a exodontia de 3os molares inclusos (sisos), cirurgias periodontais e em cirurgias de implantes, em dose única de 4mg. ANDRADE (2014) Prescrição Medicamentosa em Odontologia Antibiótico Analgésico Antiinflamatório / Corticosteróides Ansiolítico Propostas Medicamentosas PROTOCOLO MEDICAMENTOSO Prescrição Medicamentosa em Odontologia Revisão de Literatura A ansiedade deve ser identificada, avaliada e adequadamente controlada antes de qualquer tratamento. Informações sobre os procedimentos ao paciente influenciam positivamente na dor pós- operatória, reduzindo na metade o tempo de cuidados pós- operatórios e da medicação analgésica. (MINDUS,1987) Aliviar (minimizar) o medo e a ansiedade do paciente, mas sem levar à perda da consciência, é o principal objetivo da sedação consciente. (YAMASHIRO, 1995) Procedimentos cirúrgicos e tratamento odontológico, de modo geral, induz um quadro de ansiedade e angústia nos pacientes. (ANDRADE, 2011) Prescrição Medicamentosa em Odontologia Prescrição Medicamentosa em Odontologia Revisão de Literatura O uso de tranqüilizantes (ansiolíticos), há muito tempo utilizado, é um método popular de sedação consciente e alívio de ansiedade antes de procedimentos mais invasivos. O medicamento pré-anestésico ideal deve proporcionar ansiólise e alguma sedação, e deve ter os seguintes atributos: • ser rapidamente absorvido e apresentar rápido início de ação; • apresentar alto índice terapêutico; • proporcionar rápida recuperação, sem causar prejuízos psicomotores prolongados. (LOEFFLER, 1992) Prescrição Medicamentosa em Odontologia Benzodiazepínicos Os benzodiazepínicos são os fármacos de primeira escolha para o controle da ansiedade na clínica odontológica, pela sua eficácia e segurança clínica (ANDRADE, 2014). Os benzodiazepínicos interferem na memória episódica e não sobre a memória semântica (conhecimento) e apresentam baixo grau de efeitos adversos e toxicidade (ORELAND, 1987). A sua capacidade de causar ansiólise sem produzir sedação profunda ou inconsciência, efeitos típicos de outros depressores do SNC, é a primeira grande vantagem dos benzodiazepínicos em relação a outras drogas (LOEFFLER, 1992). Prescrição Medicamentosa em Odontologia Benzodiazepínicos Mecanismo de ação: Se ligam aos receptores benzodiazepínicos do SNC Potencializam o efeito do GABA Ativação dos receptores GABA e indução dos canais de Cl- Prevenindo a despolarização do neurônio e propagação de impulsos excitatórios Prescrição Medicamentosa em Odontologia Além de diminuir a ansiedade, tornando o paciente mais colaborativo ao tratamento, estes fármacos apresentam algumas outras vantagens no seu emprego em Odontologia: • Reduzem o fluxo salivar e o reflexo do vômito; • Provocam o relaxamento da musculatura esquelética; • Em hipertensos ou diabéticos, ajudam a manter a pressão arterial ou glicemia, em níveis aceitáveis; • Podem induzir amnésia anterógrada, ou esquecimento dos fatos a partir do momento que ocorreu. Geralmente com o uso do midazolam, e utilizado em intervenções de maior complexidade. (ANDRADE, 2011) Benzodiazepínicos Prescrição Medicamentosa em Odontologia Benzodiazepínicos Prescrição Medicamentosa em Odontologia Algumas marcas comerciais destes fármacos presentes no mercado são: • Alprazolam => Apraz e Frontal • Bromazepam => Lexotan, Brozepax e Somalium • Diazepam => Valium, Kiatrium, Noan e Ansilive • Midazolam => Dormonid • Lorazepam => Lorax, Mesmerin e Sedacalm A prescrição destes medicamentos como dose única antes do início do procedimento, deve ser feita da seguinte forma: Lorazepam – 2 horas antes Diazepam, Bromazepam ou Alprazolam – 1 hora Midazolam – 30 a 45 minutos Benzodiazepínicos Prescrição Medicamentosa em Odontologia BENZODIAZEPÍNICOS MAIS COMUMENTE EMPREGADOS EM ODONTOLOGIA, APRESENTAÇÃO COMERCIAL E DOSES USUAIS. NOME NOME APRESENTAÇÃO DOSE USUAL GENÉRICO COMERCIAL Diazepam Valium Compr. 5 e 10 mg Adultos - 5 a 10 mg Ampolas 10 mg Crianças - 0,1 - 0,3 mg/kg Lorazepam Lorax Compr. 1 e 2 mg Adultos - 1 a 2 mg Idosos - 0,5 a 1 mg Bromazepam Frontal Compr. 0,25 e Adultos - 0,5 mg 0,5 mg Idosos - 0,25 mg Midazolam Dormonid Compr. 7,5mg e Adultos - 15 mg 15 mg Idosos - 7,5 mg Diazepam Considerado o fármaco padrão do grupo e o mais empregado em procedimentos ambulatoriais; Droga considerada de ação longa (meia-vida de eliminação entre 24 e 72hs) pois sua metabolização no fígado produz 2 metabólitos ativos (desmetildiazepam e o oxazepam). Apesar dos efeitos clínicos sumirem em 2 a 3 horas, o prejuízo na função psicomotora e a sonolência podem persistir devido à esses metabólitos (Loeffler, 1992) A dosagem usual para adultos varia de 5 a 10mg, geralmente administrada uma hora antes do início do procedimento. Para pacientes extremamente ansiosos, recomenda-se empregar também uma dose na noite anterior à consulta, com a finalidade de assegurar um sono tranqüilo. Para crianças, são sugeridas dosagens que variam de 0,2 a 0,5mg/Kg de peso corporal (Haas, 1999). Prescrição Medicamentosa em Odontologia Benzodiazepínicos O lorazepam, melhor alternativa para pacientes idosos pela ação curta, e pode ser administrado como medicação pré-anestésica na dose única de 1 mg ou 2 mg, 2h antes da intervenção. Para crianças em idade escolar, o diazepam é de grande valor, devido às suas propriedades ansiolíticas específicas. A dose de 0,15 a 0,3 mg/kg de peso corporal é suficiente para a maioria dos pacientes, sendo observado os efeitos 45 a 60 minutos após a ingestão. Em casos de pacientes muito ansiosos, se prescrito diazepam ou bromazepam, em dose única via oral, 1 h antes do tratamento dentário. Se lorazepam, 2h antes da consulta; Caso paciente seja muito nervoso, é aconselhável, também, tomar um comprimido no dia anterior ao tratamento, de preferência ao deitar. ANDRADE (1999) Prescrição Medicamentosa em Odontologia Antibiótico Analgésico Antiinflamatório / Corticosteróides Ansiolítico Propostas Medicamentosas PROTOCOLO MEDICAMENTOSO Prescrição Medicamentosa em Odontologia Terapêutica Medicamentosa Procedimentos Mais Simples: Prescrição Medicamentosa em Odontologia PROTOCOLO MEDICAMENTOSO PROPOSTO Procedimentos Mais Simples: MEDICAÇÃO PRÉ-OPERATÓRIA: Desnecessária medicação pré- operatória MEDICAÇÃO PÓS-OPERATÓRIA ANALGÉSICO - Dipirona Sódica 500mg (muito provável de ser a única medicação nestes casos) Tomar um comprimido a cada quatro horas por dois dias. ANTIINFLAMATÓRIO – Ibuprofeno 400 ou 600mg Tomar um comprimido a cada 8 ou 12 horas por 2 a 3 dias. Prescrição Medicamentosa em Odontologia Terapêutica Medicamentosa Procedimentos Mais Complexos: Prescrição Medicamentosa em Odontologia PROTOCOLOMEDICAMENTOSO PROPOSTO Procedimentos Mais Invasivos (Complexos): Medicação Pré-Operatória: ANTIBIÓTICO: Amoxicilina 2,0 g Tomar 4 comp. 01 hora antes do procedimento CORTICOSTERÓIDE: Dexametasona 4mg Tomar 1 comp. 1 hora antes do procedimento ANSIOLÍTICO: Diazepam 5mg - 01 comp. 1 hora antes do procedimento; ou Bromazepam 3mg - 01 comp. 1 hora antes do procedim.; ou Lorazepam 1mg - 01 comp. 2 horas antes; ou ainda Midazolam 7,5mg - 01 comp. 30 minutos antes Medicação Peri-Operatória: ANTISSÉPTICO - Digluconato de Clorexidina 0,12% / 2% (face paciente) Bochecho durante 01 minuto imediatamente antes da cirurgia. Prescrição Medicamentosa em Odontologia PROTOCOLO MEDICAMENTOSO PROPOSTO Procedimentos Mais Invasivos (Complexos): MEDICAÇÃO PÓS-OPERATÓRIA ANALGÉSICO - Dipirona Sódica 500mg / Paracetamol com Codeína (maior sintomatologia). Tomar um comprimido a cada quatro horas por dois dias. ANTIINFLAMATÓRIO – Ibuprofeno 400 ou 600mg Tomar um comprimido a cada 8 ou 12 horas por 2 a 3 dias. Prescrição Medicamentosa em Odontologia PROTOCOLO MEDICAMENTOSO PROPOSTO Alguns casos se recomenda o uso das medicações contra dor além de antibióticos por longo tempo: • Abscessos apicais agudos localizados, com sinais de disseminação ou de infecção • Abscessos apicais agudos localizados em pacientes com doenças metabólicas e imunossupressão (Diabéticos, portadores doença renal crônica, lupus eritematoso) • Pacientes com abscessos agudos com a presença de dor severa e celulite ou outros sinais de defesa debilitada (febre, linfadenite, mal-estar geral) • Cirurgias Paraendodônticas Prescrição Medicamentosa em Odontologia Terapêutica Medicamentosa Prescrição Medicamentosa em Odontologia Terapêutica Medicamentosa Prescrição Medicamentosa em Odontologia PROTOCOLO MEDICAMENTOSO PROPOSTO MEDICAÇÃO PRÉ-OPERATÓRIA ANTIBIÓTICO - Amoxicilina 2,0g * (Amoxil – 500mg) Tomar 4 comp. 01 hora antes do procedimento ANSIOLÍTICO - Midazolam 7,5mg ou 15mg (Dormonid) Tomar 01 comprimido ½ hora antes do procedimento * Associação com Metronidazol (250mg) em casos com maior severidade. Prescrição Medicamentosa em Odontologia PROTOCOLO MEDICAMENTOSO PROPOSTO MEDICAÇÃO PÓS-OPERATÓRIA ANTIBIÓTICO - Amoxicilina 500mg (Amoxil – 500mg) Tomar 1 comp. 8/8 horas pelo menos por 5 dias. ANALGÉSICO - Dipirona 500mg ou Paracetamol 750mg Tomar 01 comp. 4/4 horas (dipirona), ou 6/6 horas (Paracetamol) por no máximo 2 dias • Associação com Metronidazol (250mg) em casos com maior severidade Prescrição Medicamentosa em Odontologia Prescrição Medicamentosa em Odontologia Prescrição Medicamentosa em Odontologia Cada procedimento na área de saúde merece um planejamento detalhado e específico, tanto na técnica cirúrgica quanto também na medicação a ser utilizada no respectivo paciente. Sabemos que um protocolo medicamentoso que atenda a todos por completo é bem complicado de ser alcançado pelas características que cada paciente possui, como limiar de dor e condição imunológica. Porém, pode-se concluir que o protocolo proposto é bastante testado e comprovadamente muito eficaz. PROTOCOLO MEDICAMENTOSO PROPOSTO Prescrição Medicamentosa em Odontologia
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