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PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO 2

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PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO 2
APRESENTAÇÃO DA AULA
O Planejamento tributário tem como objetivo a economia no pagamento dos impostos, ou seja, uma diminuição do pagamento de forma legal aos Cofres Públicos. O que a lei permite que o gestor possa se organizar para pagar menos tributo.
Para um bom planejamento tributário devemos primeiramente conhecer a estrutura da empresa e, o tipo de tributação que mais favorecê-la, analisando de forma criteriosa por parte dos gestores e, esta análise deve esta de acordo com o porte da empresa, do volume de seus negócios e da sua situação econômica.
OBJETIVOS DESTA AULA
Ao final desta aula, você deverá ser capaz de:
Objetivo 1 – Reconhecer o conceito de Planejamento Tributário
Objetivo 2 – Identificar o Planejamento Tributário na sua tomada de decisão
Objetivo 3 – Verificar formas lícitas de como se planejar para desonerar-se da carga tributária
Objetivo 4 – Reconhecer casos práticos de Planejamento Tributários
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BORGES, Humberto Bonavides. Planejamento Tributário. 8ª ed. São Paulo: Atlas, 2004.
BORGES, Humberto Bonavides. Manual de Procedimentos Tributários. 3ª ed. São Paulo: Atlas, 2009.
YOUNG, Lúcia Helena Briski. Planejamento Tributário. 4ª Ed. Curitiba: Juruá, 2008
FABRETTI, Láudio Camargo. Contabilidade Tributária. 10ª Ed. São Paulo: Atlas, 2006.
DÓRIA, Antônio Roberto Sampaio. Elisão e Evasão Fiscal. Lael, 1971.
GLOSSÁRIO
Ilícito - É todo ato que viola a Lei, quer seja por dolo, negligência, imprudência ou imperícia.
Licitude - Legal. Lícito. Legítimo.
2.1 - O Planejamento Tributário na tomada de decisão
O planejamento tributário é um dos elementos mais formas e fundamentais para o sucesso da empresa, pois quanto menor o seu custo e despesa, maior será o seu resultado, que na verdade é a meta principal do gestor e, hoje o Brasil representa uma carga tributária elevadíssima dentro do mundo globalizado.
Sendo certo, que ao falarmos de Gestão, principalmente na ordem tributária, devemos nos atentar que é um fator indispensável, devendo ser bem estruturado dentro da ordem lícita, facilitando assim a vida dentro da gestão empresarial.
O objetivo de um planejamento é analisar que regime de tributação apresenta a melhor opção, reduzindo a incidência dos impostos e alcançando assim melhores resultados econômicos. Para o melhor entendimento teórico, buscou-se analisar a importância de um bom planejamento tributário, demonstrando a sua grandeza dentro da empresa. 
2.2 – Conceito Básico de Planejamento Tributário
O conceito de tributos pode ser encontrado no Código Tributário Nacional (CTN) que em seu art. 3º define: “Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada”.
Vale ressaltar que para existe um tributo é necessário termos a combinação dos seguintes elementos: Fato Gerador, Contribuinte ou Responsável e a Base de Cálculo. Assim, nasce a obrigação tributária, dentro de uma relação jurídica, onde participam um credor (Sujeito Ativo) e um devedor (Sujeito Passivo), pelo qual o Estado, passar a ter a competência da exigibilidade tributária.
Visto o conceito de tributos, podemos entender melhor, o que é um Planejamento Tributário que, segundo Fabretti (2006, p.32), é:
 “O estudo feito preventivamente, ou seja, antes da realização do fato administrativo, pesquisando-se seus efeitos jurídicos e econômicose as alternativas legais menos onerosas, denomina-se Planejamento Tributário, que exige antes de tudo, bom senso do planejador”.
Planejamento tributário deve ser conduzido de encontro das alternativas jurídicas menos onerosas para empresa, não buscando sonegação e, sim dentro do que é estritamente legal e pertinente para melhorar a eficácia dos aspectos econômicos aos gestores empresarias, buscando dentro das normas meios que possam reduzir a carga tributária que é tão dolorosa às empresas.
2.3 - Evasão Fiscal x Elisão Fiscal
São dois os elementos caracterizadores da evasão e elementos que fazem a distinção entre evasão e elisão:
	1- momento da ocorrência do fato gerador: a evasão sucede o fato gerador, enquanto a elisão antecede a ocorrência do fato gerador. 
	2- a evasão configura um ilícito, enquanto a elisão configura um ato lícito.
	Elisão é a economia de imposto obtida pela prática de um ato revestido de forma jurídica. Os adeptos da interpretação lógico-sistemática e do primado dos conceitos do direito civil defendem a licitude da elisão: será lícita qualquer conceptualização jurídica do fato sujeito ao imposto, eis que à aptidão lógica do conceito para revestir juridicamente certos fatos repugna a idéia de abuso de forma jurídica (Sampaio Dória). 
	Posições teóricas atuais aceitam o planejamento fiscal como forma de economizar imposto, desde que na haja abuso de direito; só a elisão abusiva ou o planejamento inconsistente se tornam ilícitos (art. 116, p. único CTN). 
	A evasão dá-se após a ocorrência do fato gerador e consiste na sua ocultação com o objetivo de não pagar o tributo devido de acordo com a lei, sem que haja qualquer modificação na estrutura da obrigação ou na responsabilidade do contribuinte. A palavra evasão, com sentido se ilícito fiscal.
Gestão tributária de questões práticas, cujas soluções devem ser articuladas mediante a verificação se os aspectos dos fatos operacionais se inserem, ou não, nos critérios integrativos da principal hipótese legal de incidência do IPI.
Um ponto a ser destacado dentro do planejamento tributário é a sua diferença entre evasão fiscal (sonegação) e elisão fiscal (planejamento tributário), pois a primeira é nítida forma de ilicitude enquanto a segunda estaríamos estritamente dentro da lei, buscando meios lícitos de planejarmos a desoneração tributária em favor da empresa.
Segundo o próprio Dicionário Aurélio, “evasão” tem o significado de desviar, evitar, escapar, fugir e iludir (evitar ou escapar com destreza; furtar-se com habilidade ou astúcia).
Sendo certo que a evasão é algo ilícito, o contribuinte tem a má fé de evitar a tributação por meio doloso e intencional, de forma a reduzir e devida obrigação.
A evasão como um ato intencional por parte do agente e violando diretamente a lei, por utilizar-se de meios fraudulentos, tais como falta de emissão de nota fiscal, lançamentos contábeis de despesas que não existam, verificamos que é imperdoável para a manutenção da ordem tributária, pois reduz a arrecadação que de fato é devida.
Se evasão é um meio de fraude, a elisão fiscal já é um planejamento tributário que se faz de forma lógica e objetiva a aplicação direta da lei, ou seja, técnicas utilizadas em busca de pagar menos tributos.
Vale citar que a elisão é um conjunto de técnicas utilizadas dentro da própria legislação para evitar a incidência do tributo e / ou sua redução, logo verificarmos que antes mesmo do próprio surgimento da obrigação tributária.
Importante mencionar que de um lado verificamos a elisão como meios legais de forma ordenada pelos contribuintes que elaboram seu planejamento e, de outro lado nos deparamos constantemente aos que utilizam de fraudes pela evasão diminuindo a carga tributária por meios ilegais, ao passo que através da elisão o contribuinte alcança a redução da carga tributária, evitando o fato gerador do tributo.
Um exemplo clássico de elisão lícita seria uma distribuição de mercadorias por um Estado com menor alíquota de ICMS, ao passo que distribuições em Estados diferentes acarretariam em alíquotas diversas, elevando a tributação do imposto. Logo, planejou a operação de forma a reduzir a sua carga tributária.
Contudo, devemos contar sempre com o Princípio da Legalidade, para gerir a empresa de forma estritamente lícita. Sendo a elisão tratada como forma de gestão para planejar e organizar a desoneração da cargatributária, dirimindo conflitos em nossos tribunais.
2.4 – Implantação e Casos Práticos (retirados do Manual de Procedimentos Tributários, 3ª Edição, 2009 de Humberto Bonavides Borges)
2.4.1 - Gestão tributária específica à cisão parcial
2.4.1.1 - Descrição do fato objeto da gestão tributária
Empresa ABC, domiciliada no Estado de São Paulo, explora as atividades industriais e de prestação de serviços. Recente reunião de sua Assembléia Geral de Acionistas deliberou sua cisão parcial, como possibilita a Lei nº 6.404/76. Por meio desse instrumento de reorganização societária, a empresa cindida permanecerá no ramo de prestação de serviços passando a outra da cisão, a atividades industriais. Os produtos industrializados por essa sociedade, não serão objeto de deslocamento físico, pois a Sociedade nova funcionará no local onde se encontra domiciliada a empresa que será dividida. Esta, por sua vez, transferirá seu domicílio para outro local.
2.4.1.2 - Questão fiscal oriunda do fato descrito
A questão resultante consiste em esclarecer se a prática da operação descrita acima retro concretiza a hipótese de incidência do IPI. Pretende-se, assim, saber se a viabilização dessa operação configura ou não um fato relevante ao IPI.
2.4.1.3 - Aplicação dos critérios integrativos da hipótese legal de incidência do IPI ao fato descrito
A presente análise fiscal consiste, pois, em aplicar os critérios identificadores da hipótese legal de incidência do IPI ao fato descrito acima, a fim de verificar se este lhe é relevante ou não.
Na análise desse fato, a empresa cindida possui em seus estoques uma quantidade de produtos de sua própria industrialização – concretização do primeiro ângulo do critério material da hipótese de incidência. Em decorrência de sua cisão parcial, a empresa cindida transferirá a propriedade dos referidos produtos para a empresa oriunda da cisão – concretização do segundo ângulo do critério material da hipótese de incidência.
A ação supra descrita processar-se-á no Estado de São Paulo – concretização do critério espacial da hipótese de incidência.
Não haverá a saída dos produtos industrializados do estabelecimento da empresa cindida, em decorrência da operacionalidade desse negócio jurídico (cisão parcial).
2.4.1.4 - Conclusão
É importante salientar de início, que um fato é considerado relevante ao IPI quando nele estão configurados, de forma unificada e completa sua hipótese de incidência. Neste caso, não verificamos a saída do produtor, pois não se realiza a efetiva saída do produto, em decorrência do fato jurídico praticado.
Assim, o fato em análise, conforme a descrição acima, não está configurada na situação hipoteticamente descrita no contexto legislativo do IPI, que possibilita o nascimento da obrigação tributária que lhe é relevante.
Face ao exposto, na transferência do direito de propriedade dos produtos industrializados, da empresa cindida para nova empresa, desta análise fiscal, não se concretiza a hipótese legal de incidência do IPI.
2.4.2 - Gestão tributária específica à saída de bens para utilização em prestações de serviços a terceiros
2.4.2.1 - Descrição do fato objeto da gestão tributária
Empresa ABC, domiciliada no município de São Paulo, explora a atividade de prestação de serviços. Neste caso em tela, utiliza bens adequados à execução de sua atividade econômica.
Por razões de ordem econômica e operacional, essa empresa, em vez de adquirir os mencionados bens, adota o procedimento de comprar as matérias-primas e o procedimento de comprar as matérias-primas e os produtos intermediários para, em seguida, ela própria industrializá-los.
Frequentemente, os aludidos serviços são realizados no domicílio dos usuários. Assim, ocorre a saída física dos referidos bens para utilização nessas prestações de serviços.
2.4.2.2 - Questão fiscal oriunda do fato descrito
A questão decorrente consiste em esclarecer se o processo de industrialização dos bens e suas subseqüentes saídas para utilização nas prestações de serviços realizam a hipótese legal de incidência di IPI. Pretende-se, assim, saber se a concretização desses atos configura ou não um fato relevante a esse imposto.
 2.4.2.3 - Aplicação dos critérios integrativos da hipótese legal de incidência do IPI ao fato descrito.
Essa análise tributária consiste, pois em aplicar os critérios integrativos da hipótese legal de incidência do IPI ao fato descrito acima, a fim de constatar se este lhe é relevante ou não.
Na análise do fato descrito acima, a empresa procede à industrialização de bens, que seria hipótese de incidência do IPI os referidos bens são utilizados em negócios jurídicos por ela praticados, mas continuam na propriedade dela – inocorrência do segundo ângulo do critério material da hipótese legal de incidência.
Se nesse fato descrito inexiste a transferência da propriedade do bem em decorrência do negócio jurídico realizado, não que se cogitar da concretização do critério espacial da hipótese legal de incidência.
2.4.2.4 - Conclusão
O estudo da estrutura normativa do IPI evidência que integram a hipótese legal de incidência desse imposto:
A industrialização de um produto;
A realização de um negócio jurídico translativo da posse ou propriedade desse produto; e
A saída desse produto do estabelecimento que o industrializou, em decorrência de negócio jurídico translativo de sua posse ou propriedade,
A análise feita no item 6.4.2.3 supra demonstra à inocorrência, no fato descrito no item 2,1, da realização de negócio jurídico translativo da posse ou propriedade do bem, assim como de sua saída decorrente daquele (negócio jurídico).
Na realizada, não há mutação da posse ou propriedade do bem, pois antes, durante e após a realização dos serviços, a única proprietária do bem é a empresa que o industrializou, ou seja, a prestadora de serviço.
Por outro lado, embora, haja a saída do bem em decorrência de negócio jurídico (prestação de serviços a terceiros), torna-se necessário enfatizar que esse negócio jurídico não possibilita a transferência dos direitos de posse ou propriedade do referido bem. Assim, trata-se de uma mera saída física sem relevância para configurar o momento apto à concretização da hipótese legal de incidência do IPI.
Em face do exposto, depreende-se que, no fato descrito no item 2.1 retro, não se concretiza a hipótese legal de incidência do IPI.
A finalidade desta análise tributária é demonstrar a falta de juridicidade na eventual exigência do débito do IPI, quando da primeira saída de bens do ativo não circulante (de industrialização própria ou de produtos importados) para a execução de serviços pela própria empresa remetente.
Assim, com respaldo na linha de raciocínio desenvolvida nesta análise tributária, a empresa que venha a proceder à mencionada saída deve evitar o referido débito do IPI, mediante a utilização do adequado instrumento legal de defesa do contribuinte.
Nesta aula, você:
- Reconheceu o conceito de Planejamento Tributário.
- Identificou o Planejamento tributário na sua tomada de decisão.
- Reconheceu as formas lícitas de como se planejar para desonerar-se da carga tributária.
- Verificou alguns casos práticos de Planejamento Tributário.
O QUE VEM NA PRÓXIMA AULA
Na próxima aula, você estudará sobre os assuntos seguintes:
- Tributo e a legislação pertinente;
- A lógica dos elementos tributários;
- A apuração e o pagamento de cada imposto.
EXERCÍCIOS
1 - São impostos seletivos e não-cumulativos:
	a)
	o ICMS e o IPVA
	b)
	o IPTU e o IPTR
	c)
	o IRPJ e o IPI
	d)
	o IPI e o ICMS
	e)
	o ICMS e o ISS
2- A natureza jurídica específica do tributo é deter​minada:
	a)
	pela denominação que lhe dá a lei
	b)
	pelas características formais adotadas pela lei
	c)
	pela destinação legal do produto da sua arre​cadação
	d)
	pela competência da pessoa jurídica de di​reito público que o instituir
	e)
	pelo fato geradore base de cálculo da res​pectiva obrigação
	3 - 
	(i)
	Imposto de importação
	
	(ii)
	Imposto sobre a transmissão causa mortis
	
	(iii)
	Imposto sobre a transmissão de imóveis inter vivos
Os impostos acima competem, respectivamente:
	a)
	à União, aos Estados e aos Municípios
	b)
	aos Municípios, aos Estados e à União
	c)
	aos Estados, à União e aos Municípios
	d)
	aos Estados, aos Municípios e à União
	e)
	à União, aos Municípios e aos Estados
4 - O ICMS não incide na prestação de serviços de transporte:
a) intramunicipal
b) intermunicipal
c) interestadual
d) a título gratuito
e) de carga
5 - O princípio da anterioridade não se aplica ao:
a)	ICMS
b)	Imposto sobre Operações Financeiras – IOF
c)	Imposto sobre Propriedade Predial e Territorial Urbana – IPTU
d)	Imposto de Renda Pessoa Jurídica – IRPJ
e)	Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores – IPVA
Gabarito
1 – D
2 – E
3 – A
4 – A
5 - B

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