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46229229 DIREITO DAS COISAS AULA 13B

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Servidão predial
 Aspectos Gerais
A servidão predial é o direito real de fruição ou de gozo (jus in re aliena) constituído, pela lei ou pela vontade das partes, em favor de um prédio dominante, sobre outro prédio serviente, pertencente a dono diferente. A servidão impõe ao prédio serviente um encargo, restringindo as faculdades de uso e de gozo do proprietário deste prédio.
Requisitos da servidão:
- Existência de dois prédios
- Encargo imposto ao prédio serviente em benefício de outro prédio prédio (dominante);
- Prédios de propriedades distintas. 
Servidão predial
Servidões prediais (servitutes preaediorum) x servidões pessoais (servitutes personarum)
Servidão predial: encargo imposto ao prédio. A servidão não se dá entre os titulares dos imóveis, mas entre os prédios.
Servidão pessoal: expressão em desuso que significava a relação entre a pessoa e a coisa sobre o mesmo objeto. No Direito Romano as servidões pessoais eram o usufruto, o uso, a habitação e as operae servorum et animalium (trabalho de escravos e animais).
Servidões prediais x passagem forçada
As passagens forçadas pertencem ao direito de vizinhança, e referem-se exclusivamente aos prédios encravados, sem acesso à via pública, nascente ou porto, o que não ocorre com as servidões. Autores há que classificam a passagem forçada como uma espécie de desapropriação e outros como uma forma especial de servidão de passagem.
SERVIDÃO PREDIAL
Sujeitos da relação de servidão
As servidões, uma vez instituídas, gravam (ônus reais) o prédio serviente em benefício do prédio dominante de forma perene, só podendo ser extintas mediante o cancelamento do registro.
Assim, há na servidão uma titularidade ativa indeterminada, que recai sobre o proprietário do prédio dominante (o dono da servidão), e uma titularidade passiva indeterminada, que recai sobre o proprietário do prédio serviente.
Finalidade
As servidões têm a finalidade de, limitando a faculdade de uso e de gozo do proprietário do prédio serviente, proporcionar um melhor aproveitamento do prédio dominante, tornando-o mais útil, agradável ou cômodo. 
SERVIDÃO PREDIAL
Características
- Indivisibilidade (art. 1.386). A servidão onera o prédio serviente, ainda que ele esteja em condomínio ou que venha a ser posteriormente parcelado. Neste caso, todos os imóveis decorrentes do parcelamento continuarão onerados com a servidão. Em decorrência da indivisibilidade, as servidões não se estendem, nem se ampliam, salvo hipóteses expressamente previstas na lei.
- Perpetuidade. A lei regula, contudo, algumas hipóteses de extinção da servidão.
- A servidão não se presume, devendo decorrer da lei ou da vontade das partes (art. 696, CC/16), sendo necessário seu registro no Cartório de Imóveis. Em alguns casos, o juiz determina a servidão.
- Inalienabilidade. Não pode ser vendida, total ou parcialmente, muito menos ser gravada com outra servidão.
SERVIDÃO PREDIAL
Classificações
A) Quanto à natureza dos prédios:
- Urbanas (ex. não construir prédio além de determinada altura) ou rurais (ex. pastagem, trânsito).
B) Quanto ao modo do exercício:
- Contínuas (subsistem independente de ato humano direto, e.g. servidão de energia elétrica) ou descontínuas (dependem de ação humana seqüencial, e.g. servidão de trânsito).
- C) Quanto à exteriorização:
- Aparentes ou não aparentes. Nas servidões aparentes há sempre marcas que indicam a existência da servidão, como obras e outras marcas visíveis.
D) Quanto à origem:
- Legais (coativas): Código de Águas, Código de Minas.
- Convencionais.
Obs: Súmula n° 415, STF: Servidão de trânsito não titulada, mas tornada permanente, sobretudo pela natureza das obras realizadas, considera-se aparente, conferindo direito à proteção possessória.
SERVIDÃO PREDIAL
Constituição das Servidões
As servidões podem ser constituídas por:
- Ato inter vivos. Neste caso, por força do art. 108, CC/2002, a constituição se dará por escritura pública;
-  Testamento (mortis causa);
- Usucapião ordinário (prazo de 10 anos, no caso de posse com justo título e boa-fé) ou extraordinário (prazo vintenário). Crítica da doutrina e PL n° 6.960/2002. Enunciado n° 251, III Jornada de Direito Civil, CJF). As hipóteses de usucapião aplicam-se somente às servidões aparentes.
- Sentença judicial 
- Destinação do proprietário.
SERVIDÃO PREDIAL
Exercício das Servidões
Cabe ao dono da servidão, exceto disposição expressa no título constitutivo, realizar todas as obras necessárias ao uso e conservação da mesma.
Ao proprietário do prédio serviente, assiste o direito de renúncia à propriedade ao dono da servidão. Ainda que o proprietário do prédio dominante não aceite a propriedade da servidão, ele continuará obrigado a custear as obras de uso e manutenção. 
Restrição e ampliação da servidão - parâmetros legais (art. 1.385, CC/2002): finalidade, servidão de trânsito e necessidades de cultura ou indústria (indenização ao proprietário do prédio serviente).
SERVIDÃO 
Extinção das Servidões
As servidões podem ser extintas:
-  Pela confusão;
-  Por convenção;
-   Pela renúncia (feita por escritura pública e registrada no Cartório de Imóveis);
-  Pelo não uso contínuo por 10 (dez) anos;
-  Pelo decurso do prazo ou implemento da condição;
-  Pela desapropriação;
-  Uma vez cessada a utilidade ou a comodidade para o prédio dominante;
-  Resgate, feito por escritura pública;
-  Supressão das obras, nas servidões aparentes, por efeito de contrato ou outro título.
Obs: a extinção da servidão, exceto nas hipóteses de desapropriação, só produz eficácia erga omnes quando cancelada no Registro de Imóveis.
USUFRUTO
Aspectos Gerais
É direito real intransferível, personalíssimo, sobre coisa alheia, que atribui a uma pessoa a faculdade de usar e fruir (usufruir) da coisa de outrem, temporariamente, desde que não lhe altere a substância. Ao lado do uso e da habitação, o usufruto é considerado uma espécie de servidão pessoal, pois traduz a subordinação de um bem a uma determinada pessoa que não é seu titular.
É necessário o registro, no respectivo cartório, do usufruto de bens imóveis
USUFRUTO
Características
- Direito real limitado: reúne apenas as faculdades de uso e gozo (fruição);
- Direito real sobre coisa alheia: o usufrutuário não possui as faculdades de disposição e de reivindicação (nu-proprietário);
- Direito personalíssimo: recai sobre a pessoa do usufrutuário, que não pode transmitir o direito a outrem, nem seus herdeiros podem suceder-lhe no usufruto (proibição do usufruto sucessivo).
 - Temporariedade: o usufruto tem limitação temporal, não seguindo a regra da perpetuidade dos direitos reais.
USUFRUTO
Sujeitos
- Usufrutuário: titular do direito real de usufruto. Reúne as faculdades de uso e gozo. Tem a posse direta, bem como a administração do bem objeto do usufruto. Art. 1.394.
- Nu-proprietário: titular da propriedade do bem sobre o qual recai o usufruto sendo, por isso, possuidor indireto do mesmo. Reúne as faculdades de disposição e reivindicação.
USUFRUTO
Objeto
-  Imóveis e móveis infungíveis e inconsumíveis, podendo recair sobre um bem singular (usufruto particular) ou um patrimônio (usufruto universal). Art. 1.390, CC/2002.
-   Direitos: títulos de crédito (art. 1.395).
Obs: pelo princípio da gravitação jurídica, o usufruto de um bem abrange seus acessórios e acrescidos, tendo, ao final do usufruto, o usufrutuário a obrigação de restitui-los, ou o valor equivalente ao tempo da restituição (art. 1.392, §1°). Por este princípio sujeitar-se à autonomia privada, as partes podem convencionar em sentido diverso (art. 1.392, caput).
USUFRUTO
Classificação
1)    Quanto à origem: legal ou convencional.
2)    Quanto ao objeto: próprio ou impróprio (quase usufruto: recai sobre bens fungíveis ou consumíveis).
3)    Quanto à sua extensão: universal (recai sobre um patrimônio) ou particular (recai sobre um bem particular); pleno (abrange a totalidade dos frutos e utilidades) ou restrito (excluem-se, por força da autonomia privada, algunsou todos os frutos e utilidades).
4)    Quanto à sua duração: temporário ou vitalício.
Obs: usufruto simultâneo e usufruto sucessivo: no usufruto simultâneo, duas ou mais pessoas exercem direito de usufruto sobre o mesmo bem, enquanto que no usufruto sucessivo um usufrutuário sucede ao outro. 
Também não é possível o direito de acrescer no usufruto simultâneo, a não ser que ele seja inequivocamente previsto (art. 1.411, CC)
USUFRUTO
Direitos do Usufrutuário
1)   Posse. A posse do usufrutuário é direta, justa e de boa-fé, enquanto durar o usufruto. Caso o usufrutuário não cumpra a sua obrigação de restituir findo o usufruto, a posse passará a ser injusta (precária) e de má-fé
2)   Uso. A princípio, a faculdade de uso recai sobre todo o bem e seus acrescidos (usufruto pleno), incluindo as servidões, pertenças e animais. 3)   Administração.
4) Fruição. A faculdade de fruição traduz-se na possibilidade de percepção dos frutos decorrentes do bem objeto do usufruto.
-  Frutos naturais pendentes  início: usufrutuário
USUFRUTO
Deveres do usufrutuário (arts. 1.400 a 1.409)
1) Determinação. O usufrutuário deve inventariar a coisa para que, findo o usufruto, a restitua tal qual a recebeu do nu-proprietário.
2) Prestar caução (real ou fidejussória) pela administração. Caso o usufrutuário não preste a caução exigida pelo nu-proprietário, este poderá administrar o bem, mediante caução feita em favor do usufrutuário. Pela administração, o nu-proprietário faz jus à remuneração fixada pelo juiz. 
3) Conservação da coisa. O usufrutuário, porém, não pode ser compelido a pagar as deteriorações resultantes do exercício regular do bem, mas apenas das deteriorações resultantes do uso abusivo do mesmo, averiguado através da culpa do usufrutuário
4) Restituição do bem.
5) Pagamento de prestações  tributos devidos.
6) Defesa da coisa 
7) Pagamento do seguro. 
USUFRUTO
Extinção do Usufruto
-  Renúncia. No caso de bens imóveis, a renúncia deverá ser feita por escritura pública.
-  Morte do usufrutuário. Por considerar o usufruto um direito personalíssimo, o direito brasileiro não admite usufruto sucessivo.
-  Findo o prazo.
-  Extinção da pessoa jurídica. O usufruto por pessoa jurídica tem duração máxima de 30 anos.
-  Cessação do motivo que originou o usufruto.
-  Destruição da coisa (exceção: coisa segurada).
-  Consolidação; culpa do usufrutuário.;  não uso.
USO
Art. 1.412. O usuário usará da coisa e perceberá os seus frutos, quanto o exigirem as necessidades suas e de sua família.
§ 1o Avaliar-se-ão as necessidades pessoais do usuário conforme a sua condição social e o lugar onde viver.
§ 2o As necessidades da família do usuário compreendem as de seu cônjuge, dos filhos solteiros e das pessoas de seu serviço doméstico.
Art. 1.413. São aplicáveis ao uso, no que não for contrário à sua natureza, as disposições relativas ao usufruto.
Tal qual o usufruto, o uso também é considerado um direito personalíssimo sendo, portanto, inalienável, impenhorável e intransferível (nem o seu exercício pode ser cedido).
O uso deve ser registrado no registro imobiliário.
HABITAÇÃO
Art. 1.414. Quando o uso consistir no direito de habitar gratuitamente casa alheia, o titular deste direito não a pode alugar, nem emprestar, mas simplesmente ocupá-la com sua família.
Art. 1.415. Se o direito real de habitação for conferido a mais de uma pessoa, qualquer delas que sozinha habite a casa não terá de pagar aluguel à outra, ou às outras, mas não as pode inibir de exercerem, querendo, o direito, que também lhes compete, de habitá-la.
Art. 1.416. São aplicáveis à habitação, no que não for contrário à sua natureza, as disposições relativas ao usufruto.
É o direito real de habitar com a família em imóvel alheio. Também é direito personalíssimo e, por isso, inalienável, impenhorável e intransferível, sendo vedada, inclusive, a cessão, seja a título gratuito, seja a título oneroso.
Também são aplicadas à habitação as normas atinentes ao usufruto, no que couber.
Art. 1.831, CC/2002: habitação do cônjuge sobrevivente.
AVALIAÇÃO
Caso Concreto  
Júlio, nu-proprietário, ajuizou ação de extinção de usufruto em face do espólio de Plínio Santoro, tendo em vista o falecimento do usufrutuário. Realizada a citação, o réu requer a extinção do feito sem julgamento do mérito, sob o argumento de que não há a necessidade do provimento jurisdicional para extinguir usufruto por morte do usufrutuário. 
Pergunta-se:
a) Como se extingue o usufruto?
b) Há fundamento jurídico na manifestação do réu? Justifique sob a ótica legal e posicionamento jurisprudencial.
 
 
AVALIAÇÃO
Questão objetiva 
 
(TJRO 2012) Assinale a alternativa correta: 
a. O usufrutuário pode alugar o imóvel sob o qual detém o usufruto, e a renda deste obtida reverte em seu favor.
b.  O bem gravado com usufruto não pode ser alienado.
c. O usufruto não pode ser estipulado por tempo determinado.
d. Direito a usufruto e direito real de habitação são o mesmo instituto.

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