Buscar

PASSEI NA OAB! E AGORA?

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 130 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 130 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 130 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

1
PASSEI NA OAB! E AGORA?
Geraldo Cossalter
Capa: Tela óleo - “Temis a Deusa da Justiça.”
Autora: Gláucia Scherer, Venâncio Aires, RS.
www.glauciascherer.blogspot.com
Geraldo Cossalter
PASSEI NA OAB! E AGORA?
Direção Editorial:
Marco Aurélio Lucchetti
Edição:
Marco Aurélio Lucchetti
Rubens Francisco Luchetti
Direção de Arte:
Fabio Moraes
Copidesque e Revisão do Texto:
Marco Aurélio Lucchetti
Ilustração da Capa:
Gláucia Scherer
Geraldo Cossalter
7
Geraldo Cossalter
7
SUMÁRIO
PREFÁCIO I .....................................................................................15
PREFÁCIO II ...................................................................................17
POR ONDE COMEÇAR? .............................................................19
 
PARTICIPE ATIVAMENTE DA ADVOCACIA ....................23
 
FATORES PERMANENTES PARA O EXERCÍCIO 
DA ADVOCACIA............................................................................27
AS PRERROGATIVAS SÃO FERRAMENTAS DE 
TRABALHO?...................................................................................31
O HONORÁRIO É A BASE DA ADVOCACIA? ...................35
EM QUAL RAMO MILITAR? ...................................................39
SER EMPREGADO X SER ASSOCIADO? ............................43
COMO MONTAR UM BOM ESCRITÓRIO? .........................51
TER SÓCIOS X NÃO TER SÓCIOS? .......................................55
COMO CONSTRUIR UMA SOCIEDADE DE SUCESSO? ....
.............................................................................................................59
DOIS INVESTIMENTOS INDISPENSÁVEIS .......................63
É PRECISO SABER EMPREENDER? .....................................67
COMO CRIAR UMA REDE DE 
RELACIONAMENTOS? ..............................................................71
.
É POSSÍVEL ADVOGAR PELA GESTÃO DE 
RESULTADOS?...............................................................................74
PORQUE É PRECISO ADVOGAR 
EXTRAJUDICIALMENTE? ......................................................78
PASSEI NA OAB! E AGORA?
8
RESPONSABILIDADE CIVIL PELO EXERCÍCIO 
DA ADVOCACIA ..........................................................................82
APRENDA COMO ABSORVER INFLUÊNCIAS ................85
AS INFLUÊNCIAS E OS INFLUENCIADORES .................88
AS SEIS QUALIDADES ESSENCIAIS ....................................91
OS INFLUENCIADORES NATURAIS ...................................95
OS INFLUENCIADORES ARTIFICIAIS ...............................97
OS INFLUENCIADORES DIRETOS .....................................100
OS INFLUENCIADORES INDIRETOS ...............................102
O NAZISTA DA MODERNIDADE ........................................104
A ALTERIDADE .........................................................................106
A RESILIÊNCIA ..........................................................................109
A IGUALDADE ............................................................................117
A ADVOCACIA PELA VOCAÇÃO .........................................121
EPÍLOGO .......................................................................................124
POSFÁCIO .....................................................................................128
PASSEI NA OAB! E AGORA?
8
11
Geraldo Cossalter
11
Geraldo Cossalter
“No dia que fiz amizade comigo, jamais 
deixei de visitar-me todos os dias.”
 
Geraldo Cossalter 
Ao caro amigo dr. Pablo Esteban 
Fernando Cáceres Vera.
PASSEI NA OAB! E AGORA? Geraldo Cossalter
12 13
Aos colegas da CEAJOVEM e da OAB 
de Ribeirão Preto, SP.
Em especial às dras. Marília Constantino 
Vaccari Polverel e Thais Helena 
Cabral Kourrouski. 
Gratidão! 
PASSEI NA OAB! E AGORA? Geraldo Cossalter
12 13
SOBRE A QUEDA DO PROVIMENTO 
DA JOVEM ADVOCACIA
Por força de Lei Municipal, todo dia 18 de fevereiro tor-
nou-se o dia da celebração da Jovem Advocacia.
“Quando fizemos essa proposta ao Presidente dr. Marcos 
da Costa, apontamos que era premente que a Jovem Advocacia 
estivesse prestigiada dentro da Ordem. Não podíamos compac-
tuar com esse tipo de segregação, porque o nosso compromisso 
era fazer uma gestão plural, somando os advogados mais ex-
perientes com o novo, com a Jovem Advocacia. Confesso que 
nossa proposta era visando oxigenar a Subseção. Mas a queda 
do provimento mudou toda a Secção do Estado. Quero repetir a 
todos os jovens colegas o que sempre digo: sejam bem-vindos! 
A Ordem é de todos nós!”
Dr. Domingos Assad Stocco – Presidente da 12ª Subseção 
da OAB, Ribeirão Preto, SP.
 
 18 de fevereiro de 2014.
Este livro é dedicado ao dr. Domingos Assad 
Stocco, defensor incansável da Justiça 
e da Advocacia una. 
PASSEI NA OAB! E AGORA? Geraldo Cossalter
14 15
PASSEI NA OAB! E AGORA? Geraldo Cossalter
14 15
PREFÁCIO I
Conheci Geraldo em uma dessas reuniões acadêmicas na 
qual estávamos a prestigiar o lançamento do livro de um grande 
amigo em comum. Tempos depois, nos vimos no lançamento 
do meu livro já como colegas e trocando algumas palavras, ain-
da que rápidas, de desejos recíprocos de sucesso e prosperida-
de. Qual não foi minha surpresa quando me deparei com ele em 
sala de aula sendo meu aluno no curso de Direito? Nascia ali 
uma amizade e uma admiração pelo excelente aluno questio-
nador, preparado e cada vez mais apaixonado pelo Direito, até 
que veio o convite para que eu pudesse “apresentar” esta sua 
obra. Ele é um escritor há tempos! E dos bons! Sinto-me hon-
rado e orgulhoso por estar aqui. E mais orgulhoso ainda em ver 
você lançando mais um livro. Devorei o livro em pouquíssimo 
tempo. Identifiquei-me comigo mesmo, aquele menino que aos 
22 anos saía da faculdade e, tendo passado na OAB, tinha que 
enfrentar o mundo. E agora? É sobre isso e muito mais que você 
vai achar nesta obra. Didática, objetiva, divertida e, o melhor, 
escrita por alguém que está vivenciando este momento. Portan-
to, mais verdadeiro e real, impossível. 
Aos alunos de Direito, aos ex-alunos, aos que virão: 
Leiam esta obra!
PASSEI NA OAB! E AGORA? Geraldo Cossalter
16 17
Ao público em geral: 
Conheça Geraldo Cossalter, o amigo, o eterno aluno, o ad-
vogado, o escritor, o questionador…
A você, Geraldo: 
Minha sincera admiração, carinho, respeito e amizade. 
Que venham outras obras, outros desafios novos e maiores con-
quistas na sua vida.
Sucesso!
Dr. Jaime Bulos, advogado, escritor, professor universitá-
rio e Presidente da Comissão do Advogado Professor da OAB, 
12ª Subseção de Ribeirão Preto, SP.
Outono de 2017
PASSEI NA OAB! E AGORA? Geraldo Cossalter
16 17
PREFÁCIO II
Desde que iniciamos nossas atividades junto à Comissão 
da Jovem Advocacia da OAB 12ª Subseção em 2013, todas as 
nossas atenções foram sempre voltadas a auxiliar os (as) cole-
gas recém ingressos na carreira, de forma a amenizar os obs-
táculos desse árduo caminho desde o seu início. Isso porque, 
além de todas as dúvidas e inseguranças, todo aquele que se 
engendra por esse percurso toma conhecimento muito cedo de 
que os bancos das universidades nos moldam na matéria do 
Direito, mas não na arte de advogar.
Apesar de toda a dedicação e empenho da maioria dos (as) 
advogados (as), comumente, as respostas necessárias à manu-
tenção de um escritório e de suas atividades diárias era algo 
que só o tempo conseguiria esclarecer. E essa regra prevaleceu 
até a publicação desta magnífica obra, que trouxe verdadeiro 
alento aos (às) jovens advogados (as) e estudantes de Direito. 
Agora, esses profissionais podem ter, ao alcance das mãos e em 
curto espaço de tempo, respostas às tantas dúvidas cruciais. Eisso tudo através de um texto didático e de fácil aplicação ao 
quotidiano de qualquer escritório.
Parabéns ao autor e amigo, Geraldo Cossalter, e nossa gra-
tidão pela missão de auxílio à Advocacia, transcrita nesta obra.
Dra. Marília Constantino Vaccari Polverel, advogada e 
PASSEI NA OAB! E AGORA? Geraldo Cossalter
18 19
Diretora Secretária Geral Adjunta da OAB 12ª Subseção, Ri-
beirão Preto, SP.
\\\
PASSEI NA OAB! E AGORA? Geraldo Cossalter
18 19
POR ONDE COMEÇAR?
“Se te disserem que você não é capaz, não responda e seja 
capaz apenas para si mesmo.”
Geraldo Cossalter
Estudar por cinco anos parece ser a maior dificuldade en-
frentada pelos acadêmicos, durante o curso de Direito. Ape-
nas parece. Porque, após o Bacharelado, o Exame de Ordem da 
OAB – Ordem dos Advogados do Brasil torna-se para muitos 
uma barreira instransponível. O fato é que a quantidade e a 
complexidade das matérias do Direito exigem muitas horas de 
pesquisa e estudo. 
Na verdade, são duas etapas bastante difíceis. Todavia, a 
grande verdade é que a maior dificuldade será enfrentada após 
a aprovação na OAB. É exatamente isso que acontece. Com a 
aprovação no Exame de Ordem da OAB e o exercício da Advo-
cacia é que se torna possível começar a enxergar a realidade e a 
verdade deste complexo mundo. Conquistar o Bacharelado em 
Direito e a carteira da OAB são etapas difíceis que duram no 
mínimo cerca de cinco anos. No entanto, aqueles que demoram 
mais tempo, necessitam um esforço extra por conta das repe-
tidas provas. Destarte, tal lapso temporal acaba postergando o 
tão sonhado exercício jurídico. Muitos até acabam desistindo e 
migrando para outras profissões. 
PASSEI NA OAB! E AGORA? Geraldo Cossalter
20 21
Quero lhes falar agora que o principal objetivo desta obra é 
apresentar ideias e sugestões que levem a um caminho seguro. 
O intuito é fundamentar passos que irão lhes ajudar a construir 
uma carreira estável desde o início da atividade jurídica que 
você tanto deseja desenvolver. Mesmo porque advogar é muito 
mais que conhecer a lei. Na verdade, advogar vai muito além do 
conhecimento jurídico que se aprende na faculdade. 
Não há uma regra exata para ter sucesso na Advocacia. 
Inclusive, jamais acredite em regras prontas acerca do exercí-
cio da Advocacia. Elas não existem! Porém, os caminhos que 
lhes apresento podem levar ao sucesso, se bem compreendidos 
e aplicados. Na fase inicial da carreira a insegurança é natural 
e as dúvidas são muitas. A grande pergunta que surge após re-
ceber a carteira da OAB é o título desta obra:
“Passei na OAB! E agora?”
Para poder responder tive que fazer um esforço bastante 
considerável. Porque, quando comecei a analisar a minha pró-
pria trajetória de acadêmico e estagiário de Direito, percebi que 
grandes dificuldades surgem na fase prática. Então, passei a 
observar e a conversar com os profissionais iniciantes e com os 
profissionais experientes. 
Foram muitas horas de pesquisa; e acabei por concluir que 
as maiores dificuldades começam, na verdade, após a aprova-
ção no exame de Ordem. Diria que se trata de um “estágio con-
tinuado pós-formatura e aprovação no exame da OAB”. Ter a 
carteira da OAB não significa que o sucesso profissional esteja 
garantido. E muito trabalho deverá ser empregado, para que o 
tão desejado reconhecimento e sucesso profissional se tornem 
realidade. 
A carteira da OAB é sem dúvida alguma o passaporte para 
o exercício profissional. Todavia, não haverá bom desempenho, 
PASSEI NA OAB! E AGORA? Geraldo Cossalter
20 21
sem dedicação e, principalmente, se você não fizer investimen-
tos e não praticar exercícios diários de atitudes e posturas ade-
quadas à profissão. Eu lhes peço que não leiam este livro! Não 
leiam apenas, tentem refletir e compreender o conteúdo, inter-
pretando à sua maneira cada parágrafo e cada capítulo. Digo 
isso, porque você é o (a) único (a) responsável pelo caminho que 
desejar seguir e pelo resultado que desejar atingir. 
Tudo depende exclusivamente de você. Portanto, comece 
a perseguir a realização profissional. Permita-me sugerir que 
faça da seguinte forma:
- Trabalhe com criatividade e otimismo.
- Tenha vontade de vencer, planejando o 
futuro.
- Faça tudo com ética, dentro da moralidade 
 e com responsabilidade.
- Faça tudo com humildade e sabedoria.
- Crie uma rede de relacionamentos forte e 
sadia.
- Não acredite que existe Advocacia isolada.
- Cultue a generosidade.
Exercitando esses tópicos e fazendo com que eles se tornem 
um costume diário, você estará ampliando suas chances de su-
cesso. Entretanto, não esqueça jamais que, independentemente 
do sucesso profissional, você estará lapidando a si mesmo (a). 
Acredite que a lapidação poderá fazer de você um profis-
sional admirado (a) e um ser humano especial. O ideal é come-
çar pelas pequenas coisas, já que a complexidade no exercício 
da Advocacia é grande. Inclusive, da mesma forma que o curso 
de Direito é dividido por matérias (áreas) para que se obtenha 
compreensão, assim deve ser o exercício da Advocacia. Não 
queira realizar tudo de uma só vez. Isso evitará que erros se-
PASSEI NA OAB! E AGORA? Geraldo Cossalter
22 23
jam frequentes e muitas vezes fatais. Empregar bom senso e 
perseverança é uma forma sábia de obter consistência dia por 
dia. Inclusive, nada deve ser feito com demasiada rapidez e sem 
reflexão. 
Agindo sempre com cautela e perseverança, você poderá 
ter sucesso e prosperidade, até porque os honorários serão uma 
consequência natural, por razões óbvias. Acredite em sua capa-
cidade de começar uma carreira sólida e estruturada. 
Dê sempre o primeiro passo, depois o segundo e assim por 
diante. Tenha certeza e principalmente vontade e planejamento 
para atingir o que almeja. 
“Seja como um viajante noturno que enxerga apenas o li-
mite que o farol de seu veículo pode alcançar. Entretanto, certo 
de que, metro por metro, quilometro por quilometro, acabará 
chegando ao destino, apesar da escuridão.” 
É bem provável que você tenha muitas dúvidas durante toda 
a sua vida profissional. Porém, em início de carreira elas parecem 
ser ainda maiores, tanto no tamanho quanto na quantidade. Por 
isso, não deixe que elas o façam refém da imaginação e do medo. 
Porque para advogar é preciso coragem, determinação e fé! 
PASSEI NA OAB! E AGORA? Geraldo Cossalter
22 23
PARTICIPE ATIVAMENTE DA ADVOCACIA
“Valorizar a Advocacia com sabedoria é respeitar a inex-
periência e saber reconhecer a experiência. Para ser experiente 
e ter maturidade, tivemos que ser inexperientes. 
Aprender com o experiente é um privilégio para o inexpe-
riente e aprender com o inexperiente é uma espécie de recicla-
gem para o experiente.”
I Semana da Jovem Advocacia – OAB, Ribeirão Preto – 
Geraldo Cossalter
Afinal, como faço para participar da Advocacia ativamen-
te? Isso não é tão complicado assim, até porque você já é um (a) 
advogado (a). Na verdade, para participar ativamente da Advo-
cacia, depende mais de você do que de outrem. 
Frequentar a Casa da Advocacia – OAB é um passo im-
portante, porque a maioria dos profissionais costuma não voltar 
com muita frequência após a cerimônia de entrega da carteira. 
Outros (as) costumam frequentar apenas na época de descontos 
na livraria; e outros, apenas quando necessita de auxílio médi-
co, farmácia etc. 
Também é verdade que muitos (as) frequentam palestras 
e outras atividades, tais como comemorações, inaugurações e 
desagravos. Todavia, é essencial que o (a) recém-aprovado (a) 
PASSEI NA OAB! E AGORA? Geraldo Cossalter
24 25
frequente com certa regularidade a Casa da Advocacia, com o 
objetivo de se tornar conhecido (a) e também conhecer colegas 
de profissão. Até porque a troca de experiências, a formação de 
novas opiniões e a ajuda mútua viabilizam-sedurante os encon-
tros, reuniões e eventos. 
Não é incomum as parcerias formadas por colegas de 
áreas distintas. É também muito comum tomar conhecimento 
de ideias e meios que ajudam a fomentar negócios e angariar 
clientes novos, além de formas de fonte de renda. Participar 
ativamente também faz com que a classe dos (as) advogados 
(as) seja fortalecida e isso gera um bem comum para toda a 
Advocacia. 
A OAB tem diversas comissões. Aliás, são centenas. Cos-
tumo dizer que a CEAJOVEM - Comissão da Jovem Advocacia 
é, sem dúvida alguma, a porta de entrada para todos (as) os (as) 
recém-formados (as). Inclusive, participando da comissão, você 
terá oportunidades de aprendizado e relacionamento com ou-
tros (as) recém-formados (as). O engajamento talvez seja a ati-
tude mais acertada, porque é exatamente disso que necessitam 
os (as) jovens advogados (as). A inexperiência, que é natural no 
início de carreira, gradualmente irá desaparecendo, visto que 
a participação e o engajamento gera certa tranquilidade para 
atravessar essa fase tão difícil. 
A princípio, parecemos estar em um mundo estranho, já 
que tudo é novo e ainda não estamos acostumados. Entretan-
to, se essa fase for enfrentada em grupo e com ajuda mútua, 
certamente todos serão beneficiados. Participar ativamente da 
Advocacia nada mais é que fazer parte e atuar em prol de um 
grupo de profissionais que deseja crescer e formar uma classe 
forte e respeitada. É praticar a Advocacia, em prol da socieda-
de. É buscar soluções e novos rumos para a sociedade, e para a 
Advocacia. Participando ativamente da Advocacia faz com que 
o tempo de adaptação se torne menos oneroso e mais prazeroso. 
PASSEI NA OAB! E AGORA? Geraldo Cossalter
24 25
Participar ativamente da Advocacia é relacionar-se com 
colegas de profissão dentro e fora da OAB. Participar ativamen-
te da Advocacia é defender a classe e lutar pelas prerrogativas. 
Também é não se abster, é não ter medo de atuar em prol da 
Justiça. Participar ativamente da Advocacia é fazer da profissão 
um verdadeiro sacerdócio. 
Não queira apenas participar como se você estivesse em 
um clube recreativo ou apenas em busca de notoriedade. Parti-
cipe pela vontade de crescer e de fazer o melhor pela socieda-
de e pela Advocacia. Participe para poder contribuir para com 
a sua própria carreira e para com a carreira dos colegas, que 
também necessitam ser ajudados. Participe com a ambição de 
se tornar um profissional íntegro e, acima de tudo, para ser um 
profissional que deseja militar durante toda a carreira em prol 
da Justiça e por uma sociedade justa. Além, é claro, da realiza-
ção como pessoa humana. 
Talvez você não tenha pensado que, para participar ativa-
mente da Advocacia, é preciso vontade, perseverança e cora-
gem. Digo isso porque é uma tarefa árdua. Todavia, é uma tarefa 
dignificante e necessária para o desenvolvimento profissional. 
Participar ativamente da Advocacia, também é ter convicção do 
papel do (a) advogado (a), perante a Justiça e o cidadão comum. 
Lembre-se de que, o conhecimento é o maior patrimônio 
do (a) advogado (a). Por isso, participe ativamente de palestras, 
reuniões, debates etc. Lembre-se de que, ao participar ativa-
mente, você estará se beneficiando. É importante lembrar que 
ao participar ativamente você também poderá se tornar referên-
cia. Inclusive, você estará acumulando conhecimento e muitas 
vezes também estará se antecipando a fatos e notícias da área 
jurídica. 
Não deixe de participar, não deixe de se engajar. Não im-
porta se o engajamento será em um pequeno grupo ou em um 
grupo muito grande. Não importa a sua idade, o tempo de car-
PASSEI NA OAB! E AGORA? Geraldo Cossalter
26 27
teira ou o tempo que você tem disponível para participar. O 
mais importante é o engajamento. Não tenha receio de partici-
par e muito menos de se engajar, porque o engajamento é essen-
cial para todo (a) jovem advogado (a). 
Quero ainda lembrar que para participar ativamente da Ad-
vocacia requer um esforço e desprendimento. É fundamental 
você ter esse entendimento, visto que você estará direcionando 
o tempo e trabalho em prol de toda a Advocacia. Para tanto, não 
esqueça jamais de medir e organizar o seu tempo. Você também 
deve partilhar isso com aqueles que te rodeiam. Tanto faz se for 
dentro do lar ou dentro do ambiente de trabalho. 
Partilhe, para receber ajuda. Partilhe, para receber admira-
ção. Afinal, não é todo dia que encontramos pessoas dispostas a 
dividir o próprio tempo em prol de outrem. Ademais, participar 
ativamente da Advocacia é uma forma de doação. Destarte, ape-
sar das dificuldades e do trabalho intenso, participar ativamente 
da Advocacia também fará bem para a sociedade e para a própria 
alma.
PASSEI NA OAB! E AGORA? Geraldo Cossalter
26 27
FATORES PERMANENTES PARA O EXERCÍCIO 
DA ADVOCACIA
“Advogar também é estreitar relacionamentos que possam cul-
minar em resultados úteis, de modo a compartilhar ideias e 
propostas que levem o exercício da Advocacia a patamares de 
execelência.” 
Geraldo Cossalter
Exercer Advocacia, para alguns, se confunde com isolamen-
to ou autosuficiência. Tanto o isolamento quanto a autosuficiência 
são um engano enorme. No exercício da Advocacia, o isolamento 
e a pseudo-autosuficiência talvez sejam alguns dos maiores erros 
que se pode cometer. Mesmo porque existe uma dependência na-
tural do ser humano para com outros seres humanos. 
Na verdade, para obter o máximo do conhecimento que irá 
proporcionar resultados úteis e satisfatórios, dependemos uns 
dos outros. Tal dependência tem ligação direta com relaciona-
mentos, já que não há sequer um ser humano capaz de dominar 
todo tipo de atividade. Não existe autosuficiência em qualquer 
meio, seja na Advocacia ou qualquer outro tipo de atividade 
praticada pelo ser humano. 
Para tanto, é preciso que atitudes positivas sejam tomadas 
e praticadas em prol da Advocacia e do cliente. Isolar-se, acre-
ditando na autosuficiência, só servirá para criar expectativas 
que podem se transformar em frustração. Isso é muito comum, 
PASSEI NA OAB! E AGORA? Geraldo Cossalter
28 29
porque o ser humano precisa relacionar-se, para poder viver em 
sociedade e por consequência para poder evoluir. 
Na Advocacia, o relacionamento com colegas não deve li-
mitar-se às conversas informais ou apenas nos breves encontros 
nos fóruns e audiências. É obvio que cada um tem sua prefe-
rência e não são todos os colegas que farão parte dos relaciona-
mentos que cada um deseja ter. 
Porém, é de suma importância que sejam eleitos colegas 
que possam se tornar fonte de ideias a ser compartilhadas. Para 
aprimorar a atividade da Advocacia é necessário que haja co-
municação e relacionamentos acerca da própria atividade. No 
cotidiano, relacionar-se com colegas é tão importante quanto 
aprender novas leis. Quando ainda estamos na faculdade, é 
comum a troca de ideias e de favores para atingir notas que 
proporcione seguir ao próximo semestre. 
Da mesma forma, no exercício da Advocacia, a troca de 
ideias e de experiências deve ser uma atividade permanente, 
mesmo porque tal atividade acaba fortalecendo parcerias de 
negócio e amizades. O respeito mútuo também acaba surgindo 
a partir dos bons relacionamentos. Digo isso porque, quando 
surgem novas oportunidades no mercado da Advocacia, geral-
mente a ideia é a de preservar em prol de si a oportunidade. 
Então, com o passar do tempo, acabamos por compreender que 
de nada adiantou preservar. 
Não adianta nada! Porque outros profissionais acabarão 
tomando conhecimento da mesma oportunidade, ou por mé-
rito, ou por manter uma rede de relacionamentos. Isso é muito 
comum! Isso pode soar como algo estranho, mas é necessá-
rio manter bons relacionamentos com colegas. É preciso com-
preender que a Advocacia compartilhada promove resultados 
úteis.Isso não significa abrir a carteira de clientes para outros 
colegas. Significa estreitar relacionamentos que possam culmi-
nar em resultados úteis para todos os interessados, de modo a 
PASSEI NA OAB! E AGORA? Geraldo Cossalter
28 29
compartilhar entre si ideias e propostas que levem o exercício 
da Advocacia a patamares de execelência. 
Significa dividir ideias para somar resultados positivos e 
fortalecer a própria Advocacia. Em toda atividade desenvolvida 
pelo homem, sempre haverá a necessidade de compartilhamen-
to. Mesmo porque não somos eternos! De uma forma ou de 
outra o compartilhamento acaba disseminando boas ideias. Se 
as grandes invenções da humanidade tivessem sido escondidas 
por seus inventores, talvez ainda estariamos morrendo por cau-
sa de uma simples gripe. Talvez, ainda hoje, não seria possivel 
conhecer outros continentes. Ou até mesmo o nosso país, já que 
os aviões proporcionam isso. 
No exercício da Advocacia não é diferente. É preciso pensar 
o Direito com uma visão ampla e voltada para todas as possibi-
lidades. A troca de experiências e a troca de ideias talvez sejam 
o ponto de partida para a conquista de grandes resultados. As 
oportunidades surgem a todo momento. É essencial estar conec-
tado para poder absorver a demanda. O Direito sempre estará 
passando por transformações. É muito comum, por exemplo, o 
surgimento de novas teses e por consequência novas decisões 
dos tribunais. 
O ser humano evolui e com ele surgem novas necessidades, 
razão da evolução do Direito. As leis são escritas e positivadas 
pelo homem, mas não têm o condão da eternidade ou da perfei-
ção. Isso porque o homem evolui e necessita de novas soluções 
que são ditas pela lei. A transformação do homem é constante 
e a lei deve se transformar e evoluir de forma a atender aos an-
seios da sociedade. A prática da Advocacia deve ser evolutiva e 
formadora de opiniões. Para isso, seus operadores devem atuar 
em prol dela, compartilhando com os seus pares as soluções e 
ideias que surgem constantemente. 
Desse modo, todos estarão colaborando para o fortaleci-
mento da Advocacia. Não há como se exilar na Advocacia, até 
PASSEI NA OAB! E AGORA? Geraldo Cossalter
30 31
porque sempre existirá a parte adversa. Aliás, não há como 
confundir o colega que representa a parte adversa com um ini-
migo. Isso é muito comum acontecer! 
Na verdade, aquele (a) que encontramos representando a par-
te adversa pode ser fonte de informação e de ideias. Digo que de 
uma maneira ou de outra sempre aprendemos algo com alguém. 
Pense a respeito e não tente praticar a Advocacia isoladamente. 
Pode ter certeza de que o isolamento só servirá para atrasar o 
pensamento e a sua própria atividade. Toda atividade necessita 
de aprendizado constante e não é diferente com a Advocacia. 
Digo inclusive que é uma necessidade básica o constan-
te aprendizado na arte de advogar. Permita-se compartilhar e 
aprender, até porque muitas vezes a atitude de isolamento não 
seria uma forma implícita, do medo? Podemos inclusive pensar 
em uma forma implícita de arrogância. Por que não? Pense a 
respeito e pondere sempre, já que não há como praticar a Advo-
cacia acreditando no isolamento e na autosuficiência. 
O isolamento e autosuficiência não podem jamais fazer 
parte do exercício da Advocacia, a não ser que você pretenda 
advogar para fantasmas.
PASSEI NA OAB! E AGORA? Geraldo Cossalter
30 31
AS PRERROGATIVAS SÃO FERRAMENTAS 
DE TRABALHO?
“O operário que quer fazer o seu trabalho bem deve começar 
por afiar os seus instrumentos.”
Confúcio
É bem provável que você tenha estudado pouco ou quase 
nada sobre as Prerrogativas da Advocacia. Por ser um tabu 
para muitos (as) ou até mesmo por ser considerado por outros 
um tema um tanto quanto “delicado”, geralmente as prerrogati-
vas são confundidas e acabam sendo até distorcidas. 
É muito comum haver equívocos, como por exemplo, con-
fundi-las com vantagens, benefícios e, até mesmo, regalias para 
os (as) advogados (as). Tal confusão promove um entendimento 
equivocado, porque, na verdade, as prerrogativas da Advocacia 
existem única e exclusivamente para serem utilizadas em prol 
do cidadão comum, o cliente. 
Muitos até chegam a acreditar que as prerrogativas são um 
conjunto de imunidades que são concedidas à Advocacia como 
forma de privilégio próprio, como forma de benefícios próprios, 
como se fosse uma espécie de imunidade que garantisse ao (à) 
advogado (a) liberdade para praticar o que lhe mais convier em 
benefício próprio. Isso é uma crença que não é verdade, já que 
as prerrogativas têm função social e de equilíbrio. 
Sem as prerrogativas, a Advocacia sofreria muito mais 
PASSEI NA OAB! E AGORA? Geraldo Cossalter
32 33
retaliações e abusos, visto que muitos agentes do Estado, que 
deveriam cuidar das normas vigentes, acabam por embaraçar, 
dificultar ou até mesmo retaliar a atividade do (a) advogado (a). 
As prerrogativas são ferramentas que a Advocacia tem 
para combater abusos contra os clientes. Afinal, advogar é com-
bater, é ter combatividade, é poder atuar de forma combativa 
em prol do cliente. A Advocacia é combativa, e as prerrogativas 
são instrumentos de combate que visam proteger o Direito do 
cliente e não o (a) advogado (a). As prerrogativas da Advocacia 
garantem a liberdade e a preservação da independência da ati-
vidade da Advocacia, que visa defender os direitos do cidadão. 
Defender as prerrogativas da Advocacia é defender os di-
reitos da sociedade e mais precisamente os direitos do cidadão, 
que terá os seus direitos defendidos pelo (a) advogado (a). Exa-
tamente por essa razão, a Constituição Federal de 1988 asseve-
ra que a Advocacia é função indispensável à administração da 
Justiça. A inviolabilidade do (a) advogado (a) por seus atos é ga-
rantida, ante os atos e manifestações no exercício da profissão. 
As Comissões de Prerrogativas da OAB têm trabalhado de 
forma incansável na defesa das prerrogativas, com o objetivo de 
resguardar a autonomia e a independência dos (as) advogados 
(as), de forma a impedir que os abusos, afrontas e o desrespei-
to aconteçam, até porque preservar o exercício da profissão é 
fundamental para o alcance da Justiça. As prerrogativas visam 
também garantir dignidade ao (à) advogado (a). 
Não é incomum que profissionais despreparados se tornem 
alvo de abusos pelo desconhecimento acerca das prerrogativas 
da Advocacia. Então, é essencial conhecer e compreender as 
suas finalidades, porque elas devem ser ferramentas usuais e 
diárias. Pois não há dia ou hora marcada para que o abuso acon-
teça. Também é muito comum encontrar agentes do Estado des-
preparados que abusam da autoridade que lhe foi conferida. É 
também bastante comum por parte de determinados agentes do 
PASSEI NA OAB! E AGORA? Geraldo Cossalter
32 33
Estado, que conhecem muito bem as prerrogativas tentar fazer 
prevalecer a própria vontade, desrespeitando as prerrogativas 
da Advocacia, como se elas não existissem. 
A advocacia é indispensável e a sua função social deve 
proteger os interesses do cidadão, bem como a defesa dos direi-
tos humanos, a Constituição Federal, o processo justo, a ampla 
defesa, o contraditório e a ordem jurídica. Isso deve emanar da 
própria Advocacia. As prerrogativas existem porque a Advo-
cacia é a única proteção que o cidadão comum tem diante do 
poder do Estado, que é representado pelo Ministério Público e 
pela Magistratura, além da Polícia Administrativa e a Polícia 
Judiciária, que também exercem o poder do Estado. 
Sem as prerrogativas da Advocacia, fatalmente não have-
ria um mínimo de equilíbrio, porque o (a) advogado (a) não te-
ria garantia alguma para poder defender o cliente diante de todo 
o poder do Estado. O cidadão comum confia no (a) advogado (a) 
e acaba por confiar o próprio interesse aos (às) advogados(as), 
quando lhes dão poder de representação. Os interesses do cida-
dão são defendidos pelo (a) advogado (a), diante das autoridades 
do Estado, com igualdade, autonomia e independência. 
Afinal, a Advocacia tem função social e pública, além de 
ter garantidas as prerrogativas, de acordo com a lei 8.906/94. 
Muitas são as queixas da Advocacia. Talvez a maior delas seja 
o acesso aos magistrados e aos processos de seus clientes. To-
davia, qualquer ocorrência de desrespeito, abusos ou tentativas 
de impedir o exercício da Advocacia deve ser comunicada de 
imediato às Comissões de Prerrogativas da OAB. 
Lembro ainda que não há hierarquia entre a Advocacia, 
a Magistratura e o Ministério Público. Todos devem se tratar 
com respeito recíproco e com consideração. A dignidade, aci-
ma de tudo, deverá ser a forma de tratamento entre todos. Por-
que não há como promover a Justiça, sem dignidade. Todo (a) 
advogado (a) deve receber tratamento à altura da dignidade da 
PASSEI NA OAB! E AGORA? Geraldo Cossalter
34 35
profissão. Inclusive, tem o direito de exercer a profissão com li-
berdade e autonomia em todo o território nacional. O cotidiano 
da Advocacia não é fácil, já que os abusos praticados dificultam 
fazer valer as prerrogativas. Em nosso país, não é incomum 
encontrar cidadãos que estão presos sem que a Advocacia sai-
ba a razão. Em todo o território nacional, diariamente, muitos 
(as) advogados (as) são constrangidos (as) por representantes do 
Estado e autoridades. Também não é incomum advogados (as) 
receberem grosserias ou tratamento inadequado e sem digni-
dade, chegando ao ponto de receberem voz de prisão pelo fato 
de fazerem uso das prerrogativas em defesa de seu cliente. Tal-
vez a informação seja o princípio de uma mudança. Somente, 
quando houver conscientização por parte do Estado e de seus 
agentes que as prerrogativas são direito de todo cidadão, pode-
remos iniciar uma ampla modificação do Estado, visando uma 
sociedade equilibrada, digna e, acima de tudo, justa. Entretan-
to, para fazer valer as prerrogativas, depende muito da coragem 
da Advocacia. Ter coragem de combater abusos também depen-
de de conhecimento. Então, conhecer as prerrogativas profun-
damente para poder praticá-las é objetivo básico para advogar. 
Caso contrário, todo trabalho poderá se tornar ineficaz. Lem-
bre-se de que o objetivo é utilizar as prerrogativas como meio 
eficaz de promover a Justiça e a paz social. Para que isso possa 
se concretizar é necessário ter familiaridade com as prerroga-
tivas. Também é preciso coragem e inteligência, se algo errado 
vier a acontecer. Até porque a coragem sem inteligência poderá 
provocar um desastre e não é isso que desejamos. Ao contrá-
rio, porque ter familiaridade com as prerrogativas e coragem 
exacerbada nem sempre será a fórmula mais adequada. É ne-
cessário saber utilizar as prerrogativas com inteligência e com 
sabedoria. Afinal, não podemos aceitar tipo algum de afronta 
que venha colocar em xeque o exercício pleno da Advocacia. 
PASSEI NA OAB! E AGORA? Geraldo Cossalter
34 35
O HONORÁRIO É A BASE DA ADVOCACIA? 
“O honorário deve ser o resultado útil e prazeroso advindo de 
atos praticados pelo (a) advogado (a), visando satisfação do 
cliente, equilíbrio social e justiça.” 
Geraldo Cossalter
Como assim? O honorário é mesmo a base da Advocacia?
Para resolver esse questionamento, será preciso avaliar 
caso a caso, porque tudo irá depender do tipo de cliente, do 
tipo de ação e o momento que o cliente está vivenciando. Esse 
questionamento talvez seja o mais comum entre os (as) jovens 
advogados (as) em início de carreira, visto que existe avilta-
mento de honorários no mercado e isso é um verdadeiro “tiro 
no próprio pé”. 
Obviamente que os honorários devem ser a base da Advo-
cacia sob o aspecto da manutenção/evolução, já que ele é a fonte 
de renda para o negócio. É muito comum haver muitas dúvidas 
em início de carreira, quando o assunto são os honorários. In-
clusive, porque o receio de perder o cliente acaba sendo muitas 
vezes exagerado. Tudo vai depender de uma análise que deve 
ser feita no início do contato com o cliente. 
É importante observar e analisar os clientes, porque exis-
tem muitos tipos diferentes espalhados por aí. Geralmente, o 
cliente que deseja saber “quanto custa?”, antes de saber a viabi-
PASSEI NA OAB! E AGORA? Geraldo Cossalter
36 37
lidade da ação, certamente é um cliente que pechincha e acaba 
por inviabilizar o negócio. Exatamente por estar preocupado 
apenas no valor que irá desembolsar. 
Geralmente, esse tipo de cliente acaba leiloando a própria 
necessidade. Sim, porque ele fará o mesmo com outros profis-
sionais, até que consiga encontrar o “menor preço.” 
A tabela da OAB é a base dos honorários sempre, porque 
ela dá parâmetros que permitem valorizar o trabalho do pro-
fissional. Certos tipos de ação também costumam ser alvo de 
clientes leiloeiros, já que para eles o trabalho do (a) advogado 
(a) se resume em uma assinatura apenas. 
Um exemplo muito comum é o divórcio consensual extra-
judicial, que pode ser feito diretamente no cartório. Desde que 
cumpridos alguns requisitos por parte dos cônjuges que dese-
jam se divorciar, tal modalidade se aperfeiçoa, visando a des-
judicialização de casos consensuais. Entretanto, acaba havendo 
um entendimento equivocado de que o (a) advogado (a) apenas 
precisa assinar e nada mais. 
Na verdade, a responsabilidade do (a) advogado (a) em 
uma situação como essa é a mesma, da mesma forma que em 
um caso contencioso ou até mesmo em casos consensuais que 
tenham que passar pelo Judiciário pelo não cumprimento de 
algum requisito. É um equívoco muito grande acreditar que 
o (a) advogado (a) em nada se responsabiiza e apenas assina 
para poder tornar legal o divórcio consensual extrajudicial. Na 
verdade, é exatamente o inverso, visto que tal modalidade de 
divórcio veio ao encontro do clamor da sociedade que desejava 
uma celeridade maior para esses casos. 
Na verdade, essa modalidade de divórcio não necessita de 
homologação junto ao Judiciário e é exatamente o (a) advogado 
(a) e o cartorário, por meio de escritura pública, que são os que 
tornam a vida do cidadão mais prática, sem a necessidade de 
trâmites como os dos outros casos. Os honorários, na verdade, 
PASSEI NA OAB! E AGORA? Geraldo Cossalter
36 37
compensam o conhecimento jurídico, a pesquisa, o acompa-
nhamento, a consulta e todo o trabalho que é desenvolvido pelo 
(a) advogado (a). 
Afinal, o honorário é a base da Advocacia? 
Pode-se dizer que sim. Entretanto, não deve ser o primeiro 
ítem a ser considerado, quando houver o primeiro contato com 
o cliente, já que satisfazer a necessidade do cliente por meio 
de soluções farão do honorário uma consequência, a ponto do 
cliente sentir satisfação em pagá-los. Não é comum encontrar, 
durante a militância, clientes que querem apenas pechinchar. 
Todavia, os clientes que desejam encontrar soluções honestas, 
que satisfaçam suas necessidades, costumeiramente são os 
clientes que sentem prazer em remunerar bem o profissional 
que atingiu as expectativas e os requisitos por ele pretendidos. 
Lembro que não estou falando em garantia de sentença fa-
vorável, já que a profissão é de meio, e não de resultado. Atingir 
expectativas nem sempre é vencer uma determinada demanda. 
Atingir expectativas é deixar o cliente consciente de que exis-
tem possibilidades de vitória e derrota.
E filosofando um pouco, pode-se dizer que:
 “O honorário é o fruto maduro e doce de uma árvore cul-
tivada com perseverança, assiduidade e fertilizantes éticos e 
honestos. Aquele (a) que cultiva tais árvores assim jamais terá 
falta de frutos maduros e doces.” 
Praticar Advocacia sem honorários honestos não faz va-
ler o resultado útil. Por outro lado, honorários percebidos pela 
satisfação do clientetêm valor agregado, porque o cliente os 
pagará com satisfação e a satisfação do (a) advogado (a) será 
dobrada. Primeiramente, por ter feito um trabalho honesto que 
prossibilitou a satisfação do cliente. 
Em segundo lugar, por sentir realização profissional, ante 
PASSEI NA OAB! E AGORA? Geraldo Cossalter
38 39
o resultado obtido diante do problema que lhe foi apresentado. 
Por último, pela manifestação do cliente perante outras pes-
soas. Ou seja, o famoso boca a boca. Assim, jamais acredite 
que o honorário deva ser o princípio de tudo. 
Acredite que o honorário é a consequência de uma série 
de fatores, como a confiança, a perseverança, a assiduidade, a 
honestidade, a ética e tantas outras qualidades que devem ser 
empregadas em prol do cliente. Lembre-se sempre de que para 
advogar são necessários honorários. Entretanto, para receber 
honorários é preciso advogar! 
PASSEI NA OAB! E AGORA? Geraldo Cossalter
38 39
EM QUAL RAMO MILITAR?
“A militância requer boas doses de coragem e doses extremas 
de sabedoria.”
Geraldo Cossalter
Outrora, atuar em muitos ramos da Advocacia era comum. 
Até porque a quantidade de profissionais era menor. Na atuali-
dade, a especialização passou a ser necessidade básica, porque 
a concorrência é muito acirrada. É verdade que a grande maio-
ria dos (as) bacharéis em Direito acaba (m) desistindo ainda no 
início da carreira ou até mesmo antes do exame de ordem da 
OAB. Porém, os que ingressam no mercado de trabalho com 
o objetivo de se aperfeiçoar podem se tornar concorrentes res-
peitados. 
O aperfeiçoamento é uma fase de vital importância para a 
carreira, porque acaba promovendo aprimoramento profissio-
nal. Entretanto, devo esclarecer que, quando falo em aperfei-
çoamento, não significa que o profissional deva atuar em um 
único ramo do Direito. Até porque tudo vai depender do perfil 
profissional e pessoal de cada indivíduo. Trata-se de uma deci-
são personalíssima. 
Ao ingressar na militância, todo (a) advogado (a) deve estar 
preparado (a) para escolher o (s) ramo (s) que pretende seguir. 
É importante ter afinidade com o ramo, pois não é incomum 
PASSEI NA OAB! E AGORA? Geraldo Cossalter
40 41
escolhas equivocadas. A afinidade é o primeiro passo para o 
sucesso. Sem afinidade, o aperfeiçoamento poderá se tornar uma 
tarefa desagradável que poderá não chegar ao final. Quando falo 
em aperfeiçoamento, quero dizer que uma pós-graduação em de-
terminado ramo pode ser uma maneira eficaz de se aperfeiçoar. 
Entretanto, não há pós-graduação alguma que irá proporcio-
nar especialização, se não houver pesquisa e determinação por 
horas a fio em busca do grande objetivo que é conhecer profun-
damente o (s) ramo (s) que o profissional irá atuar. Muito mais 
que ter um diploma de pós-graduação em determinado (os) ramo 
(os), ter vontade em apender as vertentes do (s) ramo (s) escolhido 
(s) deve ser o grande objetivo. O intuito é atingir a especialização 
no (s) ramo (s) que você tem mais afinidade. Não adianta escolher 
um determinado ramo apenas pela remuneração. 
Nada adiantará almejar apenas a remuneração, se não hou-
ver identificação com o (s) ramo (s) escolhido (s). É comum em 
tempos de faculdade que todo (a) aluno (a) tenha facilidade em 
determinadas matérias e dificuldade em outras. Talvez essa seja 
a forma mais simples de identificar qual ramo ou quais ramos 
do Direito serão os escolhidos pelo (a) advogado (a) nessa fase. 
É verdade que também é comum haver uma adaptação com 
matérias que antes eram consideradas difíceis. 
É verdade também que, com o passar do tempo, o (a) aluno 
(a) acaba elegendo quais as matérias preferidas. Esse fenômeno 
certamente contribui com a escolha do (s) ramo (s) que se pre-
tende atuar, porque é uma maneira descomplicada de escolher, 
com base em experiências vivenciadas ainda em sala de aula. 
Outra forma de descomplicar a escolha é relembrar a época de 
estágio. É comum que alguns gostem de interagir com pessoas, 
já outros não gostam tanto assim. Isso pode significar que o 
primeiro possa gostar de Direito de Família; já o segundo, de 
Direito Tributário. 
São apenas hipóteses, mas é importante analisar o próprio 
PASSEI NA OAB! E AGORA? Geraldo Cossalter
40 41
comportamento e as próprias preferências. Apesar de tudo, a 
militância exige que o (a) advogado (a) interaja com o cliente, 
com a parte adversa, com o Ministério Público, com a Magis-
tratura, com as polícias, agentes e pessoas, de modo geral e dia-
riamente. Militar também é uma forma prática e descomplicada 
de encontrar o (s) ramo (s) que você pretende atuar. 
Eu me lembro de um advogado iniciante que atuou em al-
guns casos e acabou por concluir que o Direito Penal não era o 
seu forte, devido às dificuldades que tinha com o processo. Um 
dia, ele concluiu que tinha afinidade com o Direito Ambiental. 
Assim, especializou-se nessa área e hoje é um profissional res-
peitado e realizado pela escolha que fez. 
Escolher em qual (ais) ramo (s) atuar é o primeiro passo 
para poder se tornar especialista na (s) área (s) que escolheu. 
Outra maneira de facilitar a escolha é saber aceitar as próprias 
dificuldades, almejando entender que não é possível saber cem 
por cento de tudo e de todos os ramos do Direito. É muito me-
lhor ser competente e especialista no (s) ramo (s) que você es-
colheu do que ser mais ou menos competente e especialista em 
muitos ramos. 
É impossível ser especialista em todos os ramos ou na 
maioria deles. É humanamente impossível, até porque a vida 
física é finita e o dia tem apenas vinte e quatro horas. Se algum 
dia alguém lhe disser que é especialista em tudo, em todos os 
ramos ou na grande maioria dos ramos do Direito, pode ter a 
absoluta certeza de que você estará diante de um Deus ou dian-
te de um (a) grande mentiroso (a). 
Por outro lado, procure ouvir os teus sentimentos e a tua 
consciência. Procure descobrir com qual (is) ramo (s) você tem 
afinidade. Procure saber de você mesmo (a) o (s) ramo (s) que 
te dão prazer e te fazem buscar a solução que o cliente tanto 
deseja e precisa. Entenda que uma pós-graduação é importan-
tíssima. Porém, escolha antes também o (s) ramo (s). Não se 
PASSEI NA OAB! E AGORA? Geraldo Cossalter
42 43
deixe levar por modismos ou por oportunidades momentâneas, 
porque elas acabam. 
Procure firmar-se naquele (s) ramo (s) que te fazem sen-
tir inspiração e desejo de encontrar a solução jurídica que irá 
satisfazer o cliente e, que irá te dar imensa satisfação. Não há 
uma fórmula mágica para encontrar o (s) ramo (s) que são os 
melhores. Também não há melhor ou pior. Ao contrário, todos 
os ramos do Direito são desafiadores e basta você encontrar 
qual deles te trará satisfação. 
Finalizando, digo que você também deve frequentar pales-
tras promovidas pela OAB/ESA, porque lá, certamente, você 
encontrará respostas para muitas perguntas que frequentemen-
te não sabemos responder. Não deixe jamais de procurar e tri-
lhar o caminho da especialização. 
Seguindo para o final desse tema, esclareço ainda que o 
profissional de sucesso deve ser especialista em tudo aquilo que 
fizer. Toda pessoa que ocupa um ramo particular de uma ciên-
cia ou de uma arte é um especialista ou perito. O título da espe-
cialização é conferido aos que concluem um curso de pós-gra-
duação em sentido lato sensu. Entretanto, os profissionais que 
se empenham em uma determinada matéria também se tornam 
especialistas. Portanto, independentemente da pós-graduação, 
torne-se especialista em tudo aquilo que fizer, senão o caminho 
será ainda mais duro e longo. 
PASSEI NA OAB! E AGORA? Geraldo Cossalter
42 43
SER EMPREGADO X SER ASSOCIADO?
“As pessoas não sabem, e tampouco os juristas, que aquilo que 
se pede ao advogado é a dádiva da amizade, antes de qualquer 
outra coisa.”
Francesco CarneluttiÉ muito comum que o (a) advogado (a) em início de car-
reira tente conseguir um emprego em um grande escritório. Por 
outro lado, a lei 8906/94, que é Regulamento Geral da Advo-
cacia ou Estatuto da Advocacia, prevê a ausência de vínculo 
trabalhista conforme o Art. 39:
Art. 39. A sociedade de advogados pode associar-se com advo-
gados, sem vínculo de emprego, para participação nos resulta-
dos.
Já no Capítulo V, do Art. 18 ao Art. 21, vemos: 
CAPÍTULO V
Do Advogado Empregado
Art. 18. A relação de emprego, na qualidade de advogado, 
não retira a isenção técnica nem reduz a independência profis-
PASSEI NA OAB! E AGORA? Geraldo Cossalter
44 45
sional inerente a Advocacia.
Parágrafo único. O advogado empregado não está obrigado 
à prestação de serviços profissionais de interesse pessoal dos 
empregadores, fora da relação de emprego.
Art. 19. O salário mínimo profissional do advogado será 
fixado em sentença normativa, salvo se ajustado em acordo ou 
convenção coletiva de trabalho.
Art. 20. A jornada de trabalho do advogado empregado, no 
exercício da profissão, não poderá exceder a duração diária de 
quatro horas contínuas e a de vinte horas semanais, salvo acor-
do ou convenção coletiva ou em caso de dedicação exclusiva.
§ 1º Para efeitos deste artigo, considera-se como período 
de trabalho o tempo em que o advogado estiver à disposição 
do empregador, aguardando ou executando ordens, no seu es-
critório ou em atividades externas, sendo-lhe reembolsadas as 
despesas feitas com transporte, hospedagem e alimentação.
§ 2º As horas trabalhadas que excederem a jornada normal 
são remuneradas por um adicional não inferior a cem por cento 
sobre o valor da hora normal, mesmo havendo contrato escrito.
§ 3º As horas trabalhadas no período das vinte horas de um 
dia até as cinco horas do dia seguinte são remuneradas como 
noturnas, acrescidas do adicional de vinte e cinco por cento.
Art. 21. Nas causas em que for parte o empregador, ou pes-
soa por este representada, os honorários de sucumbência são 
devidos aos advogados empregados.
Parágrafo único. Os honorários de sucumbência, percebi-
dos por advogado empregado de sociedade de advogados são 
partilhados entre ele e a empregadora, na forma estabelecida 
em acordo.
Temos duas situações distintas que merecem uma análise 
minuciosa, visto que a oferta de profissionais em busca de uma 
PASSEI NA OAB! E AGORA? Geraldo Cossalter
44 45
vaga no mercado é muito maior que a demanda de vagas. Isso 
acontece pelo fato de o Brasil ter se tornado o país que mais tem 
faculdades de Direito no Mundo. 
O número de bacharéis em Direito é assustador, porque 
sozinho o Brasil forma mais que o resto do mundo em conjunto. 
Essa talvez seja a principal razão porque a grande maioria dos 
bacharéis em Direito acabam ficando pelo caminho. Por outro 
lado, existem duas formas que são previstas pela lei. Todavia, 
a análise deverá ser o início de tudo, porque existem diferenças 
entre uma forma e a outra. 
Ser empregado implica certa estabilidade. Entretanto, im-
plica certa restrição, visto que o empregado terá que seguir 
normas, horários e demais ordens vindas de superiores. Por 
outro lado, ser associado pode ser uma forma de “mascarar” o 
vínculo trabalhista, como se o empregado fosse associado. Na 
verdade, o associado tem participação nos resultados do escri-
tório. No entanto, o termo associado não deve ser usado para 
garantir o beneficio previsto no Art. 39 e assim fugir do vínculo 
trabalhista. 
Em início de carreira, geralmente e por conta da alta oferta 
de profissionais, é comum o aviltamento de salários e, infeliz-
mente pela necessidade, a maioria dos (as) advogados (as) se 
sujeita a condições de trabalho ruins e mal remuneradas. 
Na verdade, o (a) advogado (a) acaba inferiorizando a si 
mesmo e por consequência a Advocacia, em razão da neces-
sidade de obter renda. Muitos anos atrás, a quantidade de ad-
vogados (as) era bem menor, até porque o curso era acessível 
geralmente aos filhos de famílias que tinham algum poder fi-
nanceiro e que podiam mantê-los estudando, ao contrário dos 
filhos de famílias menos favorecidas financeiramente. 
Era comum que as famílias de jovens advogados (as) os 
(as) ajudassem na montagem de um escritório e até mesmo na 
formação da carteira de clientes que muitas vezes era garantida 
PASSEI NA OAB! E AGORA? Geraldo Cossalter
46 47
pelo prestígio da família a que pertenciam. Também é verdade 
que existem diversos casos de sucesso de pessoas de origem 
humilde que conquistaram sucesso na Advocacia, Magistratura 
e Ministério Público. 
Também é comum gerações de advogados (as) que se tor-
nam tradicionais. Mudando o tópico, quero contar que em 1971 
foi aplicado o primeiro Exame de Ordem no estado de São Pau-
lo, o que veio coroar a luta da Advocacia, que desejava uma 
regulamentação do ingresso nos quadros da OAB, advinda da 
lei 4615/1963. 
Apesar disso, os bacharéis formados até 1973 ficaram isen-
tos do Exame de Ordem. Já em 1974, 154 bacharéis de um total 
de 211 foram aprovados no estado de São Paulo. A verdade é 
que o Exame de Ordem passou a ser obrigatório, em razão de 
um fato ocorrido em 1968. 
Em março daquele ano, o juiz de Direito Ennio Bastos de 
Barros, da 10ª Vara Cível de SP, devolvia à seção paulista da 
Ordem dos Advogados do Brasil a petição subscrita por um 
profissional despreparado para o ofício da Advocacia. Havia er-
ros grotescos de Português, e a petição foi considerada inepta. 
Então, sob o manto do Art. 1º, o juiz questionou a seleção dis-
ciplinar em defesa da classe dos (as) advogados (as), conforme: 
Art. 1º A Ordem dos Advogados do Brasil, criada pelo art. 17 do 
Decreto nº 19.408, de 18 de novembro de 1930, com persona-
lidade jurídica e forma federativa, é o órgão de seleção disci-
plinar e defesa da classe dos advogados em toda a República.
 
[1] Em 2014, o Exame de Ordem completou quarenta anos 
de sua implantação obrigatória na Secional Paulista da Ordem 
dos Advogados do Brasil (OAB SP), onde surgiu por iniciativa 
do então presidente Cid Vieira de Souza, em 1971. Os bacha-
réis em Direito formados até 1973 ficaram isentos de prestar o 
PASSEI NA OAB! E AGORA? Geraldo Cossalter
46 47
Exame. Mas, em 1974, a prova passou a ser obrigatória em todo 
o Estado. 
Naquela época, o Exame era realizado em duas fases (es-
crita e oral) na própria sede da OAB SP e reunia poucos candi-
datos. Eram realizadas quatro edições do Exame por ano (mar-
ço, julho, setembro e dezembro). Hoje, são três edições anuais. 
Atualmente, o número de inscritos para as três edições 
anuais do Exame supera cem mil candidatos/ano em todo o 
País. Somente no Estado de São Paulo a prova é aplicada a 
mais de vinte mil bacharéis em Direito em trinta e cinco cida-
des e a média de aprovação nacional fica no patamar de 20%. 
“Criado em São Paulo, o Exame de Ordem se expandiu 
para todo o País e se aprimorou. Diante da massificação dos 
cursos jurídicos e da queda da qualidade do ensino, vem de-
monstrando ser um instrumento cada vez mais necessário para 
mensurar o conhecimento jurídico básico do bacharel em Di-
reito que deseja ser advogado. 
É uma proteção para a Advocacia, que somente aceita em 
seus quadros bacharéis com comprovado conhecimento técni-
co-jurídico, e para a cidadania, que terá advogados capacitados 
para patrocinar suas causas”, explica Marcos da Costa, presi-
dente da OAB SP. O conselheiro Cid Vieira de Souza Filho lem-
bra que o ministro da Educação, da época, Jarbas Passarinho, 
era contra o Exame de Ordem que, no entanto, recebeu apoio 
da sociedade, da imprensa e dos estudantes de Direito da USP 
e da PUC-SP. 
Em 2010, o Conselho Federal da OAB concluiu a unifica-
ção nacional do Exame de Ordem, que anteriormente era orga-
nizado de forma independente pelas Seções estaduaisda OAB. 
Atualmente, em todo o Brasil o Exame de Ordem é aplicado 
na mesma data, com a mesma prova e os mesmos critérios de 
avaliação e de correção, o que assegura uma avaliação única 
da qualidade do ensino jurídico no País. O Exame de Ordem 
PASSEI NA OAB! E AGORA? Geraldo Cossalter
48 49
atualmente é aplicado em duas fases. Na primeira fase, o can-
didato deve responder oitenta questões objetivas (múltipla esco-
lha) sobre Direitos Humanos, Código de Defesa do Consumi-
dor, Estatuto da Criança e do Adolescente, Direito Ambiental, 
Direito Internacional, Estatuto da Advocacia e da Ordem dos 
Advogados do Brasil, Regulamento Geral e Código de Ética e 
Disciplina da OAB. 
A prova prático profissional, na segunda fase, consiste na 
redação de uma peça profissional e resposta escrita a outras 
quatro questões. A aprovação no Exame de Ordem é obrigató-
ria para o bacharel em Direito ingressar na Ordem dos Advoga-
dos do Brasil e exercer legalmente a Advocacia, como previsto 
na Lei Federal 8.906-94 (Estatuto da Advocacia). 
O Exame pode ser prestado pelo bacharel em Direito (ain-
da que esteja pendente apenas a sua colação de grau), formado 
em instituição de ensino superior regularmente credenciada. 
Os acadêmicos de Direito do nono e décimo semestres também 
podem fazer as provas. 
Em 2014, para comemorar os quarenta anos da implantação 
do Exame, a OAB SP reeditou - em edição fac-símile - o livro O 
Exame de Ordem como Instrumento de Defesa do Interesse Pú-
blico, de Cid Vieira de Souza, publicado inicialmente quando 
da implantação do Exame em São Paulo. Uma das curiosidades 
da obra é a reprodução de documentos, como provas corrigidas 
e ofícios de juízes de Direito apontando que os advogados esta-
vam maltratando o Português em suas petições. 
Na obra, também fica claro que os questionamentos feitos 
contra o Exame na década de 1970 são bastante similares aos 
de hoje: 
“Trata-se de um segundo vestibular”, “cria discrimina-
ção para os candidatos à Advocacia”, “promove reserva de 
mercado”, “desacredita as faculdades de Direito”. “Nenhum 
PASSEI NA OAB! E AGORA? Geraldo Cossalter
48 49
desses argumentos se sustentou ao longo dos quarenta anos, a 
demonstrar a importância e fundamentação jurídica do Exame 
de Ordem”, finaliza Costa. [1]
Voltando a 1994, com a Lei 8.906, a OAB atualizou seu 
estatuto outra vez; e a aprovação no Exame de Ordem conti-
nuou a ser exigida dos candidatos. Assim, o Exame de Ordem 
continua a ser obrigatório. Isso significa que os aprovados estão 
aptos a praticar a Advocacia. Todavia, existe uma reflexão que 
se faz oportuna:
"O Estágio e o Exame de Ordem, que são obrigatórios, 
devem se transformar em prestígio para as faculdades sérias, 
até porque as faculdades de Direito não formam advogados 
(as), formam bacharéis em Direito, porque, o (a) advogado (a) 
nasce advogado (a). Portanto, não precisa ser formado (a), mas 
moldado. Enquanto o (a) advogado (a) se torna bacharel em 
Direito, a maioria dos bacharéis jamais será advogado (a).”
Pode parecer ter havido uma radical mudança no assunto 
desse capítulo. Todavia, tudo contribui para que se compreenda 
que a maioria dos bacharéis em Direito, está advogado (a) e não 
é advogado (a). Os que se sujeitam receber salários aviltantes 
e insignificantes, tanto como associado ou funcionário, esta-
rá praticando uma Advocacia inexpressiva, sem sentido e sem 
paixão. Obviamente que todos têm o direito de optar pelo que 
entender ser o melhor para a própria carreira. 
Todavia, os (as) que se destacarem, mesmo como empre-
gado (a) ou associado (a), advogando por um salário digno, 
com expressividade e paixão, certamente conseguirão galgar 
patamares altos e atingirão sucesso. Se um dia o exercício da 
[1] Matéria veiculada em 22 de abril de 2014, http://www.oabsp.org.br/notícias.
PASSEI NA OAB! E AGORA? Geraldo Cossalter
50 51
Advocacia não lhe trouxer satisfação e paixão e você não sentir 
coragem para a combativa profissão de advogado (a), é melhor 
repensar e decidir se o exercício da Advocacia é o caminho que 
te fará feliz. 
Entenda que não basta ser empregado (a) ou associado (a), 
porque advogar é muito mais que cumprir prazos, horários e me-
tas. Advogar é buscar soluções não só para o cliente, até porque, 
você já parou para pensar por qual razão um (a) associado (a) ou 
empregado (a) consegue resolver problemas de muitos clientes e, 
ao mesmo tempo, não consegue resolver o seu próprio?
PASSEI NA OAB! E AGORA? Geraldo Cossalter
50 51
COMO MONTAR UM BOM ESCRITÓRIO?
“A esperança é o sonho do homem acordado.”
Aristóteles
Antes de montar um bom escritório, alguns fatores devem 
ser levados em conta, já que, para ter sucesso não basta ter co-
nhecimento, especialização e um bom nome. Algumas conside-
rações devem ser feitas, porque, apesar da atividade da Advo-
cacia ser social, não deixa de ser um negócio. 
Aliás, existem pessoas que jamais pensaram nessa hipóte-
se, pois enxergam a Advocacia como se fosse apenas uma ati-
vidade que envolve necessidades jurídicas do cliente. Isso não é 
verdade. O cliente sempre procura um (a) profissional que tem 
conhecimento, especialização e um bom nome. 
Todavia, a localização do escritório é fundamental, já que 
de nada adiantará ter qualidades profissionais e estar fora do 
alcance dos olhos do cliente. Até porque as regras da Advocacia 
impedem propagandas que ferem o código de ética. Então, de 
nada adiantará contar com a publicidade, por conta de um local 
inadequado. Por outro lado, o valor do aluguel e do condomínio 
ou até mesmo a aquisição de uma sala devem ser levados em 
conta, na hora de montar um bom escritório. 
A localização é fundamental e deve ser condizente com a 
especialidade e o público que se deseja atingir. Um escritório 
PASSEI NA OAB! E AGORA? Geraldo Cossalter
52 53
especializado em Direito Trabalhista, por exemplo, pode captar 
clientes mais facilmente, se estiver localizado em uma rua de 
grande movimento. 
Por outro lado, se estiver localizado dentro de um edifício 
a dificuldade aumenta, em razão da não exposição visual do es-
critório. Em outras palavras, o escritório que estiver localizado 
dentro de um edifício está “escondido”, se comparado ao que 
está em uma rua movimentada. Ao contrário desse exemplo, 
um escritório que atua no ramo do Direito Empresarial poderá 
ter sucesso em ambas. 
O perfil do cliente também deve ser considerado, porque 
nem sempre a localização atingirá todo tipo de cliente. O cus-
to-benefício entre a localização e o valor que será pago pelo 
aluguel e pelo condomínio devem ser levados em conta, porque 
o ramo e o perfil do cliente que se deseja atingir é que irá deter-
minar onde será a melhor escolha. 
Considere também, da mesma forma, se for adquirir um 
determinado imóvel, porque nem sempre é vantajosa a aqui-
sição. A falsa ideia da segurança em razão da aquisição nem 
sempre é vantajosa. É preciso ter cuidado com a avaliação do 
custo-benefício, porque cada caso é um caso. Não adianta ter 
um belo escritório, muito bem equipado e localizado em local 
inadequado. 
Pense que o aspecto do exercício da Advocacia é social. 
Entretanto, a montagem de um escritório deve ser empresarial, 
já que, sem clientes que pagam honorários, não haverá como 
manter o negócio. A não ser que se tenha uma reserva financei-
ra que possa absorver por um bom tempo os custos iniciais de 
funcionamento, até que uma carteira de clientes tenha sido for-
mada. Ultrapassada essa fase, comece por adaptar os móveis, 
decoração e conforto. Os clientes costumam ter admiração por 
escritórios que têm um sofá ou uma poltrona confortável en-
quanto esperam pelo atendimento. 
PASSEI NA OAB! E AGORA? Geraldo Cossalter
52 53
Café, água, ar condicionado e alguns outros confortos também 
ajudam a formar uma imagem positiva.Alguma decoração deve ser 
utilizada. Todavia, com cautela e bom gosto, porque o cliente deseja 
encontrar um ambiente que seja agradável e confiável. 
Contratar um (a) arquiteto (a) de interiores nem sempre é 
possível, porque o início de carreira é bastante difícil. Toda-
via, existem revistas e muito material na internet que podem 
ajudar a montar o escritório com bom gosto e pouco dinheiro. 
Outra forma de montar um bom escritório é visitar escritórios 
de colegas. Pergunte a eles, peça ajuda, opiniões e indicações. 
Afinal, todos passaram por essa fase e os que buscaram ajuda 
certamente puderam evoluir com menos dificuldade. Inclusive 
com relação à localização, peça uma opinião aos colegas que já 
militam, porque eles podem dar boas ideias e informações que 
nunca havíamos pensado. 
Um bom escritório deve ter, além do conforto e decoração:
- Computadores.
- Uma impressora que faça digitalização rápida.
- Internet.
- Linha telefônica (fixo).
- Livros técnicos.
- Sala reservada, para ser utilizada no atendimen-
to de clientes. Lembre-se de que o cliente deseja 
sigilo, e essa sala é primordial para garanti-lo.
- Pequeno estoque de material de consumo, como 
papel, canetas, clips, grampos, pastas etc.
- Escrivaninhas.
- Armário-arquivo de pastas e documentos.
- Sistema operacional de controle de clientes e 
processos, contrato de prestação de serviços e 
procuração.
- Controle – fluxo de caixa (despesas e receitas).
PASSEI NA OAB! E AGORA? Geraldo Cossalter
54 55
Não deixe de aplicar boas ideias. Porém, acompanhe dia-
riamente as necessidades do escritório e faça adaptações e no-
vas implantações. De maneira alguma, tome essas dicas como 
definitivas. Afinal, ninguém melhor que você mesmo (a) para 
saber qual é a melhor localização, quais as necessidades dos 
clientes e quais as soluções que melhor irão surtir efeito para o 
escritório. 
Obtenha formas novas de otimizar sempre lembrando que 
o aspecto social não sobrevive sem receita. Pois as despesas 
para manter um bom escritório são altas e necessárias para o 
sucesso, independentemente do ramo que for militar. Faça um 
projeto, analise e execute com critérios e com bom senso. Isso 
poderá lhe trazer credibilidade, sucesso e satisfação pelo exer-
cício da Advocacia. Todavia, se você desejar iniciar com uma 
estrutura menor, parabéns, porque você já começou e isso é o 
mais importante!
PASSEI NA OAB! E AGORA? Geraldo Cossalter
54 55
 
TER SÓCIOS X NÃO TER SÓCIOS?
“Não te suponhas tão grande, ao ponto de pensares ver os ou-
tros menores que ti.”
 Confúcio
Trabalhar sozinho é uma tarefa árdua. Mas pode ser a op-
ção daqueles que desejam realizar um trabalho artesanal ou um 
trabalho com pouco volume de clientes e processos. Entretanto, 
não significa que não seja possivel realizar um trabalho artesa-
nal com muitos clientes e muitos processos. Afinal, é possível 
contratar advogados (as), estagiários (as) e até mesmo formar 
um quadro de associados. 
O maior desafio talvez seja administrar o escritório, até 
porque as contratações, avaliações e correções relativas ao de-
sempenho devem ser feitos pelo (a) dono (a) do escritório, sem 
contar a administração geral, que é dispendiosa. A não ser que 
se contrate um profissional para tal cargo. Entretanto, vale le-
brar que um profissional desses geralmente custa caro e, mes-
mo assim, o (a) dono (a) do escritório terá que supervisionar tal 
profissional. 
Quando se faz a opção de trabalhar sem um sócio, pode-
mos notar algumas vantagens e algumas desvantagens. A pri-
meira vantagem, aparentemente, é a vantagem financeira, já 
que não haverá divisão de honorários com o sócio. Por outro 
PASSEI NA OAB! E AGORA? Geraldo Cossalter
56 57
lado, as despesas serão suportadas integralmente pelo dono 
do escritório. É matemática pura. Afinal, o bônus sempre vem 
acompanhado do ônus. Outra vantagem é o poder de decisão. 
Porém, a desvantagem é a de não poder contar com a segurança 
de uma segunda opinião acerca das decisões a serem tomadas. 
Geralmente em início de carreira, os (as) jovens advogados (as) 
procuram encontrar soluções para esse grande desafio. Porque 
a inexperiência e a insegurança acabam muitas vezes levando o 
profissional até a desistir da carreira. 
Ter sócio (s) não significa ter sucesso; e não ter sócio (s), 
também não. Por outro lado, o início de carreira pode exigir 
uma sociedade que irá amparar o (s) sócio (s) diante das dificul-
dades e necessidades diárias relativas ao exercício da Advoca-
cia. Uma sociedade também pode ser temporária, ou seja, pode 
ser avençado um prazo de validade, até porque servirá como 
uma espécie de teste de adaptação para todos. 
O tempo poderá dizer se valerá a pena continuar ou não. O 
tempo também irá dizer se houve aprendizado suficiente para 
que os sócios continuem juntos ou não. Antes de decidir se irá 
trabalhar sozinho ou com sócio (s), pense bastante acerca das 
dificuldades que terá no dia a dia no exercício da Advocacia. 
Pense que o telefone tem que ser atendido e um retorno terá que 
ser dado ao cliente. Pense que terá prazos para cumprir. Pense 
que terá audiências, diligências, despachos, reuniões, além da 
administração geral do escritório e mais uma centena de outras 
atividades relativas ao cotidiano da Advocacia. 
Além de tudo, pense que a continuidade dos estudos deve 
ser mantida, porque o Direito não é estático e novas mudanças 
ocorrem com alta frequência. Caso não queira formar uma so-
ciedade, pense então em formar uma parceria que poderá lhe 
dar oportunidades de ganho. Nem sempre todos estão prepa-
rados para ter sócio (s). Todavia, poderemos também concluir 
que nem sempre estamos preparados para assumir uma enorme 
PASSEI NA OAB! E AGORA? Geraldo Cossalter
56 57
carga de responsabilidade e de trabalho isoladamente. O mais 
importante é ter a certeza de que a escolha não trará prejuízos. 
Não apenas o prejuizo financeiro, mas o prejuízo de relaciona-
mentos e principalmente o prejuízo moral e ético. 
Esses dois últimos são muito difíceis de ser esquecidos e 
apagados da carreira, até porque a profissão de advogado (a) 
não permite erros de tal magnitude. É importante atentar que 
uma sociedade poderá muitas vezes promover o crescimento 
financeiro. No entanto, poderá não promover o crescimento do 
relacionamento humano. 
O inverso também é verdadeiro, até porque o crescimento fi-
nanceiro tende a ter a preferência individual, porque é uma meta 
que todos desejam atingir. A grande verdade é que o sonho da 
independência financeira não deve afetar o relacionamento hu-
mano e muito menos a moral e a ética profissional. Também é 
conveniente lembrar que mesmo sem sócio (s) tal verdade tam-
bém deve ser considerada. Afinal, lidamos com pessoas a todo 
momento. E um (a) advogado (a) que não tem (têm) sócio (s) cer-
tamente atingirá (ão) outras pessoas que o rodeiam. 
Mesmo o (s) que têm sócio (s) também atingirá outras pes-
soas, afinal a sociedade não é fechada e nem tampouco secreta 
e, sendo assim, “respingos” podem atingir até terceiros. Quan-
do for decidir qual será a forma que irá trabalhar, faça uma 
análise acerca de tudo que está disponível. 
Analise o lado financeiro, o lado prático e faça uma auto-a-
nálise para entender que tipo de trabalho mais se assemelha ao 
seu perfil profissional. Faça também um estudo detalhado das 
tuas virtudes e dos teus defeitos. Pense que ninguém é perfeito 
(a) ou imperfeito (a). Pretenda encontrar soluções e não ter pro-
blemas, até porque nem sempre um (uns) sócio (s) trará (trarão) 
soluções, pode ser que ele (s) traga (m) problemas. 
Lembre-se sempre dos possíveis colegas de faculdade que 
talvez estejam procurando a mesma coisa. Pode ser que surja 
PASSEI NA OAB! E AGORA? Geraldo Cossalter
58 59
uma sociedade que terá sucesso, em razão doscinco anos que 
juntos passaram pelo curso de Direito. Em certa ocasião, co-
nheci um aluno de Direito do terceiro ano que estava estagian-
do em um escritório de Advocacia com um renomado advogado 
da área cível. Tal advogado passou a confiar naquele estagiário 
e aos poucos foi lhe dando autonomia dentro da legalidade. Um 
ano depois, o escritório havia crescido em razão do trabalho 
que era realizado em equipe. 
Todos trabalharam de forma a atingir o objetivo principal 
que era:
“Atender a todos os requisitos dos clientes, com ética, den-
tro da moralidade, com qualidade, presteza e amizade.”
Certo dia, o advogado e o ex-estagiário, que se tornou ad-
vogado, tornaram-se sócios. Vejam que nem sempre as coisas 
acontecem como imaginamos, porque, em sã consciência, qual 
advogado (a) experiente faria sociedade com um novato? 
A princípio, nenhum (a) advogado (a) experiente faria isso, 
não é mesmo? 
Essa história é real, portanto, pense que tudo depende de 
você. Então, comece já a construir o seu negócio, não importan-
do se individualmente ou em sociedade. Apenas faça benfeito, 
sem medo de mudar ou tentar uma forma diferente que possa 
dar certo. Por fim, lembre-se da perseverança e da vontade de 
aprender do ex-estagiário, que foram somadas à humildade e 
confiança daquele advogado experiente, que formaram os pila-
res do altruísmo e da alteridade daquela sociedade, que conti-
nua prosperando até hoje, em sentido lato sensu.
 Ao meu grande amigo dr. Cristiano Jacob 
 Shimizu. Obrigado por acreditar em mim!
PASSEI NA OAB! E AGORA? Geraldo Cossalter
58 59
COMO CONSTRUIR UMA SOCIEDADE 
DE SUCESSO?
“Advogar, é satisfazer a necessidade do cliente com ética e 
dentro da moralidade, para poder concretizar a própria satis-
fação profissional.” 
 Geraldo Cossalter
 Construir uma sociedade de sucesso não é uma tarefa das 
mais fáceis. Até porque os interesses individuais costumam ge-
rar conflitos. O conflito dos interesses talvez seja o maior im-
pedimento que uma sociedade pode enfrentar rumo ao sucesso. 
Quando tais interesses ficam acima do interesse comum, possi-
velmente estaremos diante de uma sociedade frustrada, porque 
deve haver interesses comuns que levem a sociedade ao sucesso 
de forma equilibrada e harmoniosa. 
Quando há a prevalência do interesse deste ou daquele só-
cio, pode apostar que a sociedade já estará a caminho da derro-
cada. A não ser que um dos lados não se importe em se subor-
dinar aos interesses do outro. A verdade é que, ainda que um 
dos lados acabe se subordinando, tal situação dificilmente irá 
perdurar por muito tempo, já que a natureza humana irá emer-
gir em algum momento da relação societária. 
Porque, suportar uma situação de inferioridade não é da 
natureza humana, visto que haverá uma reação intempestiva ou 
até mesmo planejada, porque ninguém conseguirá manter uma 
PASSEI NA OAB! E AGORA? Geraldo Cossalter
60 61
sociedade desequlibrada por anos a fio. Pode até ser que haja 
sociedades que estejam passando por isso há muitos anos ou até 
mesmo sociedades que funcionem dessa forma por longos anos, 
mas é bem próvável que sejam casos raros. Mesmo porque o ser 
humano é dotado de sentimentos e razão. Exatamente por esses 
motivos, muitas relações societárias acabam ruindo em razão 
de motivos egoísticos. 
Normalmente, o ser humano costuma agir em prol de si 
e dos próprios interesses. Então, a dificuldade para harmoni-
zar a sociedade pode chegar ao cúmulo do impossível, já que 
a prevalência do ego, do poder e da inveja dentre tantos outros 
sentimentos intrínsecos ao homem, acabam comprometendo a 
estabilidade da sociedade. É muito comum em uma sociedade a 
prevalência dos interesses individuais. 
O Direito nos mostra claramente isso, já que para viver em 
sociedade é preciso haver um equilíbrio que visa obrigar deve-
res para garantir direitos. Na verdade, a sociedade que tratamos 
aqui não é exatamente a que vivemos. Todavia, a que tratamos 
faz parte da sociedade que vivemos. 
Lembrando Jean-Jacques Rousseau, que foi um importante 
filósofo, teórico político, escritor e compositor autodidata suíço 
(1712-1778), o homem nasceria bom, mas a sociedade o corrom-
peria. Da mesma forma, o homem nasceria livre, mas por toda 
parte se encontraria acorrentado por fatores como sua própria 
vaidade, fruto da corrupção do coração. O indivíduo se tornaria 
escravo de suas necessidades e daqueles que o rodeiam, o que 
em certo sentido refere-se a uma preocupação constante com 
o mundo das aparências, do orgulho, da busca por reconheci-
mento e status. 
Apesar de Rousseau tratar da sociedade como um todo, 
podemos usar o pensamento dele em uma sociedade de advo-
gados, visto que, apesar de ser uma sociedade formada por um 
número limitado de pessoas, as aparências, o orgulho e a bus-
PASSEI NA OAB! E AGORA? Geraldo Cossalter
60 61
ca pelo reconhecimento e status são comuns a todos os envol-
vidos, bem como em todo tipo de sociedade. Doravante, o (a) 
advogado (a), exatamente por ter conhecimento e entendimen-
to acerca do pensamento não só de Rousseau, mas também de 
tantos outros pensadores, deve atentar para o fato de que uma 
sociedade de sucesso, antes de tudo, tem como objetivo princi-
pal o coletivo e não o individual, por meio da moral, da ética e 
da cooperação mútua. 
Para preservar uma sociedade visando garantir o sucesso, 
acima de tudo, todos devem observar que os atos e desejos de-
vem ser em prol da sociedade e não de determinado indivíduo. 
Uma sociedade de sucesso deve ser, acima de tudo, pautada no 
respeito, na cooperação, na vontade de se obter resultados em 
conjunto, já que não há como ser de outra forma. Uma socieda-
de de sucesso, além do pensamento em prol do conjunto, tam-
bém deve ser pautada na tolerância, na perseverança e no al-
truísmo. Diria que uma sociedade de sucesso nada mais é que:
“A reunião de pessoas dotadas de conhecimento jurídico, 
necessariamente advogados (as), que estejam engajados (as) 
na militância do Direito, que têm pensamentos comuns e indi-
viduais e que buscam obter a justiça para satisfazer a necessi-
dade de seus clientes por meio da atividade da Advocacia, com 
ética e dentro da moralidade, para finalmente concretizar a 
própria satisfação profissional.” 
Uma sociedade de sucesso não depende de investimento fi-
nanceiro apenas, depende muito mais de atitudes que garantam 
a própria evolução, desde que seja pautada na ética e no desejo 
de aprendizado mútuo e constante. O respeito, acima de tudo, 
deve imperar, até porque ele é o alicerce de uma sociedade sau-
dável e duradoura. Uma sociedade de sucesso deve estar emba-
sada no respeito, na cordialidade, na amizade, na tolerância, na 
PASSEI NA OAB! E AGORA? Geraldo Cossalter
62 63
alteridade, na humildade e no altruísmo. Não haverá sociedade 
pautada apenas no interesse financeiro que possa perdurar por 
muito tempo. 
Mesmo porque dinheiro algum poderá comprar a lealdade, 
já que talvez seja ela a concentração de todas as necessidades 
e qualidades que uma sociedade de sucesso necessita ter. Não 
desperdice tempo acreditando que apenas o valor financeiro 
será suficiente para obter uma sociedade de sucesso. 
Assim, lembro uma importante lição do apóstolo Tiago, 
Capítulo 5:2
“Vossas riquezas apodreceram, e vossas roupas finas des-
vaneceram, roídas pela traça.”
Ademais, toda sociedade de sucesso deve ser pautada nas 
riquezas que jamais podem ser roubadas, e as riquezas que po-
dem ser roubadas devem ser aproveitadas por todos os que fa-
zem parte da sociedade.
PASSEI NA OAB! E AGORA? Geraldo Cossalter
62 63
DOIS INVESTIMENTOS INDISPENSÁVEIS
“Respeitar os próprios limites é necessário! Antes de aceitar 
uma causa, reflita e considere o ônus e o bônus. Porque nem 
sempre deixar de aceitar uma

Outros materiais