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Apostila de Motivação e emoção capítulo 1

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Psicologia da motivação e emoção
Tanto emoção quanto motivação geram comportamentos.
Coincidentemente a primeira teoria de motivação remonta a Wiliam James. Este influenciado pela teoria evolucionista de Charles Darwin, segundo a qual cada espécie nasce com alguns comportamentos específicos que são necessários para garantir a sobrevivência da mesma.
As emoções seriam aspectos motivadores que disparam os comportamentos instintivos.
Inclusive a teoria das emoções proposta por Wiliam James, sobre as emoções, que ficou conhecida como James-lange, propõe que primeiro a pessoa corre e depois que ela tem a consciência do medo. Isso porque a emoção dispara uma resposta comportamental que ocorre antes da consciência da emoção.
Capítulo I
O estudo da MOTIVAÇÃO busca compreender o que queremos e porque queremos. A Motivação está relacionada com o que energiza e direciona o nosso comportamento, que está fundamentado nas nossas atitudes.
A ATITUDE, diferente daquilo que o senso comum entende, não significa “ter iniciativa”, mas é um conceito utilizado pela Psicologia Social, que possui três aspectos inter-relacionados: o cognitivo, o afetivo e o comportamental. O aspecto cognitivo diz respeito às crenças, valores, conhecimentos, representações, opiniões que as pessoas possuem sobre o mundo. O aspecto afetivo relaciona-se com o sentimento pró ou contra algum objeto ou fenômeno social. E o aspecto comportamental refere-se ao fato de que se sabendo como a pessoa pensa sobre determinado assunto e como ela se sente sobre o mesmo, os outros aspectos se tornam bons preditores do comportamento da mesma.
A motivação apresenta aspectos biológicos, cognitivos e sociais, e a complexidade do conceito levou os psicólogos a desenvolver uma variedade de abordagens. Todas elas procuram explicar a energia que guia o comportamento das pessoas em direções específicas
Neste sentido, entender o que causa o comportamento de uma pessoa, é procurar atingir tanto os mecanismos biológicos que colocam o organismo em prontidão para uma determinada ação, sua história de vida; é verificar como as aprendizagens contribuem para a construção dos autoconceitos, metas e expectativas e, também, como os fatores sociais, os incentivos e os valores transmitidos em cada cultura iniciam, perpetuam e finalizam as condutas humanas.
Para profissionais da psicologia, a análise motivacional permite o acesso à subjetividade das pessoas que são atendidas e o embasamento para a construção de intervenções visando atingir a saúde em sua totalidade, direcionada ao bem estar de forma ampla e plena
Cabe ressaltar que a motivação é um processo. E que, apesar de todas as pessoas possuírem os mesmos processos motivacionais básicos, aquilo que motiva cada uma delas é que vai influenciar a especificidade e a intensidade de seu comportamento.
Motivo interno: é uma condição interna ao organismo que energiza e direciona um comportamento. Podem ser classificados como necessidades, cognições e emoções.
As necessidades podem ser divididas em fisiológicas, psicológicas, sociais. As fisiológicas são fundamentais para a manutenção da vida do organismo. Com relação às necessidades psicológicas, a foco é a qualidade de vida e o pleno desenvolvimento do indivíduo. Como exemplo, podem ser citadas as necessidades de competência, autonomia e relacionamento. Já as necessidades sociais, se não trabalhadas, afetam a vida social do sujeito.
As cognições fazem referência aos nossos estados mentais, como pensamentos, crenças expectativas, opiniões, autoconceito, representações, metas. São construídas ao longo da nossa vida e implica na conjunção de outros processos cognitivos atuando concomitantemente, como a atenção, sensação, percepção, memória, resolução de problemas, consciência, tomada de decisão etc. Cognição significa o processo de construção de conhecimento, base para o nosso entendimento sobre o mundo e a realidade, para o relacionamento e a comunicação com as pessoas e, desta forma, determina o posicionamento diante das situações e os comportamentos realizados
As emoções são o outro motivo interno. Elas são fundamentais à vida humana e permitem que a vida ganhe um colorido especial e não fique somente no preto e branco (ou cinza). As emoções são importantes no processo de 16 • capítulo 1 socialização dos seres humanos, pois viabilizam a construção de vínculos e relacionamentos, indispensáveis à construção de laços sociais, transmissão do conhecimento adquirido pela espécie e valores, proteção aos elementos mais fracos do grupo (os filhotes) e defesa.
As emoções possuem quatro aspectos básicos que devem funcionar de forma harmoniosa, são eles: 
1. Sentimento – é a experiência subjetiva da emoção; como as pessoas relatam que estão se sentido, como elas conseguem verbalizar conscientemente e fenomenologicamente o que percebem que se passa com elas; 
2. Prontidão fisiológica – toda emoção possui uma alteração fisiológica subjacente, como batimento cardíaco, arrepio, embrulho no estômago entre outros; se o que a pessoa sente não vem com uma alteração fisiológica, não é emoção, mas somente um sentimento; 
3. Expressividade – as emoções vêm carregadas de expressividade corporal e facial. Este é um dos aspectos que viabilizam a comunicação e empatia (ou não) entre os seres humanos. Ao longo da vida, os seres humanos aprendem a fazer esta leitura emocional através da educação familiar, escolar, social e a lidar com as pessoas em cada situação. Caso esta leitura emocional não seja aprendida de forma adequada o processo de socialização pode ficar prejudicado; 
4. Funcionalidade – a função das emoções pode ser considerada de uma forma mais abrangente, relacionada à adaptação do organismo ao ambiente, e de uma forma mais específica, relacionada à emoção em si. Um exemplo é o medo: esta emoção possui a função de nos deixar 
em estado de alerta para a defesa diante da possibilidade de um estímulo que gere risco à integridade do organismo.
Eventos externos: energizam e direcionam o comportamento. Estes eventos são incentivos ambientais que antecedem o comportamento e geram tendências de aproximação ou afastamento, dependendo das circunstâncias e do efeito que seu resultado provocará na pessoa. De uma forma geral, podemos dizer que os seres humanos possuem uma disposição de aproximação de situações e objetos que lhes tragam prazer, pois são interpretados como benéficos para o organismo de alguma forma, e de afastamento de situações e objetos que lhes tragam desprazer, entendendo que podem ser tóxicos ao organismo
Na realização de uma Análise Motivacional é importante identificar a intensidade e a qualidade da motivação nos comportamentos das pessoas. Existem quatro possibilidades de identificar a expressão motivacional das pessoas: pela fisiologia(requer exames laboratoriais e outros como: de sangue, urina. Há toda uma sustentação biológica relacionada a hormônios e neurotransmissores que viabilizam o início da ação.) pelo comportamento manifesto, pelo autorrelato(é realizada através da aplicação de questionários e entrevistas e estudos indicam que a interpretação das pessoas sobre o que elas sentem, dizem e a correspondência psicofisiológica verificada através de exames realizados, não equivale.) e pela história dos antecedentes do comportamento.
Ambientes apoiadores da motivação são aqueles nos quais as pessoas se sentem à vontade para expressar o que pensam, para exercer sua criatividade e sua autonomia de pensamento. Nestes lugares, as pessoas não se sentem diminuídas ou coagidas porque são acolhidas em suas singularidades, consideram o erro como uma etapa para o crescimento e para a evolução do processo de aprendizagem.
A observação comportamental: Podem-se verificar sete aspectos no comportamento das pessoas que ajudam a identificar a intensidade, a qualidade e a presença da motivação. São eles: esforço, latência (tempo durante o qual uma pessoa adia sua resposta após ter sido exposta a um estímulo;), persistência (tempo decorrido entre o início e o fim da resposta;),escolha, expressões faciais, sinais corporais (postura, mudança no apoio do peso, movimentos das pernas ou dos pés)

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