Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
1 Mariana Magalhães CIRURGIA AMBULATORIAL I Livro: Cirurgia Oral e Maxilofacial Contemporânea – 5ª edição Avaliação do estado de saúde pré-operatório - O dentista deve descobrir a presença ou o histórico de problemas médicos que possam afetar a segurança do tratamento, bem como condições que afetam especificamente a saúde da região oral e maxilofacial. Risco Cirúrgico: Risco do paciente apresentar uma complicação durante o procedimento. É feito geralmente por cardiologistas. O paciente é classificado em ASA. ASA I: Paciente saudável; sem distúrbios fisiológicos, bioquímicos ou psiquiátricos. ASA II: Paciente com doença sistêmica leve. Sem comprometimento da atividade normal. A condição pode afetar a cirurgia ou a anestesia. ASA III: Paciente com doença sistêmica grave, com comprometimento da atividade normal e com impacto sobre a anestesia e cirurgia. ASA IV: Paciente com doença sistêmica grave que é ameaçadora à vida, com grande impacto sobre a anestesia e cirurgia. ASA V: Paciente moribundo, difícil sobrevivência por 24h com ou sem operação. - Cada classificação possui um risco de óbito: ASA I: < 0,3% ASA II: 0,2% ASA III: 1,2% ASA IV: 8% ASA V: 34% EXAME CLÍNICO - Engloba a anamnese, exame físico e exames complementares. ANAMNESE: - Uma anamnese bem feita é a informação mais importante que o dentista pode ter quando decide se o paciente pode se submeter com segurança a um tratamento dentário; - O dentista também deverá prever como um problema médico alterará a resposta do paciente aos agentes anestésicos e à cirurgia planejada; - A anamnese e o exame físico devem ser individualizados para cada paciente, considerando seus problemas clínicos, idade, nível de conhecimento e o estilo de vida, a complexidade do procedimento planejado e os métodos anestésicos antecipados. Identificação do paciente: - A informação mais importante a ser obtida de um paciente são seus dados pessoais, esses dados devem incluir: Nome completo do paciente; Endereço e Telefone; Idade; Gênero; Ocupação; Queixa principal: - O paciente deve ser questionado sobre a sua queixa principal/ motivo da consulta. Isso ajuda o dentista a estabelecer prioridades durante a tomada da anamnese e o planejamento do tratamento. História da queixa principal/doença: - O paciente deve citar a história da sua doença atual, seu aspecto inicial, alterações ocorridas desde o seu surgimento e sua influência sobre outros fatores; - As descrições de dor devem incluir: início, intensidade, duração, localização e irradiação, bem como fatores que a pioram ou melhoram; Anamnese: - O formulário deve conter uma declaração que garante ao paciente a confidencialidade da informação, além de um termo de consentimento individual no qual o paciente autoriza o acesso ao seu registro dentário pelo dentista durante o tratamento. - Deve incluir também um local para o paciente assinar confirmando estar ciente das perguntas e da precisão das suas respostas; - É muito importante, que as respostas dadas pelo paciente sejam documentadas POR ESCRITO. - Dados básicos da história de saúde do paciente: 2 Mariana Magalhães Hospitalizações passadas, operações, lesões traumáticas e doenças graves; Doenças ou sintomas menores recentes; Uso contínuo ou recente de medicações e alergias (a medicamentos); Descrição de hábitos de saúde ou vícios, como o uso de etanol, tabaco e drogas ilícitas e a quantidade e o tipo de exercícios diários; - Além dessas informações básicas, é importante questionar sobre problemas clínicos comuns que podem alterar o tratamento odontológico do paciente, como: Angina, infarto do miocárdio, sopros cardíacos, doença cardíaca reumática, distúrbios de coagulação (incluindo o uso de anticoagulantes), asma, doença pulmonar, hepatite, DST’s, doença renal, diabetes, uso de corticóides, crise convulsiva, AVC e próteses implantadas. - Pacientes do sexo feminino, devem ser questionadas sobre a possibilidade de estarem grávidas. - Uma breve história familiar pode ser útil e deve focar as doenças hereditárias relevantes, tais como hemofilia. - A anamnese deve ser atualizada periodicamente, pelo menos uma vez ao ano. Revisão dos Sistemas: - Método seqüencial e abrangente para elucidar sintomas do paciente baseados nos sistemas dos órgãos que pode revelar condições clínicas não diagnosticadas; - Os sistemas cardiovascular e respiratório comumente necessitam de avaliação antes de uma cirurgia oral ou sedação. - Revisão cardiovascular: Desconforto torácico ao esforço, quando se alimenta ou em repouso; palpitações; desmaios; edema dos tornozelos; fadiga; entre outros. - Revisão respiratória: Dispneia ao esforço; falta de ar; tosse; produção excessiva de secreções; tosse com eliminação de sangue. EXAME FÍSICO: - O exame físico odontológico deve focalizar a cavidade oral e a região maxilofacial; - Qualquer alteração encontrada deve ser descrita precisamente; (Alteração -> Comorbidade) - Inicia-se aferindo os sinais vitais (PA e pulso); - Deve ser avaliada a simetria e proporções faciais, movimento dos olhos e cor da conjuntiva; obstrução nasal, presença ou ausência de lesões e descoloração cutânea. - o Exame intra-oral deve avaliar toda a cavidade oral, incluindo orofaringe, língua, soalho da boca e mucosa oral. - A palpação é importante para avaliar a ATM e sua função, o tamanho e função das glândulas salivares, o tamanho da glândula tireóide, a presença ou ausência de aumento ou sensibilidade dos linfonodos e o endurecimento de tecidos moles orais. EXAMES COMPLEMENTARES: - Exames de imagem, exames laboratoriais, exames dos modelos de estudo. Revisão de Sistemas CONDIÇÕES CARDIOVASCULARES: Hipertensão arterial Angina do peito Infarto do miocárdio Insuficiência cardíaca congestiva Arritmia cardíaca Bradicardia Endocardite infecciosa HIPERTENSÃO ARTERIAL - Definição: pressão arterial em repouso acima de 140 mmHg, Sistólica, ou 90 mmHg, Diastólica, ou ambas. - Incidência: 10 a 20 % dos pacientes adultos. - Sintomas: assintomática na maioria, mas pode causar cefaléia, turvação da visão ou alteração do estado mental. É descoberta em exames de rotina - Complicações: Doença Cerobrovascular; Doença Renal; Doença das Artérias Coronárias. 3 Mariana Magalhães - Etiologia: Essencial (90%). Secundária a doenças do parênquima renal, renovasculares ou adrenais (10%). - Fatores de risco: Estresse emocional, demanda fisiológica, vasoconstritores -> Elevação temporária da PA. - Classificação: Normal: 120 / 80 mmHg Controlada: até 140/ até 90 mmHg Leve: 140-160 / 90-105 mmHg Moderada: 160-170 / 105-115 mmHg Grave: 170-190 / 115-125 mmHg Maligna: 190 + / 125 + (grave, com sintomas no Sistema Nervoso Central). - Conduta de acordo com a classificação: • Leve ou controlada: normal, com ou sem encaminhamento ao médico. Para procedimentos cirúrgicos avaliar possibilidade de sedação. • Moderada: encaminhamento ao médico para revisão ou tratamento. Para procedimentos cirúrgicos simples, avaliar a possibilidade de sedação. Procedimentoscirúrgicos múltiplos ou extensos requerem hospitalização. • Grave: Avaliação, radiografias e moldagens. Encaminhamento ao médico para tratamento e adequação para outros procedimentos. • Maligna: Emergência Médica. - Conduta: Avaliação pelo CD: LIMITE DA FAO-UFMG: 140/90mmHg. - História (para determinar a gravidade); Época do diagnóstico; Esquema terapêutico; Presença de complicações em outros órgãos; Mensuração em todas as consultas; Parecer médico quando necessário. - Procurar reduzir o estresse, manejo da ansiedade, atender preferencialmente pela manhã. - Pacientes com PA alterada devem ser encaminhados ao médico; - Iniciar tratamento após controle da PA; - Pacientes com PA muito alta – grande risco de problemas médicos agudos durante tratamento odontológico; - Pacientes com comprometimento médico devem ter sua PA monitorada durante procedimentos estressantes, como cirurgias bucais e periodontais e de instalação de implantes; - Continuar aferindo PA de nossos pacientes. (Depois de formar, muitos CD deixam de lado esse hábito.) - Limites no uso da adrenalina: Uso de vasoconstritores em pacientes com doença cardiovascular (DCV) – em debate; Racionalidade – pacientes hipertensos podem ter outras DCV e resiliência reduzida do sistema cardiovascular; • Uso de epinefrina em anestésicos locais resulta em infreqüentes efeitos adversos; • Minimizar em pacientes com risco de desenvolver DCV; • Não há dose máxima oficial – 2 a 3 tubetes de lidocaína com adrenalina 1:100.000 em pacientes com DCV leve a moderada; - Pacientes sem controle da PA: • Menos de 50% dos hipertensos tratados têm PA bem controlada; • Pacientes sem compromisso com tratamento: apenas 1/3 dos pacientes tomam seus medicamentos regularmente (estimativa); • História médica e medicamentosa – aferição da PA – médico; • Efeitos adversos x uso da medicação • Desempenho sexual, xerostomia ou fraqueza – troca da medicação pelo médico; • Medicamentos de baixo custo x alto custo; • Informar sobre complicações; • Em caso de perda de confiança no médico estimular a procura de outro. - Pacientes com hipertensão controlada: • Ótimo controle da dor, do estresse e da ansiedade; • Adequado uso de vasoconstritores; • Evitar interações medicamentosas; • Manejo de efeitos adversos, como hipotensão ortostática ou xerostomia; • Controle efetivo da dor operatória e pós- operatória; • Deixar paciente tranquilo e confiante – boa relação; • Informar previamente da possibilidade de desconforto 4 Mariana Magalhães • Controle medicamentoso da ansiedade (benzodiazepínicos / óxido nitroso); • Consultas curtas. • Vários estudos com pacientes saudáveis – 1 tubete de lidocaína 2% com epinefrina 1:100.000 não altera PA e pulso; • 5,4 ml (3 tubetes) – significante aumento, sem efeitos adversos; • Recomendação – 2 tubetes para hipertenso; • Insuficiente? – avaliar possibilidade de maior administração ou cancelar procedimento; • Dose excessiva em hipertensos – aumenta PA e causa arritmias; • PA ≥180/110 mmHg – não administrar anestésico com vasoconstritor; • Evitar norepinefrina e levonordefrina em hipertensos; • Adrenalina 1:100.000 – segura para maioria dos pacientes. • Uso prolongado de antiinflamatórios pode diminuir atividade de antihipertensivos; • Minimizar hipotensão ortostática (é a queda excessiva da PA quando se assume a posição ortostática). - Modelo de encaminhamento: Ao cardiologista. Encaminho o Sr/Sra_________, idade, com indicação de Cirurgia Bucal sob anestesia local. A história médica do paciente revelou “ex: hipertensão arterial sistêmica”, fazendo uso de (todos os medicamentos), Solicito risco cirúrgico e controle para executar o procedimento supracitado. Atenciosamente, data Carimbo. - Cardiopatas: Índice Multifatorial de Risco – Classificação de Goldman. Doenças que são pontuadas na escala de Goldman: CLASSE PONTOS RISCO I 0-5 Baixo risco II 6-12 Médio risco III 13-25 Avaliação criteriosa IV Acima de 26 - Esquema de hipertensão: PACEINTE SEM HISTÓRIA: PA Normal: Esquema normal PA >140 sistólica/>90 diastólica: Parcecer médico PACIENTE COM HISTÓRIA: Sempre solicitar o parecer médico. ANGINA PECTORIS (DO PEITO): - Excesso de trabalho cardíaco para baixa oferta de O2 por mm cardíaco. - Cardiopatia isquêmica passageira, sintomática, realçada pela dor no peito. - Causada por stress ou esforço físico - Características da dor no peito: • Intensidade moderada; • Dor retroesternal mal localizada; • Irradiação para ombro e braço esquerdos, ou pescoço e mandíbula • Curta duração (2-10 min); • Aliviada pela Nitroglicerina (perceptível em 2 min.). - Diferença do infarto: Duração - Classificação: • Estável: dor ao esforço e alívio ao repouso; • Instável: dor em repouso ou mudança acentuada na frequência; - Etiologia: estreitamento aterosclerótico de uma ou mais artérias coronárias. - Tratamento odontológico do paciente com Angina do Peito: - Bom relacionamento com o paciente, consultas curtas, profilaxia com isossorbida, técnicas de sedação e hospitalização. • Leve: normal, com ou sem técnica de sedação • Moderada: normal para procedimentos dentários simples não cirúrgicos, com consulta médica. Profilaxia com nitroglicerina associada ou não a • técnica de sedação para procedimentos dentários extensos e cirurgias simples • Grave: Avaliação e diagnóstico normais. Consulta médica. Procedimentos dentários restauradores e cirúrgicos requerem hospitalização. 5 Mariana Magalhães - Em caso de ataque agudo: Sinais e Sintomas: dor torácica com ou sem irradiação, fraqueza, com ou sem Dispnéia, apreensão, aumento da pressão arterial e da frequência do pulso,com ou sem sudorese. • Suspender o tratamento; • Reclinar o paciente a 45º; • Tranquilizar o paciente; • Administrar Aspirina (2 comprimidos – mastigar) • Administrar oxigênio se possível. • Dor persistente (Ambulância. PA e pulso cada 5 min. Preparar-se para PCR). INFARTO DO MIOCÁRDIO - Lesão irreversível do miocárdio resultante de Isquemia prolongada do coração (necrose) - Doença progressiva das artérias coronárias, secundária a aterosclerose. -Manifestação clínica: Dor torácica INTENSA na área subesternal ou pré-cordial com ou sem irradiação para o braço esquerdo e/ou mandíbula. Podem estar presentes dispnéia, palpitações, náuseas e vômito. - Diagnóstico: Manifestação clínica, ECG, exame de enzimas cardíacas. - Complicações: Arritmias, ICC e Angina. - Tratamento odontológico do paciente que teve Infarto do Miocárdio: Até 6 meses de IM: Adiar tratamento, se possível Consultar médico Mínimo de tensão Procedimentos simples de profilaxia e restauração Procedimentos mais extensos ou cirúrgicos devem ser substituídos por paliativos ou em caso de urgência devem ser feitos em hospital. De 6 meses a 1 ano: Pensar em adiamento Consultar médico Reduzir tensão ao mínimo, se necessário com sedação Procedimentos cirúrgicos extensos devem ser adiados ou realizados em ambiente hospitalar Acima de 1 ano: Tratamento normal até de procedimentos cirúrgicos simples Minimização da tensãoe técnicas de sedação, caso necessário. Procedimentos cirúrgicos extensos com avaliação médica, com ou sem hospitalização. * na prática, acima de 6 meses faz-se todos os procedimentos. - Avaliação do CD – Infarto do Miocárdio: História detalhada Uso ou não de medicação Contato com médico do paciente Necessidade ou não de antibiótico profilático. (Apenas em casos raros – paciente com Stend, quando é muito recente) INSUFICIÊNCIA CARDÍACA CONGESTIVA: - Definição: Incapacidade do coração de fornecer suprimento adequado de sangue oxigenado para atender às demandas. - Sintomas: Insuficiência Cardíaca Esquerda: - Dispnéia, especialmente ao esforço; - Ortopnéia (falta de ar em decúbito); - Dispnéia noturna paroxística. Insuficiência Cardíaca Direita: - Edema periférico; - Congestão hepática; - Ascite (acúmulo de liq seroso no peritônio. - Objetivos do tratamento: identificar e corrigir causas reversíveis, evitar fatores precipitantes, controlar sintomas. - Avaliação Odontológica do paciente com ICC: Pequeno risco: história de ICC leve, assintomático com tratamento, uso de diuréticos suaves com ou sem glicosídeos Risco moderado: ICC de gravidade moderada; assintomático em repouso, 6 Mariana Magalhães mas podendo manifestar ao exercício. Uso de diuréticos mais potentes e glicosídeos cardíacos Risco elevado: sintomático, mesmo em tratamento. Uso de doses crescentes de medicamentos, inclusive vasodilatadores - Classificada com os critérios de NYHA - Medicamentos: - Captopril, Propanolol, Monocordil. - Quanto mais medicamentos o paciente usa, mais grave é sua ICC. ENDOCARDITE BACTERIANA: - Inflamação grave das válvulas cardíacas ou das superfícies endoteliais do coração (endocárdio). - Manipulação dentária: Bacteremia passageira. - Pacientes susceptíveis, necessitam de antibioticoterapia. - Procedimentos odontológicos são responsáveis por aproximadamente 40% das causas de endocardite bacteriana. - Condições cardíacas associadas a Endocardite: Válvulas cardíacas protéicas; Endocardite bactéria prévia; Doenças cardíacas congênitas; Mal formações cardíacas; Disfunção valvular; Prolapso de válvula mitral; - Protocolo padrão: AMOXILINA: 2g 1 hora antes do procedimento. Crianças: 20mg/kg CLINDAMICINA (ALÉRGICOS À PENICILINA): 600mg – via oral, 1hora antes da cirurgia Crianças: 20mg/kg Recomendações da AHA (American Heart Association) DOENÇAS PULMONARES: Asma Doenças pulmonares obstrutivas crônicas (DPOC): Bronquite , Enfisema Tuberculose ASMA: - É o estreitamento reversível episódico das vias aéreas. - Características: dispnéia episódica, sibilos, acessos de tosse. Quando se inicia na infância, melhora com a idade. A que aparece na vida adulta, freqüentemente é mais refratária. - Fatores precipitantes: tensão emocional; exercício, ar frio; infecção respiratória; poluentes do ar; aspirina. - Avaliação odontológica: Idade de início Frequência e gravidade dos ataques Fatores precipitantes: tensão emocional e aspirina Medicamentos: broncodilatadores e seus riscos de efeitos colaterais cardíacos (taquicardia, arritmias). Corticosteróides (ano em curso e ano que passou) e potencial de supressão supra-renal e de imunossupressão Exame físico: estado respiratório (dispnéia, sibilos, acessos de tosse, infecção das vias aéreas superiores). Efeitos colaterais dos medicamentos. Frequência e ritmo do pulso (taquicardia e ritmo irregular pode indicar efeitos colaterais medicamentosos tóxicos) - Tratamento – Pacientes com Asma: Redução do Stress, consultas curtas, técnicas de sedação. 7 Mariana Magalhães Anti-histamínicos contra-indicados (Prometazina, Difenidramina) Limitação do uso de epinefrina em relação aos efeitos colaterais cardíacos dos medicamentos. Contra-indicação relativa da Eritromicina e Clindamicina em caso de uso de Metilxantina (Aminofilina). Evitar AAS. DOENÇA PULMONAR OBSTRUTIVA CRÔNICA (DPOC): - Obstrução e destruição irreversível das vias aéreas, mais frequentemente em duas formas: Enfisema e Bronquite Crônica. - Causada por fumo e distúrbios genéticos, como deficiência da antitripsina-alfa1. - Sintomatologia: Produção de escarros, sibilos, dispnéia. - Tratamento Odontológico do paciente com DPOC: Pequeno risco: normal Risco moderado: Consulta médica x plano de tratamento x drogas a utilizar Evitar vasoconstritores em pacientes usando broncodilatadores Verificar supressão Supra-Renal Risco Elevado: DPOC não diagnosticada contra-indica tratamento Adiar tratamentos em pacientes com exacerbações agudas Todos medicamentos usados devem ser aprovados pelo médico Cor Pulmonale => risco de arritmia => limitar vasoconstritores Atos cirúrgicos de moderados a extensos requerem hospitalização ALTERAÇÕES ENDÓCRINAS: DIABETES: - Diabetes Mellitus: Deficiência absoluta ou relativa de insulina, baixa produção de insulina pelo pâncreas, ou ausência de resposta dos tecidos periféricos à insulina existente. - Sintomas: Polidpsia, poliúria, polifagia, perda de peso. - Causa aumento do risco de infecção na pele, trato urinário e bucal. - Avaliação laboratorial: glicose em jejum > 120 mg/dl, intolerância à glicose verificada pelo teste, glicosúria, nível de Hgb A1c > 7 a 9 % - Curso clínico: pode ser assintomático, com evidência clínica somente de intolerância à glicose. Pode ser progressivo - Idade de início: Adulto - Tipo II: 90 % dos pacientes, início geralmente após 40 anos, freqüente em obesos, complicações raras (Cetoacidose), pode ser resultado de resistência periférica à ação da insulina. Juvenil – tipo I: 10 % dos pacientes, início antes dos 25a, maior probabilidade de cetoacidose, podem estar abaixo do peso normal, pode ser devido ao decréscimo na secreção de insulina, normalmente associada a complicações progressivas. ( Frequentemente isulino-dependentes ) - Tratamento do paciente com Diabetes Mellitus: Redução do estresse: consultas curtas, no meio da manhã, técnicas de sedação (SN) Instruções sobre a dieta: dieta normal antes do procedimento. Consultas prolongadas devem ser interrompidas para alimentação ou suco de laranja. Pacientes que possam ter dificuldade de mastigação após as consultas devem praticar dieta líquida e/ou pastosa Redução do risco de infecção: exames e profilaxias constantes, rigoroso tratamento da doença periodontal, ATB profilático para procedimentos cirúrgicos, rigoroso tratamento de infecção aguda, ATB em caso de periodontite supurativa Baixo risco: intervenções não-cirúrgicas normais; cirúrgicas requerem ajuste da dose de insulina para a metade, se forem capazes de receber dieta normal após o procedimento (consulta ao médico) Risco moderado: não-cirúrgicas normais, cirúrgicos requerem ajuste da insulina e até hospitalização (consulta ao médico) Alto risco: somente consulta, R-X, orientações. Adiar os procedimentos - O CD tem papel importante no diagnóstico de casos não diagnosticados. 8 Mariana Magalhães - Fazer modificação no plano de tratamento no caso de complicações sistêmicas, após consultamédica; - Usar glicosímetro para evitar emergências relacionadas; - Manutenção da saúde bucal – melhora do controle metabólico; - Apoio no abandono do hábito tabagista; - Encaminhar casos suspeitos ao médico; - Tratar infecções agressivamente - Diabetes causa complicações microvasculares: Retinopatia diabética (sangramentos – leva à cegueira) Nefropatia diabética – doença renal (dividida em estágios 1, 2, 3, 4 e 5) Neuropatia diabética (Pé diabético) Cardiopatia diabética HIPERTIREOIDISMO: - Produção excessiva de tiroxina - Causas: Doença de Graves (auto-imune): 90% < 40 anos Bócio multinodular tóxico: comum acima 40 anos Nódulo tóxico único (incomum) Tireóide subaguda e crônica: passageiro Artificial: excesso de ingestão de hormônios HIPOTIREOIDISMO: - Produção insuficiente de hormônio da tireóide. - Causas: Tireoidite crônica (doença de Hashimoto) Atrofia idiopática da Tireóide Terapia prévia com iodo radioativo Irradiação cervical Tireoidectomia Hipotireoidismo secundário (deficiências hipofisária e hipotalâmica) - Tratamento médico do paciente com distúrbio da tireóide: - Hipertireoidismo Propranolol para sintomatologia Terapia anti-tireóidea Iodo radioativo Cirurgia - Complicações principais: hipotireoidismo, podendo ser recorrente - Hipotireoidismo Terapia de reposição da tireóide. - Complicações principais: Hipertireoidismo iatrogênico (reposição excessiva) Hipotireoidismo persistente (reposição inadequada) Acompanhamento médico e provas de função da tireóide a cada 6 meses. - Avaliação odontológica do paciente com distúrbio da tireóide: - Sem diagnóstico: encaminhados para exames médico e provas de função da tireóide Hipertireoidismo: nervosismo, irritabilidade, perda recente de peso, intolerância ao calor, taquicardia Hipotireoidismo: estado mental lento, apatia, ganho recente de peso, intolerância ao frio, bradicardia - Diagnosticados: diagnóstico original, tratamento anterior (cirurgia, medicação), medicação atual, verificação de estado clínico (ausência de sintomas, exame físico e provas de função da tireóide normais nos últimos seis meses) - Implicações odontológicas dos distúrbios da tireóide: Hipertireoidismo: Interação adversa com catecolaminas (ex:epinefrina) Severo - Arritmias que põem a vida em risco e ICC - Exacerbação de DCV subjacente - Crise tireoidiana Leve - Taquicardia, tremores, palpitações - Exacerbação de DCV subjacente Hipotireoidismo: Resposta exagerada para depressores do SNC (analgésicos narcóticos, sedativos) Severo (Mixedema) - Depressão respiratória - Depressão cardiovascular Leve - Efeitos exagerados dos analgésicos e sedativos em doses rotineiras 9 Mariana Magalhães GRAVIDEZ: - Alterações maternas: Endócrina: altrações hormonais múltiplas Cardiovascular: aumento de 20 a 40 % no débito cardíaco, taquicardia e sopros de fluxo Hematológica: aumento de volume sangüíneo em 30 % Respiratória: aumento da freqüência respiratória - Complicações: Abortos espontâneos: 15 % no 1º trimestre (bacteremia?) Gravidez ectópica: fertilização e implantação do feto em em uma das trompas (dor abdominal e sangramento intenso) Eclâmpsia: hipertensão maligna, convulsões e encefalopatia Pré-eclâmpsia – hipertensão e proteinúria Hipertensão e síncope: compressão fetal da Veia Cava Inferior Anemia: secundária ao aumento da demanda hematológica DCV: exacerbação da subjacente devido à demanda Bucais: exacerbação da periodontite subjacente, maior risco de ocorrência de granuloma piogênico - Avaliação e tratamento odontológico na gravidez: - Colher história do trimestre, complicações e PA 1º trimestre: feto sensível à influência teratogênica e ao aborto 2º trimestre: melhor para o tratamento odontológico 3º trimestre: risco de síncope e hipertensão maiores pela posição do feto, demandas CV maiores, maior risco de anemia, alto risco de eclampsia - Orientações específicas: - Profilaxia preventiva no início do 2º e 3º trimestres - Tratamentos eletivos devem ser adiados - Tratamentos inadiáveis ( 2º trimestre) - Radiografias somente emergenciais – avental de chumbo - Consentimento médico para todos os medicamentos: Lidocaína, penicilina, eritromicina e acetaminofeno (geralmente aprovados) Aspirina, vasoconstritores em anestesia local e medicamentos que causam depressão respiratória (relativamente contra-indicados); Benzodiazepínicos, óxido nitroso e tetraciclina (absolutamente contra- indicados) DOENÇAS GASTROINTESTINAIS: ÚLCERA PÉPTICA: - É uma alteração comum resultante de lesão do revestimento epitelial do estômago ou do duodeno. - Incidência igual entre homens e mulheres, entre os 45-65 anos de idade. - Úlceras duodenais mais frequentes que as gástricas (4:1). - Fisiopatologia: está associada a uma perturbação do equilíbrio normal entre a secreção de ácido-pepsina e os fatores de defesa da mucosa. H. pilori - Características clínicas: - Dor epigástrica episódica aliviada pelos alimentos (duodenal) ou agravada pelos alimentos (gástrica); - Ocasional sangramento; - Obstrução ou perfuração gastrintestinal; - Algumas úlceras são assintomáticas. - Fatores precipitantes: - Aspirina; - Álcool, Fumo; - Antiinflamatórios não-esteróides (ex. indometacina, ibuprofeno); - Cafeína; - Corticosteróides; - Tensão emocional. - Avaliação e Tratamento Odontológico: - Verificar a frequência e a intensidade dos sintomas; - Determinar as histórias de complicações (sangramento, obstrução, perfuração), da cirurgia e da medicação; 10 Mariana Magalhães - Evitar o agravamento dos sintomas, diminuir a tensão, consultas mais curtas. Considerar sedação; - Antiácidos com hidróxido de alumínio impedem a absorção eficaz da tetraciclina - preferir outros antibióticos; - A cimetidina foi associada à trombocitopenia - contagem de plaquetas antes de atos cirúrgicos moderados ou extensos; - A aspirina e os antiinflamatórios não-esteróides devem ser evitados, devido à irritação gastrointestinal; - A Xerostomia é um achado bucal freqüente nos pacientes com uso crônico de anticolinérgicos
Compartilhar