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ÉTICA NA ADMINISTRAÇÃO Lucas Vissmann de Oliveira Gonçalves Marcus Vinícius Monteiro Lumertz Professor-Valéria Silveira Centro Universitário Leonardo da Vinci - UNIASSELVI Curso (ADG0938) – Prática do Módulo II 08/12/2017 RESUMO Objetivando esclarecer o que é ética administrativa e comprando-a com diferentes artigos e com a realidade atual, o presente paper, apresenta através de uma análise, explicação e comparação do Código de Ética dos Profissionais de Administração com diferentes artigos, a ética dentro da profissão de administração; onde, é referida como uma reflexão sobre a atitude humana e que pertence a um foro pessoal e legal. Sendo assim, a ética na administração está prevista pelo CEPA, em oito capítulos, onde são definidos direitos e deveres do profissional da classe. Como também, prevista em diferentes opiniões que convergem em um mesmo resultado, a ética administrativa como sendo íntima do ser, uma reflexão sobre o certo e o errado, mas também disposta em lei. Palavras-chave: Ética. Reflexão. CEPA. Legal. Pessoal. Administração. Hipótese. 1 INTRODUÇÃO O presente paper tem seu conteúdo centralizado no tema formação profissional, onde, dentro deste, se especifica uma das áreas desta formação, a ética administrativa. É possível perceber que muito se fala na formação profissional, nos quesitos de escolaridade, experiência, gosto pelo ofício e mercado onde atuar, todavia pouco se houve sobre ética, ou seja, como se deve agir diante do ofício, quais atitudes tomar, utilizar da honestidade e escolher entre o que se julga certo e errado. E é neste quesito que o paper procura atuar, com o objetivo de esclarecer o que é a ética administrativa e de compara-la, através de uma análise e explicação do CEPA (Código de Ética dos Profissionais de Administração), com artigos escritos por diversos autores, que retratam a ética administrativa (tanto em âmbito público, como em privado) nos dias atuais e que visam explica-la de forma simples. Dentro do objetivo de esclarecer o que é ética administrativa e de compara-la com certos artigos e com a realidade, sua aplicação, o paper visa buscar uma conclusão sobre o que se entende referente a este assunto, justamente pelo problema de ser pouco debatido, tanto quanto pouco exemplificado na sociedade atual. Dessa maneira, através da análise e comparação, são apresentados o conceito de ética, uma explicação dos oito capítulos do CEPA, uma explicação sobre os artigos lidos pelos autores e a devida comparação com o Código de Ética e com a realidade atual, para que se possa concluir o entendimento; ainda sobre tal assunto, como anexo é entregue ao leitor o próprio Código de Ética dos Profissionais de Administração. 2 2 ÉTICA Etimologicamente: “A palavra Ética surge do grego ethos, que significa hábitos [...]” (TOMELIN; SIEGEL, 2011, p. 108). E segundo Tavares (2013, p. 5), “[...] significa costume, hábitos e valores de determinada coletividade. ” Mas na “prática”, ética é uma reflexão sobre as atitudes humanas. Ela atua de forma a refletir sobre o certo e o errado e com o objetivo de guiar, na melhor das hipóteses, a se fazer a coisa certa. A ética se diferencia da moral no ponto em que a moral seria a sua concretização (o pensamento - atitude) e a ética a reflexão. 2.1 ÉTICA PROFISSIONAL E ADMINISTRATIVA Basicamente a ética profissional é o estabelecimento da referida reflexão em cima do âmbi to profissional. Dessa maneira, Camargo (apud TOMELIN; SIEGEL, 2011, p. 104) descreve a ética profissional como sendo “a aplicação da ética geral no campo das atividades profissionais [...]”. Ser ético na profissão é colocar em prática as normas éticas que compõem a consciência do profissional e representam imperativos de sua conduta baseado na moral. Assim como é de suma importância colocar em prática ética no ambiente de trabalho, na qual se fundamenta nos valores organizacionais ajudando os colaboradores ao [sic] alcançarem a eficácia por meio da obediência à legislação, assim como, aos valores e diretrizes da organização que utilizam o código de conduta. (REYMÃO, 2014) Porquanto, a ética administrativa vem a ser a aplicação da ética na forma de administrar, basicamente seguindo os mesmos passos da ética profissional e popular (reflexão sobre as atitudes, moral, escolha entre bem e mal) mas também utilizando de métodos e princípios legais. A própria administração pública segue princípios, estabelecidos pela constituição federal, sendo estes princípios éticos e legais. Na Figura 1 podem ser observados tais princípios: FIGURA 1 - PRINCÍPIOS DA ADMINSISTRAÇÃO PÚBLICA FONTE: ABRAM, 2013 3 Quando falamos de legalidade na administração pública, estamos falando de tudo que nos é permitido perante a lei, assim não passando por cima do que a lei nos restringe. O administrador público deve ser extremamente profissional, quando estiver exercendo sua função o ideal é que sua imagem não seja notada, deve ser impessoal, não cobiçandopromoções ou até mesmo cargos superiores. Na moralidade temos os princípios éticos, não podendo se limitar ao bem e o mal; para que o administrador público possua esse princípio é necessário que a finalidade e a legalidade entejam juntas. A moralidade um dos princípios mais importantes se não o mais importante, um profissional que trabalha na parte pública e carece dos mesmos não pode exercer tal cargo. Quaisquer assuntos que o administrador público tiver devem ser publicados, o profissional deve ser transparente para facilitar todo o processo, nunca é bom esconder informações públicas, porque além de ser um princípio de um profissional público é quase uma obrigação deixar os atos que são feitos transparentes para toda a sociedade. Ser efetivo, o profissional deve mostrar resultados satisfatórios em seu cargo público, porque sua responsabilidade é imensa, o administrador deve ser competente e fazer uma boa gestão, resolvendo os problemas que virão a aparecer. 3 A ÉTICA NA ADMINISTRAÇÃO E O CEPA Como visto anteriormente, a ética administrativa trata de refletir sobre os princípios e atitudes a serem tomadas para com a empresa que se administra. E assim como a administração pública tem seus princípios previstos pela Constituição Federal de 1988, a administração privada (juntamente da pública) possui seu próprio código de ética, o Código de Ética dos Profissionais de Administração (Aprovado pela Resolução Normativa CFA nº 393, de 6 de dezembro de 2010). O CEPA foi aprovado junto do Regulamento do Processo Ético do Sistema CFA/CRAs¹; como também, está dividido em oito capítulos, sendo eles: Capítulo I - Dos Deveres; Capítulo II - Das Proibições; Capítulo III - Dos Direitos; Capítulo IV - Dos Honorários Profissionais; Capítulo V - Dos Deveres Especiais em Relação aos Colegas; Capítulo VI -Dos Deveres Especiais em Relação à Classe; Capítulo VII - Das Infrações Disciplinares; e Capítulo VIII - Das Disposições Finais. O Código de Ética dos Profissionais de Administração define em seu preâmbulo o que é ética e cita que ela serve para desenvolver e servir de base para a forma de agir do administrador: I - De forma ampla a Ética é definida como a explicitação teórica do fundamento último do agir humano na busca do bem comum e da realização individual. II - O exercício da atividade dos Profissionais de Administração implica em compromisso moral com o indivíduo, cliente, empregador, organização e com a sociedade, impondo deveres e responsabilidades indelegáveis. III - O Código de Ética dos Profissionais de Administração (CEPA) é o guia orientador e estimulador de novos comportamentos e está fundamentado em um conceito de ética direcionado para o desenvolvimento, servindo simultaneamente de estímulo e parâmetro para que o Administrador amplie sua capacidade de pensar, visualize seu papel e torne sua ação mais eficaz diante da sociedade. (CEPA. Preâmbulo, 2010). _____________________________________________________________________ ¹ CFA/CRAs – Conselho Federal de Administração / Conselhos Regionais de Administração . 4 É possível perceber neste preâmbulo que a ética administrativa, prevista em código/ lei, visa trazer uma atitude correta, legal e lícita sobre as decisões de administradores e com intuito de aperfeiçoar suas capacidades de decisões e de orientar as mesmas. Assim como no CEPA, os devidos artigos lidos pelos autores, seguem estes padrões. Definitivamente há uma concordância entre diferentes autores, acadêmicos e pessoas comuns em relação ao que é legal ou não, principalmente no quesito de roubos feitos pela administração pública, mas em relação à forma privada, que também compete à forma pública, a ética administrativa trata não apenas de guiar e desenvolver os administradores (como previsto no CEPA, 2010) mas também desenvolver a responsabilidade social (que é investir na empresa, pensando em seus funcionários e em desenvolvimento), também como utilizar de meios que não prejudiquem o meio ambiente. Falando em desenvolvimento e meio ambiente, em seu artigo ética na Administração e nos Negócios, Durau (2010) afirma que: “O passaporte para a sustentabilidade poderá ser alcançado na medida em que cada pessoa que integra as empresas, desde o último colaborador contratado até o Presidente do Conselho de Administração, se conscientize de sua missão, cada um em seu nível de atuação, e use a sua liberdade para desempenhá-la com total responsabilidade e comprometimento com a atuação ética” Ou seja, Durau afirma que atuando eticamente, toda parte administrativa da empresa, seja em qualquer nível, pode resultar em ações que desenvolverão a sustentabilidade e que se têm liberdade para tomar decisões, entretanto seguindo os princípios éticos. 3.1 DOS CAPÍTULOS DO CEPA Partindo do Capítulo I – Dos Deveres, Art.1º, pode-se esclarecer que se trata de uma introdução ao que o administrador deve fazer. Possuindo doze incisos que indicam os afazeres de um administrador; segue-se o inciso I onde novamente pensando nas corrupções da ética administrativa, basta olharmos para o Brasil e teremos um vislumbre do que se trata de falhas na ética. Analisando o que é previsto no inciso I do Art. 1º do Cap. I - Dos deveres (CEPA, 2010): I - exercer a profissão com zelo, diligência e honestidade, defendendo os direitos, bens e interesse de clientes, instituições e sociedades sem abdicar de sua dignidade, prerrogativas e independência profissional, atuando como empregado, funcionário público ou profissional liberal; Basicamente, se percebe que autores como Reymão (2014), Dutra (2009) e Sampaio (2012), estão certos em dizerem que a ética administrativa não passa de uma hipótese, de que sempre lembramos da corrupção ao tocarmos neste assunto e que a administração pública se iguala ao laissez 5 passer (deixe passar), por muitas vezes as autoridades competentes deixarem a corrupção acontecer, dessa maneira não temos bons exemplos de administrações éticas; todavia, Dutra (2009) afirma que precisamos tomar como exemplo apenas as coisas boas, ou seja, não tratar o país como ruim por ter coisas ruins. Passando adiante os incisos seguintes tratam sobre sigilo profissional (incisos II e VII), e sobre algo um tanto quanto peculiar, a renúncia por problemas na atuação da profissão, visto isso no inciso “VI - renunciar, demitir-se ou ser dispensado do posto, cargo ou emprego, se, por qualquer forma, tomar conhecimento de que o cliente manifestou desconfiança para com o seu trabalho, hipótese em que deverá solicitar substituto; ” (ART. 1º. CAP. I. CEPA, 2010). Como pode ser observado, claramente um exemplo hipotético seria o de um gerente de banco suspeito de desviar capital, ou um presidente acusado de receber propina. Já em relação ao Capítulo II – Das Proibições, Art. 2º, tem-se dezessete incisos cujo objetivo é esclarecer o que é vedado ao profissional, dessa maneira, corresponde a estas proibições fatores como usos indevidos para com o nome do profissional (incisos III e V), além de vedar a quebra do sigilo (inciso XII) e de estabelecer uma série de proibições, cujas quatro em destaque a seguir, revelam vedações de atos ilegais e antiéticos: IX - contribuir para a realização de ato contrário à lei ou destinado a fraudá-la, ou praticar, no exercício da profissão, ato legalmente definido como crime ou contravenção; XI - recusar- se à prestação de contas, bens, numerários, que lhes sejam confiados em razão do cargo, emprego, função ou profissão, assim como sonegar, adulterar ou deturpar informações, em proveito próprio, em prejuízo de clientes, de seu empregador ou da sociedade; XVI - usar de artifícios ou expedientes enganosos paraobtenção de vantagens indevidas, ganhos marginais ou conquista de contratos; XVII- prejudicar, por meio de atos ou omissões, declarações, ações ou atitudes, colegas de profissão, membros dirigentes ou associados das entidades representativas da categoria. (ART. 2º. CAP. II. CEPA, 2010). Como visto nestes incisos IX, XI, XVI e XVII, os atos tantos ditos como ilegais, como cometer um crime, quanto atos mais antiéticos como prejudicar colegas de profissão, são proibidos de maneira a se considerarem fora dos padrões de atitude para um administrador, mas nos dias atuais são tão comuns, quanto não deveriam ser. A exemplo tem-se a sonegação fiscal de grandes empresas e até mesmo fraude em eleições, ou seja, utilizar de artifícios enganosos para a vantagem ser obtida. No Capítulo III – Dos Direitos, Art. 3º, literalmente dispõem-se dos direitos do profissional de administração, assim: Art. 3º São direitos do Profissional de Administração: I - exercer a profissão independentemente de questões religiosas, raça, sexo, nacionalidade, cor, idade, condição social ou de qualquer natureza discriminatória; II - apontar falhas nos regulamentos e normas das instituições, quando as julgar indignas do exercício profissional ou prejudiciais ao cliente, devendo, nesse caso, dirigir-se aos órgãos competentes, em particular ao Tribunal Regional de Ética dos Profissionais de Administração e ao Conselho Regional de Administração; III - exigir justa remuneração por seu trabalho, a qual corresponderá às responsabilidades assumidas a seu tempo de serviço dedicado, sendo-lhe livre firmar acordos sobre salários, velando, no entanto, pelo seu justo valor; IV - recusar-se a exercer a profissão em instituição 6 pública ou privada onde as condições de trabalho sejam degradantes à sua pessoa, à profissão e à classe; V - participar de eventos promovidos pelas entidades de classe, sob suas expensas ou quando subvencionados os custos referentes ao acontecimento; VI - a competição honesta no mercado de trabalho, a proteção da propriedade intelectual sobre sua criação, o exercício de atividades condizentes com sua capacidade, experiência e especialização. (ART. 3º. CAP. III. CEPA, 2010). Dessa maneira é possível compreender que o administrador não possui apenas o que fazer e o que não fazer, assim também possuindo direitos direcionados ao seu benefício profissional. Sendo o inciso I – “exercer a profissão independentemente de questões religiosas, raça, sexo, nacionalidade, cor, idade, condição social ou de qualquer natureza discriminatória; ” (ART. 3º. CAP. III. CEPA, 2010) muito semelhante ao que é dito no Art. 5º da Constituição Federal que alega direitos ao cidadão sem distinção de raça, religião, sexo, ou de qualquer outra natureza. No Capítulo IV – Dos Honorários Profissionais, Art. 4º e 5º, são dispostas as condições para o recebimento de salários e honorários e vedadas certas particularidades, como remuneração por extorsão, prevista no inciso I, do art. 5º. Dessa maneira cabe destacar o que diz o Art. 4º: “Os honorários e salários do Profissional de Administração deverão ser fixados, por escrito, antes do início do trabalho a ser realizado [...]” e exemplificar que nem sempre este salário previsto é pago de maneira correta, assim muitas vezes pela própria discriminação, em casos, sexual; como é visto nas mídias, de forma relacionada aos diferentes salários ganhos em uma mesma posição, entre homens e mulheres. Art. 5º É vedado ao Profissional de Administração: I - receber remuneração vil ou extorsiva pela prestação de serviços; II - deixar de se conduzir com moderação na fixação de seus honorários, devendo considerar as limitações econômico-financeiras do cliente; III - oferecer ou disputar serviços profissionais, mediante aviltamento de honorários ou em concorrência desleal. (ART. 5º. CAP. IV. CEPA, 2010). O Capítulo V – Dos Deveres Especiais em Relação aos Colegas, Art. 6º, 7º e 8º, fala da ética em relação com os colegas de trabalho, tendo como princípio o respeito e a solidariedade com os mesmos para então manter uma relação saudável e de bom convívio. Ter ética no tratamento com os colegas, evitando referências prejudiciais, que possam ferir a integridade dos colegas, assim preservando a dignidade de toda a classe. Evitar desentendimentos, ser solidário quando o colega necessitar de sua ajuda, principalmente quando o colega estiver passando por problemas na empresa, seja de cunho profissional ou pessoal, não se aproveitar da situação de dificuldade do colega, para então cobiçar seu cargo ou função, lembrar-se das virtudes e princípios éticos administrativos. Lembrando que manter um bom relacionamento é essencial para que a ética se estabeleça no ambiente de trabalho. Dessa maneira, o Art. 6º, parágrafo único, resume de maneira simples tais deveres: “O Profissional de Administração deverá ter para com seus colegas a consideração, o apreço, o respeito mútuo e a solidariedade que fortaleçam a harmonia e o bom conceito da classe. ” Como, o Art. 8º, 7 parágrafo único, especifica uma forma de resolver os empasses e divergências entre os profissionais: “O Profissional de Administração poderá recorrer à arbitragem do Conselho Regional de Administração nos casos de divergência de ordem profissional com colegas, quando for impossível a conciliação de interesses. ” O Capítulo VI – Dos Deveres Especiais em Relação à Classe, Art. 9º, do código de ética, fala sobre os deveres especiais em relação a classe, e tem como foco principal os órgãos e movimentos que ajudam e defendem os interesses de toda a classe administrativa. É importante também, explicar o papel desses órgãos de classe que tem como proposito o amparo no sentido de promover uma regulamentação, regulação, congregação, tendo atuação política institucional. O artigo deixa explicito que o profissional de administração tem o dever de aceitar a participação nos movimentos em prol da classe, não importando qual cargo ou função que ele venha a desempenhar dentro dos órgãos, só é aceitável a negativa do mesmo em casos extremos, que realmente o profissional não tenha condições por estar impossibilitado. Neste capitulo é dito que o profissional de administração tem o dever de colaborar com a ciência de sua área, cada profissional deve fazer sua parte e colaborar em relação a classe, incluindo pagamento de contribuições já estabelecidos legalmente. Respeitar as normas e órgãos e acatar as deliberações dos conselhos regionais de administração. II - Apoiar as iniciativas e os movimentos legítimos de defesa dos interesses da classe, participando efetivamente de seus órgãos representativos, quando solicitado ou eleito; VI - cumprir com suas obrigações junto às entidades de classe às quais se associou, inclusive no que se refere ao pagamento de contribuições, taxas e emolumentos legalmente estabelecidos; (ART. 9º. CAP. II e VI. CEPA, 2010). No Capítulo VII – Das Infrações Disciplinares, Art. 10º, são definidas as infrações que um profissional administrativo não pode cometer, como também é citado que quem cometer as infrações estará sujeito a punição prevista no Regulamento do Processo Ético do Sistema CFA/CRAs, dessa maneira, além de ser enfatizada a questão de princípios éticos, ou seja, cumprir com a ética, como no caso de infrações, refere-se a atentar contra ela. Dispõe-se: Art. 10. Constituem infrações disciplinares sujeitas às penalidades previstas no Regulamento do Processo Ético do Sistema CFA/CRAs, aprovado por Resolução Normativa do Conselho Federal de Administração, além das elencadas abaixo, todo ato cometido pelo profissional que atente contra os princípios éticos, descumpra os deveres do ofício, pratique condutas expressamentevedadas ou lese direitos reconhecidos de outrem: (ART. 10º. CAP. VII. CEPA, 2010). Dessa maneira sendo disposto nos dez incisos quais as infrações possíveis: I - praticar atos vedados pelo CEPA; II - exercer a profissão quando impedido de fazê-lo ou, por qualquer meio, facilitar o seu exercício aos não registrados ou impedidos; III - não 8 cumprir, no prazo estabelecido, determinação de entidade dos Profissionais de Administração ou autoridade dos Conselhos, em matéria destes, depois de regularmente notificado; IV - participar de instituição que, tendo por objeto a Administração, não esteja inscrita no Conselho Regional; V - fazer ou apresentar declaração, documento falso ou adulterado, perante as entidades dos Profissionais de Administração; VI - tratar outros profissionais ou profissões com desrespeito e descortesia, provocando confrontos desnecessários ou comparações prejudiciais; VII - prejudicar deliberadamente o trabalho, obra ou imagem de outro Profissional de Administração, ressalvadas as comunicações de irregularidades aos órgãos competentes; VIII - descumprir voluntária e injustificadamente com os deveres do ofício; IX - usar de privilégio profissional ou faculdade decorrente de função de forma abusiva, para fins discriminatórios ou para auferir vantagens pessoais; X - prestar, de má-fé, orientação, proposta, prescrição técnica ou qualquer ato profissional que possa resultar em danos às pessoas, às organizações ou a seus bens patrimoniais. (ART. 10º. CAP. VII. CEPA, 2010). As infrações disciplinares do código de ética têm aprovação do conselho federal de administração, que dependendo da infração o profissional pode ser penalizado por sua conduta contra os princípios éticos. Exercer sua profissão quando não autorizado é uma atitude contraria aos princípios do capítulo, como também tratar os profissionais com desrespeito e descortesia. É de suma importância seguir as normas do código de ética, e principalmente não praticar atos que são vedados pelo próprio. A adulteração ou falsificação de documentos e até declarações que são entregues aos profissionais da administração estão sujeitas a penas por descumprirem com os deveres éticos do código. O profissional não deve usar seu cargo ou função de forma que tenha intenção de discriminar ou prejudicar outros profissionais, assim não usando de forma abusiva sua superioridade na função que exerce. Também não usar da profissão com artifício para tirar proveitos e obter vantagens pessoais. Ter como princípio a honestidade e integridade para não agir de má-fé com outros profissionais, seja qual forem as funções a desempenharem. Podemos dizer que quanto as infrações disciplinares o importante é manter a lisura de acordo com os princípios éticos e morais de cada indivíduo. Se o profissional respeitar sua classe provavelmente não vai infringir contra as condutas que são expressamente vedadas pelo código de ética. Sendo o menor dos capítulos, o Capítulo VIII – Das Disposições Finais, Art. 11º, 12º, 13º e 14º, conclui dizendo que é dever do Conselho Federal de Administração revisar e atualizar o Código de Ética dos Profissionais de Administração, ouvindo requisitos vindos dos CRAs (Conselhos Regionais de Administração); que as regras processuais do processo ético possuem regulamento próprio; que o CFA e os CRAs manterão os Tribunais Superior e Regionais de maneira a resguardar e objetivar a aplicação do CEPA; como também é dever dos CRAs divulgar amplamente o CEPA. 9 3.2 DOS ARTIGOS E DA REALIDADE Em relação aos artigos dos autores, Nadas (2003), Durau (2010), Dutra (2009), Reymão (2014), Sampaio (2012) e Frozza (2014); pode-se destacar que a ética administrativa é considerada um grande valor para o profissional, mesmo que não se tenha bons exemplos de sua aplicação, além de que também se tem a ética como uma reflexão íntima agindo junta de uma legislação (como é visto no CEPA). Ambos estes autores, conceituam a ética da mesma forma: uma reflexão sobre a atitude moral e dessa maneira, a ética administrativa se encontra neste âmbito, todavia como apresentado anteriormente, pode-se enfatizar, novamente, que Dutra (2009) cita a ética como uma hipótese, de mesma maneira que Sampaio (2012) a compara ao laissez passer do século XVIII; o porquê disso? Basicamente pela corrupção, principalmente na área pública administrativa. Deixe passar, refere-se ao fechar de olhos, pela negligência que é vista sendo feita por órgãos que regulamentam a administração pública, sendo assim deixando o crime agir livremente, o que além disso agrava a ideia de a ética ser uma hipótese, pois como é visto no inciso II do preâmbulo do CEPA (2010), “O exercício da atividade dos Profissionais de Administração implica em compromisso moral com o indivíduo, cliente, empregador, organização e com a sociedade, impondo deveres e responsabilidades indelegáveis.”; é exercida a atividade de maneira compromissada com a moral e ética? Não, pois se, deve-se ter responsabilidade com o seu dever, fechar os olhos diante de roubos e “deixar passar”, prejudica a sociedade, a organização e a ética que deveria existir fica apenas na hipótese. Como foi visto, a ética se fundamenta no íntimo do ser e em forma legal, mas muitas vezes ambas as formas são deixadas de lado. Em seu Capítulo V, nos artigos 6° e 7°, como visto anteriormente, o CEPA esclarece que os administradores devem ter apenas atitudes positivas com os colegas da classe, evitar empecilhos e desentendimentos, auxiliando os demais colegas na fiscalização da profissão em prol da classe. A falta de respeito e também o desejo de auto realização (individual) no âmbito administrativo, muitas vezes desencadeia desentendimentos e discussão, assim despertando sentimentos ruins uns com os outros, fazendo com que o convívio dentro das organizações se torne uma espécie de alavanca para que antiética se estabeleça entre os colegas; todavia Reymão (2012) em seu artigo “A Ética na Administração”, explicita que como um exemplo a ser tomado, as únicas atitudes são as positivas, ou seja, nem sempre se deve generalizar a falta de ética. Dessa maneira a existência de conselhos regionais de administração (CRAs) serve como exemplo positivo, pois é através deles que impasses e desentendimentos são resolvidos, de forma pacífica e legal. Além do mais, como é previsto no Cap. VI (CEPA,2010), sobre atitudes que visam proteger a classe administrativa e o movimento dos interesses em defesa da classe, a este quesito a questão ética se aplica na realidade, pois há muitos 10 movimentos que prestigiam e defendem os direitos dos administradores e órgãos que regulamentam e fiscalizam, como os próprios conselhos regionais de administração, citados no Cap. V.; ou seja, a ética administrativa se encontra também nos atos que visam defender o próprio ramo profissional. Outro exemplo a ser citado é a própria criação do Código de ética dos profissionais de administração e do regulamento do processo ético do sistema CFA/CRA. 4 ANÁLISE DE RESULTADOS A administração é um ramo profissional presente em toda organização, sendo uma grande rede de mercados ou até pequenos comércios da cidade, como também um país, e para que esta administração seja aplicada corretamente, os profissionais da classe dispõem da ética. Como já esclarecido, a ética é o “[...] costume, hábitos e valores de determinada coletividade.” (TAVARES, 2013, p.5) e também é algo legal. O que se entende por ética administrativa é justamente isto, valores íntimos dos seres, somados a princípios legislativos, previstos em documentos, como o CEPA. Sua aplicabilidade está prevista por lei e a antiética é vedada de maneira apunir os infratores, todavia, mesmo dispondo de um código que explicita tal dever de cumprir com seu princípio legal, ela é deixada de lado, muitas vezes para se obter status na sociedade. Para o popular, o entendimento de ética administrativa é o dono da uma empresa pagar o salário dos funcionários em dia, o prefeito não roubar, o dono do bar não sonegar impostos; para a legislação, é justamente a mesma coisa, mas dito de forma diferente, cumprir com os deveres da profissão, respeitar as proibições, uma forma de aperfeiçoar o profissional; e para autores como Dutra (2009) e Sampaio (2012), é uma hipótese ou um “deixe passar”. A aplicabilidade da ética administrativa está sujeita em Constituição Federal e em Código de Ética, mas sua realidade fica posta à prova, após acontecimentos como a Operação Lava Jato, desvendando fraudes do auto escalão administrativo, do Brasil e de Grandes Empresas. Mas felizmente, sua definição é clara: Valores íntimos e legais, que visam fazer o correto; e os métodos de aplicá-la também, definindo atos legais e ilegais, em Código, como o Código de Ética dos Profissionais de Administração e estabelecendo apoio para a classe administrativa e administrados, com os Conselhos Regionais de Administração (CRAs) e com o Conselho Federal de Administração (CFA). 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS Dentro do objetivo de esclarecer o que é ética administrativa e de compara-la com certos artigos e com a realidade, o que pode ser concluído a respeito disto e do que se compreendeu sobre 11 ética administrativa, é que a sua fiscalização e aplicação está sujeita através de um código legal e de um foro pessoal, onde o Código de Ética dos Profissionais de Administração e o íntimo do profissional atuam, de maneira a guiar o administrador para o melhor caminho a seguir. Foi percebido que a ética administrativa é compreendida de forma semelhante à ética utilizada no dia a dia, ou seja, tem em seu objetivo conduzir o ser a praticar ações corretas e legais, todavia muitas vezes não é aplicada dessa maneira, o que leva ao CEPA, por exemplo, indicar formas na qual será punido o infrator da ética. Também é possível relevar a ideia de que mesmo se tendo péssimos exemplos éticos, precisa-se tomar as boas éticas como guia para serem seguidas, assim seguindo a iniciativa do CEPA, dos CRA’s e do CFA’s, além do próprio foro pessoal. Dessa maneira, o assunto ética na administração, trata da ética em foro pessoal e legal, não parando apenas no CEPA e abrindo uma possível continuidade para com o sistema processual da ética (o Regulamento do Processo Ético do Sistema CFA/CRAs). REFERÊNCIAS ABRAM, Danielle Boppré de Athayde. Noções de Direito. Indaial: Uniasselvi, 2013. BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF: Senado Federal: Centro Gráfico, 1988. 292 p. __________________. RESOLUÇÃO NORMATIVA CFA Nº 393, DE 6 DE DEZEMBRO DE 2010. Aprova o novo Código de Ética dos Profissionais de Administração (CEPA) e o Regulamento do Processo Ético do Sistema CFA/CRAs, e dá outras providências. CFA, Conselho Federal de Administração. A Ética na Administração. 27 jun. 2014. Disponível em: <http://www.cfa.org.br/acoes-cfa/artigos/usuarios/a-etica-na-administracao> Acesso em: 03 set. 2017. COMUNIDADE ADM. Ética na Administração e nos Negócios. 4 jun. 2010. Disponível em: <http://www.administradores.com.br/artigos/negocios/etica-na-administracao-e-nos- negocios/45427/> Acesso em: 02 set. 2017. __________________. Ética na Administração: Um Princípio que tem Limite.... 7 jul. 2009. Disponível em: <http://www.administradores.com.br/artigos/negocios/etica-na-administracao-um- principio-que-tem-limite-empreendedorismo-perfil-e-formacao-do-administrador- reengenhariaterceiro-setor-e-responsabilidade-social-modismo-e-ou-diferencial- competitivo/31719/> Acesso em: 02 set. 2017. POLÍTICA LIVRE. Ética na administração (artigo). 29 fev. 2012. Disponível em: <http://www.politicalivre.com.br/2012/02/etica-na-administracao-artigo/> Acesso em: 24 set. 2017. TAVARES, Fábio Roberto. Ética, política e sociedade . Indaial: Uniasselvi, 2013. 12 TOMELIN, Janes Fidélis; SIEGEL, Norberto. Filosofia. Indaial: Uniasselvi, 2011. TRABALHOS GRATUITOS. Importância da ética na gestão. 14 maio 2014. Disponível em: <https://www.trabalhosgratuitos.com/Outras/Diversos/Import%C3%A2ncia-da-%C3%A9tica-na- gest%C3%A3o-324396.html> Acesso em: 24 set. 2017. ANEXOS CÓDIGO DE ÉTICA DOS PROFISSIONAIS DE ADMINISTRAÇÃO (Aprovado pela Resolução Normativa CFA nº 393, de 6 de dezembro de 2010) PREÂMBULO I - De forma ampla a Ética é definida como a explicitação teórica do fundamento último do agir humano na busca do bem comum e da realização individual. II - O exercício da atividade dos Profissionais de Administração implica em compromisso moral com o indivíduo, cliente, empregador, organização e com a sociedade, impondo deveres e responsabilidades indelegáveis. III - O Código de Ética dos Profissionais de Administração (CEPA) é o guia orientador e estimulador de novos comportamentos e está fundamentado em um conceito de ética direcionado para o desenvolvimento, servindo simultaneamente de estímulo e parâmetro para que o Administrador amplie sua capacidade de pensar, visualize seu papel e torne sua ação mais eficaz diante da sociedade. CAPÍTULO I DOS DEVERES Art. 1º São deveres do Profissional de Administração: I - Exercer a profissão com zelo, diligência e honestidade, defendendo os direitos, bens e interesse de clientes, instituições e sociedades sem abdicar de sua dignidade, prerrogativas e independência profissional, atuando como empregado, funcionário público ou profissional liberal; II - Manter sigilo sobre tudo o que souber em função de sua atividade profissional; III - conservar independência na orientação técnica de serviços e em órgãos que lhe fore m confiados; IV - Comunicar ao cliente, sempre com antecedência e por escrito, sobre as circunstâncias de interesse para seus negócios, sugerindo, tanto quanto possível, as melhores soluções e apontando alternativas; V - Informar e orientar o cliente a respeito da situação real da empresa a que serve; 13 VI - Renunciar, demitir-se ou ser dispensado do posto, cargo ou emprego, se, por qualquer forma, tomar conhecimento de que o cliente manifestou desconfiança para com o seu trabalho, hipótese em que deverá solicitar substituto; VII - evitar declarações públicas sobre os motivos de seu desligamento, desde que do silêncio não lhe resultem prejuízo, desprestígio ou interpretação errônea quanto à sua reputação; VIII - esclarecer o cliente sobre a função social da organização e a necessidade de preservação do meio ambiente; IX - Manifestar, em tempo hábil e por escrito, a existência de seu impedimento ou incompatibilidade para o exercício da profissão, formulando, em caso de dúvida, consulta ao CRA no qual esteja registrado; X - Aos profissionais envolvidos no processo de formação dos Profissionais de Administração, cumpre informar, orientar e esclarecer sobre os princípios e normas contidas neste Código. XI - cumprir fiel e integralmente as obrigações e compromissos assumidos, relativos ao exercício profissional; XI - manter elevados o prestígio e a dignidade da profissão. CAPÍTULO II DAS PROIBIÇÕES Art. 2º É vedado ao Profissional de Administração: I - Anunciar-se com excesso de qualificativos, admitida a indicação de títulos, cargos e especializações; II - Sugerir, solicitar, provocar ou induzir divulgação de textos de publicidadeque resultem em propaganda pessoal de seu nome, méritos ou atividades, salvo se em exercício de qualquer cargo ou missão, em nome da classe, da profissão ou de entidades ou órgãos públicos; III - permitir a utilização de seu nome e de seu registro por qualquer instituição pública ou privada onde não exerça pessoal ou efetivamente função inerente à profissão; IV - Facilitar, por qualquer modo, o exercício da profissão a terceiros, não habilitados ou impedidos; V - Assinar trabalhos ou quaisquer documentos executados por terceiros ou elaborados por leigos alheios à sua orientação, supervisão e fiscalização; VI - Organizar ou manter sociedade profissional sob forma desautorizada por lei; VII - exercer a profissão quando impedido por decisão administrativa do Sistema CFA/CRAs transitada em julgado; VIII - afastar-se de suas atividades profissionais, mesmo temporariamente, sem razão fundamentada e sem notificação prévia ao cliente ou empregador; 14 IX - Contribuir para a realização de ato contrário à lei ou destinado a fraudá-la, ou praticar, no exercício da profissão, ato legalmente definido como crime ou contravenção; X - Estabelecer negociação ou entendimento com a parte adversa de seu cliente, sem sua autorização ou conhecimento; XI - recusar-se à prestação de contas, bens, numerários, que lhes sejam confiados em razão do cargo, emprego, função ou profissão, assim como sonegar, adulterar ou deturpar informações, em proveito próprio, em prejuízo de clientes, de seu empregador ou da sociedade; XII - revelar sigilo profissional, somente admitido quando resultar em prejuízo ao cliente ou à coletividade, ou por determinação judicial; XIII - deixar de cumprir, sem justificativa, as normas emanadas dos Conselhos Federal e Regionais de Administração, bem como atender às suas requisições administrativas, intimações ou notificações, no prazo determinado; XIV - pleitear, para si ou para outrem, emprego, cargo ou função que esteja sendo ocupado por colega, bem como praticar outros atos de concorrência desleal; XV - Obstar ou dificultar as ações fiscalizadoras do Conselho Regional de Administração; XVI - usar de artifícios ou expedientes enganosos para obtenção de vantagens indevidas, ganhos marginais ou conquista de contratos; XVII- prejudicar, por meio de atos ou omissões, declarações, ações ou atitudes, colegas de profissão, membros dirigentes ou associados das entidades representativas da categoria. CAPÍTULO III DOS DIREITOS Art. 3º São direitos do Profissional de Administração: I - Exercer a profissão independentemente de questões religiosas, raça, sexo, nacionalidade, cor, idade, condição social ou de qualquer natureza discriminatória; II - Apontar falhas nos regulamentos e normas das instituições, quando as julgar indignas do exercício profissional ou prejudiciais ao cliente, devendo, nesse caso, dirigir -se aos órgãos competentes, em particular ao Tribunal Regional de Ética dos Profissionais de Administração e ao Conselho Regional de Administração; III - exigir justa remuneração por seu trabalho, a qual corresponderá às responsabilidades assumidas a seu tempo de serviço dedicado, sendo-lhe livre firmar acordos sobre salários, velando, no entanto, pelo seu justo valor; IV - Recusar-se a exercer a profissão em instituição pública ou privada onde as condições de trabalho sejam degradantes à sua pessoa, à profissão e à classe; V - Participar de eventos promovidos pelas entidades de classe, sob suas expensas ou quando subvencionados os custos referentes ao acontecimento; 15 VI - A competição honesta no mercado de trabalho, a proteção da propriedade intelectual sobre sua criação, o exercício de atividades condizentes com sua capacidade, experiência e especialização. CAPÍTULO IV DOS HONORÁRIOS PROFISSIONAIS Art. 4º Os honorários e salários do Profissional de Administração deverão ser fixados, por escrito, antes do início do trabalho a ser realizado, levando-se em consideração, entre outros, os seguintes elementos: I - Vulto, dificuldade, complexidade, pressão de tempo e relevância dos trabalhos a executar; II - Possibilidade de ficar impedido ou proibido de realizar outros trabalhos paralelos; III - as vantagens de que, do trabalho, se beneficiará o cliente; IV - a forma e as condições de reajuste; V - O fato de se tratar de locomoção na própria cidade ou para outras cidades do Estado ou do País; VI - Sua competência e renome profissional; VII - a menor ou maior oferta de trabalho no mercado em que estiver competindo; VIII - obediência às tabelas de honorários que, a qualquer tempo, venham a ser baixadas, pelos respectivos Conselhos Regionais de Administração, como mínimos desejáveis de remuneração. Art. 5° É vedado ao Profissional de Administração: I - Receber remuneração vil ou extorsiva pela prestação de serviços; II - Deixar de se conduzir com moderação na fixação de seus honorários, devendo considerar as limitações econômico-financeiras do cliente; III - oferecer ou disputar serviços profissionais, mediante aviltamento de honorários ou em concorrência desleal. CAPÍTULO V DOS DEVERES ESPECIAIS EM RELAÇÃO AOS COLEGAS Art. 6° O Profissional de Administração deverá ter para com seus colegas a consideração, o apreço, o respeito mútuo e a solidariedade que fortaleçam a harmonia e o bom conceito da classe. Art. 7° Com relação aos colegas, o Profissional de Administração deverá: I - evita fazer referências prejudiciais ou de qualquer modo desabonadoras; II - Recusar cargo, emprego ou função, para substituir colega que dele tenha se afastado ou desistido, visando a preservação da dignidade ou os interesses da profissão ou da classe; III - evitar emitir pronunciamentos desabonadores sobre serviço profissional entregue a colega; IV - Evitar desentendimentos com colegas, usando, sempre que necessário, o órgão de classe para dirimir dúvidas e solucionar pendências; 16 V - Tratar com urbanidade e respeito os colegas representantes dos órgãos de classe, quando no exercício de suas funções, fornecendo informações e facilitando o seu desempenho; VI - Na condição de representante dos órgãos de classe, tratar com respeito e urbanidade os colegas Profissionais de Administração, investidos ou não de cargos nas entidades representativas da categoria, não se valendo dos cargos ou funções ocupados para prejudicar ou denegrir a imagem dos colegas, não os levando à humilhação ou execração; VII - auxiliar a fiscalização do exercício profissional e zelar pelo cumprimento do CEPA, comunicando, com discrição e fundamentadamente aos órgãos competentes, as infrações de que tiver ciência; Art. 8° O Profissional de Administração poderá recorrer à arbitragem do Conselho Regional de Administração nos casos de divergência de ordem profissional com colegas, quando for impossível a conciliação de interesses. CAPÍTULO VI DOS DEVERES ESPECIAIS EM RELAÇÃO À CLASSE Art. 9° Ao Profissional de Administração caberá observar as seguintes normas com relação à classe: I - Prestigiar as entidades de classe, propugnando pela defesa da dignidade e dos direitos profissionais, a harmonia e a coesão da categoria; II - Apoiar as iniciativas e os movimentos legítimos de defesa dos interesses da classe, participando efetivamente de seus órgãos representativos, quando solicitado ou eleito; III - aceitar e desempenhar, com zelo e eficiência, quaisquer cargos ou funções, nas entidades de classe, justificando sua recusa quando, em caso extremo, achar-se impossibilitado de servi-las; IV - Servir-se de posição, cargo ou função que desempenhe nos órgãos de classe, embenefício exclusivo da classe; V - Difundir e aprimorar a Administração como ciência e como profissão; VI - Cumprir com suas obrigações junto às entidades de classe às quais se associou, inclusive no que se refere ao pagamento de contribuições, taxas e emolumentos legalmente estabelecidos; VII - acatar e respeitar as deliberações dos Conselhos Federal e Regional de Administração CAPÍTULO VII DAS INFRAÇÕES DISCIPLINARES Art. 10. Constituem infrações disciplinares sujeitas às penalidades previstas no Regulamento do Processo Ético do Sistema CFA/CRAs, aprovado por Resolução Normativa do Conselho Federal de Administração, além das elencadas abaixo, todo ato cometido pelo profissional que atente contra os princípios éticos, descumpra os deveres do ofício, pratique condutas expressamente vedadas ou lese direitos reconhecidos de outrem: 17 I - Praticar atos vedados pelo CEPA; II - Exercer a profissão quando impedido de fazê-lo ou, por qualquer meio, facilitar o seu exercício aos não registrados ou impedidos; III - não cumprir, no prazo estabelecido, determinação de entidade dos Profissionais de Administração ou autoridade dos Conselhos, em matéria destes, depois de regularmente notificado; IV - Participar de instituição que, tendo por objeto a Administração, não esteja inscrita no Conselho Regional; V - Fazer ou apresentar declaração, documento falso ou adulterado, perante as entidades dos Profissionais de Administração; VI - Tratar outros profissionais ou profissões com desrespeito e descortesia, provocando confrontos desnecessários ou comparações prejudiciais; VII - prejudicar deliberadamente o trabalho, obra ou imagem de outro Profissional de Administração, ressalvadas as comunicações de irregularidades aos órgãos competentes; VIII - descumprir voluntária e injustificadamente com os deveres do ofício; IX - Usar de privilégio profissional ou faculdade decorrente de função de forma abusiva, para fins discriminatórios ou para auferir vantagens pessoais; X - Prestar, de má-fé, orientação, proposta, prescrição técnica ou qualquer ato profissional que possa resultar em dano às pessoas, às organizações ou a seus bens patrimoniais. CAPÍTULO VIII DAS DISPOSIÇÕES FINAIS Art. 11. Caberá ao Conselho Federal de Administração, ouvidos os Conselhos Regionais e a categoria dos profissionais de Administração, promover a revisão e a atualização do CEPA, sempre que se fizer necessário. Art. 12. As regras processuais do processo ético serão disciplinadas em Regulamento próprio, no qual estarão previstas as sanções em razão de infrações cometidas ao CEPA. Art. 13. O Conselho Federal e os Conselhos Regionais de Administração manterão o Tribunal Superior e os Tribunais Regionais, respectivamente, objetivando o resguardo e aplicação do CEPA. Art. 14. É dever dos CRAs dar ampla divulgação ao CEPA. Aprovado na 19ª reunião plenária do CFA, realizada no dia 3 de dezembro de 2010. Adm. Roberto Carvalho Cardoso Presidente CRA/SP nº 097
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