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A indústria de seguros no Brasil
Transformação e crescimento
em um país de oportunidades 
I I
I I I
IV
1
A indústria de seguros no Brasil
Transformação e crescimento
em um país de oportunidades 
	
.
Direção geral do projeto
Clodomir	Félix	F.	C.	Junior
Coordenação editorial
Renato	de	Souza
Mtb	26.563
Produção editorial 
Ester	Rossi	
Mtb	47.283/SP
Apoio à produção
Laura	Paoletti	
Sthefani	Tironi
Produção gráfica e pesquisa de imagem
Elisa	Paulillo
Otavio	Sarsano
Complementação de informações econômicas
Fernando	Ruiz
Giovanni	Cordeiro
Aline	Oshiro
Revisão
Sonia	Hagemann
Versão em inglês
Unitrad	–	Profissionais	em	tradução
Arte
Mare	Magnum
Fotos
Walter	Craveiro	(fotógrafo	oficial	do	projeto)
Nelson	Toledo	(Enrico	De	Vettori	e	João	Batista	Pinto)
Gilberto	Alves	(Jérôme	Garnier)
Jorge	Luiz	–	ANS	(Mauricio	Ceschin)
Nilton	Santana	(Fabio	Luchetti)
Gabriel	Sales	–	Photocamera	(Carlos	Augusto	Pinto	Filho)
Gráfica
Intergraf	Ind.	Gráfica	Ltda.	
Tiragem
1.700	exemplares	na	versão	em	português
300	exemplares	na	versão	em	inglês
Empresas e entidades colaboradoras
Agência	Nacional	de	Saúde	Suplementar	(ANS)	
Aon	Risk	Solutions
Banco	do	Brasil	
Bradesco	Seguros
Caixa	Seguros
CESCEBRASIL	Seguros	
HDI	Seguros
IRB-Brasil	Re
Itaú	Auto	e	Residência	S.A.
MAPFRE	Seguros
Marítima	Seguros	S.A.
Marsh	Brasil
OdontoPrev
Porto	Seguro	
SulAmérica	
Superintendência	de	Seguros	Privados	(Susep)
•• As	estatísticas	mencionadas	neste	livro	refletem	a	última	informação	disponível	no	fechamento	da	publicação.	A	divulgação	
de	dados	pela	imprensa	ou	por	quaisquer	outras	fontes	do	mercado	que	venham	a	atualizar	as	estatísticas	aqui	expostas	não	
invalida,	de	forma	alguma,	o	propósito	informativo	desta	obra,	que	é	o	de	articular	movimentos	e	tendências	essenciais	que	se	
estabelecem	e	se	desenvolvem	ao	longo	de	anos,	a	despeito	de	mudanças	pontuais	ou	ciclos	curtos	da	economia	e	dos	negócios.
•• O	conteúdo	dos	artigos	assinados	pelos	articulistas	colaboradores	desta	publicação	não	reflete	necessariamente		
as	opiniões	da	Deloitte.
•• Estão	reservados	à	Deloitte	todos	os	direitos	autorais	desta	obra.	A	reprodução	de	páginas	deste	livro	está	vetada	e	a	citação		
de	informações	nele	contidas	está	sujeita	à	autorização	prévia,	da	Deloitte	e	dos	articulistas	colaboradores,	mediante	consulta	
formal	e	comprometimento	de	citação	de	fonte.
Filiada	à	Associação	Brasileira		
de	Comunicação	Empresarial		
(Aberje)
Contato	para	leitores	desta	obra:	comunicacao@deloitte.com
Sobre a Deloitte
A	Deloitte	oferece	serviços	nas	áreas	de	Auditoria,	Consultoria,	Consultoria	Tributária,	Corporate	Finance	e	
Outsourcing	para	clientes	dos	mais	diversos	setores.	Com	uma	rede	global	de	cerca	de	182.000	profissionais	
atuando	a	partir	de	firmas-membro	em	mais	de	150	países,	a	Deloitte	reúne	habilidades	excepcionais	e	um	
profundo	conhecimento	local	para	ajudar	seus	clientes	a	alcançar	o	melhor	desempenho,	qualquer	que	seja	
o	seu	segmento	ou	região	de	atuação.	No	Brasil,	onde	atua	desde	1911,	a	Deloitte	é	uma	das	líderes	de	
mercado	e	seus	cerca	de	4.500	profissionais	são	reconhecidos	pela	integridade,	competência	e	habilidade	
em	transformar	seus	conhecimentos	em	soluções	para	seus	clientes.	Suas	operações	cobrem	todo	o	território	
nacional,	com	escritórios	em	São	Paulo,	Belo	Horizonte,	Brasília,	Campinas,	Curitiba,	Fortaleza,	Joinville,		
Porto	Alegre,	Rio	de	Janeiro,	Recife	e	Salvador.
“Deloitte”	refere-se	à	sociedade	limitada	estabelecida	no	Reino	Unido	“Deloitte	Touche	Tohmatsu	Limited”	e	sua	rede	de	firmas-membro,	cada	qual	
constituindo	uma	pessoa	jurídica	independente.	Acesse	www.deloitte.com/about	para	uma	descrição	detalhada	da	estrutura	jurídica	da	Deloitte	Touche	
Tohmatsu	Limited	e	de	suas	firmas-membro.
©	2011	Deloitte	Touche	Tohmatsu.	Todos	os	direitos	reservados.
A	excelência	da	indústria	financeira	do	Brasil	é	hoje	reconhecida	em	todo	o	
mundo,	contribuindo	para	projetar	o	País	como	um	mercado	de	fato	atraente	
para	os	principais	agentes	internacionais.
	
Os	sólidos	fundamentos	das	organizações	desse	setor	se	traduzem	em	ótimos	
níveis	de	rentabilidade,	ofertas	diversificadas	de	produtos,	penetração	crescente	
em	faixas	pouco	exploradas	da	população,	invejável	base	tecnológica	e	
destacável	estrutura	de	gestão	de	riscos.
	
O	setor	de	seguros	é,	sem	dúvida,	parte	muito	importante	dessa	nossa	robusta	
indústria	financeira.	Mais	do	que	isso,	ele	representa	hoje	um	mercado	vibrante,		
em	forte	expansão	e	consolidando	um	nível	significativo	de	maturidade.
	
O	atual	sucesso	do	nosso	mercado	segurador	é	resultado	não	apenas	de	um	
momento	promissor	da	economia	e	do	ambiente	de	negócios	do	País,	mas,	
sobretudo,	da	capacidade	das	próprias	empresas	que	o	constituem	em	se	
reinventar	permanentemente.
	
A	Deloitte,	que	já	completou	100	anos	de	atuação	no	Brasil,	se	orgulha	em	ter	
historicamente	apoiado	as	organizações	que	compõem	toda	a	nossa	cadeia	do	
mercado	de	seguros	e	financeiro	em	geral.	Em	nosso	segundo	século	no	País,	
queremos	continuar	participando	ativamente	do	processo	de	crescimento	e	
transformação	desse	setor.
Esta	coletânea	de	artigos	que	organizamos,	com	alguns	dos	principais	executivos	
desse	mercado,	nos	oferece	uma	visão	panorâmica	sobre	um	dos	setores	mais	
promissores	da	economia	nacional.	Desejamos	a	todos	uma	ótima	leitura.	
	
Juarez Lopes de Araújo
Presidente	da	Deloitte
Uma visão sobre o nosso 
vibrante mercado de seguros
“Em nosso 
segundo 
século no País, 
queremos 
continuar 
participando 
ativamente 
do processo de 
crescimento e 
transformação 
desse setor.”
Carlos Augusto Pinto Filho
Coordenador-geral	de	
Monitoramento	de	Solvência	
da	Superintendência	de	
Seguros	Privados	(Susep)
Cristiano Furtado
CFO	da	Marsh	Brasil
Duarte Marinho Vieira
Superintendente	técnico	
atuarial	da	MAPFRE	Seguros	
e	professor	de	Ciências	
Atuariais	da	Pontifícia	
Universidade	Católica	(PUC)
Fabio Luchetti
Vice-presidente	executivo		
da	Porto	Seguro
Francisco Caiuby Vidigal
Presidente	da		
Marítima	Seguros	S.A.	e	
Marítima	Saúde	Seguros	S.A.
Jérôme Garnier
Diretor	financeiro	da		
Caixa	Seguros
Leonardo André Paixão	
Presidente	do	IRB-Brasil	Re
Marcelo Homburger 
Vice-presidente	de		
Recursos	Técnicos	da		
Aon	Risk	Solutions
Articulistas colaboradores
Deloitte•–•liderança•local•e•global
Clodomir Félix
Líder	da	Deloitte	
no	Brasil	para	
a	indústria	
financeira
Joe Guastella
Líder	global	da	
Deloitte	para	
a	indústria	de	
seguros
Chris Harvey
Líder	global		
da	Deloitte		
para	a	indústria	
financeira
Marco Antonio Rossi
Presidente	do	Grupo	
Bradesco	Seguros
Mauricio Ceschin		
Diretor-presidente	da	
Agência	Nacional	de	Saúde	
Suplementar	(ANS)
Murilo Setti Riedel		
Vice-presidente	da		
HDI	Seguros	e	responsável	
pelas	áreas	técnicas	de	
Seguros,	Resseguros	e	
Sinistros
Ney Ferraz Dias	 	
Diretor	geral	do	
Itaú	Auto	e	Residência	S.A.
Patrick de Larragoiti Lucas
Presidente	do	Conselho	de	
Administração	da	SulAmérica	
Seguros	e	Previdência
Paulo Rogério Caffarelli 
Vice-presidente	de	Novos	
Negócios	de	Varejo	do		
Banco	do	Brasil
Randal Zanetti		
Presidente	da	OdontoPrev
Valmir Forni
Diretor	administrativo	
financeiro	da	CESCEBRASIL	
Seguros	
Deloitte•–•expertise•na•indústria•e•na•prática•de•negócios
Enrico De Vettori
Sócio	da	área	
de	Consultoria	
da	Deloitte	e	
especialista	no	setor	
de	saúde
João Batista Pinto
Diretor	da	prática	de	
Atuária	da	Deloitte
6
Um setor 
que avança com 
o novo Brasil
Para analisar o universo de transformações pelas quais passa 
o mercado segurador, nada melhor do que uma coletânea de 
artigos de executivos e especialistas que conhecem a fundo 
o setor e trabalham pelo seu desenvolvimento.
O	mercado	de	seguros	vivencia	no	Brasil	um	momento	inédito,	marcadopor	acentuados	níveis	de	expansão	em	
praticamente	todos	os	segmentos	e	tipos	
de	produto	e,	principalmente,	por	amplas	
oportunidades	nas	mais	diversas	frentes.	
Uma	série	de	fatores	tem	contribuído	para	
que	essa	indústria	avance	rapidamente	para	
consolidar	conquistas	históricas	e	efetivar	
seu	reconhecido	potencial	de	crescimento	
em	uma	das	principais	economias	
emergentes	do	mundo.
O	primeiro	facilitador	dos	avanços	
recentes	desse	setor	está	ligado	à	própria	
estabilidade	econômica	do	País,	que	passou	
a	proporcionar	nas	últimas	duas	décadas	
uma	maior	capacidade	de	planejamento	
para	consumidores	e	empresas,	a	fim	de	
aumentar	o	interesse	por	produtos	de	seguro.
Outro	determinante	dessa	nova	realidade	–	
talvez	o	mais	significativo	de	todos	pela	sua	
abrangência	–	tem	sido	a	exuberância	do	
nosso	mercado	interno,	com	a	elevação	do	
poder	de	consumo	de	partes	significativas	
da	população.	A	chamada	“nova	classe	
média”,	que	já	vinha	desencadeando	
mudanças	em	diversos	setores	econômicos,	
busca	agora	meios	para	preservar	seus	bens	
adquiridos	e	garantir	segurança	e	um	futuro	
mais	estável	para	sua	família.	Desse	modo,	
grandes	oportunidades	continuarão	a	se	
abrir	para	certos	segmentos	de	seguros.	
O	próprio	microsseguro,	em	vias	de	ser	
regulamentado	no	País,	projeta-se	como	
alternativa	importante	nesse	contexto.
Felizmente,	as	excelentes	perspectivas	
para	o	mercado	segurador	se	sustentam	
não	apenas	como	reflexo	de	eventos	
socioeconômicos	do	passado	recente.	
Muito	pelo	contrário,	há	razões	para	se	
Introdução
7
Clodomir Félix
Líder	da	Deloitte	
no	Brasil	para	a	
indústria	financeira
acreditar	na	manutenção	do	crescimento	
em	médio	e	longo	prazos,	em	decorrência	
de	fenômenos	econômicos,	mercadológicos	
e	até	demográficos	em	curso.
A	retomada	dos	investimentos	em	
infraestrutura,	por	exemplo	–	associados	
ou	não	à	realização	dos	megaeventos	
esportivos	de	2014	e	2016	–,	traz	sinais	
promissores	para	segmentos	como	o	
resseguro	e	o	seguro	patrimonial.	A	própria	
instabilidade	vigente	em	economias	
maduras	deve	contribuir,	por	sua	vez,	para	
que	o	setor	de	seguros	brasileiro	permaneça	
atrativo	a	investimentos	estrangeiros,	em	
particular,	diante	do	movimento	de	abertura	
que	o	mercado	local	tem	vivenciado.	E	a	
relevância	cada	vez	maior	da	População	
Economicamente	Ativa	(PEA)	na	sociedade	
brasileira	tende	a	concretizar	o	que	se	vem	
chamando	de	“bônus	demográfico”,	com	
um	número	maior	de	pessoas	produzindo,	
consumindo	e	gerando	ainda	mais	
oportunidades	para	a	indústria	seguradora.
Diante	desse	cenário	sem	precedentes,	
a	indústria	de	seguros	no	Brasil	vem	
promovendo	uma	transformação	contínua	
nos	mais	diversos	âmbitos:	das	estratégias	
de	negócio	adotadas	à	introdução	de	
modelos	de	operação	mais	eficientes,	de	
novos	mecanismos	de	crescimento	ao	uso	
de	canais	alternativos	de	distribuição.	É	para	
tratar	desse	universo	de	transformações	em	
um	ambiente	propício	ao	crescimento	que	
a	Deloitte	decidiu	convidar	executivos	e	
especialistas	para	expor	suas	visões	sobre	o	
desenvolvimento	do	mercado	segurador.
Desse	modo,	“A	indústria	de	seguros	no	
Brasil	–	Transformação	e	crescimento	
em	um	país	de	oportunidades”	é	uma	
coletânea	de	artigos	que	percorre	os	grandes	
determinantes	das	mudanças	e	da	expansão	
8
desse	setor.	O	primeiro	capítulo	do	livro	
(“Além	da	tempestade”)	trata	da	conjuntura	
internacional	do	mercado	de	seguros,	com	os	
líderes	globais	da	Deloitte	para	as	indústrias	
financeira	e	de	seguros	–	Chris	Harvey	e	Joe	
Guastella,	respectivamente	–	discorrendo	
a	respeito	dos	novos	determinantes	da	
dinâmica	do	setor.	Os	cinco	artigos	do	
segundo	capítulo	(“O	país	do	presente	
se	revela”)	discorrem	sobre	como	o	novo	
cenário	social	brasileiro	vem	trazendo	
oportunidades	inéditas	para	as	seguradoras.	
O	capítulo	“Horizonte	sem	fim”	trata	da	
relação	entre	o	mercado	de	seguros	e	os	
caminhos	que	o	capital	vem	tomando,	no	
mundo	e,	em	particular,	no	Brasil.
Já	o	quarto	capítulo	(“Pela	saúde	do	
brasileiro”)	inclui	artigos	sobre	os	desafios	e	
as	perspectivas	para	os	seguros	de	saúde	e	
odontológico.	Os	aspectos	de	gestão,	que	
vão	da	precificação	e	rentabilidade	aos	papéis	
do	corretor	e	do	profissional	atuário,	estão	
no	quinto	capítulo,	“A	gestão	moderna”.	
Para	finalizar	o	livro,	os	três	artigos	do	
capítulo	6	(“A	nova	dinâmica	da	indústria”)	
tratam	de	movimentos	próprios	de	um	setor	
globalizado	por	definição,	que	abrangem	
aderência	a	regulamentações,	gestão	de	
riscos,	consolidações	e	competitividade.
Vistos	no	conjunto,	os	20	artigos	expostos	
nas	páginas	seguintes	constituem	
retratos	do	presente	e	do	futuro	de	uma	
indústria	que	aprendeu	a	se	transformar	
permanentemente,	adaptando-se	sempre	
aos	novos	tempos	da	economia.	
Uma história de transformação e crescimento
1808
No	ano	da	
abertura	dos	
portos	brasileiros,	
é	fundada	
a	primeira	
organização	de	
seguros	do	País,	
a	Companhia	de	
Seguros	Boa-Fé
1996
O	Brasil	passa		
a	permitir	a	
entrada	de	grupos	
estrangeiros	
podendo	
controlar	
companhias	
seguradoras		
locais
1855
Já	sob	a	regência	
de	D.	Pedro	II,	
o	Brasil	Império	
vivencia	a	
formação	da	
Companhia	
de	Seguros	
Tranquilidade,		
a	primeira	do		
País	dedicada	ao	
ramo	vida
2006
São	estabelecidas	
novas	regras	de	
solvência	para	
as	seguradoras,	
com	a	exigência	
de	mais	capital,	
acarretando	
novas	
consolidações
1850
Com	a	
promulgação	do	
"Código	Comercial	
Brasileiro",	o	
seguro	marítimo	
é	regulado	
plenamente,	
atividade	
fundamental	
para	um	país	
agroexportador
2000
É	criada	a	
Agência	Nacional	
de	Saúde	
Suplementar	
(ANS)	para		
regular	o	setor		
de	serviços	de	
saúde
1862
Surgem	as	
primeiras	
sucursais	no		
Brasil	de	
seguradoras	
sediadas	no	
exterior
2008
O	Instituto		
de	Resseguros		
do	Brasil		
(IRB-Brasil	Re)	
perde	o		
monopólio	
do	resseguro,	
favorecendo	
a	chegada	de	
competidores	
estrangeiros
9
Uma história de transformação e crescimento
1901
Criação	da	
Superintendência	
Geral	de	Seguros,	
que	passou	a	
concentrar	as	
responsabilidades	
de	fiscalização		
do	setor
2010
O	País	encerra	
uma	década	de	
forte	expansão	do	
crédito	e	inclusão	
social,	ampliando	
o	mercado	
interno	e	abrindo	
perspectivas	a	
todo	o	mercado	
segurador	
1939
É	criado	o		
Instituto	de	
Resseguros	do	
Brasil		
(IRB-Brasil	Re),		
que	monopolizaria		
o	resseguro	no		
País	até	o	início		
do	século	21
2014
O	País	sediará	a	
Copa	do	Mundo	
da	FIFA,	coroando	
uma	fase	de	
retomada	dos	
investimentos		
em	infraestrutura,	
que	favorece	
segmentos	
do	mercado	
segurador	
1929
É	fundada	a	
primeira	empresa	
de	capitalização	
do	Brasil,	a	
Sul	América	
Capitalização	S.A.
2011
O	Governo	
Federal	lança	
o	PAC	2,	
que,	junto	a	
empreendimentos	
privados,	abre	
oportunidades	
a	ramos	como	
o	resseguro	
e	o	seguro	
patrimonial		
1966
São	criados	o	
Sistema	Nacional	
de	Seguros	
Privados	e	a	
Superintendência	
de	Seguros	
Privados		
(Susep)
1985
O	mercado	
brasileiro	de	
seguros	passa	
por	uma	
reestruturação,	
com	a	
desregulação	
gradativa	do		
setor
1993
O	Plano	Real	
é	lançado,	
sedimentando	as	
bases	da	posterior	
estabilização	
econômica	
brasileira	
2020
O	Brasil	deve	
alcançar	o	ápice	
do	“bônus	
demográfico”,	com	
a	sua	população	
economicamente	
ativa	representando	
a	maior	parte	da	
sociedade	–	mais	
oportunidades	ao	
mercado	segurador
Fontes:	Susep,	revista	Época	Negócios	e	
Deloitte	(consolidação	de	dados	públicos)	
10
Sumário
Capítulo 1
13••Além•da•tempestade
Um olhar sobre o futuro da 
indústria no mundo 
14 Os vetores da transformação
Quatro	fatores	centrais	para	
explicar	as	mudanças	na	
indústria	financeira	
Chris Harvey 
18 Novas rotaspara o crescimento
O	foco	nos	mercados	
emergentes	e	em	canais	de	
distribuição	não	tradicionais		
Joe Guastella
Capítulo 2
23••O•país•do•presente•se•revela
As facetas do crescente 
mercado interno
24 Um bônus a conquistar
As	oportunidades	que	virão	
com	o	aumento	da	população	
economicamente	ativa		
Fabio Luchetti
28 O novo objeto de desejo
Após	a	ascensão	social,	as	
classes	emergentes	querem	
preservar	suas	conquistas		
Marco Antonio Rossi
32 As novas necessidades da 
nova classe média
As	demandas	da	classe	C,	
que	ajuda	a	impulsionar	o	setor	
de	seguros		
Patrick de Larragoiti Lucas
36 Muito além de um “seguro 
barato”
O	potencial	e	o	público-alvo		
de	produtos	promissores,	como	
o	microsseguro		
Paulo Rogério Caffarelli
40 A próxima etapa evolutiva
Chegou	a	vez	dos	seguros	
de	vida,	previdência	e	saúde		
Jérôme Garnier	
Capítulo 3
45•••Horizonte•sem•fim
De portas abertas para o 
investimento
46 A segurança das seguradoras 
Grandes	perspectivas	para	o	
mercado	de	resseguros	no	Brasil	
Leonardo André Paixão	
50 O ciclo virtuoso do patrimônio
Um	ambiente	ideal	para	
a	expansão	do	seguro	de	
patrimônio	
Marcelo Homburger	
52 Mais proteção aos 
exportadores 
O	seguro	de	crédito	à	
exportação	em	tempos	de	
globalização	intensa	do	
comércio	
Valmir Forni	
11
Capítulo 6
91••A•nova•dinâmica•da•indústria
Como avançar em um setor 
globalizado por excelência
92 Impactos e benefícios 
da norma
Os	esforços	para	ajustar	a	
indústria	de	seguros	aos	padrões	
internacionais	
Carlos Augusto Pinto Filho
96 Lições aprendidas com a crise
Os	muitos	aprendizados	de	toda	
a	indústria	financeira	aplicados	
às	seguradoras	
Francisco Caiuby Vidigal
100 O risco que vira oportunidade
De	pessoas	a	processos,		
de	parcerias	a	concorrentes:	
os	determinantes	da	
competitividade	
Duarte Marinho Vieira
Capítulo 4
57••Pela•saúde•do•brasileiro
Alternativas para a indústria 
da vida
58 Oportunidades para 
crescer e incluir
Acessibilidade	e	percepção	de	
valor	impulsionam	o	seguro	
odontológico	no	Brasil		
Randal Zanetti	
62 Os desafios da cadeia 
da saúde
A	importância	de	se	enfrentar	
o	crescente	aumento	de	custos	
no	setor	
Enrico De Vettori
66 O plano de saúde do futuro
O	desafio	de	responder	a	
consumidores	cada	vez	mais	
bem	informados		
Mauricio Ceschin
Capítulo 5
71••A•gestão•moderna
Operações na busca da 
eficiência
72 A informação que define 
o preço
As	novas	possibilidades		
na	construção	de	modelos		
de	precificação	
Ney Ferraz Dias	 	
76 Rentabilidade versus custos
O	complexo	e	fundamental	
processo	de	gestão	profissional	
dos	custos	
Murilo Setti Riedel 
	
80 Profissão corretor
A	busca	de	especialização,	
atualização	e	soluções	
customizadas	
Cristiano Furtado
84 Novos papéis para o atuário
Os	desafios	que	a	
implementação	do	IFRS	trouxe	
aos	atuários	de	seguros	
João Batista Pinto
12
Além da tempestade
Um olhar sobre o futuro da 
indústria no mundo
Capítulo 1
14
Os vetores da 
transformação
As mudanças mais importantes em curso nas 
instituições financeiras do mundo ocorrem 
hoje em torno de quatro fatores centrais: 
aderência a regulamentações, capital, clientes 
e concorrência. O peso dessas alterações 
afeta hoje todas as áreas de negócio das 
organizações do setor.
uatro	anos	após	o	início	
da	crise	financeira	global,	
grande	parte	do	setor	
de	serviços	financeiros	
das	economias	maduras	
continua	bastante	
inquieta.	Nos	Estados	
Unidos	e	nas	nações	da	Europa	Ocidental,	as	
incertezas	econômica,	regulatória	e	política	
custaram	a	confiança	do	consumidor,	o	que	
se	reflete	na	lenta	recuperação	econômica.	
Formuladores	de	políticas	das	duas	regiões	
continuam	a	introduzir	regulamentações	
complicadas	e	potencialmente	custosas,	que	
confundem	os	esforços	de	planejamento	
estratégico	e	podem	ter	um	efeito	cascata	
nas	instituições	financeiras	das	economias	
dos	países	em	desenvolvimento.
Muitas	das	maiores	instituições	financeiras	
do	mundo	estão	lutando	para	encontrar	
oportunidades	de	crescimento,	ao	mesmo	
tempo	em	que	enfrentam	pressões	do	
governo,	dos	órgãos	reguladores	e	da	
opinião	pública.	Vimos	reestruturações	e	
alienações	entre	as	maiores	organizações	
do	mundo	para	sobreviverem.	Agora	
estamos	vendo	as	empresas	alterarem	seu	
foco	comercial,	suas	estratégias	e	seus	
mercados.	
Enquanto	instituições	de	economias	
desenvolvidas	digladiam-se	com	condições	
adversas,	organizações	de	economias	
emergentes	têm	encontrado	uma	rara	
oportunidade	para	recuperar	o	atraso.	
Grandes	empresas	globais	de	serviços	
financeiros	no	Brasil	e	na	China	estão	
assumindo	seu	legítimo	lugar	no	cenário	
internacional;	os	dois	países	têm	hoje	
instituições	financeiras	classificadas		
entre	as	25	maiores	do	mundo	em		
termos	de	força	e	atratividade	para	
investimentos.
15
Por Chris Harvey	
Líder	global	da	
Deloitte	para	a	
indústria	financeira
Enfrentando	a	perspectiva	de	crescimento	
estagnado	internamente,	instituições	
norte-americanas	e	europeias	estão	sendo	
atraídas	para	esses	mercados	emergentes.	
Elas	estão	buscando	crescimento	em	
economias	menos	voláteis	e	levando	com	
elas	não	apenas	ofertas	bancárias	padrão,	
mas	produtos	de	seguro	mais	sofisticados,	
como,	por	exemplo,	contra	recessão	para	
residentes	não	segurados	ou	subsegurados	
no	exterior.	Vários	países	estão	mudando	
suas	estruturas	regulatória	e	tributária	à	
medida	que	se	tornam	mais	confiantes	
a	respeito	da	força	de	seus	setores	
financeiros	e,	assim,	estão	se	tornando	mais	
atraentes	para	essas	instituições	globais	e	
estrangeiras,	em	particular,	no	Brasil.
Para	lidar	com	novos	regulamentos	e	
ampliar	sua	presença	em	novos	mercados,	
organizações	financeiras	em	todo	o		
mundo	estão	evoluindo	com	o	mercado	
Os vetores da 
transformação
global	pós-recessão.	Grande	parte	
da	transformação	nas	instituições	
financeiras	está	ocorrendo	em	torno	de	
quatro	elementos	centrais:	aderência	
a	regulamentações,	capital,	clientes	e	
concorrência.	Essas	mudanças	estão	
afetando	as	decisões	em	todas	as	áreas	
de	negócio:	modelos	operacionais,	gestão	
de	riscos,	governança,	combinações	
estratégicas,	desenvolvimento	de	produtos,	
talentos	e	objetivos	estratégicos.
Aderência•a•regulamentações
Os	governos	e	as	instituições	financeiras	
globais	são	vistos	com	desconfiança	devido	
à	crise	e	às	ajudas	emergenciais.	O	diálogo	
político	em	andamento,	as	ameaças	
de	penalidades	regulatórias	e	as	táticas	
agressivas	de	lobby	por	parte	de	líderes	do	
setor	resultaram	na	mudança	da	supervisão	
da	alta	cúpula	das	instituições	financeiras	
nas	nações	desenvolvidas.	No	entanto,	essa	
16
atividade	em	andamento	deixou	muitos	
detalhes	operacionais	vagos	e	aumentou	o	
número	de	órgãos	reguladores	aos	quais	as	
instituições	financeiras	devem	se	reportar.
Embora	tenhamos	visto	um	acordo	geral	
entre	os	países	do	G-20	sobre	exigências	de	
estabilidade	financeira	e	regulamentação,	
ainda	há	graus	conflitantes	de	normas	
entre	os	países.	Isso	requer	que	esforços	
de	adequação	às	regulamentações	sejam	
empreendidos	para	adaptar	as	exigências	a	
cada	jurisdição.	A	não	conformidade	poderia	
levar	a	penalidades	significativas	e	representa	
um	risco	relevante	à	reputação	quando	as	
atenções	se	voltarem	para	áreas	sensíveis,	
como	a	remuneração	de	executivos.
Vários	ajustes	importantes	estão	
posicionando	as	empresas	para	reagirem	à	
mudança	regulatória,	à	medida	que	ela	se	
desenrola.	As	instituições	financeiras	estão	
caminhando	em	direção	a	um	programa	
de	conformidade	ágil	e	dimensionável,	
apoiado	por	soluções	tecnológicas	e	uma	
força	de	trabalho	altamente	qualificada.	
Os	líderes	das	instituições	financeiras	
também	estão	tratando	do	processo	
de	adequação	às	regulamentações	de	
maneiraproativa,	prevendo	penalidades,	
quantificando	vantagens	competitivas	e	
analisando	cenários	que	desencadeariam	
eventualmente	mudanças	na	atuação	
geográfica,	saídas	de	produtos	ou	um	plano	
alternativo	de	remuneração.
Capital
O	capital	não	é	mais	uma	mercadoria	que	
possa	ser	adquirida	facilmente.	Somente	o	
mercado	de	títulos	negociáveis	encolheu	
mais	de	50%	de	2007	a	2010.	A	introdução	
de	novos	padrões	de	capital	por	meio	do	
Basileia	III	para	os	bancos	e	do	Solvência	
II	para	as	seguradoras	aumentou	ainda	
mais	o	custo	do	capital.	Como	resultado,	
a	concorrência	por	fontes	mais	baratas	
e	estáveis	de	capital,	como	depósitos	
bancários	segurados,	é	intensa.
Exigências	de	capital	de	prazo	mais	longo,	
no	entanto,	estão	forçando	as	instituições	
financeiras	a	focar	medidas	de	“retorno	
de	capital”	para	identificar	o	melhor	
uso	do	investimento	e	os	produtos	mais	
eficientes.	O	resultado	desse	movimento	
provavelmente	será	pressionar	as	
instituições	financeiras	a	fim	de	diversificar	
em	áreas	varejistas	do	setor,	que	têm	
potencial	para	aumentar	a	liquidez,	inclusive	
para	produtos	de	seguro	que	gerem	fluxos	
de	caixa	positivos	no	curto	prazo.
Clientes
Os	clientes	saíram	arranhados	da	instabilidade	
econômica	dos	últimos	quatro	anos,	o	que	
“Os setores financeiros estão se 
moldando em um número menor de 
grandes instituições líderes e em um 
número maior de empresas menores 
e especializadas.”
17
os	forçou	a	se	inteirarem	mais	sobre	os	
riscos	e	a	escrutinar	a	natureza	dos	produtos	
financeiros	mais	de	perto.	A	instabilidade	
econômica	também	aumentou	a	sensibilidade	
do	cliente	em	relação	aos	preços,	forçando	
as	instituições	financeiras	a	reduzir	taxas	ou	
a	diminuir	as	expectativas	de	venda.	
Na	luta	pela	participação	de	mercado,	as	
instituições	financeiras	estão	preservando	
margens	por	meio	de	mais	eficiência,	
concentrando-se	em	produtos	de	serviço	
intensivo	para	segmentos	menos	sensíveis	
aos	preços	e	abrindo	mão	de	relações	
com	clientes	de	alto	risco.	A	eliminação	
de	produtos	de	qualidade	mais	baixa	e	o	
impulso	a	marcas	viáveis	mantêm	a	gama	
de	produtos	e	serviços	oferecidos	de	forma	
compatível	com	a	qualidade	do	cliente	e	os	
padrões	de	preços.
Concorrência
O	cenário	concorrencial	está	repleto	de	
novos	participantes,	consolidações	e	
competidores	dos	mercados	emergentes.	
Os	novos	participantes	estão	capitalizando	
seus	serviços	especializados	para	atrair	
clientes	do	setor	financeiro,	insatisfeitos	e	
desconfiados	dos	atuais	fornecedores.	A	
consolidação	continua	a	ser	um	caminho	
em	direção	ao	crescimento	nas	economias	
anêmicas	de	hoje;	a	caça	às	pechinchas	
é	o	esporte	financeiro	do	momento.	Nos	
mercados	emergentes,	os	competidores	
estão	agindo	com	rapidez	e	agilidade	
para	desenvolver	uma	presença	regional,	
forçando	os	fornecedores	internacionais	a	
observar	seus	planos	ambiciosos	a	fim	de	
aumentar	o	reconhecimento	de	marca.
Novos	competidores,	mais	rápidos	e	criativos	
e	com	altos	padrões	de	serviço	ao	cliente,	
estão	motivando	fornecedores	tradicionais	
a	melhorar	a	experiência	do	cliente	e	a	
resposta	aos	serviços	para	não	perder	
terreno.	Os	setores	financeiros	estão	se	
moldando	em	um	número	menor	de	grandes	
instituições	líderes	e	em	um	número	maior	
de	empresas	menores	e	especializadas.
Para	enfrentar	esses	desafios,	as	instituições	
financeiras	estão	se	voltando	para	a	
inovação	de	serviços,	na	qual	o	uso	
aperfeiçoado	da	tecnologia	pode	levar	
a	uma	melhor	experiência	do	cliente.	
Além	disso,	a	capacitação	em	serviço	
para	o	pessoal	da	linha	de	frente	tornou-
se	uma	grande	prioridade	para	fornecer	
uma	experiência	competitiva	ao	cliente.	
Aquisições	e	alienações	estratégicas	estão	
mantendo	a	penetração	de	mercado	
alinhada	com	os	objetivos	da	organização,	
incluindo	investimentos	em	países	
emergentes,	como	o	Brasil.
Apesar	da	intensificação	das	incertezas	em	
torno	de	aderência	a	regulamentações,	
capital,	clientes	e	concorrência,	há	um	grau	
de	estabilidade	retornando	aos	sistemas	
financeiros	mundiais.	As	instituições	que	
se	mantêm	concentradas	em	aproveitar	
oportunidades	nessas	quatro	áreas	centrais	
estão	fortalecendo	sua	posição	para	
alcançarem	êxito	no	novo	cenário	global.	
18
Novas rotas para 
o crescimento
Com perspectivas reduzidas de expansão nas 
economias mais maduras, as seguradoras 
globais estão direcionando seu foco de atuação 
e capital aos mercados emergentes e para o 
uso de canais de distribuição não tradicionais. 
Assim, buscam transitar com mais eficácia nas 
novas condições do mercado global.
A	crise	financeira	que	teve	início	em	2008	acelerou	o	ritmo	das	mudanças	no	mercado	de	seguros,	à	medida	que	os	
fornecedores	intensificaram	seus	esforços	
para	escorar	os	fluxos	das	receitas	em	
queda.	Embora	a	causa-raiz	do	colapso	
possa	remontar	a	bancos	e	empresas	de	
valores	mobiliários,	o	receio	de	contágio	de	
novos	reveses	disseminou-se	entre	todas	as	
instituições	de	serviços	financeiros.
As	seguradoras	estão	se	saindo	melhor	
do	que	a	maioria,	no	entanto,	devido	a	
medidas	eficazes	de	gestão	de	riscos	e	
reservas	de	capital	suficientes	durante	
o	auge	da	crise.	Apesar	de	problemas	
generalizados	entre	bancos	e	organizações	
de	valores	mobiliários,	somente	algumas	
poucas	instituições	de	seguro	–	a	maioria	
com	sede	nos	Estados	Unidos	–	foram	
prejudicadas	pela	crise	do	sistema	
financeiro.	As	seguradoras	também	
continuam	a	ter	uma	classificação	melhor	
do	que	outras	instituições	de	serviços	
financeiros	em	pesquisas	de	avaliação	de	
marca	feitas	com	consumidores.
Embora	as	seguradoras	tenham	resistido	
bem	durante	a	crise,	a	retração	econômica	
ressalta	alguns	problemas	subjacentes	
com	os	fluxos	tradicionais	de	receitas	
das	seguradoras,	que	têm	encolhido	nos	
últimos	anos.	A	capacidade	das	seguradoras	
de	gerar	receita	a	partir	de	subscrições	
tradicionais	em	economias	desenvolvidas	
foi	afetada	de	modo	adverso	com	a	alta	
saturação	do	mercado	e	com	prejuízos	de	
bilhões	de	dólares	em	riscos	seguráveis	
durante	a	retração	econômica.
Fluxos	de	ganhos	de	investimento,	que	
constituem	uma	das	principais	fontes	das	
19
receitas	dos	seguros,	também	estiveram	
sob	pressão	devido	à	constante	volatilidade	
do	mercado.	A	ameaça	de	recessão	global	
pressionou	as	taxas	de	juros	para	baixo.	
A	continuidade	de	taxas	de	juros	mais	
baixas	reduz	a	capacidade	das	seguradoras	
de	gerar	receita	suficiente	para	cobrir	
custos	fixos	de	produtos	de	investimento	
e	limita	o	retorno	que	podem	oferecer	
aos	consumidores	em	seguros	de	vida	e	
produtos	de	anuidade.
O	ambiente	saturado	de	regulamentações	
complica	os	esforços	das	seguradoras	de	
agir	estrategicamente	e	caminhar	em	novas	
direções.	Tanto	os	países	individualmente	
quanto	as	organizações	normatizadoras	
continuam	a	introduzir	medidas	regulatórias	
em	resposta	à	crise	financeira.	No	âmbito	
internacional,	medidas	destinadas	à	
estabilidade	do	setor,	como	o	Solvência	II,	
já	estavam	sendo	adotadas	antes	da	crise.	
A	ênfase	no	foco	da	reforma	regulatória	na	
União	Europeia	e	nos	Estados	Unidos	impõe	
muitos	desafios,	entre	os	quais,	nas	áreas	
de	estrutura	operacional,	planejamento	
fiscal	e	aderência	a	regulamentações.
O	ajuste	fino	das	Normas	Internacionais	
de	Relatórios	Financeiros	(o	IFRS,	de	
“International	Financial	Reporting	
Standards”),	do	International	Accounting	
Standards	Board	(IASB),	provavelmente	
terá	impacto	na	elaboração	dos	relatórios	
das	seguradoras,	além	de	ônus	fiscal.	As	
seguradoras	estão	enfrentando	um	período	
prolongado	no	qual	ficarão	sem	saber	o	
que	será	esperado	delas,	que	demandas	
e	custos	de	conformidade	enfrentarão	
ou	mesmo	se	continuarão	viáveis	em	
determinados	mercados.
As	seguradoras	estão	agindo	para	
aproveitar	o	potencial	de	novas	
Por Joe Guastella	
Líder	global	da	
Deloitte	para	aindústria	de	seguros
20
possibilidades	de	geração	de	lucros,	apesar	
da	incerteza	regulatória.	Com	o	crescimento	
estagnado	nas	economias	avançadas,	os	
líderes	do	setor	de	seguros	estão	mudando	
seu	foco	e	capital	–	financeiro,	tecnológico	
e	intelectual	–	para	mercados	emergentes	
e	canais	de	distribuição	não	tradicionais,	
onde	podem	ter	maiores	oportunidades	
para	direcionar	o	crescimento.
As	seguradoras	estão	estudando	a	
possibilidade	de	ampliar	sua	presença	em	
economias	em	desenvolvimento,	nas	quais	
a	penetração	do	setor	de	seguros	é	baixa.		
O	grande	número	de	pessoas	não	
seguradas	ou	subseguradas	no	Brasil,	junto	
com	uma	economia	resiliente	e	uma	classe	
média	em	crescimento,	apresenta	uma	nova	
frente	atrativa	para	melhores	retornos.
Além	de	ter	a	quinta	maior	população	
do	mundo,	o	Brasil	tem	várias	qualidades	
que	tornam	as	perspectivas	de	venda	
animadoras	para	as	seguradoras.	Entre	
essas	qualidades,	estão	mercados	
comerciais	internacionais	abertos,	um	
crescimento	projetado	consistente	e	taxas	
estáveis	de	inflação,	consumo,	impostos	
e	dívida	pública.	O	Brasil	é	um	dos	vários	
países	que	estão	agindo	para	mudar	
estruturas	fiscais	e	regulatórias	a	fim	de	
atrair	empresas	estrangeiras	de	serviços	
financeiros.	O	setor	interno	de	seguros	foi	
liberalizado	para	permitir	investimentos	
e	participação	de	empresas	estrangeiras	
no	crescimento	emergente	do	setor	no	
País.	Como	resultado,	a	previsão	é	de	que	
o	mercado	brasileiro	de	seguros	cresça	a	
uma	taxa	média	de	quase	10%	até	2013,	
ultrapassando	em	muito	a	média	projetada	
do	mercado	global	de	cerca	de	3%.
À	parte	a	nova	penetração	de	mercado,	as	
seguradoras	estão	ajustando	seu	conjunto	
de	produtos	e	serviços	para	atender	aos	tipos	
de	produtos	de	seguro	que	os	consumidores	
querem	nas	economias	pós-recessão.	
Com	pouco	dinheiro	e	desconfortáveis	
com	produtos	que	não	entendem,	os	
consumidores	das	economias	avançadas	
em	geral	estão	passando	de	produtos	
complexos	ou	híbridos	para	produtos	
simples	e	fáceis	de	entender,	com	cobertura	
em	áreas	que	os	compradores	acreditam	
não	poder	bancar	por	não	ter	proteção,	
como	contratos	de	anuidade	à	prova	de	
inflação	e	seguros	de	vida	e	saúde.	Isso	está	
limitando	as	oportunidades	do	setor	para	
avançar	com	produtos	e	serviços	inovadores	
de	margem	mais	alta.
“Nos mercados emergentes, a economia 
pode ser diferente, mas as demandas do 
consumidor são surpreendentemente 
similares. Empresas e consumidores 
têm mais ativos para proteger e renda 
disponível para comprar produtos de 
seguro em função de suas economias 
em expansão.”
21
Diferenças•e•semelhanças
Nos	mercados	emergentes,	a	economia	
pode	ser	diferente,	mas	as	demandas	
do	consumidor	são	surpreendentemente	
similares.	Empresas	e	consumidores	têm	
mais	ativos	para	proteger	e	renda	disponível	
para	comprar	produtos	de	seguro	em	
função	de	suas	economias	em	expansão.	
Os	novos	compradores,	que	representam	o	
grosso	das	vendas,	demandam	coberturas	
simples	a	fim	de	proteger	ativos	e	futuros	
fluxos	de	renda.
Atingir	esses	e	outros	consumidores	globais	
pode	ser	inicialmente	problemático.	Embora	
as	seguradoras	tenham	um	alto	índice	de	
satisfação	do	cliente,	historicamente	tiveram	
dificuldade	em	atingir	novos	clientes.	As	
seguradoras	estão	buscando	melhorar	a	
experiência	do	cliente	e	ampliar	os	canais	
de	distribuição	para	criar	vários	pontos	de	
contato	no	mundo	virtual	e	também	no	
mundo	real.
As	seguradoras	estão	explorando	canais	não	
tradicionais	de	distribuição	para	aumentar	
os	fluxos	de	receita	e	reconstruir	a	confiança	
do	consumidor	no	setor,	com	melhores	
respostas	aos	serviços.	Cada	vez	mais	os	
consumidores	estão	acessando	a	internet	
com	a	finalidade	de	comparar	produtos	
de	seguro	em	seus	dispositivos	móveis.	
Agregadores	online	também	estão	surgindo	
para	atuar	como	atacadistas	para	agentes	
independentes	e	também	como	fontes	
de	mercado	para	pequenos	empresários	e	
consumidores	de	seguro	pessoal.
Nos	mercados	em	desenvolvimento,	o	
bancassurance	é	uma	maneira	fundamental	
de	conectar	as	seguradoras	com	potenciais	
clientes	porque	o	banco	é	um	ponto	de	
contato	inicial	para	aqueles	que	usam	
serviços	financeiros	pela	primeira	vez.	
O	setor	bancário	no	Brasil	é	fortemente	
capitalizado	e	bem	regulamentado	e	as	
redes	de	agências	são	bem	estabelecidas,	
dando	ao	bancassurance	um	público-alvo	
com	interesse	em	obter	apoio	financeiro.	
A	maioria	das	grandes	empresas	do	
setor	de	seguros	local	é	filiada	a	bancos	
que	têm	extensos	canais	de	distribuição	
internos	por	meio	das	redes	de	agências.	
O	bancassurance	permite	às	seguradoras	
vender	produtos	em	mercados	onde	
outros	concorrentes	não	podem	estar	
presentes.
Os	fluxos	de	receita	foram	inexoravelmente	
alterados	com	a	crise	financeira,	forçando	
os	líderes	do	setor	de	seguros	a	equilibrar	
a	incerteza	regulatória	com	a	busca	de	
crescimento	em	novos	centros	globais		
de	lucro.	As	seguradoras	que	abrirem	
caminho	para	os	mercados	emergentes	
e	canais	não	tradicionais	de	distribuição	
estarão	transitando	com	mais	eficácia	
nas	novas	condições	de	mercado.	
As	seguradoras	que	reavaliam	
constantemente	seus	modelos	de	negócio	
e	os	reposicionam	para	aproveitar	as	
oportunidades	predominantes,	tanto	
nas	economias	avançadas	quanto	nas	
emergentes,	têm	um	futuro	brilhante		
pela	frente.	
O país do presente se revela
As facetas do crescente 
mercado interno
Capítulo 2
24
Um bônus 
a conquistar
O aumento da população ativa no País, 
com o chamado “bônus demográfico”, trará 
grandes perspectivas para as seguradoras 
que conseguirem oferecer diferenciais como 
tranquilidade e segurança, além de produtos 
e formas de pagamento acessíveis às classes 
menos favorecidas.
O	momento	de	consistente	otimismo	econômico	vivido	no	Brasil	nos	últimos	anos	–	e	que	se	projeta	para	os	próximos	–	tem	
relação	com	um	fenômeno	chamado	
“bônus	demográfico”.	Isso	significa	que,	
em	um	determinado	período,	a	População	
Economicamente	Ativa	(PEA)	vai	ultrapassar	
a	de	dependentes,	formada	por	idosos	e	
crianças.
Portanto,	nos	próximos	20	anos,	teremos	
uma	maior	concentração	de	pessoas	
na	faixa	etária	entre	15	e	60	anos,	que,	
com	mais	emprego	e	educação,	uma	vez	
supridas	suas	necessidades	mais	básicas,	
chegarão	a	conquistar	um	patrimônio	
maior	–	e	ampliarão	seus	sonhos.		
Cria-se	um	cenário	mágico	e	otimista	para	
o	mercado	segurador,	principalmente		
para	profissionais	e	empresas	que	
perceberem	que	é	preciso	proporcionar	
tranquilidade	e	segurança,	além	dos	
aspectos	econômicos,	oferecendo	
instrumentos	e	orientação	para	a	proteção	
das	conquistas	e	dos	sonhos	de	cada	um.
Porém,	para	que	os	efeitos	econômicos	
e	socialmente	benéficos	do	bônus	social	
sejam	plenamente	alcançados,	o	País	
precisa	superar	alguns	desafios	básicos,	
conhecidos	e	amplamente	debatidos,	
mas	que	ainda	carecem	de	planejamento	
efetivo	e	ações	mais	dinâmicas	de	
resultado	palpável.	É	preciso	investir	
consistentemente	em	infraestrutura	e,	
fundamentalmente,	em	educação.	A	
partir	do	momento	em	que	os	gargalos	
logísticos	forem	desfeitos	e	a	educação	
de	qualidade	fizer	desabrochar	todo	o	
talento	dos	profissionais	brasileiros,	o	
Brasil	vai	confirmar	seu	papel	de	destaque	
continental	e	mundial.
25
Quanto	ao	setor	de	seguros,	temos	três	
necessidades	principais,	gerais,	além	
daquelas	específicas	para	cada	segmento.	
Primeiro,	é	preciso	criar	soluções	de	
produtos	e	formas	de	pagamento	
acessíveis	para	classes	menos	favorecidas.	
É	necessário	considerar	também	os	efeitos	
da	degradação	ambiental,	que	já	começam	
a	ser	sentidos	com	mais	intensidade	em	
algumas	regiões	e	afetam	cálculos,	sinistros	
e	prêmios.	E	ainda	há	um	longo	caminho	no	
sentido	de	ampliar	a	visão	da	importância	
do	seguro	na	sociedade	brasileira.
Necessidades•específicasPor	segmentos	específicos,	hoje,	em	
média,	apenas	25%	da	frota	brasileira	de	
automóveis	é	segurada.	Os	mercados	de	São	
Paulo	e	Rio	de	Janeiro	são	os	que	estão	mais	
amadurecidos,	mas	há	ampla	oportunidade	
de	crescimento.	A	estimativa	é	de	que	esse	
mercado	cresça	entre	9%	e	11%	ao	ano	até	
Um bônus 
a conquistar
2013.	Algumas	ações	poderiam	tornar	o	
seguro	auto	mais	acessível	a	uma	parcela	
maior	da	frota,	como:	redução	do	Imposto	
sobre	Operações	Financeiras	(IOF)	para	
veículos	com	idade	superior	a	dez	anos,	
modificações	na	lei	que	permitiria	o	uso	
de	peças	genéricas	ou	até	mesmo	usadas	
para	a	reparação	dos	veículos	e,	por	último,	
uma	fiscalização	mais	intensa	focando	o	
uso	de	álcool,	responsável	por	uma	parcela	
significativa	dos	acidentes	envolvendo	
veículos.
No	seguro	de	vida,	de	um	lado,	falta	
consciência	da	população	para	a	
importância	dessa	segurança,	ou	mesmo	
para	contratar	capitais	de	proteção	que	
estejam	em	sinergia	com	suas	verdadeiras	
necessidades.	No	que	se	refere	às	classes	
C	e	D,	as	seguradoras	devem	buscar	criar	
produtos	que	tenham	como	ponto	principal	
a	forma	de	cobrança	mais	barata,	evitando	
Por Fabio Luchetti	
Vice-presidente	
executivo	da		
Porto	Seguro
26
boletos	bancários.	Os	seguros	de	vida	e	
acidentes	pessoais	também	podem	crescer	
anualmente	entre	9%	e	11%	até	2013.
	
Já	em	previdência,	o	aumento	do	nível	de	
conscientização,	com	educação	eficiente,	
é	que	vai	levar	ao	aumento	do	consumo.	
Nosso	país	tem	carência	de	consumo	de	
bens	e	serviços	e	a	previdência	ainda	não	é	
vista	como	uma	prioridade	nos	orçamentos	
das	pessoas.	Também	até	2013,	pode	
crescer	em	média	10%	ao	ano.
	
Ainda	falta	consciência	da	população	
sobre	a	proteção	da	residência	e	há	muito	
espaço	para	desenvolvimento,	uma	vez	
que	o	ticket	médio	é	bem	menor	do	que	as	
pessoas	imaginam.	A	dotação	de	serviços	
agregados,	como	assistência	24	horas	e	
soluções	de	conveniência,	pode	ampliar		
a	receptividade	por	esse	ramo	de	seguro.		
A	previsão	é	que	os	seguros	patrimoniais	
em	geral	cresçam,	até	2013,	em	média		
7%	ao	ano.
No	Brasil,	o	seguro	de	transporte	é	
obrigatório,	porém,	calcula-se	que	mais	
de	50%	das	transportadoras	ou	50%	das	
cargas	transportadas	no	Brasil	não	tenham	
seguro,	e	isso	ocorre	basicamente	por	falta	
de	fiscalização	eficiente.	O	desenvolvimento	
econômico	do	País	deve	impulsionar	
uma	ampla	conscientização	nesse	
segmento,	além	de	maiores	investimentos	
em	infraestrutura.	Acreditamos	que	
esse	cenário	se	reverta	em	uma	maior	
profissionalização	e	mais	exigência	por	
parte	do	mercado.	O	crescimento	anual		
até	2013	pode	ficar	entre	5%	e	7%.
	
Seguros	para	grandes	riscos	e	de	garantia	
têm	grande	potencial	–	com	crescimento	
previsto	entre	20%	e	40%	anualmente,	
entre	2012	e	2013	–	devido	à	Copa	do	
Mundo	e	à	Olimpíada.	Estes	são	seguros	
bem	complexos,	que	contam	com	poucas	
seguradoras,	mas	que	são	especialistas.	
Do	lado	do	segurado	–	que,	em	geral,	
são	grandes	empresas	–,	conta-se	com	
bons	gestores	de	risco	e	a	assessoria	de	
corretores	de	seguros	competentes.		
O	Brasil	recentemente	abriu	o	monopólio	
do	Instituto	de	Resseguros	do	Brasil		
(IRB-Brasil	Re),	o	que	permitiu	que	várias	
resseguradoras	internacionais	oferecessem	
produtos	adequados	para	o	mercado	
nacional	(leia mais a respeito desse tema 
em artigo nas páginas 46-49).
O	seguro	rural	pode	crescer	de	12%	a	
20%	ao	ano	até	2013,	visto	que	o	Brasil	
tende	a	se	fortalecer	como	um	grande	
“Os seguros são importantes 
instrumentos de tranquilidade 
e proteção dos sonhos e das 
conquistas da população, e devem ser 
disseminados da forma adequada para 
que os ganhos com o desenvolvimento 
econômico sejam protegidos agora, 
e no futuro.”
27
0147 258 369
Idade
0	a	4
10	a	14
15	a	19
20	a	24
25	a	29
30	a	34
35	a	39
40	a	44
45	a	49
50	a	54
55	a	59
60	a	64
65	a	69
70	a	74
75	a	79
80	ou	mais
5	a	9
9852 741 630
A•revolução•etária•do•Brasil•
Em•1980
Em•2010
Em•2030
Milhões	de	pessoas
0147 258 369 9852 741 630
0	a	4
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80	ou	mais
5	a	9
Idade
Fonte:	Research	–	
Deloitte	(a	partir	de	
dados	do	IBGE)
Milhões	de	pessoas
Milhões	de	pessoas
Idade
9852 741 6300147 258 369
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80	ou	mais
5	a	9
competidor	mundial	na	produção	de	
alimentos	e	bioenergia.	Porém,	depende	
dos	governos	aumentarem	os	subsídios	
para	a	consolidação	desse	seguro.	
A•cultura•do•seguro
Portanto,	o	bônus	demográfico	é	fato,	e	
pode	proporcionar	um	período	de	grande	
prosperidade	–	consta	que	a	reconstrução	
da	Europa	e	do	Japão	no	pós-Segunda	
Guerra	Mundial	foi	auxiliada	pela	larga		
faixa	de	população	economicamente		
ativa	para	amparar	o	crescimento.	
Entretanto,	é	preciso	que	as	condições	
socioeconômicas	e	o	trabalho	das		
empresas	sejam	direcionados	para	
potencializar	esse	momento.
	
Penso	que	estamos	no	caminho	certo.	
É	importante	que	o	Brasil	continue	se	
desenvolvendo	e	ampliando	a	renda.		
Do	lado	dos	seguros,	também	é	importante	
que	as	regras	e	resoluções	permitam	o	
desenvolvimento	de	produtos	que	atinjam	
públicos	cada	vez	maiores,	de	diversos	
nichos	e	segmentos	da	população.	Também	
precisamos	disseminar	a	cultura	do	seguro,	
tanto	nos	principais	centros	urbanos	como	
em	regiões	menos	centrais.	
Os	seguros	são	importantes	instrumentos	
de	tranquilidade	e	proteção	dos	sonhos	
e	das	conquistas	da	população,	e	devem	
ser	disseminados	da	forma	adequada	para	
que	os	ganhos	com	o	desenvolvimento	
econômico	sejam	protegidos	agora,		
e	no	futuro.	
	Mulheres
	Homens
O	comparativo	entre	como	era	o	perfil	etário	da	população	brasileira	há		
três	décadas,	como	é	hoje	e	como	ficará	ao	final	da	terceira	década	do	século	
evidencia	o	tamanho	da	transformação	social,	o	que	impulsionará	o	consumo	
de	bens	e	serviços.	E	também	de	produtos	de	seguros.	
Pirâmide etária no Brasil
28
O novo objeto 
de desejo
A expansão do mercado de seguros reflete o 
aumento do poder de compra da população 
brasileira. Nela, estão pessoas que, depois de um 
primeiro momento de ascensão social, passaram 
a consumir novos bens e a criar o seu patrimônio. 
Agora, elas querem preservar suas conquistas 
e proteger suas famílias.
O	mercado	brasileiro	de	seguros,	previdência	complementar	aberta	e	capitalização	vive	um	ótimo	momento.	Apenas	
no	primeiro	semestre	de	2011,	esses	três	
segmentos,	juntos	–	sem	contar	o	seguro	
saúde	–,	faturaram	mais	de	R$	61	bilhões,	
20%	a	mais	do	que	nos	seis	primeiros	
meses	de	2010.	
Para	a	sociedade,	a	boa	notícia	foi	
o	crescimento	de	19%	da	soma	das	
indenizações	de	seguros.	Até	junho	de	
2011,	as	seguradoras	destinaram	a	esse	fim	
cerca	de	R$	13,1	bilhões.	Isso	significa	que,	
do	começo	do	ano	até	o	dia	30	de	junho,	
o	mercado	devolveu	para	os	segurados	
aproximadamente	R$	72,7	milhões	por	dia	
ou,	ainda,	R$	3	milhões	a	cada	hora.	São	
recursos	que	garantem	a	sobrevivência	das	
famílias	no	caso	do	óbito	do	segurado,	
asseguram	a	continuidade	dos	negócios,	
protegem	o	investidor	e	impulsionam	novos	
empreendimentos.
Praticamente	todas	as	carteiras	mantiveram	
um	ritmo	acelerado	de	crescimento,	mas	é	
importante	destacar	os	seguros	de	pessoas,	
que	cresceram	24%	no	primeiro	semestre,	
movimentando	R$	9,3	bilhões.	Essa	carteira	
espelha	com	exatidão	um	dos	pilares	do	
atual	estágio	de	crescimento	da	economia	
brasileira,	qual	seja,	a	recuperação	do	poder	
de	compra	da	população	e,	principalmente,	
a	inserção	no	mercado	de	consumo	das	
classes	de	menor	renda.	
As	pessoas,	com	dinheiro	no	bolso,	viajam	
mais,	o	quese	refletiu	no	comportamento	
do	seguro	turístico,	ou	de	viagem,	
destaque	no	semestre,	com	crescimento	
de	42,3%.	O	cidadão	comum,	diante	de	
um	quadro	econômico	favorável,	também	
29
consome	mais,	investe	em	educação	e	
contrata	proteções	para	a	família.
Não	por	acaso,	os	seguros	prestamista	
(que	garante	o	pagamento	das	prestações	
em	caso	de	morte	ou	desemprego	do	
segurado),	educacionais	e	de	vida	geraram	
receita	de	prêmios	da	ordem	de	R$	9,3	
bilhões	no	primeiro	semestre,	com	um	salto	
de	24%	em	comparação	ao	registrado	nos	
seis	primeiros	meses	de	2010.
E,	para	atender	a	um	contingente	
cada	vez	maior	–	e	mais	exigente	–	de	
consumidores,	o	mercado	brasileiro	conta	
com	empresas	sólidas	e	solventes.	Prova	
disso	está	no	site	da	Superintendência	
de	Seguros	Privados	(Susep),	autarquia	
do	Ministério	da	Fazenda	responsável	
pela	fiscalização	e	regulamentação	desse	
mercado,	que	não	lista,	neste	momento,	
nenhuma	companhia	de	seguros,	entidade	
de	previdência	aberta	nem	sociedade	de	
capitalização	sob	o	regime	de	direção	
fiscal	ou	mesmo	sob	intervenção.	E,	
mesmo	nos	casos	de	empresas	em	
liquidação	extrajudicial	ou	ordinária	e	
falência,	constam	apenas	casos	muito	
antigos,	alguns	instaurados	há	mais	de	
duas	ou	três	décadas.
As	empresas	são	sólidas	e	o	modelo	é	bem	
estruturado.	O	desafio,	agora,	é	tornar	
os	seguros	mais	simples	e	a	linguagem	
mais	clara.	É	preciso	que	o	cliente,	de	
qualquer	classe	social,	entenda	o	que	está	
contratando	e	o	que,	eventualmente,	o	
seguro	não	irá	cobrir.
Não	é	exagero	afirmar	que	estamos	diante	
de	uma	grande	janela	de	oportunidade	para	
tornarmos	mais	fácil	o	acesso	aos	seguros	
nos	próximos	anos.	Temos	bons	produtos	e	
o	consumidor	está	predisposto	a	comprar.
Por	Marco 
Antonio Rossi
Presidente	do	
Grupo	Bradesco	
Seguros
30
O	Grupo	Bradesco	Seguros,	por	exemplo,	
com	frequência	vai	a	campo	para	apurar		
o	que	a	sociedade	pensa	e	quais	produtos	
são	adequados	para	cada	nicho	de	
consumo.	Nesses	trabalhos,	o	Grupo	
descobriu	que	um	seguro	que	atende	às	
necessidades	de	comunidades	carentes	
de	São	Paulo	pode	não	servir	para	regiões	
mais	pobres	do	Rio	de	Janeiro,	apesar	da	
proximidade	geográfica	desses	dois	grandes	
centros	urbanos.
Essa	constatação	pode	ser	útil	no	
desenvolvimento	de	produtos	da	linha	de	
microsseguros,	cujas	vendas,	segundo	a	
Susep,	devem	ter	início	em	2012,	seguindo	
uma	nova	regulamentação,	em	fase	
“Não é exagero afirmar que estamos 
diante de uma grande janela 
de oportunidade para tornarmos 
mais fácil o acesso aos seguros 
nos próximos anos.”
A•voz•do•consumidor
As	pesquisas	demonstram	que	a	
caminhada	é	longa,	mas	as	perspectivas	
são	as	melhores	possíveis.	Contudo,	
não	é	aconselhável	seguir	por	atalhos	e	
é	importante	ter	cuidado	especial	com	
eventuais	obstáculos.	Por	garantia,	o	melhor	
é	ouvir	o	que	tem	a	dizer	o	consumidor.
31
final	de	análise	(leia mais a respeito de 
“microsseguros” em artigo nas páginas 
36-39).	É	um	mercado	que,	para	muitos	
analistas,	pode	atrair	até	100	milhões	
de	pessoas	para	a	indústria	do	seguro	–	
cidadãos	que	nunca	na	vida	tiveram	acesso	
a	uma	apólice.
Porém,	em	um	patamar	acima	desse	
público-alvo	do	microsseguro,	do	ponto		
de	vista	da	capacidade	financeira,		
estão	aqueles	cidadãos	que,	nos		
últimos	anos,	conseguiram	ascender	
socialmente,	conquistaram	um	maior		
poder	de	compra	e	passaram	a	consumir,	
inclusive	seguros.
Essa	é	a	nova	classe	média,	composta	
por	cerca	de	50	milhões	de	pessoas	que,	
de	acordo	com	levantamento	feito	pela	
Fundação	Getúlio	Vargas	(FGV),	subiram	
um	degrau	na	escala	social,	entre	2003	
e	2011,	e	fizeram	do	Brasil	o	país	do	
chamado	“BRIC”	(integrado	também	por	
Rússia,	Índia	e	China)	que	melhor	conciliou	
crescimento	econômico	e	redução	das	
desigualdades	sociais	(leia mais a respeito 
da “nova classe média” em artigo nas 
páginas 32-35).
São	pessoas	que,	no	primeiro	momento	
da	sua	ascensão	social	e	financeira,	
correram	para	consumir	bens	e	aumentar	
o	seu	patrimônio	e	que,	a	partir	de	agora,	
precisam	assegurar	a	manutenção	desse	
novo	status quo	e	ainda	proteger	suas	
famílias	de	infortúnios.		
São	consumidores	que	precisam	ser	tratados	
com	distinção	e	cautela.	Para	a	conquista	
desses	novos	segurados,	é	recomendável	
oferecer,	primeiro,	produtos	mais	simples,	
tais	como	os	seguros	residenciais	e	de	vida,	
deixando	para	um	segundo	momento	os	
produtos	com	maior	sofisticação.
O	estudo	feito	pela	FGV	apurou	ainda		
que	o	brasileiro	é	o	povo	mais	otimista		
com	relação	ao	que	lhe	reserva	o	futuro.	
Em	uma	escala	que	varia	de	zero	a	dez	para	
medir	o	que	os	pesquisadores	classificaram	
de	“felicidade	futura”,	a	população	
brasileira	surpreendeu	ao	dar	nota	8,7	à	
expectativa	de	satisfação	com	a	vida	até	
2014.	Em	outros	146	países	pesquisados,		
a	média	foi	de	6,5.
É	um	quadro	extremamente	favorável	para	
quem	almeja,	como	o	mercado	de	seguros,	
estar	ao	lado	desse	otimista	cidadão	no	
momento	em	que	ele	for	comprar,	por	
exemplo,	um	carro	ou	a	casa	própria.
Cria-se,	assim,	um	processo	que	repercute	
no	ânimo	de	toda	a	sociedade	e,	
consequentemente,	no	desenvolvimento	
econômico	e	social	do	País.	Dessa	
forma,	o	Brasil,	habitado	por	um	povo	
essencialmente	otimista	e	que,	além	disso,	
se	sente	protegido,	deixou	de	ser	o	país		
do	futuro,	para	ser	a	nação	do	agora.		
Um	país	onde	a	pirâmide	social	virou	um	
barril,	com	o	achatamento	dos	extremos	
e	o	crescimento	inexorável	de	uma	forte	
classe	média.	
32
As novas 
necessidades da 
nova classe média
Os brasileiros que passaram a ter maior acesso 
ao consumo nos últimos anos se transformaram 
em protagonistas da economia nacional e 
representam hoje o grande fator de impulso 
ao setor de seguros no País.
D
urante	muitas	décadas,	
empresários	dos	mais	
diversos	setores	usaram	
como	argumento	
para	os	índices	de	
crescimento	medianos	e,	em	muitos	casos,	
baixos	de	seus	mercados	a	falta	de	uma	
classe	consumidora	forte	no	Brasil.	O	
empresariado	ansiava	por	um	grupo	de	
pessoas	que	demandasse	grandes	volumes	
de	produtos	e	serviços,	que	movimentasse	
a	indústria	nacional	e	reduzisse	a	
dependência	do	Brasil	em	relação	à	
exportação	de	commodities.
No	setor	de	seguros	e	previdência,	a	
situação	não	era	diferente.	Acreditávamos	
que	um	dos	motores	que	impulsionaria	a	
expansão	desse	segmento	seria	o	maior	
acesso	à	renda.	O	discurso	de	que	o	
brasileiro	não	tinha	a	“cultura	do	seguro”	
era	apenas	em	parte	verdadeiro.	Afinal,	
como	ter	o	hábito	de	fazer	seguro	se	não	
há	patrimônio	a	ser	protegido,	se	não	há	
padrão	de	vida	a	ser	conservado?	Por	essa	
razão,	os	seguradores	torciam	pela	chegada	
de	um	tempo	em	que	o	País	finalmente	
formaria	uma	massa	de	pessoas	propensas	
ao	consumo.
Pois	bem,	nos	últimos	anos,	o	desejo	dos	
empresários	e	empreendedores	brasileiros	
parece	ter	se	tornado	realidade.	Entre	os	
anos	de	2003	e	2009,	quase	30	milhões	
de	pessoas	entraram	para	a	classe	C,	
grupo	que,	segundo	o	Instituto	Brasileiro	
de	Geografia	e	Estatística	(IBGE),	tinha,	
no	último	ano	desse	período,	uma	renda	
familiar	de	até	R$	4.854,00.	
São	pessoas	que	emergiram	das	classes	D	e	
E	e	que	deixaram	a	miséria	e	a	pobreza	para	
trás	ao	conseguirem	um	emprego	formal,	
ao	obterem	renda	por	meio	de	programas	
33
governamentais,	ao	disporem	de	crédito,	
ao	terem	acesso	à	educação.	
Esse	fenômeno,	que	não	aconteceu	da	
noite	para	o	dia,	e	é	resultado	de	diversas	
políticas	sociais	e	inúmeras	iniciativas	
do	setor	privado,	alterou	drasticamente	
o	desenho	da	sociedade	brasileira.	A	
chamada	“classe	média”	ganhou	corpo	e	
forma	e	hoje	representa	mais	da	metade	
(50,5%)	da	população	do	País,	em	um	
total	de	94,9	milhões	de	indivíduos.	Os	
dados	que	cito	são	do	estudo	“A	Nova	
Classe	Média	–	O	Lado	Brilhante	dos	
Pobres”,produzido	pela	Fundação	Getúlio	
Vargas	(FGV)	a	partir	de	dados	da	Pesquisa	
Nacional	de	Amostragem	por	Domicílio	
(PNAD),	do	Instituto	Brasileiro	de	Geografia	
e	Estatística	(IBGE).
Ao	ascender	socialmente,	esse	contingente	
de	milhões	de	brasileiros	passou	a	consumir.		
As novas 
necessidades da 
nova classe média
E	muito!	Dados	do	Instituto	Data	Popular	
mostram	que,	em	oito	anos,	entre	2002	e	
2010,	os	gastos	da	classe	C	com	produtos	e	
serviços	aumentaram	6,8	vezes,	chegando	
a	41,3%	dos	gastos	totais	dos	brasileiros	
e	quase	se	igualando	às	despesas	das	
classes	A	e	B	somadas.	Ou	seja,	atualmente,	
as	pessoas	que	pertencem	à	“nova	
classe	média”	nacional	são	as	que	mais	
consomem	no	País.
Esses	fatos	tornaram	a	classe	C	a	grande	
protagonista	da	economia	nacional.	O	País	
se	apoiou	nessa	nova	demanda	interna	
para	passar	praticamente	incólume	pela	
crise	internacional	de	2008.	As	grandes	
multinacionais	passaram	a	depender	muito	
mais	dos	resultados	de	suas	subsidiárias	
brasileiras.	E	os	investidores	estrangeiros	não	
hesitaram	em	depositar	milhões	no	Brasil,	
contando	com	retornos	vindos,	em	grande	
parte,	dessa	nova	massa	de	consumidores.
Por	Patrick de
Larragoiti Lucas
Presidente	do	
Conselho	de	
Administração	da	
SulAmérica	Seguros	
e	Previdência
34
A•resposta•do•mercado•segurador
Assim	como	outros	setores,	o	mercado	
de	seguros	não	ignorou	esse	movimento	
social	brasileiro.	Temos	como	vantagem	
o	fato	de	que	a	segurança	é	uma	
necessidade	básica	do	ser	humano.		
Teorias	sobre	a	motivação	e	o	
comportamento	dos	indivíduos	apontam	
que	a	necessidade	de	segurança,	ou	seja,	
a	estabilidade	ou	a	manutenção	do	que	
se	tem,	é	a	segunda	em	importância	entre	
todas	as	demandas	dos	seres	humanos,	
atrás	apenas	das	necessidades	fisiológicas.	
Essa	necessidade	vai	desde	a	sensação	
de	estar	seguro	dentro	de	casa	até	o	
sentimento	de	estar	protegido	por	um	
plano	de	saúde,	um	seguro	de	automóvel	
ou	mesmo	um	seguro	de	vida.
Por	essa	ótica,	a	ascensão	social	da		
classe	média	brasileira	configura-se	como		
o	grande	impulso	ao	setor	de	seguros.		
Ao	passar	a	adquirir	bens	aos	quais	antes	
“O Brasil caminha para ter um setor 
de seguros com um maior número 
de participantes, maior variedade 
de perfis de consumidores, produtos 
mais diversificados e maior geração 
de receita.”
35
de	R$	500	bilhões.	São	milhares	de	bens	
de	alto	custo	de	aquisição,	automóveis	e	
residências	que	demandarão	seguros	para	
garantir	a	preservação	desses	patrimônios.	
Isso	sem	falar	em	bens	de	menor	
valor,	mas	igualmente	representativos	
na	vida	das	famílias	brasileiras,	como	
eletrodomésticos.	
Vale	destacar	também	as	inúmeras	
oportunidades	oriundas	de	um	novo	
mercado	que	se	abre,	o	de	microsseguros,	
voltado	aos	segmentos	de	baixa	renda,	
com	produtos	desenvolvidos	para	proteger	
pessoas	das	camadas	sociais	mais	humildes	
contra	riscos	como	morte,	acidentes	
pessoais,	doenças	e	desastres,	entre	outros	
(leia mais a respeito desse tema em artigo 
nas páginas 36-39).
Diante	dessas	portas	que	se	abriram	com	
as	mudanças	sociais	ocorridas	no	Brasil,	
o	setor	de	seguros	tem	se	movimentado	
para	criar	novos	produtos	e	coberturas	
adequadas	a	esse	novo	perfil	de	
consumidor.	Projetos-piloto	de	empresas	
ou	das	instituições	que	representam	o	setor	
ocorrem	em	diversas	cidades	do	País.	
O	Brasil	caminha	para,	nos	próximos	anos,	
ter	um	setor	de	seguros	com	um	maior	
número	de	participantes,	maior	variedade	
de	perfis	de	consumidores,	produtos	mais	
diversificados	e	maior	geração	de	receita.	
E	o	que	começou	com	uma	alteração	na	
estrutura	social	do	Brasil	será,	certamente,	
muito	positivo	para	todos.	
De 
autorrealização
Desenvolvimento	
pessoal,	conquistas
De estima
Autoestima,	reconhecimento,	status
Sociais
Relacionamento,	senso	de	pertencimento		
a	um	grupo
De segurança
Proteção,	abrigo,	defesa,	emprego
Fisiológicas
Fome,	sede,	sono	etc
Hierarquia das 
necessidades de Maslow
Segurança,•a•nova•necessidade•básica•do•brasileiro
Na	clássica	hierarquia	de	necessidades	proposta	pelo	teórico	Abraham	
Maslow,	a	busca	por	segurança	apresenta-se	logo	na	sequência	das	
necessidades	fisiológicas,	as	mais	básicas	do	ser	humano.	É	justamente	a	
essa	procura	por	segurança	que	a	indústria	de	seguro	no	mundo	todo	busca	
responder,	provendo	às	pessoas	a	sensação	de	estarem	protegidas	por	um	
plano	de	saúde	ou	um	seguro	de	vida	ou	patrimonial.	A	nova	classe	média	
brasileira,	ao	ter	acesso	a	bens	que	não	possuía,	passa	a	ter	agora		
também	a	preocupação	de	protegê-los.
não	tinham	acesso,	os	novos	consumidores	
brasileiros	passarão	a	ter	a	preocupação		
de	protegê-los.	
Para	se	ter	uma	ideia,	em	2008	foram	
licenciados	2,8	milhões	de	novos	
automóveis	e,	em	2014,	o	número	
deve	girar	em	torno	de	4	milhões.	
Adicionalmente,	a	estimativa	de	recursos	
para	o	crédito	imobiliário	em	2014	é		
36
Muito além de um 
“seguro barato”
A ascensão de novos consumidores propiciou o 
desenvolvimento de produtos como o microsseguro 
no Brasil, mas, para ser bem-sucedido em mercados 
como este, é preciso mergulhar fundo no 
universo social dos potenciais compradores 
e criar soluções de alta qualidade. 
D
esde	o	lançamento	do	
Plano	Real,	cerca	de		
45	milhões	de	brasileiros	
foram	inseridos	no	
mercado	de	consumo.		
No	período	entre	2002	e	2010,	a	população	
brasileira	cresceu	10%,	enquanto	a	classe	
média	ampliou-se	em	mais	de	30%.
Como	reflexo	da	ascensão	social,	
reduzem-se	as	taxas	de	mortalidade,	
ampliando	a	população	de	idosos.	
Ao	mesmo	tempo,	diminui	a	taxa	de	
fecundidade.	O	resultado	acumulado		
é	um	“bônus	demográfico”,	quando	a	
maior	concentração	da	população	está		
na	faixa	considerada	economicamente	
ativa,	entre	15	e	64	anos.	Essa		
condição	apresenta-se	como	propícia	ao	
desenvolvimento	econômico,	à	melhoria	
da	qualidade	de	vida	e	ao	crescimento		
do	consumo	de	bens	e	serviços.
O	volume	de	arrecadação	de	seguros	no	
Brasil	ficou	acima	de	R$	112	bilhões	em	
2010,	com	reservas	da	ordem	de	R$	178	
bilhões.	Nesse	período,	a	relação	entre	
seguros	e	o	Produto	Interno	Bruto	(PIB)	
brasileiro	chegou	a	3,1%	e	a	tendência	para	
os	próximos	anos	é	que	essa	proporção	
cresça.	É	importante	ressaltar	que	o	índice	
de	penetração	seguros/PIB	no	Brasil	é	
menor	do	que	em	outros	países,	como	
Índia	(5,1%),	Chile	(4%),	China	(3,8%)	e	
Venezuela	(3,5%),	fato	que	mostra	o	amplo	
espaço	existente	para	crescimento	no	setor.
Não	obstante	a	crise	internacional,	as	
perspectivas	para	a	economia	brasileira	
continuam	positivas.	Para	o	período	entre	
2011	e	2014,	é	esperado	um	crescimento	
de	15%	a	20%	em	prêmios	de	seguro.
Os	seguros	residenciais	e	habitacionais	se	
ampliarão	movidos	pela	expansão	do	setor	
37
imobiliário,	cujo	crédito	alcançou	a	cifra	de	
R$	100	bilhões	em	2010,	com	expectativas	
de	que	cheguem	a	R$	500	bilhões	em	2014.	
Na	parcela	da	população	classificada	como	
de	baixa	renda	–	que	ganha	até	dois	salários	
mínimos	per	capita	–,	50%	já	possuem	
ou	estão	pagando	sua	casa	própria	e	são	
clientes	potenciais	para	os	dois	seguros	
citados.	Já	os	seguros	de	vida	e	de	
acidentes	pessoais	e	o	seguro	prestamista	
têm	projeção	de	crescimento	da	ordem	de	
60%	para	os	próximos	quatro	anos.
Um•conceito•a•ser•compreendido
A	mudança	no	painel	demográfico	do	Brasil	
trouxe	a	demanda	pelo	desenvolvimento	do	
microsseguro,	considerado	parte	da	Política	
de	Microfinanças	do	Governo	Brasileiro	
e	um	valioso	instrumento	de	redução	
da	vulnerabilidade	a	que	estão	expostas	
as	populações	economicamente	menos	
favorecidas.
Muito além de um 
“seguro barato”
Teoricamente,	o	microsseguro	é	definido	
como	“a	proteção	financeira	fornecida	
por	provedores	autorizados	para	a	
população	de	baixa	renda	contra	riscos	
específicos,	em	troca	de	pagamentos	de	
prêmios	proporcionaisàs	probabilidades	
e	aos	custos	dos	riscos	envolvidos,	em	
conformidade	com	a	legislação	e	os	
princípios	de	seguro	globalmente	aceitos”.
Uma	simplificação	grosseira	leva	alguns	
a	considerarem	que	o	microsseguro	é	o	
seguro	barato	e	ponto	final.	Contudo,	
a	questão	é	mais	complexa,	já	que	se	
trata	de	um	público	com	características	
econômicas	e	socioculturais	específicas,	
que	resultam	em	necessidades	e	
expectativas	diversificadas.	Formatar	uma	
solução	de	proteção	(e	assegurar	sua	
venda)	para	esse	segmento	requer,	assim,	
um	mergulho	no	universo	social	dos		
novos	consumidores.
Por	Paulo 
Rogério Caffarelli 
Vice-presidente	de	
Novos	Negócios		
de	Varejo	do		
Banco	do	Brasil
38
Quem•são•e•o•que•pensam•os••
novos•consumidores
Os	novos	consumidores	têm	
famílias	numerosas,	com	domicílio	
predominantemente	urbano.	Possuem,	
em	média,	poucos	anos	de	estudo	e	altas	
taxas	de	analfabetismo	funcional.	A	família	
é	o	centro	da	vida	e	a	fonte	de	apoio.	
A	convivência	familiar	e	a	estabilidade	
financeira	estão	entre	seus	valores	básicos,	
e	a	casa	própria,	o	automóvel	e	as	viagens	
são	os	objetos	de	desejo	maior.
O	acesso	aos	bens	e	serviços	financeiros	–	
entre	os	quais,	estão	incluídos	os		
seguros	–	é	visto	como	conquista	de	
cidadania,	sobretudo,	quando	possuem	
crédito	em	seu	nome	(“nome	limpo”).	
Ainda	assim,	olham	os	bancos	com	
desconfiança	e	sentem-se	mais	próximos	
das	redes	de	varejo.	A	proteção	à	família	
e	aos	bens	adquiridos	é	bem	vista,	mas	
sentem	necessidade	da	evidência	de	uma	
vantagem	imediata	para	fazerem	um	
investimento	em	seguros.
Seguros•em•sintonia
O	desenvolvimento	do	mercado	de	
microsseguros	pressupõe	a	formatação	de	
soluções	de	alta	qualidade,	que	combinem	
preço	acessível,	viabilidade	econômica	
com	redução	de	custos	e	simplificação	de	
processos	de	regulação	de	sinistro	sem	
comprometer	as	seguradoras.
Algumas	soluções	e	diferenciais	que	
merecem	destaque	são:	seguro	de	vida		
e	acidentes	pessoais;	inclusão	de		
sorteios	entre	os	segurados;	ênfase	no	
auxílio-funeral	como	assistência;	seguros		
de	proteção	financeira;	pacote	de	
assistências	voltadas	à	família,	lazer,		
reparos	residenciais	e	veiculares,	além		
de	descontos	em	medicamentos;		
e	seguros	residenciais	e	habitacionais		
para	fazer	frente	à	expansão	do		
mercado	imobiliário.
Quanto	ao	desenvolvimento	de	soluções	
que	contemplem	as	necessidades	desses	
novos	consumidores,	o	momento	exige,	
ainda,	que	a	precificação	se	dê	com	base	
em	fórmulas	de	cálculo	que	considerem	os	
diferenciais	do	microsseguro,	combinando	
preço	acessível	e	massificação	das	vendas.
Outro	desafio	diz	respeito	ao	
aperfeiçoamento	e	à	ampliação	dos	
canais	de	distribuição.	No	caso	do	sistema	
financeiro,	a	adoção	dos	correspondentes	
bancários	ampliou	significativamente	os	
pontos	de	vendas	e	aproximou	a	oferta	dos	
locais	de	vida	e	trabalho	do	consumidor.	
“(...) os agentes reguladores também 
têm a sua tarefa: regulamentar o 
mercado de microsseguros, definindo 
critérios e atualizando marcos 
regulatórios para a sustentação 
do pleno desenvolvimento desse 
mercado promissor.”
39
Mas	é	preciso	diversificar	os	canais:	lojas,	
empresas	concessionárias	e	provedoras	
de	serviços	públicos	e	redes	varejistas	são	
outras	alternativas.
Da	mesma	forma,	a	comunicação	deve	ser	
inovadora.	A	linguagem	a	adotar,	com	tom	
menos	formal	e	fugindo	do	complicado	
“segurês”,	deverá	fortalecer	a	credibilidade	
da	marca,	desmistificar	o	produto	e	
apresentá-lo	de	forma	clara	e	transparente,	
deixando	ao	cliente	o	direito	de	decidir	
entre	prós	e	contras.	Igual	simplificação	se	
impõe	aos	processos	internos	e	mecanismos	
de	venda,	com	a	adoção	de	dispositivos	
automáticos	de	venda,	regulação	
descomplicada	do	sinistro	–	sem	que	isso	
implique	maior	risco	para	as	seguradoras	–	
e	capacitação	de	equipes,	sempre	com		
foco	na	eficiência.
Para	alcançar	tal	aprimoramento,	os	
agentes	reguladores	também	têm	a	
sua	tarefa:	regulamentar	o	mercado	
de	microsseguros,	definindo	critérios	e	
atualizando	marcos	regulatórios	para	a	
sustentação	do	pleno	desenvolvimento	
desse	mercado	promissor.	
40
A próxima etapa 
evolutiva
Depois dos avanços sociais e do aumento da 
demanda, a indústria de seguros no Brasil já 
começa a entrar em uma nova etapa, com a ênfase 
do consumidor por seguros de vida, previdência 
e saúde. Evolução própria de um mercado em 
crescimento e com maior penetração dos 
produtos.
O	Brasil	é	hoje	um	mercado	observado	e	cortejado	por	governos,	empresas	e	investidores	de	todo	o	mundo.	Os	importantes	
avanços	nas	áreas	social,	econômica,	
política	e	financeira	garantiram	um	
ambiente	estável	de	negócios	e	de	geração	
de	riqueza	–	o	que,	associado	ao	tamanho	
do	País,	tornou	o	Brasil	rota	obrigatória	
no	fluxo	de	investimentos	internacional.	
O	sétimo	maior	Produto	Interno	Bruto	
(PIB)	do	mundo,	com	aproximadamente	
US$	2,3	trilhões,	tem	espaço	nobre	nas	
decisões	sobre	presente	e	futuro.
Quando	olhamos	mais	especificamente	
para	o	mercado	interno,	notamos	que	
a	demanda	é	muito	robusta,	puxada	
principalmente	pelo	crescimento	da	
classe	média,	que	representa	hoje	
aproximadamente	um	potencial	de	
consumo	de	US$	700	bilhões,	ou	seja,	mais	
do	que	o	PIB	da	Suíça	ou	mais	do	que	o	PIB	
da	Argentina	e	do	Chile	juntos.	
Continuam	existindo,	no	entanto,	grandes	
necessidades	de	consumo	reprimidas,	
principalmente	nas	classes	sociais	com	
renda	menor.	É	nesse	público	que	o	
potencial	de	vendas	do	setor	de	seguros	
será,	nos	próximos	anos,	o	maior.	Por	
isso,	torna-se	hoje	um	desafio	estratégico	
entender	o	perfil	desse	consumidor	e	ficar	
cada	vez	mais	próximo	desse	potencial	
futuro	cliente.	
A	população	das	classes	C,	D	e	E	tem	um	
perfil	de	consumo	relativamente	diferente	
e	diversificado.	Enquanto	a	classe	E	vive	
um	momento	de	recuperação	de	um	longo	
período	de	consumo	reprimido,	mais	
concentrada	no	ciclo	de	compra	de	bens	de	
primeira	necessidade,	como	alimentação,	
41
vestuário	ou	até	bens	eletrodomésticos,	
as	classes	C	e	D	apresentam	já	uma	cesta	
de	compra	mais	sofisticada.	As	classes	
C	e	D,	consideradas	em	geral	como	a	
classe	média,	já	pensam	ou	investem,	por	
exemplo,	em	produtos	mais	caros,	como	
computadores,	carros	e	imóveis.
Grande	parte	da	classe	E	de	hoje	tende		
a	evoluir	e	crescer	amanhã	para	as		
classes	D	e	C,	entrando,	assim,	na	classe	
média.	Diante	disso,	essas	classes	criam		
um	potencial	de	mercado	importantíssimo		
para	os	diferentes	nichos	e	segmentos		
de	mercado,	tanto	na	indústria	como		
para	os	serviços.	No	caso	da	indústria	
de	seguros,	a	realidade	não	é	diferente.	
O	potencial	é	tão	grande	que	tem	uma	
regulamentação	própria	em	estudo,	a		
de	microsseguros	(leia mais a respeito 
de “microsseguros” em artigo nas 
páginas 36-39).
Esse	projeto	deverá,	assim,	criar,	em	um	
futuro	relativamente	próximo,	a	exemplo	
do	que	já	é	observado	em	outros	países	
emergentes,	um	novo	segmento	de	seguros	
mais	populares,	com	prêmio	baixo	e	
volumes	de	venda	importantes.
O	objetivo	aqui	é	dar	acesso	às	classes	
com	renda	menor	(C,	D	e	E)	aos	diferentes	
produtos	de	seguros,	no	sentido	de	garantir	
tranquilidade	no	presente	e	segurança	no	
futuro.	A	cultura	de	busca	de	proteção	
pelo	brasileiro	nas	coberturas	dos	produtos	
de	seguros	está	começando	a	emergir	no	
Brasil	e	cada	vez	mais	brasileiros	adquirem	
produtos	de	seguros.	A	criatividade	das	
empresas	do	setor	de	seguros,	observada	
nos	últimos	anos	em	termos	de	lançamento	
de	produtos,	tem	ajudado	muito,	mas	o	
grande	passo,	o	principal,	está	sendo	feito	
pelo	brasileiro,	cada	vez	mais	interessado	
em	buscar	e	adquirir	o	produto.
Por	Jérôme Garnier
Diretor	financeiro	
da	Caixa	Seguros
42
Proteção•à•vida
Enquanto	alguns	anos	atrás	era	
priorizada	a	proteção	de	um	bem,	como	
o	automóvel,	por	exemplo,hoje	se	dá	
mais	ênfase	à	proteção	da	vida	ou	ao	
planejamento	financeiro.	Essa	evolução	
é	típica	de	um	mercado	de	seguros	em	
crescimento	e	com	avanço	da	penetração.	
Assim,	costuma-se	observar	que,	nos	
países	menos	desenvolvidos,	o	segmento	
de	seguros	não-vida,	geralmente	auto,		
tem	o	maior	peso.	Nos	países	onde	
a	indústria	de	seguros	está	mais	
desenvolvida	e	mais	avançada,	os	seguros	
de	vida	e	previdência	ganham	uma	
importância	mais	relevante.
Espera-se,	dessa	forma,	que,	com	o	
crescimento	da	atividade	e	da	classe	média	
nos	próximos	anos,	o	mercado	de	seguros	
no	Brasil	deverá	ser	caracterizado	por	um	
forte	crescimento	no	segmento	de	seguros	
de	vida	e	previdência,	mas	também	em	
saúde,	pois	o	padrão	de	saúde	pública	
mostra	os	seus	limites.	
A	Caixa	Seguros,	seguradora	da	Caixa,	
está	bem	posicionada	para	atender	a	
esse	novo	mercado	consumidor.	De	
fato,	a	Caixa	Econômica	Federal,	hoje	
o	segundo	maior	banco	público	da	
América	Latina,	é	considerada	o	banco	
do	povo	brasileiro.	Está	entre	os	poucos	
bancos	que	têm	presença	em	todos	os	
municípios	do	Brasil.	Além	disso,	a	sua	
rede	bancária	é	complementada	pela	rede	
de	agências	lotéricas	e	correspondentes	
bancários	presentes	também	em	todo	
o	País.	No	total,	são	mais	de	60	mil	
pontos	de	atendimento	para	atender	a	
toda	a	diversidade	das	classes	brasileiras.	
Com	isso,	a	sua	presença	e	o	seu	
relacionamento	no	dia	a	dia	com	o	
brasileiro	são	muito	intensos.
Para	a	Caixa	Seguros,	isso	traduz	
importantes	nichos	de	mercado.	Com	
aproximadamente	9	milhões	de	clientes,	
a	seguradora	apresenta	um	potencial	de	
penetração	de	produtos	de	seguros	muito	
grande,	certamente	um	dos	maiores	do	
mercado	brasileiro	nos	próximos	anos,	
considerando	os	54	milhões	de	clientes	
da	Caixa,	a	diversificação	da	sua	carteira,	
a	sua	experiência	em	termos	de	produtos	
e,	principalmente,	a	confiança	do	povo	
brasileiro	na	marca	Caixa.	É	importante	
lembrar	que	a	Caixa	Seguros	foi	a	primeira	
empresa	a	lançar	no	mercado	brasileiro,	
em	1995,	produtos	de	seguros	populares	
de	venda	massificada,	como	os	seguros	
Caixa	Fácil	Acidentes	Pessoais	e	Caixa	Fácil	
Residencial.	Hoje,	o	Grupo	tem	diversos	
“É importante que se entenda o papel 
da indústria de seguros, que não 
diz respeito apenas a uma pessoa ou 
família ou mesmo empresa, mas 
a toda a sociedade.”
43
produtos	populares	à	disposição	do	
brasileiro,	como,	por	exemplo,	o	seguro	
de	vida	“Vida	da	Gente”	na	rede	Caixa,	o	
seguro	Amparo	e	o	título	de	capitalização	
“Super	X	Cap”	na	rede	lotérica.	A	Caixa	
Seguros	tem,	de	fato,	vocação	para	se	
tornar	uma	das	maiores	seguradoras	desse	
segmento.	
É	importante	que	se	entenda	o	papel	da	
indústria	de	seguros,	que	não	diz	respeito	
apenas	a	uma	pessoa	ou	família	ou		
mesmo	empresa,	mas	a	toda	a	sociedade.	
Quando	os	elos	da	cadeia	econômica	e	
social	estão	protegidos,	garante-se	uma	
corrente	forte,	que	funciona	sem	sustos		
ou	falhas	em	sua	estrutura.	
“Nos países onde a 
indústria de seguros 
está mais desenvolvida 
e mais avançada, os 
seguros de vida e 
previdência ganham 
uma importância mais 
relevante.”
44
Horizonte sem fim
De portas abertas para 
o investimento
Capítulo 3 
46
A segurança 
das seguradoras
O cenário econômico e os empreendimentos em 
infraestrutura e grandes eventos impulsionam 
o setor de resseguros no Brasil, cuja atual 
legislação contribui para o vigor do mercado 
nacional, protegendo as seguradoras diante de 
instabilidades financeiras do exterior.
O	Brasil	apresenta	um	cenário	econômico	bastante	promissor,	a	despeito	dos	inúmeros	desafios	colocados	pela	
crise	financeira	internacional.	Inflação	sob	
controle,	um	nível	adequado	de	reservas	e	
uma	trajetória	favorável	da	relação	entre	
dívida	e	Produto	Interno	Bruto	(PIB)	são	
algumas	das	condições	macroeconômicas	
que	permitem	antever	a	continuidade	
do	ciclo	de	crescimento	econômico,	da	
distribuição	de	renda	e	da	redução	das	
desigualdades	regionais.
Em	função	desse	contexto,	os	setores	
público	e	privado	brasileiros	retomaram	
suas	capacidades	de	investir	em	
infraestrutura	–	notadamente	em	energia,	
transporte	e	saneamento	–	e	de	realizar	
megaeventos	esportivos,	como	a	Copa	
do	Mundo	de	futebol,	em	2014,	e	os	
Jogos	Olímpicos,	em	2016.	Sem	falar	
nos	investimentos	necessários	para	a	
exploração	do	petróleo	do	pré-sal,	que,		
por	sua	magnitude,	constituem	um		
capítulo	à	parte.
A	concretização	de	todas	essas	conquistas	
da	sociedade	brasileira	exigirá	–	além	
de	muito	planejamento,	determinação	e	
trabalho	–	uma	ampla	oferta	de	seguros	
bem	estruturados	e	a	preços	razoáveis. 
	
As	seguradoras,	por	sua	vez,	em	razão		
da	grande	capacidade	técnica	e	financeira	
necessária	para	dar	cobertura	a	tais	
empreendimentos,	têm	buscado		
proteção	para	suas	carteiras	por	meio		
de	resseguro.
Felizmente,	a	indústria	de	resseguros	
encontra-se	preparada	para	isso.	Depois	
de	70	anos	de	monopólio,	o	mercado	
47
brasileiro	de	resseguros	foi	aberto	à	entrada	
de	competidores	nacionais	e	estrangeiros.	
Atualmente,	são	cerca	de	100	cadastrados	
no	órgão	regulador	de	seguros	do	Brasil.	
Sobram	capacidade,	conhecimento	e	
vontade	de	fazer	parte	deste	momento	
positivo	do	País.
Mais	importante	até	do	que	a	simples	
abertura	do	mercado	foi	o	fato	de	a	
legislação	de	2007	ter	assegurado	a	
permanência	de	um	mercado	nacional	
de	resseguros	pujante	e	apto	a	
oferecer	proteção	ressecuritária	para	as	
seguradoras	que	operam	no	Brasil.	Esse	
aspecto	é	fundamental,	pois	uma	crise	
internacional	pode	retirar	subitamente	
a	liquidez	e	o	apetite	por	risco	dos	
resseguradores	globais,	como	ocorreu	
no	final	de	2007	e	no	início	de	2008,	
e,	nesse	cenário	adverso,	a	preservação	
de	um	mercado	local	forte	garante	não	
A segurança 
das seguradoras
apenas	que	empregos,	expertise	e	tributos	
permaneçam	no	Brasil,	mas	também	
que	haja	capacidade	financeira	a	fim	de		
contribuir	para	o	desenvolvimento	do	País.
O	Instituto	de	Resseguros	do	Brasil	(IRB-
Brasil	Re),	na	qualidade	de	ressegurador	
estatal,	ex-monopolista	e	atual	líder	do	
mercado	aberto,	também	tem	feito	sua	
parte,	viabilizando	soluções	de	resseguro,	
como	a	cobertura	da	construção	da	usina	
de	Angra	III,	por	exemplo,	o	maior	negócio	
do	mercado	brasileiro	em	2011.	Para	
atender	cada	vez	melhor	a	seus	clientes	no	
Brasil	e	no	exterior,	a	empresa	passa	por	
uma	grande	transformação,	caracterizada	
pela	revisão	de	todas	as	suas	políticas	e	
diretrizes	de	aceitação	e	gerenciamento	de	
riscos,	pela	atualização	de	todos	os	seus	
processos	de	trabalho	e	pela	completa	
modernização	de	seus	sistemas	de	
tecnologia	da	informação.
Por	Leonardo 
André Paixão	
Presidente	do		
IRB-Brasil	Re
48
A	atuação	do	IRB-Brasil	Re,	a	criação	
de	resseguradores	de	capital	brasileiro	
e	a	vinda	para	o	País	de	dezenas	de	
resseguradores	globais	demonstram	o	
sucesso	das	novas	regras,	que	disciplinam	
o	resseguro	no	Brasil	e	reafirmam	a	
confiança	dos	agentes	privados	e	do	
governo	brasileiro	em	um	futuro	pleno	
de	oportunidades	–	não	apenas	para	
resseguradores,	mas	para	todos	aqueles	
que,	direta	ou	indiretamente,	fazem	
parte	do	processo	de	aprimoramento	da	
nossa	infraestrutura	e,	em	um	sentido	
mais	amplo,	da	construção	de	um	país	
economicamente	mais	forte	e		
socialmente	mais	justo	e	solidário.	
“Mais importante até do que a 
simples abertura do mercado foi 
o fato de a legislação de 2007 ter 
assegurado a permanência de um 
mercado nacional de resseguros 
pujante e apto a oferecer proteção 
ressecuritária para as seguradoras 
que operam no Brasil.”
49
2008
2009
2010
*2011
38
																																			67
																																																							82
																																																																						94
Maior•competição•

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