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AVALIAÇÃO NUTRICIONAL DO ADULTO PROFª NATHALIA SCRAFIDE • Para adultos com idade > 20 anos. QUADRO 4: Classificação do estado nutricional de adulto segundo IMC IMC (kg/m2) = PESO_ ALTURA2 IMC (kg/m2) ESTADO NUTRICIONAL <16 Magreza Grau III 16 – 16,9 Magreza Grau II 17 – 18,4 Magreza Grau I 18,5 – 24,9 Eutrofia 25 – 29,9 Pré Obeso ou Sobrepeso 30 – 34,9 Obesidade Grau I 35 – 39,9 Obesidade Grau II >40 Obesidade Grau III FONTE: OMS (1997) Vantagem: Não invasivo baixo custo operacional, execução fácil, diagnóstico rápido, alta correlação com massa corporal Desvantagem: Não distingue peso associado com a massa magra e massa gorda. IMC ÍNDICE DE MASSA CORPÓREA (IMC) ÍNDICE DE MASSA CORPÓREA (IMC) COMPLEIÇÃO FÍSICA PESO • Extremamente importante a avaliação pode ser feita em relação a padrões populacionais Tabelas de acordo com a idade e o sexo. – Ex: Tabela do Metropolitan Life (1959) – Desvantagem: não detalham a composição corporal – Devem ser utilizadas associadas com outros indicadores. Peso ideal (Kg) para o indivíduo, de acordo com estatura e compleição física. Metropolitan Life Ensurence, 1959. AFERIÇÃO DE PESO • Peso atual • Peso usual ou habitual • Peso ideal ou desejável FRISANCHO (1990) OMS (1998) Peso Ideal Máximo IMC P75 x A2 24,9 x A2 Peso Ideal Médio IMC P50 x A2 21,7 x A² Peso Ideal Mínimo IMC P15 x A2 18,5 x A2 DETERMINAÇÃO DE PESO IDEAL OU DESEJÁVEL PESO IDEAL DETERMINADO PELO ÍNDICE DE MASSA CORPÓREA PESO Desvantagem: não detalham a composição corporal. ADEQUAÇÃO DE PESO • A porcentagem de adequação do peso atual em relação ao ideal. Emprega o peso para avaliar o grau de desnutrição de um paciente. (Blackburn e col,1977). ADEQUAÇÃO DO PESO (%) = (PESO ATUAL X 100) PESO IDEAL ADEQUAÇÃO DE PESO (%) ESTADO NUTRICIONAL <70 Desnutrição grave 70,1 – 80 Desnutrição moderada 80,1 – 90 Desnutrição leva 90,1 – 110 Eutrofia 110,1 – 120 Sobrepeso >120 Obesidade QUADRO 2: Classificação Nutricional de acordo com a adequação de peso. FONTE: Blackburn e Thorton (1979) % adequação >145 = obesidade grau III Quando a adequação do peso for superior a 115% utiliza-se o peso ajustado = peso ideal corrigido para determinação da necessidade energética: Peso ajustado= (peso ideal – peso atual) x 0,25 + peso atual ADEQUAÇÃO DE PESO • Indicador importante para avaliar a gravidade de um problema de saúde. PERDA DE PESO (%) = (PESO USUAL – PESO ATUAL) X 100 PESO USUAL PERDA DE PESO INVOLUNTÁRIA QUADRO 3: Significado da perda de peso em relação ao tempo TEMPO PERDA SIGNIFICATIVA DE PESO PERDA GRAVE DE PESO 1 semana 1% a 2% >2% 1 mês 5% >5% 3 meses 7,5% >7,5% 6 meses 10% >10% FONTE: Blackburn e Thorton (1977) Permite identificar o grau de gravidade da perda de peso em relação ao peso usual ou habitual. Relaciona-se melhor com a mortalidade e morbidade, já que inclui o tempo no qual ocorreu a alteração ponderal. PERDA DE PESO INVOLUNTÁRIA VPP= Peso habitual – Peso atual X 100 Peso habitual CLASSIFICAÇÃO PROPOSTA POR CARVALHO (1992) VELOCIDADE DE PERDA DE PESO – RISCO DE DESNUTRIÇÃO CIRCUNFERÊNCIA DO BRAÇO (CB) • Fornece informação sobre depósito de gordura e massa muscular local. • Valores obtidos comparados com os valores de referência do NHANES I (National Health and Nutrition Examination Survey) demonstrado em percentis por FRISANCHO (1990) FONTE: Frisancho (1990) < p5 Desnutrição p5 – p15 Risco para desnutrição p15 – p85 Normal/ Eutrofia > p85 Obesidade ou massa muscular desenvolvida CIRCUNFERÊNCIAS CORPORAIS ADEQUAÇÃO DA CB (%) = __CB obtida (cm) x 100 _ CB percentil 50 (cm) DESNUTRIÇÃO GRAVE DESNUTRIÇÃO MODERADA DESNUTRIÇÃO LEVE EUTROFIA SOBREPESO OBESIDADE <70% 70% - 80% 80% - 90% 90% - 110% 110% - 120% >120% QUADRO 6: Estado nutricional segundo circunferência do braço ADEQUAÇÃO DA CB FONTE: Blackburn e Thorton (1979) CIRCUNFERÊNCIAS CORPORAIS RELAÇÃO OU INDÍCE CINTURA - QUADRIL (RCQ) Identifica a deposição de gordura corporal na região central do corpo. Vantagens medida simples, baixo custo e alta predição de doenças crônicas não transmissíveis (enfermidades cardiovasculares, cerebrovasculares, diabetes mellitus e alguns tipos de câncer). RELAÇÃO OU INDÍCE CINTURA - QUADRIL (RCQ) Tipos físicos baseados na distribuição da gordura corporal: TIPO GINÓIDE (PÊRA) – obesidade de membros inferiores ou periféricos Acúmulo de gordura na região glúteo-femoral (quadril, nádegas e pernas) mais observado no sexo feminino TIPO ANDRÓIDE (MAÇÃ) – obesidade central ou visceral Acúmulo de gordura na região abdominal localizada entre os órgãos e tecido subcutâneo. Reflete um perfil metabólico alterado associado à maior ocorrência de doenças crônicas. RELAÇÃO OU INDÍCE CINTURA QUADRIL (RCQ) RCQ = circunferência da cintura (cm) circunferência do quadril (cm) Valores de referência que indicam risco Bray e Gray (1986) Sexo RISCO DE ALTERAÇÃO METABÓLICA idade baixo moderado alto muito alto Homens 20-29 < 0,83 0,83 – 0,88 0,89 – 0,94 > 0,94 30-39 < 0,84 0,84 – 0,91 0,92 – 0,96 > 0,96 40-49 < 0,88 0,88 – 0,95 0,96 – 1,00 > 1,00 50-59 < 0,90 0,90 – 0,96 0,97 – 1,02 > 1,02 60-69 < 0,91 0,91 – 0,98 0,99 – 1,03 > 1,03 Mulheres 20-29 < 0,71 0,71 – 0,77 0,78 – 0,82 > 0,82 30-39 < 0,72 0,72 – 0,78 0,79 – 0,84 > 0,84 40-49 < 0,73 0,73 – 0,79 0,80 – 0,87 > 0,87 50-59 < 0,74 0,74 – 0,81 0,82 – 0,88 > 0,88 60-69 < 0,76 0,76 – 0,83 0,84 – 0,90 > 0,90 QUADRO 8: Risco de alterações metabólicas segundo a relação cintura e do quadril(RCQ) FONTE: Bray e Gray (1986) Valor absoluto sugerido como forma de avaliar risco para saúde devido acúmulo de gordura na região central do corpo. Classificação de risco de obesidade associada com complicações metabólicas OMS (1997) SEXO AUMENTADO MUITO AUMENTADO HOMENS >94 cm > 102 cm MULHERES > 80 cm > 88 cm QUADRO 9: Risco de obesidade associado com complicações metabólicas a partir da circunferência abdominal FONTE: OMS (1997) CIRCUNFERÊNCIA ABDOMINAL Classificação de risco de DCV OMS (2000) RISCO DCV CIRCUNFERENCIA (cm) HOMENS MULHERES Sem risco < 94 < 80 Risco aumentado > 94 > 80 Risco muito aumentado > 102 > 88 QUADRO 10: Risco de doenças cardiovasculares segundo a circunferência abdominal FONTE: OMS (2000) CIRCUNFERÊNCIA ABDOMINAL Estudos em adultos têm sugerido a utilização da CP como indicador antropométrico mais simples, prático, não influenciado pela distensão abdominal pós-prandial ou por movimentos respiratórios e que fornece resultados consistentes para indicar o acúmulo de gordura subcutânea da parte superior do corpo. O aumento da CP associa-se a riscos cardiometabólicos, tanto quanto a gordura visceral abdominal. Também em adultos, demonstrou-se correlação positiva da CP com a RI, com os componentes da SM e com os fatores de riscos cardiovasculares (STABE et al, 2013; PREIS et al, 2010). CIRCUNFERÊNCIA DO PESCOÇO CLASSIFICAÇÃO: Homens: até 37cm Mulheres: até 34cm DOBRA CUTÂNEA TRICIPTAL (DCT) Pode ser utilizada isoladamente percentil e padrão de referência proposto por FRISANCHO (1990). < p5 Déficit de gordura p5 – p15 Risco de déficit de gordura p15 – p85 Normal > p85 Excesso de gordura FONTE: Frisancho (1990) DOBRAS CUTÂNEAS DOBRA CUTÂNEA TRICIPTAL (DCT) • Mais rotineira – estima indiretamente a espessura do tecido adiposo subcutâneo. ADEQUAÇÃO DA DCT (%) = __DCT obtida (mm) x 100 _ DCT percentil 50 (mm) DESNUTRIÇÃO GRAVE DESNUTRIÇÃO MODERADA DESNUTRIÇÃO LEVE EUTROFIA SOBREPESO OBESIDADE <70% 70% - 80% 80% - 90% 90% - 110% 110% - 120% >120% QUADRO 5: Estado nutricional segundo a dobra cutânea tricipital FONTE: Blackburn e Thorton (1979) DOBRAS CUTÂNEAS DOBRA CUTÂNEA SUBESCAPULAR (DCSE) Pode ser utilizada isoladamente percentil e padrão de referência proposto por FRISANCHO (1990). < p5 Déficit de gordura p5 – p15 Risco de déficit de gordura p15 – p85 Normal > p85 Excesso de gordura FONTE: Frisancho (1990) DOBRAS CUTÂNEAS • Avalia a reserva de tecido muscular sem correlação da área óssea CIRCUNFERÊNCIA MUSCULAR DO BRAÇO CMB(cm) = CB(cm) - π X DCT(mm) 10 < p5 Déficit de massa magra p5 – p10 Risco de déficit de massa magra p10 – p90 Normalidade > p90 Musculatura desenvolvida FONTE: Frisancho (1990) π= 3,14 CMB(cm)= CB(cm)- (0,314 x DCT(mm)) CIRCUNFERÊNCIAS CORPORAIS ADEQUAÇÃO DA CMB (%) = __CMB obtida (cm) x 100 _ CMB percentil 50 (cm) DESNUTRIÇÃO GRAVE DESNUTRIÇÃO MODERADA DESNUTRIÇÃO LEVE EUTROFIA <70% 70% - 80% 80% - 90% 90% - 110% QUADRO 7: Estado nutricional segundo circunferência do braço FONTE: Blackburn e Thorton (1979) ADEQUAÇÃO DA CMB CIRCUNFERÊNCIAS CORPORAIS ÁREA MUSCULAR DO BRAÇO CORRIGIDA (AMBC) • Avalia reserva de tecido muscular corrigindo a área óssea reflete a verdadeira magnitude das mudanças do tecido muscular. (= desconta a área óssea) NORMAL DESNUTRIÇÃO MODERADA/LEVE DESNUTRIÇÃO GRAVE > p15 p5 – p15 < p5 QUADRO 7: Estado nutricional segundo área muscular do braço corrigida FONTE: Frisancho (1990) HOMEM AMBc (cm2) = [CB obtida (cm) – π x DCT (mm)/10]2 -10 4 π MULHER AMBc (cm2) = [CB obtida (cm) – π x DCT (mm)/10]2 -6,5 4 π Classificação do estado nutricional FRISANCHO (1990) π= 3,14 ÁREA DE GORDURA DO BRAÇO (AGB) AGB (cm2) = [CB obtida (cm) x DCT (mm)/10] – π x [DCT(mm)/10]2 2 4 Classificação do estado nutricional FRISANCHO (1990) > p90 classificado como obesidade Cálculo de densidade corporal podem utilizar equações baseadas em somatória de dobras cutâneas Durnin e Womersly (1974) Durnin e Womersly (1974) propuseram valores de referenciais para estimativa a partir da somatória de quatro dobras cutâneas (tricipital, bicipital, subescapular e suprailíaca), específica para homens e mulheres, nas diferentes faixas etárias permitem o conhecimento direto da % de gordura corporal, sem o uso de fórmulas. PERCENTUAL DE GORDURA CORPORAL QUADRO 11: PORCENTAGEM ESTIMADA DE GORDURA CORPORAL OBTIDA,POR MEIO DA SOMA DE QUATRO DOBRAS CUTÂNEAS 4 DOBRAS DCB + DCT + DCSE + DCSI Classificação da porcentagem de gordura por qualquer equação Lohman et al (1992). CLASSIFICAÇÃO HOMEM (%) MULHER (%) Risco de doenças e desordens associada à desnutrição 5 5 Abaixo da média 6 - 14 9 -22 Média 15 23 Acima da média 16 - 24 24 -31 Risco de doenças associadas à obesidade ≥ 25 ≥ 32 QUADRO 12: Valores de referência para percentuais de gordura corporal para homens e mulheres adultos. FONTE: Lohman et al (1992) PERCENTUAL DE GORDURA CORPORAL