Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO PAULO LABORATÓRIO DE FÍSICA 1 SÍNTESE DE FÍSICA 1 EXPERIMENTO 1 LUANA SANTOS DE ALMEIDA PROFª. SARAH ALVES 2º SEMESTRE DE 2017 Parte I 1. Tempo de reação humana Os experimentos tiveram como meta medir o tempo de reação humana a estímulos táctil e visual, utilizando materiais simples como um cronômetro e uma régua plástica e tratando estatisticamente desvios humanos e incertezas instrumentais. Apesar de não fornecerem resultados exatos, eles apontam dados interessantes sobre os desvios de medida e sobre a diferença estatisticamente significativa entre o tempo de reflexo aos estímulos táctil e visual. 2. Tratamentos de dados: A confiabilidade de uma medição de grandeza física está sujeita a diversos erros que podem ser sistemáticos e/ou aleatórios. Os erros sistemáticos devem ter sua causa identificada e corrigida, a fim de melhorar a qualidade da medição. Já os erros aleatórios, são causados por fatores os quais não se pode corrigir. Devem, portanto, ser tratados estatisticamente. Para avaliar a precisão das medidas realizadas, utiliza-se a equação (1) média aritmética: (1) Para estimar a confiabilidade média dos valores medidos, calcula-se a incerteza média, ou desvio padrão amostral, utilizando a equação (2): (2) A média dos valores medidos durante o experimento é uma representação combinada e criteriosa dos mesmos e, portanto, mais confiável. Por esse motivo, calcula-se o desvio padrão da média pela equação (3) representada a seguir: (3) Para calcular o tempo de reação visual no experimento baseando-se nas relações físicas de queda livre e comparar com o medido, utiliza-se a equação (4): (4) 2.1 Resultados: Tabela do tempo de reação táctil da sala. Tabela de reação táctil do grupo. tc (s) trp (s) tc (s) trp (s) 1 12,84 0,46 1 1,56 0,39 2 8,88 0,32 2 1,44 0,36 3 7,65 0,27 3 1,37 0,34 4 8,41 0,30 4 1,46 0,37 5 13,47 0,48 Média 0,36 6 9,11 0,33 σ 0,02 7 11,39 0,41 σmédia 0,01 8 10,77 0,38 9 11,35 0,41 10 10,76 0,38 11 10,09 0,36 12 13,40 0,48 13 9,06 0,32 14 9,75 0,35 15 12,68 0,45 16 8,15 0,29 17 10,68 0,38 18 9,72 0,35 19 12,07 0,43 20 10,41 0,37 21 11,38 0,41 22 9,41 0,34 23 10,00 0,36 24 9,60 0,34 25 10,06 0,36 26 10,59 0,38 27 9,97 0,36 28 8,62 0,31 Média 0,37 σ 0,06 σmédia 0,01 Tc : Tempo medido no cronômetro. Trp: Tempo de reação por pessoa. Tabela de reação visual. Nome Luana Bianca Lucas Carol d (cm) t (s) d (cm) t (s) d (cm) t (s) d (cm) t (s) 1 16 0,49 14 0,21 12 0,50 11 0,32 2 15,5 0,22 15 0,25 14 0,19 15 0,25 3 11,5 0,22 13 0,34 10,5 0,22 16 0,40 4 9,5 0,25 15,5 0,25 9 0,25 16 0,25 5 11,5 0,18 4 0,25 8 0,19 16 0,19 Média 0,27 0,26 0,27 0,28 σ 0,12 0,05 0,13 0,08 σmédia 0,06 0,02 0,06 0,04 Tempo calculado. Nome Luana Bianca Lucas Carol 1 0,18 0,17 0,16 0,15 2 0,18 0,17 0,17 0,17 3 0,15 0,16 0,15 0,18 4 0,14 0,18 0,14 0,18 5 0,15 0,09 0,13 0,18 Média 0,16 0,16 0,15 0,17 σ 0,02 0,04 0,02 0,01 σmédia 0,01 0,02 0,01 0,01 Tempo de reação táctil da sala: 0,37 ± 0,01 segundos. Tempo de reação táctil no grupo: 0,36 ± 0,01 segundos. Tempo de reação visual medido: Luana: 0,27 ± 0,06 segundos. Bianca: 0,26 ± 0,02 segundos. Lucas: 0,27 ± 0,06 segundos. Carol: 0,28 ± 0,04 segundos. Tempo de reação visual calculado: Luana: 0,16 ± 0,01 segundos. Bianca: 0,16 ± 0,02 segundos. Lucas: 0,15 ± 0,01 segundos. Carol: 0,17 ± 0,01 segundos. 3. Discussão: O ser humano é considerado relativamente lento para desencadear certos tipos de reações. O tempo de reação ou reflexo é o intervalo de tempo decorrido entre o envio da mensagem no cérebro ao receber um estímulo (visual, táctil, auditivo, dentre outros) e o instante de execução de uma resposta ou reação física. Analisando os resultados do experimento de reação táctil, quando comparado os valores obtidos com a turma inteira, que foi de 0,37 ± 0,01 segundos e o feito por um grupo menor, que foi de 0,36 ± 0,01 segundos, os resultados estão próximos estando os valores dentro das variações de incertezas calculadas um do outro. No experimento de reação visual, os valores de tempo de reação por pessoa que foram medidos durante a execução do experimento são muito diferentes dos valores obtidos através do cálculo de queda livre, uma diferença de 0,1 segundos, isso quer dizer que, como utilizamos uma terceira pessoa para medir com o cronômetro, há dentro dos resultados obtidos o tempo de reação dessa pessoa para medição, o que torna esses valores duvidosos. Sendo assim, o tempo de reação visual calculado tem maior confiabilidade. Ao compararmos os resultados dos experimentos de reação táctil e visual, onde foi obtido 0,37 ± 0,01 segundos para o tempo de reação táctil e o maior tempo de reação visual dentre os integrantes do grupo foi de 0,17 ± 0,01 segundos, é possível dizer que o tempo de reação visual é menor do que o tempo por estimulo táctil. 4. Conclusão A partir dos dados adquiridos de acordo com o procedimento experimental disponibilizado, depois de realizar todos os cálculos necessários e comparando os dois experimentos, pode-se concluir que existe uma diferença significativa entre o tempo de reação táctil e visual, sendo a reação visual menor (0,17 ± 0,01 segundos) do que a reação táctil (0,37 ± 0,01 segundos). Portanto, é possível afirmar que o tempo de ação/reação obtido está dentro do padrão dos seres humanos, devido ao percurso de transmissão dos estímulos ligados ao tato e a visão. Parte II 4. Densidade dos sólidos A densidade é uma grandeza que expressa a razão entre a massa de um material e o volume por ele ocupado. 𝑑 = 𝑚 𝑉 Onde m é a massa do material e V é o seu volume. Uma das maneiras de obter experimentalmente a densidade de uma substância é medir sua massa e seu volume para em seguida calcular a sua densidade. Dessa maneira, o valor da densidade e sua incerteza dependem de outras duas medidas. 5. Propagação de erros Seja w uma grandeza calculada em função de outras grandezas x, y, z, ...: 𝑤=𝑤(𝑥,𝑦,𝑧,…). Os erros nas variáveis x, y, z, são independentes entre si, o erro σw na grandeza w é dado em primeira aproximação por: σw2 = ( ∂w ∂x )2σx 2 + ( ∂w ∂y )2σy 2 + ( ∂w ∂z )2σz 2 + ⋯ Este método de propagação de incertezas leva em conta as combinações mais prováveis das incertezas das medidas x, y, z, considerando que todas obedecem a uma distribuição de probabilidades gaussiana. Utilizando a equação acima, deduziu-se a propagação de erro para: - Volume de um quadrilátero: V= x.y.z σv 2 = ( ∂v ∂x )2σx 2 + ( ∂v ∂y )2σy 2 + ( ∂v ∂z )2σz 2 σv 2 = (y. z)2σx 2 + (x. z)2σy 2 + (xy)2σz 2 - Volume de um cilindro: 𝑟 = 𝐷 2 𝑉 = 𝜋. 𝑟2. ℎ 𝑉 = 𝜋.𝐷2.ℎ 4 σv 2 = ( ∂v ∂D )2σD 2 + ( ∂v ∂h )2σh 2 σv 2 = ( π.D.h 2 )2σD 2 + ( π.𝐷2 4 )2σh 2 -Volume de uma esfera: 𝑟 = 𝐷 2 𝑉 = 4𝜋.𝑟3 3 𝑉 = 𝜋.𝐷3 6 σv 2 = ( ∂v ∂D )2σD 2 σv 2 = ( π.𝐷2 2 )2σD 2 6. Análise de dados Todos os dados obtidos e os resultados dos cálculosde incertezas estão na tabela abaixo: Sólido Pça Dominó Dado Vela Ficha Pocker Bola isopor Pça Dominó Dado Vela Ficha Pocker Bola isopor M (g) 14,9657 6,6055 27,5926 3,5494 0,6290 14,9657 6,6055 27,5926 3,5494 0,6290 σ 0,0001 0,0001 0,0001 0,0001 0,0001 0,0001 0,0001 0,0001 0,0001 0,0001 x1 4,80 1,70 3,50 3,80 3,40 4,860 1,800 3,615 3,850 3,410 x2 4,60 1,80 3,40 3,80 3,50 4,870 1,800 3,610 3,840 3,420 x3 4,80 1,79 3,60 3,80 3,40 4,855 1,790 3,620 3,860 3,420 xm 4,73 1,76 3,50 3,80 3,43 4,862 1,797 3,615 3,850 3,417 σx inst 0,05 0,05 0,05 0,05 0,05 0,005 0,005 0,005 0,005 0,005 σx estat 0,12 0,06 0,10 0,00 0,06 0,008 0,006 0,005 0,010 0,006 σx total 0,13 0,07 0,11 0,05 0,08 0,009 0,008 0,007 0,011 0,008 y1 2,10 1,72 3,00 0,20 2,435 1,790 2,960 0,240 y2 2,20 1,70 2,90 0,20 2,440 1,780 2,970 0,250 y3 2,20 1,70 2,90 0,20 2,435 1,800 2,970 0,260 ym 2,17 1,71 2,93 0,20 2,437 1,790 2,967 0,250 σy inst 0,05 0,05 0,05 0,05 0,005 0,005 0,005 0,005 σy estat 0,06 0,01 0,06 0,00 0,003 0,010 0,006 0,010 σy total 0,08 0,05 0,08 0,05 0,006 0,011 0,008 0,011 z1 0,90 1,70 0,960 1,800 z2 0,80 1,72 0,970 1,790 z3 0,80 1,72 0,960 1,800 zm 0,83 1,71 0,963 1,797 σz inst 0,05 0,05 0,005 0,005 σz estat 0,06 0,01 0,006 0,006 σz total 0,08 0,05 0,008 0,008 V 8,55 5,16 28,18 2,27 21,12 11,412 5,778 30,437 2,909 20,879 σv 0,56 0,27 0,93 0,57 0,93 0,065 0,028 0,099 0,059 0,092 Paquímetro (cm)Régua (cm) Tabela de Densidades 7. Discussão Os volumes obtidos e suas incertezas nos mostram como a diferença de apenas uma casa decimal influencia na confiabilidade dos valores obtidos. Comparando o volume calculado pelas medições feitas com a régua e as feitas com o paquímetro, 8,55 ± 0,56 cm3 e 11,412 ± 0,065 cm3 respectivamente para a peça de dominó, por exemplo, nota-se que as incertezas não abrange o outro valor, ou seja, são valores significativamente distantes entre si. Como o paquímetro tem uma precisão maior em relação a régua, seu desvio é menor, podendo dizer que é o volume mais próximo do real. Comparando os resultados obtidos no cálculo da densidade é possível notar uma significativa diferença entre os valores para o mesmo objeto, devido a precisão de cada instrumento de medida utilizado, como régua, paquímetro e balança, que influenciam nos resultados. As densidades da bola de isopor e da vela estão bem próximas entre os valores obtidos com régua e paquímetro. Já o dado, a ficha de pocker e a peça de dominó tiveram variação considerável entre régua e paquímetro. 8. Conclusão Com os resultados obtidos neste experimento, podemos afirmar que, para que exista uma maior confiabilidade nos valores medidos deve ser levada em consideração a precisão para esta medida. Foram comparados os valores de medida entre um paquímetro e uma régua, onde obteve-se uma margem de incerteza grande para régua em relação ao que foi obtido com o paquímetro, a propagação das incertezas nos mostra a influencia dessa medição para o cálculo de volume, onde ocorre variações consideráveis entre os resultados de cada instrumento . Portanto, sempre que for necessário ter-se um valor mais próximo do valor real é mais confiável utilizar o instrumento com precisão maior. Régua (cm3/g) Pça Dominó Dado Vela Ficha Pocker Bola isopor 1,75 1,28 0,98 1,56 0,03 Paquímetro (cm3/g) Pça Dominó Dado Vela Ficha Pocker Bola isopor 1,311 1,143 0,907 1,220 0,030 9. Referências bibliográficas TAYLOR, John R. “Introdução à Análise de Erros – O estudo de incertezas em medições físicas”. Ed. Bookman, 2ª edição. Porto Alegre, 1997. SERWAY, Ryamond A.; JEWETT JR, John W. “Princípios de física”, volume 1 mecânica clássica, 3ª edição, Thomson Learning, São Paulo, 2004.
Compartilhar