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Leia o texto a seguir para responder às questões. 
 
 
A palavra 
Martha Medeiros 
 
Freud costumava dizer que os escritores precederam os psicanalistas na descoberta 
do inconsciente. Tudo porque literatura e psicanálise têm um profundo elo em comum: 
a palavra. 
Já me perguntei algumas vezes como é que uma pessoa que tem dificuldade com a 
palavra consegue externar suas fantasias e carências durante uma terapia. Consultas 
são um refinado exercício de comunicação. Se relacionamentos amorosos fracassam 
por falhas na comunicação, creio que a relação terapêutica também poderá naufragar 
diante da impossibilidade de o paciente se fazer entender. 
Estou lendo um belo livro de uma autora que, além de poeta, é psicanalista, Sandra 
Niskier Flanzer. E o livro se chama justamente “a pa-lavra”, assim, em minúsculas e 
salientando o verbo contido no substantivo. Lavrar: revolver e sulcar a terra, prepará-la 
para o cultivo. 
Se eu tenho um deus, e tenho alguns, a palavra é certamente um deles. Um deus 
feminino, porém não menos dominador. Ela, a palavra, foi determinante na minha 
trajetória não só profissional, mas existencial. Só cheguei a algum lugar nessa vida por 
me expressar com clareza, algo que muitos consideram fácil, mas fácil é escrever com 
afetação. A clareza exige simplicidade, foco, precisão e generosidade. A pessoa que 
nos ouve e que nos lê não é obrigada a ter uma bola de cristal para descobrir o que 
queremos dizer. Falar e escrever sem necessidade de tradução ou legenda: eis um 
dom que é preciso desenvolver todos os dias por aqueles que apreciam viver num 
mundo com menos obstáculos. 
A palavra, que ferramenta. 
É uma pena quer haja tamanha displicência em relação ao seu uso. Poucos se dão 
conta de que ela é a chave que abre as portas mais emperradas, que ela facilita 
negociações, encurta caminhos, cria laços, aproxima as pessoas. Tanta gente nasce e 
morre sem dialogar com a vida. Contam coisas, falam por falar, mas não conversam, 
não usam a palavra como elemento de troca. Encantam-se pelo som da própria voz e, 
nessa onda narcísica, qualquer palavra lhes serve. 
Mas não. Não serve qualquer uma. 
A palavra exata é um pequeno diamante. Embeleza tudo: o convívio, o poema, o 
amor. Quando a palavra não tem serventia alguma, o silêncio mantém-se no posto 
daquele que melhor fala por nós. 
Em terapia – voltemos ao assunto inicial – temos que nos apresentar sem defesas, 
relatar impressões do passado, tornar públicas nossas aflições mais secretas, perder o 
pudor diante das nossas fraquezas, ser honestos de uma forma quase violenta, tudo 
em busca de uma “absolvição” que nos permita viver sem arrastar tantas correntes. 
Como atingir o ponto nevrálgico das nossas dores sem o bisturi certeiro da palavra? É 
através dela que a gente se cura. 
 
(Revista O GLOBO, 18 de setembro de 2011, página 28) 
 
1) O homem se comunica com seus semelhantes por meio da linguagem e, 
nesse processo, a linguagem verbal, isto é, por meio da palavra, ganha 
destaque especial. Nesta crônica, Martha Medeiros fala da importância da 
palavra, na comunicação. 
Dentre as seis funções da linguagem elencadas por Jakobson, identifique a 
que predomina nos trechos a seguir: 
 
A palavra exata é um pequeno diamante. Embeleza tudo: o convívio, o poema, 
o amor. 
 
_______________________________________________________________ 
_______________________________________________________________ 
_______________________________________________________________ 
_______________________________________________________________ 
 
E o livro se chama justamente “ a pa-lavra”, assim, em minúsculas e 
salientando o verbo contido no substantivo. Lavrar: revolver e sulcar a terra, 
prepará-la para o cultivo. 
_______________________________________________________________ 
_______________________________________________________________ 
_______________________________________________________________ 
_______________________________________________________________ 
_______________________________________________________________ 
2) Entende-se por “coesão textual” a unidade formal do texto, isto é, a conexão 
interna entre seus enunciados. Identifique, no fragmento a seguir, os referentes 
do(s) termo(s) sublinhado(s): 
 
É uma pena quer haja tamanha displicência em relação ao seu uso. Poucos se 
dão conta de que ela é a chave que abre as portas mais emperradas, que ela 
facilita negociações, encurta caminhos, cria laços, aproxima as pessoas. Tanta 
gente nasce e morre sem dialogar com a vida. Contam coisas, falam por falar, 
mas não conversam, não usam a palavra como elemento de troca. 
 
a) seu:__________________________________________________________ 
b) ela:__________________________________________________________ 
c) contam: ______________________________________________________ 
 
3) A “coesão interfrásica” revela a interdependência semântica entre frases por 
meio de conectores e de pausas. Reescreva as frases abaixo num só período, 
fazendo as alterações necessárias à coesão textual e expressando, por 
conectores, a relação semântica sugerida pelas pausas, sem alterar o sentido 
do texto: 
 
a) Martha Medeiros conseguiu atingir seus objetivos. Ela sabe se expressar 
com clareza. 
_______________________________________________________________ 
_______________________________________________________________ 
_______________________________________________________________ 
_______________________________________________________________ 
_______________________________________________________________ 
b) Segundo a autora, a palavra é muito importante. Há muita displicência em 
relação ao seu uso. 
_______________________________________________________________ 
_______________________________________________________________ 
_______________________________________________________________ 
_______________________________________________________________ 
 
4) Os sete fatores da textualidade apresentados por Beaugrande e Dressler 
(1981) concentram-se em torno de três eixos: TEXTO, INTERLOCUTORES, 
CONTEXTO. O enunciado a seguir se refere a qual desses eixos? Comente. 
A clareza exige simplicidade, foco, precisão... 
_______________________________________________________________ 
_______________________________________________________________ 
_______________________________________________________________ 
_______________________________________________________________ 
_______________________________________________________________ 
 
 
5) Observe o enunciado seguinte e faça um comentário sobre a coesão 
temporal. 
 
Se eu tenho um deus, e tenho alguns, a palavra é certamente um deles. 
_______________________________________________________________ 
_______________________________________________________________ 
_______________________________________________________________ 
_______________________________________________________________ 
_______________________________________________________________ 
 
 
 
GABARITO 
1) O primeiro trecho destaca a própria “mensagem” como elemento de 
comunicação. Pela comparação metafórica da “palavra” a um “diamante”, ou 
por sua atuação num “poema”, pode-se entender que predomina a “função 
poética” da linguagem, a serviço da própria “palavra”, ao se valorizar o texto, 
ou seja, a mensagem por meio da seleção de palavras, imagens ou jogo de 
ideias. Também a “função emotiva” poderia ser evocada pela possibilidade 
de revelação do mundo interior do enunciador, de seus sentimentos, como a 
expressão do “amor”, por exemplo. 
 
O segundo trecho focaliza o próprio código, ao se desmembrar a “palavra” em 
segmentos significativos: “E o livro se chama justamente „a pa-lavra‟, assim, em 
minúsculas e salientando o verbo contido no substantivo. Lavrar: revolver e 
sulcar a terra, prepará-la para o cultivo”, o que evidencia o predomínioda 
“função metalinguística”. (Cadernos Didáticos, Aula 1, páginas 16 e 17) 
 
2) a) (uso) da palavra 
b) ela: a palavra 
c) contam: o referente explícito é “tanta gente”, mas se poderia considerar 
(na verdade, ocorre uma concordância ideológica – silepse de número – entre 
o referente expresso “gente” e a ideia contida nesta palavra: muitas pessoas) 
como referente, “pessoas”, inclusive, por haver uma referência anterior a “as 
pessoas”, no texto. (Cadernos Didáticos, Aula 8, páginas 128-132) 
 
3) 
 
a) Martha Medeiros conseguiu atingir seus objetivos. porque sabe se 
expressar com clareza. RELAÇÃO DE CAUSALIDADE, em sentido amplo. 
Aceitar, portanto, qualquer conector que expresse essa relação: causais, 
conclusivos, consecutivos, explicativos. 
 
b) Segundo a autora, a palavra é muito importante, mas há muita displicência 
em relação ao seu uso. RELAÇÃO DE CONTRAEXPECTATIVA. 
Não serão aceitas respostas com emprego de “embora” em que haja mudança 
de foco. 
Com “embora”, a resposta correta é: 
Embora segundo a autora, a palavra seja muito importante, há muita 
displicência em relação ao seu uso. (Cadernos Didáticos, Aula s 6 e 7) 
 
4) Ao TEXTO, pois a clareza, a concisão e o foco são características de um 
texto que apresente COERÊNCIA (harmonia de sentido entre os enunciados), 
COESÃO (índices formais que garantem a conexão entre as partes do texto) e 
INFORMATIVIDADE (precisão entre as informações novas e dadas). Cadernos 
(Didáticos, Aula 2, páginas 33 e 34) 
 
5) Observa-se a articulação entre os tempos e modos verbais entre as duas 
orações que compõem o período: ao presente do indicativo, na primeira 
oração, iniciada pela conjunção condicional “se” , corresponde o presente do 
indicativo , na segunda oração. (Cadernos Didáticos, Aula 5, páginas 85-87) 
 
 
Valor das questões: 
Questão 1: 2,0 pontos (1,0 ponto para cada segmento) 
Questão 2: 3,0 pontos(1,0 para cada letra) 
Questão 3: 2,0 pontos (1,0 ponto para cada letra) 
Questão 4: 2,0 pontos 
Questão 5: 1 ponto 
OBSERVAÇÕES: 
1) Descontar 0,5 por erros de Português 
2) Consideram-se erros de português, em ordem decrescente de importância: 
Concordância verbal e nominal; regência verbal e nominal; crase 
Ortografia, seleção lexical 
3) Pontuar uma única vez o mesmo erro.

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