Grátis
127 pág.

Denunciar
4.4 de 5 estrelas









8 avaliações
Enviado por
Nilson V. Andrade
4.4 de 5 estrelas









8 avaliações
Enviado por
Nilson V. Andrade
Pré-visualização | Página 8 de 14
não passa a ser o Poder Público, e sim particulares. Também não é usucapião, porquanto nesta o possuidor não paga ao proprietário pela aquisição dominial. Outros aplicativos desse instituto se encontram nos arts. 1.255, parágrafo único, e 1.258, parágrafo único, a serem examinados no decorrer da aula. Em suma, cuidam-se de aquisições a título derivado. C-) AQUISIÇÃO DA PROPRIDADE IMÓVEL: - Após tratar da propriedade em geral, passa o CC a cuidar, de um lado, da propriedade imóvel, e, de outro, da móvel. - Cumpre primeiramente, entretanto, separar idéias que muitas vezes são confundidas, quais sejam, os modos de aquisição da propriedade, as fontes de aquisição da propriedade, e a oficialização da aquisição da propriedade. - Modos de aquisição da propriedade: formas pelas quais se adquire a propriedade, quais sejam, originário ou derivado, universal e singular, e inter vivos ou mortis causa. 1-) Originário ou derivado: Originário: é a aquisição que se dá independentemente do estado jurídico anterior da coisa, sem a intermediação de ninguém; é como se o primeiro proprietário da coisa fosse aquele que a está adquirindo. Em essência, não se forma relação de causalidade entre o domínio anterior e o posterior; exs.: usucapião (móveis e imóveis), ocupação (móveis). Derivado: é a aquisição que se dá tendo por base um ato translativo de domínio, ou seja, com a intermediação de alguém. Em suma, forma-se uma relação de causalidade entre o entre o domínio anterior e o posterior; exs.: compra-e-venda, herança. Conseqüências: vícios ou limitações são transmitidos ao próximo dono ou não (derivado e originário, respectivamente); exs.: evicção e hipoteca. Daí a razão de ser das certidões imobiliárias de quinze anos (15 anos = usucapião de maior prazo; 10 anos = maior prazo de prescrição). 2-) Universal ou singular: Universal: transmissão de todo um patrimônio; ex.: sucessor a título universal quando do falecimento do autor da herança (herdeiros legítimos e herdeiros testamentários). Singular: transmissão de um bem especificamente considerado; exs.: compra-e-venda e legado. Conseqüências: a sucessão universal só se dá mortis causa (herdeiro legítimo ou testamentário), ao passo que a singular se dá inter vivos ou mortis causa (adquirente ou legatário). Sucessor universal: a posse é considerada ininterrupta antes e depois da morte do de cujus; sucessor singular: duas posses são consideradas, uma antes e outra depois da sucessão. Eis a razão de ser do art. 1.207. 3-) Inter vivos ou mortis causa: Conforme a aquisição se opere por ato entre vivos ou em função da morte de alguém; exs.: troca e herança. - Fontes de aquisição da propriedade: aqui se discute de onde a propriedade se origina, assim como ocorre, analogamente falando, com as fontes da responsabilidade civil e com as fontes de interpretação do Direito. Enfim, determina-se a origem factual da propriedade, o que lhe dá ensejo, com a nota de que a doutrina em geral denomina essa matéria como modos de aquisição da propriedade. Propriedade imóvel: usucapião, transcrição do título e acessão (art. 1.238 a 1.259); casamento com comunhão universal (art. 1.667); e direito hereditário (art. 1.784). Propriedade móvel: descoberta (art. 1.237, parágrafo único), usucapião, ocupação, tesouro, tradição, especificação e comistão (art. 1.260 a 1.274); casamento com comunhão universal (art. 1.667); e direito hereditário (art. 1.784). - Oficialização da aquisição da propriedade: atenta para a formalização da aquisição do domínio. Quer dizer, verificada uma das fontes de aquisição, mediante alguma de suas formas de aquisição, deve a mesma, em determinadas hipóteses, ser comunicada oficialmente junto ao órgão competente. Trata-se, portanto, de mera comunicação da aquisição anteriormente ocorrida, ou seja, já se adquiriu a propriedade, apenas ir-se-á comunicá-la ao órgão competente. Propriedade imóvel: usucapião e acessão; casamento com comunhão universal; direito hereditário. Propriedade móvel: automóveis e embarcações. OBS: tocantemente à transcrição do título por ato inter vivos, lembrar que os contratos não possuem força jurídica para transmitir a propriedade, como o que acontece, por exemplo, na compra e venda (art. 481), que apenas cria as obrigações de transferir o domínio e de pagar o preço. A transferência da propriedade só se dá com um fator de eficácia externo ao NJ em causa, a chamada tradição, que no caso dos imóveis é denominada de transcrição do título junto ao CRI (arts. 1.227 e 1.245). D-) AQUISIÇÃO DA PROPRIDADE IMÓVEL: - Vejam-se, a seguir, as fontes de aquisição da propriedade imóvel, quais sejam, acessão, transcrição do título e usucapião (art. 1.238 a 1.259); casamento com comunhão universal (art. 1.667); e direito hereditário (art. 1.784). E-) ACESSÃO: - Antes, recordar da noção de bens imóveis: são os que não podem ser levados de um lugar a outro sem se alterar a sua natureza, podendo ser de quatro categorias. Por sua natureza: os definidos no art. 79, 1ª parte, abrangendo também o espaço aéreo e o subsolo correspondentes (art. 1.229), mas, nesse caso, limitados à utilidade do uso. Riquezas minerais, potencial hidráulico e sítios arqueológicos são de propriedade da União (art. 1.230), e sua exploração econômica depende de concessão da mesma. Por acessão natural (ou força horizontal): os previstos no art. 79, 2ª parte, ou seja, circunstância pela qual uma coisa adere a outra naturalmente, sem a presença de elemento intencional; exs.: vegetação nativa e os fatores do art. 1.248 a 1.252. Por acessão artificial (ou força vertical): previstos também no art. 79, 2ª parte, i.e., circunstância pela qual uma coisa adere a outra com a presença de elemento intencional; exs.: maquinários e equipamentos instalados em uma fazenda ou indústria, construções e plantações (art. 1.253 a 1.259). Todos os bens dessa classe podem ser mobilizados a qualquer momento, desde que a remoção não importe em sua destruição (art. 81). Ex vi legis: os estabelecidos no art. 80, vale dizer, os direitos reais relativos a imóveis (art. 1.225 + posse), e a sucessão aberta (arts. 1.784 e 1.793). - A melhor definição acerca do instituto da acessão continua sendo de Orlando Gomes: “é o aumento do volume ou do valor do objeto da propriedade, devido a forças externas”. Aumento de volume (natural ou horizontal): decorrente de formação de ilhas, de aluvião, de avulsão ou de abandono de álveo (art. 1.248 a 1.252); assunto de pouca utilidade prática, até porque há legislação específica a respeito (Código de Águas, Decreto nº 24.643/34, e Política Marítima Nacional, Decreto nº 1.265/94). Ilhas: formações de terra surgidas no álveo de rios. Aluvião: são os acréscimos de terra que sucessiva e imperceptivelmente se destacam dos rios para se agregar a terrenos ribeirinhos. Avulsão: são os acréscimos de terra que se destacam de um imóvel em decorrência de força súbita, vindo a se alojar em outro imóvel. Álveo abandonado: ocorre quando o rio abandona naturalmente seu antigo curso. Aumento de valor (artificial ou vertical): decorrente de construções ou plantações feitas pelo ser humano (art. 1.253 a 1.259). Regra geral, toda construção ou plantação se presume feita pelo dono, até prova em contrário (art. 1.253); tal presunção relativa decorre dos atributos do domínio examinados no art. 1.228, caput. Regras complementares: 1-) construção ou plantação feita em imóvel de que se é dono, mas com materiais ou sementes alheios (art. 1.254); Efeito: dono do imóvel deve apenas indenizar o dono dos materiais ou sementes do valor dos mesmos e eventuais perdas e danos, se agir de má-fé; ou seja, o dono do imóvel adquire a propriedade dos materiais ou sementes, que se incorporam ao seu terreno e em imóveis se transformam. 2-) construção ou plantação feita com materiais ou sementes próprios, mas em imóvel