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1 • Q369649      
Prova: FGV - 2014 - OAB - Exame de Ordem Unificado - XIII - Primeira Fase
Disciplina: Direito Civil | Assuntos: Contratos em Espécie;  Empréstimo: Comodato e Mútuo; 
Parte superior do formulário
Pedro, menor impúbere, e sem o consentimento de seu representante legal, celebrou contrato de mútuo com Marcos, tendo este lhe entregue a quantia de R$400,00, a fim de que pudesse comprar uma bicicleta. 
A respeito desse caso, assinale a afirmativa incorreta.
 a) O mútuo poderá ser reavido somente se o representante legal de Pedro ratificar o contrato.
 b) Se o contrato tivesse por fim suprir despesas com a própria manutenção, o mútuo poderia ser reavido, ainda que ausente ao ato o representante legal de Pedro. 
 c) Se Pedro tiver bens obtidos com o seu trabalho, o mútuo poderá ser reavido, ainda que contraído sem o consentimento do seu representante legal.
 d) O mútuo também poderia ser reavido caso Pedro tivesse obtido o empréstimo maliciosamente.
 Comentários do professor
Mariana Fittipaldi - Promotora de Justiça (MP/SP) e Mestra em Direito (PUC-Rio)
Alternativa “a”: De acordo com o CC:
Art. 588. O mútuo feito a pessoa menor, sem prévia autorização daquele sob cuja guarda estiver, não pode ser reavido nem do mutuário, nem de seus fiadores.
Art. 589. Cessa a disposição do artigo antecedente:
I - se a pessoa, de cuja autorização necessitava o mutuário para contrair o empréstimo, o ratificar posteriormente;
Como se vê, de fato, o mútuo pode ser reavido se a pessoa, de cuja autorização necessitava o menor, o ratificar posteriormente. Entretanto, o art. 589 do CC traz outros casos em que o mútuo poderá ser reavido. Assim sendo, é incorreto afirmar que o mútuo poderá ser reavido somente se o representante legal de Pedro ratificar o contrato. Isso porque existem, ainda, outras formas de reaver o mútuo. Por tal razão a alternativa “a” está incorreta e deve ser assinalada.
Alternativa “b”: De acordo, ainda, com o CC:
Art. 588. O mútuo feito a pessoa menor, sem prévia autorização daquele sob cuja guarda estiver, não pode ser reavido nem do mutuário, nem de seus fiadores.
Art. 589. Cessa a disposição do artigo
II - se o menor, estando ausente essa pessoa, se viu obrigado a contrair o empréstimo para os seus alimentos habituais;
IV - se o empréstimo reverteu em benefício do menor;
A alternativa “b”, portanto, está correta. Isso porque se o menor reverteu o empréstimo em seu favor, para seu sustento, desnecessária torna-se a autorização do representante para que o valor possa ser restituído àquele que emprestou.
Alternativa “c”: O CC, a respeito, dispõe:
Art. 588. O mútuo feito a pessoa menor, sem prévia autorização daquele sob cuja guarda estiver, não pode ser reavido nem do mutuário, nem de seus fiadores.
Art. 589. Cessa a disposição do artigo antecedente:
III - se o menor tiver bens ganhos com o seu trabalho. Mas, em tal caso, a execução do credor não lhes poderá ultrapassar as forças;
A alternativa “c” também está correta. Isso porque, se o menor tiver bens ganhos com seu trabalho, é possível realizar o mútuo sem a prévia autorização de seu representante. O fato é que, nesses casos, a execução não poderá ultrapassar as forças dos bens do menor.
Alternativa “d”: De acordo com o CC:
Art. 589. Cessa a disposição do artigo antecedente:
V - se o menor obteve o empréstimo maliciosamente.
A alternativa “d” está correta, pois reflete exatamente a disposição legal.
2 • Q369653      
Prova: FGV - 2014 - OAB - Exame de Ordem Unificado - XIII - Primeira Fase
Disciplina: Direito Civil | Assuntos: Direito das Obrigações;  Direito das Coisas / Direitos Reais;  Contratos em Espécie;  Compra e Venda;  Condomínio;  Modalidades de Obrigações; 
Parte superior do formulário
Ary celebrou contrato de compra e venda de imóvel com Laurindo e, mesmo sem a devida declaração negativa de débitos condominiais, conseguiu registrar o bem em seu nome. Ocorre que, no mês seguinte à sua mudança, Ary foi surpreendido com a cobrança de três meses de cotas condominiais em atraso. Inconformado com a situação, Ary tentou, sem sucesso, entrar em contato com o vendedor, para que este arcasse com os mencionados valores. 
De acordo com as regras concernentes ao direito obrigacional, assinale a opção correta.
 a) Perante o condomínio, Laurindo deverá arcar com o pagamento das cotas em atraso, pois cabe ao vendedor solver todos os débitos que gravem o imóvel até o momento da tradição, entregando-o livre e desembargado. 
 b) Perante o condomínio, Ary deverá arcar com o pagamento das cotas em atraso, pois se trata de obrigação subsidiária, já que o vendedor não foi encontrado, cabendo ação in rem verso, quando este for localizado.
 c) Perante o condomínio, Laurindo deverá arcar com o pagamento das cotas em atraso, pois se trata de obrigação com eficácia real, uma vez que Ary ainda não possui direito real sobre a coisa.
 d) Perante o condomínio, Ary deverá arcar com o pagamento das cotas em atraso, pois se trata de obrigação propter rem, entendida como aquela que está a cargo daquele que possui o direito real sobre a coisa e, comprovadamente, imitido na posse do imóvel adquirido.
 Comentários do professor
Mariana Fittipaldi - Promotora de Justiça (MP/SP) e Mestra em Direito (PUC-Rio)
Alternativa “a”: De acordo com o CC:
Art. 1.345. O adquirente de unidade responde pelos débitos do alienante, em relação ao condomínio, inclusive multas e juros moratórios.
Considerando o disposto no artigo acima transcrito, conclui-se que a alternativa “a” está incorreta.
Consoante leciona Flávio Tartuce, do art. 1.345 do CC pode ser retirado que as despesas condominiais são obrigações propter rem ou próprias da coisa, o que significa dizer que seguem a coisa onde quer que ela se encontre. Assim sendo, o adquirente, por ser o novo proprietário, responde pelos débitos do alienante, em relação ao condomínio, inclusive multa e juros moratórios.
Alternativa “b”: Nada impede que o adquirente busque, posteriormente, ressarcimento junto ao alienante. Contudo, perante o condomínio, o adquirente deve arcar com o pagamento das despesas condominiais atrasadas. Outrossim, conforme já visto acima, trata-se de obrigação propter rem e não obrigação subsidiária, razão pela qual a alternativa “b” está incorreta.
Alternativa “c”: Está incorreta, pois será o adquirente, Ary, quem deverá arcar, perante o condomínio, com as despesas em atraso. Ary, inclusive, já possui direito real, pois registrou o bem em seu nome.
Alternativa “d”: Está correta, pois prevê exatamente que Ary deverá arcar com o pagamento, em virtude de se tratar de obrigação propter rem.
3 • Q349655      
Prova: FGV - 2013 - OAB - Exame de Ordem Unificado - XI - Primeira Fase
Disciplina: Direito Civil | Assuntos: Contratos em Espécie;  Corretagem, Transporte, Seguro, Constituição de Renda, Jogo e Aposta e Fiança; 
Parte superior do formulário
A Lanchonete Mirim celebrou contrato de fornecimento de bebidas com a Distribuidora Céu Azul, ficando ajustada a entrega mensal de 200 latas de refrigerante, com pagamento em 30 dias após a entrega. Para tanto, Luciana, mãe de uma das sócias da lanchonete, sem o conhecimento das sócias da sociedade e de seu marido, celebrou contrato de fiança, por prazo indeterminado, com a distribuidora, a fim de garantir o cumprimento das obrigações assumidas pela lanchonete. 
Diante desse quadro, assinale a afirmativa correta.
 a) Luciana não carece da autorização do cônjuge para celebrar o contrato de fiança com a sociedade Céu Azul, qualquer que seja o regime de bens.
 b) Pode-se estipular a fiança, ainda que sem o consentimento do devedor ou mesmo contra a sua vontade, sendo sempre por escrito e não se admitindo interpretação extensiva.
 c) Em caso de dação em pagamento, se a distribuidora vier a perder, por evicção, o bem dado pela lanchonete para pagar o débito, remanesce a obrigação do fiador.
 d) Luciana não poderá se exonerar, quando lhe convier,da fiança que tiver assinado, ficando obrigada por todos osefeitos da fiança até a extinção do contrato de fornecimento de bebidas.
 Comentários do professor
Gílson Campos - Juiz Federal (TRF da 2ª Região) e Mestre em Direito (PUC-Rio)
Segundo o CC:
Art. 1.647. Ressalvado o disposto no art. 1.648, nenhum dos cônjuges pode, sem autorização do outro, exceto no regime da separação absoluta:
I - alienar ou gravar de ônus real os bens imóveis;
II - pleitear, como autor ou réu, acerca desses bens ou direitos;
III - prestar fiança ou aval;
IV - fazer doação, não sendo remuneratória, de bens comuns, ou dos que possam integrar futura meação.
Parágrafo único. São válidas as doações nupciais feitas aos filhos quando casarem ou estabelecerem economia separada.
Com base nesta previsão, passamos à análise da alternativa da questão:
Alternativa “a”: incorreta, pois Luciana precisa da autorização do cônjuge para prestar fiança, exceto no caso de ser casada no regime da separação absoluta de bens.
Alternativa “b”: De acordo com o CC:
Art. 819. A fiança dar-se-á por escrito, e não admite interpretação extensiva.
Art. 820. Pode-se estipular a fiança, ainda que sem consentimento do devedor ou contra a sua vontade.
A alternativa está, portanto, correta, pois reflete exatamente a previsão dos artigos 819 e 820, do CC.
Alternativa “c”: Dispõe o CC que:
Art. 838. O fiador, ainda que solidário, ficará desobrigado:
I - se, sem consentimento seu, o credor conceder moratória ao devedor;
II - se, por fato do credor, for impossível a sub-rogação nos seus direitos e preferências;
III - se o credor, em pagamento da dívida, aceitar amigavelmente do devedor objeto diverso do que este era obrigado a lhe dar, ainda que depois venha a perdê-lo por evicção.
Assim sendo, se o credor aceitar amigavelmente a dação em pagamento por parte do devedor (ou seja, aceitou objeto diverso do que era obrigado a dar), o fiador ficará desobrigado da dívida, ainda que o credor depois venha a perder o bem por evicção.
Portanto, a alternativa “c” está incorreta.
Alternativa “d”: De acordo com o CC:
Art. 835. O fiador poderá exonerar-se da fiança que tiver assinado sem limitação de tempo, sempre que lhe convier, ficando obrigado por todos os efeitos da fiança, durante sessenta dias após a notificação do credor.
A alternativa, portanto, está incorreta, porque o fiador pode, sempre que lhe convier, exonerar-se da fiança, ficando obrigado, de acordo com a redação legal, a suportar os efeitos da fiança até sessenta dias após a notificação do credor.
4 • Q312322      
Prova: FGV - 2013 - OAB - Exame de Ordem Unificado - X - Primeira Fase
Disciplina: Direito Civil | Assuntos: Contratos em Espécie;  Depósito, Mandato, Comissão, Agência e Distribuição ; 
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De acordo com o Código Civil, opera-se o mandato quando alguém recebe de outrem poderes para, em nome deste, praticar atos ou administrar interesses. Daniel outorgou a Heron, por instrumento público, poderes especiais e expressos, por prazo indeterminado, para vender sua casa na Rua da Abolição, em Salvador, Bahia. Ocorre que, três dias depois de lavrada e assinada a procuração, em viagem para um congresso realizado no exterior, Daniel sofre um acidente automobilístico e vem a falecer, quando ainda fora do país. Heron, no mesmo dia da morte de Daniel, ignorando o óbito, vende a casa para Fábio, que a compra, estando ambos de boa-fé. 
De acordo com a situação narrada, assinale a afirmativa correta. 
 a) A compra e venda é nula, em razão de ter cessado o mandato automaticamente, com a morte do mandante.
 b) A compra e venda é válida, em relação aos contratantes.
 c) A compra e venda é inválida, em razão de ter o mandato sido celebrado por prazo indeterminado, quando deveria, no caso, ter termo certo.
 d) A compra e venda é anulável pelos herdeiros de Daniel, que podem escolher entre corroborar o negócio realizado em nome do mandante falecido, revogá-lo, ou cobrar indenização do mandatário.
 Comentários do professor
Mariana Fittipaldi - Promotora de Justiça (MP/SP) e Mestra em Direito (PUC-Rio)
De acordo com o CC:
Art. 689. São válidos, a respeito dos contratantes de boa-fé, os atos com estes ajustados em nome do mandante pelo mandatário, enquanto este ignorar a morte daquele ou a extinção do mandato, por qualquer outra causa.
Alternativa “A”: está, portanto, incorreta, pois são válidos os atos ajustados pelo mandatário enquanto este ignorar a morte do mandante e as partes estiverem de boa-fé.
Alternativa “B”: está correta, é exatamente o que prevê o artigo 689, acima transcrito.
Alternativa “C”: a compra e venda é válida, não havendo qualquer problema no mandato ter sido celebrado por prazo indeterminado.
Alternativa “D”: a compra e venda realizada não é anulável pelos herdeiros de Daniel.  
5 • Q304863      
Prova: FGV - 2012 - OAB - Exame de Ordem Unificado - IX - Primeira Fase
Disciplina: Direito Civil | Assuntos: Contratos em Espécie;  Compra e Venda; 
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Marcelo firmou com Augusto contrato de compra e venda de imóvel, tendo sido instituindo no contrato o pacto de preempção. Acerca do instituto da preempção, assinale a afirmativa correta. 
 a) Trata-se de pacto adjeto ao contrato de compra e venda em que Marcelo se reserva ao direito de recobrar o imóvel vendido a Augusto no prazo máximo de 3 anos, restituindo o preço recebido e reembolsando as despesas do comprador.
 b) Trata-se de pacto adjeto ao contrato de compra e venda em que Marcelo impõe a Augusto a obrigação de oferecer a coisa quando vender, ou dar em pagamento, para que use de seu direito de prelação na compra, tanto por tanto.
 c) Trata-se de pacto adjeto ao contrato de compra e venda em que Marcelo reserva para si a propriedade do imóvel até o momento em que Augusto realize o pagamento integral do preço.
 d) Trata-se de pacto adjeto ao contrato de compra e venda em que Marcelo, enquanto constituir faculdade de exercício, poderá ceder ou transferir por ato inter vivos.
 Comentários do professor
Mariana Fittipaldi - Promotora de Justiça (MP/SP) e Mestra em Direito (PUC-Rio)
O pacto de preempção no contrato de compra e venda está previsto nos artigos 513 a 520, do Código Civil. Dispõe o CC que:
Art. 513. A preempção, ou preferência, impõe ao comprador a obrigação de oferecer ao vendedor a coisa que aquele vai vender, ou dar em pagamento, para que este use de seu direito de prelação na compra, tanto por tanto.
Parágrafo único. O prazo para exercer o direito de preferência não poderá exceder a cento e oitenta dias, se a coisa for móvel, ou a dois anos, se imóvel.
Trata-se de cláusula especial de um contrato de compra e venda, na qual o vendedor impõe ao comprador que, futuramente, se desejar vender a coisa, ofereça, primeiramente, em preferência, para ele a coisa.
A resposta correta, portanto, é a letra “b”.
A alternativa “a” traz hipótese de retrovenda, que está prevista no CC:
Art. 505. O vendedor de coisa imóvel pode reservar-se o direito de recobrá-la no prazo máximo de decadência de três anos, restituindo o preço recebido e reembolsando as despesas do comprador, inclusive as que, durante o período de resgate, se efetuaram com a sua autorização escrita, ou para a realização de benfeitorias necessárias.
A alternativa “c” traz hipótese de venda com reserva de domínio, que está prevista no CC:
Art. 521. Na venda de coisa móvel, pode o vendedor reservar para si a propriedade, até que o preço esteja integralmente pago.
A alternativa “d”, finalmente, não se refere ao pacto de preempção porque este não pode ser cedido ou transferido.
  Art. 520. O direito de preferência não se pode ceder nem passa aos herdeiros.
6 • Q304866      
Prova: FGV - 2012 - OAB - Exame de Ordem Unificado - IX - Primeira Fase
Disciplina: Direito Civil | Assuntos: Contratos em Espécie;  Compra e Venda;  Dos Contratos em Geral; 
Parte superior do formulário
Em 12.09.12, Sílvio adquiriu de Maurício, por contrato particular de compra e venda, um automóvel, ano 2011, por R$ 34.000,00 (trinta e quatromil reais). Vinte dias após a celebração do negócio, Sílvio tomou conhecimento que o veículo apresentava avarias na suspensão dianteira, tornando seu uso impróprio pela ausência de segurança. 
Considerando que o vício apontado existia ao tempo da contratação, de acordo com a hipótese acima e as regras de direito civil, assinale a afirmativa correta.
 a) Sílvio terá o prazo de doze meses, após o conhecimento do defeito, para reclamar a Maurício o abatimento do preço pago ou desfazimento do negócio jurídico em virtude do vício oculto.
 b) Mauricio deverá restituir o valor recebido e as despesas decorrentes do contrato se, no momento da venda, desconhecesse o defeito na suspensão dianteira do veículo.
 c) Caso Silvio e Maurício estabeleçam no contrato cláusula de garantia pelo prazo de 90 dias, o prazo decadencial legal para reclamação do vício oculto correrá independentemente do prazo da garantia estipulada.
 d) Caso Silvio e Mauricio tenham inserido no contrato de compra e venda cláusula que exclui a responsabilidade de Mauricio pelo vício oculto, persistirá a irresponsabilidade de Maurício mesmo que este tenha agido com dolo positivo.
 Comentários do professor
Mariana Fittipaldi - Promotora de Justiça (MP/SP) e Mestra em Direito (PUC-Rio)
Os vícios redibitórios ou ocultos encontram-se previstos no CC nos seguintes artigos:
Art. 441. A coisa recebida em virtude de contrato comutativo pode ser enjeitada por vícios ou defeitos ocultos, que a tornem imprópria ao uso a que é destinada, ou lhe diminuam o valor.
Parágrafo único. É aplicável a disposição deste artigo às doações onerosas.
Art. 442. Em vez de rejeitar a coisa, redibindo o contrato (art. 441), pode o adquirente reclamar abatimento no preço.
Art. 443. Se o alienante conhecia o vício ou defeito da coisa, restituirá o que recebeu com perdas e danos; se o não conhecia, tão-somente restituirá o valor recebido, mais as despesas do contrato.
Art. 444. A responsabilidade do alienante subsiste ainda que a coisa pereça em poder do alienatário, se perecer por vício oculto, já existente ao tempo da tradição.
Art. 445. O adquirente decai do direito de obter a redibição ou abatimento no preço no prazo de trinta dias se a coisa for móvel, e de um ano se for imóvel, contado da entrega efetiva; se já estava na posse, o prazo conta-se da alienação, reduzido à metade.
§ 1o Quando o vício, por sua natureza, só puder ser conhecido mais tarde, o prazo contar-se-á do momento em que dele tiver ciência, até o prazo máximo de cento e oitenta dias, em se tratando de bens móveis; e de um ano, para os imóveis.
§ 2o Tratando-se de venda de animais, os prazos de garantia por vícios ocultos serão os estabelecidos em lei especial, ou, na falta desta, pelos usos locais, aplicando-se o disposto no parágrafo antecedente se não houver regras disciplinando a matéria.
Art. 446. Não correrão os prazos do artigo antecedente na constância de cláusula de garantia; mas o adquirente deve denunciar o defeito ao alienante nos trinta dias seguintes ao seu descobrimento, sob pena de decadência.
Assim sendo, temos que:
A alternativa “a” está incorreta, pois de acordo com o artigo 445, parágrafo 1º, o prazo para reclamar do vício é de trinta dias no caso de bens móveis e não de doze meses.
A alternativa “b” está correta, pois se o alienante desconhecia o vício deverá restituir o valor recebido mais as despesas do contrato, consoante o artigo 443.
A alternativa “c” está incorreta porque o prazo previsto no artigo 445 não correrá se for estabelecida cláusula de garantia pelas partes. Assim, primeiro correrá o prazo da cláusula de garantia e, depois, terá início o prazo previsto em lei. Contudo, prevê o artigo 446 acima transcrito que, apesar do prazo de decadência não correr, deverá o adquirente denunciar o defeito ao alienante nos trinta dias seguintes ao seu descobrimento, sob pena de decadência.
A alternativa “d”, finalmente, está incorreta porque, se Maurício conhecia o vício e agiu com dolo na venda do bem, ainda que tenham estabelecido cláusula que exclui sua responsabilidade, ela não valerá, devendo Maurício responder nos termos do artigo 443, restituindo ao adquirente o que recebeu mais perdas e danos.
7 • Q253830      
Prova: FCC - 2012 - DPE-PR - Defensor Público
Disciplina: Direito Civil | Assuntos: Contratos em Espécie; 
Parte superior do formulário
Sobre o Direito Contratual, é correto afirmar: 
 a) O locatário deverá ser indenizado pelas benfeitorias úteis realizadas no imóvel locado, ainda que não expressamente autorizadas pelo locador, tendo em vista ser inválida a cláusula que dispõe sobre a renúncia à indenização destas obras, nos termos da jurisprudência majoritária.
 b) A sustação da compra e venda, por culpa do adquirente, após a pactuação de arras confirmatórias, dá ensejo ao desfazimento do negócio com a retenção do sinal, permitindo, ainda, que o vendedor requeira indenização suplementar se provar a ocorrência de prejuízo maior que o valor das arras.
 c) A fiança prestada por pessoa física em contrato de locação firmado por seu irmão, sem autorização de sua esposa, é eficaz apenas com relação ao fiador.
 d) Com relação à dívida pessoal, o proprietário do imóvel poderá opor a impenhorabilidade da sua vaga de garagem, devidamente registrada, na condição de bem de família. 
 e) A empresa X, ao prever e cobrar antecipadamente o Valor Residual Garantido (VRG) do contrato de arrendamento mercantil firmado por pessoa física, acaba transformando a pactuação em compra e venda a prestação. 
 Comentários do professor
Mariana Fittipaldi - Promotora de Justiça (MP/SP) e Mestra em Direito (PUC-Rio)
Alternativa “a”: Segundo o CC:
Art. 578. Salvo disposição em contrário, o locatário goza do direito de retenção, no caso de benfeitorias necessárias, ou no de benfeitorias úteis, se estas houverem sido feitas com expresso consentimento do locador.
A jurisprudência do TJPR a respeito também é no sentido de que não são indenizáveis as benfeitorias úteis realizadas pelo locatário sem consentimento do locador. Vejamos:
	TJPR - Processo:
	AC 2080479 PR Apelação Cível - 0208047-9
	Relator(a):
	Edvino Bochnia
	Julgamento:
	23/10/2003
	Órgão Julgador:
	Decima Câmara Cível (extinto TA)
	Publicação:
	14/11/2003 DJ: 6498
Ementa: O CÍVEL - INDENIZAÇÃO - BENFEITORIAS ÚTEIS REALIZADAS PELO LOCATÁRIO - AUSÊNCIA DE AUTORIZAÇÃO EXPRESSA DO LOCADOR - HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS - MINORAÇÃO - ART. 20 , § 4º DO CPC - PARCIAL PROVIMENTO. 1. O locatário deve comunicar o locador e dele ter autorização expressa para realizar as benfeitorias úteis no imóvel locado, sem a qual, não caberá a indenização pleiteada. 2. Tendo em vista a simplicidade e rapidez do presente feito, bem como a ausência de grandes esforços na defesa da demanda, a verba honorária deve ser minorada, devendo ser observado o disposto no art. 20 , § 4º do CPC .
Portanto, a alternativa “a” está incorreta.
Alternativa “b”: Segundo o CC:
Art. 419. A parte inocente pode pedir indenização suplementar, se provar maior prejuízo, valendo as arras como taxa mínima. Pode, também, a parte inocente exigir a execução do contrato, com as perdas e danos, valendo as arras como o mínimo da indenização.
A alternativa “b” está, portanto, correta, já que traz exatamente o que está previsto no artigo 49, do CC.
Alternativa “C”: De acordo com o CC:
Art. 1.647. Ressalvado o disposto no art. 1.648, nenhum dos cônjuges pode, sem autorização do outro, exceto no regime da separação absoluta:
I - alienar ou gravar de ônus real os bens imóveis;
II - pleitear, como autor ou réu, acerca desses bens ou direitos;
III - prestar fiança ou aval;
IV - fazer doação, não sendo remuneratória, de bens comuns, ou dos que possam integrar futura meação.
Parágrafo único. São válidas as doações nupciais feitas aos filhos quando casarem ou estabelecerem economia separada.
Além disso, segundo a Súmula 332, do STJ: “A fiança prestada sem autorização de um dos cônjuges implica a ineficácia total da garantia.”
Destarte,a alternativa “c” está errada.
Alternativa “d”: Foi publicada na sessão de notícias do STJ a seguinte notícia:
“Agora é súmula: vaga de garagem com registro próprio pode ser penhorada”
“A Corte Especial do Superior Tribunal de Justiça (STJ) aprovou a edição de súmula sobre a possibilidade de penhora da vaga de garagem que tenha registro próprio. A nova súmula recebeu o número 449.
O novo verbete tem como referência as leis n. 8.009, de 29/3/1990, e n. 4.591, de 16/12/1964. A primeira trata da impenhorabilidade do bem de família, e a segunda dispõe sobre o condomínio em edificações e as incorporações imobiliárias.
A súmula 449, cujo relator é o ministro Aldir Passarinho Junior, recebeu a seguinte redação: “A vaga de garagem que possui matrícula própria no registro de imóveis não constitui bem de família para efeito de penhora”.
Precedentes tanto das turmas da Primeira Seção, responsável pela apreciação das causas envolvendo direito público, quanto das da Segunda Seção, que julga as questões relativas a direito privado, embasam a súmula. O mais antigo deles data de 1994 e teve como relator o ministro Milton Luiz Pereira.
No recurso (REsp 23.420), apresentado pelo estado do Rio Grande do Sul contra um casal, a Primeira Turma decidiu que o box de estacionamento, como objeto de circulação econômica, desligado do principal, pode ser vendido, permutado ou cedido a outro condômino, saindo da propriedade de um para o outro, continuando útil à sua finalidade de uso, visto que não está sob o domínio da comunhão geral, mas identificado como unidade autônoma. Nessa condição, é penhorável para garantia de execução, sem as restrições apropriadas ao imóvel de moradia familiar. O julgamento foi unânime”.
                        Portanto, de acordo com a Súmula 449, do STJ: “A vaga de garagem que possui matrícula própria no registro de imóveis não constitui bem de família para efeito de penhora”.
                Assim, a alternativa “d” está incorreta.
            Alternativa “e”: A Súmula 263, do STJ, que dispunha: "a cobrança antecipada do valor residual descaracteriza o contrato de leasing, transformando-o em compra e venda a prestação” foi cancelada. Portanto, a alternativa “e” está incorreta.  
8 • Q253831      
Prova: FCC - 2012 - DPE-PR - Defensor Público
Disciplina: Direito Civil | Assuntos: Contratos em Espécie;  Compra e Venda;  Locação de Coisas;  Corretagem, Transporte, Seguro, Constituição de Renda, Jogo e Aposta e Fiança; 
Parte superior do formulário
É correto afirmar: 
 a) Pessoa que, por simples cortesia, transportava seu colega na saída do trabalho, vindo a colidir seu veículo com caminhão, por culpa leve, causando grave lesão no colega transportado, será civilmente responsável por estes danos. 
 b) O contrato de empréstimo somente poderá ser revisado pela teoria da imprevisão se houver desproporção da prestação derivada de motivo imprevisível ocorrido no momento funcional da relação contratual.
 c) O promitente comprador do imóvel, pertencente a proprietário registral, não terá direito à adjudicação compulsória se o compromisso de compra e venda não estiver registrado no cartório de imóveis, ainda que o contrato esteja devidamente quitado. 
 d) O contratante, que contrata alguém para a troca de telhas de sua casa, não tem de garantir a segurança do contratado, exceto se tal dever estiver expresso no pacto firmado.
 e) Contrato de locação de imóvel, expressamente firmado para exploração de jogo ilegal, é tido como inexistente, em razão da ilicitude do objeto. 
 Comentários do professor
Mariana Fittipaldi - Promotora de Justiça (MP/SP) e Mestra em Direito (PUC-Rio)
Alternativa “a”: Segundo a Súmula 145, do STJ: “No transporte desinteressado, de simples cortesia, o transportador só será civilmente responsável por danos causados ao transportado quando incorrer em dolo ou culpa grave”. Portanto, em caso de culpa leve não há responsabilidade civil do transportador, sendo a alternativa “a” incorreta.
Alternativa “b”: De acordo com o CC:
Art. 478. Nos contratos de execução continuada ou diferida, se a prestação de uma das partes se tornar excessivamente onerosa, com extrema vantagem para a outra, em virtude de acontecimentos extraordinários e imprevisíveis, poderá o devedor pedir a resolução do contrato. Os efeitos da sentença que a decretar retroagirão à data da citação.
Assim sendo, a alternativa “b” está correta.
Alternativa “c”: Consoante a Súmula 239, do STJ: “O direito à adjudicação compulsória não se condiciona ao registro do compromisso de compra e venda no cartório de imóveis.”
Portanto, a alternativa está incorreta.
Alternativa “d”: De acordo com a jurisprudência, prevalece a responsabilidade civil do contratante pela segurança do contratado, razão pela qual a alternativa está incorreta. Vejamos:
Apelação Cível Nº 70018321190, Quinta Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Paulo Sérgio Scarparo, Julgado em 07/03/2007
Ementa:RESPONSABILIDADE CIVIL. CONTRATAÇÃO DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇO. AUSÊNCIA DE EQUIPAMENTOS DE SEGURANÇA. RESPONSABILIDADE DO CONTRATANTE PELO EVENTO DANOSO. VERIFICADA. AUSÊNCIA DE FISCALIZAÇAO E VIGILÂNCIA NA EXECUÇÃO DA TAREFA. CULPA CONCORRENTE. VERIFICADA. PENSIONAMENTO. DEVIDO. DANO MORAL PURO, CONFIGURADO. QUANTUM. CRITÉRIOS PARA FIXAÇÃO. MAJORAÇÃO. Mostra-se responsável a empresa tomadora de serviço por danos sofridos pelo prestador, quando autorizado - tacitamente que seja - a executar tarefa sem equipamentos mínimos de segurança. Caso em que a ausência de fiscalização e vigilância da execução do trabalho acarretou a queda do prestador de serviço, que culminou com sua posterior morte. De igual sorte, concorre com culpa o prestador de serviço que não adota condutas mínimas de segurança no desempenho de sua atividade, razão pela qual se impõe reconhecer a concorrência de culpa no caso em tela. O pensionamento é devido aos familiares, descontado 1/5, relativamente às despesas pessoais da vítima.
Alternativa “e”: De acordo com o CC:
Art. 104. A validade do negócio jurídico requer:
I - agente capaz;
II - objeto lícito, possível, determinado ou determinável;
III - forma prescrita ou não defesa em lei.
O contrato existe, mas não é válido, pois seu objeto é ilícito.  
9 • Q253833      
Prova: FCC - 2012 - DPE-PR - Defensor Público
Disciplina: Direito Civil | Assuntos: Contratos em Espécie;  Empréstimo: Comodato e Mútuo; 
Parte superior do formulário
Marcelo firmou contrato de mútuo feneratício com João e José, pelo qual emprestou cinco mil reais para cada um, a fim de que os mesmos iniciassem um pequeno comércio. Neste caso, 
 a) não havendo estipulação de juros, estes não serão presumidos. 
 b) em se tratando de contrato civil, é válida a previsão de juros capitalizados anualmente, ainda que sem taxa estipulada, quando então estes encargos serão fixados segundo a taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia (SELIC). 
 c) em sendo prevista a solidariedade passiva, e sendo inadimplidas as prestações por José, Marcelo deverá primeiramente requerer o pagamento deste, para depois acionar João. 
 d) o contrato é existente, eis que possui objeto idôneo, qual seja, bem infungível. 
 e) verificada a inviabilidade do comércio de João e José, indicando mudança na situação econômica dos mutuários, antes do vencimento da prestação Marcelo não pode exigir garantia da restituição dos valores emprestados.
 Comentários do professor
Mariana Fittipaldi - Promotora de Justiça (MP/SP) e Mestra em Direito (PUC-Rio)
O mútuo feneratício pode ser definido como sendo o mútuo oneroso, comum no empréstimo em dinheiro. Ele é tratado pelo artigo 591, do CC.
Passaremos, assim, à análise das alternativas:
Alternativa “a”: De acordo com o artigo 591, do CC:
Art. 591. Destinando-se o mútuo a fins econômicos, presumem-se devidos juros, os quais, sob pena de redução, não poderão exceder a taxa a que se refere o art. 406, permitida a capitalização anual.
Portanto, no mútuo feneratício, ainda que não haja previsão de juros,estes serão presumidos. A alternativa está, portanto, incorreta.
Alternativa “b”: Consoante já analisado do no artigo 591, do CC, os juros são devidos no contrato de mútuo feneratício, sendo permitida a capitalização anual. Entretanto, os juros não poderão exceder a taxa a que se refere o artigo 406:
Art. 406. Quando os juros moratórios não forem convencionados, ou o forem sem taxa estipulada, ou quando provierem de determinação da lei, serão fixados segundo a taxa que estiver em vigor para a mora do pagamento de impostos devidos à Fazenda Nacional.
A taxa a que se refere o artigo 406, do CC vem sendo considerada pela Jurisprudência como sendo a taxa SELIC. Entretanto, há julgados que consideram que a taxa mencionada pelo artigo 406 é aquela prevista no artigo 161, parágrafo 1º, do Código Tributário Nacional, que corresponde à taxa de 1% ao mês (ou 12% ao ano). Nesse sentido, inclusive, é o enunciado doutrinário 20 da I Jornada de Direito Civil, que dispõe:
“A taxa de juros moratórios a que se refere o artigo 406 é a do art. 161, par. 1º, do CTN, ou seja, 1% (um por cento) ao mês. A utilização da taxa SELIC como índice de apuração dos juros legais não é juridicamente segura, porque impede o prévio conhecimento dos juros; não é operacional, porque o seu uso será inviável sempre que se calcularem somente juros ou somente correção monetária; é incompatível com a regra do art. 591 do novo CC, que permite apenas a capitalização anual dos juros, e pode ser incompatível com o art. 192, par. 3º, da Constituição Federal, se resultarem juros reais superiores a 12% ao ano”.
Apesar de alguns julgados do STJ aplicarem essa corrente trazida pelo enunciado, há também forte orientação jurisprudencial no sentido de que a taxa de referência é a SELIC.
Portanto, a alternativa “b” pode ser considerada correta.
Alternativa “c”: Sobre a solidariedade passiva dispõe o CC:
Art. 275. O credor tem direito a exigir e receber de um ou de alguns dos devedores, parcial ou totalmente, a dívida comum; se o pagamento tiver sido parcial, todos os demais devedores continuam obrigados solidariamente pelo resto.
Parágrafo único. Não importará renúncia da solidariedade a propositura de ação pelo credor contra um ou alguns dos devedores.
Assim sendo, a alternativa “c” está incorreta, já que Marcelo pode exigir a dívida diretamente de João, sem necessidade de obedecer uma ordem.
Alternativa “d”: Consoante o CC:
Art. 586. O mútuo é o empréstimo de coisas fungíveis. O mutuário é obrigado a restituir ao mutuante o que dele recebeu em coisa do mesmo gênero, qualidade e quantidade.
Quer dizer, o mútuo é o empréstimo de coisas fungíveis e não infungíveis, como descrito na questão, razão pela qual o item “d” está incorreto.
Alternativa “e”: Em caso de mudança na situação econômica do mutuário, o mutuante, segundo o CC, pode exigir garantia de restituição, ainda que antes do vencimento. Vejamos:
Art. 590. O mutuante pode exigir garantia da restituição, se antes do vencimento o mutuário sofrer notória mudança em sua situação econômica.
 Assim, a alternativa “e” está incorreta.Parte inferior do formulário
  
10 • Q248634      
Prova: CESPE - 2012 - AGU - Advogado
Disciplina: Direito Civil | Assuntos: Contratos em Espécie;  Depósito, Mandato, Comissão, Agência e Distribuição ;  Prestação de Serviços e Empreitada; 
Parte superior do formulário
No que se refere a contrato de prestação de serviço e mandato, julgue os itens que se seguem.
O objeto do contrato de prestação de serviço pode ser tanto uma atividade material quanto intelectual, sendo necessário, para que o contrato seja válido, o estabelecimento de determinação específica da natureza da atividade.
 Certo       Errado
 Comentários do professor
Mariana Fittipaldi - Promotora de Justiça (MP/SP) e Mestra em Direito (PUC-Rio)
A primeira parte da assertiva acima está correta, ou seja, o contrato de prestação de serviço pode ser tanto uma atividade material como intelectual. A segunda parte é que contém erro. Isso porque, não é necessário para a validade do contrato que se estabeleça especificamente a natureza da atividade. Vejamos a redação do Código Civil a respeito:
“Art. 594. Toda a espécie de serviço ou trabalho lícito, material ou imaterial, pode ser contratada mediante retribuição.”
“Art. 601. Não sendo o prestador de serviço contratado para certo e determinado trabalho, entender-se-á que se obrigou a todo e qualquer serviço compatível com as suas forças e condições.”
RESPOSTA: ERRADO  
11 • Q261983      
Prova: FGV - 2012 - OAB - Exame de Ordem Unificado - VII - Primeira Fase
Disciplina: Direito Civil | Assuntos: Contratos em Espécie;  Empréstimo: Comodato e Mútuo;  Dos Contratos em Geral; 
Parte superior do formulário
O policial militar Marco Antônio é proprietário de uma casa de  praia, localizada no balneário de Guarapari/ES. Por ocasião de  seu  exercício  profissional  na  cidade  de  Vitória/ES,  a  casa  de  praia foi emprestada ao seu primo Fabiano, que lá reside com  sua família há mais de três anos. Ocorre que, por interesse da  administração pública, Marco Antônio  foi  removido de ofício  para a cidade de Guarapari/ES. Diante de  tal situação, Marco  Antônio decidiu notificar extrajudicialmente o primo para que  este  desocupe  a  referida  casa  no  prazo  improrrogável  de  30  dias.   Considerando  a  situação  hipotética,  assinale  a  alternativa  correta. 
 a) O contrato  firmado verbalmente entre Marco Antônio e Fabiano é o comodato e a fixação do prazo mínimo de 30 dias  para  desocupação  do  imóvel  encontra-se  expressa em lei. 
 b) Conforme  entendimento  pacífico  do  STJ,  a  notificação  extrajudicial  para  desocupação  de  imóvel  dado  em  comodato  verbal  por  prazo  indeterminado  é  imprescindível para a reintegração da posse.  
 c) A espécie de empréstimo firmado entre Marco Antônio e  Fabiano  é  o  mútuo,  pois  recai  sobre  bem  imóvel  inconsumível.  Nesta  modalidade  de  contrato,  a  notificação extrajudicial para a restituição do bem, por si  só,  coloca  o  mutuário  em  mora  e  obriga-o  a  pagar  aluguel da coisa até sua efetiva devolução. 
 d) Tratando-se  de  contrato  firmado  verbalmente  e  por  prazo  indeterminado, Marco  Antônio  pode  colocar  fim  ao  contrato  a  qualquer  momento,  sem  ter  que  apresentar  motivo,  em  decorrência  da  aplicação  das  regras da chamada denúncia vazia. 
 Comentários do professor
Mariana Fittipaldi - Promotora de Justiça (MP/SP) e Mestra em Direito (PUC-Rio)
 
a) O contrato  firmado verbalmente entre Marco Antônio e Fabiano é o comodato e a fixação do prazo mínimo de 30 dias  para  desocupação  do  imóvel  encontra-se  expressa em lei. 
Errada: não há prazo previsto em lei.
b) Conforme  entendimento  pacífico  do  STJ,  a  notificação  extrajudicial  para  desocupação  de  imóvel  dado  em  comodato  verbal  por  prazo  indeterminado  é  imprescindível para a reintegração da posse.  
Errada: A notificação extrajudicial não é imprescindível para a reintegração de posse. Basta que se notifique o comodatário, não se exigindo a forma extrajudicial para tanto.
c) A espécie de empréstimo firmado entre Marco Antônio e  Fabiano  é  o  mútuo,  pois  recai  sobre  bem  imóvel  inconsumível.  Nesta  modalidade  de  contrato,  a  notificação extrajudicial para a restituição do bem, por si  só,  coloca  o  mutuário  em  mora  e  obriga-o  a  pagar  aluguel da coisa até sua efetiva devolução. 
Errada: O contrato entre eles não é de mútuo, pois o imóvel não é fungível. Vejamos a definição de mútuo conforme o Código Civil:
Art. 586. O mútuo é o empréstimo de coisas fungíveis. O mutuário é obrigado a restituir ao mutuante o que dele recebeu em coisa do mesmo gênero, qualidade e quantidade.
d) Tratando-se  de  contrato  firmado  verbalmente  e  por  prazo  indeterminado, Marco  Antônio  pode  colocar  fim  ao  contrato  a  qualquer  momento,  sem  ter  que  apresentar  motivo,  em  decorrência  da  aplicação  das  regras da chamada denúncia vazia.
Correta:É o que o STJ reconhece no seguinte julgado:
Bem cedido em comodato por prazo indeterminado pode ser pedido pelo proprietário a qualquer momento
O bem cedido em contrato de comodato (empréstimo sem ônus) por prazo indeterminado pode ser requerido a qualquer momento por seus proprietários, sem que se precise justificar necessidades imprevistas e urgentes. Esse foi o entendimento da Quarta Turma do Superior Tribunal de Justiça que, por maioria, rejeitou o recurso do casal Antônio Sebastião e Augusta de Oliveira. Em julho de 1976, Orlando Resende e sua esposa Therezinha Maria de Alencar Resende cederam a Sebastião e Augusta de Oliveira uma casa no bairro Floramar, em Belo Horizonte. O empréstimo do imóvel foi feito em um contrato de comodato por tempo indeterminado, prevendo que, para requererem a posse da casa, seus donos apenas precisariam notificar os moradores com a antecedência de 30 dias. Passaram-se 21 anos e, em janeiro de 1997, os proprietários, por meio de uma notificação, pediram a casa de volta, mas o casal Oliveira não desocupou o imóvel. Então, Orlando e Therezinha entraram com uma ação de reintegração de posse. Sebastião e Augusta defenderam-se alegando que a intenção do pai de Orlando ao ceder o imóvel à Augusta era de que ela o utilizasse até a sua morte. O juízo de primeiro grau não aceitou a defesa, afirmando que não há comodato perpétuo e determinou a reintegração da posse em 30 dias, a serem contados a partir da última data para recurso, e o pagamento de aluguel pelo tempo que excedesse o prazo fixado pela notificação. O casal Oliveira apelou ao Tribunal de Alçada de Minas Gerais, que negou o pedido. O casal, então, recorreu ao STJ afirmando que, no caso do comodato por prazo indeterminado, o comodante que pretende a retomada do bem deve provar a necessidade imprevista e urgente. Sebastião e Augusta também defenderam a retenção do bem em razão das benfeitorias realizadas. O ministro Barros Monteiro rejeitou o recurso do casal Oliveira, divergindo do voto do relator, ministro Sálvio de Figueiredo. Segundo Barros Monteiro, a notificação é suficiente para a devolução da casa aos seus proprietários. O voto divergente foi seguido pelos ministros Aldir Passarinho e César Asfor Rocha, que acrescentou: vinte e poucos anos depois, quando os comodantes precisaram do imóvel, agiram de acordo com o pactuado. Fizeram uma notificação aos comodatários, dando-lhes o prazo de 30 dias para a desocupação do imóvel.
Fonte:http://www.stj.gov.br/portal_stj/publicacao/engine.wsp?tmp.area=368&tmp.texto=65203
RESPOSTA “D”  
12 • Q242169      
Prova: FCC - 2012 - DPE-SP - Defensor Público
Disciplina: Direito Civil | Assuntos: Contratos em Espécie;  Depósito, Mandato, Comissão, Agência e Distribuição ; 
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Maria Aparecida, viúva, apresentando os primeiros sintomas de Alzheimer, mas ainda no domínio pleno de suas faculdades mentais, temendo a iminente perda de sua capacidade civil, outorga instrumento de mandato com poderes especiais e expressos para sua única filha, autorizando-a a alienar seu único bem imóvel para custear seu futuro tratamento. Durante as tratativas iniciais para alienação do imóvel, sem assunção formal de quaisquer obrigações, sobrevém a interdição da primeira, nomeando-se curadora pessoa diversa da mandatária e reconhecendo- se, por perícia médica, que a incapacidade ocorrera em data superveniente à outorga do mandato. Nesse caso, 
 a) não será possível a outorga da escritura pela mandatária, uma vez que a incapacidade do mandante faz cessar o contrato de mandato.
 b) será possível a outorga da escritura pela mandatária, uma vez que a lei autoriza autocuratela antecipada.
 c) será possível a outorga, pois trata-se de conclusão de ato jurídico iniciado, havendo perigo na demora.
 d) será possível a conclusão do negócio pela própria mandante, uma vez que o mandato que contém poderes de cumprimento ou confirmação de negócios encetados, aos quais se ache vinculado, é irrevogável.
 e) não será possível a conclusão do negócio pela mandatária, já que após a interdição somente o curador nomeado poderia praticar tal ato, independente de autorização judicial.
 Comentários do professor
Mariana Fittipaldi - Promotora de Justiça (MP/SP) e Mestra em Direito (PUC-Rio)
É o que dispõe expressamente o art. 682, inciso II, do Código Civil:
Art 682. Cessa o mandato:
II - pela morte ou interdição de uma das partes.
RESPOSTA: A 
Mariana Fittipaldi - Promotora de Justiça (MP/SP) e Mestra em Direito (PUC-Rio)
Alternativa “a”:
 De acordo com o CC:
Art. 682. Cessa o mandato:
I - pela revogação ou pela renúncia;
II - pela morte ou interdição de uma das partes;
III - pela mudança de estado que inabilite o mandante a conferir os poderes, ou o mandatário para os exercer;
IV - pelo término do prazo ou pela conclusão do negócio.
Destarte, a alternativa “a” está correta, pois o mandato cessa pela interdição de uma das partes, não sendo possível completar o negócio jurídico que se iniciou.
Alternativa “b”:
Não há autocuratela antecipada. Ademais, a curatela somente é concedida judicialmente, após rigoroso procedimento.
A alternativa está, portanto, incorreta.
Alternativa “c”:
Não é possível a conclusão do negócio, pois as tratativas iniciais nem mesmo configuraram a assunção de obrigação formal, conforme exposto na questão. Dessa forma, não havia nenhuma obrigação previamente assumida, passível de ser exigida. Por isso, a alternativa “c” está incorreta.
Alternativa “d”: está incorreta, pois o mandato é revogável e, como já visto, a interdição faz cessar o mandato.
Alternativa “e”: também está incorreta. O mandato cessou com a interdição. A partir daí, eventual necessidade de vender bens da interditanda dependerá de autorização judicial.  
13 • Q224808      
Prova: FGV - 2012 - OAB - Exame de Ordem Unificado - VI - Primeira Fase
Disciplina: Direito Civil | Assuntos: Contratos em Espécie;  Troca ou Permuta, Contrato Estimatório e Doação;  Dos Contratos em Geral; 
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Marcelo, brasileiro, solteiro, advogado, sem que tenha qualquer impedimento para doar a casa de campo de sua livre propriedade, resolve fazê-lo, sem quaisquer ônus ou encargos, em benefício de Marina, sua amiga, também absolutamente capaz. Todavia, no âmbito do contrato de doação, Marcelo estipula cláusula de reversão por meio da qual o bem doado deverá se destinar ao patrimônio de Rômulo, irmão de Marcelo, caso Rômulo sobreviva à donatária. A respeito dessa situação, é correto afirmar que 
 a) diante de expressa previsão legal, não prevalece a cláusula de reversão estipulada em favor de Rômulo.
 b) no caso, em razão de o contrato de doação, por ser gratuito, comportar interpretação extensiva, a cláusula de reversão em favor de terceiro é válida.
 c) a cláusula em exame não é válida em razão da relação de parentesco entre o doador, Marcelo, e o terceiro beneficiário, Rômulo.
 d) diante de expressa previsão legal, a cláusula de reversão pode ser estipulada em favor do próprio doador ou de terceiro beneficiário por aquele designado, caso qualquer deles, nessa ordem, sobreviva ao donatário.
 Comentários do professor
Mariana Fittipaldi - Promotora de Justiça (MP/SP) e Mestra em Direito (PUC-Rio)
De acordo com o CC:
Art. 547. O doador pode estipular que os bens doados voltem ao seu patrimônio, se sobreviver ao donatário.
Parágrafo único. Não prevalece cláusula de reversão em favor de terceiro.
Portanto, o doador não pode estipular que o bem doado reverta em favor de terceiro, mas somente pode determine que volte ao seu próprio patrimônio.
Assim sendo, a alternativa correta é a letra “a”.
Por esta razão, analisando as alternativas apresentadas, a correta é aletra “a”.
14 • Q213701      
Prova: FGV - 2011 - OAB - Exame de Ordem Unificado - V - Primeira Fase
Disciplina: Direito Civil | Assuntos: Contratos em Espécie;  Empréstimo: Comodato e Mútuo;  Dos Contratos em Geral; 
Parte superior do formulário
Em instrumento particular, subscrito por duastestemunhas, um menor de 16 anos, sem bens, não estabelecido com economia própria nem exercendo atividade laborativa e sendo apenas estudante do curso secundário, tomou por empréstimo a uma vizinha, sua amiga, a quantia de R$ 5.000,00 (cinco mil reais) para participar de uma campanha de doação de fundos para seu time de futebol, autorizando que a referida mutuante entregasse, em nome do mutuário, a referida importância diretamente ao clube esportivo, o que foi feito. Não foi fixado prazo para pagamento do mútuo, nem houve previsão de juros, exigindo, entretanto, a credora, a fiança de dois amigos do mutuário, solteiros, maiores e capazes. Recusando-se a pagar o empréstimo, foram procurados o pai e a mãe do mutuário, os quais se negaram a ratificar o empréstimo e se negaram a honrá-lo, sob o argumento de que não o haviam autorizado. Em face disso, assinale a alternativa correta. 
 a) Esse mútuo não pode ser reavido nem do mutuário, nem de seus fiadores.
 b) Presumem-se devidos os juros pelo mutuário e por seus fiadores.
 c) Esse mútuo é uma obrigação que apenas vincula o menor e, assim, quando vencido e não restituído, poderá ser cobrado apenas do mutuário, não sendo exigível dos fiadores, perante os quais é absolutamente ineficaz.
 d) Não é válida, no caso, a negativa dos pais em honrar o empréstimo, que poderá ser cobrado deles, mas sem juros.
 Comentários do professor
Mariana Fittipaldi - Promotora de Justiça (MP/SP) e Mestra em Direito (PUC-Rio)
 
a) Esse mútuo não pode ser reavido nem do mutuário, nem de seus fiadores.
Correta: Trata-se de previsão expressa do CC:
Art. 588. O mútuo feito a pessoa menor, sem prévia autorização daquele sob cuja guarda estiver, não pode ser reavido nem do mutuário, nem de seus fiadores.
Art. 589. Cessa a disposição do artigo antecedente:
I - se a pessoa, de cuja autorização necessitava o mutuário para contrair o empréstimo, o ratificar posteriormente;
II - se o menor, estando ausente essa pessoa, se viu obrigado a contrair o empréstimo para os seus alimentos habituais;
III - se o menor tiver bens ganhos com o seu trabalho. Mas, em tal caso, a execução do credor não lhes poderá ultrapassar as forças;
IV - se o empréstimo reverteu em benefício do menor;
V - se o menor obteve o empréstimo maliciosamente.
b) Presumem-se devidos os juros pelo mutuário e por seus fiadores.
c) Esse mútuo é uma obrigação que apenas vincula o menor e, assim, quando vencido e não restituído, poderá ser cobrado apenas do mutuário, não sendo exigível dos fiadores, perante os quais é absolutamente ineficaz.
d) Não é válida, no caso, a negativa dos pais em honrar o empréstimo, que poderá ser cobrado deles, mas sem juros.
 
15 • Q201168      
Prova: FGV - 2011 - OAB - Exame de Ordem Unificado - IV - Primeira Fase
Disciplina: Direito Civil | Assuntos: Contratos em Espécie;  Corretagem, Transporte, Seguro, Constituição de Renda, Jogo e Aposta e Fiança; 
Parte superior do formulário
Gustavo tornou-se fiador do seu amigo Henrique, em razão de operação de empréstimo bancário que este tomou com o Banco Pechincha. No entanto, Gustavo, apreensivo, descobriu que Henrique está desempregado há algum tempo e que deixou de pagar várias parcelas do referido empréstimo. Sem o consentimento de Gustavo, Henrique e o Banco Pechincha aditaram o contrato original, tendo sido concedida moratória a Henrique. Com base no relato acima e no regime legal do contrato de fiança, assinale a alternativa correta. 
 a) Por ter a fiança o objetivo de garantir o débito principal, sendo acessória a este, deve ela ser de valor igual ao da obrigação principal e ser contraída nas mesmas condições de onerosidade de tal obrigação. 
 b) Gustavo não poderá exonerar-se da fiança que tiver assinado sem limitação de tempo, ficando obrigado por todos os efeitos da fiança até o efetivo pagamento do débito principal. 
 c) A concessão da moratória pelo Banco Pechincha a Henrique, tal como narrado, não tem o condão de desobrigar o fiador. 
 d) Se o Banco Pechincha, sem justa causa, demorar a execução iniciada contra Henrique, poderá Gustavo promover-lhe o andamento.
 Comentários do professor
Mariana Fittipaldi - Promotora de Justiça (MP/SP) e Mestra em Direito (PUC-Rio)
a) Por ter a fiança o objetivo de garantir o débito principal, sendo acessória a este, deve ela ser de valor igual ao da obrigação principal e ser contraída nas mesmas condições de onerosidade de tal obrigação. Errada: Segundo o Código Civil, a fiança pode ser de valor menor ou maior que a dívida. Entretanto, caso seja mais onerosa que a dívida, não valerá senão até o limite da obrigação afiançada. Vejamos:
Art. 823. A fiança pode ser de valor inferior ao da obrigação principal e contraída em condições menos onerosas, e, quando exceder o valor da dívida, ou for mais onerosa que ela, não valerá senão até ao limite da obrigação afiançada.
b) Gustavo não poderá exonerar-se da fiança que tiver assinado sem limitação de tempo, ficando obrigado por todos os efeitos da fiança até o efetivo pagamento do débito principal. Errado: Segundo o Código Civil:
Art. 835. O fiador poderá exonerar-se da fiança que tiver assinado sem limitação de tempo, sempre que lhe convier, ficando obrigado por todos os efeitos da fiança, durante sessenta dias após a notificação do credor.
c) A concessão da moratória pelo Banco Pechincha a Henrique, tal como narrado, não tem o condão de desobrigar o fiador. Errado: Segundo o Código Civil:
Art. 838. O fiador, ainda que solidário, ficará desobrigado:
I - se, sem consentimento seu, o credor conceder moratória ao devedor; (...)
·                     d) Se o Banco Pechincha, sem justa causa, demorar a execução iniciada contra Henrique, poderá Gustavo promover-lhe o andamento.Correta: É exatamente a previsão do Código Civil:
Art. 834. Quando o credor, sem justa causa, demorar a execução iniciada contra o devedor, poderá o fiador promover-lhe o andamento. 
16 • Q155424      
Prova: FGV - 2011 - OAB - Exame de Ordem Unificado - III - Primeira Fase
Disciplina: Direito Civil | Assuntos: Contratos em Espécie;  Troca ou Permuta, Contrato Estimatório e Doação; 
Parte superior do formulário
Sônia, maior e capaz, decide doar, por instrumento particular, certa quantia em dinheiro em favor se seu sobrinho, Fernando, maior e capaz, caso ele venha a se casar com Leila. Sônia faz constar, ainda, cláusula de irrevogabilidade da doação por eventual ingratidão de seu sobrinho. Fernando, por sua vez, aceita formalmente a doação e, poucos meses depois, casa-se com Leila, conforme estipulado. No dia seguinte ao casamento, ao procurar sua tia para receber a quantia estabelecida, Fernando deflagra uma discussão com Sônia e lhe dirige grave ofensa física. 
A respeito da situação narrada, é correto afirmar que Fernando 
 a) não deve receber a quantia em dinheiro, tendo em vista que a doação é nula, pois deveria ter sido realizada por escritura pública.
 b) deve receber a quantia em dinheiro, em razão de o instrumento de doação prever cláusula de irrevogabilidade por eventual ingratidão.
 c) não deve receber a quantia em dinheiro, pois dirigiu grave ofensa física à sua tia Sônia.
 d) deve receber a quantia em dinheiro, em razão de ter se casado com Leila e independentemente de ter dirigido grave ofensa física a Sônia.
 Comentários do professor
Mariana Fittipaldi - Promotora de Justiça (MP/SP) e Mestra em Direito (PUC-Rio)
a) não deve receber a quantia em dinheiro, tendo em vista que a doação é nula, pois deveria ter sido realizada por escritura pública. Errada: a doação pode ser feita por escritura pública ou documento particular. Art. 541, CC. A doação far-se-á por escritura pública ou instrumento particular.
b) deve receber a quantia em dinheiro, em razão de o instrumento de doação prever cláusula de irrevogabilidade por eventual ingratidão. Errada: a doação não pode ser revogada em razão de ingratidão no caso de ter sido feita em virtude de determinado casamento. É o que dispõe o artigo 564, do CC:
Art. 564. Não se revogampor ingratidão:
I - as doações puramente remuneratórias;
II - as oneradas com encargo já cumprido;
III - as que se fizerem em cumprimento de obrigação natural;
IV - as feitas para determinado casamento.
c) não deve receber a quantia em dinheiro, pois dirigiu grave ofensa física à sua tia Sônia.  Errada: no caso da questão ele deve receber a quantia, pois mesmo em caso de ingratidão, conforme visto acima, as doações feitas para determinado casamento prevalecem.
d) deve receber a quantia em dinheiro, em razão de ter se casado com Leila e independentemente de ter dirigido grave ofensa física a Sônia.Correta: em tendo casado com Leila, ele receberá a doação, consoante já comentado nos itens anteriores.
Art. 546. A doação feita em contemplação de casamento futuro com certa e determinada pessoa, quer pelos nubentes entre si, quer por terceiro a um deles, a ambos, ou aos filhos que, de futuro, houverem um do outro, não pode ser impugnada por falta de aceitação, e só ficará sem efeito se o casamento não se realizar.  
17 • Q129231      
Prova: FGV - 2010 - OAB - Exame de Ordem Unificado - II - Primeira Fase
Disciplina: Direito Civil | Assuntos: Contratos em Espécie;  Transação e Compromisso de Compra e Venda; 
Parte superior do formulário
Por meio de uma promessa de compra e venda, celebrada por instrumento particular registrada no cartório de Registro de Imóveis e na qual não se pactuou arrependimento, Juvenal foi residir no imóvel objeto do contrato e, quando quitou o pagamento, deparou- se com a recusa do promitente-vendedor em outorgar-lhe a escritura definitiva do imóvel.
Diante do impasse, Juvenal poderá
 a) requerer ao juiz a adjudicação do imóvel, a despeito de a promessa de compra e venda ter sido celebrada por instrumento particular.
 b) usucapir o imóvel, já que não faria jus à adjudicação compulsória na hipótese.
 c) desisitir do negócio e pedir o dinheiro de volta.
 d) exigir a substituição do imóvel prometido à venda por outro, muito embora inexistisse previsão expressa a esse respeito no contrato preliminar
 Comentários do professor
Mariana Fittipaldi - Promotora de Justiça (MP/SP) e Mestra em Direito (PUC-Rio)
 
a) requerer ao juiz a adjudicação do imóvel, a despeito de a promessa de compra e venda ter sido celebrada por instrumento particular.
Correta: A adjudicação pode ser requerida, consoante redação do CC:
Art. 1.417. Mediante promessa de compra e venda, em que se não pactuou arrependimento, celebrada por instrumento público ou particular, e registrada no Cartório de Registro de Imóveis, adquire o promitente comprador direito real à aquisição do imóvel.
Art. 1.418. O promitente comprador, titular de direito real, pode exigir do promitente vendedor, ou de terceiros, a quem os direitos deste forem cedidos, a outorga da escritura definitiva de compra e venda, conforme o disposto no instrumento preliminar; e, se houver recusa, requerer ao juiz a adjudicação do imóvel.
b) usucapir o imóvel, já que não faria jus à adjudicação compulsória na hipótese.
Incorreta
c) desisitir do negócio e pedir o dinheiro de volta.
Incorreta
d) exigir a substituição do imóvel prometido à venda por outro, muito embora inexistisse previsão expressa a esse respeito no contrato preliminar
Incorreta 
18 • Q171038      
Prova: CESPE - 2010 - OAB - Exame de Ordem - 3 - Primeira Fase
Disciplina: Direito Civil | Assuntos: Contratos em Espécie;  Dos Contratos em Geral; 
Parte superior do formulário
No que se refere aos contratos, assinale a opção correta.
 a) Somente é lícito às partes estipular contratos tipificados no Código Civil.
 b) O tutor pode dar em comodato, sem autorização especial, as coisas confiadas à sua guarda, desde que o faça para atender às necessidades do tutelado.
 c) O mandato escrito é materializado por meio da procuração, como ocorre com o mandato judicial que o advogado recebe de seu cliente.
 d) Dono de hotel, por não ser considerado depositário, não responde por roubo de bagagem dos hóspedes efetuado pelos empregados dentro do estabelecimento.
 Comentários do professor
Mariana Fittipaldi - Promotora de Justiça (MP/SP) e Mestra em Direito (PUC-Rio)
 
a) Somente é lícito às partes estipular contratos tipificados no Código Civil.
Incorreta: As partes podem estipular contratos outros, que não tipificados no Código Civil. Entretanto, elas devem observar as regras gerais estabelecidas em lei. É esta a previsão do CC:
Art. 425. É lícito às partes estipular contratos atípicos, observadas as normas gerais fixadas neste Código.
b) O tutor pode dar em comodato, sem autorização especial, as coisas confiadas à sua guarda, desde que o faça para atender às necessidades do tutelado.
Incorreta: O tutor não pode, sem autorização especial, dar em comodato as coisas confiadas à sua guarda, nem mesmo para atender às necessidades do tutelado. O CC é expresso nesse sentido:
Art. 580. Os tutores, curadores e em geral todos os administradores de bens alheios não poderão dar em comodato, sem autorização especial, os bens confiados à sua guarda.
c) O mandato escrito é materializado por meio da procuração, como ocorre com o mandato judicial que o advogado recebe de seu cliente.
Correta: o mandato pode ser expresso ou tácito, verbal ou escrito, segundo o CC. No caso do mandato escrito, o CC prevê que seu instrumento é a procuração, sendo exemplo disso o mandato que o advogado recebe de seu cliente.
Art. 653. Opera-se o mandato quando alguém recebe de outrem poderes para, em seu nome, praticar atos ou administrar interesses. A procuração é o instrumento do mandato.
d) Dono de hotel, por não ser considerado depositário, não responde por roubo de bagagem dos hóspedes efetuado pelos empregados dentro do estabelecimento.
Incorreta: Para solucionar este item da questão, vale analisar os artigos do CC abaixo transcritos:
Art. 647. É depósito necessário:
I - o que se faz em desempenho de obrigação legal;
II - o que se efetua por ocasião de alguma calamidade, como o incêndio, a inundação, o naufrágio ou o saque.
Art. 648. O depósito a que se refere o inciso I do artigo antecedente, reger-se-á pela disposição da respectiva lei, e, no silêncio ou deficiência dela, pelas concernentes ao depósito voluntário.
Parágrafo único. As disposições deste artigo aplicam-se aos depósitos previstos no inciso II do artigo antecedente, podendo estes certificarem-se por qualquer meio de prova.
Art. 649. Aos depósitos previstos no artigo antecedente é equiparado o das bagagens dos viajantes ou hóspedes nas hospedarias onde estiverem.
Parágrafo único. Os hospedeiros responderão como depositários, assim como pelos furtos e roubos que perpetrarem as pessoas empregadas ou admitidas nos seus estabelecimentos.
Art. 650. Cessa, nos casos do artigo antecedente, a responsabilidade dos hospedeiros, se provarem que os fatos prejudiciais aos viajantes ou hóspedes não podiam ter sido evitados.
Art. 651. O depósito necessário não se presume gratuito. Na hipótese do art. 649, a remuneração pelo depósito está incluída no preço da hospedagem.
Art. 652. Seja o depósito voluntário ou necessário, o depositário que não o restituir quando exigido será compelido a fazê-lo mediante prisão não excedente a um ano, e ressarcir os prejuízos.
Conclusão: o dono do hotel, por ser depositário das bagagens dos hóspedes, portanto, responde sim pelo roubo perpetrados por seus empregados dentro do estabelecimento.  
19 • Q171040      
Prova: CESPE - 2010 - OAB - Exame de Ordem - 3 - Primeira Fase
Disciplina: Direito Civil | Assuntos: Contratos em Espécie;  Dos Contratos em Geral; 
Parte superior do formulário
Assinale a opção correta no que se refere aos contratos tipificados no Código Civil brasileiro.
 a) O contrato de compra e venda subordinado à condição de dissolução caso o objeto do contrato não seja do agrado do comprador denomina-se venda a contento, cláusula sempre presumida nos contratos de compra e venda.
 b) O contrato estimatório é aleatório e deve ter por objeto coisa móvel.
 c) No contratode doação, são revogáveis por ingratidão as doações puramente remuneratórias e as oneradas com encargo já cumprido.
 d) Tanto o contrato de empreitada quanto o de prestação de serviço geram obrigação de resultado.
 Comentários do professor
Mariana Fittipaldi - Promotora de Justiça (MP/SP) e Mestra em Direito (PUC-Rio)
 
a) O contrato de compra e venda subordinado à condição de dissolução caso o objeto do contrato não seja do agrado do comprador denomina-se venda a contento, cláusula sempre presumida nos contratos de compra e venda.
Incorreta: De fato, o contrato de compra e venda subordinado à condição de dissolução caso o objeto do contrato não seja do agrado do comprador denomina-se venda a contento. Entretanto, tal cláusula não é sempre presumida nos contratos de compra e venda. Trata-se de cláusula especial da compra e venda que pode ou não ser presumida dependendo do contrato. Flávio Tartuce dá como exemplo de contratos em que a cláusula é presumida: a compra e venda de vinhos, perfumes e gêneros alimentícios.
Art. 509. A venda feita a contento do comprador entende-se realizada sob condição suspensiva, ainda que a coisa lhe tenha sido entregue; e não se reputará perfeita, enquanto o adquirente não manifestar seu agrado.
b) O contrato estimatório é aleatório e deve ter por objeto coisa móvel.
Correta: O gabarito da OAB considerou esta a alternativa correta. De fato, o contrato estimatório tem por objeto coisa móvel.
Art. 534. Pelo contrato estimatório, o consignante entrega bens móveis ao consignatário, que fica autorizado a vendê-los, pagando àquele o preço ajustado, salvo se preferir, no prazo estabelecido, restituir-lhe a coisa consignada.
Entretanto, a doutrina não considera o contrato estimatório um contrato aleatório. Ao contrário, a doutrina o considera um contrato comutativo pelo fato das partes saberem quais são suas prestações, não havendo incertezas porque o contrato não se sujeita a coisas ou fatos futuros. Nos contratos aleatórios, por outro lado, o risco é fator determinante do negócio, em decorrência da possibilidade de ocorrerem fatos futuros que façam com que um dos contratantes assume o risco da coisa vir a não existir. Vejamos o artigo que fala do contrato aleatório.
Art. 458. Se o contrato for aleatório, por dizer respeito a coisas ou fatos futuros, cujo risco de não virem a existir um dos contratantes assuma, terá o outro direito de receber integralmente o que lhe foi prometido, desde que de sua parte não tenha havido dolo ou culpa, ainda que nada do avençado venha a existir.
Ponderações do professor: Se a OAB considerou esta a alternativa correta, pode ter se equivocado e onde constou contrato aleatório deveria ter sido escrito comutativo, ou consideraram que a possibilidade de, ao final, o bem ser vendido ou restituído constitui a álea do contrato.
c) No contrato de doação, são revogáveis por ingratidão as doações puramente remuneratórias e as oneradas com encargo já cumprido.
Incorreta: segundo o CC em alguns casos não é admitida a revogação da doação por ingratidão (art. 564, do CC). São eles:
-doações puramente remuneratórias, salvo na parte que exceder o valor do serviço prestado pelo donatário ao doador;
-doações modais com encargo já cumprido, também diante do seu caráter oneroso;
-doações relacionadas com cumprimento de obrigação natural ou incompleta, como, por exemplo, gorjetas;
-e doações propter nuptias, feitas em contemplação de determinado casamento.
d) Tanto o contrato de empreitada quanto o de prestação de serviço geram obrigação de resultado.
Incorreta: Segundo a doutrina de Flávio Tartuce, nota-se que obrigação do empreiteiro é de resultado quando a empreitada for mista (aquela em que o empreiteiro fornece tanto mão de obra quanto os materiais, comprometendo-se a executar a obra inteira). Por outro lado, se a empreitada for de lavor, a obrigação do empreiteiro será de meio ou de diligência. Isso faz com que a responsabilidade do empreiteiro, em face do dono da obra, seja objetiva, na empreitada mista; e subjetiva ou dependente de culpa, na empreitada de mão de obra. Pelo que consta do CDC, por sua vez, a responsabilidade do empreiteiro em face do dono da obra já é objetiva. Mas para tanto é necessário que haja relação de consumo entre os envolvidos, ou seja, o empreiteiro deve ser profissional na sua atividade e o dono da obra deve ser o destinatário final do serviço. Já a prestação de serviço por um profissional liberal é de responsabilidade subjetiva, ou seja, obrigação de meio.  
20 • Q171754      
Prova: CESPE - 2009 - OAB - Exame de Ordem - 1 - Primeira Fase
Disciplina: Direito Civil | Assuntos: Contratos em Espécie;  Cláusulas Especiais de Compra e Venda; 
Parte superior do formulário
A cláusula segundo a qual o vendedor de coisa imóvel pode reservar-se o direito de recobrá-la, em determinado prazo, restituindo o preço recebido e reembolsando as despesas do comprador, é denominada
 a) venda com reserva de domínio.
 b) preempção ou preferência.
 c) venda a contento.
 d) retrovenda.
 Comentários do professor
Mariana Fittipaldi - Promotora de Justiça (MP/SP) e Mestra em Direito (PUC-Rio)
 
a) venda com reserva de domínio.
Incorreta: Segundo o CC:
Art. 521. Na venda de coisa móvel, pode o vendedor reservar para si a propriedade, até que o preço esteja integralmente pago.
b) preempção ou preferência.
Incorreta:O CC prevê a preempção ou preferência da seguinte forma:
Art. 513. A preempção, ou preferência, impõe ao comprador a obrigação de oferecer ao vendedor a coisa que aquele vai vender, ou dar em pagamento, para que este use de seu direito de prelação na compra, tanto por tanto.
Parágrafo único. O prazo para exercer o direito de preferência não poderá exceder a cento e oitenta dias, se a coisa for móvel, ou a dois anos, se imóvel.
c) venda a contento.
Incorreta: A situação narrada na questão também não se enquadra na hipótese de venda a contento. Segundo o CC:
Art. 509. A venda feita a contento do comprador entende-se realizada sob condição suspensiva, ainda que a coisa lhe tenha sido entregue; e não se reputará perfeita, enquanto o adquirente não manifestar seu agrado.
d) retrovenda.
Correta: O caso narrado na questão é exatamente a hipótese de retrovenda. Vejamos:
Art. 505. O vendedor de coisa imóvel pode reservar-se o direito de recobrá-la no prazo máximo de decadência de três anos, restituindo o preço recebido e reembolsando as despesas do comprador, inclusive as que, durante o período de resgate, se efetuaram com a sua autorização escrita, ou para a realização de benfeitorias necessárias. 
21 • Q196963      
Prova: CESPE - 2009 - OAB - Exame de Ordem - 3 - Primeira Fase
Disciplina: Direito Civil | Assuntos: Contratos em Espécie;  Depósito, Mandato, Comissão, Agência e Distribuição ; 
Parte superior do formulário
A respeito do mandato, assinale a opção correta.
 a) Por ser contrato, a aceitação do mandato não poderá ser tácita.
 b) O mandato outorgado por instrumento público pode ser objeto de substabelecimento por instrumento particular.
 c) Apesar de a lei exigir forma escrita para a celebração de contrato, tal exigência não alcança o mandato, cuja outorga pode ser verbal.
 d) O poder de transigir estabelecido no mandato importará o de firmar compromisso.
 Comentários do professor
Mariana Fittipaldi - Promotora de Justiça (MP/SP) e Mestra em Direito (PUC-Rio)
 
a) Por ser contrato, a aceitação do mandato não poderá ser tácita.
Incorreta: Segundo o CC:
Art. 659. A aceitação do mandato pode ser tácita, e resulta do começo de execução.
b) O mandato outorgado por instrumento público pode ser objeto de substabelecimento por instrumento particular.
Correta: É exatamente o que dispõe o CC:
Art. 655. Ainda quando se outorgue mandato por instrumento público, pode substabelecer-se mediante instrumento particular.
c) Apesar de a lei exigir forma escrita para a celebração de contrato, tal exigência não alcança o mandato, cuja outorga pode ser verbal.
Incorreta: A outorga do mandato podeser verbal. Entretanto, se para um ato específico for exigida legalmente a forma escrita, o mandato não poderá ser verbal. É esta a interpretação do artigo do CC abaixo transcrito:
Art. 657. A outorga do mandato está sujeita à forma exigida por lei para o ato a ser praticado. Não se admite mandato verbal quando o ato deva ser celebrado por escrito.
d) O poder de transigir estabelecido no mandato importará o de firmar compromisso.
Incorreta: Estabelece o CC:
Art. 661. O mandato em termos gerais só confere poderes de administração.
§ 1o Para alienar, hipotecar, transigir, ou praticar outros quaisquer atos que exorbitem da administração ordinária, depende a procuração de poderes especiais e expressos.
§ 2o O poder de transigir não importa o de firmar compromisso.  
22 • Q196964      
Prova: CESPE - 2009 - OAB - Exame de Ordem - 3 - Primeira Fase
Disciplina: Direito Civil | Assuntos: Contratos em Espécie;  Corretagem, Transporte, Seguro, Constituição de Renda, Jogo e Aposta e Fiança; 
Parte superior do formulário
Supondo que Cláudio viaje de ônibus, para ir do interior de um estado à capital, assinale a opção correta.
 a) Caso a viagem tenha de ser interrompida em consequência de evento imprevisível, a empresa responsável pelo transporte não é obrigada a concluir o trajeto.
 b) Se Cláudio não tiver pago a passagem e se recusar a fazê-lo quando chegar ao destino, será lícito à empresa reter objetos pessoais pertencentes a ele como garantia do pagamento.
 c) Cláudio, sob pena de ferir a boa-fé objetiva, somente poderá rescindir o contrato com a empresa de transporte, antes de iniciada a viagem, caso demonstre justo motivo. 
 d) Cláudio não poderá desistir do transporte após iniciada a viagem.
 Comentários do professor
Mariana Fittipaldi - Promotora de Justiça (MP/SP) e Mestra em Direito (PUC-Rio)
 
a) Caso a viagem tenha de ser interrompida em consequência de evento imprevisível, a empresa responsável pelo transporte não é obrigada a concluir o trajeto.
Incorreta: Segundo o CC:
Art. 741. Interrompendo-se a viagem por qualquer motivo alheio à vontade do transportador, ainda que em conseqüência de evento imprevisível, fica ele obrigado a concluir o transporte contratado em outro veículo da mesma categoria, ou, com a anuência do passageiro, por modalidade diferente, à sua custa, correndo também por sua conta as despesas de estada e alimentação do usuário, durante a espera de novo transporte.
b) Se Cláudio não tiver pago a passagem e se recusar a fazê-lo quando chegar ao destino, será lícito à empresa reter objetos pessoais pertencentes a ele como garantia do pagamento.
Correta: Consoante dispõe o CC:
Art. 742. O transportador, uma vez executado o transporte, tem direito de retenção sobre a bagagem de passageiro e outros objetos pessoais deste, para garantir-se do pagamento do valor da passagem que não tiver sido feito no início ou durante o percurso.
c) Cláudio, sob pena de ferir a boa-fé objetiva, somente poderá rescindir o contrato com a empresa de transporte, antes de iniciada a viagem, caso demonstre justo motivo.
Incorreta: Poderá rescindir o contrato antes de iniciar a viagem, independentemente de demonstrar justo motivo. Basta que seja feita a comunicação ao transportador. Vejamos:
Art. 740. O passageiro tem direito a rescindir o contrato de transporte antes de iniciada a viagem, sendo-lhe devida a restituição do valor da passagem, desde que feita a comunicação ao transportador em tempo de ser renegociada.
d) Cláudio não poderá desistir do transporte após iniciada a viagem.
Incorreta:é possível desistir do transporte após iniciada a viagem. O parágrafo 1º, do artigo 740 do CC dispõe que:
§ 1o Ao passageiro é facultado desistir do transporte, mesmo depois de iniciada a viagem, sendo-lhe devida a restituição do valor correspondente ao trecho não utilizado, desde que provado que outra pessoa haja sido transportada em seu lugar.  
23 • Q196969      
Prova: CESPE - 2009 - OAB - Exame de Ordem - 3 - Primeira Fase
Disciplina: Direito Civil | Assuntos: Contratos em Espécie;  Troca ou Permuta, Contrato Estimatório e Doação; 
Parte superior do formulário
Considerando o que dispõe o Código Civil a respeito da doação, assinale a opção correta.
 a) Pode-se renunciar antecipadamente ao direito de revogar a doação por ingratidão do donatário.
 b) No contrato de doação com encargo, o doador ficará sujeito à responsabilidade pelo vício redibitório, no que concerne à parte correspondente ao serviço prestado ou à incumbência cometida.
 c) Na doação sob cláusula resolutiva, pode o doador, se sobreviver ao donatário, estipular que o bem doado seja revertido em favor de terceiro.
 d) A doação do cônjuge adúltero ao seu cúmplice pode ser anulada pelo herdeiro colateral.
 Comentários do professor
Mariana Fittipaldi - Promotora de Justiça (MP/SP) e Mestra em Direito (PUC-Rio)
 
a) Pode-se renunciar antecipadamente ao direito de revogar a doação por ingratidão do donatário.
Incorreta: De acordo com o CC:
Art. 556. Não se pode renunciar antecipadamente o direito de revogar a liberalidade por ingratidão do donatário.
b) No contrato de doação com encargo, o doador ficará sujeito à responsabilidade pelo vício redibitório, no que concerne à parte correspondente ao serviço prestado ou à incumbência cometida.
Correta: Vejamos os dispositivos do CC aplicáveis ao tema:
Art. 540. A doação feita em contemplação do merecimento do donatário não perde o caráter de liberalidade, como não o perde a doação remuneratória, ou a gravada, no excedente ao valor dos serviços remunerados ou ao encargo imposto.
Art. 441. A coisa recebida em virtude de contrato comutativo pode ser enjeitada por vícios ou defeitos ocultos, que a tornem imprópria ao uso a que é destinada, ou lhe diminuam o valor.
Parágrafo único. É aplicável a disposição deste artigo às doações onerosas.
c) Na doação sob cláusula resolutiva, pode o doador, se sobreviver ao donatário, estipular que o bem doado seja revertido em favor de terceiro.
Incorreta: Segundo o CC:
Art. 547. O doador pode estipular que os bens doados voltem ao seu patrimônio, se sobreviver ao donatário.
Parágrafo único. Não prevalece cláusula de reversão em favor de terceiro.
d) A doação do cônjuge adúltero ao seu cúmplice pode ser anulada pelo herdeiro colateral.
Incorreta: Segundo o CC a anulação só cabe ao outro cônjuge ou aos seus herdeiros necessários.
Art. 550. A doação do cônjuge adúltero ao seu cúmplice pode ser anulada pelo outro cônjuge, ou por seus herdeiros necessários, até dois anos depois de dissolvida a sociedade conjugal.  
24 • Q197065      
Prova: CESPE - 2008 - OAB - Exame de Ordem - 2 - Primeira Fase
Disciplina: Direito Civil | Assuntos: Contratos em Espécie;  Corretagem, Transporte, Seguro, Constituição de Renda, Jogo e Aposta e Fiança; 
Parte superior do formulário
A respeito do transporte de pessoas, assinale a opção correta, de acordo com o Código Civil vigente.
 a) O transportador responde pelos danos causados às pessoas transportadas, mas só responde pelo extravio das bagagens se o passageiro tiver declarado o valor a elas correspondente.
 b) É nula a cláusula de exclusão da responsabilidade no contrato de transporte de pessoas, ao qual também não se aplica a excludente da força maior.
 c) O transportador não poderá reter bagagem ou objetos pessoais de passageiros para garantir o pagamento da passagem que não tiver sido efetuado no início do percurso.
 d) Em regra, o transporte feito por cortesia não se subordina às normas estipuladas para o contrato de transporte de pessoas.
 Comentários do professor
Mariana Fittipaldi - Promotora de Justiça (MP/SP) e Mestra em Direito (PUC-Rio)
O CC trata especificamente do transporte de pessoas.
Segundo o art. 734, o transportador responde pelos danos causados às pessoas transportadas e suas bagagens, podendo exigir declaração de valor a fim de fixar o limite da indenização. Destarte, o item “a” da questão está errado, pois ainda que o transportador não exija a declaração

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