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MAQUIAVEL 
 
Rousseau, em Do contrato Social: “Maquiavel, fingindo dar lições aos Príncipes, deu 
grandes lições ao povo”. Maquiavel surge numa Itália fragmentada, e deseja a união para 
o fortalecimento da nação. Depois que sai da vida pública, ele se exila na terra de seu pai, 
e ali tem seu período criativo mais intenso, fruto de suas leituras e seu esforço mental. 
Sua principal obra, “O Príncipe”, destina-se a falar sobre o Estado. Não como ele deveria 
ser, mas como ele é; como deve ser conquistado e mantido. 
 
Maquiavel traça “uma nova articulação sobre o pensar e o fazer política”, sendo ela o 
resultado de um feixe de forças proveniente das ações concretas dos cidadãos. Sua obra 
“fala do poder que todos sentem, mas não conhecem. Porém, para conhecê-lo é preciso 
suportar a idéia da incerteza, da contingência,...”. Sobre o estudo do passado: “um 
desfile de fatos dos quais se deve extrair as causas e os meios utilizados para enfrentar o 
caos resultante da expressão da natureza humana. (...) O poder político tem, pois, uma 
origem mundana”. 
 
O Estado pode adotar duas formas de governo, segundo a análise de sua situação 
concreta: o Principado e a República. O governante deveria ter, ou aparentar ter, virtù. 
Além disso, “(...) o poder, a honra e a glória, típicas tentações mundanas, são bens 
perseguidos e valorizados. O homem de virtù pode consegui-los e por eles luta”. 
 
Acrescenta ainda que, segundo as palavras de Maria Tereza Sodek, “a qualidade exigida 
do príncipe que deseja se manter no poder é sobretudo a sabedoria de agir conforme as 
necessidades. (...) O jogo entre a aparência e a essência sobrepõe-se à distinção 
tradicional entre virtudes e vícios”. Comprova-se no capítulo XV de sua obra, na qual 
consta que ele “tem de aprender os meios de não ser bom e a fazer uso ou não deles, 
conforme as necessidades”. 
 
O pensador florentino ensina ainda que “existem dois modos de combater: um com as 
leis, outro com a força. O primeiro é próprio do homem, o segundo dos animais. Não 
sendo, porém, muitas vezes suficiente o primeiro, convém recorrer ao segundo”. Mais: 
no capítulo 12, afirma que “os principais alicerces de qualquer Estado, seja ele novo, 
velho ou misto, consistem nas boas leis e nos bons exércitos”. Cabe lembrar-se do 
exemplo do leão e da raposa: são diferentes, embora complementares. O leão assusta os 
lobos e a raposa evita as armadilhas: assim deve ser o governante. 
 
HOBBES 
 
Enquanto Platão e Tomás de Aquino acreditavam na bondade do ser humano, para 
Hobbes a natureza humana é má, e para viabilizar a sociedade, tornou-se necessário 
estabelecer um contrato social, surgindo então o Estado, estático e repleto de normas 
para controlar desejos e conflitos. 
 
Para Hobbes, a sociedade é fruto de um contrato social indissolúvel e inquestionável. 
Através dele, os homens abrem mão de parte de sua liberdade para que sejam 
protegidos pelo Estado pleno e pela autoridade daquele que o compõe, seja um único 
indivíduo ou de uma assembléia. Essa autoridade há de ser soberana, ou seja, seu poder é 
ilimitado e suas decisões são as decisões de cada um de seus súditos. É o Estado que 
impõe o respeito à hierarquia e entre seus membros; afinal, conhecendo-nos melhor a 
partir de uma auto-avaliação, chegamos à conclusão de que somos iguais em nossas 
paixões, ainda que sejam diferentes os objetos das paixões. 
 
“De um só golpe, o contrato produz dois resultados importantes. Primeiro, o homem é o 
artífice de sua condição, de seu destino, e não Deus ou a natureza. Segundo, o homem 
pode conhecer tanto a sua presente condição miserável quanto os meios de alcançar a 
paz e a prosperidade.” 
 
“(...) na natureza do homem encontramos três causas principais de discórdia. Primeiro, a 
competição; segundo, a desconfiança; e terceiro, a glória.” Para Hobbes, glória está 
ligada à reputação e à honra, definida como “o valor atribuído a alguém em função das 
aparências externas”. Quando essa honra é ferida, pode gerar violências “por ninharias, 
como uma palavra, um sorriso, uma diferença de opinião, e qualquer outro sinal de 
desprezo”. 
 
É importante distinguir os conceitos direito de natureza e lei de natureza: “Pois o direito 
consiste na liberdade de fazer ou de omitir, ao passo que a lei determina ou obriga a uma 
dessas coisas”. A verdadeira liberdade dos súditos consiste na possibilidade de 
dissolução do pacto, caso o fim de proteger a sua vida não seja atendido pelo soberano. 
 
Há duas questões que tornam o escritor como um “pensador maldito” pela sociedade 
burguesa/capitalista: a primeira é a propriedade, cujo direito “sagrado” é negado. Todas 
as terras e bens estão controlados pelo governo, cuja responsabilidade é distribuí-los de 
forma justa conforme critérios (mesmo pessoais) do soberano. A liberdade, por sua vez, 
é reduzida a uma determinação física, aplicável a qualquer corpo; é a liberdade de ir e vir, 
só e somente. 
 
LOCKE (1633-1704) 
 
Para Locke, considerado o fundador do empirismo e do individualismo liberal, a 
finalidade do poder público consiste em proteger a liberdade e a propriedade. A vida, a 
liberdade e os bens são designados como direitos naturais do ser humano, invioláveis 
pelo Estado. O trabalho era, na sua concepção, o fundamento originário da propriedade. 
Com o surgimento do dinheiro e a possibilidade de compra de terras, muda então a 
relação entre homens e posses. 
 
Para ele, a existência do indivíduo é anterior ao surgimento da sociedade e do Estado. No 
estado de natureza, os homens viviam em um estágio pré-social e pré-político, 
caracterizado pela mais perfeita liberdade e igualdade; difere, portanto, do caos 
hobbesiano. Outra importante diferença entre os dois pensadores é que, enquanto para 
Hobbes o contrato social é indissolúvel e o Estado, soberano, para Locke o direito 
individual é prioritário, e o povo tem o legítimo direito de resistência à opressão e à 
tirania. 
 
“Em suma, o livre consentimento dos indivíduos para o estabelecimento da sociedade, o 
livre consentimento da sociedade para a formação do governo, a proteção dos direitos 
de propriedade pelo governo, o controle do executivo pelo legislativo e o controle do 
governo pela sociedade, são, para Locke, os principais fundamentos do governo civil.” 
 
MONTESQUIEU 
 
Montesquieu, de identidade liberal, propunha a divisão do governo em 3 poderes 
interdependentes entre si; concepções de lei sem qualquer aspecto divino, trazendo a 
política para o campo secular, civil. Acreditava que os governos eram regidos por 
paixões; na monarquia, pela honra; na república, pela virtude; e na ditadura, pelo medo. 
 
A obra de Montesquieu aborda, dentro de uma ótica liberal, a questão do funcionamento 
dos regimes políticos, numa conjunção paradoxal entre o novo e o tradicional. De origem 
aristocrática, ele busca entender não só as razões da decadência da monarquia na 
França, como também os motivos pelos quais ela perdurou na história do país. Assim 
como Maquiavel, Montesquieu discute essencialmente as condições de manutenção do 
poder. 
 
Um aspecto importante em seu pensamento é o seu conceito de lei: “relações 
necessárias que derivam da natureza das coisas”. Essa definição dá à lei uma conotação 
científica, rompendo a tradicional submissão da política à teologia. O autor diz, também, 
que as instituições políticas são regidas por leis que derivam das relações políticas; elas 
são fundamentais, sobretudo, na monarquia, como meio de controle ao poder do rei. 
 
É importante compreender, em sua teoria, a natureza e o princípio dos governos. 
Sintetizando os dois conceitos, temos que “o despotismo é o governo das paixões; a 
república é o governo dos homens; a monarquia é o governo das instituições”. Ele 
afirma, em sua obra, que “numa sociedade dividida em classes a virtude (cívica) não 
prospera”; portanto, a república também não. O despotismoé visto como a ameaça do 
futuro, e a monarquia, o regime do presente. 
 
Quanto à teoria dos três poderes, a “mais famosa” contribuição de Montesquieu à 
formação dos Estados modernos, é importante frisar que “há uma imbricação de funções 
e uma interdependência entre o executivo, o legislativo e o judiciário. Trata-se (...) de 
assegurar a existência de um poder que seja capaz de contrariar outro poder”. 
 
ROUSSEAU 
 
Foi o primeiro a entender o conceito de modernidade e seus grandes embates 
democráticos, motivo pelo qual é considerado o pai da modernidade. Conceito de 
responsabilidade nascente (romance “A Nova Heloísa”). Dizia que “os homens nascem 
livres e iguais, mas são corrompidos pela civilização”. 
 
Rousseau difere dos demais filósofos do século das luzes por conta de seu pessimismo 
em relação à eficácia das artes na melhoria dos costumes populares. Defendia, no 
entanto, que eram importantes para que distraíssem as ações do homem, tomando-lhe o 
tempo de execução de suas maldades. O ideal era, sim, ser sábio, livrar-se das 
superstições; mas o ideal é quase inatingível. 
 
Rousseau conviveu com Diderot e escreveu artigos de música e economia política para a 
Enciclopédia, mas foi sempre avesso aos salões e cortes, ao contrário dos demais 
intelectuais boêmios de sua época. Dedicava-se exaustivamente às suas idéias. 
 
Quanto ao pacto social, Rousseau constrói, em sua obra Discurso sobre a origem da 
desigualdade, uma história hipotética da humanidade, com o objetivo de tentar entender 
também o fim da liberdade natural na sociedade atual. Já em Contrato social, seu projeto 
é apresentar o dever-ser de toda ação política, estabelecendo as condições de 
possibilidade de um pacto legítimo; através dele, os homens garantiriam sua liberdade 
civil. “Obedecer à lei que se prescreve a si mesmo é um ato de liberdade”, dizia ele. O 
povo seria submisso à vontade geral, às leis eles elaboradas por si próprios, e não mais à 
vontade de um só. No entanto, Rousseau era pessimista em relação aos povos que já 
perderam a liberdade completamente: acreditava que ela só poderia ser recuperada por 
milagre. 
 
“Os fins da constituição da comunidade política devem ser realizados.” Para tal, é 
imprescindível que o governo funcione de forma correta e justa, atendendo sempre às 
necessidades do povo, que por sua vez deve sempre estar contrapondo-se ao soberano, 
impondo respeito. 
 
Rousseau não admite a representação ao nível da soberania, pois esta é inalienável, e 
vontade não se representa. Reconhece, é claro, a necessidade de representantes a nível 
do governo; estes deveriam ser constantemente trocados, para que sua vontade não se 
sobreponha à do povo que representa, e sempre fiscalizados. 
 
“O FEDERALISTA” [MADISON, JAY E HAMILTON] 
 
“O Federalista” é fruto da reunião de uma série de ensaios publicados na imprensa de 
Nova York com o objetivo de contribuir para a ratificação da Constituição pelos Estados, 
explicitando a teoria política que a fundamentou. Os autores, no entanto, “não 
concordavam entre si em vários pontos, como também, em pontos específicos, tinham 
reservas quanto à Constituição proposta”. 
 
“O Federalista” vai de encontro a Montesquieu, que acreditava ser impossível uma 
República, que é o governo da paixão pela virtude, nos tempos modernos, ainda mais em 
grandes territórios. “O desafio teórico enfrentado por ‘O Federalista’ era o de desmentir 
os dogmas arraigados de uma longa tradição.” 
 
O texto concorda com Montesquieu em relação ao controle do poder, afirmando 
novamente que “a limitação do poder (...) só pode ser obtida pela contraposição a outro 
poder. (...) No entanto, um equilíbrio perfeito entre estas forças opostas (...) não 
encontra lugar em um governo.” 
 
Há, ainda, uma grande divergência em relação à eficácia do “governo misto” proposto 
por Montesquieu, e uma grande discussão dentro da própria obra sobre o que seria mais 
adequado para adotar nos Estados Unidos. 
 
O mais importante e comentado artigo de “O Federalista” é o n.10, de autoria de James 
Madison. Ele trata do mal das facções e das formas de enfrentá-lo, não as eliminando, 
mas neutralizando os seus efeitos. Segundo ele, “as causas das facções encontram-se 
semeadas na própria natureza humana, nascendo do livre desenvolvimento de suas 
faculdades”. 
 
Para Madison, o governo mais apropriado para evitar que essas minorias controlem o 
poder e o utilizem para benefício próprio é através da República. Ao contrário da 
democracia pura, ela restringe as funções de governo a um número menor de cidadãos, e 
aumenta a área e o número de cidadãos sob a jurisdição de um único governo.

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