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Direito Empresarial para AV2 Casos Concretos 2017 (corrigidos até o nº 10) 1. Carolina emitiu três cheques nominais, em favor de Móveis Nova Iorque Ltda.. Os títulos foram endossados pelo tomador em favor de Bacuri Fomento Mercantil Ltda. Vinte dias após a emissão dos títulos, a faturizadora apresentou os cheques ao sacado e este informou que havia ordem de sustação promovida pela emitente dentro do prazo de apresentação, fato este que impossibilitava o pagamento. Tentando uma cobrança amigável da devedora, o advogado da faturizadora procurou-a para receber o pagamento ou obter o cancelamento da ordem de sustação. Carolina se recusou a efetuar o pagamento ou cancelar a sustação, argumentando que os cheques foram emitidos em razão da aquisição de móveis, mas como não ficou satisfeita com a qualidade do produto, resolveu sustar o pagamento, sendo tal justificativa eficaz tanto para o endossante quanto para o endossatário. O advogado da faturizadora, insatisfeito com os argumentos da emitente do cheque, prepara petição inicial de ação executiva por título extrajudicial e, nas razões jurídicas da peça, tecerá argumentos para sustentar a legalidade da pretensão de seu cliente com base na teoria e legislação sobre títulos de crédito. Com base na hipótese apresentada, responda: considerando os princípios da cartularidade, literalidade, autonomia e abstração, presentes nos títulos de crédito, qual deles pode ser util izado pelo advogado para refutar o argumento apresentado por Carolina para o não pagamento dos cheques? Justifique. R: Principio da abstração. Uma vez o titulo emitido e circulado, se desvincula do negócio juridico mas não perde seu valor 2. Pedro emitiu uma nota promissória em favor de Carlos, que circulou através de diversos endossos até chegar ao atual portador, que decidiu executar um dos endossantes, face à inadimplência do devedor original. Uma vez executado, o endossante apresentou exceção de pré-executividade, para demonstrar sua total incapacidade processual, já que que ele teve o título transferido de um incapaz, o que prejudicaria a cadeia de endossos. 1. A defesa deve ser acolhida pelo Juiz da causa? R: Não merece acolhimento pelo juiz a defesa apresentada, tendo em vista que ao lançar sua assinatura no título o endossante se vinculou na obrigação 2. Determine o princípio cambiário aplicável ao caso em tela. R: Principio da autonomia. 3. Um empresário que trabalha no ramo de venda a varejo pretende utilizar, nas suas operações a crédito, duplicatas ao invés de cheques, em virtude da alta taxa de inadimplência. Procura você para consulta acerca das diferenças básicas entre tais títulos. Responda ao consulente de acordo com as classificações dos títulos de crédito. R: cheque - ordem de pagamento a vista; é cambiforme; lei 7357/85; vinculado por lei pela sua forma/aparência; possui princípio da abstração/título não causal (não está preso a sua causa de origem) Duplicata - ordem de pagamento; vinculado à uma fatura que a antecede; sem apresentar abstração/titulo causal; só pode ser emitida em relações comerciais onde o cumprimento obrigacional será em prazo igual ou superior a 30 dias da entrega do produto ou da prestação do serviço; disciplinada pela lei de duplicadas; tem aceite. 4. Mário comprou de Fernanda um apartamento no valor de R$ 300.000,00 (trezentos mil reais) que, com o crédito venda de seu imóvel, também comprou um apartamento, pelo mesmo valor, de seu amigo Carlos. Por ter ouvido falar em um título capaz de vincular todas as partes, Fernanda lhe procura para prestar as seguintes orientações: 1. É possível a emissão de uma letra de câmbio, a fim de vincular Mário ao pagamento e ainda assim dar garantia a Cardoso? Resposta da internet: R: Sim, é possível uma vez que Mario é devedor de Fernanda, que é devedora da mesma quantia de Carlos. Assim, ao sacar uma letra de cambio, envolverá a Mario como sacado no pagamento e dará garantia a Fernanda. Pois se aquele não aceitar ou não pagar a letra, Fernanda como sacadora garante o pagamento , com base no art. 9 da LUG 2. Por nunca ter visto uma letra de câmbio, questiona acerca dos requisitos necessários para validade do título em tela. R: Os requisitos serão aqueles contidos no Decreto 57663 anexo I, artigo 1º (requisitos), complementado pelo artigo 2º. 5. João Garcia emite, em 17/10/2010, uma Letra de Câmbio contra José Amaro, em favor de Maria Cardoso, que a endossa a Pedro Barros. O título não tem data de seu vencimento. Diante do caso apresentado, na condição de advogado, responda aos itens a seguir, empregando os argumentos jurídicos apropriados e a fundamentação legal pertinente ao caso. a) Pedro poderá exigir o pagamento da letra de câmbio em face da omissão da data do seu vencimento? R: a figura da letra de câmbio que não possui data de vencimento é considerada à vista (artigo 2º, alínea 2º do Decreto 57.663/66 - LUG), e pagável à apresentação (artigo 34 do Decreto 57.663/66 - LUG). Considerando que o prazo de apresentação de 1 (um) ano foi ultrapassado desde 17/10/2011 (a prova foi realizada em 04/12/2011), o portador apenas terá direito de ação contra o devedor principal (artigos 34 e 53 do Decreto 57.663/66 – LUG); b) Que efeitos podem ser verificados com a transmissão do título por meio do endosso? R: Além de transferir de um a outro titular, o endosso vincula o endossante obrigacionalmente ao cumprimento do titulo (quem assina é chamado a pagar). Outra resposta para a B: o endosso, em princípio, transmite não só a propriedade, mas também todos os direitos emergentes da Letra (artigo 14 do Decreto 57.663/66 - LUG), mas como foi ultrapassado o prazo de apresentação de 1 (um) ano desde 17/10/2011 (a prova foi realizada em 04/12/2011), o portador apenas terá direito de ação contra o devedor principal (artigo 53 do Decreto 57.663/66 – LUG). 6. Em 9 de novembro de 2010, João da Silva adquiriu, de Maria de Souza, uma TV de 32 polegadas usada, mas em perfeito funcionamento, acertando, pelo negócio, o preço de R$ 1.280,00. Sem ter como pagar o valor integral imediatamente, lembrou-se de ser beneficiário de uma Letra de Câmbio, emitida por seu irmão, José da Silva, no valor de R$ 1.000,00, com vencimento para 27 de dezembro do mesmo ano. Desse modo, João ofereceu pagar, no ato e em espécie, o valor de R$ 280,00 a Maria, bem como endossar a aludida cártula, ressalvando que Maria deveria, ainda, na qualidade de endossatária, procurar Mário Sérgio, o sacado, para o aceite do título. Ansiosa para fechar negócio, Maria concordou com as condições oferecidas e, uma semana depois, em 16 de novembro de 2010, dirigiu-se ao domicílio de Mário Sérgio, conforme orientação de João da Silva. Após a vista, porém, Maria ficou aturdida ao constatar que Mário Sérgio só aceitou o pagamento de R$ 750,00, justificando que esse era o valor devido a José. Sem saber como proceder dali em diante, Maria o(a) procura, como advogado(a), com algumas indagações. Com base no cenário acima, responda aos itens a seguir, empregando os argumentos jurídicos apropriados e a fundamentação legal pertinente ao caso. a) É válida a limitação do aceite feita por Mário Sérgio ou estará ele obrigado a pagar o valor total da letra de câmbio? R: Sim, sua possibilidade de limitação do aceite na Letra de Câmbio esta no artigo 26, LUG. b) Qual é o limite da responsabilidade do emitente do título? R: R$: R$ 1.000,00 (total) arts. 9º e 47, LUG c) Quais as condições por lei exigidas para que ele fique obrigado ao pagamento? R: Requisitos legais para a coobrigaçãodo Sacado (Aceite) – arts. 21 e seguintes, LUG. 7. Alan saca uma letra de câmbio contra Bernardo, tendo como beneficiário Carlos. Antes do vencimento e da apresentação para aceite, Carlos endossa em preto a letra para Eduardo, que, na mesma data, a endossa em preto para Fabiana. De posse do título, Fabiana verifica que na face anterior da letra há a assinatura de Gabriel, sem que seja discriminada a sua responsabilidade cambiária. Com base nessa questão, responda aos itens a seguir. A) Gabriel poderá ser considerado devedor cambiário? R: endosso não é, pq endosso é feito no verso ou folha separada, Gabriel tb não é aceite pq não chegou na epoca, tb não emitiu. Portanto, Gabriel é avalista, como não deixou claro, ele é garante do sacador. Poderia ser fiança tb, mas precisa de qualificação, coisa q não tem. Além disso, conforme princípio da autonomia, Gabriel é coobrigado. B) Caso Fabiana venha a cobrar o título de Gabriel e ele lhe pague, poderia este demandar Eduardo em ação cambial regressiva? Responda justificadamente, empregando os argumentos jurídicos apropriados e a fundamentação legal pertinente ao caso. R: Como existe a presunção de q Gabriel é avalista do sacador, portanto ele somente poderá demandar contra o sacador e não contra Eduardo. 8. Na cidade de Malta, uma nota promissória foi emitida por João em benefício de Maria. A beneficiária, Maria, transfere o título para Pedro, inserindo no endosso a cláusula proibitiva de novo endosso. Em função de acordos empresariais, Pedro realiza novo endosso para Henrique, e este um último endosso, sem garantia, para Júlia. Com base no caso apresentado, responda aos questionamentos a seguir, indicando os fundamentos e dispositivos legais pertinentes. A) Júlia poderia ajuizar ação cambial para receber o valor contido na nota promissória? Em caso positivo, quais seriam os legitimados passivos na ação cambial? R: Cambiariamente, o título encerra na mão de Pedro. Portanto o endosso realizado por Maria a Pedro (não a ordem) tem efeito de cessão de direito civil, podendo Henrique reclamar apenas com Pedro. Além disso, Henrique passou para julia sem garantia (pacta...) julia não pode cobrar de ninguém. B) Caso Pedro pague o valor da nota promissória a Henrique e receba o título quitado deste, como e de quem Pedro poderá exigir o valor pago? R: Poderá cobrar de João ou Maria, mas deve cobrar primeiramente de João e após o protesto poderá cobrar tb de Maria. 9. EXAME DE ORDEM UNIFICADO ? FGV - ADAPTADA) Lauro emitiu uma nota promissória com vencimento a dia certo em favor da sociedade empresária W Corretora de Imóveis Ltda. Embora o título esteja assinado pelo emitente, nele não constam a data e o lugar de emissão. Há cláusula de juros remuneratórios, com fixação de taxa anual de 12%. Antes do vencimento, o título recebeu aval em branco prestado por Pedro, irmão de Lauro. Sendo certo que os dados omitidos na nota promissória não foram preenchidos pela sociedade empresária antes da cobrança judicial. Analise a questão com base no estudo do Direito Cambiário. R: O título em questão não produz efeito de nota promissória, pois a data da emissão não é um requisito suprivel conforme artigo 76 da lei 57663. 10. João da Silva sacou um cheque no valor de R$ 60.000,00 (sessenta mil reais), em 26 de março de 2012, para pagar a última parcela de um empréstimo feito por seu primo Benedito Souza, beneficiário da cártula. A praça de emissão é a cidade "X", Estado de Santa Catarina, e a praça de pagamento a cidade "Y", Estado do Rio Grande do Sul. O beneficiário endossou o cheque para Dilermando de Aguiar, no dia 15 de agosto de 2012, tendo lançado no endosso, além de sua assinatura, a data e a menção de que se tratava de pagamento "pro solvendo", isto é, sem efeito novativo do negócio que motivou a transferência. No dia 25 de agosto de 2012 o cheque foi apresentado ao sacado, mas o pagamento não foi feito em razão do encerramento da conta do sacador em 20 de agosto de 2012. Considerando os fatos e as informações acima, responda aos seguintes itens. A) O endossatário pode promover a execução do cheque em face de João da Silva e de Benedito Souza? Justifique com amparo legal. R: pode, pois fez pro solvendo. Correção de concurso: Ainda que apresentado fora do prazo, o endossatário pode promover a execução em face do sacador (0,15), com fundamento no Art. 47, I, da Lei n. 7.357/85 e/ou Súmula n. 600, do STF (0,10). Entretanto, o endossatário não pode promover a execução em face de Benedito Souza, uma vez que o cheque não foi apresentado a pagamento no prazo legal (0,25), com fundamento no Art. 47, II da Lei n. 7.357/85 (0,15). B) Diante da prova do não pagamento do cheque é possível ao endossatário promover ação fundada no negócio que motivou a transferência do cheque por Benedito Souza? Justifique com amparo legal. R: sim, pois assinou pro solvendo. Correção de concurso: É possível ao endossatário promover ação fundada no negócio que motivou a transferência do cheque (ação causal, extracambial), uma vez que o endosso foi em caráter “pro solvendo”, sem efeito novativo (0,35) nos termos do Art. 62 da Lei n. 7.357/85 (0,25). OBS: Pro solvendo: garante a legalidade do título inclusive q ela será cumprida. / Pro soluto: garante a legalidade, mas não sabe se será cumprido. CASOS ANTERIORES A 2017 – CORREÇÕES DA INTERNET Aula 1 – Augusto e Bernardo, em virtude de dívida contraída por aquele em favor deste, resolveram criar um documento que pudesse representar tal obrigação. Dessa forma, questionam você, famoso advogado dessa área: De que maneira o título de crédito se distingue dos demais tipos representativos de obrigação, quanto à cobrança e circulação do crédito? R: Os títulos de crédito tem como características principais a negociabilidade/circulabilidade (fácil circulação do crédito através do endosso ou da tradição) e a executoriedade (em tese, mais fácil de cobrar) os demais títulos representativos da obrigação (contrato, carnê, cartão de crédito, confissão de dívida, dentre outros) não tem características. Objetiva 1) Porque o título de crédito é considerado, fundamentalmente, um título de apresentação? R: Por ser de muito fácil negociação, o devedor somente poderá pagar a dívida àquele que o apresentar, mesmo que saiba quem é o seu credor original, sob o r isco de ter que pagar duas vezes. Objetiva 2) As principais características de um título de crédito cambial são: R: negociabilidade, autonomia e literalidade. Aula 2 - Antônio emitiu uma nota promissória em favor de Bernardo, que circulou através de diversos endossos até chegar ao atual portador, que decidiu executar um dos endossantes, face à inadimplência do devedor original. Uma vez executado, o endossante apresentou exceção de pré-executividade, para demonstrar sua total incapacidade processual, já que ele teve o título transferido de um incapaz, o que prejudicaria a cadeia de endossos. a)A defesa deve ser acolhida pelo Juiz da causa? R: Não merece acolhimento pelo juiz a defesa apresentada, tendo em vista que ao lançar sua assinatura no título o endossante vinculou sua obrigação de pagar como garantidor, pelo princípio da autonomia conforme arts 7º e 17º da LUG. b) Determine o princípio cambiário aplicável ao caso em tela. R: Principio da autonomia; aplicáveis a espécie os princípios da autonomia, em que cada obrigação é autônoma com relação as demais, independentemente dasituação do obrigado e o da inoponibilidade das exceções pessoais, cuja relação pessoal com qualquer dos obrigados não pode ser alegada como defesa (art. 7 e 17 LUG 57663/1966). Objetiva 1) Assinale a assertiva correta sobre títulos de crédito. R: Pelo princípio da abstração, os direitos decorrentes do título são independentes do negócio que deu lugar ao seu nascimento, a partir do momento em que ele é posto em circulação; Aula 3 - Um empresário que trabalha no ramo de venda a varejo pretende utilizar, nas suas operações a crédito, duplicatas ao invés de cheques, em virtude da alta taxa de inadimplência. Procura você para consulta acerca das diferenças básicas entre tais títulos. Responda ao consulente de acordo com as classificações dos títulos de crédito. R: Ambos são títulos formais, a duplicata necessariamente causal, logo não apresenta o princípio da abstração, está preso ao negócio jurídico, ambos são ordem de pagamento, cheque = pagamento à vista, Enquanto a Duplicata é causal e nominativa, o cheque é não causal e nominativo apenas nos valores acima de R$ 100,00. Objetiva 1) São títulos de crédito que contêm ordem de pagamento: letra de câmbio e cheque. Aula 4 - Augusto comprou de Bernardo um apartamento no valor de R$ 200.000,00 (duzentos mil reais) que, com o crédito venda de seu imóvel, também comprou um apartamento, pelo mesmo valor, de seu amigo Cardoso. Por ter ouvido falar em um título capaz de vincular todas as partes, Bernardo lhe procura para prestar as seguintes orientações: É possível a emissão de uma letra de câmbio, a fim de vincular Augusto ao pagamento e ainda assim dar garantia a Cardoso? R: Sim, é possível, uma vez que Augusto é devedor de Bernardo que é devedor da mesma quantia Cardoso, assim, ao sacar uma letra de cambio, envolverá Augusto como sacado no pgto e dará garantia a Cardoso, pois se aquele não aceitar ou não pagar a letra, Bernardo, como sacador, garante o pgto (Art. 9º, LUG) Por nunca ter visto uma letra de câmbio, questiona acerca dos requisitos necessários para validade do título em tela. R: Os requisitos necessários para a validade da letra de câmbio estão contidos no art 1º da LUG e da súmula 387, STF. Não poderão ser supridos por ninguém a assinatura do sacador e do aceitante. Art. 2º da LUG – requisitos: expressão “letra de cambio”, quantia a ser paga, nome do sacado, nome do beneficiário, data e lugar onde deverá ser sacada, assinatura de quem emite letra. Objetiva 1) Não é requisito essencial da letra de câmbio: Época do pagamento; Aula 5 - Augusto emite uma letra de câmbio em face de Bernardo e a favor de Cardoso, que a endossa em preto para Danilo, o qual também endossa em preto para Eduardo que, porém, endossa em branco para Fernando. Este repassa o título por tradição a Gustavo, e assim vai por Hernani, Ivo, João e Karine. A esta foi exigida por Luiz, no momento da transferência, que fosse realizada por endosso, o que foi feito, porém, em preto. Indaga-se: Determine a legalidade da cadeia de transferência do título e quais são os obrigados pelo pagamento. R: Não há impedimento algum quanto ao titulo nominal passar a ser ao portador e, posteriormente, voltar a ser nominal, mediante a cadeia de endosso nas modalidades em preto ou em branco. Os obrigados serão: Augusto (Sacador), Bernardo (caso aceite), Cardoso (Tomador Endossante), Danilo (Endossante), Eduardo (Endossante) e Karine (Endossante). Especifique o principal efeito do endosso realizado por Karine. R: A transforma em coobrigada. O principal efeito do endosso em preto é fazer com q o título fique nominal e, caso o portador queira transferi-lo, deverá fazê-lo por endosso em preto ou em branco. Objetiva) Quanto à nota promissória já protestada por falta de pagamento: O endosso não impede que o devedor oponha ao endossatário as exceções pessoais que tinha contra o endossante. Aula 6 - Augusto emitiu uma letra de câmbio no valor de R$ 3.000,00 (três mil reais) contra Bernardo e em favor de seu credor Cardoso, que endossou a cambial para Danilo que ao levar o título a aceite, obteve o aceite parcial modificativo de data de pagamento. Indaga-se: Pode o sacado, no caso acima, limitar o aceite? R: Sim, o aceite parcial é autorizado pela LUG conforme art. 26, II, no caso em tela modificativo. Quais os efeitos produzidos pelo aceite parcial? R: O aceite parcial gera o vencimento antecipado, mesmo o modificativo (art. 43, I, LUG). Na realidade, o portador fica com a faculdade de acionar o sacador ou o endossante antes do vencimento ou o aceitante na data estipulada. Objetiva) Em relação ao aceite nas letras de câmbio é INCORRETO afirmar: É vedado ao sacado riscar aceite já dado, mesmo antes da restituição da letra. Aula 7 - Ao receber uma letra de câmbio por endosso, Augusto exigiu de Bernardo um avalista, mesmo a letra já aceita e com a assinatura do sacador e de mais três endossantes. Assim, Bernardo conseguiu com seu pai o aval, porém este não indicou que Bernardo seria seu avalizado e o fez na modalidade parcial. Indaga-se: Determine a responsabilidade do avalista nesse título. R: Por ter sido aval em branco o avalista vai se responsabilizar da mesma maneira que o sacador, conforme o art 31, III, LUG. É possível a modalidade parcial do aval? R: Sim, é possível para a letra de cambio, pois se trata de titulo regido por lei especial, conforme art 30, LUG e não se aplica o art. 987, § único, CC, por força do art. 903, CC. Objetiva) O aval: É uma garantia de pagamento. Aula 8 e 9 - Augusto, portador de Letra de Câmbio, apresentou o título para aceite do sacado Bernardo, que não aceitou, sob alegação de não possuir relação alguma com o sacador. Protestado o título por falta de aceite, Augusto promoveu ação de execução em face de Bernardo que, devidamente citado, alegou ilegitimidade passiva, uma vez que sua assinatura não consta do título, bem como falta a Augusto a qualidade de credor, por falta do aceite. Indaga-se: São Procedentes as alegações de Bernardo? R: Sim, procede, em virtude de que o aceite não é obrigatório e o sacado se obriga na letra apenas pelo aceite (art 28, LUG). O sacado não precisa apresentar qualquer justificativa legal para a falta de aceite. Um endossante que eventualmente venha pagar o título em tela, terá direito a alguma ação? R: Sim, o coobrigado que paga o título subroga-se nos direitos do credor e pode cobrar em ação de regresso dos obrigados anteriores, pelo que libera os posteriores. É Possível o protesto por falta de aceite na letra de Câmbio? R: Sim, a lei admite o protesto por falta de aceite para que seja possível ao portador exercer o seu direito de ação em face dos demais coobrigados (art 44, LUG). Objetiva 1) O protesto de uma letra de câmbio pode ocorrer devido: Ao seu não pagamento. Objetiva 2) O vencimento extraordinário da letra de câmbio pode ocorrer devido: À falência do sacado, mesmo sem o aceite, na modalidade a termo certo de data. Aula 10 - Augusto emitiu uma nota promissória em favor de Bernardo, em 30.04.2006, sem constar a data para pagamento. Em 28.02.2007, o título foi apresentado para pagamento, o qual não foi realizado. A ação executiva, porém, foi intentada somente em 15.01.2010, e o devedor, citado, alegou a prescrição do título. Como juiz da causa, verifique se o prazo para apresentação do título foi respeitado e se realmenteocorreu a prescrição. R: A Nota promissória tornou-se titulo à vista por não conter data de vencimento (art 76, I, LUG). Assim, o título à vista deve se r apresentado em até 1 ano da sua emissão (art 77 C/C art 34, LUG) e, após a data da apresentação é que começa a correr o prazo prescricional (art 70, I, LUG), por aplicação do art 78, LUG. Objetiva) Assinale a alternativa que indica quais dos títulos de créditos abaixo não admitem aceite: Cheque e Nota Promissória Aula 11 - Augusto, empresário do ramo de peças de automóveis, emitiu duplicata em face de Bernardo, pessoa física que comprou uma peça para uso próprio. Face à falta de aceite e a inadimplência de Bernardo, Augusto ingressou com ação executiva e, em defesa, foi alegado que o título foi emitido em operação estranha ao permissivo legal, portanto, indevida a ação executiva. Em que casos são admissíveis a falta de aceite de uma duplicata? R: Na duplicata de venda, o aceite é obrigatório salvo nos casos art 8º da Lei 5.474/68. E O comprador só poderá deixar de aceitar a duplicata por motivo de avaria ou não recebimento das mercadorias / - vícios, defeitos e diferenças mercadorias / - divergência nos prazos ou nos preços. A alegação de Bernardo procede? R: Deverá ser procedente, tendo em vista que a duplicata é um titulo de credito causal e uma das causas previstas em lei para sua emissão é a compra e venda mercantil, aquela realizada para revenda com intuito lucrativo, o que não ocorreu no caso em tela. Objetiva) Sobre a duplicata de prestação de serviços pode-se afirmar: Constitui documento hábil para a transcrição do instrumento de protesto a efetiva prestação dos serviços e o vínculo contratual que a autorizou. Aula 12 - Augusto é titular de conta corrente conjunta com sua esposa, Bruna, e emitiu um cheque no valor de R$ 3.000,00 (três mil reais) em favor de uma clínica médica. Posteriormente, a beneficiária verificou que não constava da cártula o local de emissão, porém, mesmo com tal omissão, foi promovida execução em face de Bruna, já que esta havia se utilizado do serviço prestado. Há alguma implicação legal na omissão apontada? R: Não haverá implicação alguma, quando não indicado o lugar de emissão, considera-se emitido o cheque no lugar indicado junto ao nome do emitente, por força do art. 2º , II, Lei 7.3357/85 e ainda a Súmula 387,STF. Será procedente a execução do cheque realizada contra Bruna, por se tratar de conta corrente conjunta? R: Penalmente é só de quem emite, cambiariamente quem assina e civilmente por força da relação contratual da conta conjunta, ambos se solidarizam, nesse sentido, encontra-se correta a demanda contra Bruna. Objetiva) O cheque pré-datado: Pode ser apresentado para pagamento antes do dia indicado como data de emissão, e pagável no dia da apresentação. Aula 13 - Augusto compareceu a uma revendedora de automóveis com o objetivo de adquirir veículo com pagamento à vista. Foi exigido pela revendedora que o pagamento se desse por cheque visado pelo Banco do Brasil. Qual a providência deve ser tomada pelo banco sacado a ser solicitado o visto pelo correntista? R: Ao visar o cheque o banco sacado deve fazer reserva na conta corrente do seu valor respectivo, cujo numerário ficara retido para pagamento da cambial, durante o prazo de apresentação. (art. 7º, §1º, Lei 7.357/85). O visto exonera o emitente e os demais coobrigados as obrigações cambiais? R: Não exonera qualquer dos obrigados da cambial, e não importa nenhuma obrigação cambial do banco sacado. Também conforme art. 7º, §1º, Lei 7.357/85). Objetiva) Considera-se prescrito o cheque: 6 (seis) meses após o prazo de apresentação MATÉRIA COMPLETA – SOMENTE TÍTULOS DE CREDITO Princípios do Direito Cambiário: 1. Princípio da Autonomia: O instrumento que cria o vínculo de obrigação em um título de crédito é a ASSINATURA, ou seja, todos que assinam um determinado título de crédito assumem integralmente aquela obrigação como se fosse sua, tratando-se como o único indivíduo que assinou o determinado título. OBS: A dívida deve ser cobrada do devedor principal, entretanto, se algo aconteceu com este o título será PROTESTADO e será escolhido um dos indivíduos para realizar o cumprimento daquela obrigação em sua integralidade. Por este motivo o princípio da autonomia é indispensável para evitar que algum malandro tente se eximir de uma obrigação em que sua assinatura é presente. Dentro do princípio da autonomia temos o fato de que confere ao portado do título de crédito um direito novo, totalmente desvinculado da relação que o originou, ficando dessa forma o portador completamente imune aos vícios ou defeitos que o geraram. É fundamental reconhecermos que o elemento de vinculação obrigacional no título de crédito é a assinatura. Neste contexto, o princípio da autonomia nos informa que cada pessoa que assina no título de crédito (emitente, endoçante, aceitante, fiador, avalista) assume a obrigação ali contida como se está fosse sua e como se ele fosse o único no título de crédito. *Ao assinar um título de crédito, a pessoa responde integralmente a dívida como se sua fosse. Deve-se cobrar a dívida do devedor principal, se algo tiver acontecido com este, o título deverá ser protestado e então poderá ser escolhida qualquer pessoa que tenha assinado, para que pague a dívida no seu total. 2. Princípio da Abstração: Uma vez que o título de crédito é emitido e circulado, ele se desvincula do negócio jurídico que lhe deu origem, ou seja, ainda que este negócio jurídico seja desfeito será mantida a validade do título originado por ele. Este princípio é presente na letra de câmbio e na nota promissória que são títulos de créditos próprios e não causais. EX: A realiza uma compra com B e emite um título de crédito como forma de pagamento, após o título ser emitido e colocado em circulação, A desfaz o negócio com B. Neste caso o negócio poderá ser desfeito mas o título não perderá a sua validade. Por este princípio entende-se que o título uma vez emitido e circulado se desvincula do negócio jurídico que lhe deu origem. Assim, atendidos estes dois requisitos ainda que o negócio jurídico tenha sido desfeito, o título manterá a sua validade. A abstração é princípio presente nos títulos de credito próprios (letra de câmbio e nota promissória), não causais. Hipótese I: Madalena está grávida de 4 meses e é atropelada, devido ao atropelamento ela vai a óbito. A morte de Madalena induz a morte de ticinho. Hipótese II: Madalena com ticinho de 4 anos é atropelada e vai a óbito, ticinho não morre devido ao atropelamento de Madalena. 3. Princípio da Inopolibilidade das Exceções: Vale o que está presente no título e qualquer motivação estranha ao título que fez algum indivíduo assina-lo por ordem de terceiros ou qualquer motivo pessoal, será interpretado separadamente na forma da Lei, não se confundindo uma relação com a outra. EX: Um determinado título foi a protesto e foi decidido que A deveria pagar a totalidade da obrigação ali contida, entretanto, A se manifesta dizendo que não cumprirá sua obrigação porque foi obrigado por seu patrão a assinar o título e se caso ele não assinasse, seria demitido. Os dois casos não irão se misturar, a alegação de A será levada em consideração mas a sua obrigação de cumprir com o pagamento do título será mantida até segunda ordem. Alguns doutrinadores tratam comosubprincipio resultante do cruzamento da autonomia com a abstração. Aqui, desconhecemos tal enquadramento. Por este princípio compreende-se que a ninguém assina no título é dado alegar motivos de ordem pessoal (estranha ao título) para descumprir obrigação contida no título em relação à terceiro de boa fé. Assim, o que está no título cobra-se e exerce-se na forma nele estabelecida o que é estranho ao título na forma que a lei determinar não se confundindo uma relação com outra. 4. Princípio da Independência: Tem como interpretação principal que qualquer indivíduo assina um título por livre e espontânea vontade, entretanto, se trata de uma presunção relativa que poderá ser contestada e ao ser provada o vício naquela assinatura, ela se torna nula e poderá ocorrer o ressarcimento do valor se for pago. Tem como ponto de partida a presunção de que cada pessoa que assina no título o faz em sua livre manifestação de vontade. Por se tratar de uma presunção Juris Tantum (presunção relativa, tem uma verdade mas deixa que provem o contrário) admite prova em contrário podendo-se portanto, utilizar-se de tal condição para demonstrar o vício de vontade e por consequência a nulidade da vinculação obrigacional ao título. *Se tem um vicio a assinatura não vale, podendo portanto, pedir o ressarcimento do valor. 5. Princípio da Circulação: Quanto mais o título circula, mais confiança e segurança no seu cumprimento e ele tem como regra a circulação. OBS: Um título pode ser retirado de circulação cambiária, contrariando assim a sua essência. Como regra título nasce para circular. Destarte, quanto mais um título circula maior a segurança e confiança em seu cumprimento. Necessário chamar atenção de que é possível retirar-se a circulação cambiaria do título de crédito contrariando assim sua essência. 6. Princípio da Elasticidade: Este princípio garante que a cadeia de endossatários de um título de crédito possa ser estender ilimitadamente por várias e várias páginas sem que este título perca alguma validade pela quantidade de endossos nele realizado. A única regra estabelecida nesta lista é que o último endossante de uma folha seja obrigatoriamente o primeiro da folha seguinte, mantendo a legalidade da cadeia de endossos. Temos por este princípio, que o título é tão grande quanto a cadeia de endosso que necessita comportar. Sob esta ótica, não poderia as limitações físicas do título ser impedimento ou dificultador de sua circulação, como solução temos o título como se fosse produzido em material elástico infinito e podendo ser extendido ilimitadamente. Na prática para permitir a continuidade da circulação, afixamos sucessivas folhas ao título de crédito permitindo assim a continuidade da cadeia de endosso que terá sua validade garantida, desde que o último endossatário de uma folha seja o primeiro endossante da seguinte, mantendo a legalidade da cadeia de endossos. 7. Princípio da Cartularidade: É simplesmente o princípio que institui a cártula (papel) como instrumento material para representar o elemento abstrato (direito) e assim realizar o exercício deste. O princípio da cartularidade determina que o direito presente no título de crédito só detém aquele que possui o título, isso é notado quando dizemos que o título de crédito é o documento necessário ao exercício do direito nele mencionado, em respeito a tal princípio temos algumas regras como: a posse do título pelo devedor presume o pagamento; o título só pode ser protestado se for apresentado e por fim só é possível executar o mesmo apresentando-o. Aqui empregamos o conceito de cartula como elemento material capaz de apreender e representar o elemento abstrato (Direito) possibilitando assim o exercício deste. Na atualidade, todo título de crédito apresenta o princípio da Cartularidade. 8. Princípio da Executoriedade: Estabelece que somente a existência do título já é suficiente para exercer o direito nele contido e não há necessidade de nenhum outro documento probatório para realizar tal fato, além do título. A única instrução dada é sempre retirar cópias e autentica-las de qualquer dos documentos. Reconhece que o título de crédito é o meio útil, necessário e suficiente pro exercício de direito nele contido. O título é o meio pelo qual comprova a existência do direito e o exerce. O fato de existir o título já comprova a existência do direito, não é necessário que haja outro meio de comprovação. Obs: sempre fazer cópias com autenticidade dos documentos. 9. Princípio da Literalidade: Vale o que está escrito no título, desde o que foi colocado nele não contrarie a sua natureza. OBS: O cheque é uma ordem de pagamento à vista, ou seja, por mais que ele seja pré- datado poderá tranquilamente ser descontado a qualquer tempo em uma instituição financeira. Em outras palavras, O título de crédito só vale exatamente aquilo que está escrito, dessa forma o devedor só deve pagar por aquilo que está escrito e o credor receber exatamente o que está constando no título, em caso de quitação parcial, a mesma deve se fazer constar no título. *No título, vale pelo que nele está escrito, desde que não contrarie a sua natureza. O cheque é uma ordem de pagamento à vista, ou seja, por mais que seja pré datado pode ser descontado a qualquer tempo no banco. 10. Princípio do Formalismo: Todo e qualquer título deverá ter requisitos essenciais para ser reconhecido devidamente e seguir a Lei que lhe aplica. *Pode ser princípio ou característica. Todo título de créditos apresenta requisitos essenciais para ser reconhecido como tal e a lei/regra que se aplica. Institutos do Direito Cambiário: 1. Endosso: - Conceito: É o instituto translativo do direito cambiário, onde um indivíduo por meio de sua assinatura, se vincula como coobrigado no cumprimento de uma obrigação e ao mesmo tempo transfere os direitos ali contidos para outro indivíduo. Quem assina, se obriga e transfere direitos é o endossante enquanto quem recebe os direitos é o endossatário. A assinatura do endossante pode ser no verso do título ou em folha anexa a este e existem duas possibilidades de endosso pela forma de assinatura do endossante: - Endosso em Preto e em Branco: A) Endosso em Preto: Quando no momento da assinatura, o endossante coloca o nome do endossatário que será o beneficiário. B) Endosso em Branco: Quando no momento da assinatura, o endossante não coloca o nome do endossatário que será o beneficiário. Em outras palavras, O endosso em branco é aquele em que o endossante não deixa expresso o nome do endossatário, dessa forma o título poderá circular livremente de uma mão para outra somente por meio da tradição, até que um endossatário resolva transformar o mesmo em preto. Pode o endossatário que assumiu transformar o mesmo em preto e repassar em branco ou em preto, porém nesse caso ele será responsabilizado, contudo se ele não assumir e só transferir por meio da tradição para outro endossatário, ele ficará livre de responsabilidade. OBSERVAÇÃO: A doutrina estabelece que além destas duas classificações de endosso, existem outros com características especiais e são estes: Endosso póstumo ou tardio, caução ou garantia e mandato ou mandato. - Endosso Póstumo ou Tardio: É aquele que foi realizado depois do vencimento deste, se não houver prescrição ou o protesto do título o endosso será realizado normalmente e gerará os mesmos efeitos. O protesto é o ato de publicação onde descreve que o credor quer receber mas o devedor não quis pagar. Qualquerendosso que for dado depois da prescrição ou do protesto gerará o direito de uma cessão ordinária de direito civil, ou seja, o endossatário só poderá cobrar do endossante que passou o título para ele. Em outras palavras, Ocorre tal endosso quando o mesmo é feito após o protesto por falta de pagamento ou depois de expirado o prazo para protesto, nesses casos o endosso não produzirá seus efeitos normais, valendo somente como uma cessão de crédito civil. - Endosso Improprio - O endosso impróprio é divido em dois: endosso-caução e endosso- mandato, o endosso próprio consiste naquele que o efeito é de transferência do crédito e responsabilização do endossante, já no endosso impróprio o crédito não é transferido, ficando somente o endossatário com uma posse legítima sobre o título, para que assim possa exercer os direitos contidos nele. A) Caução ou Garantia: O título de crédito pode ser dado em relação de garantia de outro negócio jurídico estranho ao que gerou este título, ou seja, o endossatário recebe o direito de posse do título mas a titularidade deste ainda continua em nome do endossante. A posse e a titularidade ficarão com o endossante ou endossatário no momento da comprovação do cumprimento ou descumprimento da obrigação garantida pelo título de crédito. Nesta categoria de endosso, o endossante deve colocar sua assinatura e evidenciar a modalidade de endosso ali realizada sem deixar duplas interpretações, deixando claro a separação entre a posse que ficará com o endossatário e a titularidade que pelo menos até determinado momento permanecerá com o endossante. Em outras palavras, o endosso-caução é aquele em que o endossante transmite o título ao endossatário somente como forma de garantia por alguma situação, o mesmo deve ser acompanhado dos dizeres “valor em garantia” ou “valor em penhor”. B) Procuração ou Mandato: Nesta categoria de endosso, a titularidade se mantém no nome do endossante e por meio do título, o endossatário recebe a posse e o direito de exercer sobre este qualquer ação e toda responsabilidade sobre as ações realizadas pelo endossatário serão do endossante, pois a titularidade se mantém no nome deste. Da mesma forma que a caução, este módulo necessita além da assinatura do endossante, a evidência sem duplas interpretações do módulo de endosso que foi feito naquele momento. Em outras palavras, O endosso-mandato ocorre quando é transferido somente por via de procuração, os direitos que se encontram no endosso para que dessa forma o endossatário possa exercer os mesmos, como protestar por exemplo. Tal endosso deve ser acompanhado do termo “valor a cobrar”, “por procuração” ou “para cobrança”. OBSERVAÇÃO – CONCEITO DE PROTESTO: Ato que torna pública a vontade do credor de receber e demonstra de forma inequívoca a resistência do devedor em pagar. Essencial para execução de qualquer título de credito, excetuando-se apenas o cheque já que o carimbo da câmara de compensação equivale ao protesto para efeitos de execução excetuando-se apenas, nesta exceção, o protesto do cheque para efeito de falência quando então este se torna essencial, na forma do disposto do artigo 94 da Lei 11.101. OBSERVAÇÃO 2 – Ver na classificação sobre os endossos à ordem e não à ordem. Fiança: É um contrato acessório ao contrato de locação, se tornando um instrumento de garantia do cumprimento da obrigação por parte do fiador, um instrumento advindo do código civil. Antes de cobrar o cumprimento da obrigação do fiador, deve- se cobrar o devedor principal, já que o contrato citado é acessório e só deve ser recorrido em casos de inadimplência do devedor principal. Se a obrigação principal for nula, a fiança também será seguindo a regra de que o acessório sempre segue o principal. Em casos onde o fiador é casado, esta fiança só ganha validade depois da vênia conjugal, que é a autorização do conjugue na condição de seu companheiro como fiador daquele contrato. Em outros casos, apenas a assinatura já materializa a obrigação do fiador. Aval: Também se trata de um instituto de garantia mas ao contrário da fiança, é um instituto pertencente ao direito cambiário, onde a presença da assinatura do avalista necessita estar apenas no título de crédito e, ao contrário da fiança, não necessita de um contrato acessório para ser validado. Outras diferenças entre o aval e a fiança é que no aval, pelo princípio da autonomia, não há necessidade de cobrança do devedor principal antes da cobrança ao avalista pelo cumprimento da obrigação e não há necessidade de vênia conjugal em casos onde o avalista é casado. O avalista pode ter três naturezas: o avalista parcial, o horizontal ou simultâneo ou o vertical: *Avalista parcial: É aquele que ao assinar o título de crédito na condição de avalista, determina o valor até onde ele irá pagar. *Avalista simultâneo ou horizontal: São aqueles que garantem o cumprimento da obrigação por mais de um avalista. *Avalista sucessivo ou vertical: São aqueles que classificam a ordem dos avalistas onde um se torna avalista do outro, ou seja, caso um avalista não tenha condições de cumprir com a obrigação, haverá outro garantindo sucessivamente. OBS: É extremamente importante o avalista deixar clara a porcentagem de que será avalista naquela obrigação e o sujeito, em casos onde não é claro quem está recebendo o aval, a responsabilidade para exercer direitos por parte do avalista é contra o emitente porque com certeza é a assinatura antes da dele. Aceite: Instituto do direito cambiário presente apenas em títulos cuja natureza é a de ordem de pagamento e ele possui duas funções: dá ciência ao sacado que foi realizada uma ordem de pagamento em face dele e o vincula como devedor principal da obrigação. Da mesma forma dos outros títulos, o aceite se materializa com a assinatura do aceitante e consequentemente o devedor principal da obrigação. Ao prestar o aceite, o aceitante possui a opção de aceitar as condições presentes naquela ordem de pagamento ou muda-las de acordo com suas vontades para a realização do cumprimento da obrigação. O emitente pode receber estas alterações e aceita-las sem contestação ou pode tomar as seguintes atitudes: protestar o título de imediato com a alegação da modificação das condições de origem ou a recusa do aceite, consequentemente gerando o vencimento deste título e a execução de todos os outros coobrigados nas condições iniciais presentes no título. Tanto o aceite quanto o pagamento do título pode ser realizado para um terceiro que não o indicado a pagar. Classificação dos Títulos de Créditos: 1. Quanto a natureza: Nesta classificação, os títulos de crédito podem ser ordens ou promessas de pagamento e a diferença entre as duas é a relação entre o emitente e o sacado. A) Ordem de pagamento: Na ordem de pagamento a relação entre o emitente e o sacado é angular, ou seja, os sujeitos dessa relação são o sacador que emite a ordem de pagamento, o sacado indicado para pagar a ordem sem vínculo obrigacional e o tomador que será o beneficiário da ordem. Nesse o próprio título já é uma ordem a uma entidade de pagar, formada pela figura do sacador, sacado e tomador (beneficiário), o primeiro é aquele que emite a ordem, o segundo aquele que paga ao terceiro que é o beneficiário. (Ex: Cheques) B) Promessa de pagamento: Na promessa de pagamento, a relação é linear e o emitente será o próprio devedor principal que irá se comprometer com o beneficiário com o cumprimento das obrigações ali previstas. Nesse temos a figura dosacador ou promitente e o tomador ou beneficiário, o primeiro é aquele que faz a promessa do pagamento, já o segundo aquele que é beneficiado com tal promessa. (Único ex: Nota Promissória). 2. Quanto à forma de transferência ou circulação: Quanto ao modo de transferência ou circulação temos os seguintes títulos: título ao portador, nominal à ordem, nominal não à ordem e nominativos. A) O título ao portador é aquele que circula de livre tradição, ou seja, a identificação do credor não está presente no mesmo, dessa forma qualquer um que possua o título será detentor do direito presente nele. B) O título nominal é o contrário, a identificação do credor está expressa nele, na hipótese de transferência de tal título ai nos deparamos com duas situações, a primeira é quando o título possui uma cláusula “à ordem”, nesse caso será necessário a realização do endosso, já se possui uma cláusula “não à ordem”, então é preciso uma cessão civil de créditos. Por fim, os títulos nominativos são aqueles que além de constar o nome do credor de forma expressa, o emitente guarda em seus registros os dados daquele que possuirá o mesmo. Prescrição no Direito Cambiário: É sempre bom lembrar que a prescrição cambiária em determinados títulos de crédito não significa a prescrição nas demais áreas do direito, consequentemente, cabe a ação monitória no âmbito civil. o Letra de Câmbio: A prescrição neste título contra o devedor principal (aceitante) ocorre em 3 anos, contados da data de vencimento da letra. Contra os demais coobrigados, o prazo prescricional é de 1 ano contado da realização do protesto da letra. Com o cumprimento de um dos coobrigados, este possui 6 meses para ajuizar ação de regresso contra qualquer coobrigado que lhe antecedeu. Se um coobrigado surgir mais de uma vez na cadeia de circulação do título como demandado, será considerado o mais próximo da origem do título. o Nota promissória: A prescrição neste título contém o prazo prescricional de 3 anos contados do vencimento do título para o exercício contra o devedor principal. Para a execução contra qualquer coobrigado, o prazo é de 1 ano contado da data de protesto e o prazo para a ação de regresso pelo coobrigado que cumprir a obrigação contra qualquer outro que o antecedeu é de 6 meses. o Cheque: Possui prazo de apresentação de 30 dias de quando o título é emitido para desconto na mesma praça e de 60 dias quando emitido para desconto em praças distintas. Quando termina este prazo, inicia o prazo prescricional que é de 6 meses e ao terminar, o título não terá mais o desconto. TÍTULOS DE CRÉDITO EM ESPÉCIE Letra de câmbio: Surge na idade média com a necessidade dos mercadores efetuarem transações econômicas em diversas cidades, uma vez que cada cidade tinha sua moeda, dessa forma um banqueiro local entregava um documento autorizando o portador a sacar devida quantia em outra cidade. 1.1 Saque da letra: A letra de câmbio se enquadra como uma ordem de pagamento, gerando assim a figura de três pessoas diferentes: sacador, pessoa que emite a ordem; sacado, pessoa que a ordem é destinada e tomador, aquele que é beneficiado com tal ordem, além disso a Lei Uniforme permite que se crie três situações distintas com relação ao saque da letra: à ordem do próprio sacador; sobre o próprio sacador ou por ordem e conta de terceiro. A primeira ocorre quando o sacador e tomador são as mesmas pessoas, a segunda hipótese é quando o sacador e o sacado são a mesma pessoa e por fim a terceira hipótese quando todos os envolvidos são pessoas distintas. A letra de câmbio deve conter: a expressão letra de câmbio; uma ordem incondicional de pagamento da quantia determinada; o nome do sacado; o nome do tomador; a assinatura do sacador; a data do saque; o lugar do pagamento ou menção de um lugar junto ao nome do sacado; o lugar do saque ou a menção de um lugar junto ao nome do sacador. O STF concluiu que é legitima a aceitação de um título de câmbio incompleto, desde que o credor de boa-fé complete o mesmo, além disso a cláusula À ordem é implícita no título, devendo a não à ordem ser expressa. 1.2 Aceite da letra: O sacado é uma pessoa não obrigada a realizar o pagamento da letra, nesse sentido é preciso que o mesmo realize o aceite, como forma de se obrigar diretamente, ficando o sacador obrigado indiretamente. O aceite deve ser feito com o escrito dos dizeres “aceito” ou “aceitamos”, depois disso o título passa a ser aceito pelo sacado que não poderá mais voltar atrás. Se houver mais de um sacado, o tomador deve levar a cada um para que eles realizem o aceite, seguindo a ordem de escrita, além disso o sacado pode aceitar a letra de forma parcial, sendo este aceite dividido em dois: aceite-limitativo e modificativo, no primeiro ele limita o valor que vai aceitar, já no segundo ele modifica as condições de pagamento, como data de vencimento por exemplo. Em caso de não aceite por parte do sacado, o título se vence e o tomador tem o direito de reclamar de imediato o mesmo, porém o sacador pode se proteger quanto a isso, colocando expressamente a cláusula não aceitável, dessa forma o sacado poderá recusar o aceite e não se configurará vencimento, isso porque o sacador determinou que a data de vencimento é o dia do aceite, contudo pode ocorrer a hipótese de o sacador determinar um dia antes do vencimento, porém não antes desse dia, essa é uma variante da cláusula não aceitável. 1.3 Vencimento da letra: Uma vez que o sacado aceita a letra de câmbio, o mesmo se torna exigível a partir de seu vencimento, fazendo surgir quatro espécies de letras, dentre elas: letra com dia certo; letra à vista; letra a certo termo da vista e letra a certo termo da data. A letra com dia certo é aquela que vence em data determinada pelo sacador, lógico que após a data do saque, a letra à vista é aquela que vence no dia de apresentada a mesmo ao sacado, já a letra a certo termo da vista é aquela que tem vencimento determinado a partir do momento do aceite e por fim a certo termo da data é a que tem vencimento determinado a partir do momento da emissão. 1.4 Prazo de apresentação e pagamento da letra: Uma vez que o tomador possui a letra, ele deve leva-la ao sacado para o aceite. Em se tratando de letra a certo prazo da vista, o tomador deve apresentar a mesma para o aceite até o prazo estabelecido no título, ou se não for estabelecido, dentro de um ano. Em se tratando de letra à vista, o tomador não precisa levar para aceite, podendo apresentar a mesma para pagamento, o que deve ser feito e até um ano da emissão. Depois de apresentada a letra, o sacado deve devolver a mesma, podendo exigir que o tomador volte no outro dia, isso ficou conhecido como prazo de respiro, a letra só será exigível, depois do aceite e chegada o dia de seu vencimento. Se o tomador não apresentar a letra para pagamento depois de vencido o título, então começa o prazo para protesto, que deve ser feito nos dois dias seguintes ao vencimento. NOTA PROMISSÓRIA: A nota promissória gera a figura do sacador ou promitente, aquele que promete pagar, e do tomador, aquele que receberá. A mesma deve conter promessa de pagamento incondicional. As demais regras quanto à forma, cláusula à ordem, exigência de identificação do promitente e tomador,são todas similares a letra de câmbio, seu vencimento será a prazo se não houver data em contrário. 1.1 Regime Jurídico: A nota promissória é uma promessa de pagamento, graças a isso não existe o aceite em se tratando de nossa promissória, por isso sua modalidade de pagamento só pode ser à vista, a certo termo da data ou com dia certo. 1.2 Características: Diferente do que ocorre com a letra de câmbio, a nota promissória mantém vínculo com sua origem, ou seja, nela deverá vim expressamente qual foi o compromisso que resultou na emissão da mesma. Com relação a cláusula-mandato, o STJ foi contrário à essa hipótese nos casos de nota promissória. CHEQUE: O cheque consiste em uma ordem de pagamento à vista, emitida contra um banco em razão dos fundos que a pessoa tem naquela instituição, regido por lei própria. O cheque deve respeitar um padrão parecido com as demais letras de câmbio, tendo o nome do sacado, sacador, local do saque, ordem incondicional de pagamento, assinatura do emitente, data do saque e a expressão cheque. Por ser uma ordem de pagamento à vista, o pagamento deveria ser no dia que ele estaria sendo emitido, contudo, existe no mercado a utilização como forma de pagamento pré-datado. 1.1 Características: Não existe um limite de endosso do cheque, o mesmo pode ser emitido diversas vezes, cabendo ao banco analisar a regularidade dos endossos, porém não a assinatura de todos os endossantes, neste caso o banco só teria condições de analisar a assinatura do sacador (seu cliente). Poderá o cheque ser emitido ao portador, desde que tenha valor inferior a 100 reais, poderá conter cláusula à ordem, poderá ainda conter endosso em branco e é dotado de certa autonomia relativa, isso porque em alguns casos é permitido ao credor discutir sobre a causa que deu origem aquele cheque. O cheque poderá conter cláusula não à ordem, evitando assim a sua circulação por via de endosso, mas poderá haver circulação por via de cessão civil de créditos, por fim, o cheque não é uma forma de pagamento de aceitação obrigatória. 1.2 Cheque pré-datado: O cheque por ser uma ordem de pagamento à vista, não poderá nunca ser negado pelo banco o pagamento se o tomador for sacar antes, acontece que isso pode ensejar para o sacador um dano material ou moral, dano esse que ele poderá cobrar do tomador. 1.3 Modalidades de cheque: Caracteriza-se por se apostar no anverso do cheque duas linhas paralelas. Uma vez cruzado o cheque só pode ser descontado mediante depósito em conta. O cruzamento pode ser simples ou especial. A) O especial além das duas linhas paralelas, entre estas, apresenta a instituição financeira para depósito. Nesta hipótese o título só poderá ser descontado mediante depósito em conta na instituição financeira designada. B) O cruzamento simples, de duas linhas apostas no título, pode ser transformado em especial, mas o especial jamais em simples sob pena de rasura. O cruzamento pode ser realizado pelo emitente ou qualquer beneficiário em sua circulação. 1.4 Sustação do cheque: O cheque poderá ser sustado a qualquer momento em duas hipóteses, antes do prazo de apresentação ou depois do prazo de apresentação. 1.5 Cheque Especial: Trata-se em verdade de um pacote que mistura cheque com linhas de produtos e serviços bancários. Tais como linha de crédito e tratamento diferenciado. As regras aplicáveis a ele são as mesmas do cheque comum; 1.6 Cheque Visado: Trata- se em verdade de um serviço prestado pelo banco com base no artigo 7' da lei do cheque. O visto no cheque cria um gravame que reserva na conta do emitente o valor estabelecido do cheque de tal sorte que este valor só poderá ser sacado mediante a apresentação do título específico. 1.7 Cheque Para Ser Creditado Em Conta: Popularmente conhecido como cheque administrativo, já que o valor nele representado é transferido para a conta da instituição financeira que o emite, sendo posteriormente compensado pela instituição financeira de destino. Trata-se de um título de alta credibilidade, já que a emissão deste é feita pelo banco e não pelo correntista, dai sua utilização comum em negócios de elevado valor e instantaneidade. 1.7.1 Uma pequena corrente diferencia o cheque administrativo do para ser creditado em conta alegando que o primeiro é um serviço prestado pelo banco com base no Art. 11 da Lei. 1.8 Cheque Postal: Previsto na LUG do cheque, tem previsão legal em lei própria. Trata em verdade de uma ordem de pagamento por mala postal, serviço prestado por um banco associado a empresa de correios. Supre o impedimento legal de envio de espécie por meio do correio. 1.9 Cheque Viagem: Utilizado como facilitador de envio de recurso e câmbio quando em viagem ao exterior. 1.10 Cheque Poupança: Criação nacional que permite a movimentação de valores mantidos em contas de poupança através da utilização de cheque. Cabe frisar que independente de sua modalidade o cheque só pode ser emitido por banco ou instituição financeira a ele assemelhado. Destaque-se também que a utilização do termo "cheque" é restrita as hipóteses previstas na lei. RESPONSABILIDADE NO CHEQUE: CIVIL, CAMBIÀRIA E CRIMINAL Três são as esferas de direito que envolve a responsabilização quando da emissão de um cheque. Criminalmente a responsabilidade é personalíssima. Nesta hipótese apenas o emitente do título sem o devido provimento de fundos pode responder criminalmente por estelionato, não se estendendo tal responsabilização a qualquer dos demais membros da conta conjunta. Sob a ótica da responsabilização Civil, é necessário observar a criação de responsabilidade solidária, por força do contrato de conta conjunta entre todos os membros. Assim, independente de quem emitiu o título, qualquer um e/ou todos os membros da conta conjunta podem ser demandados a cumprir a obrigação. Sob a ótica cambiária a vinculação obrigacional em um titulo de crédito se da pela assinatura. Assim, para o direito cambiário, apenas aquele que assina no título de crédito se obriga em seu cumprimento, ganhando portanto um caráter personalíssimo sua obrigação. Classificação Dos Títulos Quanto Ao Vencimento: Quanto ao vencimento podem os títulos de crédito vir a sofrer uma das seguintes classificações, a saber: 1. A VISTA - Quando o vencimento ocorre, de imediato, a partir do momento em que é dado conhecimento ao sacado/devedor principal de que existe uma obrigação a ser cumprida. 2. DATA CERTA - Se estabelece no título a data de vencimento deste, de forma líquida. Neste contexto, o título terá seu cumprimento na data atrasada. 3. TERMO CERTO DA VISTA - Utilizado para relativização da data de vencimento do título. Transfere ao beneficiário/tomador a responsabilidade pelo estabelecimento da data de vencimento já que o vencimento ocorrerá dentro de um prazo estabelecido contado a partir do momento em que o título é levado ao conhecimento do sujeito indicado a pagar. 4. TERMO CERTO DA DATA - Também utilizado para relativização do vencimento. A contagem temporal se da a partir de evento específico. Destaque-se que nos vencimentos relativizados pode ser utilizada por qualquer contagem temporal sem que o título perca a sua validade (dias corridos, dias úteis, semanas, início meio ou fim de mês, lua cheia...). DIVERGÊNCIAS NO TÍTULO DE CRÉDITO Pode ocorrer de um título de crédito apresentar divergências em seu conteúdo. Se assim o for seguimos as regras aqui apresentadas: Em existindodivergência entre valor numérico e valor literal, prevalece o enunciado do valor literal; Em existindo divergências entre dois enunciados literais, prevalece o de menor valor; Em havendo mudanças no enunciado do título ao longo de sua circulação, aqueles que assinaram antes da alteração, respondem na regra primitiva, enquanto aqueles que assinaram após a alteração respondem na nova regra. Se não for possível, com segurança, se estabelecer que o vínculo obrigacional se deu antes ou depois da alteração todos respondem pela regra primitiva. Não se admite, em hipótese alguma, rasura em qualquer dos requisitos essenciais, não supríveis, do título de crédito, nem tampouco a conversão de cruzamento especial em cruzamento simples. PLURALIDADE DE EXEMPLARES Prevista sua utilização para letra de câmbio e o cheque, não existindo para nota promissória. A Pluralidade de exemplares pode ser utilizada para cumprimento de obrigações indivisíveis, por força do contrato, em relações jurídicas notoriamente internacionais. Na pluralidade de exemplares, temos mais de uma via original de o mesmo título.todas as vias originais são preenchidas com os mesmos conteúdos e o valor integral da obrigação. É essencial, sob pena de caracterizar obrigações distintas, constar no título, de forma expressa, tratar-se de uma via original de tantas. O desconto de uma das vias originais tem efeito liberatório em relação ao devedor. As demais vias somente permitem o exercício do direito entre os liticonsorciados. EX: Sérgio deve 1 milhão para três pessoas, por algum motivo elas brigaram e não mantém contato mais, além disso cada contrato foi assinado em um país. Para pagar a elas será necessário ir ao banco e fazer uma cópia da folha do cheque como (1/3, 2/3 e 3/3), no momento em que uma descontar tem efeito liberatório entre as demais, ou seja, as outras duas deverão exercer seu direito contra quem descontou. Serve para cheque ou letra de câmbio, porém é essencial que no verso tenha expresso "tratar-se de uma via de pluralidade de exemplares". NÃO EXISTE PLURALIDADE DE EXEMPLARES EM NOTA PROMISSÓRIA. CÓPIAS Prevista para utilização pela letra de câmbio e nota promissória, sendo proibida ao cheque. A cópia é utilizada para proteção/preservação do título original. Ao ser emitida uma cópia deve constar nesta a quem cabe a guarda e responsabilidade do titulo original. A cópia comprova a titularidade sobre os direitos enquanto que o título original comprova o direito em essência. Para o exercício do direito torna-se necessário a apresentação do título original e da cópia, já que o primeiro comprova a existência dos direitos e o segundo a titularidade sobre estes. Na cópia pode ser requerido e se veem obrigados todos aqueles que assinaram no título original a refazerem suas assinaturas na cópia. REQUISITOS ESSENCIAIS NOS TITULOS Elementos para tratar aquele titulo LETRA DE CÂMBIO – Dec. 57663 (anexo I) Artigo 1º e 2º o Palavra Letra o Mandato de Pagar (Natureza Jurídica = ordem de pagamento) o Nome do Sacado o Época do pagamento o Lugar do Pagamento o Pessoa Beneficiaria (Tomador) o Data e Lugar da Emissão o Assinatura do Sacador A lei estabelece a forma no artigo 2º. Faltando algum dos requisitos, não é letra, salvo se faltar época (pq poderá apresentar a qualquer época), lugar (se não disser, vai pagar no endereço do sacado), lugar da emissão (se não disser, presume-se o endereço do pagamento) NOTA PROMISSÓRIA – Dec. 57663 (anexo I) Artigo 75 e 76 o Denominação NOTA PROMISSÓRIA o Promessa pura e simples de pagar (Natureza Jurídica = promessa de pagamento) o Época do pagamento (obs.: comparado a Letra, não tem sacado) o Beneficiário o Data e Lugar da Emissão o Assinatura do Subscritor A lei estabelece no artigo 76 que faltando algum dos requisitos, não será considerado Nota promissória, salvo não indicar a época (pq poderá apresentar a qualquer época), lugar (se não disser, vai pagar no endereço do emitente), lugar da emissão (se não disser, presume-se o endereço do pagamento) CHEQUE – Lei 7357 o Denominação Cheque o Ordem incondicional de pagar (Natureza Jurídica = Ordem de pagamento) EXERCÍCIOS 1) Tício procura seu escritório narrando a seguinte situação: Que é titular de uma nota promissória emitida por Caio em benefício de Mario na data de 12 de Fevereiro, em pagamento a uma bicicleta adquirida daquele; que o título em tela tem por data de vencimento dia 08 de Outubro do presente ano; que Mario transferiu o título por endosso em preto para o vídeo em 17 de Abril; que da mesma forma o vídeo o fez para Mévio em 21 do mesmo mês, Mévio por endosso em branco transferiu o título para Asdrubal tendo contudo este requerido a Mévio que apresentasse um garante ao cumprimento do título, tendo Pedro, tio de Mévio, assinado como avalista deste; Asdrubal também por endosso em branco transferiu o título a Henrique em 07 de Julho; Este por sua vez, em simples tradição, o transferiu para Madalena em 03 de Agosto; no dia 10 de Agosto, por endosso em preto, Madalena o transferiu a Ticio. Ticio lhe procura preocupado, pois soube que Caio foi a falência e ao tomar ciência de tal noticia o procurou para confirmar se haveria o cumprimento do título; Caio taxativamente lhe disse “Só lamento!”; em face da informação recebida protestou o título de crédito no mesmo dia em que recebeu o título; ao executar Pedro, este alegou que não pagaria o título pois Mévio seu sobrinho e incapaz, logo sua obrigação e nula. Preocupado com a situação lhe questiona na condição de advogado especialista no que segue: A) Após o protesto, contra quem Ticio poderia exercer seus direitos, lista nominal. Tício poderá exercer seus direitos contra todos os coobrigados, com exceção de Henrique pois este realizou a transferência do título para Madalena por mera tradição, sendo assim, não obteve sua assinatura registrada neste. B) Procede a alegação de Pedro de não cumprir a obrigação contida no título em função da incapacidade de Mévio. Fundamente em principio cambiário: Não, de acordo com o princípio da autonomia presente no direito cambiário, no momento de sua assinatura, o indivíduo que assinou se obriga automaticamente como único responsável a cumprir a obrigação imposta naquele título. C) Se o protesto em tela tivesse sido realizado por Madalena, contra quem Ticio poderia exercer seus direitos? Tício só poderia exercer seus direitos contra Madalena por se tratar de um endosso póstumo realizado por ela, ou seja, um efeito de uma cessão de análise de direito civil. D) Se Caio alegasse a Ticio quando procurado que não pagaria a obrigação, pois Ticio lhe devia um valor ainda maior, isentaria Caio da obrigação? Fundamente em principio cambiário: Não, de acordo com o princípio da inopolibilidade das exceções, é considerado o que está presente no título de forma separada às possíveis alegações da assinatura do título por motivos estranhos aos relatados. E) Se Ticio executasse Henrique e em defesa este alegasse que desconhecia qualquer obrigação referente ao título, poderia tal defesa ser arguida em juízo? Fundamente em principio cambiário: Sim, a obrigação no cumprimento integral do título só é oficializada com o instrumento da assinatura no título, neste caso Henrique não realizou a assinatura, então automaticamente não se obrigou com as condições presentes no título. 2) Ticio procura seu escritório narrando a seguinte situação: que é detentor de uma letra de câmbio emitidapor Caio em face de Mário e em benefício de Asdrubal; que o título em tela foi emitido em 21 de Janeiro, tendo por vencimento o dia 3 de Agosto próximo passado; quem em 12 de Fevereiro por endosso em preto Asdrubal transferiu o título a Oswaldo; que da mesma forma em 25 de Maio Oswaldo transferiu o título a Pedro; por endosso em branco em 4 de junho Pedro transferiu para Henrique apresentando como avalista Oswaldo que nesta condição assinou na mesma data restringindo contudo seu aval a 80% do valor original; em 14 de Julho Henrique transferiu por mera tradição o título a Mário; que da mesma forma o fez a Asdrubal em 17 de Julho; em 21 de Julho Asdrubal procurou o Mario para receber o aceite tendo este negado sob a alegação que esse título era "uma batata quente" e que Caio é um safado; frente a recusa, na mesma oportunidade Asdrubal protestou o título tendo transferido este em 07 de Agosto, por endosso em preto, para Ticio. Frente ao quadro que se apresenta em muito preocupado Ticio roga que você o esclareça nos questionamentos que seguem: A) Contra quem, no presente caso, Ticio poderá exercer seus direitos, explique. Levando em consideração que Asdrubal transferiu o título para Tício após a realização do protesto, há a presença do endosso póstumo ou tardio, onde Tício só pode exercer seus direitos contra Asdrubal como um efeito de cessão de análise de direito civil. B) Após demandado, contra quem Asdrubal poderá exercer seus direitos, explique. Contra qualquer dos outros coobrigados, menos pra Henrique por ele ter realizado mera tradição e não ter assinado o título. C) Não ficando claro por quem Oswaldo prestou o seu aval, se demandado, contra quem poderá exercer seus direitos Como não está clara para quem seria a prestação do aval, Oswaldo poderá exercer seus direitos contra o emitente que foi a assinatura anterior a dele no título, ou seja, contra Pedro. D) A limitação realizada por Oswaldo no título, na condição de avalista, procede? Explique: Sim, procede, o avalista pode limitar a cota parte que será condicionado a ser avalista, desde que ela esteja explicita no título acompanhada com a assinatura deste. E) A alegação de Mário de que Caio é um safado para não aceitar o título pode ser acatada em juízo? F) Sendo advogado de Mário caso este seja demandado, qual a linha de defesa ou contra quem você exerceria o direito de regresso. G) É fatível a execução do título em tela caso não fosse realizado o protesto? H) Tendo Ticio, por esquecimento, distraído o título de crédito em tela (comido pela cachorra) teria como exercer seus direitos? Fundamente um princípio cambiário. De acordo com o princípio da cartularidade, é indispensável a presença do título para o exercício dos direitos presentes neste, ou seja, Tício não poderá exercer seus direitos. DUPLICATA Título de criação nacional sendo hj utilizado em diversos países. É um título de crédito causal, portanto preso a relação jurídica que lhe deu origem. Neste contexto, não há de se falar para duplicata no princípio da abstração. Para emissão da duplicataa lei de duplicatas estabelece que haja a emissão de uma fatura comprovando a relação do negócio jurídico eu lhe deu origem. Estabelece ainda que a emissão de duplicata para relações de compra r vença ou para prestação de serviços cujo o prazo seja superior a 30 dias para seu pagamento. Trata-Se de uma ordem de pagamento, onde o sacador, em nosso exemplo comerciante, emite o título para cumprimento do sacado, sujeito a quem vendeu ou prestou serviço. Necessário destacar que ainda que haja a recusa do aceite na duplicata pelo sacado é possível o protesto e posterior execução comprovando se a existência da relação jurídica pela assinatura deste m fatura que deu origem ao título. É de se notar, a existência como requisitos de: um negócio jurídico anterior, comprovado pela emissão da fatura; um prazo de cumprimento obrigacional igual ou superior a 30 dias da entrega do produto ou da prestação do serviço e a emissão da respectiva duplicata. A recusa do sacado em dar o aceite na duplicata não impede a sua execução tendo em vista que, por se tratar de um titulo causal, pode ser comprovada sua vinculação através de sua assinatura na fatura. No caso de destruição, extravio ou retenção indevida da duplicata por parte do devedor a lei faculta a emissão de outro título para suprir está carência, denominado triplicata. A triplicata somente pode ser emitida em uma destas 3 hipóteses: retenção indevida, extravio ou destruição da duplicata. Serve a triplicata para efeito de protesto e execução da obrigação. Tanto a duplicata quanto a triplicata tem por características, serem causais, formais, vinculados e utilizados para finalidade específica. **Lei pro industrial- npi ver trabalho fics atenta!!! Duplicata é utilizada para realizar o exercício do direito para relação jurídica. REQUISITO: 1) ter uma fatura sobre o que está sendo realizando a compra e venda. 2) Tem que ser igual ou superior a 30 dias o pagamento desta. Sujeitos : comerciante que vende ele saca a duplicata contra a pessoa que comprou (consumidor). O comprador só reconhece o produto se ele receber. Canhoto de recebimento de compra realizada e recebida, nesse momento comprova a relação jurídica entre as partes, uma vez que foi entregue nas condições e prazo ajustado. Triplicata é quando uma duplicada for extraviado, destruída ou retida indevidamente o título. A lei permite a emissão de uma triplicata podendo ser protestada junto ao cartório. Somente cabe nas hipóteses acima.