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Ementa de numero 3 - Espécies de tradição e causas de perda de posse Espécies de tradição Tradição: É a entrega ou transferência da coisa, sendo que, para tanto, não há necessidade de uma expressa declaração de vontade; basta que haja a intenção de que a tradição seja realizada Tipos de tradição: Efetiva ou material (REAL), simbólica ou ficta e a consensual: Efetiva ou Material - é aquela que se manifesta por uma entrega real do bem, como sucede quando o vendedor passa ao comprador a coisa vendida[1] Simbólica, ficta = é uma forma espiritualizada da tradição, substituindo-se a entrega do bem por atos indicativos do propósito de transmitir posse. Ex: Entrega das chaves de um apartamento. Consensual = apresenta-se sob 2 formas: Traditio longa manu e a Traditio brevi manu. Traditio longa manu – quando ninguém detém a coisa cuja posse é transmitida. Traditio brevi manu - quando uma pessoa que já tem a posse direta da coisa, como o locatário, e adquire o seu domínio não precisando que seja repassado ao dono para ser feito a entrega. Causas de perda da posse Em resumo, perde-se a posse sempre que o agente deixa de ter possibilidade de exercer, por vontade própria ou não, poderes inerentes ao direito de propriedade sobre a coisa. Perde-se a coisa pelo desaparecimento do corpus ou do animus. Também pelo desaparecimento do corpus + animus! FORMAS: a) pelo abandono: quando o possuidor, intencionalmente, se afasta do bem com o escopo de se privar de sua disponibilidade física e de não mais exercer sobre ela quaisquer atos possessórios. Deve ser voluntário e espontâneo, sem vícios! Não haverá abandono com presença de erro, dolo ou coação. Há a perda do animus e do corpus! Obs: o animus deve ser analisado no caso concreto! Ex: quando alguém deixa um livro na rua com o propósito de se desfazer dele. Ex: alguém se ausenta indefinidamente do se bem imóvel sem deixar representante, desinteressando-se pela sua não-utilização. b) Pela tradição: além de meio aquisitivo de posse pode ser tbm de perda da posse. Vale tanto pra bens móveis quanto imóveis. Desaparece o corpus e o animus! Bens móveis – tradição! Bens imóveis – transfere-se o registro do título, que tem o efeito translatício do imóvel. c) Pela perda da própria coisa: quando for absolutamente impossível encontra-la, de modo que não mais se possa utiliza-la economicamente[1]. Ex: Pássaro que fugiu da gaiola e jóia que caiu no mar. d) pela destruição da coisa: decorrente de um evento natural e fortuito, de ato do possuidor ou de terceiro. Obs: deve haver inutilidade definitiva do bem. e) pela sua inalienabilidade: quando a coisa é posta fora do comércio por motivo de ordem pública, de moralidade, de higiene ou de segurança coletiva[2]. f) pela posse de outrem: ainda que contra a vontade do possuidor se este não foi manutenido ou reintegrado em tempo competente. Art. 924 do CPC. . g) pelo Constituto Possessório: O possuidor que transfere o objeto a outrem, utilizando-se do constituto possessório, perde um título de posse e passa a ter outro. O proprietário aliena a coisa e continua a residir no imóvel precariamente, com posse em nome do adquirente. I.b Perda da Posse de direitos: O melhor é dizer que a expressão posse de direito abrange toda situação legal, por força da qual uma cisa fica à disposição de alguém, que a pode usar e fruir, como se fora a própria. Esta definição é mais abrangente e compreensiva, transcedendo a esfera dos direitos reais, sem todavia incluir os chamados direitos obrigacionais, que proteção possessória não têm, pois são simples vínculo ligando pessoas nas obrigações de dar, fazer e não fazer alguma coisa. a) Pela impossibilidade do seu exercício. Art. 1.196 e 1.223 do CC Quando a impossibilidade física ou jurídica de possuir um bem leva à impossibilidade de exercer sobre eles os poderes inerentes ao domínio. Ex: A impede o exercício da servidão, por ter tapado o caminho, e o possuidor não age em defesa de sua posse, deixando que se firme essa impossibilidade. Ex: quando se perde o direito à servidão, pq o prédio serviente ou dominante foi destruído. b) Pelo Desuso: ( art. 1.389, III do CC) Ocorre quando a posse de um direito não se exercer dentro do prazo previsto, tem-se por conseqüência, a sua perda para o titular. Ex: o desuso e uma servidão predial por 10 anos consecutivos põe fim à posse do direito.
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