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3. Principios basicos da digestão

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3
Princípios 
básicos da 
digestão
 39
Após a leitura deste capítulo, 
você estará apto a: 
OA 3.1 Definir a digestão e os 
processos envolvidos no preparo 
dos alimentos para sua absorção. 
OA 3.2 Descrever os órgãos 
envolvidos na digestão e suas 
funções principais. 
OA 3.3 Descrever o processo de 
absorção. 
OA 3.4 Explicar como os sistemas 
circulatório e linfático transportam 
os nutrientes absorvidos pelo 
organismo. 
O 
processo de digestão começa antes mesmo de você dar a primeira mordida. 
Basta o aroma de pão quentinho, que acaba de sair do forno, ou a visão de 
uma torta caseira de maçã para estimular a liberação de saliva na boca. A 
secreção de saliva e outros sucos digestivos dispara uma sequência de eventos 
em cascata que prepara o corpo para digerir seus alimentos favoritos. Neste 
capítulo, você irá explorar os processos que fazem parte da digestão e absorção dos 
alimentos, órgãos envolvidos e demais mecanismos biológicos que regulam a forma 
como o corpo processa os alimentos de que você gosta. Também discutiremos as 
causas e os tratamentos de algumas doenças e distúrbios gastrointestinais comuns. 
O que é a digestão e por que ela 
é importante? 
OA 3.1 Definir a digestão e os processos envolvidos na preparação dos alimentos para 
sua absorção. 
A definição simples de digestão é a quebra de alimentos em componentes absorvíveis 
no trato gastrointestinal. Por meio de um processo digestivo com várias etapas, 
o alimento é amolecido com umidade e calor, depois dividido em partículas menores 
pela mastigação e exposição a enzimas. 
A digestão ocorre no trato gastrointestinal 
O trato gastrointestinal é composto pela boca, o esôfago, o estômago, o intestino delgado e 
o intestino grosso. Do lado externo ao trato gastrointestinal existem alguns órgãos acessórios 
— como o pâncreas, o fígado e a vesícula biliar — que auxiliam no processo de digestão 
secretando sucos digestivos no intestine delgado. As principais funções dos órgãos do 
trato gastrointestinal são: (1) quebrar os alimentos em componentes de menor tamanho; 
(2) absorver os nutrientes; e (3) impedir que micro-organismos ou eventuais compostos 
nocivos consumidos juntamente com os alimentos ingressem nos tecidos do corpo.1 
O trato gastrointestinal é um tubo muscular contínuo que serpenteia e se estende pelo 
corpo, começando na boca e terminando no ânus. O trato gastrointestinal tem quase 10 
metros de comprimento em um cadáver. Em uma pessoa viva, ele é bem mais curto em 
virtude do tônus muscular.2 Esticado na vertical, o trato gastrointestinal teria o tamanho 
de um prédio de dois andares. As inúmeras dobras, ranhuras e projeções circulares do 
estômago e dos intestinos proporcionam uma ampla área superficial para permitir 
a absorção de nutrientes. As células que revestem o trato gastrointestinal têm uma vida 
útil muito curta. Elas atuam por cerca de três a cinco dias e depois são descartadas no 
lúmen (interior do trato intestinal) e substituídas por células novas e saudáveis. 
A digestão é um processo mecânico e químico 
Existem duas formas de digestão: a mecânica e a química. A digestão mecânica 
envolve a mastigação, a trituração e a divisão dos alimentos, seguidas do deslocamento 
pelo trato gastrointestinal. A digestão química envolve sucos digestivos e enzimas 
que transformam os alimentos em nutrientes absorvíveis, pequenos o suficiente para 
ingressar nas células do trato gastrointestinal, do sangue ou do tecido linfático. 
Tanto a digestão mecânica quanto a digestão química ocorrem em diversos órgãos 
ao longo do trato gastrointestinal. Após o alimento ter sido mastigado e triturado na 
boca, a digestão mecânica continua com movimentos ondulatórios dos músculos 
ao longo de todo o trato gastrointestinal, chamados de peristaltismo, segmentação 
e movimento pendular. As atividades musculares e as contrações rítmicas, ou 
peristaltismo (Figura 3.1) ocorrem ao longo de todo o trato gastrointestinal 
e ajudam a misturar os alimentos com as secreções digestivas, e propelir a mistura 
desde o esôfago até o intestino grosso. 
A Segmentação é um movimento irregular que mistura por completo os 
alimentos com as secreções químicas no intestino delgado. A segmentação difere do 40 
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O que é a digestão e por que ela é importante? 41
peristaltismo pelo fato de que o alimento é deslocado para frente e para trás ao longo 
do intestino delgado para aumentar o tempo de contato com as paredes intestinais. 
O movimento pendular é uma onda constritiva que envolve tanto movimentos para 
frente quanto para trás e que melhora a absorção de nutrientes no intestino delgado. 
Operando em conjunto, essas três ações deslocam o quimo a uma velocidade de 
1 centímetro por minuto.3 Dependendo da quantidade e do tipo de alimento 
consumido, o tempo de contato no intestino delgado é de cerca de 3 a 6 horas.4 
O processo de transformação química pode ser interrompido. Por exemplo, 
o medicamento para perda de peso Orlistat, vendido sem prescrição médica como 
Alli, interfere na digestão química de gordura (consulte a seção Nutrição no mundo 
real: “brincando com o processo digestivo do seu corpo”, página 42). 
Antes de examinar as funções individuais de cada órgão, consulte a Figura 3.2 
e reveja a forma como os órgãos são formados a partir de células e tecidos e como 
eles atuam em conjunto em diversos sistemas do corpo. Compreender a forma como 
as células formam os tecidos ajudará você a entender como acontecem a digestão 
e a absorção de nutrientes no corpo. 
OA 3.1 Lembre-se A digestão é um processo de várias etapas que ocorre no trato 
gastrointestinal. A digestão é composta por processos mecânicos e químicos, que dividem 
o alimento em unidades cada vez menores, até que possam ser absorvidas para uso 
pelo corpo. O alimento é propelido ao longo do trato gastrointestinal pelo peristaltismo. 
A segmentação e o movimento pendular deslocam o quimo para frente e para trás de modo 
a permitir sua mistura com as secreções no intestino delgado. 
Bolo 
Os músculos 
constritores 
empurram 
o bolo para 
o estômago 
Até o estômago 
Esôfago 
Figura 3.1 Peristaltismo 
Os músculos ao redor dos órgãos do trato 
gastrointestinal se contraem em forma 
de ondas para ajudar na passagem dos 
alimentos.
b Células de estrutura 
e função semelhantes 
se combinam para 
formar tecidos. 
a As células são os 
componentes básicos 
da vida. Todos os 
processos vitais 
ocorrem nas células. 
c Os tecidos se combinam 
para formar órgãos 
que realizam funções 
específicas.
d Os órgãos trabalham 
juntos nos sistemas 
orgânicos, como 
o sistema digestório. 
Células 
Sistema 
orgânico
Tecido 
Órgão 
Figura 3.2 Das células aos órgãos e sistemas orgânicos 
trato gastrointestinal Área do 
corpo humano que contém os órgãos do trato 
digestório. Estende-se da boca ao ânus. 
processo digestivo A quebra dos 
alimentos em componentes absorvíveis usando 
meios mecânicos e químicos. 
lúmen O interior do trato digestório pelo 
qual os alimentos passam. 
digestão mecânica A quebra dos 
alimentos pela mastigação e trituração ou 
pelo movimento no trato gastrointestinal com 
peristaltismos. 
digestão química A quebra dos 
alimentos com enzimas ou sucos digestivos. 
 peristaltismo O movimento ritmado 
para a frente que move os alimentos pelo 
sistema digestório. O peristaltismo é uma 
forma de digestão mecânica porque ele 
influencia o movimento, mas não adiciona 
secreções químicas. 
segmentação Um movimento irregular 
que mistura por completo o quimo com as 
secreções químicas do intestino. 
movimento pendular Uma onda 
constritiva que envolvetanto movimentos 
para frente quanto para trás do quimo e que 
melhora a absorção dos nutrientes.
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42 Capítulo 3 | Princípios básicos da digestão
Brincando com o processo 
digestivo do seu corpo 
O medicamento Orlistat evita que parte da gordura presente 
nos alimentos seja absorvida. Porém, não representa um 
passe livre para comer um monte de alimentos cheios de 
gordura, como pizza. Qualquer gordura que seja consumida 
e não absorvida será eliminada do corpo, o que pode causar 
alguns efeitos colaterais desagradáveis. 
Alli, a versão sem prescrição médica do 
medicamento Orlistat, foi aprovado pela FDA para 
venda livre em 2007. 
Assim como acontece com muita gente 
em todo o mundo, em algum momento 
da vida você já deve ter pensado em 
recorrer a algum mecanismo rápido 
para auxiliar na perda de peso. Um 
desses mecanismos de auxílio, Alli, 
surgiu em muitas farmácias nos últimos 
anos. Como essa droga funciona, e ela 
pode realmente ajudar você a perder 
peso? O potencial de perda de peso 
proporcionado compensa os efeitos 
colaterais e os custos incorridos? 
Vamos descobrir. O Alli (pronuncia-se 
"al-ai") é o primeiro medicamento que 
contém Orlistat vendido sem prescrição 
médica e aprovado pela Food and Drug 
Administration (FDA, Administração 
de Alimentos e Medicamentos). Essa 
versão contém 60 mg de Orlistat, 
contra 120 mg na fórmula do Xenical, 
comercializada mediante prescrição 
médica. Quando ingerido com uma 
refeição, o Orlistat ajuda a impedir que 
parte da gordura ingerida seja absorvida 
pelo corpo. O Orlistat faz 
sua mágica impedindo que a lipase, 
enzima secretada pelo pâncreas, 
decomponha a gordura dos alimentos 
no intestino delgado. Se a gordura não 
é quebrada, o corpo não é capaz de 
absorvê-la, então ela passa direto pelo 
trato gastrointestinal e é eliminada nas 
fezes. O Alli bloqueia a absorção de 
cerca de 25% de toda 
a gordura ingerida em 
uma refeição. Se você 
estiver tomando o Alli e 
ingerir uma fatia de pizza 
de pepperoni com 189 
calorias de gordura no 
almoço, você absorverá 
apenas cerca de 140 
calorias nessa refeição. 
Como a gordura—grande 
fonte de calorias—não 
é absorvida pelo corpo, 
você pode acabar 
com uma quantidade 
significativamente inferior 
de calorias para armazenar 
como gordura corporal.
Infelizmente, como 
essa gordura não 
absorvida precisa ser 
eliminada do corpo, 
pode haver alguns 
efeitos colaterais não tão 
agradáveis, como manchas 
oleosas, gases com 
descarga fecal, sensação 
de ter que ir ao banheiro 
imediatamente, fezes 
oleosas/gordurosas e evacuações 
frequentes. Curiosamente, devido 
ao fato desses efeitos colaterais 
serem tão desagradáveis, eles 
podem realmente ajudar um 
indivíduo a aderir a uma dieta 
equilibrada, com baixa ingestão de 
gordura (cerca de 30% de calorias 
provenientes de gordura) ao tomar 
o medicamento. A ingestão do 
Orlistat com uma refeição muito 
rica em gordura fará com que 
esses efeitos colaterais sejam 
ainda mais pronunciados. 
O Orlistat também 
reduz a absorção de algumas 
vitaminas lipossolúveis, bem 
como de betacarotenos. 
Consequentemente, os indivíduos 
que utilizam esse medicamento são 
aconselhados a tomar suplemento das 
vitaminas lipossolúveis A, D, E e K, bem 
como com o betacaroteno antioxidante. 
De acordo com a FDA, o Alli 
é indicado para indivíduos obesos 
ou para pessoas que estão acima do 
peso e apresentam outros fatores de 
risco, como diabetes, colesterol alto ou 
pressão arterial elevada. Entretanto, 
o simples fato de utilizar o medicamento 
não o deixará isento da necessidade 
de controlar o peso. Se você substituir 
as calorias da gordura não absorvida 
pela ingestão em excesso de calorias 
não provenientes da gordura—como 
aquela presente em doces, salgados 
e refrigerantes—ou ingerindo lanches 
altamente calóricos entre as refeições, 
você vai acabar não obtendo um 
resultado imediato. Há também o fator 
custo. A quantidade de Alli necessária 
para uso ao longo de um mês custa 
aproximadamente US$ 70. 
Não há solução rápida quando se 
trata da perda de peso. Embora 
o Alli tenha sido aprovado para ajudar 
indivíduos obesos, o hábito de comer de 
forma plena e saudável, mudar hábitos 
e comportamentos alimentares 
e exercitar-se regularmente ainda são— 
e sempre serão—os pilares e os 
métodos mais baratos para controle 
do peso a longo prazo, para qualquer 
pessoa. 
mundo realNO
Nutrição
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Quais são os órgãos do trato gastrointestinal e por que eles são importantes? 43
Quais são os órgãos do 
trato gastrointestinal e por 
que eles são importantes? 
OA 3.2 Descrever os órgãos envolvidos na digestão e suas funções principais. 
A Figura 3.3, na página 44, ilustra os órgãos do trato gastrointestinal, bem como 
a função única e essencial que cada órgão desempenha na digestão. Vamos começar 
com a sua primeira colherada e acompanhar o processo de digestão ao longo de todo 
o trato gastrointestinal. 
A digestão começa na boca 
Tanto a digestão mecânica quanto a química começam na boca. Glândulas na boca 
produzem saliva, um fluido aquoso que ajuda a amolecer o alimento que você está 
prestes a engolir. Quando você coloca uma porção de alimento na boca e começa 
a mastigar, seus dentes, movidos pelos músculos da mandíbula, cortam e trituram os 
alimentos em pedaços menores e, com ajuda da língua, misturam-nos com a saliva. 
A saliva ajuda a dissolver pequenas partículas de alimentos 
e permite que você engula com tranquilidade alimentos secos. 
Além de água, a saliva contém eletrólitos, algumas enzimas 
(incluindo a amilase, que começa a quebra de carboidratos) 
e muco. O muco ajuda a lubrificar os alimentos e a mantê-
los juntos, protegendo o interior da boca. Depois que o alimento é devidamente 
mastigado, ele é empurrado pela língua para a parte posterior da boca, para dentro 
da faringe. 
Engolir parece uma tarefa simples, pois fazemos centenas de vezes ao dia, mas na 
verdade é um processo complicado. Empurrar os alimentos mastigados para a faringe 
é um ato voluntário, ou seja, é você que controla. Quando a massa de alimentos (agora 
chamada de bolo alimentar) entra na faringe, o reflexo de deglutição entra em ação 
e você já não controla mais o processo. 
Talvez você já tenha vivenciado um episódio de “deglutição indevida”, quando, 
acidentalmente, a comida acabou sendo conduzida pela via errada. Quando 
isso acontece (e você tem um ataque de tosse tentando expelir o item engolido), 
é porque o mecanismo normal que protege a traqueia não funcionou corretamente. 
Normalmente, uma pequena aba chamada epiglote fecha a traqueia durante 
a deglutição (Figura 3.4). A epiglote é responsável por garantir que alimentos 
e bebidas sejam direcionados ao tubo correto do seu corpo—o esôfago—em vez 
da traqueia. Quando a epiglote não funciona corretamente, os alimentos podem 
ficar alojados na traqueia, o que pode resultar em asfixia. 
Uma vez engolido, o bolo alimentar é empurrado ao longo do seu esôfago 
pelos movimentos peristálticos (consulte novamente a Figura 3.1). Quando o bolo 
alimentar chega ao estômago, a parte inferior do esôfago relaxa, permitindo 
que o bolo entre no estômago. Alimentos sólidos ou parcialmente mastigados 
passam pelo esôfago em cerca de 8 segundos. Alimentos macios e líquidos em 
geral passam em cerca de 1 a 2 segundos.5 
Você produz 
entre 1 e 1,5 
litros de saliva 
todos os dias. 
O cheiro, a visão e o sabor do alimento, como 
pão recém-saído do forno, ativam a liberação 
de saliva e outros sucos digestivos. 
saliva Fluido aquoso secretado pelas glândulas 
salivares na boca.A saliva umedece os alimentos 
e os tornam mais fáceis de engolir. 
muco Secreções viscosas e lúbricas presentes 
na saliva e outros sucos digestivos. 
faringe A garganta. Passagem para os tratos 
respiratório (ar) e digestório (alimentos e bebidas). 
bolo Massa mastigada de alimentos.
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44 Capítulo 3 | Princípios básicos da digestão
Figura 3.3 O sistema digestório 
O sistema digestório humano consiste nos órgãos do trato 
gastrointestinal e nos órgãos acessórios relacionados. 
O processamento de alimentos no trato gastrointestinal 
envolve a ingestão, a digestão mecânica e a digestão 
química. 
APRESENTAÇÃO DA FIGURA EM FOCO 
Escaneie o código QR com um 
dispositivo móvel para ver uma 
apresentação em vídeo sobre esta 
figura por Joan Salge Blake. 
ÓRGÃOS DO TRATO 
GASTROINTESTINAL ÓRGÃOS ACESSÓRIOS
BOCA 
Ingestão O alimento entra no trato gastrointestinal pela boca. 
Digestão mecânica A mastigação rasga e corta os 
alimentos e os mistura com a saliva, formando um bolo. 
Digestão química As enzimas de carboidratos secretadas 
pelas glândulas salivares dão início à quebra de carboidratos. 
FARINGE E ESÔFAGO 
Propulsão A deglutição e o peristaltismo 
movem o bolo da boca para o estômago. 
ESTÔMAGO 
Digestão mecânica Movimentos 
misturam o bolo com ácidos, enzimas 
e fluido gástrico transformando em 
um líquido chamado quimo. 
Digestão química As enzimas do 
estômago dão início à digestão de 
proteínas. 
Absorção Algumas substâncias 
lipossolúveis são absorvidas pela 
parede do estômago. 
INTESTINO DELGADO 
Digestão mecânica e propulsão A segmentação 
mistura o quimo com os sucos digestivos; ondas 
peristálticas o movem pelo trato. 
Digestão química As enzimas digestivas do 
pâncreas e do intestino delgado digerem 
a maioria das classes de alimentos. 
Absorção Os nutrientes são absorvidos no 
sangue e na linfa pelas células intestinais. 
INTESTINO GROSSO 
Digestão química Alguns resíduos remanescentes 
de alimentos são digeridos por bactérias. 
Absorção Reabsorve sais, água e algumas 
vitaminas. 
Propulsão Compacta os resíduos em fezes. 
RETO 
Eliminação Armazena temporariamente as 
fezes antes da liberação voluntária pelo ânus. 
Glândulas salivares 
FÍGADO 
Produz bile para 
digerir gorduras. 
VESÍCULA BILIAR 
Armazena a bile antes da 
liberação no intestino delgado 
por meio do ducto biliar. 
PÂNCREAS 
Produz enzimas digestivas 
e íons de bicarbonato que 
são liberados no intestino 
delgado pelo ducto 
pancreático. 
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Quais são os órgãos do trato gastrointestinal e por que eles são importantes? 45
O esôfago se estreita na parte inferior (logo acima do estômago) e termina em um 
esfíncter, ou anel muscular, chamado de esfíncter gastroesofágico. Em condições 
normais, quando engolimos os alimentos, esse esfíncter relaxa e permite que 
o bolo alimentar passe para o estômago. O estômago também relaxa para receber 
o alimento de maneira confortável.6 Depois que o alimento entra no estômago, 
o esfíncter deve se fechar. Se isso não acontecer, pode haver refluxo de alimentos 
no esôfago, irritando as paredes. A isso damos o nome de azia: uma sensação de 
queimação bem no meio do peito. 
Azia crônica e refluxo de ácidos do estômago são sintomas da doença do refluxo 
gastroesofágico (DRGE). Tanto a DRGE quanto seu tratamento serão discutidos mais 
adiante neste capítulo. 
O estômago armazena, mistura e prepara os 
alimentos para a digestão 
O estômago é um órgão muscular que dá sequência à digestão mecânica por meio 
do movimento e contração, que visa misturar os alimentos com os sucos digestivos 
(Figura 3.5). Os alimentos são misturados continuamente por várias horas. 
O estômago também desempenha uma função na digestão química, pois produz 
poderosas secreções digestivas. Tais secreções incluem o ácido clorídrico (HCl), 
diversas enzimas, muco, fator intrínseco (necessário para absorção de vitamina B12) 
e o hormônio estomacal gastrina. O bolo alimentar engolido logo se transforma no 
quimo, uma substância semilíquida que contém secreções digestivas mais o alimento 
original. O estômago pode se expandir para armazenar de 2 a 4 litros de quimo. 
O ácido clorídrico tem funções digestivas importantes. Você poderia pensar que uma 
substância química tão forte seria capaz de digerir o próprio estômago, mas o muco 
produzido nesse órgão atua como uma barreira entre o HCl e as paredes do estômago, 
protegendo-as contra danos ou irritações. O ácido clorídrico ativa enzimas (inclusive 
a enzima de digestão de proteínas: pepsina), melhora a absorção de minerais, quebra 
o tecido conjuntivo da carne e destrói alguns micro-organismos ingeridos.7 
Bolo 
Língua 
Epiglote 
(para baixo) 
Traqueia 
(fechada) 
Esôfago 
Bolo 
Língua 
Epiglote 
(para cima) 
Traqueia 
(aberta) 
Esôfago 
Figura 3.4 A epiglote 
A epiglote evita que os alimentos entrem na 
traqueia quando você os engole. 
epiglote Aba de tecido que protege a traqueia 
durante a deglutição. 
esôfago Tubo que se estende da garganta ao 
estômago. 
esfíncter gastroesofágico Um anel 
muscular entre o esôfago e o estômago que abre 
e fecha para permitir que os alimentos entrem no 
estômago. 
estômago Órgão digestivo que retém os 
alimentos depois que estes passam pelo esôfago 
e antes que sejam impulsionados para o intestino 
delgado. 
ácido clorídrico (HCl) Um ácido 
poderoso fabricado no estômago que apresenta 
funções digestivas. Também ajuda a exterminar 
micro-organismos e reduz o pH no estômago. 
gastrina Um hormônio digestivo produzido no 
estômago que estimula as atividades digestivas 
e aumenta a motilidade e o esvaziamento. 
quimo A massa alimentar semilíquida 
e parcialmente digerida que sai do estômago 
e entra no intestino delgado. 
Esôfago 
Esfíncter 
esofágico 
inferior 
Intestino delgado 
Estômago 
Figura 3.5 Anatomia do estômago 
Paredes 
internas do 
estômago 
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46 Capítulo 3 | Princípios básicos da digestão
Você já notou que alguns alimentos fazem com que você se sinta mais satisfeito 
por mais tempo do que outros? Alimentos ricos em carboidratos refinados saem do 
estômago mais rápido e, portanto, fazem com que você se sinta menos satisfeito do 
que om alimentos ricos em proteínas, gorduras ou fibras. A maioria dos líquidos, 
carboidratos e alimentos com baixo teor de fibras requer atividades digestivas mínimas, 
é mais fácil de absorver e têm menor área de superfície devido ao baixo teor de fibras. 
Da mesma forma, os alimentos com baixo teor calórico saem do estômago mais 
rapidamente do que alimentos concentrados e de alto teor calórico. Isso ocorre porque 
os alimentos de baixo teor calórico normalmente requerem mínimos esforços de 
digestão. Por exemplo, uma xícara de chá levemente adoçada (bebida com menor teor 
calórico) requer menos esforços de digestão do que um milk-shake com alto teor calórico 
e nutritivo. A digestão do chá envolve apenas a quebra do açúcar. Em contrapartida, 
a digestão do milk-shake envolve a quebra de gorduras, proteínas e carboidratos. 
Na sequência da digestão, as contrações peristálticas empurram o quimo para 
a parte inferior do estômago. À medida que o quimo se acumula próximo do 
esfíncter pilórico, o esfíncter muscular relaxa e o quimo passa gradativamente para 
o intestino delgado. Aproximadamente de 1 a 5 ml (1 colher de chá) de quimo são 
transferidos ao intestino delgado a cada 30 segundos durante o processo de digestão.8 
O esfíncter pilórico impede que o quimosaia do estômago rápido demais e também 
evita que o conteúdo intestinal retorne ao estômago. 
A maior parte da digestão e da absorção 
ocorre no intestino delgado 
O intestino delgado é uma câmara longa, estreita e enrolada situada na cavidade 
abdominal. O termo “delgado” de “intestino delgado” refere-se ao seu diâmetro, não 
ao seu comprimento, que representa cerca de 6 metros do trato gastrointestinal. Ele 
é composto por três segmentos—duodeno, jejuno e íleo—e estende-se do esfíncter 
pilórico até o início do intestino grosso. O primeiro segmento, 
duodeno, é a porção mais curta do intestino delgado, seguido 
pelo jejuno e, por fim, o segmento mais longo, chamado íleo. 
Embora a digestão ocorra ao longo de todo o intestino delgado, 
o duodeno é o principal ponto de digestão de alimentos do corpo 
humano.
A incrível área de superfície (suficiente para cobrir uma 
quadra de tênis) das dobras e fendas das paredes do intestino delgado permite uma 
absorção contínua e eficiente de praticamente todos os nutrientes digeridos (Figura 
3.6). O intestino delgado tem uma área de superfície imensa em comparação com 
o estômago, e suas secreções digestivas fazem a maior parte do trabalho quando se 
trata de decompor alimentos em nutrientes absorvíveis. Os segmentos jejuno e íleo do 
intestino delgado são onde ocorre a maior parte da absorção dos nutrientes digeridos. 
O interior do intestino delgado é coberto com milhares de pequenas projeções 
chamadas de vilosidades. As vilosidades aumentam a área de superfície das paredes 
do intestino delgado e misturam o quimo parcialmente digerido com as secreções 
intestinais. Cada uma das vilosidades é adjacente a um conjunto de capilares 
sanguíneos, vasos linfáticos e fibras nervosas. 
As vilosidades são cobertas por projeções ainda menores chamadas de 
microvilosidades, que proporcionam uma área de superfície adicional através da 
qual os nutrientes são absorvidos para dentro dos capilares sanguíneos e dos vasos 
linfáticos. As paredes do intestino delgado também são organizadas em dobras 
circulares exclusivas que aumentam ainda mais a área de superfície para absorção 
de nutrientes. As dobras circulares fazem com que o quimo se desloque em espiral 
através do intestino delgado, em vez de simplesmente se deslocar em linha reta.
Existem mais micro-
organismos do que células 
humanas no seu corpo, 
e muitos deles estão 
localizados nos intestinos. 
pepsina Uma enzima digestiva produzida no 
estômago que quebra as proteínas. 
esfíncter pilórico Esfíncter na parte 
inferior do estômago que separa o piloro do 
duodeno do intestino delgado. 
intestino delgado Composto pelo 
duodeno, jejuno e íleo, o intestino delgado é 
a parte mais longa do trato gastrointestinal. 
A maior parte da digestão e da absorção dos 
alimentos ocorre no intestino delgado. 
vilosidades Projeções nas paredes do 
intestino delgado que aumentam a área de 
superfície sobre a qual os nutrientes podem ser 
absorvidos. 
microvilosidades Projeções minúsculas 
nas vilosidades do intestino delgado que 
aumentam ainda mais a área de superfície. 
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PREGAS 
CIRCULARES 
O revestimento do intestino 
delgado tem muitas pregas, 
resultando em uma área de 
superfície maior para 
a absorção de nutrientes. 
VILOSIDADES 
As pregas são cobertas com 
vilosidades, milhares de 
projeções semelhantes 
a dedos que aumentam ainda 
mais a área de superfície. 
Cada vilosidade contém vasos 
sanguíneos e linfáticos que 
transportam nutrientes para 
todo o corpo. 
MICROVILOSIDADES 
As células na superfície das 
vilosidades terminam em 
projeções semelhantes a pelos, 
denominadas microvilosidades, 
que aumentam ainda mais 
a área de superfície do intestino 
delgado. 
Figura 3.6 Anatomia do intestino delgado 
O intestino delgado é altamente adaptado para absorver nutrientes. 
Seu comprimento (aproximadamente 6 metros) proporciona uma 
área de superfície imensa, e suas paredes têm três caraterísticas 
estruturais—dobras circulares, vilosidades e microvilosidades—que 
aumentam em mais de 600 vezes sua área de superfície. 
Microvilosidades 
Vilosidades 
Intestino delgado
Célula 
intestinal
APRESENTAÇÃO DA 
FIGURA EM FOCO 
Escaneie o código QR com 
um dispositivo móvel para 
ver uma apresentação em 
vídeo sobre esta figura por 
Joan Salge Blake. 
Vaso linfático
Capilares 
sanguíneos
Célula 
intestinal
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48 Capítulo 3 | Princípios básicos da digestão
O intestino grosso elimina resíduos e absorve 
água e alguns nutrientes 
Depois que o quimo passa pelo intestino delgado, ele chega ao esfíncter ileocecal, 
que atua como um portão para o próximo destino na sequência do processo digestivo: 
o intestino grosso. A finalidade principal do esfíncter ileocecal é impedir o refluxo 
de conteúdos fecais do intestino grosso para dentro do íleo. Em geral, esse esfíncter 
é bastante forte e resiste à pressão inversa. Quando o alimento entra no intestino 
grosso, ele já foi digerido, e a maior parte dos nutrientes já foi absorvida. Mas 
o intestino grosso tem algumas funções importantes, como a absorção de água, 
a produção de algumas vitaminas, a absorção de eletrólitos importantes e a formação 
e o armazenamento de matéria fecal.9 
Com aproximadamente 1,5 metros de comprimento, o intestino grosso tem 1/4 
do comprimento do intestino delgado, mas apresenta duas vezes o seu diâmetro. 
A estrutura do intestino grosso faz fronteira com o intestino delgado em três lados, 
mas, ao contrário do intestino delgado, ele não é enrolado e nem secreta ou utiliza 
enzimas digestivas. Em vez disso, a digestão química que ocorre no intestino grosso 
deve-se à atuação de bactérias. O intestino grosso produz muco, que protege as 
células e atua como um lubrificante para a matéria fecal. As células do intestino 
grosso absorvem água e eletrólitos com muito mais eficiência do que as células do 
intestino delgado. 
Três segmentos compõem o intestino grosso: o ceco, o cólon e o reto (Figura 3.7). 
O ceco é uma área pequena, semelhante a uma bolsa, que tem o apêndice pendurado 
em uma das extremidades. A seção do meio, ou cólon, corresponde à maior parte do 
intestino grosso. (Observe que, embora os termos “cólon” e “intestino grosso” sejam 
muitas vezes usados indistintamente, tecnicamente eles não são a mesma coisa.) 
O cólon inclui as regiões ascendente, transverso, descendente e sigmoide. Essas 
regiões são relativamente longas e retas. A maior parte da produção de vitaminas 
e absorção de água e eletrólitos ocorre na primeira metade do cólon. A metade final 
do cólon armazena matéria fecal. 
O cólon recebe do ceco cerca de 1 litro (aproximadamente 1 quarto) de material 
fluido por dia, composto por água, partículas de alimentos não digeridos ou não 
absorvidos, resíduos indigestíveis e bactérias. Ele mistura de forma lenta e suave esses 
conteúdos intestinais e absorve a maior parte dos fluidos. Gradativamente, o cólon 
produz um material semissólido de matéria fecal (fezes ou excrementos). A matéria 
intestinal passa através do cólon dentro de 12 a 24 horas.10 
As bactérias do cólon desempenham a importante função de produzir algumas 
vitaminas, incluindo a vitamina B biotina e a vitamina K.11 As bactérias também 
fermentam alguns dos carboidratos na dieta não digeridos e não absorvidos em 
compostos mais simples, como gás metano, dióxido de carbono e hidrogênio. Da 
mesma forma, algumas das bactérias do cólon quebram as fibras não digeridas 
e produzem diversos compostos, incluindo hidrogênio e sulfeto. 
Assim como ocorre no intestino delgado, o cólon desloca seus conteúdos por 
meio de movimentos peristálticos.Os movimentos peristálticos ocorrem dentro do 
cólon ascendente, mas as ondas de contração são bastante lentas, permitindo tempo 
suficiente para a absorção de fluidos.12 
As fezes são impulsionadas adiante até chegarem ao reto, a porção final do 
intestino grosso com cerca de 20 cm, onde são armazenadas. Quando as fezes 
distendem o reto, essa ação estimula receptores de estiramento que, por sua vez, 
estimulam o reflexo da defecação. Isso faz com que os impulsos nervosos do reto 
se comuniquem com os músculos da região. O resultado final é o relaxamento do 
esfíncter interno do ânus. 
O ânus está conectado ao reto e é controlado por dois esfíncteres: um interno 
e um externo. Em condições normais, os esfíncteres anais permanecem fechados. 
Periodicamente, os esfíncteres anais relaxam, as fezes entram no canal anal e ocorre 
a defecação. O estágio final da defecação está sob nosso controle voluntário, sendo 
influenciado por fatores como idade, dieta, medicamentos prescritos, saúde e tônus 
muscular abdominal. 
Cólon 
ascendente 
Intestino grosso 
Cólon 
transverso 
Intestino 
delgado
Ceco 
Apêndice 
Cólon 
descendente 
Cólon 
sigmoide 
Reto
Figura 3.7 Anatomia do intestino grosso 
No momento em que o quimo chega ao 
intestino grosso, a maioria dos nutrientes 
foi absorvida. Entretanto, a água e alguns 
eletrólitos são absorvidos no cólon. Os 
resíduos finais da digestão são eliminados do 
organismo na forma de fezes pelo ânus.
Esfíncter 
ileocecal
Ânus
esfíncter ileocecal Passagem entre 
o fim do intestino delgado e o começo do 
intestino grosso. O esfíncter evita o refluxo de 
conteúdos fecais do intestino grosso para 
o intestino delgado. 
Intestino grosso Órgão final do trato 
gastrointestinal. Consiste no ceco, apêndice, 
cólon e reto. 
fezes Resíduos que são armazenados 
no intestino grosso e depois excretados do 
organismo. Consiste, na maior parte, em 
bactérias, células gastrointestinais descamadas, 
matéria inorgânica, água, nutrientes não 
absorvidos, resíduos de alimentos, fibras 
não digeridas, ácidos graxos, muco e fluidos 
digestivos remanescentes. 
reto A parte mais baixa do intestino grosso, 
contínuo com o cólon sigmoide e o ânus. 
ânus A abertura no final do reto onde os 
resíduos são eliminados do organismo. 
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Como são absorvidos os nutrientes digeridos? 49
O fígado, a vesícula biliar e o pâncreas são 
órgãos acessórios 
Embora os alimentos não passem pelo fígado, pela vesícula biliar nem pelo pâncreas 
durante a digestão, esses três órgãos acessórios ainda são essenciais para o processo 
(Figura 3.8). 
Pesando cerca de 1,3 kg, o fígado é o maior órgão do corpo humano. Ele 
é tão importante que você não conseguiria sobreviver sem ele. O fígado produz 
aproximadamente 500 a 1.000 mililitros de bile todos os dias13 e ajuda a regular 
o metabolismo dos carboidratos, das gorduras e das proteínas. O fígado também 
armazena diversos nutrientes, incluindo as vitaminas A, D e E, os minerais ferro 
e cobre e o glicogênio, a forma de armazenamento da glicose. O fígado é essencial 
para o processamento e a desintoxicação de álcool. Você aprenderá mais sobre cada 
uma dessas funções nos próximos capítulos deste livro. 
Como a bile é formada no fígado, ela é coletada, drenada e liberada na 
vesícula biliar para ser armazenada. A vesícula biliar está ligada ao fígado 
e armazena aproximadamente 30 a 50 mililitros de bile concentrada por vez. 
O pâncreas é um órgão quase do tamanho da sua mão e que produz hormônios, 
incluindo os dois hormônios reguladores da glicose no sangue: insulina e glucagon. 
Também produz enzimas digestivas e bicarbonato, que são levados ao intestino 
delgado pelo ducto pancreático. O bicarbonato neutraliza o ácido encontrado 
no quimo (eleva o pH), criando um ambiente neutro. Protegendo assim algumas 
enzimas que, de outra forma, não seriam ativadas em ambiente ácido. 
OA 3.2 Lembre-se Na boca, a saliva se mistura com os alimentos durante 
a mastigação, umedecendo-os e tornando-os mais fáceis de engolir. Os alimentos 
engolidos que foram misturados com os sucos digestivos no estômago se transformam 
no quimo. A digestão máxima e a absorção dos nutrientes digeridos ocorrem no intestino 
delgado. Depois, os resíduos não digeridos entram no intestino grosso, onde ocorre 
absorção adicional de água e eletrólitos. Por fim, os remanescentes da digestão chegam 
ao ânus e saem do organismo na forma de fezes. O fígado, a vesícula biliar e o pâncreas 
são órgãos acessórios importantes. O fígado produz bile, que a vesícula biliar concentra 
e armazena. O pâncreas produz enzimas e hormônios. 
Fígado 
Figura 3.8 Os órgãos acessórios O fígado, 
a vesícula biliar e o pâncreas produzem 
secreções digestivas que fluem para o 
intestino delgado por vários ductos. 
Pâncreas
Vesícula 
biliar
Como são absorvidos os 
nutrientes digeridos?
OA 3.3 Descrever o processo de absorção. 
A digestão é a precursora da absorção. Depois que os nutrientes foram completamente 
decompostos, eles estão prontos para serem usados pelas células do corpo. Porém, para 
chegar até as células, eles precisam sair do trato gastrointestinal e ir para outras partes 
do organismo. Para isso, os nutrientes são absorvidos através das paredes intestinais 
pelos dois sistemas de transporte do corpo humano: os sistemas circulatório e linfático. 
Assim, eles são levados para o fígado para processamento antes de seguirem rumo 
absorção O processo pelo qual os nutrientes 
digeridos se movem nos tecidos, onde podem 
ser transportados e usados pelas células do 
organismo. 
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50 Capítulo 3 | Princípios básicos da digestão
ao seu destino. O corpo é notavelmente eficiente para absorver os nutrientes. Em 
condições normais, você digere e absorve de 92 a 97% dos nutrientes dos alimentos 
que consome.16 
Os nutrientes digeridos são absorvidos por 
três métodos 
Depois que os nutrientes chegam ao intestino delgado, eles são absorvidos por três 
métodos: difusão passiva, difusão facilitada ou transporte ativo (Figura 3.9). 
Outro método de absorção, chamado endocitose, ocorre quando as proteínas integrais, 
como a imunoglobulina do leite materno, são absorvidas de forma intacta. 
A difusão passiva é um processo no qual os nutrientes são absorvidos em 
decorrência de um gradiente de concentração. Quando a concentração é maior no 
trato gastrointestinal do que na célula intestinal, o nutriente é forçado a passar pela 
membrana celular. Esse processo simples não requer energia nem uma proteína 
transportadora especial para ajudar o nutriente a atravessar a célula intestinal. 
A difusão facilitada é semelhante à difusão passiva, na qual os nutrientes são 
absorvidos de uma concentração alta para baixa, e o processo não requer energia. 
No entanto, a difusão facilitada requer uma proteína especializada que transporta os 
nutrientes pela membrana celular. 
O transporte ativo é diferente da difusão passiva e da difusão facilitada. Nessa 
forma de absorção, os nutrientes digeridos são absorvidos de uma concentração 
baixa para uma alta. Esse processo requer um transportador e energia para levar esses 
nutrientes pela membrana celular. 
OA 3.3 Lembre-se Absorção é o processo pelo qual os nutrientes digeridos passam 
para os tecidos. Você absorve mais de 90% dos nutrientes que ingere quando se alimenta. 
A absorção ocorre pela difusão passiva, pela difusão facilitada ou pelo transporte ativo. 
difusão passiva O processo de absorção 
de nutrientes passando pela membrana celular 
intestinal de uma concentração alta para uma 
concentração baixa. 
difusão facilitada O processo de 
absorçãode nutrientes passando pela membrana 
celular intestinal com o auxílio de uma molécula 
transportadora. 
transporte ativo O processo de absorção 
de nutrientes passando pela membrana celular 
intestinal com o auxílio de uma molécula 
transportadora e de energia.
Concentração alta 
Nutriente 
Membrana 
celular 
Concentração baixa 
 Concentração alta 
Nutriente 
Proteína 
transportadora 
 Concentração baixa 
Concentração baixa 
Nutriente 
Energia 
Proteína 
transportadora 
Concentração alta 
Nutriente 
Difusão passiva: 
Os nutrientes passam 
pela membrana celular.
Difusão facilitada: 
Requer um transportador 
específico, mas não 
precisa de energia para 
atravessar a membrana.
Transporte ativo: Requer 
uma proteína transportadora 
e energia para atravessar 
a membrana celular. 
Endocitose: Moléculas inteiras que são 
englobadas pela membrana celular. 
a b c d 
Figura 3.9 Métodos de absorção no intestino delgado 
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O que acontece com os nutrientes após serem absorvidos? 51
O que acontece com os nutrientes 
após serem absorvidos? 
OA 3.4 Explicar como os sistemas circulatório e linfático transportam os nutrientes 
absorvidos pelo organismo. 
Agora que você sabe como o corpo digere e absorve os nutrientes dos alimentos, você 
deve estar se perguntando o que acontece com os nutrientes depois de absorvidos. 
Quando os nutrientes são absorvidos, eles precisam ser transportados para as células 
antes que possam ser utilizados pelo organismo. Os nutrientes são transportados pelas 
veias ou artérias do sistema circulatório ou pelos vasos linfáticos. 
O sistema circulatório distribui os nutrientes 
pelo sangue 
Os nutrientes hidrossolúveis são captados pelas paredes capilares nas vilosidades 
intestinais e transportados para a corrente sanguínea. Esses nutrientes circulam pela 
corrente sanguínea até o fígado. O fígado regula o uso dos nutrientes dependendo das 
suas necessidades. Alguns dos nutrientes podem ser armazenados no fígado, enquanto 
que outros são liberados na circulação e fornecidos para as células do corpo. O sangue 
é o sistema de transporte principal do corpo humano, fazendo o tráfego de oxigênio, 
nutrientes, hormônios e resíduos por todo o organismo (Figura 3.10). Sem o sistema 
circulatório, os nutrientes que você consome não chegariam até as suas células. 
Igualmente importante, o sangue remove o excesso de água e resíduos das células 
e traz essas substâncias para os rins para excreção.
Fígado 
Coração 
Os nutrientes lipossolúveis 
transportados na linfa vão 
pelo ducto torácico até o 
sangue pela veia subclávia 
esquerda 
Veia 
porta 
hepática 
Sangue 
Linfa 
Nutrientes 
hidrossolúveis 
Vilosidade 
intestinal 
Nutrientes 
lipossolúveis 
Figura 3.10 Os sistemas circulatório e linfático 
O sangue e a linfa são fluidos que circulam por todo o corpo. Eles distribuem nutrientes 
para as células, e o sangue também recolhe resíduos para excreção. 
Capilares 
sanguíneos 
Vaso 
linfático
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52 Capítulo 3 | Princípios básicos da digestão
O sistema linfático distribui alguns nutrientes 
pelos vasos linfáticos 
O sistema linfático é uma rede complexa de capilares, pequenos vasos, válvulas, nodos 
e ductos que ajuda a manter o ambiente fluido interno. Alguns nutrientes absorvidos, 
como os produtos de digestão de gordura, devem passar pelo sistema linfático antes 
de entrarem na corrente sanguínea por serem muito grandes para se introduzirem 
nesta diretamente. A linfa também transporta as vitaminas lipossolúveis absorvidas 
do trato intestinal até o sangue. Por fim, ela se conecta com o sangue próximo ao 
coração. 
O corpo pode armazenar certos nutrientes 
adicionais 
Embora alguns nutrientes sejam utilizados imediatamente para energia e outras 
funções, o organismo pode armazenar nutrientes adicionais para serem usados 
quando você precisar. Por exemplo, um determinado excesso de carboidrato 
é armazenado no fígado e músculos, em uma forma chamada glicogênio, que será 
disponibilizada quando você não está se alimentando, por exemplo, nos intervalos 
entre as refeições. Outro excesso de energia (calorias) é armazenado nas células 
de gordura. Algumas vitaminas e minerais também podem ser armazenados. Por 
exemplo, o armazenamento de cálcio nos seus ossos ajudará a mantê-los fortes. 
Contudo, o armazenamento de quantidades excessivas de vitaminas lipossolúveis, 
como a vitamina A, e alguns minerais, como o ferro, pode ser tóxico. 
O sistema excretor elimina os resíduos do 
corpo 
O sistema excretor elimina os resíduos do sistema circulatório. Depois que as células 
recolhem os nutrientes e outros componentes metabólicos úteis de que precisam, 
os resíduos se acumulam. Por exemplo, a quebra de proteínas cria um resíduo que 
contém nitrogênio, como a ureia, que deve ser eliminada. Os rins permitem que esses 
resíduos se concentrem na urina e sejam excretados do organismo (Figura 3.11). As 
vitaminas hidrossolúveis em excesso também são eliminadas na urina. Em conclusão, 
os rins têm um papel importante em facilitar o corpo a manter o equilíbrio de água.
OA 3.4 Lembre-se Os nutrientes absorvidos são transportados pela corrente 
sanguínea e sistemas linfáticos para serem fornecidos às células. Alguns nutrientes em 
excesso são armazenados, ao mesmo tempo em que o sistema excretor ajuda a filtrar 
e a eliminar os resíduos do sangue pela urina. 
Artéria 
e veia até 
o rim 
Uretra
Figura 3.11 O sistema excretor 
A água e os resíduos das células são 
filtrados do sangue nos rins e expelidos do 
organismo na urina. 
Rim 
Ureter
Bexiga

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