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Fichamento Processos Grupais

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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ
PÓS-GRADUAÇÃO EM PSICOPEDAGOGIA 
CLÍNICA E INSTITUCIONAL
VIVIAN DE LEMOS ESTROWISPY
FICHAMENTO:
A TÉCNICA DE GRUPOS-OPERATIVOS
À LUZ DE PICHON-RIVIÈRE E HENRI WALLON
Trabalho apresentado como exigência para a obtenção de nota na disciplina de Processos Grupais, da Universidade Estácio, ministrada pela professora Flaviany Ribeiro da Silva.
	
RIO DE JANEIRO
2018
REFERÊNCIA: 
BASTOS, Alice Beatriz B. Izique. A técnica de grupos-operativos à luz de Pichon-Rivière e Henri Wallon. Psicol inf., São Paulo , v. 14, n. 14, p. 160-169, out. 2010. Disponível em <http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-88092010000100010&lng=pt&nrm=iso>. acesso em 05 abr. 2018.
	A autora trás elucidações acerca da técnica dos grupos operativos baseada na teoria de Pichon Rivière, autor que introduziu esta intervenção, após perceber em seus pacientes a influência recebida pelo grupo familiar.[2: PICHON-RIVIÈRE, E. Teoria do vínculo. São Paulo: Martins Fontes, 1988.]
Para este autor, a aprendizagem deve ser um agente de mudanças, e quando está centrada nos processos grupais, coloca em evidência uma nova elaboração de conhecimento, integração e questionamentos em relação a si mesmo e ao próximo. Para ele, “a aprendizagem é um processo contínuo em que comunicação e interação são indissociáveis, na medida em que aprendemos a partir da relação com os outros”.
A autora do artigo explica que a técnica de grupo operativo consiste em um trabalho com grupos, cujo objetivo é promover um processo de aprendizagem para os indivíduos envolvidos, realizando uma leitura crítica da realidade, em um processo investigativo, dentro de um contexto aberto para questionamentos e colocações.
De fato, a aprendizagem necessita de um ambiente livre de pré-julgamentos. Onde há liberdade de expressão há produção e inovação. É fundamental ver o sujeito como um ser social e político, protagonista de seu  próprio desenvolvimento. Vê-lo como alguém capaz de estabelecer uma relação cognitiva e afetiva com o meio, mantendo uma ação interativa capaz de uma transformação libertadora, que proporcione uma vivência harmoniosa com a realidade pessoal e social que o envolve.
 Henri Wallon (1968) também dá grande ênfase ao meio social e às interações com o meio. Ressalta que as relações do homem com o meio são de transformações mútuas e as circunstâncias sociais de sua existência influenciam fortemente a evolução humana. O meio é compreendido como o complemento indispensável do ser humano. Para este autor, as interações são fundamentais tanto para a construção do sujeito como do conhecimento, e ocorrem ao longo do desenvolvimento, de acordo com as condições orgânicas, motoras, afetivas, intelectuais e socioculturais. [3: WALLON, H. A Evolução Psicológica da criança. Lisboa: Edições 70, 1968.]
Diante disso, entende-se que as interações, desde o nascimento da criança, são as chaves para a evolução do psiquismo e responsáveis pela constituição do sujeito e de seu conhecimento. Na teoria walloniana, a criança é compreendida como um ser social que, por meio das relações que vai estabelecendo com as pessoas, com os objetos, com o espaço e com o tempo, e gradativamente vai diferenciando-se do outro, constituindo-se como sujeito e construindo sua identidade. Portanto, é por meio da interação que se dá a construção do eu, que é condição fundamental para a construção do conhecimento (BASTOS, 1995).[4: BASTOS, A. B. B. Interações e desenvolvimento no contexto social da creche à luz de Henri Wallon. 1995. Dissertação (Mestrado) – Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, São Paulo, 1995.]
Desta forma, emerge a relevância do processo de construção da pessoa, na qual se realiza a conquista fundamental da diferenciação eu-outro. O eu e o outro são considerados pares antagônicos, apesar de interdependentes, e podem ser compreendidos em estreita conexão, sendo que se constituem conjuntamente. O eu, para se constituir, precisa diferenciar-se do outro, libertar-se gradualmente do sincretismo e adquirir a noção do próprio corpo, para, só assim, processar a consciência de si (WALLON, 1975).[5: WALLON, H. Objetivos e métodos da psicologia. Lisboa: Estampa, maio 1975.]
Para este autor, a criança inicia seu processo de diferenciação na família, na qual tem uma posição e um papel específico. Depois da família, outros grupos começam a aparecer no radar da criança, e a escola é o elemento fundamental para o desenvolvimento psicológico da criança, de modo que esta instituição trás o conceito de sociedade, apresentando as regras sociais, a diversidade, e as oportunidades de convivência.
Para Pichon-Rivière (1998), o processo grupal se caracteriza por uma dialética, na medida em que é permeado por contradições, sendo que sua tarefa principal é justamente analisar essas contradições. [6: PICHON-RIVIÈRE, O processo grupal. São Paulo: Martins Fontes, 1998]
A mudança, que é o objetivo primordial de todo grupo operativo, envolve todo um processo gradativo, no qual os integrantes do grupo passam a assumir diferentes papéis e posições frente à tarefa grupal. A partir do momento em que é possível elaborar as ansiedades básicas, romper com as estereotipias, abrir-se para o novo e o desconhecido, pode-se dizer que o grupo está na tarefa. 
	Os encontros não têm, necessariamente, um direcionamento para temas específicos. As pessoas falam livremente, estabelecem interações umas com as outras e partilham experiências comuns. No grupo, espaço de formações de vínculos, de identificações e de diferenciações, trabalha-se com a subjetividade e com a singularidade de cada um de seus integrantes. 
Por isso, enfatiza-se que os grupos operativos têm caráter terapêutico, apesar de que, nem todos os grupos terapêuticos tem caráter operativo.
Já o psicopedagogo, segundo Rubinstein (2003, p. 73-74), precisa tecer uma relação entre a constituição do sujeito e o modo singular de aprender:[7: RUBINSTEIN, E. R. O estilo de aprendizagem e a queixa escolar: entre o saber e o conhecer. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2003.]
O conhecimento a respeito da constituição do sujeito contribui para fazer as possíveis relações entre o modo peculiar de aprender, isto é, de se relacionar com o saber e o conhecer, com as experiências de natureza consciente e inconsciente da criança com os adultos significativos. Ou seja, pensar no sujeito da aprendizagem não é olhar isoladamente para o modo como ele aprende, mas também considerar sua história com esses adultos, o deslocamento de suas posições diante do saber.
Concluindo, o psicopedagogo pode aproveitar as interações e os conceitos adquiridos em grupo, no grupo e por causa do grupo para reforçar o aprendizado. Captando as culturas e sistemas inerentes aos grupos onde atua, este profissional pode fazer uso deste maravilhoso instrumento, que é o grupo, para aprimorar e facilitar a aprendizagem.

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