Buscar

Políticas Públicas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 66 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 66 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 66 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

1 
 
 
 
POLÍTICAS PÚBLICAS E DIREITOS 
FUNDAMENTAIS 
Monique Falcão 
 
 
2 
 
 
 
Direitos Fundamentais. Espécies. Estrutura de Políticas Públicas. 
 
• A efetivação dos direitos fundamentais é o objetivo das políticas 
púlbicas. Definidos como bens jurídicos constitucionais tutelados pelo 
Estado, os direitos fundamentais são estudados em suas duas espécies 
básicas: direitos individuais e direitos sociais. 
• Os direitos fundamentais têm origem no Estado Moderno, modelo 
político desenvolvido à luz dos movimentos filosóficos Iluminismo, 
Antropocentrismo, Racionalismo e Positivismo. O Estado Moderno tem 
como característica a limitação ao exercício do poder do governante e do 
Estado. Os institutos criados para tanto são a Constituição, os direitos 
individuais e a repartição de competências. 
• A Constituição é um instrumento de definição e de delimitação dos 
poderes do Estado. Seus elementos principais são os direitos 
fundamentais – normas prescritivas de limites à atuação do Estado na 
esfera individual e social – e repartição de competências – distribuição 
de atribuições entre os poderes de Estado. Ambos impõem limites à 
atuação do Estado na sociedade e na economia. 
• Os direitos individuais correspondem aos direitos de propriedade, 
liberdade, vida e integridade física. Foram criados a partir do modelo 
econômico liberal clássico. A efetivação desses direitos se dá na medida 
em que o Estado se abstém de interferir arbitrariamente na vida, na 
integridade física e na propriedade dos cidadãos. As normas que contém 
direitos individuais são de eficácia e aplicabilidade imediatas. 
• Principais documentos de reconhecimento de direitos individuais: 
• Magna Carta de 1215, assinada pelo rei “João Sem Terra”; 
• Paz de Westfália (1648); 
• Habeas Corpus Act (1679); 
• Bill of Rigts (1688); 
• Declarações, seja a americana (1776), seja a francesa (1789). 
 
 
3 
 
 
• Os direitos sociais correspondem aos direitos de saúde, educação, 
moradia, alimentação e trabalho. Foram criados a partir do modelo de 
Estado de Bem-Estar Social, nos séculos XIX e XX. Nesses, o Estado tem 
dever de prestar através dos instrumentos jurídicos e econômicos que 
lhe são disponíveis: as políticas públicas. 
• Principais Documentos de reconhecimento de direitos sociais: 
• Constituição do México, de 1917; 
• Constituição de Weimar, de 1919, na Alemanha, conhecida como 
a Constituição da primeira república alemã; 
• Tratado de Versalhes, 1919 (OIT); 
• Constituição de 1934, Brasil. 
 
• Como efetivação das normas de direitos fundamentais, cf. José Afonso 
da Silva, temos “por regra, as normas que consubstanciam os direitos 
fundamentais democráticos e individuais são de aplicabilidade imediata, 
enquanto as que definem os direitos sociais tendem a sê-lo também na 
Constituição vigente, mas algumas, especialmente as que mencionam 
uma lei integradora, são de eficácia limitada e aplicabilidade indireta”. 
 
• A efetivação dos direitos sociais através de políticas públicas se dá a 
partir de dois critérios: mínimo existencial e reserva do possível: 
 
 
 
 
 
Políticas Públicas: estrutura 
 
• Como definição de prioridades e estratégias para concretização dos 
direitos fundamentais, as políticas públicas são formuladas com base na 
 
 
4 
 
reserva do possível, um parâmetro para instituição de critérios 
orçamentários e valoração dos bens jurídicos tuteláveis. 
• Enquanto instrumento de intervenção do Estado, na economia e nas 
relações sociais, as políticas públicas compreendem relações de poder, 
institucionalizadas, recorrentes e estruturadas em uma ação coletiva. 
Entre seus elementos, temos teorias, atores sociais, interesses coletivos, 
valores da sociedade, financiamentos e custos. 
• Requisitos mínimos: 
• Estruturação republicana; 
• Coexistência e independência entre poderes; 
• Vigência de direitos de cidadania; 
• Cultura política compatível; 
• Relações de poder, institucionalizada, recorrente e estruturada, 
constituindo ação coletiva; 
• Convivência com outras formas de políticas públicas na sociedade: 
ex.: corporativismo, coronelismo e populismo. 
• Estrutura: 
• Estrutura Formal: Teoria, Prática e Objetivos 
• Teoria: conjunto de informações sobre práticas e 
resultados idealizados e desejados. 
• Prática: natureza prática da política, com medidas e 
ferramentas selecionadas conforme objetivo e contexto. 
• Objetivos: resultados a serem alcançados. 
 
• Estrutura Substancial: Atores, Interesses e Regras 
 Atores: agentes sociais com condutas orientadas por 
objetivos implícitos e explícitos, com maior ou menor grau 
de racionalidade (interesses), em um espaço 
institucionalizado por comportamentos predeterminados. 
 Interesses: objetivos práticos de cada ator ou do grupo. 
 Regras: leis, normas, convenções, costumes que 
determinam o comportamento dos atores para um 
interesse específico. 
 
 
5 
 
• Estrutura Material: Financiamento, Suportes e Custos 
 Financiamento: revela natureza e modalidades de vínculo 
estabelecido entre o exercício da política e do contexto 
econômico, expressando a idologia vigente. 
 Suportes: técnicos, teóricos e ideológicos. Bases e 
fundamentos. 
 Custos: condições de viabilização da intervenção. Revelam 
sistemas de gestão e de capacidade técnica instalada no 
aparelho estatal. 
• Estrutura Simbólica: Valores, Saberes e Linguagens 
 Valores e Saberes: interferências ideológicas e 
conhecimentos acumulados com a experiência histórica do 
povo. 
 Linguagens: universos próprios e específicos de 
comunicação, que estabelecem vínculos entre os diversos 
tipos de atores de cada nicho político da sociedade. 
 
• Elementos para a construção de um conceito de Políticas 
Públicas: 
• Valoração e discricionariedade; 
• Racionalidade e ação vinculada a orçamento; 
• Legalidade no procedimento; 
• Objetividade na escolha de resultados. 
 
• Critérios de Realização das Políticas Públicas 
• Mínimo existencial como elemento norteador de concretização de 
políticas públicas. É o critério que norteia a escolha das ações materiais 
essenciais do programa de políticas públicas, que devem sempre prezar 
pela condição de existência do ser humano. As ações materiais que não 
podem deixar de existir, em programas de políticas públicas, são as que 
preservam a vida digna do ser humano. 
• Reserva do Possível como elemento limitador para concretização de 
políticas públicas. São as limitações materiais e orçamentárias que 
definem o alcance de programas de políticas públicas. 
 
 
6 
 
 
Para melhor compreensão sobre a definição, estrutura e elementos de políticas 
públicas, veja o trabalho disponível no link a seguir, com base na qual a 
segunda parte da aula 1 foi desenvolvida: 
(Disponível em: <https://observatorio03.files.wordpress.com/2010/06/elementos-das-politicas-publicas.pdf>) 
 
 
Critérios para desenvolvimento de políticas públicas em saúde e 
educação (Aula 2) 
 
CRITÉRIOS PARA POLITICAS PÚBLICAS EM DIREITOS SOCIAIS 
• No direito à educação, o Estado tem obrigação de fornecer, 
independentemente de previsão orçamentária, a educação infantil e 
fundamental, caracterizadas como direito público subjetivo do cidadão. 
Quanto à educação superior, o Estado a proverá direta e indiretamente, 
através de programas de financiamento e de acesso limitados às suas 
possibilidades orçamentárias. Nem todos os que desejam cursar o nível 
superior, portanto, poderão usufruir dos programas governamentais, 
devendo arcar, muitas vezes com o custo total do curso superior. 
 
 
 
• O direito à saúde tem seus critérios de efetivação definidos no art. 196 
da CR/88. 
 
 
7 
 
 
•Enquanto direito de todos, a saúde é direito público subjetivo de 
dimensão individual, o que justifica juridicamente a intervenção do Poder 
Judiciário em tutelas de urgência na área de Saúde. 
• A característica de acesso universal e igualitário refere-se à igualdade de 
assistência sem preconceitos ou privilégios de nenhuma espécie e à 
possibilidade de intervenção direta do Estado, na economia, como 
ocorreu na quebra de patente de medicamentos (coquetel de AIDS) 
como forma de concretização de política pública. 
• Enquanto dever do Estado e garantido mediante políticas públicas sociais 
e econômicas, este tem obrigação de fornecer o que se encontra 
prescrito em atos normativos da Agência Nacional de Saúde – ANS –, 
sendo este o entendimento majoritário da jurisprudência. Trata-se de 
dever fundamental do Estado que se distribui entre os entes da 
federação mediante repartição de competência comum dos entes da 
Federação, cf. CR/88, art. 23, II. 
• Como instrumentos de financiamento, temos a descentralização com 
base na heterogeneidade regional, a municipalização do financiamento, 
os recursos do orçamento da seguridade social previstos na CR/88 art. 
198, §1º, e a possibilidade de intervenção federal em caso de 
descumprimento orçamentário pelo Estado. 
• Ainda para fins de finaciamento e efetivação da universalidade de 
acesso, o art. 199, da CR/88, prevê critérios para participação do setor 
privado em políticas públicas de prestação de saúde: 
• Art. 199. A assistência à saúde é livre à iniciativa privada. 
 
 
8 
 
• § 1º As instituições privadas poderão participar de forma 
complementar do sistema único de saúde, segundo diretrizes 
deste, mediante contrato de direito público ou convênio, 
tendo preferência as entidades filantrópicas e as sem fins 
lucrativos. 
• § 2º É vedada a destinação de recursos públicos para auxílios 
ou subvenções às instituições privadas com fins lucrativos. 
• § 3º É vedada a participação direta ou indireta de empresas ou 
capitais estrangeiros na assistência à saúde no país, salvo nos 
casos previstos em lei. 
• § 4º A lei disporá sobre as condições e os requisitos que 
facilitem a remoção de órgãos, tecidos e substâncias humanas 
para fins de transplante, pesquisa e tratamento, bem como a 
coleta, processamento e transfusão de sangue e seus 
derivados, sendo vedado todo tipo de comercialização. 
 
• Os critérios para estipulação das ações concretas devem ter como 
elemento norteador o objetivo de redução de risco de doença e outros 
agravos. A prioridade, portanto, é de ações preventivas, cf determinação 
do art. 198, II da CR/88 e levando em consideração a orientação da 
Organização Mundial de Saúde que reconhece relação direta entre 
saneamento básico, acesso à água potável e saúde pública. 
• Trata-se de norma de natureza programática, na medida em que é a 
evolução da Medicina e das demandas sociais que orientam as decisões 
de políticas públicas. 
• Quanto às prescrições de saúde não previstas como obrigatórias pela 
ANS, o Estado deverá considerar alguns critérios específicos de natureza 
administrativa para analisar a obrigatoriedade ou não de fornecimento. 
• A participação do Poder Judiciário será devida dentro dos seguintes 
critérios estabelecidos no julgamento da STA 175 pelo STF: 
 
 
9 
 
 
1) Existência ou não de política estatal de Saúde demandado 
pela parte 
A) Se não, verifica-se a não previsão nas políticas do SUS em 
função de: i) omissão legislativa ou administrativa; ii) decisão 
administrativa negativa do fornecimento; iii) vedação legal 
expressa à prestação. 
 
2) Motivação para não fornecimento de ação de saúde 
A) Se o SUS fornecer tratamento alternativo, mas não adequado: 
deve ser privilegiado o tratamento fornecido pelo SUS sempre que 
não for comprovada a ineficácia ou impropriedade da política 
pública existente; 
B) Se o SUS não tiver nenhum tratamento específico para certa 
patologia: i) tratamentos experimentais não podem ser exigidos 
do Estado; ii) novos tratamentos podem ou não ser exigidos do 
Estado conforme disponibilidade para a oferta de tratamento 
similar e eficaz. 
 
• O direito à alimentação, criado como direito social pela EC64/2010, 
tem como critério norteador a implantação de programas educativos e 
de fornecimento de produtos alimentares aos mais necessitados. 
 
 
10 
 
 
 
• Entre os programas para efetivação dos objetivos acima, estão: 
• Programa Saúde na Escola; 
• Programa Academia da Saúde; 
• Programa Bolsa Família; 
• Vigilância Alimentar e Nutricional para a População em Situação 
de Rua; 
• Avaliação do estado nutricional de crianças prematuras; 
• Avaliação do estado nutricional de pessoas com deficiência; 
• Linha de cuidado às pessoas com sobrepeso e obesidade; 
• Sistemas de Informação em Saúde e a Vigilância Alimentar e 
Nutricional; 
Fonte: <http://189.28.128.100/dab/docs/portaldab/publicacoes/marco_referencia_vigilancia_alimentar.pdf> 
 
• O direito ao trabalho conta com programas de capacitação e de 
aprimoramento de jovens e adultos, programas de combate ao trabalho 
infantil e programas de incentivo ao trabalho no âmbito do MERCOSUL, 
todos fundados nos princípios previstos, no art. 170, da CR/88, de busca 
do pleno emprego, valorização do trabalho humano e livre iniciativa. 
 
 
 
11 
 
• Já o direito à moradia constitui em programa de financiamento, reforma 
e compra de mobiliário para a compra de casa própria por brasileiros de 
baixa renda, tanto na cidade, como no campo. 
 
 
 
Critérios para desenvolvimento de políticas públicas em cultura e 
desporto (Aula 3) 
 
CRITÉRIOS PARA POLÍTICAS PÚBLICAS DE PROTEÇÃO DA CULTURA 
NACIONAL 
• Conforme previsto no art. 215, da CR/88, “o Estado garantirá a todos o 
pleno exercício dos direitos culturais e acesso às fontes da cultura 
nacional, e apoiará e incentivará a valorização e a difusão das 
manifestações culturais. §1º O Estado protegerá as manifestações das 
culturas populares, indígenas e afro-brasileiras, e das de outros grupos 
participantes do processo civilizatório nacional. §2º A lei disporá sobre a 
fixação de datas comemorativas de alta significação para os diferentes 
segmentos étnicos nacionais”. 
• O art. 215, da CR/88, foi acrescido do §3º, que instituiu o Plano Nacional 
de Cultura – Lei 12.343/2010. Trata-se de plano plurianual que visa ao 
desenvolvimento cultural do país e à integração das ações do Poder 
Público para: 
• Defesa e valorização do patrimônio cultural brasileiro; 
• Produção, promoção e difusão de bens culturais; 
• Formação de pessoal qualificado para a gestão da cultura em suas 
múltiplas dimensões; 
• Democratização do acesso aos bens de cultura; 
• Valorização da diversidade étnica e regional. 
 
 
12 
 
 
PATRIMÔNIO NACIONAL 
• Art. 216, da CR/88: Constituem patrimônio cultural brasileiro os bens de 
natureza material e imaterial, tomados individualmente ou em conjunto, 
portadores de referência à identidade, à ação, à memória dos diferentes 
grupos formadores da sociedade brasileira, nos quais se incluem: 
I - as formas de expressão; 
II - os modos de criar, fazer e viver; 
III - as criações científicas, artísticas e tecnológicas; 
IV - as obras, objetos, documentos, edificações e demais espaços 
destinados às manifestações artístico-culturais; 
V - os conjuntos urbanos e sítios de valor histórico, paisagístico, 
artístico, arqueológico, paleontológico, ecológico e científico. 
• Entre os instrumentos de proteção do patrimônio nacional está o 
tombamento cuja natureza jurídica e efeitos serão estudados na aula 8. 
Por ora, apresentamos as diferentes “livros do Tombo”, instrumentos de 
registro das diferentes manifestações e produções culturais existentes nopaís: 
 
1) Livro do Tombo Arqueológico, Etnográfico e Paisagístico, onde 
são inscritos os bens culturais em função do valor arqueológico, que 
engloba sinais de lugares onde há indícios de atividades humanas, 
estruturas e vestígios abandonados na superfície, subsolo ou sob as 
águas, além do material a eles associados. Os bens de valor 
etnográfico, parques, jardins, e as paisagens naturais e culturais também 
estão nesse livro. O mesmo ocorre com os monumentos naturais 
constituídos por formações geológicas, fisiográficas e biológicas. Ex.: 
Parque Nacional da Serra da Capivara, Piauí (mais antigos vestígios da 
presença do homem na América do Sul); Serra da Barriga, Alagoas 
 
 
13 
 
(Quilombo dos Palmares); Lençóis, Serra do Sincorá, Chapada 
Diamantina, Bahia. 
 
2) Livro do Tombo Histórico, onde são inscritos os bens culturais em 
função do seu valor histórico. É formado pelo conjunto dos bens 
móveis e imóveis existentes no Brasil e cuja conservação seja 
de interesse público por sua vinculação a fatos memoráveis da 
história do Brasil. Esse livro, para melhor condução das ações do 
IPHAN, reúne, especificamente, os bens culturais em função do seu valor 
histórico que se dividem em bens imóveis (edificações, fazendas, 
marcos, chafarizes, pontes, centros históricos, por exemplo) e móveis 
(imagens, mobiliário, quadros e xilogravuras, entre outras peças). Ex.: 
Principais cidades constantes: Rio de Janeiro, Ouro Preto e Salvador; Rio de 
Janeiro: paisagem cultural reconhecida como Patrimônio Mundial – 
UNESCO. 
 
3) Livro do Tombo das Belas-artes, onde são inscritos os bens 
culturais em função do seu valor artístico particular. O termo belas-artes 
é aplicado às artes que imitam a beleza natural e são consideradas 
diferentes daquelas que combinam beleza e utilidade. Ex.: Conjunto de 
estátuas feitas por Aleijadinho, em Congonhas, MG, no Santuário do Senhor 
Bom Jesus de Matozinhos. 
 
 
 
 
 
14 
 
4) Livro do Tombo das Artes Aplicadas, onde são inscritos os bens 
culturais em função do seu valor artístico aplicado. Essa denominação 
(em oposição às belas artes) se refere à produção artística que se 
orienta para a criação de objetos, peças e construções utilitárias: 
alguns setores da arquitetura, das artes decorativas, design, artes 
gráficas e mobiliário, por exemplo. Desde o século XVI, as artes 
aplicadas estão presentes em bens de diferentes estilos arquitetônicos. 
Ex.: Forro da capela-mor da Igreja Matriz de São José de Ribamar, séc XVIII, 
em Aquiraz, CE. São 78m² em madeira e folha de ouro. 
 
 
5) Livro de Registro das Formas de Expressão: Roda de Capoeira. 
 
 
 
15 
 
6) Livro de Registro dos Lugares: para mercados, feiras, santuários, 
praças onde são concentradas ou reproduzidas práticas culturais 
coletivas. Ex.: Feira de Caruaru e Cachoeira de Iauaretê – Lugar Sagrado 
dos Povos Indígenas dos Rios Uaupés e Papuri 
 
 
INCENTIVOS – LEI ROUANET – LEI 8313/91 
• O Incentivo Fiscal (Renúncia Fiscal) é um dos mecanismos do Programa 
Nacional de Apoio à Cultura (PRONAC), instituído pela Lei Rouanet (Lei 
8.313/1991). É uma forma de estimular o apoio da iniciativa privada ao 
setor cultural. O proponente apresenta uma proposta cultural ao 
Ministério da Cultura (MinC) e, caso seja aprovada, é autorizado a captar 
recursos junto às pessoas físicas pagadoras de Imposto de Renda (IR) 
ou empresas tributadas com base no lucro real para a execução do 
projeto. Fonte: <http://www.cultura.gov.br/projetos-incentivados>. 
• O apoio a um determinado projeto pode ser revertido no total ou em 
parte para o investidor do valor desembolsado deduzido do imposto 
devido, dentro dos percentuais permitidos pela legislação tributária. Para 
empresas, até 4% do imposto devido; para pessoas físicas, até 6% do 
imposto devido. 
• Podem apresentar propostas pessoas físicas com atuação na área 
cultural (artistas, produtores culturais, técnicos da área cultural etc.); 
pessoas jurídicas públicas de natureza cultural da administração indireta 
 
 
16 
 
(autarquias, fundações culturais etc.); e pessoas jurídicas privadas de 
natureza cultural, com ou sem fins lucrativos (empresas, cooperativas, 
fundações, ONGs, organizações culturais etc.). 
 
Fonte: <http://www.cultura.gov.br/projetos-incentivados> 
 
DESPORTO, CR/88, art. 217, §3º 
 
• Estado tem dever de fomentar, esporte, lazer e divertimento – 
promoção social, principalmente as de “criação nacional”, isto é, 
incorporado à cultura brasileira. 
• Lei Pelé – Lei 9.615/98 – modalidades de desporto: 
• Desporto formal e não formal, conforme aceitas ou não por 
entidades nacionais de administração de esportes; 
• Desporto educacional, referente a jogos e brinquedos; 
• Desporto de participação, em que cabe ao Estado preservar 
áreas para o esporte por lazer; 
• Desporto de rendimento, de rendimento profissional e de 
rendimento não profissional, a depender da existência ou não 
de vínculo empregatício 
 
 
 
17 
 
CIÊNCIA E TECNOLOGIA, CR/88, art. 218 
• Cabe ao Estado: Desenvolvimento científico; Pesquisa tecnológica; 
Capacitação tecnológica. 
• Modalidades de pesquisa: Pesquisa científica básica; Pesquisa 
tecnológica. 
 
COMUNICAÇÃO SOCIAL, CR/88, art. 220 
• Princípios: 
• Inexistência de restrição, salvo as existentes na CR/88; 
• Plena liberdade de informação jornalística, respeitados: 
a) vedação ao anonimato; 
b) direito de resposta; 
c) indenização por dano material, moral ou à imagem; 
d) inviolabilidade da intimidade, vida privada, honra e imagem. 
 
• Propriedade de empresa jornalística e de radiodifusão sonora 
e de imagens: 
• Brasileiros natos; 
• Brasileiros naturalizados; 
• Pessoas jurídicas constituídas sob as leis brasileiras e que 
tenham sede no Brasil (mínimo de 70% capital votante 
pertencente a pessoas constituídas no Brasil. 
• Regulação: 
• ANATEL: competência para regular serviços de 
telecomunicações, sem radiodifusão; 
• Ministério das Comunicações: competência para serviços de 
radiodifusão de sons (rádio) e de sons e imagens (TV). 
 
 
 
 
 
18 
 
FAMÍLIA, CR/88, art. 226 
• CR/88, art. 226, a família, base da sociedade, tem especial proteção 
do Estado. 
§ 1º O casamento é civil e gratuita a celebração. 
§ 2º O casamento religioso tem efeito civil, nos termos da lei. 
§ 3º Para efeito da proteção do Estado, é reconhecida a união 
estável entre o homem e a mulher como entidade familiar, 
devendo a lei facilitar sua conversão em casamento – STF, ADI 
4.277 e ADPF 132. 
§ 4º Entende-se, também, como entidade familiar a comunidade 
formada por qualquer dos pais e seus descendentes – Família 
Monoparental e Família Sócioafetiva. 
§ 5º Os direitos e deveres referentes à sociedade conjugal são 
exercidos igualmente pelo homem e pela mulher – Função 
Social da Família. 
§ 6º O casamento civil pode ser dissolvido pelo divórcio. (EC66, 
de 2010) 
§ 7º Fundado nos princípios da dignidade da pessoa humana e da 
paternidade responsável, o planejamento familiar é livre decisão 
do casal, competindo ao Estado propiciar recursos educacionais e 
científicos para o exercício desse direito, vedada qualquer forma 
coercitiva por parte de instituições oficiais ou privadas. Lei 
Planejamento Familiar, Lei 9.263/96 
§ 8º O Estado assegurará a assistência à família na pessoa de 
cada um dos que a integram, criando mecanismos para coibir a 
 
 
19 
 
violência no âmbito de suas relações. Lei Maria da Penha – Lei 
11.340/2006 
• STF, ADI 4.277 e ADPF 132 – interpretação do § 3º: “faz-se 
necessária a utilização da técnica de interpretação conforme à 
Constituição para excluir do dispositivo qualquer significado que 
impeça o reconhecimento da união contínua, públicae duradoura 
entre pessoas do mesmo sexo como família. Reconhecimento que é 
de ser feito segundo as mesmas regras e com as mesmas 
consequências da união estável heteroafetiva”. 
 
ORDEM SOCIAL E PREVIDÊNCIA 
• Ordem Social: Base: Primado do Trabalho 
• Ordem Social: Objetivo: Bem-estar social e Justiça social 
• Conteúdo da ordem social em sentido amplo: 
• Seguridade Social: Saúde, Previdência e Assistência; 
• Educação; 
• Cultura; 
• Desporto; 
• Ciência e Tecnologia; 
• Comunicação Social; 
• Meio Ambiente; 
• Família, Criança, Adolescente, Jovem e Idoso; 
• Índios; 
• Saúde; 
• Previdência; 
 
 
20 
 
• Assistência Social. 
 
PRINCÍPIOS ORIENTADORES DA ORGANIZAÇÃO DA SEGURIDADE 
SOCIAL 
• Art. 194. A seguridade social compreende um conjunto integrado de 
ações de iniciativa dos Poderes Públicos e da sociedade, destinadas a 
assegurar os direitos relativos à saúde, à previdência e à assistência 
social. 
• Parágrafo único. Compete ao Poder Público, nos termos da lei, 
organizar a seguridade social, com base nos seguintes objetivos: 
• I - universalidade da cobertura e do atendimento; 
• II - uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços às 
populações urbanas e rurais; 
• III - seletividade e distributividade na prestação dos benefícios 
e serviços; 
• IV - irredutibilidade do valor dos benefícios; 
• V - eqüidade na forma de participação no custeio; 
• VI - diversidade da base de financiamento. 
 
HISTÓRIA DA PREVIDÊNCIA BRASILEIRA 
1) Lei Eloy Chaves: Decreto 4.682 / 1923. Art. 1º Fica 
creada em cada uma das empresas de estradas de ferro 
existentes no país uma Caixa de Aposentadoria e Pensões para 
os respectivos empregados. (redação original) 
“No ano de 1923, com a Lei Eloy Chaves, foi implantada no 
Brasil a Previdência Social, na forma de pensão e caixas de 
aposentadoria, contemplando apenas algumas classes de 
 
 
21 
 
trabalhadores. Mas foi a partir dessa lei que surgiram outras 
caixas de aposentadorias e pensões, sendo os benefícios 
estendidos a praticamente todas as categorias de 
trabalhadores urbanos.” 
2) Institutos de Aposentadorias e Pensões: 
1933 – IAPM 1934 – IAPC 
1934 – IAPB 1936 – IAPI 
1938 – IPASE 1938 – IAPETEC 
1939 – IAPOE 1960 – IAPFESP 
“A partir de 1933, a previdência iniciou uma nova fase com a 
criação dos Institutos de Aposentadorias e Pensões. 
Entretanto, como cada instituto operava de forma distinta, fez-
se necessária a uniformização da legislação aplicável à 
Previdência Social, bem como a unificação administrativa. 
Somente em 1960, com a Lei Orgânica da Previdência Social, 
houve a unificação das Leis Previdenciárias. 
Restava, portanto, a unificação administrativa, fato que 
ocorreu somente em 1966, com a fusão dos Institutos de 
Aposentadoria e Pensão (IAPs), sendo criado o Instituto 
Nacional de Previdência Social (INPS).” 
3) Sistema Nacional de Previdência e Assistência Social 
(SINPAS) – 1977 
Trata da organização administrativa, financeira e patrimonial 
com os seguintes institutos: 
• Instituto Nacional de Previdência Social (INPS); 
• Instituto de Administração Financeira da Previdência e da 
Assistência Social (IAPAS); 
 
 
22 
 
• Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência Social 
(INAMPS); 
• Central de Medicamentos (CEME); 
• Legião Brasileira de Assistência; 
• FUNABEM; 
• DATAPREV. 
4) CR/88: Instituição da Seguridade Social (Saúde, 
Previdência e Assistência) 
1990 – Criação do INSS = INPS + IAPAS; Extinção dos demais 
órgãos 
CONCEITOS PRINCIPAIS: 
• SEGURADOS: 
• Facultativos. 
• Obrigatórios: 
Empregado – prestador de serviço urbano ou rural à empresa em 
caráter não eventual, sob subordinação e mediante remuneração; 
Empregado Doméstico – aquele que presta serviço de natureza contínua 
a pessoa ou família, no âmbito residencial desta, em atividades sem fins 
lucrativos. 
Trabalhador Avulso – aquele que sindicalizado ou não, presta serviço 
de natureza urbana ou rural, a diversas empresas, com intermediação 
obrigatória do órgão gestor de mão de obra, nos termos da lei. 
Contribuinte Individual – quem presta serviço de natureza urbana ou 
rural a uma ou mais empresas sem relação de empresa. 
Segurado Especial – agricultor, pecuarista, extrativista e pescador. 
 
• PERÍODO DE GRAÇA: 
 
 
23 
 
É o período de manutenção extraordinária da qualidade de segurado em 
que a pessoa faz jus aos benefícios. 
Este período varia de benefício para benefício e é regulado pela Lei 
8.213/91. 
 
• BENEFÍCIOS PREVIDENCIÁRIOS – PRINCIPAIS ESPÉCIES: 
1) Auxílio-doença – CR/88, art. 201, I e Lei 8.213/91 
O auxílio-doença é concedido em caso de incapacidade parcial e/ou 
temporária. Incapacidade parcial significa a impossibilidade do 
segurado de exercer a sua atividade, mas poderia exercer outras 
atividades capazes de lhe garantir o sustento. O benefício é recebido 
até a reabilitação para exercício de outra atividade. 
 
2) Aposentadoria por invalidez 
Invalidez permanente é aquela que não tem recuperação, é aquela 
que tem um prognóstico negativo com os recursos terapêuticos 
disponíveis no momento. Além de permanente ela deve ser total. Os 
requisitos são cumulativos, só tem aposentadoria por invalidez se a 
invalidez for total e permanente. Invalidez total é aquela que inabilita 
o segurado ao exercício de qualquer atividade que lhe garanta o 
sustento. 
 
3) Auxílio-acidente 
A ideia do auxílio-acidente é indenizar o segurado por uma redução 
em sua capacidade de trabalho. Em sentido estrito, o auxílio acidente 
não corresponde ao benefício por incapacidade, a pessoa não está 
incapacitada, ela consegue trabalhar, mas tem uma redução na 
capacidade de trabalho, não consegue trabalhar como antes. 
 
4) Aposentadorias Voluntárias – CR/88, art. 201, §7º, I 
 
 
24 
 
São as aposentadorias por idade (rural, urbana e híbrida), por tempo 
de contribuição (comum, do professor e da pessoa com deficiência) e 
especial. 
 
 
MEIO AMBIENTE, ORDEM ECONÔMICA E SERVIÇOS PÚBLICOS (Aula 
4) 
 
MEIO AMBIENTE – DEFINIÇÃO, ESPÉCIES, REGIME JURÍDICO 
• CR/88, Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente 
equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade 
de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de 
defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações. 
• Meio ambiente natural ou físico – Lei 6.938/81, art. 3º, I: “é o 
conjunto de condições, leis, influências e interações de ordem física, 
química e biológica, que permite, abriga e rege a vida em todas as suas 
formas.” 
• Meio ambiente cultural: aponta a história e cultura de um povo, suas 
raízes e identidade, sendo integrado pelo patrimônio histórico, artístico, 
arqueológico, paisagístico e turístico. 
• Meio ambiente artificial ou humano: materializa-se no espaço 
urbano construído, destacando-se as edificações (espaço urbano 
fechado) e também os equipamentos públicos, como as ruas, espaços 
livres, parques, áreas verdes, praças etc. (espaço urbano aberto). 
• Meio ambiente do trabalho: espécie de meio ambiente artificial. 
Tratado em categoria autônoma. É o local onde o trabalhador 
desenvolve sua atividade. 
Cf. CR/88, art. 200, VIII, é atribuição do SUS a colaboração com a 
proteção do meio ambiente, para garantir ao trabalhador condições de 
salubridade e de segurança (CR/88, art. 196 e 7º). 
• CR/88, Art. 225 c/c art. 5º – Direito Fundamental – Argumentos 
normativos e doutrinários: 
 
 
25 
 
• Res. 41/128 da Assembleia Geral da ONU, de 04/12/86 – direito 
ao desenvolvimento como direito inalienável de toda pessoa 
humana e de todos os povos. 
• CR/88, art. 170, caput e VI – a ordem econômica fundada na 
valorização dotrabalho humano e na livre iniciativa observando, 
entre outros, o princípio da defesa do meio ambiente. 
• Lei 6.938/81 – visa à compatibilização entre desenvolvimento 
econômico e preservação da qualidade do meio ambiente e do 
equilíbrio ecológico. 
• Sustentabilidade como solução para aparente conflito de valores 
constitucionais: propriedade, livre iniciativa, intimidade, liberdade 
de expressão se submetem a preservação do meio ambiente, 
devendo-se buscar outras formas mais eficazes para exercício 
desses direitos na esfera individual e coletiva. 
 
• CR/88, Art. 225 c/c art. 5º – Instrumentos do Poder Público. 
Principais conceitos: 
• Preservação e restauração dos processos ecológicos essenciais; 
• Provimento do manejo ecológico das espécies e ecossistemas; 
• Preservação da diversidade e integridade do patrimônio genético 
do país; 
• Fiscalização das entidades dedicadas à pesquisa e à manipulação 
de material genético; 
• Delimitação de espaços territoriais especialmente protegidos; 
• EIA / RIMA; 
• Controle Estatal – Agências Reguladoras; 
• Educação Ambiental; 
• Fauna e flora. 
 
 
26 
 
 
• CR/88, Art. 225 c/c art. 5º – principais controvérsias em 
políticas públicas de manejo ambiental 
 
1) Crueldade contra animais: 
• A proibição de tratamento cruel aos animais (CR/88, art. 225, §1º, 
VII) SE SOBREPÕE à manifestação cultural (CR/88, art. 215, 
caput, § 1º). 
 
2) Importação de Pneus Usados – ADPF 101: 
• Livre iniciativa versus proteção ao meio ambiente. 
É constitucional a legislação que proíbe a importação de pneus 
usados por prevalecer: 
• Proteção à saúde; 
• Meio ambiente ecologicamente equilibrado; 
• Soberania nacional; 
• Defesa do meio ambiente; 
• Princípios internacionais decorrentes de tratados de 
proteção ambiental. 
 
3) Responsabilidade por danos ambientais: 
• Responsabilidade Criminal: meio ambiente como bem jurídico-
penal autônomo, prevendo responsabilização criminal em razão 
dos crimes ecológicos. Lei 9.605/98; 
• Responsabilidade Administrativa: sanções como multa, interdição 
da atividade, advertência, suspensão de benefícios; 
• Responsabilidade civil objetiva e integral pelo dano ecológico 
causado, independente de comprovação de culpa (negligência, 
imprudência ou imperícia). Basta a comprovação do nexo causal e 
do dano. 
 
 
27 
 
• CR/88, Art. 225, § 4º – Ecossistemas com regime legal 
específico de exploração: 
• Floresta Amazônica; 
• Mata Atlântica; 
• Serra do Mar; 
• Pantanal Mato-grossense; 
• Zona Costeira. 
 
• CR/88, Art. 20, XI – Terras tradicionalmente ocupadas pelos 
Índios: bens público de uso especial: 
• Não necessariamente são terras referentes a aldeamentos 
extintos; 
• São as que sejam habitadas em caráter permanente; 
• São as que sejam utilizadas para as atividades produtivas dos 
índios; 
• São as imprescindíveis à preservação dos recursos ambientais 
necessários ao seu bem-estar; 
• São as necessárias à reprodução física e cultural dos índios, cf 
seus usos, costumes e tradições; 
• Índios tem direito a posse permanente e a usufruto das riquezas 
do solo, rios e lagos, respeitados os limites impostos na CR/88: 
a) Art. 231, § 3º: autoriza aproveitamento hídrico, com potencial 
energético, pesquisa e lavra (inclusive garimpo) mediante prévia 
autorização expressa e formal do Congresso Nacional. 
b) Remoção de grupos indígenas: art. 231, §5º: em regra, é 
proibida, cabendo apenas, mediante autorização ad referendum 
do Congresso Nacional, em casos de i) catástrofe ou epidemia que 
 
 
28 
 
ponha em risco sua população e ii) interesse da soberania 
nacional. 
 
 
• ADCT, art. 68 – Quilombolas 
o O artigo 68 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias 
(ADCT) reconhece aos remanescentes das comunidades dos 
quilombos que estejam ocupando suas terras a propriedade 
definitiva, devendo o Estado emitir os títulos. 
Divergência de interpretação no STF: 
i) O ADCT, art. 68 é norma autoaplicável, não precisando de lei 
específica do Poder Legislativo, sendo válido o Dec. 
4.887/2003, do Poder Executivo, que regulamenta a 
identificação dos grupos quilombolas e a demarcação de suas 
terras. 
ii) O ADCT, art. 68 não é norma autoaplicável, sendo necessário 
lei específica do Poder Legislativo, precedente a decreto do 
Poder Executivo, razão pela qual o Dec. 4.887/2003, é 
inconstitucional, devendo ser declarado nulo. 
 
ORDEM ECONÔMICA: 
• Estado Liberal: preponderância do ator social indivíduo; Estado não 
intervencionista ou de intervenção mínima. Enfoque nos direitos 
individuais. 
• Estado Social: preponderância do ator social coletivo; Estado 
intervencionista. Enfoque nos direitos sociais. 
• Estado Pós-social ou Neoliberal: novos movimentos sociais como 
novos atores sociais: objetivo de eliminar problemas interindividuais sem 
ignorar a relevância da conflituosidade de classes. 
• Compatibilização de direitos individuais com direitos sociais. 
 
 
29 
 
• Instrumentos jurídicos: constitucionalização da economia 
com i) garantia de livre iniciativa, ii) controle do abuso do 
poder econômico e iii) promoção de justiça social. 
 
ORDEM ECONÔMICA – PRINCÍPIOS GERAIS NA CR/88 
1) Soberania Nacional. Ex.: disciplina constitucional dos investimentos de 
capital estrangeiro; regulação das remessas de lucro para o exterior. 
2) Propriedade Privada e 3) Função Social da Propriedade. Ex.: 
meios de produção devem atender ditames da política urbana, política 
agrícola e política fundiária (art. 182 a 191). 
4) Livre Concorrência – Lei 12. 529 / 2011 
Sistema Brasileiro da Concorrência: 
Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE): 
• Fiscalização, acordo de leniência e punição administrativa; 
• Algumas infrações à Ordem Econômica; 
• Limitar a livre concorrência (impedimento da entrada ou 
permanência de agentes econômicos em seus respectivos 
mercados; 
• Aumentar arbitrariamente os lucros, ir, sem causa lícita em 
detrimento dos demais agentes de mercado. 
Algumas infrações à Ordem Econômica: 
• Exercer de forma abusiva posição dominante (concentração de 
parcela significativa do ciclo econômico sob alguns agentes); 
• Formação de cartel (acordo para restringir variedade de produtos 
e dividir mercado para manter receitas estáveis); 
• Venda casada (impede entrada de outros agentes econômicos no 
mercado); 
• Preços predatórios (manter o preço abaixo do preço de custo); 
 
 
30 
 
• Atos de concentração (CADE aprecia fusão, aquisição e 
incorporação se uma das empresas detiver 20% ou mais de 
mercado relevante); 
• Dominar mercado relevante de bens ou serviços (imposição 
arbitrária da vontade de um agente econômico sobre demais que 
atuam no mesmo nicho econômico). 
 
5) Defesa do consumidor 
• Lei 8.078/90 – CPDC. Princípio da Vulnerabilidade, 
reconhecendo ao consumidor institutos jurídicos para exercer 
direitos perante fornecedores; 
• Boa-fé objetiva; 
• PROCON; 
• Inversão do Ônus da Prova. 
6) Defesa do meio ambiente 
• Parâmetros para desenvolvimento sustentável. 
7) Redução das desigualdades regionais e sociais 
• Ex.: criação de regiões administrativas (Art. 43), instituição do 
plano plurianual (art. 165, § 1º), possibilidade de concessão 
de incentivos fiscais (art. 151, I), fundo de erradicação da 
pobreza (EC. 67/2010). 
8) Busca do pleno emprego 
• Valorização do trabalho humano; 
• Princípio diretivo da economia. 
9) Tratamento favorecido para as empresas de pequeno porte 
• Simplificação de obrigações administrativas, tributárias, 
previdenciárias e creditícias. 
 
 
PRINCÍPIOS GERAIS: 
CR/88, art. 170: valorização do trabalho humano e livre iniciativa 
+ 
CR/88, art. 1º. IV: valores sociaisdo trabalho e valores sociais da 
livre iniciativa 
= 
 
 
 
31 
 
 
 
 
 
 
 
 
ORDEM ECONÔMICA – MEIOS DE ATUAÇÃO DO ESTADO e PRESTAÇÃO DE 
SERVIÇOS PÚBLICOS 
• Direto: o Estado atua na economia do país, seja em regime de 
monopólio, seja em regime de participação com as empresas do setor 
privado. 
• Indireto: O Estado faz prevalecer a livre concorrência e evita abusos 
como os decorrentes de cartéis, dumping. Há delegação de prestação de 
serviços públicos à iniciativa privada. 
• CR/88, art. 175: Incumbe ao Poder Público, na forma da lei, 
diretamente ou sob regime de concessão ou permissão, sempre 
através de licitação, a prestação de serviços públicos. 
Parágrafo único. A lei disporá sobre: 
I – o regime das empresas concessionárias e permissionárias de serviços 
públicos, o caráter especial de seu contrato e de sua prorrogação, bem 
como as condições de caducidade, fiscalização e rescisão da concessão 
ou permissão: 
II – os direitos dos usuários; 
III – política tarifária; 
IV – a obrigação de manter serviço adequado. 
ORDEM ECONÔMICA – PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS PÚBLICOS 
 
• Serviços públicos: É a atividade desenvolvida sob regime de direito 
público, que traz comodidades e utilidades para a população em geral, 
 
 
32 
 
podendo ser imprescindível ou não à satisfação de necessidades 
existenciais do grupo social. 
• Titularidade: Estado. Mas, Exercício: pode ser delegado a particulares 
mediante concessão, permissão ou autorização (CR/88, art. 21, XI e 
XII). 
 
• Serviços Públicos – Concessão e Permissão: 
Lei 8.987/1995 – Concessão e Permissão de Serviços Públicos, Art. 2º, II 
e IV; 
• Concessão de serviço público: delegação de sua prestação, 
feita pelo poder concedente, mediante licitação, na modalidade de 
concorrência, à pessoa jurídica ou consórcio de empresas 
que demonstre capacidade para seu desempenho, por sua conta e 
risco e por prazo determinado. 
• Permissão de serviço público: é a delegação a título precário, 
mediante licitação, da prestação de serviços públicos, feita pelo 
poder concedente à pessoa física ou jurídica que demonstre 
capacidade para seu desempenho, por sua conta e risco. 
 
 
 
33 
 
 
 
SERVIÇOS PÚBLICOS ADEQUADOS E CONTINUIDADE: 
• Art. 6º, § 1º. Serviço adequado é o que satisfaz as condições de 
regularidade, continuidade, eficiência, segurança, atualidade, 
generalidade, cortesia na sua prestação e modicidade das tarifas. 
§2º A atualidade compreende a modernidade das técnicas, do 
equipamento e das instalações e sua conservação, bem como a melhoria 
e a expansão do serviço. 
§3º Não se caracteriza descontinuidade do serviço a sua interrupção 
em situação de emergência ou após prévio aviso, quando: 
I – motivada por razões de ordem técnica ou de segurança das 
instalações; 
II – por inadimplemento do usuário, considerado o interesse da 
coletividade. 
Obs.: Não pode haver descontinuidade em serviços públicos essenciais. 
 
• Prerrogativas do poder concedente: 
• Alteração unilateral do contrato; 
• Extinção unilateral do contrato (encampação por interesse público e 
caducidade por inexecução total ou parcial do contrato pela 
concessionária); 
• Fiscalização da execução do contrato; 
• Aplicação direta de sanções; 
• Decretação “ocupação temporária”. 
 
PARCERIAS PÚBLICO-PRIVADAS: 
 
 
34 
 
• Lei 11.079/2004; 
• Caracterizada pela contraprestação pecuniária do parceiro público ao 
parceiro privado: 
• Concessão patrocinada: concessão de serviços públicos ou de obras 
públicas descritas na Lei 8.987/95, quando envolver, adicionalmente à 
tarifa cobrada dos usuários, contraprestação pecuniária do parceiro 
público ao parceiro privado. 
• Concessão administrativa: é o contrato de prestação de serviços de 
que a administração pública seja a usuária direta ou indireta, 
ainda que envolva execução de obra ou fornecimento e instalação de 
bens. 
 
Políticas Públicas e Estrutura Institucional prevista na Constituição 
Brasileira. (Aula 5) 
 
 
Princípios e Poderes: 
• Legalidade estrita (CR/88, art.37): Significa a supremacia da lei (e 
da Constituição), de modo que a atividade administrativa e legislativa 
encontra na lei o seu fundamento e o seu limite de validade. A lei é o 
que delimita o campo de atuação dos órgãos administrativos e de seus 
agentes. A divisão entre os entes federativos e entre os órgãos 
administrativos permite a divisão de trabalho. Essa divisão de trabalho 
está descrita em normas legais. 
• Federação: dissociação de sujeitos titulares de competências de cada 
ente federativo. 
No Brasil, não há vínculo hierárquico entre os entes federativos. Em caso 
de conflito de competência/atribuição, deve-se identificar a titularidade 
da competência dos entes envolvidos. 
 
 
35 
 
CR/88, art. 18. A organização político-administrativa da República 
Federativa do Brasil compreende a União, os estados, o Distrito Federal e 
os municípios, todos autônomos, nos termos desta Constituição. 
 
REPARTIÇÃO DE COMPETÊNCIAS – Entes de Estado 
 
• CR/88, art. 21 – exclusiva e indelegável 
Art. 21. Compete à União: 
I - manter relações com Estados estrangeiros e participar de 
organizações internacionais; 
II - declarar a guerra e celebrar a paz; 
III - assegurar a defesa nacional; 
IV - permitir, nos casos previstos em lei complementar, que forças 
estrangeiras transitem pelo território nacional ou nele permaneçam 
temporariamente; 
V - decretar o estado de sítio, o estado de defesa e a intervenção 
federal. 
 
• CR/88, art. 22 – competência privativa e delegável 
Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre: 
I - direito civil, comercial, penal, processual, eleitoral, agrário, marítimo, 
aeronáutico, espacial e do trabalho; 
II - desapropriação; 
III - requisições civis e militares, em caso de iminente perigo e em 
tempo de guerra; 
IV - águas, energia, informática, telecomunicações e radiodifusão; 
V - serviço postal; 
VI - sistema monetário e de medidas, títulos e garantias dos metais. 
 
 
36 
 
Parágrafo único. Lei complementar poderá autorizar os estados 
a legislar sobre questões específicas das matérias relacionadas 
neste artigo. 
 
• CR/88, art. 23 – competência comum 
Art. 23. É competência comum da União, dos Estados, do 
Distrito Federal e dos Municípios: 
(...) II - cuidar da saúde e assistência pública, da proteção e garantia 
das pessoas portadoras de deficiência; 
III - proteger os documentos, as obras e outros bens de valor histórico, 
artístico e cultural, os monumentos, as paisagens naturais notáveis e os 
sítios arqueológicos; 
XII - estabelecer e implantar política de educação para a segurança do 
trânsito. 
Parágrafo único. Leis complementares fixarão normas para a 
cooperação entre a União e os estados, o Distrito Federal e os 
municípios, tendo em vista o equilíbrio do desenvolvimento e do 
bem-estar em âmbito nacional. 
 
• CR/88, art. 24 – competência concorrente – União, estados, DF 
Art. 24. Compete à União, aos estados e ao Distrito Federal legislar 
concorrentemente sobre: 
I - direito tributário, financeiro, penitenciário, econômico e urbanístico; 
II - orçamento; 
III - juntas comerciais; 
IV - custas dos serviços forenses; 
V - produção e consumo; 
 
 
37 
 
VI - florestas, caça, pesca, fauna, conservação da natureza, defesa do 
solo e dos recursos naturais, proteção do meio ambiente e controle da 
poluição; 
VII - proteção ao patrimônio histórico, cultural, artístico, turístico e 
paisagístico. 
§ 1º No âmbito da legislação concorrente, a competência da 
União limitar-se-á a estabelecer normas gerais. 
§ 2º A competência da União para legislar sobre normas gerais 
não excluia competência suplementar dos estados. 
§ 3º Inexistindo lei federal sobre normas gerais, os estados 
exercerão a competência legislativa plena, para atender a suas 
peculiaridades. 
§ 4º A superveniência de lei federal sobre normas gerais 
suspende a eficácia da lei estadual, no que lhe for contrário. 
 
• CR/88, art. 25 – competência residual estados 
Art. 25. Os estados organizam-se e regem-se pelas Constituições e leis 
que adotarem, observados os princípios desta Constituição. 
§ 1º São reservadas aos estados as competências que não lhes 
sejam vedadas por esta Constituição. 
§ 2º Cabe aos estados explorar diretamente, ou mediante concessão, os 
serviços locais de gás canalizado, na forma da lei, vedada a edição de 
medida provisória para a sua regulamentação. 
§ 3º Os estados poderão, mediante lei complementar, instituir regiões 
metropolitanas, aglomerações urbanas e microrregiões, constituídas por 
 
 
38 
 
agrupamentos de municípios limítrofes, para integrar a organização, o 
planejamento e a execução de funções públicas de interesse comum. 
 
• CR/88, art. 26 – bens dos estados 
Art. 26. Incluem-se entre os bens dos estados: 
I - as águas superficiais ou subterrâneas, fluentes, emergentes e em 
depósito, ressalvadas, neste caso, na forma da lei, as decorrentes de 
obras da União; 
II - as áreas, nas ilhas oceânicas e costeiras, que estiverem no seu 
domínio, excluídas aquelas sob domínio da União, municípios ou 
terceiros; 
III - as ilhas fluviais e lacustres não pertencentes à União; 
IV - as terras devolutas não compreendidas entre as da União. 
 
• CR/88, art. 30 – competência dos municípios 
Art. 30. Compete aos municípios: 
I - legislar sobre assuntos de interesse local; 
II - suplementar a legislação federal e a estadual no que couber; 
III - instituir e arrecadar os tributos de sua competência, bem como 
aplicar suas rendas, sem prejuízo da obrigatoriedade de prestar contas e 
publicar balancetes nos prazos fixados em lei; 
IV - criar, organizar e suprimir distritos, observada a legislação estadual; 
V - organizar e prestar, diretamente ou sob regime de concessão ou 
permissão, os serviços públicos de interesse local, incluído o de 
transporte coletivo, que tem caráter essencial; 
 
 
39 
 
VI - manter, com a cooperação técnica e financeira da União e do 
Estado, programas de educação infantil e de ensino fundamental; 
(...) 
 
REPARTIÇÃO DE COMPETÊNCIAS – Funções Típicas de Estado 
• PODER LEGISLATIVO: 
• Nível Federal: Congresso Nacional = Câmara dos Deputados + 
Senado Federal; 
• Nível Estadual: Assembleia Legislativa; 
• Nível Municipal: Câmara Vereadores. 
 
• PODER EXECUTIVO: 
• Nível Federal: Chefe de Estado e Chefe de Governo; Ministérios; 
• Nível Estadual e Municipal: Chefe de governo, Secretarias. 
 
• PODER JUDICIÁRIO: 
• Jurisdição Constitucional – Supremo Tribunal Federal; 
• Justiça Comum – Justiça Federal e Estadual (Cível, Criminal, 
Tributário, Previdenciário); 
• Justiça Especial – Militar, Eleitoral. 
 
REPARTIÇÃO DE COMPETÊNCIAS – Funções Atípicas de Estado 
• Função Legislativa: 
• Regulamentar, normatizar, organizar divisão de competências dos 
órgãos. 
 
 
40 
 
• Função Executiva: 
• Administrar, gerir; 
• Concretizar atividades e tarefas prescritas em atos normativos. 
• Função Judiciária: 
• Apreciar controvérsias internas, solucionar conflitos internos e 
proceder à autotutela. 
 
ESCOLA DO INTERESSE PÚBLICO 
 
• O interesse público prevalece sobre todos os demais e o regime de 
direito administrativo é destinado a assegurar a prevalência deste 
último. São características: 
• Supremacia: é a superioridade sobre demais interesses 
existentes na sociedade (sobre interesses privados). 
• Indisponibilidade: 
Vincula-se ao princípio da República, que impõe a dissociação 
entre titularidade e exercício do interesse público. A sociedade (o 
povo) é o titular do interesse público. 
O agente público é, portanto, um servo do interesse público. 
 
• Como decorrências teóricas e práticas das características do interesse 
público, podemos destacar: Interesse público não se confunde com 
interesse do Estado; Interesse público não se confunde com interesse do 
aparato administrativo; Interesse público não se confunde com interesse 
do agente público; 
• São espécies de interesse público: 
• Interesse Público Primário: é a dimensão pública dos 
interesses individuais, isto é, no plexo de interesses dos indivíduos 
enquanto partícipes da sociedade. O Estado gerencia interesses 
da coletividade. 
 
 
41 
 
• Interesse Público Secundário (Derivado): o Estado pode 
ter, assim como as demais pessoas, interesses que lhe são 
particulares, individuais, concebidos nas individualidades do 
próprio Estado, enquanto pessoa: são interesses individuais do 
Estado. 
 
 
Princípios da Impessoalidade e da Finalidade (CR/88, art. 37, II) 
• Ausência de subjetividade: o agente público fica impedido de considerar 
quaisquer interesses pessoais próprios ou de terceiros; 
• Teoria da Imputação: a vontade do agente se confunde com a vontade 
do órgão; 
• Decorrências práticas: proibição de nepotismo (súmula vinculante 13 do 
STF). 
 
Princípio da Moralidade: 
• Administração e seus agentes devem atuar em conformidade com 
princípios éticos aceitáveis socialmente. Observância de padrões éticos, 
boa-fé, lealdade; 
• Responsabilização do administrador público: CR/88, art. 37, § 4º; Lei 
8.429/92; CR/88, art. 85, V (crimes de responsabilidade do presidente da 
república), CR/88, art. 5º, LXXIII (remédios constitucionais, 
principalmente ação popular); LC101/00 (LRF). 
 
Publicidade (CR/88, art. 37, caput): 
• Divulgação, conhecimento público dos atos administrativos; 
• Fundamento: agente público exerce função pública em nome do povo; 
• Funções: 
• condição de eficácia marcando início da produção dos efeitos 
externos do ato administrativo. Ninguém está obrigado a cumprir ato 
administrativo se não o conhece; 
• marca termo inicial para contagem de prazos; 
 
 
42 
 
• viabiliza controle e fiscalização dos atos praticados pelo Poder 
Público, tanto pelos interessados diretos, tanto pelo povo, através de 
‘remédios’ como MS, ACP, Após, direito de petição, HD (CR/88, art. 
5º LXXII; direito de certidão, CR/88, art. 5º XXXIV, ‘b’); 
• divulgação, conhecimento público dos atos administrativos; 
• fundamento: agente público exerce função pública em nome do povo. 
• Exceções – Garantia de sigilo: 
• Inviolabilidade da intimidade, vida privada, honra e imagem (CR/88, 
art.5º, X); 
• Imprescindíveis à segurança da sociedade e do Estado (CR/88, art. 
5º, XXXIII, Lei 11.111); 
• Para fins de defesa da intimidade ou do interesse social (Lei 
8.112/90, art. 150: reuniões e audiências com caráter reservado). 
 
Eficiência (EC19/98): 
• CR/88, art. 41: condição para aquisição e perda da garantia de 
estabilidade – avaliação especial de desempenho e avaliação periódica , 
cujo resultado negativo pode ensejar demissão, mediante processo 
administrativo. 
• CR/88, art.169: A Administração Pública não pode exceder limites de 
despesa com pessoal (Ativo ou inativo). Para a União, o limite é de 50% 
da receita corrente líquida; para Estados e Municípios, 60%. O ente que 
extrapolar esse limite, obriga-se a reduzir , com o corte inicial de 20% 
das despesas, na seguinte ordem: (i) de cargo em comissão e funções 
em confiança, (ii) servidores não estáveis, (iii) servidores estáveis. 
 
Isonomia: 
• Objetiva a igualdade de tratamento entre os administrados que se 
encontrem na mesma situação jurídica. Tratar desiguais na medida de 
sua desigualdade. 
Ex.: cadeirante excluído de edital de concurso parasalva-vidas. 
• Discriminação sobre gênero, idade (CR/88, art. 7º, XXX) e altura. 
Discussão sobre capacidade física. 
 
Contraditório e Ampla Defesa – Devido Processo Legal (CR/88, LIV; 
Lei 9.874/99, art. 2): 
 
 
43 
 
• Origem no direito processual; 
• Assegura documentação, acesso a informações e possibilidade de 
defender-se; 
• Caráter prévio da defesa em relação ao ato decisório; 
• Direito de interpor recurso administrativo, independentemente de 
previsão explícita em lei, com aplicação do CR/88, art. 5º, LV e XXXIV 
(direito de petição); 
• Defesa técnica (representação por advogado). Súmula Vinculante nº 5 "A 
falta de defesa técnica por advogado no processo administrativo 
disciplinar não ofende a Constituição"; 
• Direito de acesso e cópias, com despesas a cargo do interessado; 
• Direito de solicitar a produção de provas, vê-las realizadas e interferindo 
efetivamente no convencimento do julgador. 
 
Razoabilidade 
• Princípio da proibição de excessos: agir discricionariamente ≠ agir 
arbitrariamente; 
• Trata-se da pertinência entre oportunidade e conveniência do 
administrador, de um lado e a finalidade, do outro. 
 
Proporcionalidade 
• Equilíbrio entre os meios utilizados pela Administração e os fins 
almejados, segundo padrões comuns da sociedade em que se vive, caso 
a caso; 
• Não se pode tornar a prestação excessivamente onerosa para nenhuma 
das partes; 
• Não expresso, mas sim implícito na CR/88, art. 37 c/c art. 5º, II e art. 
84, IV; Lei 9.784/99, art. 2º, parágrafo único, VI, VIII, IX e art. 29, § 2º. 
 
Continuidade 
• Ausência de interrupção. Atividade administrativa deve ser prestada 
continuamente; 
• Consequências: interrupção somente em hipóteses expressamente 
autorizadas por lei; 
 
 
44 
 
• Lei 8.987/95, art.6º, § 3º: não há descontinuidade do serviço em caso 
de emergência ou após aviso prévio por motivo técnico ou de segurança 
das instalações ou por inadimplemento do usuário, considerando-se, 
sempre, o interesse coletivo; 
• Discussão: inadimplemento do usuário e corte de prestação de serviço 
essencial. 
 
 
ATOS ADMINISTRATIVOS (Aula 6) 
 
ELEMENTOS 
Elementos (perfeição) Pressupostos de validade (validade) 
Sujeito Competência 
Finalidade Interesse Público 
Forma Prescrita em lei 
Objeto Lícito e possível 
Motivo Interesse Público in concreto e específico 
 
• Sujeito: é o autor do ato. 
• Forma: é o revestimento externo do ato: sua exteriorização. 
• Objeto (ou conteúdo): disposição jurídica expressada pelo ato: o que 
ele estabelece. 
• Motivo: situação objetiva que autoriza ou exige a prática do ato. 
• Finalidade: bem jurídico a que o ato deve atender. 
 
SUJEITO. COMPETÊNCIA 
• Sujeito: é o produtor do ato; é quem exerce a função administrativa 
tido como objeto do ato administrativo. 
• Competência: são os limites ou medida do exercício dessa função 
administrativa. 
A competência possui duas características: improrrogabilidade e 
inderrogabilidade. 
Isso significa que o administrador não pode renunciar aos poderes e 
competências que lhe foram outorgados por lei, salvo expressa 
permissão legal. Tampouco pode transacionar seus poderes e 
atribuições. 
 
• Lei 9784/99, art. 2º, II: A Administração Pública obedecerá, 
dentre outros, aos princípios da legalidade, finalidade, motivação, 
 
 
45 
 
razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, ampla defesa, 
contraditório, segurança jurídica, interesse público e eficiência. 
Parágrafo único. Nos processos administrativos serão 
observados, entre outros, os critérios de: 
I - atuação conforme a lei e o Direito; 
II - atendimento a fins de interesse geral, vedada a renúncia 
total ou parcial de poderes ou competências, salvo 
autorização em lei; 
 
• Lei 9784/99, art. 11: A competência é irrenunciável e se 
exerce pelos órgãos administrativos a que foi atribuída como 
própria, salvo os casos de delegação e avocação 
legalmente admitidos. 
 
• Portanto, quando extrapolado o limite de exercício dessa função, sem 
permissão legal, temos a incompetência e o excesso de poder. As 
permissões legais estão no Decreto-Lei 200/67 e na Lei 9784/99. Assim, 
quanto à inderrogabilidade, há exceções, previstas em lei ou em ato 
normativo, que são a avocação e a delegação. 
 
• Decreto-Lei 200/67, Art. 12: É facultado ao Presidente da 
República, aos Ministros de Estado e, em geral, às autoridades da 
Administração Federal delegar competência para a prática de atos 
administrativos, conforme se dispuser em regulamento; 
• Parágrafo único. O ato de delegação indicará com precisão a 
autoridade delegante, a autoridade delegada e as atribuições 
objeto de delegação. 
 
• Lei 9784/99, Art. 12. Um órgão administrativo e seu titular 
poderão, se não houver impedimento legal, delegar parte 
da sua competência a outros órgãos ou titulares, ainda que 
estes não lhe sejam hierarquicamente subordinados, quando for 
conveniente, em razão de circunstâncias de índole 
técnica, social, econômica, jurídica ou territorial; 
• Parágrafo único. O disposto no caput deste artigo aplica-se à 
delegação de competência dos órgãos colegiados aos respectivos 
presidentes. 
• Art. 15. Será permitida, em caráter excepcional e por motivos 
relevantes devidamente justificados, a avocação temporária de 
competência atribuída a órgão hierarquicamente inferior. 
 
OBJETO DO ATO ADMINISTRATIVO 
 
 
46 
 
• Conceito: É o efeito jurídico imediato que o ato produz. Ex.: Demissão, 
desapropriação. 
 
• Requisitos: 
• Licitude: conforme a lei; 
• Possibilidade: realizável pela Administração Pública; 
• Certeza: definido quanto ao destinatário, efeitos, tempo e lugar; 
• Moral: conforme padrões justos e corretos da moralidade 
administrativa e geral. 
 
• Objeto natural: efeito produzido pela simples realização do ato. 
• Objeto acidental: 
• Termo: dia de início e fim da eficácia do ato. 
• Modo: ônus imposto ao destinatário do ato. 
• Condição: cláusula que subordina o efeito do ato a evento futuro 
e incerto. 
 Suspensiva: suspende o início da eficácia do ato; 
 Resolutiva: quando esta condição é verificada, faz 
cessar a produção de efeitos jurídicos do ato. 
 
• Vícios do Objeto do Ato Administrativo: 
Lei nº 4.717/65, art. 2º, parágrafo único, alínea ‘c’ 
• Proibição legal. Ex.: Desapropriação de bem da união por 
município 
• Subsunção legal equivocada. Ex.: Suspensão aplicada em 
hipótese em que cabe apenas advertência. 
• Impossibilidade. Os efeitos pretendidos são irrealizáveis, por 
razões de fato ou de direito. Ex.: Nomeação para cargo 
inexistente. 
• Imoralidade. Ex.: Parecer emitido sob encomenda, contrário ao 
entendimento do parecerista. 
• Incerteza quanto aos destinatários, coisas, tempo, lugar. 
Ex.: Desapropriação de bem não definido. 
 
FORMA 
 
 
47 
 
• Exigências legais (formalidades específicas) para legitimidade da 
formação do ato administrativo. 
• São o resultado de um procedimento administrativo prévio (série de atos 
formais), fundado em devido processo legal. 
 
 
• Exceção ao princípio da solenidade somente mediante 
expressa autorização de lei. Ex.: sinais sonoros e gestos por 
guarda de trânsito, sinais de semáforo ou placas de trânsito. 
Ex.: L.8.666/93, art. 60, § único. 
 
• Silêncio 
Silêncio não é ato jurídico, por que não é manifestação de vontade que 
se perfectibiliza com uma declaração jurídica. Portanto não pode produzir 
efeitos. 
Mas, silêncio pode ser fato jurídico administrativo, quando repercutir 
juridicamente para o administrado, para o agente que se omitiu e para 
Administração Pública, cujos efeitos são analisados no caso concreto. 
 
• Resposta da Administração: 
Direito de o administradoreceber resposta (CR/88, art. 5º, XXXIV) 
– direito de petição. 
Dever do administrador de responder (em prazo legal ou prazo 
razoável – CR/88, art.5º, LXXVIII) podendo ser suprido pelo 
Judiciário (CR/88, art.5º, XXXV). 
Lei 9784/99, art. 48: prazo de 30 dias para decisão em processo 
administrativo, salvo prorrogação expressamente motivada. 
 
 
48 
 
 
• Caracterização do silêncio praticado pelo Agente: 
Se pratica negligência, viola Lei 8112/90, art. 116, I e III. 
 
• Atuação do judiciário: 
• Atos discricionários: Judiciário pode exigir a manifestação 
da Administração a respeito. 
• Atos vinculados: Judiciário pode praticar o ato 
administrativo, preenchidos os requisitos legais para tanto. 
Ex.: concessão de aposentadoria. 
Liberação do automóvel independentemente de multa. 
• Vício de forma: 
Em regra, acarreta invalidação, quando atingir conteúdo. 
Ex.: resolução em vez de decreto do Chefe Executivo para 
declaração de imóvel de utilidade pública para fins de 
desapropriação (DL nº3.365/41, art. 6º). 
Ex.: demissão de servidor público estável sem devido 
procedimento disciplinar; 
Ex.: contratação sem devido procedimento licitatório (CR/88, art. 
37, XXI) 
Mas, excepcionalmente, pode ser convalidado, quando não 
atingir qualquer esfera de direito, isto é, não gerar prejuízos para 
os destinatários. 
 
MOTIVO DO ATO 
• Conceito: Razões que justificam edição do ato. É a situação de fato e 
de direito que gera a vontade do agente da prática do ato 
administrativo. 
Ex.: compra de materiais hospitalares 
Ex.: obra de ponte 
Ex.: contratação de professores 
Ex.: concurso público 
Ex.: desapropriação 
 
 
49 
 
 
• Requisitos de validade: 
1) Materialidade do ato: motivo em função do qual foi 
praticado deve ser verdadeiro e compatível com a realidade fática 
apresentada pelo administrador. 
2) Motivo com critério subjetivo de valoração do administrador 
deve manter-se nos limites permitidos pela estrutura do 
ordenamento (princípios constitucionais, como razoabilidade e 
proporcionalidade). 
Ex.: identificação de comportamento imoral ou de conduta 
escandalosa (Lei 8.112/90). 
3) Congruência entre motivo existente e declarado e o 
resultado prático desse ato (Lei 4717/65, art. 2º, parágrafo 
único, in fine). 
Ex.: revogação de inúmeros portes de arma, todos fundados em 
aumento de violência, quando apenas algumas pessoas se 
enquadram nesse motivo. 
Ex.: realização de obra pública para fins de lazer em local ainda 
não habitado. 
Ex.: compra de material hospitalar / de ensino para hospital / 
escola que já atende demanda. 
Ex.: enviar 90% das verbas de enchentes para o Nordeste. 
 
• Motivo: fato e fundamento jurídico justificantes da prática do ato. 
• Motivação: dever de justificar seus atos, apontando-lhes fatos, 
fundamentos de direito e correlação lógica correspondente. 
• Teoria dos Motivos Determinantes: para quando não houver 
motivação ou quando for posterior à prática do ato. O administrador fica 
vinculado às razões de fato e de direito que o levam à prática do ato. 
Ex.: se exonerar servidor de cargo em comissão cumprindo regra de 
redução de despesas não poderá nomear outro para mesmo cargo. 
Ex.: desapropriar bem de desafeto político em área inacessível alegando 
interesse social na construção de área de lazer para população local. 
Desapropriação: possibilidade de mudança de motivo alegado, quando 
mantidas razões de interesse público. 
 
 
 
 
50 
 
 
EXTINÇÃO E CLASSIFICAÇÃO DOS ATOS ADMINISTRATIVOS (Aula 7) 
 
DIFERENÇAS CONCEITUAIS PRELIMINARES 
• Invalidação: atos que possuem qualquer vício, sanável (anulável) ou 
insanável (nulo); 
 
• Anulação: anulação de atos com vícios insanáveis, pelo Judiciário 
(acesso à justiça) ou pela Administração (autotutela) 
 
• Revogação: atos perfeitos, retirados do ordenamento jurídico por 
conveniência e oportunidade da Administração Pública (por interesse 
público). São os discricionários. 
 
• Lei 9.784/99, art. 53. A Administração deve anular seus próprios atos, 
quando eivados de vício de legalidade, e pode revogá-los por motivo 
de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos. 
 
REQUISITOS: 
• Art. 54. O direito da Administração de anular os atos administrativos de 
que decorram efeitos favoráveis para os destinatários decai em 5 anos, 
contados da data em que foram praticados, salvo comprovada má-fé. 
 
ATOS NULOS: 
Não podem ser convalidados. O juiz pode declará-los de ofício, 
independentemente de requerimento das partes ou do MP. São eles: 
• os atos que a lei assim declare; 
• os atos em que é materialmente impossível a convalidação, pois se o 
mesmo conteudo fosse novamente produzido, seria reproduzida a 
invalidade anterior; é o que ocorre com os vícios relativos ao objeto, 
à finalidade, ao motivo, à causa. 
 
ATOS ANULÁVEIS 
Podem ser convalidados. O juiz só pode declará-los mediante provocação 
da parte interessada, ou do MP. São eles: 
• Os que a lei assim os declare. 
 
 
51 
 
• Os que podem ser praticados sem vício; é o caso dos atos praticados 
por sujeito incompetente, com vício de vontade, com defeito de 
formalidade. 
 
 
CONVALIDAÇÃO E CONVERSÃO PARA ATENDER SEGURANÇA 
JURÍDICA, ADMINISTRADO E TERCEIROS DE BOA-FÉ 
Art. 55. Em decisão na qual se evidencie não acarretarem lesão ao 
interesse público nem prejuízo a terceiros, os atos que apresentarem 
defeitos sanáveis poderão ser convalidados pela própria Administração. 
 
• Há convalidação de atos anuláveis 
 
• Há possibilidade de convalidação de atos nulos desde que 
respeitada Lei 9.784, art. 54 (decadência 5 anos e boa-fé). 
 
• Convalidação quanto ao Sujeito 
 
• Se o ato foi praticado com vício de incompetência, há 
convalidação (chamada ratificação), salvo se (i) a incompetência 
se der em razão da matéria ou (ii) se a competência for exclusiva. 
 
• Convalidação quanto ao Motivo e Finalidade 
• NUNCA há convalidação. 
 
• Convalidação quanto ao Objeto 
• Se o objeto for ilegal não há convalidação. 
• Se o objeto for legal, há conversão, que implica na substituição de 
um ato por outro, em que a Administração converte um ato 
inválido em ato de outra categoria, com efeitos retroativos à data 
do ato original para aproveitar os efeitos já produzidos. 
 
 
 
 
52 
 
ESTABILIZAÇÃO DE EFEITOS 
• Trata-se de aplicar critérios (temporal — Lei 9.784, art. 54 — e de 
segurança jurídica) que imponham limites à atemporalidade da 
autotutela. 
Ex.: Servidor Público ingresso sem concurso público ou por concurso 
interno (Lei 8.112/90, art. 8º, III e art. 10, declarados inconstitucionais 
somente em 1993, na ADI 837, com base na CR/88, art. 37, II). 
 
• Impossibilidade de anulação do ato de posse e de nomeação, com 
base na Lei 9.784, art. 54. 
 
• Impossibilidade de devolução das remunerações percebidas por 
quem teve nomeação e posse anuladas, dentro do prazo do art. 
54, da Lei 9784, para evitar enriquecimento sem causa e ilícito 
para Administração Pública, empregadora. 
 
 
ATOS IRREVOGÁVEIS: 
• Atos assim declarados por lei; 
• Atos que gerem direito adquirido (STF, 473); 
• Atos que já tenham exaurido seus efeitos, uma vez que a revogação não 
retroage para atingir a origem do ato. Ex.: Demolição de uma casa; 
• Atos cuja competência já tenha exaurido por ter a autoridade 
competente deixado de sê-lo; 
• Atos vinculados, porque não há elementos de oportunidade e 
conveniência a serem apreciados; 
• Atos enunciativos, por terem seus efeitos definidos por lei e não por 
discricionariedade do agente; 
• Atos que integrem um procedimento, por preclusão do ato anterior com 
a prática do novo ato subsequente; 
• Atos de controle:a competência se exaure com expedição do ato 
controlador, por que os efeitos se produzem a partir do ato controlado. 
Ex.: autorização prévia; aprovações posteriores de algum ato 
administrativo. 
• Atos antecedentes aos seguintes (atos sucessivos), em um 
procedimento, tem a competência exaurida, operando preclusão; 
• Atos de decisão final de processo contencioso; 
 
 
53 
 
• Atos complexos, por que só se tornam perfeitos e eficazes com a 
manifestação de vontade de órgãos distintos, de forma que a vontade de 
1 apenas não pode modificar o que a lei faz depender da manifestação 
de mais de 1 vontade. 
 
COISA JULGADA ADMINISTRATIVA 
• Impossibilidade de se alterar decisão definitiva da qual não caiba 
mais recurso administrativo. 
 
• A revisão somente poderá ser feita judicialmente; 
Ex.: processo administrativo revisional: funda-se na infração à lei, 
com todos os participantes envolvidos (Lei 9.784/99, art. 65). 
 
CLASSIFICAÇÃO: 
Quanto às prerrogativas: 
• De Império: praticados pela Administração com todas as prerrogativas 
e privilégios de autoridade e impostos unilateral e coercitivamente ao 
particular. Aplica-se o direito público. 
• De Gestão: praticados pela Administração em situação de igualdade 
com os particulares, para a conservação e desenvolvimento do 
patrimônio público e para a gestão de seus serviços. Aplica-se 
predominantemente o direito comum. 
 
Quanto à função da vontade: 
• Atos administrativos propriamente ditos: há declaração de vontade 
com objetivo de obter certos efeitos jurídicos definidos em lei. 
• Meros atos administrativos: há declaração de opinião (parecer), 
conhecimento (certidão) ou desejo (voto em órgão colegiado). 
 
Quanto à formação da vontade: 
• Atos complexos: resultam da manifestação de dois ou mais órgãos 
para formar um único ato. Ex.: aposentadoria. 
• Ato composto: resulta da prática de dois ou mais atos, sendo um 
complementar ou pressuposto do principal. Ex.: Autorização, aprovação, 
proposta, parecer, laudo técnico, homologação, visto. Ex. dispensa de 
licitação que depende de homologação pela autoridade superior para 
produzir efeitos. 
 
 
 
54 
 
Quanto aos destinatários: 
• Atos gerais: são atos normativos praticados pela Administração, 
atingindo todas as pessoas que se encontram na mesma situação. Ex.: 
Regulamentos, portarias, resoluções, circulares, instruções, deliberações 
e regimentos. 
• Atos individuais: são os que produzem efeitos jurídicos no caso 
concreto. Ex.: Nomeação, demissão, tombamento, servidão 
administrativa, licença, autorização. 
 
Quanto à formação da vontade: 
• Atos complexos: resultam da manifestação de dois ou mais órgãos 
para formar um único ato. Ex.: aposentadoria. 
• Ato composto: resulta da prática de dois ou mais atos, sendo um 
complementar ou pressuposto do principal. Ex.: autorização, aprovação, 
proposta, parecer, laudo técnico, homologação, visto. Ex.: dispensa de 
licitação que depende de homologação pela autoridade superior para 
produzir efeitos. 
 
Quanto aos destinatários: 
• Atos gerais: são atos normativos praticados pela Administração, 
atingindo todas as pessoas que se encontram na mesma situação. Ex.: 
regulamentos, portarias, resoluções, circulares, instruções, deliberações 
e regimentos. 
• Atos individuais: são os que produzem efeitos jurídicos no caso 
concreto. Ex.: nomeação, demissão, tombamento, servidão 
administrativa, licença, autorização. 
 
Quanto à exequibilidade: 
• Perfeito: é aquele que está em condições de produzir efeitos jurídicos, 
porque já completou todo o seu ciclo de formação. 
• Imperfeito: é o que não está apto a produzir efeitos jurídicos, porque 
não completou o seu ciclo de formação. Os prazos prescricionais não 
correm nesta fase. 
• Pendente: é o que está sujeito a condição ou termo para que comece a 
produzir efeitos. 
• Consumado: é o que já exauriu os seus efeitos. Não pode ser 
impugnado administrativamente nem judicialmente. Se ilícito pode 
ensejar responsabilidade administrativa, criminal ou civil de Estado. 
 
 
 
55 
 
Quanto aos efeitos: 
• Constitutivo: é aquele pelo qual a Administração cria, modifica ou 
extingue um direito ou uma situação do administrado. É o caso da 
permissão, autorização, dispensa, aplicação de penalidade e revogação. 
• Declaratório: é aquele em que a Administração apenas reconhece um 
direito que já existia antes do ato. 
• Enunciativo: é aquele pelo qual a Administração apenas atesta ou 
reconhece determinada situação de fato ou de direito. 
 
QUANTO AO CONTEÚDO 
Autorização: Ato unilateral e discricionário pelo qual a Administração faculta 
ao particular o desempenho de atividade material ou prática de ato que, sem 
esse consentimento, seriam legalmente proibidos. 
• Autorização de Uso: uso privativo de bem público, a título precário. 
• Autorização de Serviço Público: o Poder Público delega ao particular a 
exploração de serviço público, a título precário. Trata-se do previsto na 
CR/88, art. 21, XI e XII, que são serviços públicos próprios, quando 
prestados pelo Estado, por autorização. Obs.: seriam serviços públicos 
impróprios, quando abertos à iniciativa privada, havendo autorização 
como ato de polícia. 
 
Licença: É o ato administrativo unilateral e vinculado pelo qual a 
Administração faculta àquele que preencha os requisitos legais o exercício de 
uma atividade. 
 
Admissão: É o ato administrativo unilateral e vinculado pelo qual a 
Administração reconhece ao particular, que preencha os requisitos legais, o 
direito à prestação de um serviço público. 
 
Permissão: É o ato administrativo unilateral, discricionário e precário, gratuito 
e oneroso, pelo qual a Administração faculta ao particular a execução de serviço 
público ou a utilização privativa de bem público. 
Seu objeto é a utilização privativa de bem público ou execução de serviço 
público por particular. Fundamento: CR/88, art. 175, parágrafo único, I. Lei 
8987/95. 
 
 
 
56 
 
Aprovação: É o ato unilateral e discricionário pelo qual se exerce o controle a 
priori (equivale a autorização para a prática do ato) ou a posteriori (equivale ao 
seu referendo) do ato administrativo. 
Ex.: CR/88, art. 52 que exige aprovação prévia do Senado pra escolha de 
magistrados e ministros do TCU. 
 
Homologação: É o ato administrativo unilateral e vinculado pelo qual a 
Administração reconhece a legalidade de um ato jurídico, sempre a posteriori. 
Ex.: Homologação do procedimento da licitação. 
 
Parecer: É o ato pelo qual os órgãos da Administração emitem opinião sobre 
assuntos técnicos ou jurídicos de sua competência. 
• Facultativo: quando fica a critério da Administração solicitá-lo ou não, 
além de não ser vinculante para quem o solicitou. 
• Obrigatório: quando o parecer é pressuposto para o ato final, podendo 
ter ou não caráter meramente opinativo. 
• Vinculante: quando a Administração é obrigada a solicitá-lo e a acatar 
sua conclusão. 
Em regra, não há responsabilização do parecerista, salvo no parecer 
vinculante, porque neste caso o parecer contém a motivação do ato praticado. 
 
QUANTO A FORMA 
Decreto: É a forma de que se revestem os atos individuais ou gerais, 
emanados do Chefe do Poder Executivo. 
Quando gerais, podem ser: 
• Regulamentar ou de execução – CR/88, art. 84, IV. Quando 
comparado à lei, o decreto é ato normativo derivado, por que tem seu 
fundamento de validade na lei que pretende regulamentar ou executar. 
• Independente ou Autônomo – CR/88, art. 84, VI (EC32/2001). A 
independência é restrita por ter de respeitar o não aumento de despesa 
nem a criação ou extinção de órgãos públicos. 
 
Resolução e portaria: São formas de que se revestem os atos, gerais ou 
individuais, emanados de autoridades

Continue navegando