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USINAGEM Usinagem é um processo onde a peça é obtida através da retirada de cavacos (aparas de metal) de uma peça bruta, através de ferramentas adequadas. A usinagem confere à peça uma precisão dimensional e um acabamento superficial que não podem ser obtidos por nenhum outro processo de fabricação. É por este motivo que a maioria das peças, mesmo quando obtidas através de outros processos, recebe seu formato final através de usinagem. USINAGEM A Usinagem como Referencial para Divisão da Pré-História • A Pré-História compreende o período que vai desde o surgimento do homem até o aparecimento da escrita, sendo subdividida em: -Idade da Pedra Lascada (Paleolítico- machado de pedra lascada) -Idade da Pedra Polida (Neolítico- foice de osso) -Idade dos Metais (pontas de armas) Observe que a usinagem evoluiu juntamente com o homem, sendo usada como parâmetro de subdivisão de um período. A Usinagem na Pré-História •Surge o Princípio da Fabricação No Período Paleolítico, as facas, pontas de lanças e machados eram fabricados com lascas de grandes pedras. •No Período Neolítico, os artefatos eram obtidos com o desgaste e polimento da pedra (Princípio da Retificação). A Usinagem na Pré-História • Surge o Conhecimento de Novos Materiais O Homem passa a usar metais na fabricação de ferramentas e armas no fim da pré-história. • Os primeiros metais a serem conhecidos foram o cobre e o ouro, e , em escala menor, o estanho. O ferro foi o último metal que o homem passou a utilizar na fabricação de seus instrumentos. A Evolução da Usinagem • A Evolução da Ferramenta Com a pancada de uma cunha manual surgiu o cinzel, movimentando esta ferramenta para frente e para trás, aplicando-se pressão surgiu a serra Dispositivo da era Neolítica usado no corte de pedras Um grande avanço nesse período foi a transformação do movimento de translação em movimento de rotação (com sentido de rotação invertido a cada ciclo). Este princípio foi aplicado em um dispositivo denominado Furação de Corda Puxada A Evolução da Usinagem A Evolução da Usinagem •As primeiras formas usadas para motorizar máquinas foi a roda d’água. •No século XVIII surgem as máquinas movidas a vapor (energia esta transmitida através da oficina por meio de eixos, correias e roldanas). •Finalmente, no fim do século XIX, o vapor seria substituído pela energia elétrica. A introdução de suporte de ferramenta no torno é um outro exemplo de um grande avanço no processo de usinagem. O suporte eliminou a necessidade de segurar as ferramentas com as mãos, diminuindo o risco de acidentes e possibilitando a transmissão de maiores momentos. A Evolução da Usinagem Movimentos na Usinagem Movimento de corte: É o movimento entre a ferramenta e a peça que, sem a ocorrência concomitante do movimento de avanço, provoca remoção de cavaco durante uma única rotação ou um curso da ferramenta. Movimento de avanço : É o movimento entre a ferramenta e a peça que, juntamente com o movimento de corte, possibilita uma remoção contínua do cavaco durante varias rotaçōes ou cursos da ferramenta. Movimentos na Usinagem Movimentos na Usinagem Movimento efetivo de corte: É o movimento entre a ferramenta e a peça, a partir do qual resulta o processo de usinagem. Quando o movimento de avanço é continuo, o movimento efetivo é a resultante da composição dos movimentos de corte e de avanço. MOVIMENTO EFETIVO Torneamento cilindrico externo Sangramento Radial Torneamento Cilíndrico Interno Movimento Efetivo de Corte Movimentos na Usinagem Movimento de ajuste: É o movimento entre a ferramenta e a peça, no qual é predeterminada a espessura da camada de material a ser removida. MOVIMENTO DE AJUSTE Movimento de correção: É o movimento entre a ferramenta e a peça, empregado para compensar alterações de posicionamento devidas, por exemplo, pelo desgaste da ferramenta. Movimentos na Usinagem Movimento de aproximação: É o movimento da ferramenta em direção à peça, com a finalidade de posicioná-la para iniciar a usinagem. Movimentos na Usinagem Movimento de recuo: É o movimento da ferramenta pelo qual ela, após a usinagem, é afastada da peça Movimentos na Usinagem Tanto os movimentos ativos como passivos são importantes, pois eles estão associados a tempos que, somados, resultam no tempo total de fabricação. Movimentos na Usinagem Cálculo da Velocidade de Corte 1000 Π.d.n vc Vc = velocidade de corte [m/min] d = diâmetro da peça (ferramenta) [mm] n = rotação da peça (ferramenta) [rpm] Cálculo da Velocidade de Avanço .f Π.d 1000.v f.nv cf Vf = velocidade de avanço [mm/min] f = avanço [mm/rot] n = rotação da peça (ferramenta) [rpm] Vc = velocidade de corte [m/min] d = diâmetro da peça (ferramenta) [mm] Cálculo do Tempo de Corte (tempos ativos) c ff f f 1000.f.v Π.d.I f.n I v I tc tc = tempo de corte [min] If = percurso de avanço [mm] Vf = velocidade de avanço [mm/min] Cálculo dos Tempos Passivos Os tempos passivos nem sempre podem ser calculados. Geralmente são estimados por técnicas específicas que estudam os movimentos e a cronometragem dos tempos a eles relacionados, estabelecendo os chamados tempos padrões. Cálculo da Seção Transversal de Corte .faΑ p A= área da seção transversal de um cavaco a ser removido [mm²] ap= profundidade ou largura de usinagem, medida perpendicularmente ao plano de trabalho [mm] Operações de torneamento são aquelas executadas através de máquinas operatrizes denominadas "tornos mecânicos", nos quais a retirada de cavaco da peça é executada por uma ou mais ferramentas que possuem o movimento de avanço e translação, enquanto a peça que se trabalha tem o movimento de rotação. Operação de torneamento USINAGEM USINAGEM Tipos de torno mais usados •Torno universal •Torno revólver •Torno vertical •Torno de placa •Torno copiador •Torno CNC USINAGEM Tipos de torno mais usados Torno mecânico universal (horizontal) O torno universal é o mais conhecido e o mais usado, principalmente devido a sua versatilidade, que permite trabalhar os mais variados tipos de peças. Entretanto, não é um torno recomendado para grande produção em série, pois seu trabalho é lento quando comparado, por exemplo, com tornos revólver. USINAGEM Torno mecânico universal (horizontal) USINAGEM Torno mecânico universal (horizontal) Avental e carros do torno Porta-ferramenta Carro transversal Carro superior Carro principal Avental USINAGEM Torno mecânico universal (horizontal) USINAGEM Torno mecânico universal (horizontal) Barramento USINAGEM Torno mecânico universal (horizontal) Tipos de placas 4 castanhas independentes Lisa De arrasto USINAGEM Torno mecânico universal (horizontal) Tipos de placas Universal de 3 castanhas USINAGEM Torno mecânico universal (horizontal) USINAGEM Torno revólver Tipos de torno Neste tipo de torno, todas as ferramentas necessárias para o torneamento são fixadas na torre revólver (castelo) ou nos carros anterior e posterior. Guiando-se a torre revólver, as ferramentas atuam na peça, uma após a outra. USINAGEM Torno revólver USINAGEM Torno revólver O torno revólver possibilita a usinagem de várias peças iguais, de maneira idêntica, usando-se uma série de ferramentas que serão aplicadas sucessivamente, sem remoção da peça e sem alteração da colocação da ferramenta.USINAGEM Torno de placa É usado para usinar peças de grandes diâmetros e pequena espessura, tais como rodas, volantes, etc. Por este motivo existe um vão, (cava), em frente ao carro, para permitir a colocação de peças de grande diâmetro. USINAGEM Torno vertical É exigido menor esforço para a colocação de peças de grande peso. A saída do cavaco é dificultada. Peças de formato irregular, não precisam da colocação de contrapesos para evitar o desbalanceamento. Geralmente trabalha com baixas velocidades de corte, grande seção de cavaco e com várias ferramentas atuando simultaneamente. USINAGEM Torno vertical USINAGEM Torno copiador Por meio de torneamento por chapelona em tornos copiadores, pode obter-se com rapidez e precisão peças em série. USINAGEM Torno CNC Podemos definir Comando Numérico Computadorizado, como sendo um equipamento eletrônico capaz de receber informações através de entrada própria de dados, compilar as mesmas e transmiti-las, em forma de comando à máquina, de modo que esta, sem a intervenção do operador, realize as operações na seqüência programada. A par disso, ele faz total gerenciamento de toda as funções importantes da máquina, num sistema de malha fechada. USINAGEM USINAGEM CNC: Componentes Básicos Cabeçote Motor principal Comando CNC Tacômetro Interfaceamento de entrada Comando dos eixos Fuso Torre Carro Transdutor Transdutor Circuito de potência Servo motor USINAGEM Componentes básicos Eixo de esferas recirculantes USINAGEM Componentes básicos Placa com comando hidráulico USINAGEM Componentes básicos Lubrificação automática USINAGEM Sistema de medição USINAGEM Motores assíncronos,sem escovas, CA, com comando digital, de elevada potência e alta precisão. Placa do torno Potência Medidor de rotação USINAGEM Motores assíncronos, sem escovas, CA, do tipo eixo, com comando digital, de elevada potência e alta precisão. USINAGEM Dispositivos para a troca de ferramentas USINAGEM Entrada de dados por digitalização Nomenclatura da Ferramenta de Corte Superfície principal de folga Cunha de corte Superfície de saída Aresta de corte Nomenclatura da Ferramenta de Corte Superfície principal de folga Ponta de corte Cabo Aresta principal de corte Aresta secundária de corte Superfície secundária de folga Ângulos Principais Ângulos da Parte de Corte 090 Ângulos Principais α α β β γ γ Ângulos da Parte de Corte FERRAMENTAS DE USINAGEM USINAGEM Ferramentas de Tornear USINAGEM Ferramentas de Tornear Ângulos Principais USINAGEM Ferramentas de Fresar USINAGEM Ferramentas de Furar USINAGEM Tipos de Ferramentas Ferramentas de desbaste O desbaste é a operação em que há uma grande retirada de cavaco em curto espaço de tempo. O momento sobre a ferramenta é grande e a velocidade de corte é mais baixa. Por este motivo, devem ser de construção robusta. USINAGEM Tipos de Ferramentas Ferramentas de acabamento Ao desbastar-se uma peça, deixa-se algum sobremetal para o acabamento fino. Por meio de ferramentas de acabar consegue-se precisão e bom acabamento. O esforço sobre a ferramenta é menor e a velocidade de corte é elevada. USINAGEM Tipos de Ferramentas de Tornear Sangrar FacearDesbastar Rosquear Perfilar Tornear interno Sangrar Materiais para Ferramentas de Corte • O primeiro metal surgiu quando pedras de minério de ferro foram usadas em fogueiras para aquecer as cavernas. Pelo efeito combinado do calor e da adição de carbono pela madeira carbonizada, o minério transformou-se em metal. A evolução ao longo dos séculos levou a sofisticação dos métodos de fabricação e combinações de elementos, resultando nos materiais de alto desempenho hoje disponíveis. Exigências básicas para um material de corte •Elevada dureza a frio e a quente. É a resistência oferecida pelo material à penetração, ao desgaste, e ao atrito. Mede-se usualmente a dureza com auxílio de penetrador que tem a forma de uma esfera/pirâmide com dimensões e cargas padronizadas. • A dureza da ferramenta deve ser bem maior que a do material a ser usinado, porém, dentro de um limite para que este não se torne muito quebradiço (frágil). Exigências básicas para um material de corte •Tenacidade É a capacidade que o material tem de absorver energia (deformar-se) até fraturar-se, incluindo a deformação plástica. • O material deve ter uma boa tenacidade para resistir aos choques/impactos que ocorrem durante a usinagem, evitando com isso o surgimento de trincas e lascamentos na ferramenta. Exigências básicas para um material de corte •Resistência ao desgaste por abrasão Na região de contato peça-ferramenta-cavaco ocorrem elevadas pressões e presença de partículas muito duras. Essas partículas, devido ao movimento relativo entre os componentes causa o rápido desgaste por abrasão da ferramenta, caso ela não possua elevada resistência Exigências básicas para um material de corte •Estabilidade química Na usinagem a ferramenta e a peça apresentam diferentes composições químicas e estão submetidas a elevadas temperaturas, formando assim uma condição favorável para o surgimento de reações. Estas reações podem resultar em desgaste e perdas de propriedades da ferramenta. Exigências básicas para um material de corte •Custo e facilidade de obtenção. Existem materiais para ferramenta que são fáceis de fabricar e apresentam baixo custo de produção. No entanto, não apresentam todas as propriedades desejadas e por isto tem seu uso limitado, exemplo: aço ferramenta. Por outro lado, tem-se a disposição materiais com excelentes propriedades dentre as quais dureza e resistência ao desgaste, porém com elevado custo. Portanto o balanço qualidade-custo deverá ser adequado a necessidades específicas. Materiais Empregados na Fabricação de Ferramentas •Aço Ferramenta •Aço Rápido •Ligas Fundidas •Metal Duro •Cermet •Cerâmica •Nitreto de Boro Cúbico Cristalino •Diamante Materiais Empregados na Fabricação de Ferramentas • Aço ferramenta Denomina-se de aço ferramenta o material descrito abaixo (aço não ligado). Há diferenças de nomenclatura na bibliografia, que pode também denominar aço ferramenta toda a gama de aços usados para fabricação de ferramentas. -Foi o único material (aço) empregado na confecção de ferramentas de corte até 1900. Característica -Composição: 0.8 a 1.5% de carbono. Limitação -Temperatura de trabalho: até 250°C, acima desta temperatura a ferramenta perde sua dureza. Materiais Empregados na Fabricação de Ferramentas • Aplicação Após o surgimento do aço rápido seu uso reduziu-se a aplicações secundárias, tais como: - Reparos, uso doméstico e de lazer. - Ferramentas usadas uma única vez ou para fabricação de poucas peças. - Ferramenta de forma. São ainda atualmente usados pelas seguintes características: - São os materiais mais baratos. - Facilidade de obtenção de gumes vivos. - Tratamento térmico simples. - Quando bem temperado obtém-se elevada dureza e resistência ao desgaste. Materiais Empregados na Fabricação de Ferramentas • Aço Rápido Desenvolvido por Taylor e apresentado publicamente em 1900 na Exposição Mundial de Paris. Composição - Elementos de Liga: tungstênio ou molibdênio, cromo e vanádio como elementos básicos de liga e pequena quantidade de manganêspara evitar fragilidade. Características - temperatura limite de 520 a 600°C; - maior resistência à abrasão em relação ao aço- ferrameta; - preço elevado; - tratamento térmico complexo. Materiais Empregados na Fabricação de Ferramentas • Aço Rápido com Cobalto O aço rápido ao cobalto, denominado de aço super- rápido, apareceram pela primeira vez em 1921. Característica - maior dureza a quente; - maior resistência ao desgaste; - menor tenacidade. Materiais Empregados na Fabricação de Ferramentas • Aço Rápido com Revestimento de nitreto de titânio - TiN O revestimento de TiN é aplicado pelo processo PVD (deposição física a vapor) conferindo uma aparência dourada a ferramenta. • Característica - Redução do desgaste na face e no flanco da ferramenta; - Proteção do metal de base contra altas temperaturas pelo baixo coeficiente de transmissão de calor do TiN. - Baixo atrito; - Não há formação de aresta postiça. Materiais Empregados na Fabricação de Ferramentas • LIGAS FUNDIDAS Desenvolvidas por Elwood Haynes em 1922. Composição - tungstênio, cromo e vanádio; - no lugar de tungstênio pode-se usar em partes, manganês, molibdênio, vanádio, titânio e tântalo; - no lugar do cromo o níquel. Característica - elevada resistência a quente; - temperatura limite de 700 a 800°C; - qualidade intermediária entre o aço rápido e o metal duro Materiais Empregados na Fabricação de Ferramentas • O Metal Duro (Carbonetos Sinterizados) surgiram em 1927 com o nome de widia (wie diamant - como diamante), com uma composição de 81% de tungstênio, 6% de carbono e 13% de cobalto. METAL DURO • Característica - Elevada dureza; - Elevada resistência à compressão; - Elevada resistência ao desgaste; - Possibilidade de obter propriedades distintas nos metais duros pela mudança específica dos carbonetos e das proporções do ligante. - Controle sobre a distribuição da estrutura. Propriedades VARIAM COM: - tipo e tamanho das partículas - tipo e propriedades dos ligantes - técnica de manufaturamento - quantidade de elementos de liga METAL DURO METAL DURO • Composição O metal duro é composto de carbonetos e cobalto responsáveis pela dureza e tenacidade, respectivamente METAL DURO • O tamanho das partículas varia entre 1 e 10 microns e compreende geralmente 60 à 95% da porção de volume. METAL DURO • As primeiras ferramentas compostas unicamente de carbonetos de tungstênio(WC) e cobalto eram adequadas apenas para a usinagem de ferro fundido. Na usinagem do aço havia formação de cratera na face da ferramenta devido a fenômenos de difusão e dissolução ocorridos entre o cavaco da peça e a face da ferramenta. Materiais Empregados na Fabricação de Ferramentas • Para solucionar tais problemas, começou-se a acrescentar outros carbonetos (TiC, TaC e NbC) que conferem as seguintes características: TiC (Carbonetos de Titânio): - pouca tendência à difusão, resultando na alta resistência dos metais duros; - redução da resistência interna e dos cantos. TaC (Carbonetos de Tântalo) e NbC (Carboneto de Nióbio) - em pequenas quantidades atuam na diminuição do tamanho dos grãos, melhorando a tenacidade e a resistência dos cantos. FABRICAÇÃO DA PASTILHA DE METAL DURO Prensagem Sinterização Retífica Escova Cobertura CVD / PVD CVD PVD Processos de revestimentos para ferramentas Cobertura CVD / PVD Deposição química a vapor Deposição física a vapor Variação da Dureza do Metal Duro com a Temperatura D u re za V ic k e rs [ k g f/ m m ² ] Temperatura [°C] 10007505002500 500 1000 2000 1500 aço rápido MD 15% Co MD 6% Co Seleção da Pastilha de Metal Duro • Seleção • Principais fatores que afetam a escolha da pastilha: • Material da peça: Aço, aço inox, ferro fundido • Operação: Acabamento, usinagem média, desbaste • Condições de usinagem: Boas, médias, difíceis AÇO E MATERIAIS DÚCTEIS AÇO INÓX E MATERIAIS DE DUREZA INTERMEDIÁRIA FERRO FUNDIDO E LATÕES Classificação ISO de Metais Duros ISO % WC % TiC+TaC % Co Densidade [g/cm³] Dureza [HV] Res. à ruptura transversal [kgf/mm²] P01 30 64 6 7,2 1800 75 P10 55 36 9 10,4 1600 140 P20 76 14 10 11,9 1500 150 P30 82 8 10 13 1450 170 P40 77 12 11 13,1 1400 180 P50 70 14 16 12,9 1300 200 M10 84 10 6 13,1 1650 140 M20 82 10 8 13,4 1550 160 M30 81 10 9 14,4 1450 180 M40 78 7 15 13,5 1300 200 K10 92 2 6 14,8 1650 150 K20 91,5 2,5 6 14,8 1550 170 K30 89 2 912 14,5 1450 190 K40 88 - 14,3 1300 210 T E N A C ID A D E +RE S . A O D E S G A S T E + Materiais Empregados na Fabricação de Ferramentas • CERMET Cermet é um composto formado por cerâmica e metal (CERâmica/Metal). O cermet é um metal duro à base de titânio. Durante a década de 1930, os primeiros cermets (Ti/Ni) eram muito frágeis e pouco resistentes à deformação plástica. Durante os anos quarenta e cinqüenta, os cermets avançaram marginalmente com a adição de materiais e com o aprimoramento da tecnologia de sinterização. CERMET • Característica - baixa tendência a formação de gume postiço; - boa resistência a corrosão; - boa resistência ao desgaste; - resistência a temperatura elevada; - alta estabilidade química; Aplicação Ao longo da história da usinagem, os cermets ganharam fama de suscetíveis à repentina e imprevisível falha das pastilhas. Os cermets são usados no fresamento de materiais de peças duros com êxito. Mas não há diretrizes bem definidas sobre onde os cermets se encaixam na usinagem. Materiais Empregados na Fabricação de Ferramentas • CERÂMICA Inicialmente cerâmica era o nome atribuído a ferramentas de óxido de alumínio. Na tentativa de diminuir a fragilidade destas ferramentas, os insertos passaram por considerável desenvolvimento, diferindo atualmente dos iniciais. • Hoje encontramos dois tipos básicos de cerâmica: base de óxido de alumínio. base de nitreto de silício. • Característica - Alta dureza à quente (1600°C) - Não reage quimicamente com o aço; - Longa vida da ferramenta; - Usado com alta velocidade de corte; - Não forma gume postiço. CERÂMICA • Característica da cerâmica não metálica em relação ao aço - 1/3 da densidade do aço; - alta resistência a compressão; - muito quebradiço; - módulo de elasticidade em torno de 2 vezes ao do aço; - baixa condutividade térmica; - velocidade de 4 à 5 vezes a do metal duro; - baixa deformação plástica; Aplicação - Ferro Fundido; - Aço endurecido; (hard steels) - Ligas resistentes ao calor. (Heat resistant alloys) CERÂMICA • Fabricação Pó finíssimo de Al2O3 (entre 1 e 10 mícrons) mais ZrO2 (confere tenacidade a ferramenta de corte) é prensado, porém apresenta-se muito poroso. Para eliminar os poros, o material é sinterizado a uma temperatura de 1700° C ou mais. Durante a sinterização as peças experimentam uma contração progressiva, fechando os canais e diminuindo a porosidade. • Exigência - Máquina Ferramenta com extrema rigidez e potência disponível CERÂMICA • Recomendações - Usinagem a seco para evitar choque térmico; - Evitar cortes interrompidos; - Materiais que não devem ser usinados: • Alumínio, pois reage quimicamente; • Ligas de titânio e materiais resistentes ao calor, pela tendência de reagir quimicamente, devido a altas temperaturas envolvidas durante o corte; • Magnésio, berílio e zircônio, por inflamarem na temperatura de trabalho da cerâmica. Materiais Empregados na Fabricação de Ferramentas • CBN Nitretos de Boros Cúbicos Cristalinos Materialrelativamente jovem, introduzido nos anos 50 e mais largamente nos anos 80, devido a exigência de alta estabilidade e potência da máquina-ferramenta. CBN • Característica - São mais estáveis que o diamante, especialmente contra a oxidação; - Dureza elevada; - Alta resistência à quente; - Excelente resistência ao desgaste; - Relativamente quebradiço; - Alto custo; - Excelente qualidade superficial da peça usinada; - Envolve elevada força de corte devido a necessidade de geometria de corte negativa, alta fricção durante a usinagem e resistência oferecida pelo material da peça. CBN • Aplicação: - Usinagem de aços duros; - Usinagem de desbaste e de acabamento; - Cortes severos e interrompidos; - Peças fundidas e forjadas; - Peças de ferro fundido coquilhado; - Usinagem de aços forjados - Componentes com superfície endurecida; - Ligas de alta resistência a quente(heat resistant alloys); - Materiais duros (98HRC). Se o componente for macio (soft), maior será o desgaste da ferramenta. CBN • Fabricação • - Os cristais de boro cúbico são ligados por cerâmica ou ligante metálico, através de altas pressões e temperatura. • - As partículas orientadas a esmo, conferem uma densa estrutura policristalina similar a do diamante sintético. - As propriedades do CBN podem ser alteradas através do tamanho do grão, teor e tipo de ligante. CBN • Recomendações - Alta velocidade de corte e baixa taxa de avanço (low feed rates); - Usinagem a seco para evitar choque térmico. • Nomes comerciais - Amborite; - Sumiboron; - Borazon. Materiais Empregados na Fabricação de Ferramentas • DIAMANTE Monocristalino - Tipos: Carbonos, ballos e Borts. - Característica marcante: são os materiais que apresentam maior dureza. - Materiais em que podem ser empregados: usinagem de ligas de metais, latão, bronze, borracha, vidro, plástico, etc. Parâmetros de corte permitido para uma ferramenta de corte: - Velocidade de corte permitida: 100 a 3000m/min; - Avanço: 0,002 a 0,06 mm; - Profundidade de corte: 0,01 a 1,0 mm; DIAMANTE • Limitação - Ferramentas de diamante não podem ser usadas na usinagem de materiais ferrosos devido a afinidade do C com o ferro; - Não pode ser usado em processos com temperaturas acima de 900°C devido a grafitização do diamante. Aplicação - Usinagem fina, pois é o único material para ferramenta de corte que permite graus de afiação do gume até quase o nível de um raio atômico de carbono. - Usinagem onde é exigido ferramentas com alta dureza, por exemplo, furação de poços de petróleo. Materiais Empregados na Fabricação de Ferramentas • Diamante Policristalino - Material sintético obtido em condições de extrema pressão e temperatura; - Propriedades semelhante ao encontrado no diamante natural, porém mais homogênio; - São usados na usinagem de materiais não ferrosos e sintéticos; - Ocorre grafitização para uma determinada condição de corte. Materiais Empregados na Fabricação de Ferramentas Materiais Empregados na Fabricação de Ferramentas Escolha a classe de acordo com o material de trabalho, tipo de aplicação e condições de corte ISO P = Aços ISO M = Aços inoxidáveis ISO K = Ferros fundidos ISO N = Alumínio e materiais não-ferrosos ISO S = Super ligas resistentes ao calor ISO H = Materiais endurecidos Classes O formato da pastilha depende da operação ◊◊ Formato de pastilha recomendado ◊ Formato alternativo da pastilha Acabamento Operações com baixas profundidades de corte e baixos avanços f = 0,1 - 0,3 mm/rot ap = 0,5 - 2,0 mm Seleção do tamanho da pastilha Usinagem Média Operações de desbaste médio a leve. Uma ampla gama de combinações de profundidades de corte e faixas de avanço. f = 0,2 - 0,5 mm/rot ap = 1,5 - 5,0 mm Seleção do tamanho da pastilha Usinagem Média Operações de desbaste médio a leve. Uma ampla gama de combinações de profundidades de corte e faixas de avanço. f = 0,2 - 0,5 mm/rot ap = 1,5 - 5,0 mm Seleção do tamanho da pastilha Questão 1 Atualmente a evolução da tecnologia proporciona excelentes níveis de qualidade nos processos de fabricação na indústria metal-mecânica, sobretudo com utilização de áquinas CNC. Nesse sentido, no processo de fabricação de eixos de aço ABNT 1045, são utilizadas, em geral, operações de torneamento de desbaste e, em seguida, acabamento para atingir os baixos níveis de rugosidade exigidos pela indústria. Nesse contexto, os parâmetros de corte usados nas operações supracitadas são fundamentais para atingir o resultado de trabalho desejado. Assim sendo, conclui-se que no torneamento de A. Desbaste deve-se aplicar, em geral, baixo avanço e baixa velocidade de corte. B. Acabamento deve-se aplicar, em geral, elevado avanço e baixa velocidade de corte. C. Acabamento deve-se aplicar, em geral, baixo avanço e elevada velocidade de corte. D. Desbaste deve-se aplicar, em geral, baixo avanço e grande profundidade de corte. E. Desbaste deve-se aplicar, em geral, pequena profundidade de corte e elevada velocidade de corte. Questão 1 Atualmente a evolução da tecnologia proporciona excelentes níveis de qualidade nos processos de fabricação na indústria metal-mecânica, sobretudo com utilização de áquinas CNC. Nesse sentido, no processo de fabricação de eixos de aço ABNT 1045, são utilizadas, em geral, operações de torneamento de desbaste e, em seguida, acabamento para atingir os baixos níveis de rugosidade exigidos pela indústria. Nesse contexto, os parâmetros de corte usados nas operações supracitadas são fundamentais para atingir o resultado de trabalho desejado. Assim sendo, conclui-se que no torneamento de A. Desbaste deve-se aplicar, em geral, baixo avanço e baixa velocidade de corte. B. Acabamento deve-se aplicar, em geral, elevado avanço e baixa velocidade de corte. C. Acabamento deve-se aplicar, em geral, baixo avanço e elevada velocidade de corte. D. Desbaste deve-se aplicar, em geral, baixo avanço e grande profundidade de corte. E. Desbaste deve-se aplicar, em geral, pequena profundidade de corte e elevada velocidade de corte. JUSTIFICATIVA. Alternativa correta. No acabamento, deve-se aplicar, em geral, baixo avanço e elevada velocidade de corte. O aumento da velocidade de corte melhora o acabamento e o baixo avanço produz uma superfície mais uniforme. Questão 2 Um eixo cilíndrico é fabricado em aço ABNT 1040, a partir de um material bruto com 25 mm de diâmetro. O diâmetro nominal do eixo acabado é de 20 mm. A operação é realizada em dois passes, sendo o primeiro de desbaste e o segundo, de acabamento, com uma profundidade de corte de 0,5 mm e avanço de 0,1 mm por rotação. É utilizada uma ferramenta de pastilha intercambiável de metal duro, com raio de ponta de 0,4 mm e ângulo de posição da ferramenta de 45°. A. Determine a profundidade de corte na operação de desbaste. B. Faça um esboço do plano de referência da ferramenta e indique o ângulo de posição. C. Com relação à ferramenta de corte, o operador da máquina tem as seguintes opções de escolha: metal duro da classe P10, aço-rápido M32, cerâmica mista (Al2O3 + TiC), metal duro da classe K40, cermet. Relacione estes materiais de ferramentas de corte em ordem decrescente de tenacidade. RESPOSTA 2 A A. Determine a profundidade de corte na operação de desbaste. RESPOSTA 2 B: B. Faça um esboço do plano de referência da ferramenta e indique o ângulo de posição. RESPOSTA 2 C: C. Com relação à ferramenta de corte, o operador da máquina tem as seguintes opções de escolha: metal duro da classe P10, aço-rápido M32, cerâmica mista (Al2O3 + TiC), metal duro da classe K40, cermet. Relacione estes materiais de ferramentas decorte em ordem decrescente de tenacidade. 1. Aço-rápido M32 2. Metal duro da classe K40 3. Metal duro da classe P10 4. Cermet 5. Cerâmica mista (Al2O3 + TiC). JUSTIFICATIVA DA RESPOSTA: Tenacidade é a energia mecânica, ou seja, o impacto necessário para levar um material à ruptura. Tenacidade é uma medida de quantidade de energia que um material pode absorver antes de fraturar. Os materiais cerâmicos, por exemplo, têm uma baixa tenacidade. Tal energia pode ser calculada através da área num gráfico Tensão - Deformação do material, portanto basta integrar a curva que define o material, da origem até a ruptura. Segundo a tenacidade um mineral pode ser: Friável (frágil, quebradiço): Que pode ser quebrado ou reduzido a pó com facilidade. Ex: calcita, fluorita. Maleável: Pode ser transformado facilmente em lâminas, Ex. ouro, prata, cobre. Séctil: Pode ser facilmente cortado com um canivete. Ex ouro, prata, cobre. Dúctil: Pode ser transformado facilmente em fios. Ex. ouro, prata, cobre. Flexível: Pode ser dobrado, mas não recupera a forma anterior. Ex: alumínio, talco, gipsita. Elástica: Pode ser dobrado mas recupera a forma anterior. Ex. micas Mecanismo de formação do cavaco A formação do cavaco influencia diversos fatores ligados a usinagem, tais como: • Desgaste da ferramenta • Esforços de corte • Calor gerado na usinagem • Penetração do fluido de corte, etc Mecanismo de formação do cavaco Assim estão envolvidos com o processo de formação de cavaco os seguintes aspectos: • Econômicos • Qualidade da peca • Segurança do Operador • Utilização adequada da máquina, etc Etapas da formação do cavaco 1) recalque (deformação elástica) 2) deformação plástica 3) ruptura (cisalhamento) 4) movimento sobre a superfície de saída Mecanismo de formação do cavaco O corte dos metais envolve o cisalhamento concentrado ao longo de um plano chamado plano de cisalhamento. O ângulo entre o plano de cisalhamento e a direção de de corte é chamado de ângulo de cisalhamento (Ø). Quanto maior a deformação do cavaco sendo formado, menor será Ø e maior será o esforço de corte. Mecanismo de formação do cavaco Ø Plano de cisalhamento Ângulo de cisalhamento Mecanismo de formação do cavaco Mecanismo de formação do cavaco Tipos de cavaco De ruptura ContínuoDe cisalhamento O fenômeno de formação do cavaco é periódico Aço Ferro fundido Aço Tipos de cavaco Mecanismo de formação do cavaco Quanto menor o ângulo de saída da ferramenta, maior será o comprimento de contato cavaco- superfície de saída da ferramenta e maior a zona chamada de aderência. Conseqüência: Maior temperatura de corte e maior força de usinagem. FERRAMENTA PEÇA Zona primária (cisalhamento) Zona secundária (cisalhamento/atrito) Fontes de Calor Zona terciária (atrito) Distribuição de Calor Controle da Forma do Cavaco Problemas relacionados à forma do cavaco: Segurança do Operador Possíveis danos à ferramenta e à peça Dificuldades de manuseio e armazenagem do cavaco Forças de corte, temperatura e vida da ferramenta Mecanismo de formação do cavaco De ruptura ContínuoDe cisalhamento Contínuo: O ângulo de saída deve ser grande De ruptura: O ângulo de saída deve ser baixo, nulo ou negativo. Aço Ferro fundido Aço Mecanismo de formação do cavaco Ângulos de saída positivos e negativos Formas assumidas pelos cavacos •Em fita •Em pedaços A melhor maneira de se promover a curvatura vertical do cavaco, para causar a sua ruptura é a colocação de um obstáculo no caminho do fluxo do cavaco, chamado de quebra-cavaco A diminuição do ângulo de saída e/ou inclinação da ferramenta e o aumento do atrito cavaco-ferramenta, também promovem a curvatura vertical Mecanismo de ruptura do cavaco Pastilha Quebra-cavaco Mecanismo de ruptura do cavaco Os quebra-cavacos podem ser moldados na superfície de saída da ferramenta ou postiços • A curvatura lateral do cavaco também pode ajudar na sua ruptura. • Isto pode ser causado por um gradiente favorável da velocidade de corte, como no caso do torneamento de peças de pequeno diâmetro com alta profundidade de corte. • Um aumento da relação avanço/profundidade, quando o ângulo de saída for pequeno, também induz a esse tipo de curvatura. Mecanismo de formação do cavaco Influência da velocidade de corte na quebra do cavaco • Em baixas velocidades de corte os cavacos geralmente apresentam boa curvatura, quebrando com facilidade. • Quando as velocidades aumentam, no caso de materiais dúcteis, pode haver maior dificuldade para a quebra. Influência da profundidade de usinagem na quebra do cavaco • Grandes profundidades de usinagem facilitam a quebra do cavaco. • A relação entre o raio da ponta da ferramenta e a profundidade de usinagem influencia na quebra do cavaco: ap/r pequeno = dificuldade na quebra ap/r grande = facilidade na quebra r Forças de Usinagem Fu Ff Fp Fc=Fap Ft FU=força de usinagem Ft=força ativa. Fp=força passiva Fc=força de corte Ff=força de avanço Fap=força de apoio Potências de Usinagem ]kW[ . V.F cc 31060 cP Potência de Corte Fc [N] e Vc [m/min] Potências de Usinagem ]kW[ . V.F ff 61060 fP Potência de Avanço Ff [N] e Vf [mm/min] Potências de Usinagem c P Pm Como Pf<<<Pc costuma-se dimensionar o motor da máquina operatriz apenas pela Pc Potência fornecida pelo motor 60% a 80% para máquinas convencionais e 90% para máquinas CNC Rendimento do Motor Potências de Usinagem A.KF sc A força de corte pode ser expressa pela relação: Ks = Pressão específica de corte A = b . h = ap . f = Área da seção de corte [mm2] [N] Exercício 01 Dados de um torneamento cilíndrico: Comprimento a usinar: 500 mm. Diâmetro da peça: 80 mm Diâmetro da peça acabada: 70 mm Velocidade de corte recomendada: 32 m/min Avanço: 0,8 mm/rot Profundidade: 3 mm Material a ser usinado Aço doce Rotações disponíveis no torno: 70 – 100 – 120 – 150 – 175-200 Calcular o tempo ativo de corte. Calcular a Potencia de Corte 14/09/2017 Exercício 02 Dados de um torneamento cilíndrico: Um eixo de comprimento L = 2500mm, Vc = 150m/min, diâmetro ø = 500mm, avanço 0,2mm, deve ser torneado longitudinalmente com 3 passes. Rotações da máquina 31,5 – 50 – 63 – 80 – 100 – 125 – 160 – 200 – 250 – 315 – 400 – 500 – 630 – 800 – 1000 – 1250 – 1600 – 2500. Calcular: a) rpm = ? b) O tempo de corte, Tc = ? 14/09/2017 Exercício 03 14/09/2017 Dados de um torneamento cilíndrico: Um eixo de comprimento L = 1350mm, Vc = 14m/min, ø = 95mm, avanço a = 2mm, deve ser torneado longitudinalmente com 2 passes. Rotações da máquina 24 – 33,5 – 48 – 67 – 95 - 132 Calcule: rpm = ? a) tempo de corte Tc = ? Exercício 04 SEGUE TABELA A SEGUIR Desejamos Usinar AVARIAS E DESGASTES DA FERRAMENTA AVARIAS E DESGASTES DA FERRAMENTA Dependendo das grandezas de entrada do processo de usinagem, a ferramenta sofrerá uma determinada carga mecânica e térmica. Esta elevada solicitação da ferramenta conduz aos chamados desgastes ou avarias. Desgaste é o fenômeno progressivo nas superfícies da ferramenta em função da ação de cortar, que muda a forma e, portanto a geometria original da ferramenta. AVARIAS E DESGASTES DA FERRAMENTA Quanto aos desgastes, os mesmos são resultantes de vários mecanismos distintos, dependendo da natureza do material usinado e das condições de usinagem, predominará um ou outro dos mecanismos sobre os demais. Isto dependedo material da peça e da ferramenta, da operação de usinagem, das condições de corte, da geometria da ferramenta e do emprego e da eficiência da aplicação de fluido de corte. MECANISMOS DE DESGASTE E AVARIA Abrasão: envolve a perda de material por microsulcamento, microcorte ou microlascamento, causado por partículas de elevada dureza relativa. Estas partículas podem estar contidas no material da peça (óxidos, carbetos e outros), ou são partículas da própria ferramenta arrancadas de alguma forma. Abrasão Mecânica A abrasão ( ou atrito) mecânica é uma das principais causas de desgaste da ferramenta. •O desgaste gerado pela abrasão é incentivado pela presença de partículas duras no material da peça e pela temperatura de corte, que reduz a dureza da ferramenta. •Assim, quanto maior a dureza a quente da ferramenta, maior sua resistência ao desgaste abrasivo. •As vezes, partículas duras arrancadas de outra região da ferramenta por aderência ou mesmo por abrasão e arrastadas pelo movimento da peça, causam o desgaste abrasivo em uma área adjacente da ferramenta. MECANISMOS DE DESGASTE E AVARIA Difusão: transferência de átomos de um material para outro, é dependente da temperatura e solubilidade dos elementos da zona de fluxo. A área desgastada, quando observada no microscópio, é lisa. A taxa de desgaste aumenta com a velocidade de corte e o avanço. Difusão A difusão entre ferramenta e cavaco é um fenômeno microscópico ativado pela temperatura na zona de corte. A difusão no estado sólido consiste na transferência de átomos de um metal a outro. Depende da temperatura, da duração do contato e da afinidade físico-química dos dois metais envolvidos. Difusão A difusão dos átomos de ferro do aço do cavaco para a ferramenta, principalmente se esta for de metal duro, muda as condições de equilíbrio entre os elementos constituintes da mesma, levando a uma reação química entre eles. Estas reações químicas, no caso de metal duro, provocam a formação de carbonetos complexos (Fe W C26), que são menos resistentes e são rapidamente removidos por abrasão. MECANISMOS DE DESGASTE E AVARIA Oxidação: gerada pelas altas temperaturas e presença de ar e água, são originados óxidos complexos de tungstênio, cobalto e ferro, que em decorrência de sua expansão volumétrica, em relação ao WC, constituem-se elevações na superfície da ferramenta, facilitando o lascamento e a quebra da aresta de corte (entalhes). MECANISMOS DE DESGASTE E AVARIA Fadiga: variação nas forças ou na temperatura podem fragilizar a ferramenta (trincas) levando-a à ruptura. Além da ação cíclica, este fenômeno é provocado por variações na temperatura causadas pelo acesso irregular do refrigerante de corte. MECANISMOS DE DESGASTE E AVARIA Aderência: duas superfícies metálicas postas em contato sob cargas moderadas, forma-se entre elas um extrato metálico, de elevada resistência. Sob estas condições fragmentos microscópicos são arrancados da superfície da ferramenta e arrastados juntos com o fluxo e material. Aderência Também causada pelas baixas temperaturas e baixas velocidades de corte, forma-se entre elas um extrato metálico que provoca aderência. A resistência deste extrato é elevada a tal ponto que, na tentativa de separar as superfícies, ocorre ruptura em um dos metais e não na superfície de contato. O fenômeno da aderência esta presente na formação da aresta postiça de corte, mas pode-se ter desgaste por aderência mesmo sem a formação da aresta postiça. MECANISMOS DE DESGASTE Aresta Postiça de Corte: Forma-se na superfície de contato entre o cavaco e a sup. de saída. Uma camada de cavaco que permanece aderente à aresta de corte. Em função dos esforços a camada solda-se à ferramenta, o fluxo provoca encruamento, a APC cresce e depois se desprende. Mecanismos Causadores do Desgaste da Ferramenta Aresta Postiça de Corte. Figura 6.9 –Aresta Postiça de Corte Fig. 6.10 – Desgaste Frontal X Velocidade de Corte Mostrando a região de formação da Aresta Postiça de Corte PROVIDÊNCIAS – ARESTA POSTIÇA Aumente a velocidade de corte e o avanço. Não utilize refrigeração. Selecione um quebra-cavacos mais positivo. DESGASTES DA FERRAMENTA Desgaste de Flanco ou Largura do desgaste na superfície principal de folga (VB): é o desenvolvimento de uma zona de desgaste da ferramenta devido à ação abrasiva existente entre a ferramenta e a superfície nascente gerada na peça pela usinagem. Desgaste Frontal ( ou de flanco) ocorre na superfície de folga da ferramenta, causado pelo contato entre ferramenta peça. É o tipo de desgaste mais comum. Todo processo de usinagem causa desgaste frontal (figura 6.1) Figura 6.1 – Desgaste Frontal PROVIDÊNCIAS - FLANCO Reduza a velocidade de corte. Selecione uma classe mais resistente ao desgaste. DESGASTES DA FERRAMENTA Desgaste de Cratera ou Desgaste na superfície de saída da ferramenta (KT) : a principal causa do desgaste de cratera é a difusão, uma vez que ocorrem elevadas temperaturas na interface cavaco/sup. de saída, assim sendo o desgaste aumenta com o aumento das condições de corte (Vc). b) Desgaste de Cratera É o tipo de desgaste que ocorre na superfície de saída da ferramenta, causado pelo atrito entre a ferramenta e o cavaco (figura 6.2) Não ocorre em todos os processos de usinagem, como ferramentas de metal duro recoberto, ferramentas de cerâmica e quando o material da peça é frágil (gera cavacos curtos). Figura 6.2 – Desgaste de Cratera PROVIDÊNCIAS - CRATERA Utilize refrigeração. Selecione uma classe mais resistente ao desgaste. Reduza a velocidade de corte e o avanço. MEDIDAS DE DESGASTES DESGASTES DA FERRAMENTA Entalhes: originam-se principalmente nas extremidades da aresta de corte, o que pode desencadear a deterioração prematura da aresta da ferramenta. A morfologia do entalhe depende em grande parte da precisão de posicionamento da aresta de corte. Pode ocorrer tanto na superfície principal de folga como na superfície secundária de folga da ferramenta. DESGASTES DA FERRAMENTA O entalhe ocorre principalmente na usinagem de materiais resistentes a altas temperaturas (ligas de níquel, titânio, cobalto e aço inoxidável), devido à abrasão, difusão e “attrition”, influenciada pelas interações com a atmosfera (oxidação). PROVIDÊNCIAS - ENTALHE Reduza a velocidade de corte. Reduza a taxa de avanço. Selecione ferramenta com um ângulo de posição menor. AVARIAS DA FERRAMENTA Quebras: a ruptura da ponta da ferramenta é originada pela ação de elevados esforços de usinagem. Podem ser causadas pelo uso de material de corte quebradiço, ocorrência de corte interrompido, parada do corte sem a retirada prévia da ferramenta, além de ε e β pequenos. Quebra Como foi visto, todos os desgastes e avarias da ferramenta, ao crescerem podem gerar a quebra da ferramenta. Fig.6.7 - Quebra da ferramenta Algumas vezes, porém, a quebra (figura 6.7) pode ocorrer inesperadamente devido à alguns fatores como: Ferramenta muito dura, carga excessiva sobre a ferramenta, raio da ponta, ângulo de ponta ou ângulo de cunha pequenos, corte interrompido, parada instantânea do movimento de corte, etc... Quebra A quebra da ferramenta ocasiona não somente dano na ferramenta, mas também no porta- ferramenta e na própria peça. EXEMPLOS DE QUEBRA PROVIDÊNCIAS – QUEBRA Reduza a taxa de avanço e a profundidade de usinagem. Selecione uma classe mais tenaz. Selecione um quebra-cavacos mais resistente. Selecione uma pastilha mais espessa. AVARIAS DA FERRAMENTA Lascamento: é o desprendimento de lascas ou lascamento de finas partículas da aresta cortante causados principalmente pelochoque térmico (corte interrompido por exemplo), são mais frequentes em ferramentas que apresentam maior dureza. Lascamento É um tipo de avaria da ferramenta, pois ao contrário dos desgastes frontal e de cratera que retiram continuamente partículas muito pequenas da ferramenta, no lascamento (figura 6.4), partículas maiores são retiradas de uma só vez, podendo levar até a quebra da ferramenta. Ocorrem principalmente em ferramentas com material frágil e/ou quando a aresta de corte é pouco reforçada, sobretudo em pastilhas cerâmicas e de metal duro com recobrimento EXEMPLOS DE LASCAMENTO PROVIDÊNCIAS – LASCAMENTO Aumente a velocidade de corte e reduza o avanço. Selecione um quebra-cavacos mais resistente. Selecione uma classe mais tenaz. Minimize as vibrações do sistema. AVARIAS DA FERRAMENTA Deformação Plástica: É uma avaria da ferramenta em função de elevadas pressões e temperaturas, gerando deformação plástica da aresta de corte, que toma uma forma bem típica. Deformação Plástica da Aresta de Corte Muitas vezes, a pressão aplicada à ponta da ferramenta somada à alta temperatura gera deformação plástica da aresta de corte (figura 6.3). Figura 6.3 – Deformação Plástica da Aresta de Corte Tais deformações provocam deficiências do controle de cavacos e deterioração do acabamento superficial da peça. O crescimento desta deformação pode gerar a quebra da aresta de corte. AVARIAS DA FERRAMENTA Deformação Plástica: Ocorre principalmente quando a ferramenta trabalha com elevados avanços, levando então a grandes esforços de usinagem, a ferramenta pode vir a sofrer uma deformação plástica ou mesmo uma quebra Tais deformações provocam deficiências do controle de cavacos e deterioração do acabamento superficial da peça. Ocorre principalmente nos casos em que a ferramenta tem baixa resistência à deformação e suficiente tenacidade. É evitada pelo emprego de uma ferramenta com maior dureza a quente e maior resistência à Deformação Plástica, ou pela mudança das condições de usinagem e/ou geometria da ferramenta, visando a diminuição dos esforços e da temperatura de corte. Como evitar a Deformação Plástica da Aresta de Corte? EXEMPLOS DE DEFORMAÇÃO PLÁSTICA PROVIDÊNCIAS – DEFORMAÇÃO PLÁSTICA Utilize refrigeração. Selecione uma classe mais resistente ao desgaste. Reduza a velocidade de corte e o avanço. AVARIAS DA FERRAMENTA Trincas: quando da ocorrência do corte interrompido, variação da espessura de corte ou acesso irregular do fluido de corte, tais fatores podem provocar variação na temperatura e esforços de corte. As trincas transversais se apresentam na sup. de folga, enquanto que as perpendiculares à aresta podem ocorrer também na sup. de saída. Trincas São causadas pela variação da temperatura e/ou pela variação dos esforços mecânicos. Quando tem origem térmica, elas ocorrem perpendicularmente à aresta de corte (figura 6.5) •Figura 6.5 – Trincas de Origem Térmica Trincas As trincas quando tem origem mecânica são paralelas à aresta –Figura 6.6. Figura 6.6 Trincas de Origem Mecânica AVARIAS - TRINCAS PROVIDÊNCIAS - TRINCAS Utilize refrigeração abundante ou usine sem fluido. Reduza a velocidade de corte e o avanço. Resumo
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