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Resumo Cirurgia Odontológica UFMG

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1 Mariana Magalhães 
CIRURGIA AMBULATORIAL I 
Livro: Cirurgia Oral e Maxilofacial 
Contemporânea – 5ª edição 
Avaliação do estado de saúde pré-operatório 
- O dentista deve descobrir a presença ou o 
histórico de problemas médicos que possam 
afetar a segurança do tratamento, bem como 
condições que afetam especificamente a saúde da 
região oral e maxilofacial. 
 
Risco Cirúrgico: Risco do paciente apresentar 
uma complicação durante o procedimento. É 
feito geralmente por cardiologistas. O paciente é 
classificado em ASA. 
 
 ASA I: Paciente saudável; sem distúrbios 
fisiológicos, bioquímicos ou psiquiátricos. 
 ASA II: Paciente com doença sistêmica 
leve. Sem comprometimento da atividade 
normal. A condição pode afetar a cirurgia 
ou a anestesia. 
 ASA III: Paciente com doença sistêmica 
grave, com comprometimento da atividade 
normal e com impacto sobre a anestesia e 
cirurgia. 
 ASA IV: Paciente com doença sistêmica 
grave que é ameaçadora à vida, com 
grande impacto sobre a anestesia e 
cirurgia. 
 ASA V: Paciente moribundo, difícil 
sobrevivência por 24h com ou sem 
operação. 
 
- Cada classificação possui um risco de óbito: 
 ASA I: < 0,3% 
 ASA II: 0,2% 
 ASA III: 1,2% 
 ASA IV: 8% 
 ASA V: 34% 
 
EXAME CLÍNICO 
 
- Engloba a anamnese, exame físico e exames 
complementares. 
 
 ANAMNESE: 
 
- Uma anamnese bem feita é a informação mais 
importante que o dentista pode ter quando 
decide se o paciente pode se submeter com 
segurança a um tratamento dentário; 
- O dentista também deverá prever como um 
problema médico alterará a resposta do paciente 
aos agentes anestésicos e à cirurgia planejada; 
- A anamnese e o exame físico devem ser 
individualizados para cada paciente, 
considerando seus problemas clínicos, idade, 
nível de conhecimento e o estilo de vida, a 
complexidade do procedimento planejado e os 
métodos anestésicos antecipados. 
 
 Identificação do paciente: 
 
- A informação mais importante a ser obtida de 
um paciente são seus dados pessoais, esses 
dados devem incluir: 
 Nome completo do paciente; 
 Endereço e Telefone; 
 Idade; 
 Gênero; 
 Ocupação; 
 
 Queixa principal: 
 
- O paciente deve ser questionado sobre a sua 
queixa principal/ motivo da consulta. Isso ajuda 
o dentista a estabelecer prioridades durante a 
tomada da anamnese e o planejamento do 
tratamento. 
 
 História da queixa principal/doença: 
 
- O paciente deve citar a história da sua doença 
atual, seu aspecto inicial, alterações ocorridas 
desde o seu surgimento e sua influência sobre 
outros fatores; 
- As descrições de dor devem incluir: início, 
intensidade, duração, localização e irradiação, 
bem como fatores que a pioram ou melhoram; 
 
 Anamnese: 
 
- O formulário deve conter uma declaração que 
garante ao paciente a confidencialidade da 
informação, além de um termo de consentimento 
individual no qual o paciente autoriza o acesso 
ao seu registro dentário pelo dentista durante o 
tratamento. 
- Deve incluir também um local para o paciente 
assinar confirmando estar ciente das perguntas e 
da precisão das suas respostas; 
- É muito importante, que as respostas dadas 
pelo paciente sejam documentadas POR ESCRITO. 
- Dados básicos da história de saúde do paciente: 
 
2 Mariana Magalhães 
 Hospitalizações passadas, operações, 
lesões traumáticas e doenças graves; 
 Doenças ou sintomas menores recentes; 
 Uso contínuo ou recente de medicações e 
alergias (a medicamentos); 
 Descrição de hábitos de saúde ou vícios, 
como o uso de etanol, tabaco e drogas 
ilícitas e a quantidade e o tipo de 
exercícios diários; 
 
- Além dessas informações básicas, é importante 
questionar sobre problemas clínicos comuns que 
podem alterar o tratamento odontológico do 
paciente, como: 
 Angina, infarto do miocárdio, sopros 
cardíacos, doença cardíaca reumática, 
distúrbios de coagulação (incluindo o uso de 
anticoagulantes), asma, doença pulmonar, 
hepatite, DST’s, doença renal, diabetes, 
uso de corticóides, crise convulsiva, AVC e 
próteses implantadas. 
 
- Pacientes do sexo feminino, devem ser 
questionadas sobre a possibilidade de estarem 
grávidas. 
- Uma breve história familiar pode ser útil e 
deve focar as doenças hereditárias relevantes, 
tais como hemofilia. 
- A anamnese deve ser atualizada 
periodicamente, pelo menos uma vez ao ano. 
 
 Revisão dos Sistemas: 
 
- Método seqüencial e abrangente para elucidar 
sintomas do paciente baseados nos sistemas dos 
órgãos que pode revelar condições clínicas não 
diagnosticadas; 
- Os sistemas cardiovascular e respiratório 
comumente necessitam de avaliação antes de 
uma cirurgia oral ou sedação. 
- Revisão cardiovascular: Desconforto torácico ao 
esforço, quando se alimenta ou em repouso; 
palpitações; desmaios; edema dos tornozelos; 
fadiga; entre outros. 
- Revisão respiratória: Dispneia ao esforço; falta 
de ar; tosse; produção excessiva de secreções; 
tosse com eliminação de sangue. 
 
 EXAME FÍSICO: 
 
- O exame físico odontológico deve focalizar a 
cavidade oral e a região maxilofacial; 
- Qualquer alteração encontrada deve ser 
descrita precisamente; (Alteração -> Comorbidade) 
- Inicia-se aferindo os sinais vitais (PA e pulso); 
- Deve ser avaliada a simetria e proporções 
faciais, movimento dos olhos e cor da conjuntiva; 
obstrução nasal, presença ou ausência de lesões 
e descoloração cutânea. 
- o Exame intra-oral deve avaliar toda a cavidade 
oral, incluindo orofaringe, língua, soalho da boca 
e mucosa oral. 
- A palpação é importante para avaliar a ATM e 
sua função, o tamanho e função das glândulas 
salivares, o tamanho da glândula tireóide, a 
presença ou ausência de aumento ou 
sensibilidade dos linfonodos e o endurecimento 
de tecidos moles orais. 
 
 EXAMES COMPLEMENTARES: 
 
- Exames de imagem, exames laboratoriais, 
exames dos modelos de estudo. 
 
 
 
Revisão de Sistemas 
 
 CONDIÇÕES CARDIOVASCULARES: 
 
 Hipertensão arterial 
 Angina do peito 
 Infarto do miocárdio 
 Insuficiência cardíaca congestiva 
 Arritmia cardíaca 
 Bradicardia 
 Endocardite infecciosa 
 
 HIPERTENSÃO ARTERIAL 
 
- Definição: pressão arterial em repouso acima 
de 140 mmHg, Sistólica, ou 90 mmHg, 
Diastólica, ou ambas. 
- Incidência: 10 a 20 % dos pacientes adultos. 
- Sintomas: assintomática na maioria, mas pode 
causar cefaléia, turvação da visão ou alteração 
do estado mental. É descoberta em exames de 
rotina 
 
- Complicações: 
 Doença Cerobrovascular; 
 Doença Renal; 
 Doença das Artérias Coronárias. 
 
 
3 Mariana Magalhães 
- Etiologia: Essencial (90%). Secundária a 
doenças do parênquima renal, renovasculares ou 
adrenais (10%). 
- Fatores de risco: Estresse emocional, demanda 
fisiológica, vasoconstritores -> Elevação 
temporária da PA. 
 
- Classificação: 
 Normal: 120 / 80 mmHg 
 Controlada: até 140/ até 90 mmHg 
 Leve: 140-160 / 90-105 mmHg 
 Moderada: 160-170 / 105-115 mmHg 
 Grave: 170-190 / 115-125 mmHg 
 Maligna: 190 + / 125 + (grave, com 
sintomas no Sistema Nervoso Central). 
 
- Conduta de acordo com a classificação: 
• Leve ou controlada: normal, com ou 
sem encaminhamento ao médico. Para 
procedimentos cirúrgicos avaliar 
possibilidade de sedação. 
• Moderada: encaminhamento ao médico 
para revisão ou tratamento. Para 
procedimentos cirúrgicos simples, avaliar 
a possibilidade de sedação. Procedimentoscirúrgicos múltiplos ou extensos requerem 
hospitalização. 
• Grave: Avaliação, radiografias e 
moldagens. Encaminhamento ao médico 
para tratamento e adequação para outros 
procedimentos. 
• Maligna: Emergência Médica. 
 
- Conduta: Avaliação pelo CD: 
 LIMITE DA FAO-UFMG: 140/90mmHg. 
 
- História (para determinar a gravidade); Época 
do diagnóstico; Esquema terapêutico; Presença 
de complicações em outros órgãos; Mensuração 
em todas as consultas; Parecer médico quando 
necessário. 
- Procurar reduzir o estresse, manejo da 
ansiedade, atender preferencialmente pela 
manhã. 
- Pacientes com PA alterada devem ser 
encaminhados ao médico; 
- Iniciar tratamento após controle da PA; 
- Pacientes com PA muito alta – grande risco de 
problemas médicos agudos durante tratamento 
odontológico; 
- Pacientes com comprometimento médico devem 
ter sua PA monitorada durante procedimentos 
estressantes, como cirurgias bucais e 
periodontais e de instalação de implantes; 
- Continuar aferindo PA de nossos pacientes. 
(Depois de formar, muitos CD deixam de lado esse 
hábito.) 
 
- Limites no uso da adrenalina: 
 Uso de vasoconstritores em pacientes com 
doença cardiovascular (DCV) – em debate; 
 Racionalidade – pacientes hipertensos 
podem ter outras DCV e resiliência 
reduzida do sistema cardiovascular; 
• Uso de epinefrina em anestésicos locais 
resulta em infreqüentes efeitos adversos; 
• Minimizar em pacientes com risco de 
desenvolver DCV; 
• Não há dose máxima oficial – 2 a 3 
tubetes de lidocaína com adrenalina 
1:100.000 em pacientes com DCV leve a 
moderada; 
 
- Pacientes sem controle da PA: 
• Menos de 50% dos hipertensos tratados 
têm PA bem controlada; 
• Pacientes sem compromisso com 
tratamento: apenas 1/3 dos pacientes 
tomam seus medicamentos regularmente 
(estimativa); 
• História médica e medicamentosa – 
aferição da PA – médico; 
• Efeitos adversos x uso da medicação 
• Desempenho sexual, xerostomia ou 
fraqueza – troca da medicação pelo 
médico; 
• Medicamentos de baixo custo x alto custo; 
• Informar sobre complicações; 
• Em caso de perda de confiança no médico 
estimular a procura de outro. 
 
- Pacientes com hipertensão controlada: 
• Ótimo controle da dor, do estresse e da 
ansiedade; 
• Adequado uso de vasoconstritores; 
• Evitar interações medicamentosas; 
• Manejo de efeitos adversos, como 
hipotensão ortostática ou xerostomia; 
• Controle efetivo da dor operatória e pós-
operatória; 
• Deixar paciente tranquilo e confiante – 
boa relação; 
• Informar previamente da possibilidade de 
desconforto 
 
4 Mariana Magalhães 
• Controle medicamentoso da ansiedade 
(benzodiazepínicos / óxido nitroso); 
• Consultas curtas. 
• Vários estudos com pacientes saudáveis – 
1 tubete de lidocaína 2% com epinefrina 
1:100.000 não altera PA e pulso; 
• 5,4 ml (3 tubetes) – significante aumento, 
sem efeitos adversos; 
• Recomendação – 2 tubetes para 
hipertenso; 
• Insuficiente? – avaliar possibilidade de 
maior administração ou cancelar 
procedimento; 
• Dose excessiva em hipertensos – aumenta 
PA e causa arritmias; 
• PA ≥180/110 mmHg – não administrar 
anestésico com vasoconstritor; 
• Evitar norepinefrina e levonordefrina em 
hipertensos; 
• Adrenalina 1:100.000 – segura para 
maioria dos pacientes. 
• Uso prolongado de antiinflamatórios pode 
diminuir atividade de antihipertensivos; 
• Minimizar hipotensão ortostática (é a 
queda excessiva da PA quando se assume a 
posição ortostática). 
 
- Modelo de encaminhamento: 
 
Ao cardiologista. 
 
 Encaminho o Sr/Sra_________, idade, com 
indicação de Cirurgia Bucal sob anestesia local. 
 A história médica do paciente revelou “ex: 
hipertensão arterial sistêmica”, fazendo uso de 
(todos os medicamentos), 
 Solicito risco cirúrgico e controle para 
executar o procedimento supracitado. 
Atenciosamente, data 
Carimbo. 
 
- Cardiopatas: Índice Multifatorial de Risco – 
Classificação de Goldman. 
 
 Doenças que são pontuadas na escala de 
Goldman: 
 
CLASSE PONTOS RISCO 
I 0-5 Baixo risco 
II 6-12 Médio risco 
III 13-25 Avaliação criteriosa 
IV Acima de 26 
 
 
- Esquema de hipertensão: 
 PACEINTE SEM HISTÓRIA: 
 PA Normal: Esquema normal 
 PA >140 sistólica/>90 diastólica: Parcecer 
médico 
 
PACIENTE COM HISTÓRIA: Sempre solicitar o 
parecer médico. 
 
 ANGINA PECTORIS (DO PEITO): 
 
- Excesso de trabalho cardíaco para baixa oferta 
de O2 por mm cardíaco. 
- Cardiopatia isquêmica passageira, sintomática, 
realçada pela dor no peito. 
- Causada por stress ou esforço físico 
- Características da dor no peito: 
• Intensidade moderada; 
• Dor retroesternal mal localizada; 
• Irradiação para ombro e braço esquerdos, 
ou pescoço e mandíbula 
• Curta duração (2-10 min); 
• Aliviada pela Nitroglicerina (perceptível em 
2 min.). 
- Diferença do infarto: Duração 
 
- Classificação: 
• Estável: dor ao esforço e alívio ao repouso; 
• Instável: dor em repouso ou mudança 
acentuada na frequência; 
 
- Etiologia: estreitamento aterosclerótico de uma 
ou mais artérias coronárias. 
 
- Tratamento odontológico do paciente com 
Angina do Peito: 
 
- Bom relacionamento com o paciente, consultas 
curtas, profilaxia com isossorbida, técnicas de 
sedação e hospitalização. 
• Leve: normal, com ou sem técnica de 
sedação 
• Moderada: normal para procedimentos 
dentários simples não cirúrgicos, com 
consulta médica. Profilaxia com 
nitroglicerina associada ou não a 
• técnica de sedação para procedimentos 
dentários extensos e cirurgias simples 
• Grave: Avaliação e diagnóstico normais. 
Consulta médica. Procedimentos 
dentários restauradores e cirúrgicos 
requerem hospitalização. 
 
 
5 Mariana Magalhães 
- Em caso de ataque agudo: 
 Sinais e Sintomas: dor torácica com ou 
sem irradiação, fraqueza, com ou sem 
Dispnéia, apreensão, aumento da pressão 
arterial e da frequência do pulso,com ou 
sem sudorese. 
 
• Suspender o tratamento; 
• Reclinar o paciente a 45º; 
• Tranquilizar o paciente; 
• Administrar Aspirina (2 comprimidos – 
mastigar) 
• Administrar oxigênio se possível. 
• Dor persistente (Ambulância. PA e pulso 
cada 5 min. Preparar-se para PCR). 
 
 
 INFARTO DO MIOCÁRDIO 
 
- Lesão irreversível do miocárdio resultante de 
Isquemia prolongada do coração (necrose) 
- Doença progressiva das artérias coronárias, 
secundária a aterosclerose. 
-Manifestação clínica: Dor torácica INTENSA na 
área subesternal ou pré-cordial com ou sem 
irradiação para o braço esquerdo e/ou 
mandíbula. Podem estar presentes dispnéia, 
palpitações, náuseas e vômito. 
- Diagnóstico: Manifestação clínica, ECG, exame 
de enzimas cardíacas. 
- Complicações: Arritmias, ICC e Angina. 
 
- Tratamento odontológico do paciente que 
teve Infarto do Miocárdio: 
 
Até 6 meses de IM: 
 Adiar tratamento, se possível 
 Consultar médico 
 Mínimo de tensão 
 Procedimentos simples de profilaxia e 
restauração 
 Procedimentos mais extensos ou 
cirúrgicos devem ser substituídos por 
paliativos ou em caso de urgência devem 
ser feitos em hospital. 
 
De 6 meses a 1 ano: 
 Pensar em adiamento 
 Consultar médico 
 Reduzir tensão ao mínimo, se necessário 
com sedação 
 Procedimentos cirúrgicos extensos devem 
ser adiados ou realizados em ambiente 
hospitalar 
 
Acima de 1 ano: 
 Tratamento normal até de procedimentos 
cirúrgicos simples 
 Minimização da tensãoe técnicas de 
sedação, caso necessário. 
 Procedimentos cirúrgicos extensos com 
avaliação médica, com ou sem 
hospitalização. 
 
* na prática, acima de 6 meses faz-se todos os 
procedimentos. 
 
- Avaliação do CD – Infarto do Miocárdio: 
 História detalhada 
 Uso ou não de medicação 
 Contato com médico do paciente 
 Necessidade ou não de antibiótico 
profilático. (Apenas em casos raros – 
paciente com Stend, quando é muito 
recente) 
 
 INSUFICIÊNCIA CARDÍACA CONGESTIVA: 
 
- Definição: Incapacidade do coração de fornecer 
suprimento adequado de sangue oxigenado para 
atender às demandas. 
- Sintomas: 
 Insuficiência Cardíaca Esquerda: 
- Dispnéia, especialmente ao esforço; 
- Ortopnéia (falta de ar em decúbito); 
- Dispnéia noturna paroxística. 
 Insuficiência Cardíaca Direita: 
- Edema periférico; 
- Congestão hepática; 
- Ascite (acúmulo de liq seroso no peritônio. 
 
- Objetivos do tratamento: identificar e corrigir 
causas reversíveis, evitar fatores precipitantes, 
controlar sintomas. 
 
- Avaliação Odontológica do paciente com 
ICC: 
 Pequeno risco: história de ICC leve, 
assintomático com tratamento, uso de 
diuréticos suaves com ou sem glicosídeos 
 Risco moderado: ICC de gravidade 
moderada; assintomático em repouso, 
 
6 Mariana Magalhães 
 mas podendo manifestar ao exercício. 
Uso de diuréticos mais potentes e 
glicosídeos cardíacos 
 Risco elevado: sintomático, mesmo em 
tratamento. Uso de doses crescentes de 
medicamentos, inclusive vasodilatadores 
 
- Classificada com os critérios de NYHA 
 
- Medicamentos: 
- Captopril, Propanolol, Monocordil. 
- Quanto mais medicamentos o paciente usa, 
mais grave é sua ICC. 
 
 ENDOCARDITE BACTERIANA: 
 
- Inflamação grave das válvulas cardíacas ou das 
superfícies endoteliais do coração (endocárdio). 
- Manipulação dentária: Bacteremia passageira. 
- Pacientes susceptíveis, necessitam de 
antibioticoterapia. 
- Procedimentos odontológicos são responsáveis 
por aproximadamente 40% das causas de 
endocardite bacteriana. 
 
- Condições cardíacas associadas a 
Endocardite: 
 Válvulas cardíacas protéicas; 
 Endocardite bactéria prévia; 
 Doenças cardíacas congênitas; 
 Mal formações cardíacas; 
 Disfunção valvular; 
 Prolapso de válvula mitral; 
 
- Protocolo padrão: 
AMOXILINA: 
 2g 1 hora antes do procedimento. 
 Crianças: 20mg/kg 
CLINDAMICINA (ALÉRGICOS À PENICILINA): 
 600mg – via oral, 1hora antes da cirurgia 
 Crianças: 20mg/kg 
Recomendações da AHA (American Heart 
Association) 
 
 
 
 DOENÇAS PULMONARES: 
 
 Asma 
 Doenças pulmonares obstrutivas crônicas 
(DPOC): Bronquite , Enfisema 
 Tuberculose 
 
 ASMA: 
 
- É o estreitamento reversível episódico das vias 
aéreas. 
- Características: dispnéia episódica, sibilos, 
acessos de tosse. Quando se inicia na infância, 
melhora com a idade. A que aparece na vida 
adulta, freqüentemente é mais refratária. 
- Fatores precipitantes: tensão emocional; 
exercício, ar frio; infecção respiratória; poluentes 
do ar; aspirina. 
 
- Avaliação odontológica: 
 Idade de início 
 Frequência e gravidade dos ataques 
 Fatores precipitantes: tensão emocional e 
aspirina 
 Medicamentos: broncodilatadores e seus 
riscos de efeitos colaterais cardíacos 
(taquicardia, arritmias). Corticosteróides 
(ano em curso e ano que passou) e 
potencial de supressão supra-renal e de 
imunossupressão 
 Exame físico: estado respiratório 
(dispnéia, sibilos, acessos de tosse, 
infecção das vias aéreas superiores). 
Efeitos colaterais dos medicamentos. 
 Frequência e ritmo do pulso (taquicardia e 
ritmo irregular pode indicar efeitos 
colaterais medicamentosos tóxicos) 
 
- Tratamento – Pacientes com Asma: 
 Redução do Stress, consultas curtas, 
técnicas de sedação. 
 
7 Mariana Magalhães 
 Anti-histamínicos contra-indicados 
(Prometazina, Difenidramina) 
 Limitação do uso de epinefrina em relação 
aos efeitos colaterais cardíacos dos 
medicamentos. 
 Contra-indicação relativa da Eritromicina 
e Clindamicina em caso de uso de 
Metilxantina (Aminofilina). 
 Evitar AAS. 
 
 
 
 DOENÇA PULMONAR OBSTRUTIVA 
CRÔNICA (DPOC): 
 
- Obstrução e destruição irreversível das vias 
aéreas, mais frequentemente em duas formas: 
Enfisema e Bronquite Crônica. 
- Causada por fumo e distúrbios genéticos, como 
deficiência da antitripsina-alfa1. 
- Sintomatologia: Produção de escarros, sibilos, 
dispnéia. 
- Tratamento Odontológico do paciente com 
DPOC: 
 Pequeno risco: normal 
 Risco moderado: Consulta médica x 
plano de tratamento x drogas a utilizar 
Evitar vasoconstritores em pacientes 
usando broncodilatadores 
 Verificar supressão Supra-Renal 
 Risco Elevado: DPOC não diagnosticada 
contra-indica tratamento 
Adiar tratamentos em pacientes com 
exacerbações agudas 
Todos medicamentos usados devem ser 
aprovados pelo médico 
Cor Pulmonale => risco de arritmia => 
limitar vasoconstritores 
Atos cirúrgicos de moderados a extensos 
requerem hospitalização 
 
 ALTERAÇÕES ENDÓCRINAS: 
 
 DIABETES: 
 
- Diabetes Mellitus: Deficiência absoluta ou 
relativa de insulina, baixa produção de insulina 
pelo pâncreas, ou ausência de resposta dos 
tecidos periféricos à insulina existente. 
- Sintomas: Polidpsia, poliúria, polifagia, perda 
de peso. 
- Causa aumento do risco de infecção na pele, 
trato urinário e bucal. 
- Avaliação laboratorial: glicose em jejum > 120 
mg/dl, intolerância à glicose verificada pelo teste, 
glicosúria, nível de Hgb A1c > 7 a 9 % 
- Curso clínico: pode ser assintomático, com 
evidência clínica somente de intolerância à 
glicose. Pode ser progressivo 
 
- Idade de início: 
Adulto - Tipo II: 90 % dos pacientes, início 
geralmente após 40 anos, freqüente em obesos, 
complicações raras (Cetoacidose), pode ser 
resultado de resistência periférica à ação da 
insulina. 
Juvenil – tipo I: 10 % dos pacientes, início antes 
dos 25a, maior probabilidade de cetoacidose, 
podem estar abaixo do peso normal, pode ser 
devido ao decréscimo na secreção de insulina, 
normalmente associada a complicações 
progressivas. 
( Frequentemente isulino-dependentes ) 
 
- Tratamento do paciente com Diabetes 
Mellitus: 
 Redução do estresse: consultas curtas, 
no meio da manhã, técnicas de sedação 
(SN) 
 Instruções sobre a dieta: dieta normal 
antes do procedimento. Consultas 
prolongadas devem ser interrompidas 
para alimentação ou suco de laranja. 
Pacientes que possam ter dificuldade de 
mastigação após as consultas devem 
praticar dieta líquida e/ou pastosa 
 Redução do risco de infecção: exames e 
profilaxias constantes, rigoroso 
tratamento da doença periodontal, ATB 
profilático para procedimentos cirúrgicos, 
rigoroso tratamento de infecção aguda, 
ATB em caso de periodontite supurativa 
 
 Baixo risco: intervenções não-cirúrgicas 
normais; cirúrgicas requerem ajuste da 
dose de insulina para a metade, se forem 
capazes de receber dieta normal após o 
procedimento (consulta ao médico) 
 Risco moderado: não-cirúrgicas normais, 
cirúrgicos requerem ajuste da insulina e 
até hospitalização (consulta ao médico) 
 Alto risco: somente consulta, R-X, 
orientações. Adiar os procedimentos 
 
- O CD tem papel importante no diagnóstico de 
casos não diagnosticados. 
 
8 Mariana Magalhães 
- Fazer modificação no plano de tratamento no 
caso de complicações sistêmicas, após consultamédica; 
- Usar glicosímetro para evitar emergências 
relacionadas; 
- Manutenção da saúde bucal – melhora do 
controle metabólico; 
- Apoio no abandono do hábito tabagista; 
- Encaminhar casos suspeitos ao médico; 
- Tratar infecções agressivamente 
 
- Diabetes causa complicações microvasculares: 
 Retinopatia diabética (sangramentos – 
leva à cegueira) 
 Nefropatia diabética – doença renal 
(dividida em estágios 1, 2, 3, 4 e 5) 
 Neuropatia diabética (Pé diabético) 
 Cardiopatia diabética 
 
 
 HIPERTIREOIDISMO: 
 
- Produção excessiva de tiroxina 
- Causas: 
 Doença de Graves (auto-imune): 90% < 40 
anos 
 Bócio multinodular tóxico: comum acima 
40 anos 
 Nódulo tóxico único (incomum) 
 Tireóide subaguda e crônica: passageiro 
 Artificial: excesso de ingestão de 
hormônios 
 
 HIPOTIREOIDISMO: 
- Produção insuficiente de hormônio da tireóide. 
- Causas: 
 Tireoidite crônica (doença de Hashimoto) 
 Atrofia idiopática da Tireóide 
 Terapia prévia com iodo radioativo 
 Irradiação cervical 
 Tireoidectomia 
 Hipotireoidismo secundário (deficiências 
hipofisária e hipotalâmica) 
 
- Tratamento médico do paciente com 
distúrbio da tireóide: 
 
- Hipertireoidismo 
 Propranolol para sintomatologia 
 Terapia anti-tireóidea 
 Iodo radioativo 
 Cirurgia 
- Complicações principais: hipotireoidismo, 
podendo ser recorrente 
 
- Hipotireoidismo 
 Terapia de reposição da tireóide. 
- Complicações principais: Hipertireoidismo 
iatrogênico (reposição excessiva) 
Hipotireoidismo persistente (reposição 
inadequada) 
Acompanhamento médico e provas de função da 
tireóide a cada 6 meses. 
 
- Avaliação odontológica do paciente com 
distúrbio da tireóide: 
 
- Sem diagnóstico: encaminhados para exames 
médico e provas de função da tireóide 
Hipertireoidismo: nervosismo, irritabilidade, 
perda recente de peso, intolerância ao calor, 
taquicardia 
Hipotireoidismo: estado mental lento, apatia, 
ganho recente de peso, intolerância ao frio, 
bradicardia 
 
- Diagnosticados: diagnóstico original, 
tratamento anterior (cirurgia, medicação), 
medicação atual, verificação de estado clínico 
(ausência de sintomas, exame físico e provas de 
função da tireóide normais nos últimos seis 
meses) 
 
- Implicações odontológicas dos distúrbios da 
tireóide: 
 
Hipertireoidismo: Interação adversa com 
catecolaminas (ex:epinefrina) 
 Severo 
- Arritmias que põem a vida em risco e ICC 
- Exacerbação de DCV subjacente 
- Crise tireoidiana 
 Leve 
- Taquicardia, tremores, palpitações 
- Exacerbação de DCV subjacente 
 
Hipotireoidismo: Resposta exagerada para 
depressores do SNC (analgésicos narcóticos, 
sedativos) 
 Severo (Mixedema) 
- Depressão respiratória 
- Depressão cardiovascular 
 Leve 
- Efeitos exagerados dos analgésicos e sedativos 
em doses rotineiras 
 
9 Mariana Magalhães 
 GRAVIDEZ: 
 
- Alterações maternas: 
 Endócrina: altrações hormonais múltiplas 
 Cardiovascular: aumento de 20 a 40 % no 
débito cardíaco, taquicardia e sopros de 
fluxo 
 Hematológica: aumento de volume 
sangüíneo em 30 % 
 Respiratória: aumento da freqüência 
respiratória 
 
- Complicações: 
 Abortos espontâneos: 15 % no 1º 
trimestre (bacteremia?) 
 Gravidez ectópica: fertilização e 
implantação do feto em em uma das 
trompas (dor abdominal e sangramento 
intenso) 
 Eclâmpsia: hipertensão maligna, 
convulsões e encefalopatia 
 Pré-eclâmpsia – hipertensão e proteinúria 
 Hipertensão e síncope: compressão fetal 
da Veia Cava Inferior 
 Anemia: secundária ao aumento da 
demanda hematológica 
 DCV: exacerbação da subjacente devido à 
demanda 
 Bucais: exacerbação da periodontite 
subjacente, maior risco de ocorrência de 
granuloma piogênico 
 
- Avaliação e tratamento odontológico na 
gravidez: 
- Colher história do trimestre, complicações e PA 
 1º trimestre: feto sensível à influência 
teratogênica e ao aborto 
 2º trimestre: melhor para o tratamento 
odontológico 
 3º trimestre: risco de síncope e 
hipertensão maiores pela posição do feto, 
demandas CV maiores, maior risco de 
anemia, alto risco de eclampsia 
 
- Orientações específicas: 
- Profilaxia preventiva no início do 2º e 3º 
trimestres 
- Tratamentos eletivos devem ser adiados 
- Tratamentos inadiáveis ( 2º trimestre) 
- Radiografias somente emergenciais – avental de 
chumbo 
- Consentimento médico para todos os 
medicamentos: 
 Lidocaína, penicilina, eritromicina e 
acetaminofeno (geralmente aprovados) 
 Aspirina, vasoconstritores em anestesia 
local e medicamentos que causam 
depressão respiratória (relativamente 
contra-indicados); 
 Benzodiazepínicos, óxido nitroso e 
tetraciclina (absolutamente contra-
indicados) 
 
 DOENÇAS GASTROINTESTINAIS: 
 
 ÚLCERA PÉPTICA: 
 
- É uma alteração comum resultante de lesão do 
revestimento epitelial do estômago ou do 
duodeno. 
- Incidência igual entre homens e mulheres, 
entre os 45-65 anos de idade. 
- Úlceras duodenais mais frequentes que as 
gástricas (4:1). 
- Fisiopatologia: está associada a uma 
perturbação do equilíbrio normal entre a 
secreção de ácido-pepsina e os fatores de defesa 
da mucosa. H. pilori 
 
- Características clínicas: 
- Dor epigástrica episódica aliviada pelos 
alimentos (duodenal) ou agravada pelos 
alimentos (gástrica); 
- Ocasional sangramento; 
- Obstrução ou perfuração gastrintestinal; 
- Algumas úlceras são assintomáticas. 
 
- Fatores precipitantes: 
- Aspirina; 
- Álcool, Fumo; 
- Antiinflamatórios não-esteróides (ex. 
indometacina, ibuprofeno); 
- Cafeína; 
- Corticosteróides; 
- Tensão emocional. 
 
- Avaliação e Tratamento Odontológico: 
 
- Verificar a frequência e a intensidade dos 
sintomas; 
- Determinar as histórias de complicações 
(sangramento, obstrução, perfuração), da 
cirurgia e da medicação; 
 
10 Mariana Magalhães 
- Evitar o agravamento dos sintomas, diminuir a 
tensão, consultas mais curtas. Considerar 
sedação; 
- Antiácidos com hidróxido de alumínio impedem 
a absorção eficaz da tetraciclina - preferir outros 
antibióticos; 
- A cimetidina foi associada à trombocitopenia - 
contagem de plaquetas antes de atos cirúrgicos 
moderados ou extensos; 
- A aspirina e os antiinflamatórios não-esteróides 
devem ser evitados, devido à irritação 
gastrointestinal; 
- A Xerostomia é um achado bucal freqüente nos 
pacientes com uso crônico de anticolinérgicos

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