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AULA INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO

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03/05/2017
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Disciplina de Bioquímica clínica
AVALIAÇÃO DA 
FUNÇÃO CARDÍACA
ATEROSCLEROSE
 Distúrbio responsável por + mortes do que 
qualquer outro distúrbio;
 Epidêmico nas sociedades economicamente 
desenvolvidas;
 Doença de progressão lenta que começa na 
infância;
 A aorta, as coronárias e os vasos cerebrais são 
os principais alvos \principais conseqüências: 
infarto do miocárdio, aneurisma da aorta e infarto 
cerebral.
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Grau 1: Alterações na permeabilidade do endotélio. Grau 2: Formação de estrias gordurosas
Grau 3: Crescimento da estria gordurosa com início da formação
da capa fibrosa
Grau 4: Desenvolvimento de um núcleo lipídico, que resulta em
morte celular (apoptose)
Grau 5: Macrófagos produzem enzimas proteolíticas que
degradam a capa fibrosa ao redor do núcleo lipídico – Placa
instável
Grau 6: A placa de rompe, expondo o conteúdo lipídico, com
conseqüente recrutamento de células e plaquetas - Trombo
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AVALIAÇÃO LABORATORIAL 
DO IAM
Insuficiência coronariana:
Definição
 Pode ser definida como uma situação
clínica patológica, na qual o sistema arterial
coronariano não tem a capacidade fisiológica de
suprir adequadamente, aguda ou cronicamente, as
necessidades miocárdicas de demanda de O2 e
metabólitos.
 É um desbalanço entre oferta e consumo de O2
e metabólitos (glicose).
Infarto Agudo do Miocárdio
Insuficiência Coronariana 
Aguda
 De acordo com a recomendação da OMS, devem 
ser preenchidos, pelo menos, dois dos seguintes 
critérios para o diagnóstico de isquemia 
miocárdica:
1) sintomas clínicos sugestivos de isquemia 
miocárdica com mais de 30 minutos de duração,
2) alterações eletrocardiográficas (ECG) 
consistentes com lesão miocárdica,
3) elevação seriada na atividade de enzimas 
cardíacas séricas
Insuficiência Coronariana 
Aguda
 Os sintomas clínicos, embora importantes, podem 
ser inespecíficos e atípicos, em especial nos 
pacientes diabéticos e idosos.
 ECG realizado precocemente depois dos sintomas, só 
manifesta alterações características em cerca de 50% dos 
pacientes com IAM
 50% seriam desconsiderados se o diagnóstico for 
baseado somente na história clínica, dor torácica e 
evolução eletrocardiográfica!!!
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Insuficiência Coronariana 
Aguda
 O terceiro aspecto da tríade diagnóstica é: a
liberação de enzimas pelo miocárdio necrosado
mais específico.
 Os marcadores de necrose miocárdica têm 
dupla função na avaliação do IAM:
 Têm efeito diagnóstico
 Têm efeito avaliação prognóstica
Marcadores de lesão cardíaca
 Marcador ideal
 Diagnosticamente:
 Alta sensibilidade (detectar lesão cardíaca)
 Alta especificidade (não detectar ausência as lesão cardíaca.)
 Rápida liberação em níveis detectáveis
 Correlacionar-se eficientemente com a extensão da lesão
 Longa T1/2
 Analiticamente:
 Alta sensibilidade (ser detectada em níveis baixos)
 Alta especificidade ( poucos interferentes)
 Teste fácil, barato, rápido
Enzimas Cardíacas
 Anteriormente:
 TGO, DHL, CPK e CKMB atividade
 Atualmente:
 Mioglobina, CK massa e Troponina
Aspartato aminotransferase
 Sinônimo: AST, TGO, Transaminase oxalacética.
 A TGO é principalmente originada a partir do
coração, fígado, musculatura esquelética, rins, 
pâncreas, baço, pulmão = muito inespecífica.
 Uso: determinação de dano celular do parênquima 
hepático e como marcador auxiliar do IAM ( para 
diferenciar dosar junto TGP)
 Início do aumento ocorre 8h após a lesão celular,
o pico ocorre entre 18-36h e volta aos níveis normais 
em 3 a 4 dias
Lactato Desidrogenase - LDH
 Sinônimos: LDH, DHL, Dehidrogenase láctica
 A LDH é amplamente distribuída no organismo,
encontra-se em altas concentrações no fígado,
músculos esquelético e cardíaco, rins, hemácias e outros 
tecidos;
 Níveis séricos elevados de DHL são observados em 
uma variedade de condições = muito inespecífica;
 Elevações moderadas ocorrem em pacientes com
IAM, infarto pulmonar, anemia hemolítica, leucemia,
mononucleose e nos pacientes com distrofia muscular 
progressiva.
 não é mais recomendada para o diagnóstico ou acompanhamento do 
paciente com lesão cardíaca.
Creatinofosfoquinase
 Sinônimo: CK ou CPK
 A CPK é uma enzima que catalisa o caminho metabólico
creatina-creatinina em células musculares e tecido cerebral 
inespecífica
 Um aumento acima dos níveis séricos normais indica lesão 
em células com alto teor de CPK.
 Possui três isoenzimas distintas - CK-BB, CK-MB e CKMM
- que permitem “localizar” o local de destruição tecidual :
 CK-BB, raramente vista no soro, é a mais prevalente em tecido 
cerebral.
 A CK-MM é encontrada principalmente no músculo esquelético.
 A CK-MB no músculo cardíaco.
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Creatinofosfoquinase
 Em relação ao diagnóstico do infarto do miocárdio, a 
dosagem da CK total apresenta alguns 
inconvenientes:
 Falta de especificidade, devido a elevações falso positivas 
em consequência de lesão dos músculos esqueléticos, 
principalmente nas injeções intramusculares;
 Período de tempo relativamente curto em que a enzima 
permanece alta após o início do infarto;
 Porém uma de sua isoenzima MB é fundamental
para o diagnóstico e monitoramento do IAM
Isoenzima MB - CKMB
 Sinônimo:CKMB, Creatinofosfoquinase MB Isoenzima, CK 
massa.
 A isoenzima CK-MB é a isoenzima presente na musculatura 
lisa (miocárdio) e é liberada pelo miocárdio durante o processo 
de necrose.
 Uma única determinação da CK-MB efetuada logo após a 
queixa do paciente, oferece uma sensibilidade de cerca de 50% 
para detectar o IAM.
 A determinação seriada ao longo das seis primeiras horas dá 
uma sensibilidade de mais de 90%, e se aproxima dos 100% 
depois de 10-12 horas.
Isoenzima MB - CKMB
 É um dos marcadores de miocárdio mais importantes, 
com papel bem estabelecido na confirmação de infarto 
agudo do miocárdio e no monitoramento de terapia 
trombolítica;
 Em casos de IAM, os valores séricos tipicamente 
sobem de 3-6 h após o início dos sintomas, com picos 
entre 12-24 h, e retorno a valores basais em carga de 
24-48 h.
 Embora antigamente se utilizasse a medição da 
atividade da CKMB após a inibição das demais 
isoenzimas, atualmente se determina a CKMB massa, 
por ensaio imunométrico mais sensível.
Isoenzima MB - CKMB
 Por que o CK-MB MASSA é mais confiável que a 
atividade de CK-MB ????
 CKMB MASSA determina a concentração de MB no 
soro ao invés da sua atividade.
 Possuem melhor sensibilidade analítica : testes de MB 
massa detectam enzimas ativas e inativas, assegurando 
aumento da sensibilidade.
 Testes de massa detectam lesões no miocárdio 1 hora 
antes do que os testes de atividade da CKMB.
 Menos resultados falso-positivos: possuem pouca ou 
nenhuma interferência com macro-moléculas e 
hemólise.
MIOGLOBINA
 É rapidamente liberada pela musculatura 
estriada lesada do esqueleto e do miocárdio
 A sua importância está na precocidade da
liberação após o início da dor torácica.
 Ela começa a se elevar dentro de 1 a 3 h e, se 
os seus níveis estiverem dentro dos valores de 
referência 8 horas depois do início da dor 
torácica, o diagnóstico de IAM é excluído.
 No entanto, não tem especificidade: aumento 
pode ser oriundo da musculatura esquelética
MIOGLOBINA
 Durante o curso do IAM, a mioglobina é liberada do músculo 
cardíaco, podendo alcançar níveis 5-10 vezes maiores que o 
normal, durante as primeiras 5-10 horas (= pico).
 Correlaciona-se bem com as elevações da CPK, retornando 
a valores normaisapós 24 horas.
 A elevação da mioglobina é extremamente precoce quando 
comparada a outras enzimas cardíacas baixo peso 
molecular rápido deslocamento para a circulação.
 Essa mesma característica responde por sua curta 
permanência em níveis alterados, já que é rapidamente 
filtrada e eliminada pelos rins.
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TROPONINAS
 O complexo das troponinas é composto de três membros:
 Troponina T,
 Troponina I,
 Troponina C.
 Estas três subunidades estão envolvidas com a regulação 
da contração da musculatura, sendo que as troponinas T 
(TcT) e I (TcI) estão presentes na musculatura cardíaca.
 Nestes últimos anos, a TcT e a TcI tem desafiado a CK-
massa como o “padrão ouro” para a detecção precoce do 
IAM,
 São usadas tb para o diagnóstico tardio (permanecem 
elevadas por cerca de 10-14 dias pós IAM).
TROPONINAS
 Detectam pequenas quantidades de lesão miocárdica.
 No infarto do miocárdio, o aumento da troponina ocorre 
em paralelo com o CKMB.
 A troponina I aumenta 2 a 6 h após o infarto do miocárdio, 
retornando aos níveis normais somente 7 a 10 dias após o 
início dos sintomas.
 A troponina T aumenta cerca de 3 a 4 h após a ocorrência 
de sintomas, podendo permanecer elevados até 14 dias.
 A associação entre troponina + CKmassa forma
um perfil satisfatório para o diagnóstico e o 
monitoramento do infarto do miocárdio.
Marcadores Cardíacos de IAM
 Na prática clínica são utilizados :
 as TROPONINAS 
 e a CK-MB (massa) nas primeiras 6h para 
diagnóstico e avaliação de pacientes com 
suspeita de síndromes coronariana agudas 
 e o acompanhamento da curva de CK-MB 
(massa) nos paciente com diagnóstico de 
infarto.
Características da dinâmica de elevação, pico e retorno aos níveis 
basais dos marcadores cardíacos.
Marcador
Tempo de 
alteração inicial
Tempo de pico 
de elevação
Tempo de 
retorno ao 
normal
CK-MB 4-8 horas 12-24 horas 72-96 horas
Mioglobina 2-4 horas 8-10 horas 24 horas
cTnI 4-6 horas 12 horas 3-10 dias
cTnT 3-6 horas 12-48 horas 7-10 dias

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