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Resumos TRibuTáRios iob
IOF 
(ImpOstO sObre Operações de 
CrédItO, CâmbIO, segurOs e títulOs Ou 
ValOres mObIlIárIOs)
VOlume XI
sumário
ApresentAção ..................................................................................... 5
1. operAçÕes ........................................................................................ 11
1.1 Câmbio ........................................................................................ 11
1.2 Crédito ........................................................................................ 17
1.3 Derivativos financeiros ................................................................ 29
1.4 Factoring ...................................................................................... 35
1.5 Mútuo .......................................................................................... 37
1.6 Ouro ............................................................................................ 43
1.7 Seguro .......................................................................................... 45
1.8 Títulos e valores mobiliários ....................................................... 47
2. FIsCALIZAção ................................................................................... 55
3. oBrIGAçÕes ACessÓrIAs .............................................................. 57
3.1 Manutenção de informações ....................................................... 57
3.2 Ouro - Documentação fiscal ........................................................ 58
3.3 Responsável ................................................................................. 58
3.4 Registro contábil .......................................................................... 59
4. penALIDADes ..................................................................................... 61
10 Paulo Lauriano
5. LeGIsLAção ....................................................................................... 65
Decreto nº 6.306, de 14.12.2007 - DOU 1 de 17.12.2007 - Reti-
ficado em 08.01.2008 .................................................................. 65
Instrução Normativa SRF nº 49, de 02.05.2001 - DOU 1 de 
07.05.2001 ................................................................................... 105
Instrução Normativa RFB nº 907, de 09.01.2009 - DOU 1 de 
14.01.2009 - Republicada no DOU 1 de 13.01.2009 .................. 127
Instrução Normativa RFB nº 1.207, de 03.11.2011 DOU 1 de 
04.11.2011 ................................................................................... 132
6. BIBLIoGrAFIA .................................................................................... 141
1. oPEraÇÕES
1.1 CâmBIO
Câmbio, segundo definição apontada pelo Banco Central do Brasil 
(Bacen), é a operação de troca de moeda de um país pela moeda de outro 
país. Por exemplo, quando um turista brasileiro viaja para o exterior e 
precisa de moeda estrangeira, o agente autorizado pelo Bacen a operar no 
mercado de câmbio recebe do turista brasileiro a moeda nacional e lhe 
entrega (vende) a moeda estrangeira. 
Por outro lado, se um turista estrangeiro quer converter moeda es-
trangeira em reais, o agente autorizado a operar no mercado de câmbio 
compra a moeda estrangeira do turista estrangeiro, entregando-lhe os 
reais correspondentes.
As operações de câmbio estão sujeitas ao IOF, ocorrendo o fato ge-
rador na entrega de moeda nacional ou estrangeira ou de documento que 
a represente ou, ainda, na sua colocação à disposição do interessado, em 
montante equivalente à moeda estrangeira ou nacional entregue ou posta 
à disposição pelo interessado. 
Ocorre o fato gerador do IOF, e ele se torna devido, no momento da 
liquidação da operação de câmbio. 
Para efeito de incidência desse imposto, são considerados contri-
buintes os compradores ou os vendedores de moeda estrangeira nas ope-
rações relativas às transferências financeiras para o exterior ou do exte-
rior, respectivamente. 
12 Paulo Lauriano
Sob esse aspecto, as transferências financeiras, compreendem os pa-
gamentos e os recebimentos em moeda estrangeira, independentemente 
da forma de entrega e da natureza das operações. 
Os responsáveis pela cobrança e pelo recolhimento do IOF, são as 
instituições financeiras autorizadas a operar em câmbio. 
A base de cálculo é o montante em moeda nacional recebido, entre-
gue ou posto à disposição, correspondente ao valor, em moeda estrangei-
ra, da operação de câmbio. 
A legislação estabelece em 25%, a alíquota máxima do IOF incidente 
nas operações de câmbio. 
No entanto, essa regra deve ser interpretada apenas como parâme-
tro, devendo ser observada a alíquota reduzida de 0,38%, fixada pelo art. 
15-B do Decreto nº 6.306/2007, o qual excepciona a aplicação dessa alí-
quota, em relação às hipóteses a seguir descritas, caso em que serão apli-
cadas as alíquotas nelas especificadas: 
a) 0%, operações de câmbio relativas ao ingresso, no País, de re-
ceitas de exportação de bens e serviços; 
b) 0%, operações de câmbio de natureza interbancária entre insti-
tuições integrantes do Sistema Financeiro Nacional autorizadas 
a operar no mercado de câmbio e entre estas e as instituições 
financeiras no exterior; 
c) 0%, operações de câmbio, de transferências do e para o exterior, 
relativas a aplicações de fundos de investimento no mercado 
internacional, nos limites e condições fixados pela Comissão de 
Valores Mobiliários (CVM); 
d) 0%, operações de câmbio realizadas por empresas de transporte 
aéreo internacional, domiciliadas no exterior, para remessa de 
recursos originados de suas receitas locais; 
e) 0%, operações de câmbio relativas a ingresso de moeda estran-
geira para cobertura de gastos efetuados no País com utilização 
de cartão de crédito emitido no exterior; 
f) 0%, operações de câmbio realizadas para ingresso no País de 
doações em espécie recebidas por instituições financeiras públi-
Resumos Tributários IOB • IOF (Imposto sobre Operações de Crédito, Câmbio e Seguros) - Volume XI 13
cas controladas pela União e destinadas a ações de prevenção, 
monitoramento e combate ao desmatamento e de promoção da 
conservação e do uso sustentável das florestas brasileiras, de 
que trata a Lei nº 11.828/2008; 
g) 6,38%, operações de câmbio destinadas ao cumprimento de 
obrigações de administradoras de cartão de crédito ou de débi-
to ou de bancos comerciais ou múltiplos na qualidade de emis-
sores de cartão de crédito decorrentes de aquisição de bens e 
serviços do exterior efetuada por seus usuários, observada a 
regra descrita na letra “h” seguinte; 
h) 0%, operações de câmbio destinadas ao cumprimento de obri-
gações de administradoras de cartão de crédito ou de débito ou 
de bancos comerciais ou múltiplos na qualidade de emissores 
de cartão de crédito decorrentes de aquisição de bens e servi-
ços do exterior quando forem usuários do cartão a União, os 
Estados, os Municípios, o Distrito Federal, suas fundações e 
autarquias; 
i) 6,38%, operações de câmbio destinadas ao cumprimento de 
obrigações de administradoras de cartão de uso internacional 
ou de bancos comerciais ou múltiplos na qualidade de emisso-
res de cartão de crédito ou de débito decorrentes de saques no 
exterior efetuado por seus usuários; 
j) 6,38%, liquidações de operações de câmbio para aquisição de 
moeda estrangeira em cheques de viagens e para carregamento 
de cartão internacional pré-pago, destinadas a atender gastos 
pessoais em viagens internacionais; 
k) 0%, liquidações de operações de câmbio de ingresso e saída de 
recursos no e do País, relativas a recursos captados a título de 
empréstimos e financiamentos externos, exceto em relação às 
operações descritas na letra “l” seguinte; 
l) 6%, liquidações de operaçõesde câmbio para ingresso de recur-
sos no País, inclusive por meio de operações simultâneas, refe-
rente a empréstimo externo sujeito a registro no Banco Central 
14 Paulo Lauriano
do Brasil, contratado de forma direta ou mediante emissão de 
títulos no mercado internacional com prazo médio mínimo 
de até 180 dias; 
m) 0%, liquidações de operações de câmbio para remessa de juros 
sobre o capital próprio e dividendos recebidos por investidor 
estrangeiro; 
n) 0%, liquidações de operações de câmbio contratadas por inves-
tidor estrangeiro, para ingresso de recursos no País, inclusive 
por meio de operações simultâneas, para constituição de mar-
gem de garantia, inicial ou adicional, exigida por bolsas de 
valores, de mercadorias e de futuros; 
o) 0%, liquidações de operações simultâneas de câmbio, para o in-
gresso no País de recursos por meio de cancelamento de Depo-
sitary Receipts (DR), para investimento em ações negociáveis 
em bolsa de valores; 
p) 0%, liquidações de operações de câmbio contratadas por inves-
tidor estrangeiro, para ingresso de recursos no País, inclusive 
por meio de operações simultâneas, para aplicação no mercado 
financeiro e de capitais; 
q) 0%, liquidações de operações de câmbio para fins de retorno 
de recursos aplicados por investidor estrangeiro nos mercados 
financeiro e de capitais; e 
r) 0%, operação de compra de moeda estrangeira por instituição 
autorizada a operar no mercado de câmbio, contratada simulta-
neamente com uma operação de venda, exclusivamente quan-
do requeridas em disposição regulamentar. 
Notas
(I) Quando a operação de empréstimo for contratada por prazo médio mínimo 
superior ao mencionado na letra “l”, e for liquidada antecipadamente, total ou 
parcialmente, descumprindo o prazo médio mínimo exigido, o contribuinte fi-
cará sujeito ao pagamento do imposto calculado à alíquota 6%, acrescido de 
juros moratórios e multa, sem prejuízo das penalidades previstas no art. 23 da 
Lei nº 4.131/1962 e no art. 72 da Lei nº 9.069/1995 (RIOF/2007, art. 15-B, § 2º). 
(II) O art. 23 da Lei nº 4.131/1962 dispõe: 
Resumos Tributários IOB • IOF (Imposto sobre Operações de Crédito, Câmbio e Seguros) - Volume XI 15
“Art. 23. As operações cambiais no mercado de taxa livre serão efetuadas atra-
vés de estabelecimentos autorizados a operar em câmbio, com a intervenção 
de corretor oficial quando previsto em lei ou regulamento, respondendo am-
bos pela identidade do cliente, assim como pela correta classificação das in-
formações por este prestadas, segundo normas fixadas pela Superintendência 
da Moeda e do Crédito. 
[...] 
§ 2º Constitui infração imputável ao estabelecimento bancário, ao corretor e 
ao cliente, punível com multa de 50 (cinquenta) a 300% (trezentos por cento) 
do valor da operação para cada um dos infratores, a declaração de falsa identi-
dade no formulário que, em número de vias e segundo o modelo determinado 
pelo Banco Central do Brasil, será exigido em cada operação, assinado pelo 
cliente e visado pelo estabelecimento bancário e pelo corretor que nela inter-
vierem. (Redação dada pela Lei nº 9.069/1995) 
§ 3º Constitui infração, de responsabilidade exclusiva do cliente, punível com 
multa de 5 (cinco) a 100% (cem por cento) do valor da operação, a declaração 
de informações falsas no formulário a que se refere o § 2º. (Redação dada pela 
Lei nº 9.069/1995) 
§ 4º Constitui infração, imputável ao estabelecimento bancário e ao corretor que 
intervierem na operação, punível com multa equivalente de 5 (cinco) a 100% 
(cem por cento) do respectivo valor, para cada um dos infratores, a classificação 
incorreta, dentro das Superintendência da Moeda e do Crédito, das informações 
prestadas pelo cliente no formulário a que se refere o § 2º deste artigo. 
§ 5º Em caso de reincidência poderá o Conselho da Superintendência da Moeda 
e do Crédito cassar a autorização para operar em câmbio aos estabelecimentos 
bancários que negligenciarem o cumprimento do disposto no presente artigo e 
propor á autoridade competente igual medida em relação aos corretores.” 
(III) O art. 72 da Lei nº 9.069/1995 dispõe: 
“Art. 72. Os §§ 2º e 3º do art. 23 e o art. 58 da Lei nº 4.131, de 3 de setembro 
de 1962, passam a vigorar com a seguinte redação: 
[...] 
Art. 58. As infrações à presente Lei, ressalvadas as penalidades específicas 
constantes de seu texto, ficam sujeitas a multas de até R$ 100.000,00 (cem mil 
reais), a serem aplicadas pelo Banco Central do Brasil, na forma prescrita em 
regulamento a ser baixado pelo Conselho Monetário Nacional.”
Isenção
São isentas do IOF as operações de câmbio:
a) realizadas para pagamento de bens importados; 
16 Paulo Lauriano
b) em que o comprador ou o vendedor da moeda estrangeira seja 
a entidade binacional Itaipu;
c) em que os compradores ou os vendedores da moeda estrangeira 
sejam missões diplomáticas e repartições consulares de carrei-
ra; e 
d) contratadas por funcionário estrangeiro de missão diplomáti-
ca ou representação consular, exceto os que tenham residência 
permanente no Brasil. 
Notas: 
I) As isenções de que tratam as letras “c” e “d” não se aplicam aos consulados 
e cônsules honorários (Decreto nº 6.306/2007, art. 16, § 1º). 
II) A isenção descrita na letra “d” também se aplica aos membros das famí-
lias dos funcionários, desde que com eles mantenham relação de depen-
dência econômica e não tenham residência permanente no País (Decreto nº 
6.306/2007, art. 16, § 3º). 
III) A isenção do IOF também se aplica aos organismos internacionais e regio-
nais de caráter permanente de que o Brasil seja membro e aos funcionários 
estrangeiros desses organismos, nos termos dos acordos firmados (Decreto nº 
6.306/2007, art. 16, § 4º).
Recolhimento
O IOF será cobrado na data da liquidação da operação de câmbio e 
o seu recolhimento deverá ser efetuado por meio de Darf, até o 3º dia útil 
subsequente ao decêndio da sua cobrança, com utilização dos seguintes 
códigos de receita: 
Descrição cóDigo De receitA 
Operação de câmbio - Entrada de moeda 4290 
Operação de câmbio - Saída de moeda 5220 
O recolhimento do IOF fora do prazo previsto na legislação será 
acrescido de:
a) juros de mora equivalentes à taxa referencial Selic, para títulos 
federais, acumulada mensalmente, calculados a partir do 1º dia 
Resumos Tributários IOB • IOF (Imposto sobre Operações de Crédito, Câmbio e Seguros) - Volume XI 17
do mês subsequente ao do vencimento até o último dia do mês 
anterior ao do pagamento, e de 1% no mês do pagamento; e 
b) multa de mora, calculada à taxa de 0,33% ao dia, a partir do 1º 
dia seguinte ao do vencimento, limitada a 20%. 
1.2 CRéDItO
O IOF é um dos impostos denominados “regulatórios de mercado”, 
pois, além da finalidade arrecadatória, tem a função de regular o mercado 
financeiro por meio de política fiscal, sendo, ainda, facultado ao Poder 
Executivo, atendidas as condições e os limites estabelecidos em lei, alterar 
as suas alíquotas, não se aplicando a ele os princípios constitucionais da 
anterioridade e o da anterioridade nonagesimal ou noventena. 
A expressão “operações de crédito” compreende as operações de:
a) empréstimo sob qualquer modalidade, inclusive abertura de 
crédito e desconto de títulos;
b) alienação, à empresa que exercer as atividades de factoring, de 
direitos creditórios resultantes de vendas a prazo; e 
c) mútuo de recursos financeiros entre pessoas jurídicas ou entre 
pessoa jurídica e pessoa física. 
O IOF incide nas operações de crédito, excluído o externo, realizadas:
a) por instituições financeiras;
b) por empresas que exerçam as atividades de prestação cumu-
lativa e contínua de serviços de assessoria creditícia, merca-
dológica, gestão de crédito, seleção de riscos, administração 
de contas a pagar e a receber, compra de direitos creditóriosresultantes de vendas mercantis a prazo ou de prestação de 
serviços (factoring); e 
c) entre pessoas jurídicas ou entre pessoa jurídica e pessoa física. 
O fato gerador do IOF ocorre na entrega do montante ou do valor 
que constitua o objeto da obrigação ou na sua colocação à disposição do 
interessado. 
18 Paulo Lauriano
Entende-se ocorrido o fato gerador e devido o IOF sobre a operação 
de crédito:
a) na data da efetiva entrega, total ou parcial, do valor que consti-
tua o objeto da obrigação ou na sua colocação à disposição do 
interessado; 
b) no momento da liberação de cada uma das parcelas, nas hipóte-
ses de crédito sujeito, contratualmente, à liberação parcelada;
c) na data do adiantamento a depositante, assim considerado o 
saldo a descoberto em conta de depósito; 
d) na data do registro efetuado em conta devedora por crédito li-
quidado no exterior;
e) na data em que se verificar excesso de limite, assim entendido 
o saldo a descoberto ocorrido em operação de empréstimo ou 
financiamento, inclusive sob a forma de abertura de crédito;
f) na data da novação, composição, consolidação, confissão de dí-
vida e de negócios assemelhados; e 
g) na data do lançamento contábil, em relação às operações e às 
transferências internas que não tenham classificação específica, 
mas que, pela sua natureza, se enquadrem como operações de 
crédito.
Note-se que o débito de encargos não configura, para efeitos tributá-
rios, entrega ou colocação de recursos à disposição do interessado, exceto 
quando o IOF é apurado pela soma dos saldos devedores diários. 
São contribuintes do IOF as pessoas físicas ou jurídicas tomadoras 
de crédito ou as alienantes de direitos creditórios resultantes de vendas a 
prazo a empresas de factoring. 
São responsáveis pela cobrança e pelo recolhimento do IOF:
a) as instituições financeiras que efetuem operações de crédito;
b) as empresas de factoring adquirentes de direito creditório; e 
c) a pessoa jurídica que conceder o crédito, nas operações de cré-
dito correspondentes a mútuo de recursos financeiros. 
Resumos Tributários IOB • IOF (Imposto sobre Operações de Crédito, Câmbio e Seguros) - Volume XI 19
A alíquota máxima do IOF incidente sobre o valor das operações de 
crédito é de 1,5% ao dia.
A base de cálculo das operações de crédito e as respectivas alíquotas 
reduzidas, de acordo com o tipo de operação, são as indicadas no quadro 
a seguir. 
operAção BAse De cáLcuLo ALÍQuotA 
a) empréstimo sob qual-
quer modalidade, inclu-
sive abertura de crédito 
a.1) valor do principal 
não definido a ser utiliza-
do pelo mutuário 
soma dos saldos devedo-
res diários apurado no úl-
timo dia de cada mês 
- mutuário pessoa física: 
0,0082%
- mutuário pessoa jurídi-
ca: 0,0041% 
a.2) valor do principal 
definido a ser utilizado 
pelo mutuário 
o principal entregue ou 
colocado à disposição 
- mutuário pessoa física: 
0,0082% ao dia
- mutuário pessoa jurídi-
ca: 0,0041% ao dia 
b) desconto, inclusive 
alienação de direitos cre-
ditórios a empresas de 
factoring 
valor líquido obtido (va-
lor nominal deduzidos os 
juros cobrados antecipa-
damente) 
- mutuário pessoa física: 
0,0082% ao dia
- mutuário pessoa jurídi-
ca: 0,0041% ao dia 
c) adiantamento a depo-
sitante 
soma dos saldos devedo-
res diários apurado no úl-
timo dia de cada mês 
- mutuário pessoa física: 
0,0082%
- mutuário pessoa jurídi-
ca: 0,0041% 
d) empréstimos, inclusive 
sob a forma de financia-
mento, sujeitos à libe-
ração dos recursos em 
parcelas 
valor do principal de 
cada liberação 
- mutuário pessoa física: 
0,0082% ao dia
- mutuário pessoa jurídi-
ca: 0,0041% ao dia 
e) excessos de limite 
e.1) valor do principal 
não definido a ser utili-
zado 
valor dos excessos compu-
tados na soma dos saldos 
devedores diários apura-
do no último dia de cada 
mês 
- mutuário pessoa física: 
0,0082%
- mutuário pessoa jurídi-
ca: 0,0041% 
20 Paulo Lauriano
operAção BAse De cáLcuLo ALÍQuotA 
e.2) valor do principal 
definido a ser utilizado 
valor de cada excesso 
apurado diariamente, re-
sultante de novos valores 
entregues ao interessado 
- mutuário pessoa física: 
0,0082% ao dia
- mutuário pessoa jurídi-
ca: 0,0041% ao dia 
f) financiamento para 
aquisição de imóveis não 
residenciais 
valor da operação de cré-
dito (contrato) 
- mutuário pessoa física: 
0,0082% ao dia 
Alíquota adicional
Além das alíquotas descritas no quadro anteriormente reproduzido, 
haverá sobre as operações de crédito a aplicação da alíquota adicional de 
0,38%, independentemente do prazo da operação, seja o mutuário pessoa 
física ou jurídica. 
Nas hipóteses referidas nas letras “a.1”, “c” e “e.1”, a alíquota adi-
cional incidirá sobre a soma mensal dos acréscimos diários dos saldos 
devedores. 
Simples Nacional
Nas operações de crédito, em que o mutuário seja pessoa jurídi-
ca optante pelo Simples Nacional, instituído pela Lei Complementar nº 
123/2006, e que o valor seja igual ou inferior a R$ 30.000,00, a alíquota 
do IOF é de 0,00137%, se não definido o valor do principal a ser utilizado, 
ou de 0,00137% ao dia, se definido. 
Nesse caso, o tomador do crédito deverá apresentar à pessoa jurídi-
ca que o conceder declaração, em 2 vias, de que se enquadra no Simples 
Nacional, que o signatário é seu representante legal e que está ciente de 
que a prestação de informação falsa o sujeitará, juntamente com as de-
mais pessoas que para ela concorrerem, às penalidades relativas à falsida-
de ideológica e ao crime contra a ordem tributária. 
Na determinação da base de cálculo e da aplicação das alíquotas, 
deverão ser observadas as seguintes disposições específicas:
a) quando a base de cálculo do IOF não for apurada pela soma de 
saldos devedores diários, tributação não excederá o valor resul-
Resumos Tributários IOB • IOF (Imposto sobre Operações de Crédito, Câmbio e Seguros) - Volume XI 21
tante da aplicação da alíquota diária a cada valor de principal, 
multiplicada por 365 dias, acrescida da alíquota adicional de 
0,38%, ainda que a operação seja de pagamento parcelado;
b) no caso de operação de crédito não liquidada no vencimento, 
cuja tributação não tenha atingido o limite de 365 dias, a exi-
gência do IOF fica suspensa entre a data do vencimento original 
da obrigação e a da sua liquidação, ou a data em que ocorrer 
as hipóteses de prorrogação, renovação, novação, composi-
ção, consolidação, confissão de dívida e negócios assemelha-
dos. Nessa hipótese, será cobrado IOF complementar, relati-
vamente ao período de suspensão da sua exigência, mediante 
a aplicação da mesma alíquota sobre o valor não liquidado da 
obrigação vencida, até atingir o mencionado limite;
c) no adiantamento concedido sobre cheque em depósito, a tribu-
tação será feita na forma estabelecida para descontos de títulos; 
contudo, a alíquota será de 0% se remetido à compensação nos 
prazos e nas condições estabelecidas pelo Banco Central; caso 
o cheque seja devolvido por insuficiência de fundos, a base de 
cálculo será igual ao valor a descoberto, verificado na respectiva 
conta, pelo seu débito, na forma estabelecida para o adianta-
mento a depositante; 
d) na prorrogação, renovação, novação, composição, consolida-
ção, confissão de dívida e negócios assemelhados de operação 
de crédito em que não haja substituição do devedor, a base de 
cálculo será o valor não liquidado da operação anteriormen-
te tributada, sendo essa tributação considerada complementar 
à anteriormente feita, aplicando-se a alíquota vigente à época 
da operação inicial, sem o acréscimo da alíquota adicional de 
0,38%, salvo se houver entrega ou colocação de novos valores à 
disposição do interessado; 
e) no caso da letra “d” anterior, se a base de cálculo original for 
a soma mensaldos saldos devedores diários, a base de cálculo 
será o valor renegociado na operação, com exclusão da parte 
amortizada na data do negócio; 
22 Paulo Lauriano
f) sem exclusão da cobrança do IOF indicada na letra “d”, ha-
vendo entrega ou colocação de novos valores à disposição do 
interessado, esses valores constituirão nova base de cálculo;
g) nas hipóteses de novação, composição, consolidação, confissão 
de dívida e negócios assemelhados de operação de crédito em 
que haja substituição de devedor, a base de cálculo será o valor 
renegociado na operação;
h) nos casos das letras “e”, “f” ou “g”, a alíquota aplicável é a vi-
gente na data da novação, composição, consolidação, confissão 
de dívida ou negócio assemelhado;
i) os encargos integram a base de cálculo quando o IOF for apu-
rado pela soma dos saldos devedores diários;
j) nas operações de crédito decorrentes de registros ou lançamen-
tos contábeis ou sem classificação específica, mas que, pela sua 
natureza, importem colocação ou entrega de recursos à dispo-
sição de terceiros, seja o mutuário pessoa física ou jurídica, as 
alíquotas serão aplicadas conforme descrito nas letras “a” a “e” 
do quadro anteriormente reproduzido e no item sob o título 
“Simples Nacional”;
k) nas operações de crédito contratadas por prazo indeterminado 
e definido o valor do principal a ser utilizado pelo mutuário, 
será aplicada a alíquota diária prevista para a operação e a base 
de cálculo será o valor do principal multiplicado por 365 dias;
l) na operação de crédito cuja base de cálculo seja apurada pela 
soma dos saldos devedores diários, constatada a inadimplência 
do tomador, a cobrança do IOF apurado a partir do último 
dia do mês subsequente ao da constatação de inadimplência 
ocorrerá na data da liquidação total ou parcial da operação ou 
da ocorrência de qualquer das hipóteses previstas no § 7º do 
art. 7º do Decreto nº 6.306/2007 (prorrogação, renovação, no-
vação, composição, etc.); e 
m) na hipótese da letra “l”, por ocasião da liquidação total ou par-
cial da operação ou da ocorrência de qualquer das hipóteses de 
Resumos Tributários IOB • IOF (Imposto sobre Operações de Crédito, Câmbio e Seguros) - Volume XI 23
prorrogação, renovação, composição, etc., o IOF será cobrado 
mediante a aplicação das alíquotas previstas para a respectiva 
operação, vigentes na data de ocorrência de cada saldo devedor 
diário, até atingir a limitação de 365 dias. 
Alíquota zero
A alíquota é reduzida a 0% nas operações de crédito:
a) em que figure como tomadora cooperativa, cabendo ao respon-
sável pela cobrança e pelo recolhimento exigir declaração fir-
mada pelo mutuário, em 2 vias, de que atende aos requisitos da 
legislação cooperativista;
b) realizada entre cooperativa de crédito e seus associados;
c) à exportação, bem como de amparo à produção ou estímulo à 
exportação;
d) rural, destinada a investimento, custeio e comercialização; no 
caso de comercialização na modalidade de desconto de nota 
promissória rural ou duplicata rural, a alíquota de 0% somente 
será aplicável quando o título for emitido em decorrência de 
venda de produção própria;
e) realizada por caixa econômica, sob garantia de penhor civil de 
joias, pedras preciosas e outros objetos; 
f) realizada por instituição financeira, referente a repasse de re-
cursos do Tesouro Nacional destinados a financiamento de 
abastecimento e formação de estoques reguladores;
g) realizada entre instituição financeira e outra instituição auto-
rizada a funcionar pelo Banco Central do Brasil, desde que a 
operação seja permitida pela legislação vigente;
h) em que o tomador seja estudante, realizada por meio do Fundo 
de Financiamento ao Estudante do Ensino Superior (Fies);
i) efetuada com recursos da Agência Especial de Financiamento 
Industrial (Finame);
j) realizada ao amparo da Política de Garantia de Preços Mínimos 
- Empréstimos do Governo Federal (EGF);
24 Paulo Lauriano
k) relativa a empréstimo de título público, quando este permane-
cer custodiado no Sistema Especial de Liquidação e de Custó-
dia (Selic) e servir de garantia prestada a terceiro na execução 
de serviços e obras públicas;
l) relativa a adiantamento de salário concedido por pessoa jurídi-
ca a seus empregados, para desconto em folha de pagamento ou 
qualquer outra forma de reembolso;
m) relativa a transferência de bens objeto de alienação fiduciária, 
com sub-rogação de terceiro nos direitos e obrigações do de-
vedor, desde que mantidas todas as condições financeiras do 
contrato original; 
n) realizada por instituição financeira na qualidade de gestora, 
mandatária, ou agente de fundo ou programa do Governo fede-
ral, estadual, do Distrito Federal ou municipal, instituído por 
lei, cuja aplicação do recurso tenha finalidade específica;
o) relativa à adiantamento sobre o valor de resgate de apólice de 
seguro de vida individual e de título de capitalização;
p) relativa a adiantamento de contrato de câmbio de exportação; 
q) relativa à aquisição de ações ou de participação em empresa, no 
âmbito do Programa Nacional de Desestatização; 
r) resultante de repasse de recursos de fundo ou programa do Go-
verno federal vinculado à emissão pública de valores mobiliários;
s) relativa à devolução antecipada do IOF indevidamente cobrado 
e recolhido pelo responsável, enquanto aguarda a restituição 
pleiteada e desde que não haja cobrança de encargos remunera-
tórios; 
t) realizada por agente financeiro com recursos oriundos de pro-
gramas federais, estaduais ou municipais, instituídos com a fi-
nalidade de implementação de programas de geração de empre-
go e renda;
u) relativa a adiantamento concedido sobre cheque em depósito, 
remetido à compensação nos prazos e condições fixados pelo 
Banco Central do Brasil;
Resumos Tributários IOB • IOF (Imposto sobre Operações de Crédito, Câmbio e Seguros) - Volume XI 25
v) realizada por instituição financeira, com recursos do Tesouro 
Nacional, destinada ao financiamento de estocagem de álcool 
etílico combustível, na forma regulamentada pelo Conselho 
Monetário Nacional; 
w) realizada por instituição financeira, para cobertura de saldo de-
vedor em outra instituição financeira, até o montante do valor 
portado e desde que não haja substituição do devedor; 
x) relativa a financiamento para aquisição de motocicleta, moto-
neta e ciclomotor, em que o mutuário seja pessoa física;
y) realizada por instituição financeira pública federal em que se-
jam tomadores de recursos pessoas físicas com renda mensal 
de até 10 salários mínimos, desde que os valores das operações 
sejam direcionados exclusivamente para a aquisição de bens e 
serviços de tecnologia assistiva destinados a pessoas com de-
ficiência, nos termos do parágrafo único do art. 1º da Lei nº 
10.735/2003;
z) realizada por instituição financeira, com recursos públicos ou 
privados, para financiamento de operações destinadas à aquisi-
ção, à produção e a arrendamento mercantil de bens de capital, 
incluídos componentes e serviços tecnológicos relacionados, e o 
capital de giro associado, à produção de bens de consumo para 
exportação, ao setor de energia elétrica, a estruturas para expor-
tação de granéis líquidos, a projetos de engenharia, à inovação 
tecnológica e a projetos de investimento destinados à consti-
tuição de capacidade tecnológica e produtiva em setores de alta 
intensidade de conhecimento e engenharia e projetos de infraes-
trutura logística direcionados a obras de rodovias e ferrovias ob-
jeto de concessão pelo Governo federal, a que se refere o art. 1º 
da Lei nº 12.096/2009, e de acordo com os critérios fixados pelo 
Conselho Monetário Nacional e pelo Banco Central do Brasil; 
z.1) contratada pela Câmara de Comercialização de Energia 
Elétrica (CCEE), destinada à cobertura, total ou parcial-
mente, das despesasincorridas pelas concessionárias de 
serviço público de distribuição de energia elétrica nos 
termos do Decreto nº 8.221/2014;
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z.2) efetuada pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Eco-
nômico e Social (BNDES) ou por seus agentes financei-
ros, com recursos desse banco ou de fundos por ele ad-
ministrados; 
z.3) efetuada por intermédio da Financiadora de Estudos e
Projetos (Finep) ou por seus agentes financeiros, com 
recursos dessa empresa pública; e
z.4) destinada, nos termos do § 3º do art. 6º da Lei nº
12.793/2013, ao financiamento de projetos de infraes-
trutura de logística direcionados a obras de rodovias e 
ferrovias objeto de concessão pelo Governo Federal.
Alíquota adicional
Apesar de as operações, ora descritas, serem tributadas à alíquota de 
0%, foi instituída, independentemente do prazo da operação, a alíquota 
adicional de 0,38% sobre o valor das operações de crédito descritas nas 
letras “a”, “b”, “d” a “f”, “j”, “k”, “n”, “p”, “r”, “s”, “u” e “y” (Decreto nº 
6.306/2007, art. 8º, § 5º). 
Hipóteses específicas
Na aplicação da alíquota de 0%, deverão ser observadas, ainda, as 
seguintes hipóteses específicas: 
a) o descrito na letra “w”, não se aplica nas hipóteses de prorro-
gação, renovação, novação, composição, consolidação, confis-
são de dívidas e negócios assemelhados, de operação de crédito
em que haja ou não substituição do devedor ou de quaisquer
outras alterações contratuais, exceto taxas, hipóteses em que
o IOF complementar deverá ser cobrado à alíquota vigente na
data da operação inicial;
b) na hipótese de desclassificação ou de descaracterização, total
ou parcial, de operação de crédito rural ou de adiantamento
de contrato de câmbio, tributada à alíquota de 0%, o IOF será
devido a partir da ocorrência do fato gerador e será calculado
à alíquota correspondente à operação, incidente sobre o valor

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