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FATORES PSICOLÓGICOS QUE INFLUENCIAM NO DESEMPENHO DO JOGADOR DE FUTEBOL PROFISSIONAL
RAPHAEL RODRIGUES DE OLIVEIRA
Agradecimentos
Agradecemos primeiramente a Deus por nos dar a possibilidade de realização nos estudos, aos nossos familiares, namoradas e amigos por nos acompanhar nessa jornada.
Resumo
Por diversas situações o atleta de futebol profissional tem seu rendimento alterado, podendo ser por fatores psicológicos e/ou físicos. Nesse trabalho discutiu-se sobre os fatores psicológicos que influenciam no desempenho dos atletas profissionais do futebol. 	
Sabendo que hoje, o futebol é uma das paixões nacionais, compreendermos esses fatores, significa saber utilizar e aplicar as técnicas corretas para uma melhora do rendimento esportivo.
Sumário
Introdução 
Revisão de literatura
Justificativa – pág 6
Revisão de Literatura – pág 7
O futebol – pág 7
História do Futebol - pág 7
O futebol no Brasil – pág 7
A modalidade esportiva – 8
O jogador de futebol – pág 9
Desempenho esportivo – pág 11
Psicologia no esporte – pág 11
Orientações da psicologia do esporte e do exercício – pág 13
Psicologia no futebol – pág 14
Variáveis que influenciam no rendimento esportivo – pág 15
Análise: Entrevistas com jogadores de futebol – pág 35
Conclusão – pág 44
Bibliografia – pág 45
Introdução
O futebol é um esporte conhecido e praticado mundialmente que movimenta milhões de espectadores e milhões em dinheiro por ano, em função da compra e venda de um simples ingresso até as marcas estampadas nas camisas dos jogadores. A pressão exercida da diretoria, patrocinadores que investem no clube (que não querem ter seu nome associado a derrotas), comissão técnica e torcedores, faz com que em muitos casos os atletas joguem no seu limite psicológico.
É imensa a pressão sobre os jogadores que estão em campo. Com toda essa cobrança ocorrendo por trás de uma partida de futebol, os atletas por muitas vezes acabam não desempenhando da melhor maneira sua função dentro de campo. (FLEURY, 1998)
O esporte de alto rendimento exige além da preparação técnica e tática, outro fator que também está envolvido no preparo do atleta, os fatores psicológicos. 
Segundo Cozac (2004) a preparação de um atleta de futebol deve respeitar três esferas de rendimento esportivo: o físico, o técnico e o mental. No Brasil, entretanto, esta estrutura é ignorada pela maioria dos técnicos e dirigentes.
Mesmo estando em sua melhor forma física, o atleta em alguns casos não está com a preparação psicológica necessária para desempenhar um bom papel. 
Conforme Weinberg & Gould (2001) a psicologia do esporte e do exercício é o estudo cientifico do comportamento de pessoas envolvidas em atividades relacionadas ao esporte e ao exercício e a aplicação do conhecimento obtido. 
Todo profissional deve ser competente e capaz de executar com qualidade e inteligência as atribuições de sua função independente de sua função dentro da equipe.
 Através de nossa pesquisa de campo identificamos a importância do preparo psicológico no futebol.
Pretendemos, diante da reconhecida importância que é atribuída a preparação psicológica, oferecer aos atuais e futuros profissionais de Educação Física, informações que lhes auxiliem na preparação de uma equipe de futebol, já que são estes profissionais os maiores responsáveis pelo desempenho final dos jogadores.
A intenção do nosso trabalho é mostrar aos leitores o quão importante é a preparação psicológica dentro dos clubes de futebol. Percebemos que hoje a psicologia está cada vez mais presente no cotidiano de um clube de futebol, porém, mesmo assim muitos atletas ainda não possuem o estado psicológico ideal para desempenhar um bom papel dentro de campo.
Pretendemos, diante da reconhecida importância que é atribuída a preparação psicológica, oferecer aos atuais e futuros profissionais de Educação Física, informações que lhes auxiliem na preparação de uma equipe de futebol, já que são estes profissionais os maiores responsáveis pelo desempenho final dos jogadores.
Viemos estudar e avaliar a importância da psicologia no desempenho do jogador de futebol, onde a inovação, o planejamento e o conhecimento caminham de mãos dadas, fazendo com que esse esporte seja ainda mais competitivo, apaixonante e conseqüentemente, resultando em uma melhora significativa no desempenho dos atletas participantes.
Analisamos esse assunto com o intuito de avaliar a importância do estudo da psicologia para o jogador de futebol profissional, para que através de um programa adequado de treinamento os atletas não se deixem prejudicar por fatores psicológicos que anteriormente diminuíam seu desempenho, o que contribuirá minimizando as probabilidades de erros e otimizando seu desempenho.
II - Revisão de Literatura
1) O futebol - A história do futebol
Conforme Duarte (2005), a organização do futebol coube aos ingleses, mas sua origem perde-se no tempo. Na China no ano de 2600 a.C., existia o kemari, na Grécia o epyskiros, na França o soule, na Itália o cálcio e na Inglaterra o futebol, todas essas são variações do futebol que com o passar dos anos e regulamentação das regras formaram o futebol que assistimos hoje.
Alguns jovens de famílias ricas na Inglaterra deixam de lado outras modalidades esportivas e começam a se dedicar ao futebol. No século XIX, o futebol começa a ficar mais organizado, surgem os árbitros que juntamente com as regras começam a pôr ordem no jogo, a partir daí surgem os apitos, já que as intervenções dos árbitros eram feitas aos gritos, surge também o travessão, pois se jogava futebol apenas com as traves laterais, as evoluções foram surgindo e o esporte foi se espalhando cada vez mais pelo mundo todo. 
1.2) O Futebol no Brasil 
Segundo Duarte (2005), o futebol chegou por intermédio dos marinheiros ingleses, holandeses e franceses, na segunda metade do século XIX. Jogavam futebol em nossas praias, nas paradas dos navios. Iam embora e levavam as bolas, para nós restava somente admirar o esporte, sem sabermos que futuramente seriamos pentacampeões do mundo.
Em 1894, o paulista Charles Miller, nascido no Brás, em 1874, e que estudava na Inglaterra, trouxe de lá duas bolas que permitiam aos brasileiros praticar o futebol regularmente. Charles Miller era um estudante que jogava futebol, chegou a jogar na seleção de Hampshire, numa partida contra o Corinthians de Londres, que deu origem ao Corinthians do Brasil. Porém, Charles Miller não trouxe de lá somente as duas bolas, trouxe também calções, chuteiras, camisas, bomba de encher bola e agulha. Faleceu em 1953 em São Paulo, e é considerado o responsável oficial por tudo que aconteceu anos depois. Foi o inicio do futebol no Brasil. 
1.3) A modalidade esportiva
De acordo com Unzete (2002), o futebol é o esporte coletivo mais praticado no mundo. É disputado num campo retangular por duas equipes de onze jogadores, que tem como objetivo a posse de bola colocando-a entre as traves adversárias o maior número de vezes sem usar as mãos e braços, esse objetivo é de chamado gol. O time que fizer mais gols vence a partida; no caso do jogo ser finalizado com o mesmo número de gols ele termina empatado (a não ser que o jogo esteja na “mata-mata”). A meta baliza ou goleira é um retângulo formado por duas traves, perpendiculares ao solo. Ali fica posicionado o goleiro, que é o único jogador que pode colocar as mãos na bola (apenas dentro da sua área) defendendo o gol, podendo usar qualquer parte do corpo. Quando a bola sai pela linha de lado do campo, o jogo é interrompido e o time adversário, àquele que tocou na bola por último deve devolver a bola ao campo, neste caso, para recolocá-la em jogo é necessário usar as mãos, os escanteios ocorrem quando a bola sai pela linhade fundo do campo, neste caso deve ser recolocada em jogo com os pés. 
O futebol é o esporte mais popular do mundo. Possui papel fundamental na sociedade capitalista onde vivemos, movimentando trilhões de dólares por ano. Cada vez mais, esse esporte internacional ganha novos adeptos, aumentando a atenção da mídia e o interesse de uma infinidade de pessoas no mundo todo. (CORREA, et al apud WAHL, 2002).
De acordo com Witter (1990) o futebol trata-se de algo maior que um conjunto de regras nem sempre respeitadas; é mais que a nossa presença nas arquibancadas, nos dias de clássico; situa-se muito além do simples arroubo. Futebol é impulso incontido na vitória (e porque não no empate). É unção na derrota ardilosamente impingida e sempre injusta; é finalmente, tudo o que se multiplica em nosso peito e constitui o principio da paixão. 
Conforme Fleury (1998), o futebol é um esporte coletivo, essa característica exige que todo o trabalho seja dirigido para essa realidade. No futebol, toda partida é repleta de variáveis que podem causar forte pressão para as equipes, como é o caso da torcida presente nos estádios de futebol. A capacidade de se adaptar a essas situações pode diminuir o desgaste tanto físico quanto emocional.
 O futebol é, indubitavelmente, parte integrante e simbólica de manifestações culturais de norte a sul do Brasil.(KINIJNIK, 2006)
A atividade esportiva é um meio de afirmação social e de prestigio pessoal, significa uma realização, pois em muitos casos essa afirmação destina-se a compensar uma deficiência, um sentimento de inferioridade. Não é sem razão que a mais importante atividade esportiva brasileira, o futebol, seja procurada, de preferência por rapazes oriundos de meios pobres e socialmente humildes. È um mecanismo psicológico de caráter reparador, pela compensação material e pela elevação do status social. (SILVA, 1967)
O jogador de Futebol
O jogador de futebol é um homem mágico que faz brotar sorrisos, faz chorar, faz ou perde gols e é o centro de todas as atenções, seja ele amador, profissional ou semiprofissional, é sua a incumbência do espetáculo. O próprio jogador de futebol se pressiona em seu mundo, nele circulam emoções contraditórias, desde a necessidade de manter uma boa forma física e técnica ate as acomodações familiares. Outra fonte, de pressão é a do próprio clube, que deseja de cada atleta uma dedicação acima, na maioria das vezes, das condições humanas, além de ter sobre si, toda a expectativa da torcida e imprensa. (WITTER,1990).
Ser um profissional competente é ser capaz de executar com qualidade e inteligência as atribuições de sua função. Para tanto, é indispensável identificar quais os níveis de competência que envolve a profissão do jogador de futebol. 
Competência técnica: é o resultado do desempenho do jogador no trabalho que realiza nos fundamentos do futebol.
Competência tática: refere-se à orientação estratégica realizada, principalmente, pelo técnico, que estabelece o plano de jogo para a equipe.
Competência física: Possui o objetivo de preparar os jogadores para que desempenhem qualquer função tática que o técnico determinar para a equipe.
Competência emocional: é a capacidade de regular os próprios estados emocionais e inclui habilidades como controlar os impulsos, adiar a gratificação, motivar-se e lidar com os altos e baixos da carreira. (FLEURY, 1998). 
	Conforme Filho (2002), toda modalidade esportiva coletiva é dividida por posições, no futebol temos o goleiro, os laterais (alas), zagueiros, meias, pontas e centroavante, a seguir iremos detalhar as características psicológicas necessárias para cada posição:
Goleiros: os principais aspectos psicológicos que devemos observar nos goleiros, é a liderança, coragem, controle emocional, iniciativa, concentração, responsabilidade, atenção, determinação, tranqüilidade e confiança.
Laterais (alas): Podemos citar como mais desejada, a coragem, determinação, agressividade, iniciativa e controle emocional.
Zagueiros: Quanto às qualidades psicológicas a serem desenvolvidas e que podem ser compreendidas com fundamentais para nossos zagueiros, destacam-se a liderança, determinação, coragem, maturidade, tranqüilidade, controle emocional e decisão.
Meias: Destacam-se como qualidades fundamentais e a serem desenvolvidas, a determinação, poder de decisão coragem e persistência.
Pontas: As mais importantes que merecem destaque, agressividade, determinação, coragem, persistência e decisão.
Centroavante: Destacamos como as mais importantes, a agressividade, coragem, personalidade, iniciativa, determinação e decisão.
	O futebol de uma maneira geral necessita de jogadores agressivos, devido à própria característica do jogo que exige constante ataque ao adversário. Para o profissional que lida com psicologia no futebol é importante trabalhar essa característica e canalizá-la para que não ultrapasse os limites e nem contrarie as regras do jogo, ou seja, usá-la em seu benefício contribuindo para um melhor desempenho. 
Segundo Jackson et al (2003), o aumento do desempenho na psicologia do esporte refere-se aos efeitos dos fatores psicológicos sobre o desempenho esportivo. O ponto principal é que a mente afeta o corpo, portanto, a maneira como pensamos e sentimos tem um forte impacto no desempenho físico. Em esportes competitivos como o futebol, as habilidades físicas dos participantes são, muitas vezes, comparáveis, e a diferença entre ganhar e perder esta nas capacidades mentais.
Conforme Silva (1967), o atleta não é só cérebro, nervos e motricidade, é também sensibilidade e emoção, sendo assim, quanto maior o controle emocional, mais perfeita será a 	coordenação da vida sensorial, neurológica e motriz, ou seja, melhor desempenho esportivo.
Mas o que seria desempenho esportivo?
Desempenho esportivo
Desempenho esportivo é a execução ótima de uma tarefa de movimento, segundo Schüler Duden-Sport 1987 apud Kiss & Böhme (1999), sendo um componente integral do esporte, em todos os seus níveis. De acordo com essa conceituação de desempenho esportivo, conclui-se que o mesmo é definido diferentemente pelos autores da área de treinamento esportivo. O desempenho esportivo depende de normas sociais estabelecidas, o que significa que o atleta carrega consigo a sua personalidade, o seu meio social, as suas fraquezas e as suas forças humanas. 
O esporte competitivo, também chamado de alto rendimento, é na atualidade, um dos principais produtos da indústria cultural e tem exigido equipes complexas de profissionais, entre eles o psicólogo, que dão o suporte necessário para o atleta e as equipes esportivas desempenhem sem papel proporcionando grandes espetáculos (RUBIO, 2003).
Para entendermos o papel do psicólogo no esporte temos primeiramente que entender como a psicologia se manifesta no esporte, sabendo como foi seu início e suas características, sendo assim, a seguir, iremos identificar como teve início à psicologia no esporte, e em seguida como ela se manifesta no futebol.
Psicologia no Esporte
A Psicologia do Esporte tem sido considerada como umas das áreas emergentes da Psicologia no Brasil nesse principio de século XX. Isso poderia sugerir uma juventude da qual ela já não goza, afinal, os registros apontam para o início da atividade desde o final do século passado na Rússia e com o psicólogo João Carvalhaes, na década de 50, no S.P.F.C. e na seleção Brasileira de Futebol.
Conforme Franco (2000), em 1958, na Copa de Mundo de Futebol na Suécia, João Carvalhaes desenvolveu seu trabalho psicológico com os jogadores da seleção brasileira devido ao seu bom trabalho junto a Federação Paulista de Juízes de Futebol, a partir daquele trabalho que originou o título brasileiro da competição, muitos psicólogos de outros países buscaram conhecer o trabalho realizado de João Carvalhaes para desenvolver em seus países.
Desde então, a Psicologia do esporte vem desenvolvendo programas de treinamento psicológico envolvendo técnicos, treinadorese atletas na busca de melhor desempenho em competições do chamado esporte de alto rendimento. Essas atividades visam, entre outras coisas, modos de manejo e enfrentamento do stress competitivo, controle da atenção e concentração, incremento de habilidades de comunicação, desenvolvimento de liderança e coesão de equipe.
Associada a uma perspectiva competitiva desde seu princípio, a psicologia do esporte vem conquistando espaço e força em outros contextos como os projetos sociais, o fitness, a reabilitação, os programas de qualidade de vida e medicina preventiva. Vale ressaltar que o termo esporte apesar de referir-se a uma prática competitiva de alto rendimento e profissionalizada ou ao espetáculo esportivo, ele também contempla a atividade física de uma forma mais ampla e abrangente como as práticas de tempo de tempo livre e as atividades não regulamentadas e institucionalizadas. (RUBIO, 2003) 
A psicologia do esporte e do exercício é o estudo cientifico do comportamento de pessoas envolvidas em atividades relacionadas ao esporte e ao exercício e a aplicação do conhecimento obtido. Os pesquisadores nesse campo têm duas metas principais: (a) entender de que modo os fatores psicológicos afetam o desempenho motor e (b) entender de que modo a participação na atividade física afeta o desenvolvimento psicológico. (WEINBERG & GOULD, 2001). 
Conforme Singer (1977), treinadores atletas desenvolveram um idioma próprio, popularmente aceito pelo publico: “O time tem o sentimento da vitória”, “Os adversários não têm cabeça”, Vamos derrotá-lo psicologicamente”, “Ele está agindo instintivamente”, “Ele é um atleta nato”, “o time está mentalmente preparado para a competição” e assim por diante. Porém, o que tudo isso significa?
Estas e outras frases, de uso comum nos esportes, representam vagamente o que pode ser chamado de Psicologia dos Esportes. Tais aspectos da Psicologia, infelizmente são demasiados difundidos, mas fornecem somente um entendimento superficial da situação. Entretanto, eles servem para nos lembrar de que o sucesso nos esportes é determinado por fatores psicológicos, tanto quanto por fatores sociológicos, fisiológicos, anatômicos e mecânicos. O estado atlético ou nível de treinamento, antigamente encarado apenas do ponto de vista de preparação psicológica para a ação. (RUBIO, 2003) 
Orientações da psicologia do esporte e do exercício 
Conforme Weinberg & Gould (2001), alguns técnicos acreditam que os times vencem jogos por meio de defesa total; outros acreditam que os times vencem por meio de um sistema abertamente ofensivo; outros acreditam que a vitoria vem por meio de um plano de jogo estruturado e controlado. Como os técnicos, os psicólogos do esporte discordam sobre o que consideram intervenções bem-sucedidas. Os psicólogos do esporte e do exercício contemporâneos podem escolher entre muitas orientações diferentes ao campo; as três predominantes são as abordagens psicofisiológica, sociopsicológica e cognitivo-comportamental. 
Psicofisiologia: Os psicólogos do esporte e do exercício com uma formação psicofisiológica acreditam que a melhor forma de estudar o comportamento durante o esporte e o exercício é examinar os processos fisiológicos do cérebro e suas influencias sobre atividade física.
Sociopsicológica: Os psicólogos do esporte e do exercício com orientação sociopsicológica supõem que o comportamento é determinado por uma interação complexa entre o ambiente e a constituição pessoal do atleta ou praticante de exercício.
Cognitivo-Comportamental: Os psicólogos que adotam uma orientação cognitivo-comportamental enfatizam as cognições ou pensamentos e os comportamentos do atleta ou praticante da atividade física, acreditando que o pensamento é central na determinação do comportamento. Esses profissionais desenvolvem medidas para avaliar a autoconfiança, a ansiedade, orientações ao objetivo, visualização mental e a motivação intrínseca. 
A preparação psicológica pode ser realizada ao longo de todas as fases da carreira esportiva, no treinamento a longo prazo, desde a iniciação esportiva até a aposentadoria, não só auxiliando na obtenção de resultados e marcas, mas na formação pessoal e moral de modo possibilitar melhores condições de qualidade de vida, durante e após competições, ao longo de toda a vida ligada ao esporte, e configurando um programa de preparação psicológica. (MARKUNAS,2003).
Sob o ponto de vista teórico, a personalidade de um indivíduo é caracterizada pela composição individual dos traços (necessidades, motivos, interesses, atitudes e temperamento). Assim, de acordo com Vieira e Puajauls apud Samulski (2002), o perfil de personalidade pode dar indicativos para a análise dos fatores que influenciam o seu desempenho dentro de um esporte.
Segundo Machado (1997), para a realização tarefas de tipo psicológico é necessário conhecer um estado psicológico ótimo para realizar plenas execuções. As características descritas abaixo são de origem comum, e são tomadas como qualidades psicológicas que geram numerosas investigações e práticas:
A) Auto-regulação ao nível de ativação (energizado, mas relaxado, não temeroso);
B) Autoconfiança em si mesmo;
C) Estar com baixo controle;
D) Melhor concentração (focalizada apropriadamente);
E) Preocupação positiva pelo esporte (imaginação e pensamento);
F) Determinação e compromisso.
Psicologia no Futebol
Conforme Franco (2000), em 1958, na Copa de Mundo de Futebol na Suécia, João Carvalhaes desenvolveu seu trabalho psicológico com os jogadores da seleção brasileira devido ao seu bom trabalho junto a Federação Paulista de Juízes de Futebol, e a partir daquele trabalho, que auxiliou na conquista do título mundial daquela competição, muitos psicólogos de outros países buscaram conhecer o trabalho realizado de João Carvalhaes para desenvolver em seus países.
Uma curiosidade que ocorreu nessa Copa do Mundo, é que na época foram feitos alguns testes psicológicos com os craques do Brasil, como Pelé e Garricha, preocupado com uma possível reprovação nesses testes, o zagueiro Nilton Santos avisou o psicanalista: “Professor vem aí um cara de pernas tortas que talvez não saiba fazer esses testes, mas paciência com ele porque ele é muito bom de bola”.
Segundo Silva (1967), nenhum outro esporte que use a bola, proporciona ao atleta tantas possibilidades de desfrutar o prazer de jogar, principalmente o futebol. O futebolista brinca com a bola solitariamente, como a criança, com o brinquedo de natal mais desejado. O curioso é que todos esses movimentos podem ser feitos durante a competição, sem prejudicar o rendimento da partida.
	O movimento esportivo não é como o trabalho profissional, que se torne hábito, repetição, automatismo. O movimento no futebol se renova continuamente.
	De acordo com Franco (2000), muitas pesquisas já foram feitas e muitas ainda estão em andamento para se saber ao certo o que realmente determina os o desempenho dos atletas. Sabemos que existem diversos fatores que influenciam o desempenho do atleta, tais como as constituições e condições físicas (saúde, altura, flexibilidade, força, etc.), as condições técnicas
(habilidade motora, coordenação, etc.), condições externas (nível social, local da prática, material, etc.), capacidades cognitivas (inteligência, percepção, pensamento tático, etc.) e as capacidades psíquicas, aonde iremos nos aprofundar 	através dos capítulos a seguir. 
		
7) Variáveis psicológicas que influenciam no rendimento esportivo
7.1) Motivação 
Conforme Singer (1977), a motivação é a insistência em caminhar em direção a um objetivo. Existem ocasiões onde nosso incentivo principal pode ser o alcance de uma recompensa, tal como nosso nome impresso, ganhar um troféu ou elogio, em outros casos, o incentivo pode tomar a forma de um impulso interno para o sucesso, para prova ou conseguir algo para se auto-realizar. Nos esforçamos para nos sair bem, quando estamos motivados.
A idéia da motivação remete-nos a ‘’uma força interna’’,que impulsiona determinadas ações. Na verdade, essa ‘’força’’ não está dentro do atleta, mas o ambiente no qual está inserido. O estudo da motivação é definido como estudo das condições que determinam a efetividade do estimulo contingente como reforçador ou punidor. Ele considera motivação um termo aplicado as muitas variáveis ambientais e orgânicas que tornam determinados estímulos significativos para o organismo. (RUBIO, 2000).
Motivação pode ser definida simplesmente como a direção e a intensidade de nossos esforços (WEINBERG & GOULD apud SAGE 1997). Os psicólogos do esporte e do exercício podem considerar motivação a partir de diversos pontos de vista específicos, incluindo a motivação para a realização, motivação em forma de estresse competitivo e motivações intrínsecas e extrínsecas. Essas formas variáveis são todas partes da definição mais geral de motivação. Conseqüentemente, entendemos as especificidades da motivação por meio desse contexto mais amplo, holístico muito como um técnico de futebol observa jogos específicos do ponto de vista de um plano mais amplo, ou de uma filosofia ofensiva ou defensiva. (WEINBERG & GOULD, 2001).
Segundo Fleury (1998), podemos dizer que a motivação é um estado mental que envolve diferentes sentimentos, como por exemplo, entusiasmo, zelo e confiança nas conquistas. Estudos com atletas olímpicos, com músicos famosos e mestres de xadrez constatam que o traço comum, o padrão que se repete na vida deles, é a capacidade de se motivar para conseguir suportar as implacáveis rotinas de treinamento. E, com aumento constante do grau de excelência exigido para um desempenho de classe mundial, essas rigorosas rotinas de treinamento cada vez mais devem começar na infância.
7.2) Motivação esportiva
Para Cratty (1983), as razões para um atleta escolher um determinado esporte são influenciadas por experiências primitivas ou acontecimentos, situações e pessoas mais recentes. Os motivos para desempenhar um determinado esporte são formados, na maioria das vezes por combinações de acontecimentos passados e próximos, ambos atuando sobre a consciência do atleta. 
O grupo de motivos que atua no atleta em um determinado tempo pode ser dividido em três escalas:
Necessidade biológica: A necessidade biológica de atividade poderá se combinar com a necessidade de segurança pessoal.
Ex: Quando o jogador corre no campo de futebol.
Necessidade social: A necessidade biológica de seduzir o sexo oposto pode se combinar com a necessidade de status (social).
Ex: Quando um aluno resolve fazer parte do time da escola. 
Necessidade de domínio do ambiente: A necessidade de dominar o ambiente pode também ser emparelhada com o impulso gregário.
Ex: Quando um jovem se une a uma equipe de tênis.
	Segundo Silva (1967) a motivação do esportista pode ser dividida em:
A) Necessidade de sensações: É o prazer que a atividade lúdica provoca no ser humano, a busca desse prazer gera uma sensação de diversão, mesmo que não atinja um grau de excelência.
B) Interesse em competir: É a manifestação ostensiva da necessidade de afirmação para obter estima e reconhecimento. Considerada um modo para atleta verificar o seu potencial.
C) Necessidade de afiliação: Dificuldade de interação no meio social, onde serão estabelecidos duas vertentes, a afiliação e o oposicionismo (agressão). 
D) Dificuldade de afirmação em nível superior: o atleta encontra no esporte uma compensar alguma frustração, isso gera um tipo de motivação.
E) Necessidade de evasão nos esportes como forma de exploração e integração na natureza ampla: A atividade esportiva, praticada ao ar livre, encerra uma identificação com as forças naturais, podendo regredir à vida infantil. 
F) Papel do corpo como situação motivante: A atividade esportiva constitui eficiente meio de esclarecimento da função do corpo e da noção de sua imagem, o esporte pode desempenhar atuação benéfica, construtiva, e até terapêutica, como nos casos de inferioridade física.
G) Independência econômica: Possibilidade de estabilidade financeira é possível adquiri-la em esportes altamente profissionalizados.
Sendo assim, verifica-se que a motivação de natureza e origem diversas, atende a múltiplos vetores da personalidade e satisfazem a complexas experiências, desde o campo social até o individual.
Weinberg & Gould (2001), afirma que a motivação é a variável-chave tanto na aprendizagem como no desempenho em contextos esportivos e de exercício, embora as pessoas se esqueçam que a motivação não é apenas uma variável influenciando o comportamento. Cronistas esportivos atribuem o desempenho de um time somente a aspectos motivacionais (os esforços extraordinários dos jogadores; a indolência; a falta de incentivos e a capacidade ou incapacidade de jogadores que jogam em situações difíceis).
	Porém, o desempenho de um time também esta relacionado a fatores físicos e fisiológicos, técnicos e táticos, ou seja, esses fatores são também significativos para o esporte e para o exercício, e merecem consideração em qualquer análise de desempenho. 
7.3) Confiança 
	Weinberg & Gould (2001), afirma que embora escutemos atletas e praticantes de atividades físicas falarem sobre confiança todo o tempo, o termo confiança não é tão fácil de definir. Os psicólogos do esporte definem autoconfiança como a crença de que você pode realizar com sucesso um comportamento desejado.	
Vealey apud Weinberg & Gould (2001) considera autoconfiança tanto um traço, um momento, como um estado. O traço de autoconfiança é definido como a crença ou grau de certeza que os indivíduos geralmente sentem no esporte. O estado de autoconfiança é a crença ou a certeza que os indivíduos têm em um determinado momento em relação à capacidade de serem bem- sucedidos no esporte. 
Atletas confiantes acreditam em si mesmos. Mais importante, eles acreditam em suas capacidades de adquirir as habilidades e as competências necessárias, tanto psicológicas como mentais, para atingir seu potencial. Atletas menos confiantes duvidam se são bons o suficiente ou se tem que é preciso para serem bem-sucedidos.
Beneficio da confiança 
Conforme Weinberg & Gould (2001) a confiança é caracterizada por uma alta expectativa de sucesso. Ela pode ajudar os indivíduos a despertarem emoções positivas, facilitar a concentração, estabelecer metas, aumentar o esforço, focalizar suas estratégias de jogo e mantê-las. A seguir, discutiremos cada um desses aspectos.
A confiança desperta emoções positiva: Quando nos sentimos confiante, temos mais probabilidade de permanecer calmo e relaxado sob pressão. Esse estado mental e corporal permite que você seja agressivo e positivo quando o resultado da competição fica equilibrado. 
A confiança facilita a concentração: Quando nos sentimos confiante, nossa mente fica livre para focalizar- se na tarefa a ser realizada, quando nos falta confiança, nos preocupamos sobre como estamos nos saindo e sobre como os outros acham que estamos nos saindo. Uma preocupação em evitar fracassos prejudicará a concentração, nos tornando mais facilmente distraído. 
A confiança afeta as metas: Pessoas confiantes tendem a estabelecer metas desafiadoras e a persegui-las ativamente. A confiança permite que você procure alcançar as estrelas e realize seu potencial. Pessoas inseguras tendem a estabelecer metas fáceis e nunca se esforçam ao máximo.
A confiança afeta as estratégias de jogo: As pessoas no esporte comumente se referem “a jogar para ganhar”’ ou, inversamente,” jogar para não perder”.
Essas frases soam familiares, mas produzem estilos de jogo muito diferentes. Atletas confiantes tendem a jogar para ganhar: eles geralmente não têm medo de se arriscar e, portanto, assumem o controle da competição para obter a vantagem. Quando os atletas não estão confiantes, eles jogam para não perder, ficam hesitantes e tentam evitar cometer erros. 
7.4) Autoconfiança ideal
Embora a confiança seja um determinante crítico de desempenho, ela não superaráa incompetência. A confiança pode levar um atleta apenas até certo ponto. A confiança e o desempenho estão relacionados diretamente, pois o desempenho melhora à medida que o nível de confiança aumenta. 
 Autoconfiança ideal significa estar tão convencido de poder alcançar suas metas que o atleta lutará arduamente para atingi-las. O atleta pode esperar cometer alguns erros e tomar algumas decisões erradas, mas uma forte crença em si mesmo o ajudará a lidar com erros e equívocos e a manter sua luta em direção ao sucesso. Cada pessoa tem um nível ideal de autoconfiança, e problemas de desempenho podem surgir com pouca ou muita confiança.
7.5) Excesso de confiança
Pessoas superconfiantes são na verdade falsamente confiantes. Ou seja, a confiança delas é a maior do que suas capacidades. Seu desempenho diminui porque elas acreditam que não precisam se preparar ou fazerem esforços para realizarem o trabalho. Isso ocorre quando uma equipe altamente considerada dá como certa a vitoria sobre outra equipe, com seus membros pensando que tudo o que têm a fazer é estar presente para vencer. Entretanto, você não pode ser excessivamente confiante, se sua confiança se baseia em habilidade e em capacidade reais (e, em outras palavras, contanto que você valorize seu adversário).
 	Uma situação mais comum é quando dois jogadores ou times de diferentes capacidades se enfrentam. O melhor jogador ou time freqüentemente chega para a competição superconfiante. Eles negligenciam a preparação e jogam casualmente, o que pode muito bem fazê-los ficar para trás já ao inicio da competição. O adversário, nesse meio- tempo passa a ganhar a confiança, tornando ainda mais difícil para os jogadores excessivamente confiantes virar o jogo e vencer a competição. Esse cenário acontece até para os melhores atletas, mas eles geralmente não deixam isso acontecer com freqüência.
 O falso excesso de confiança é visto às vezes quando os atletas tentam encobrir suas inseguranças. Portanto, eles fingem estar confiantes para ocultar sentimentos reais de insegurança. Seria mais construtivo expressar tais sentimentos para o técnico e o técnico desenvolver um programa para ajudar os atletas a removerem suas duvidas e ter de volta sua autoconfiança. 
7.6) Falta de confiança
Muitas pessoas têm as habilidades físicas para serem bem-sucedidas, mas falta-lhes confiança em sua capacidade de realizar habilidades sob pressão, quando o jogo ou a partida estão nivelados.
A insegurança prejudica o desempenho: ela cria ansiedade, quebra a concentração e provoca indecisão. Indivíduos com falta de confiança focalizam–se mais em suas deficiências do que em seus pontos fortes, deixando de concentrar-se na tarefa a ser realizada. 
Para Vieira e Pujauls (2002), pode-se observar a estreita relação entre autoconfiança e ansiedade visto que, quando a ansiedade diminui, a autoconfiança aumenta. Isso foi verificado não só nos treinos, mas também nos jogos, ou seja, na segurança ou na insegurança de enfrentar o time adversário. Esse resultado é uma conseqüência do trabalho desenvolvido pelos técnicos e profissionais com o trabalho psicológico. 
7.7) Concentração
 	Segundo Weinberg & Gould (2001), ouvimos cada vez mais a palavra foco quando atletas e técnicos discutem a prontidão para jogar e quando avaliam desempenho real. Permanecer focado durante um jogo ou competição inteira é freqüentemente a chave para a vitória. Mesmo em competições que duram horas ou dias (como o golfe), uma breve perda de concentração pode prejudicar todo o desempenho e afetar o resultado. 
É fundamental concentrar- se durante uma competição, mesmo em meio ao ruído da torcida, a condições climáticas adversas e a pensamentos irrelevantes.
A definição mais contemporânea considera a concentração como a atenção de esforço mental sobre eventos sensoriais ou mentais (SOLSO apud WEINBERG & GOULD, 2001). 
Franco (2000), afirma que concentração é uma atenção seletiva. É um fenômeno que procura focalizar o máximo de atenção em um determinado aspecto, ignorando os demais. Quanto maior a pressão que o individuo sofre, maior deverá ser seu esforço para obtenção de concentração
Atletas e técnicos certamente reconhecem a importância do foco de atenção adequado para alcançar altos níveis de desempenho, Garfield e Bennett apud Weinberg & Gould (2001), investigaram os componentes de desempenho ideal e encontraram oito capacidades físicas e mentais que atletas de elite associam com desempenho máximo. Três dessas oito estão associadas com altos níveis de concentração. Especificamente, atletas descrevem- se como (1) sendo absorvidos no presente e sem qualquer pensamento sobre o passado ou futuro, (2) estando mentalmente relaxados e tendo um alto grau de concentração e controle e (3) estando em um estado de extraordinária consciência tanto de seus corpos como do ambiente.
Segundo Weinberg & Gould (2001), ao compararem atletas bem-sucedidos com menos bem- sucedidos, os pesquisadores acima verificaram consistentemente que o controle da atenção é um fator discriminatório importantes. Em geral, seus estudos relevam que atletas bem- sucedidos têm menos probabilidade de serem distraídos por estímulos irrelevantes: eles matem um foco de atenção mais orientado à tarefa, em oposição à preocupação ou ao foco no resultado.
Outra linha de pesquisa demonstrando o papel-chave do foco de atenção adequado diz respeito a diferenças entre atletas considerados ‘craques’ e iniciantes. Nem características físicas nem fatores perceptivo-motores respondem totalmente pelas diferenças entre esse dois tipos de atletas. Ao contrário, evidências cada vez maiores sugerem que fatores “baseados no conhecimento”, como o sentido para onde um atleta dirige sua atenção, podem responder pelas diferenças de desempenho entre os craques e os iniciantes em uma variedade de esporte. (MORAN apud WEINBERG & GOULD, 2001). 
7.8) Tipos de foco de atenção
A maioria das pessoas acha que a concentração é um fenômeno de tudo ou nada. Entretanto, existem vários tipos de foco de atenção que são apropriados para esportes e atividades específicos. Existem diferentes tipos de concentração. Relacionados à (A) direção, por exemplo, externa ou interna, e relacionada à (B) amplitude, ou seja, quantidade de atenção, que pode ser ampla ou estreita. 
A) Relacionados à direção 
Externa: Um foco de atenção externo dirige a atenção externamente para um objeto como a bola no beisebol ou o disco no hóquei, ou para os movimentos de um adversário.
Interna: Um foco de atenção interna é dirigido ao interior para pensamentos e sentimentos, como quando um técnico analisa a jogadas sem ter que realizá-la.
B) Relacionado à amplitude
Amplitude: Um foco de atenção amplo permite que uma pessoa perceba diversas ocorrências simultaneamente. Isso é particularmente importante em esporte em que os atletas têm que ter consciência e sensibilidade de uma ambiente que muda rapidamente, por exemplo, um jogador de futebol conduzindo a bola em direção ao gol.
Estreita: Um foco de atenção estreito ocorre quando se responde a apenas um ou dois sinais, como um batedor de beisebol se preparando para receber a bola ou um golfista se alinhando para uma tacada.
7.9) Ansiedade 
Segundo Cratty (1983), a ansiedade é considerada com um traço de personalidade que relaciona tolerância a tensão. A ansiedade pode elevar-se antes da competição, diminuir durante a mesma ou aumentar após a prova. Na maioria dos casos, os atletas que estão sob tensão potencial temem mais a derrota por causa das conseqüências no seu ambiente do que sobre danos físicos que eles possam sofrer com a prática de esportes. O termo ansiedade é utilizado para denotar um grau anormal de apreensão, já a palavra medo refere-se a uma avaliação racional de uma verdadeira situação ameaçadora. 
Quando a ansiedade afeta o desempenho, ela interage com as características de personalidade tais como necessidade de sucesso e com as condições sociais e econômicasque cercam o atleta, que temem mais a derrota por causa das conseqüências no seu ambiente do que sobre danos físicos que ele possa sofrer com a prática do esporte. 
A ansiedade está relacionada com a idade, pois a faixa etária onde a ansiedade começa a subir corresponde às idades em que tanto homens quanto mulheres atingem o ápice de seu potencial físico no esporte. 
De acordo com Singer (1977), ansiedade é uma expressão da personalidade de um indivíduo. A extensão na qual a ansiedade e manifestada em uma situação particular deve ser considerada em relação à pressão imposta, ao nível de habilidade do atleta e a natureza do indivíduo. A ligação entre esses fatores revelará desempenhos esperados, e assim, é necessário examinar separadamente cada um deles e para depois analisá-los de um forma global.
Para Spielberg apud Singer (1977), a ansiedade pode ser dividida em dois componentes: ansiedade traço e ansiedade estado.
Ansiedade traço é uma característica relativamente estável do indivíduo. As pessoas que possuem alto score deste traço tendem a perceber uma ampla quantidade de situações como mais ameaçadoras do que as pessoas que possuem baixo score deste traço. Assim, embora uma ansiedade de traço de um atleta opere em um nível geralmente predizível, cada circunstância com a qual ele se confronte produzirá variações na ansiedade de estado. 
Ansiedade estado refere-se à reação ou resposta emocional que é evocada em um individuo que percebe uma situação particular como pessoalmente perigosa ou ameaçadora para ele, a despeito da presença ou ausência de um perigo real (objetivo).
Cratty (1983) afirma que a ansiedade traço representa a disposição da personalidade de modo quase permanente, e que a ansiedade estado mostra as reações do individuo a situações temporárias ou tensões situacionais. 
	Conforme Miskell e Miskell (1996), as pessoas sentem ansiedade ao enfrentar situações em que há possibilidade de perda, desapontamento ou até mesmo ferimento e morte. Pessoas que enfrentam situações de incertezas ficam excessivamente estimuladas e precisam adotar alguns comportamentos secundários (comer, ficar inquieto, roer as unhas, etc.) a fim de manter a concentração. Essa energia nervosa se transforma facilmente em ansiedade porque a maioria desses comportamentos secundários não são capazes de neutralizar a formação de pressão, estresse e tensão. 
	De acordo com Cratty (1983), o grau de tensão é uma variável importante a considerar no desempenho do individuo ansioso, considera-se que indivíduos com alto índices de ansiedade tendem a ter maus resultados ao se defrontarem com situações estressantes e indivíduos que enfrentam tensões diárias, podem ter um aumento no seu nível geral de ansiedade, tornando-os mais vulneráveis a um futuro problema causado por tensão, já indivíduos com baixos escores de ansiedade não terão a mesma tendência para prejudicar seu desempenho. Ansiedade e tensão têm sido estudadas, como fenômenos interdependentes, ou seja, possuem uma relação, que veremos mais adiante.
	Conforme Silva (1967), a tensão excessiva (fator psicológico), pode criar obstáculos insuperáveis, a tal ponto que os fatores fisiológicos, por mais normais, por melhores que sejam seus padrões qualitativos, se anulam diante dos componentes psicológicos. Como resultado, esse elemento que não dominado em treinos, pois só surge em competições, cria um problema, às vezes insolúvel para o esportista, já que ele nem sempre tem recursos de adaptação para eliminar a tensão excessiva dos processos mentais. 
Uma síndrome de emoções negativas pode bloquear o atleta. O medo, a timidez, a incerteza, a insegurança, o excesso de responsabilidades, todas elas podem exercem ações fisiológicas, pois as fortes excitações nervosas que lhe são inerentes provocam lentidão nos demais processos, e obviamente, nos que determinam e orientam a execução perfeita de ações esportivas. 
A necessidade de descarregar a energia acumulada é fonte estimulante das atividades criadoras no atleta, a necessidade e urgência de descarregar essa tensão, é fator estimulante e propulsionador da atividade esportiva. 
Segundo Vieira e Pujauls (2002), no futebol atual desde a base até o profissional, existe a pressão demonstrada por parte dos familiares dos atletas para que os mesmos sejam encaminhados a grandes equipes, esse fator foi observado como uma das causas do aumento da ansiedade, das incertezas e das dificuldades dos atletas para se concentrarem nos treinos e nos jogos. Foi verificado que grande parte dos atletas se sentiam pressionados, pois tinham que mostrar resultados, principalmente quando eles se deslocavam para jogar em lugares onde haveria “olheiros”, ou seja, representantes de outras equipes. 
Segundo Cratty (1983), a ansiedade e a ativação interagem de maneira interessante, e muitas vezes imprevisível, em alguns indivíduos o aumento da ansiedade resultará numa postura letárgica, o que se constata através do baixo nível de ativação, dificultando assim o esforço Maximo em tarefas que requerem expressão de forca simples e direta. 
7.10) Ativação
	Para Cratty (1983), uma das principais preocupações dos técnicos é como “acender” o atleta ou o time para as competições. Ativação ou excitação refere-se aos processos fisiológicos e psicológicos que permitem ao atleta ter uma atuação com graus variados de intensidade, para que ele desempenhe um uma tarefa com sucesso, é preciso atingir um ótimo grau de ativação. Quando os atletas estão claramente ativados, demonstram diferenças individuais altamente específicas ao se medir seus sistemas fisiológicos e musculares. A ativação é contagiante, a influencia dos outros sobre o nível de estimulação do atleta é muito forte. Os jogadores excessivamente ativados poderão levar seus companheiros ao paroxismo de excitação. 
	Segundo Weinberg & Gould (2001), ativação é uma mistura de atividades fisiológicas e psicológicas em uma pessoa e refere-se às dimensões de intensidade de motivação em um determinado momento. A intensidade da ativação ocorre ao longo de um processo, variando da apatia à completa ativação (frenesi). Indivíduos altamente ativados são mental e fisicamente excitáveis; eles têm os batimentos cardíacos, respiração e sudorese aumentados. A ativação não esta automaticamente associada a eventos agradáveis ou desagradáveis. 
Relação Ansiedade e Ativação
	Conforme Weinberg & Gould (2001), existem 5 (cinco) teorias que explicam a relação entre ansiedade e ativação (excitação) que serão detalhadas abaixo:
Teoria do instinto
Conforme o aumento da ativação ou ansiedade traço em um individuo aumenta, também aumenta seu desempenho, ou seja, quanto mais alerta ele ficar melhor ele atuará. 
Teoria do U invertido 
Essa teoria sustenta que na baixa ativação os níveis de desempenho ficarão abaixo do padrão normal; o atleta não esta ativado. À medida que a ativação aumenta, melhora o desempenho, até um ponto ideal em que ocorre o desempenho desejado. Entretanto, aumentos adicionais na ativação fazem o desempenho declinar. O U invertido representa o alto desempenho com nível ideal de ativação e desempenho mais baixo com ativações baixas ou muito altas. 
Zonas individualizadas de desempenho ideal
	O nível de ansiedade estado nem sempre ocorre em um ponto médio do processo, mas, antes, varia de um individuo para outro, ou seja, alguns atletas têm um uma zona de desempenho ideal na extremidade inferior do processo, outros na porção média e também na extremidade superior.
Teoria da ansiedade multidimensional 
Essa teoria prediz que a ansiedade estado cognitiva (preocupação) está negativamente relacionada ao desempenho. O aumento na ansiedade estado leva a diminuição do desempenho.
Teoria da inversão 
Os atletas são ensinados a fazer mudanças rápidas em suas interpretações de ativação, assim um atleta pode perceber a ativação como positiva em um minuto e então invertê-la interpretando-a como negativa no minuto seguinte.A teoria da inversão prevê que para os atletas aumentar seu desempenho, é necessário interpretar suas ativações como uma estimulação saudável e não como uma ansiedade desagradável.
7.11) Torcida 
Conforme Witter (1990), as torcidas, uniformizadas ou não, são as responsáveis junto com os jogadores pelo bom espetáculo do futebol. Quem não se arrepia quando vê um time de futebol entrar em campo e sentir a vibração de milhares de pessoas. A torcida tem papel importante no espetáculo, mantendo o animo dos jogadores sempre em alta. Chegam em alguns casos a serem violentas, e é esse o momento em que o grupo tem que ser unir e superar os desafios. 
Para Machado (1997), ao mencionarmos o comportamento do torcedor diante de eventos esportivos, temos que considerar as situações que levam ou levaram este torcedor ao estádio, as atividades exercidas em seu cotidiano, a freqüência deste em eventos esportivos, seu nível sócio-econômico-cultural, entre outros aspectos. 
Aquele torcedor que trabalha a semana toda, e aos finais de semanas, vai assistir uma partida de futebol, na espera de aliviar as tensões do dia-a-dia, e acaba se envolve emocionalmente com a equipe para quem está torcendo, quando esta não está apresentando resultados satisfatórios. Devido a isso o torcedor tende a agir agressivamente com os adversários, ou até mesmo para sua equipe, procurando extravasar toda agressividade que se acumula durante o cotidiano, na expectativa de que, agindo assim, liberará toda sua tensão. Também devemos considerar a sociedade em que vivemos que se apresenta extremamente competitiva, levando-nos há competir o tempo todo, e onde ganhar torna-se uma maneira de satisfação, de recompensa. Isto é transferindo para o esporte, passando a vitoria a ter grande significado para o torcedor, nesse momento ele passa a relacionar o evento esportivo com o seu dia a dia. 
É importante considerar que a performance do atleta não vai depender somente da torcida, seja ela contra ou a favor. Porém, a atuação da torcida poderá ser um fator que poderá alterar a performance do atleta ou atinja o atleta de alguma maneira. Neste aspecto, a idade e a experiência do atleta serão fatores significantes no desempenho do atleta. Outro fator importante é a importância do evento para o atleta e ao mesmo tempo para o torcedor, podendo causar níveis de ansiedades variados entre eles que, por sua vez, pode prejudicar a prejudicar a atuação do atleta, como vimos em Ansiedade.
Cratty (1983) afirma que há varias facetas compreendidas pelo papel da torcida no desempenho atlético e são diversos os graus nos quais o atleta e sua torcida sentem-se próximos psicologicamente. O impacto psicológico que a torcida produz no atleta varia muito, alterando de um modo ou de outro a qualidade e a quantidade do desempenho atlético. O individuo ansioso é mais afetado negativamente pela reação do público, principalmente quando a técnica não estiver bem dominada. A torcida possui três segmentos:
A) Torcida encorajadora: A torcida pode estimular o atleta de diversas maneiras. A torcida estimuladora coloca sobre o desportista diferentes tensões psicológicas, e tensões estas inexistentes quando a torcida e hostil ou indiferente, ou ridicularizada a atuação dos jogadores.
B) Torcida Neutra: Há muitas que se mantêm propositalmente neutras em relação ao desempenho do atleta. Podemos dividi-las em duas categorias secundárias: (1) torcida composta por indivíduos fisicamente presentes que apóiam, nem hostilizam e (2) torcida composta por indivíduos ausentes cujo conhecimento das atuações após jogo influencia o atleta. Esta segunda subdivisão inclui (a) a família, (b) outros atletas com os quais competirão depois e (c) se são de ‘’ categoria mundial’’, todos os atletas, técnicos e fãs em todo o mundo que possam saber de sua atuação mais tarde através dos meios de comunicação.
C) Publico hostil: A hostilidade do publico expressar- se a muitas maneiras, incluindo- se agressões verbais e mesmo ataque físico direto e indireto. Tal comportamento será minimizado se nem todos os espectadores forem hostis e se houver alguma torcida para o jogador. Entretanto, o clima psicológico é diferente quando há publico hostil indiferente ou entusiasta. Os próprios torcedores podem ser divididos se diversas maneiras. Fizeram- se numerosas tentativas para classificar o publico baseado- se nos motivos manifestos ou latentes que o levou a prestar atenção ao desempenho alheio.
Conforme Foot apud Cratty (1984), em competições esportivas existe a torcida ‘’presente’’ ou ausente, cujas reações podem ser ‘’previstas’ pelo atleta. Essa torcida ausente será formada pela família e fãs da terra natal do atleta, torcida essa que apesar de não estar fisicamente presente ao desempenho, tomará conhecimento dele mais tarde. A torcida presente em distancias variáveis do atleta pode reagir passiva ou ativamente, assim como a torcida ausente mais tarde expressará diversos graus de interesse no desempenho da atleta. 
Segundo Cratty (1984), há pelo menos dois outros aspectos importantes no estudo das influencias da torcida sobre o desenvolvimento físico: (1) a idade e experiência do atleta terão influência, de modo positivo ou negativo; (2) dependendo da natureza do evento, o publico modificara ou não a desempenho do desportista.
Como vimos anteriormente, a motivação é uma questão de suma importância, no que se refere à prática de esportes. Sendo assim, Machado (1997) afirma que conhecer a influência da motivação do publico espectador, bem como sua influência na atuação nos atletas, é importantíssimo não só para os psicólogos do esporte, mas também para técnicos, professores e principalmente familiares. A torcida familiar pode ser prejudicial ou não para o desempenho do atleta, isto irá variar de acordo com sua personalidade, sua experiência, sua idade e os valores sociais que ele tem diante de situações esportivas. A família pode ser uma torcida presente e, como tal, pode inibir ou incentivar o desempenho do atleta variando de acordo com as habilidades técnicas que possui, o que nos permite dizer que, de certa maneira, os atletas mais novos sofrem mais com a presença de seus familiares, do que os atletas mais experientes. Além disso, a natureza do evento e sua importância são fatores que interferem nesta interação entre família e atleta, de modo muito mais forte de que o comumente assistido. O ambiente fornecido pela família pode modelar o comportamento e a vontade de desempenho em determinada atividade física. O tipo de educação recebida, e a relação entre os pais e os atletas também influenciam na relação que o atleta terá ao se defrontar com uma torcida.
Existem inúmeras maneiras de classificar os vários tipos de público que poderão influenciar as emoções e o desempenho dos atletas. Por exemplo, alem dos torcedores nas arquibancadas, há outros membros no time que também assistem e até podem modelar a atuação; são os chamados colaboradores. Podemos ainda subdividir esse grupo naqueles que interagem direta e estreitamente e com o atleta. Ao contrario dos colaboradores, há outros que podem não agir diretamente com o atleta, mas atuam de modo paralelo, são os chamados interagentes.
A divisão entre colaboradores e interagentes pode torna- se mais complexa anda se considerarmos o q podem ambos fazer pelo atleta. Por exemplo, os colaboradores podem ou não trocar entre si informações, ao passo que os interagentes poderão fazê-lo somente em seqüências já consagradas, como revezamento, ou de modo quase aleatório, a exemplo do que ocorre em muitos jogos por equipe.
Sendo assim, é difícil distinguir no mundo real esportivo, os efeitos causados pelos companheiros de equipe ou pela torcida, ao se tentar determinar o assim chamado efeito da torcida; ambos estão atentos, em graus variados, ao desempenho do atleta.
A exigência recebida pelos atletas, por da torcida, dos companheiros e até mesmo do próprio jogador, causa um desconforto emocional ao atleta que o impede de realizar com excelênciasuas atividades físicas e mentais. Essas são características do estresse que descreveremos a seguir. 
 
7.12) Estresse
	Para McGRATH apud Weinberg & Gould (2001), o estresse é definido como um desequilíbrio substancial entre demanda (física e/ou psicológica) e capacidade de resposta, sob condições em que a falha em satisfazer aquela demanda tem importantes conseqüências.
	Estresse sob o ponto de vista de Machado(1997) é, em primeira linha, um fenômeno negativo que relaciona- se com perigos ou prejuízos, entre outros. Entretanto o estresse é necessário à vida, para a manutenção e aperfeiçoamento das capacidades funcionais, auto- proteção e conhecimento dos seus próprios limites. 
Um dos principais motivos do atleta que busca desenvolver seu desempenho é alcançar um nível em que consiga atingir seu potencial máximo. Entretanto, existem inúmeros fatores que podem interferir em seu desempenho, que são denominados estressores. O ambiente competitivo apresenta inúmeros fatores estressantes para o atleta. (FIGUEIREDO, 2000)
	A relação entre estresse e desempenho, segundo Jones apud Figueiredo (2000), é bastante complexa e envolve uma interação entre a natureza do estressor, as demandas motoras e cognitivas específicas da tarefa a ser desempenhada e as características individuais do atleta.
	Para McGRATH apud Weinberg & Gould (2001), o estresse é definido como um desequilíbrio substancial entre demanda (física e/ou psicológica) e capacidade de resposta, sob condições em que a falha em satisfazer aquela demanda tem importantes conseqüências.
Existem duas fontes de estresse, as situacionais e pessoais. As situacionais são: (a) importância do evento, quanto mãos importante for o evento mais estressante ele será, ou seja, a disputa de um jogo decisivo é mais estressante do que um jogo normal de temporada e (b) incerteza, quanto maior a incerteza, maior o estresse, quando dois times mais ou menos parelhos são escalados para competir , há uma incerteza máxima, mas pouco pode ou deve ser feito em relação a isso, afinal a essência do esporte é contrapor atletas e times parelhos.
As fontes pessoais do estresse são (a) ansiedade traço, que é um fator de personalidade que predispõe uma pessoa e encarar a competição e a avaliação social como ameaçadoras, a (b) auto-estima também esta relacionada a percepções de ameaça e as mudanças correspondentes na ansiedade estado, os atletas com baixa auto-estima, por exemplo, têm menos confiança e experiência e mais estados de ansiedade que os atletas com mais auto-estima e (c) ansiedade física social, que é uma predisposição de personalidade definida como “grau de ansiedade de uma pessoa quando os outros observam seus atributos físicos”. ( WEINBERG & GOULD apud HART, LEARY e REJESKI, 2001). Esses indivíduos evitam academias, pois temem que os outros irão avaliar seu físico. 
Para Hardy e Jones apud Figueiredo (2000), existem algumas estratégias para o controle do estresse, como o desenvolvimento da motivação e autoconfiança por meio do estabelecimento de metas, a visualização, com o objetivo de diminuir a ansiedade e aumentar a autoconfiança e o relaxamento.
Conforme Machado (1997), o simples fato de, ao praticar um esporte, o atleta se defronta com outros que avaliarão seus resultados, já representa uma ameaça digna de um bom trabalho psicológico. O esporte competitivo é um evento causador de estresse, com o atleta desempenhado suas habilidades em níveis muito altos e sob circunstancias nas quais há um oponente tentando dificultar a ação, ambos sempre perseguindo a performance. O estresse é vivenciado numa competição quando o atleta percebe que não pode enfrentar com sucesso as situações que se apresentam, antecipando as conseqüências negativas.
De acordo com De Rose Junior apud Machado (1997), na competição o estresse pode ser causado por dois fatores mais evidentes:
1- Interpessoal: Inerentes ao indivíduo e associados a experiências anteriores. Estes fatores são: auto-percepção, habilidades, cognição, capacidades, estados psicológicos e percepção da importância de outras pessoas nos processos.
2- Situacionais: fatores específicos da competição: adversários, árbitros, interferência do técnico e companheiros, situações de jogo, contusões, medo etc.
O atleta que não souber controlar esse estresse, poderá se tornar um indivíduo violento e agressivo. A seguir iremos conceituar a agressividade e entender como ela se manifesta no esporte.
 	
7.13) Agressividade
Conforme Cratty (1983), a agressividade é um comportamento hostil, que assume variadas formas. As tendências agressivas no esporte podem ser dissipadas ou aumentadas, dependendo da modalidade praticada. A agressividade pode ser avaliada com testes ou através da personalidade, que podemos identificar no individuo ainda quando criança. Uma criança se torna agressiva, devido ao ambiente em que vive e comportamento dos pais. Se a necessidade de o individuo agredir é alta, se a competição esportiva não produz fadiga física ou sua agressividade se manifesta através de frustrações (cometendo faltas ou perdendo) ele provavelmente permanecerá hostil. Se a necessidade de agredir não for grande, se ficar pelo menos moderadamente cansado por realizar atos hostis dentro do esporte ou se receber um recompensa razoável por seus esforços (vitória ou sucesso moderado) é provável que sua hostilidade diminua. A agressividade controlada é o objetivo de muitos esportes, inclusive daqueles que envolvem contato físico. 
Weinberg & Gould (2001), afirma que a o termo agressão é usado de varias formas no esporte e no exercício. Consideram uma agressão boa quando o atleta busca uma “bola perdida” no vôlei, disputa uma bola no futebol, e uma agressão má quando chutam um adversário ou cometem faltas desnecessárias, ou seja, a agressão é considerada um comportamento físico ou verbal; não é uma atitude ou uma emoção. A agressão envolve danos e ferimentos, que podem ser físicos ou psicológicos.
Os psicólogos definem agressão como “qualquer forma de comportamento dirigido ao objetivo de prejudicar ou ferir outro ser vivo que está motivado a evitar tal tratamento”. (BARON e RICHARDSON apud WEINBERG & GOULD, 2001).
Conforme Husman e Silva apud Weinberg & Gould (2001), existem dois tipos de agressão: (a) agressão hostil ou reativa, o objetivo principal é causar danos físicos ou psicológicos a uma pessoa, já a (b) agressão instrumental ocorre na busca de algum objetivo não agressivo. Um exemplo de agressão instrumental é quando um zagueiro provoca uma colisão particularmente dura com o adversário para impedi-lo de receber um passe e correr pelo campo de futebol. 
Causas da agressão
Existem quatro teorias relacionadas às causas da agressão, discutiremos a seguir cada uma delas:
Teoria do Instinto: De acordo com a teoria do instinto (GILL apud WEINBERG & GOULD, 2001), as pessoas têm um instinto inato de serem agressivas que se desenvolve até que ela inevitavelmente seja expressa, esse instinto pode ser expresso diretamente pelo ataque de outro ser vivo como deslocado por meio de catarse, na qual agressão é liberada ou “expulsa” por meio sociavelmente aceitáveis no esporte. 
Teoria da frustração agressão: Estabelece simplesmente que a agressão é resultado direto de uma frustração que ocorre devido a bloqueio de objetivos ou falhas (DOLLARD et al apud WEINBERG & GOULD, 2001). Acreditava-se que a maioria dos atos agressivos são cometidos quando as pessoas estão frustradas. Por exemplo, quando um jogador de futebol sente que foi ilegalmente obstruído por um adversário, ele fica frustrado e agride o companheiro. 
Teoria da aprendizagem social: Essa teoria explica a agressão como um comportamento que as pessoas aprendem por meio de observação de outros que modelam comportamentos particulares, acompanhada de reforço por exibir atitudes semelhantes.
Teoria da frustração-agressiva revisada: Nesta teoria há uma combinação de elementos da hipótese de frustração-agressâo originalcom a teoria da aprendizagem social. Essa visão aceita que a frustração nem sempre leva a agressão, porém aumenta a probabilidade de agressão aumento da ativação e da raiva. (Os psicólogos definem agressão como “qualquer forma de comportamento dirigido ao objetivo de prejudicar ou ferir outro ser vivo que está motivado a evitar tal tratamento”. (BERKOWITZ, BARON e RICHARDSON apud WEINBERG & GOULD, 2001)
III - Metodologia
Para entendermos a importância a relação dos fatores psicológicos com os jogadores de futebol, realizamos uma entrevista com atletas e ex-atletas que jogaram profissionalmente futebol.
Na primeira etapa do trabalho entrevistamos seis atletas em atividade que jogam em um clube de futebol profissional. A entrevista ocorreu logo após o treino da parte da manhã. Nessa entrevista os atletas respondiam a um questionário. O grupo de entrevistadores deixou claro que as respostas ali colocadas seriam usadas somente para nosso projeto e que nenhuma das respostas seria repassada à comissão técnica, essa atitude foi tomada para que os atletas se sentissem mais a vontade para as respostas. Utilizamos um gravador para captarmos as respostas dos atletas.
Na segunda etapa, realizamos as mesmas perguntas para cinco ex-atletas, que por motivos peculiares tiveram que abdicar do sonho de serem jogadores de futebol devido a problemas pessoais e familiares. Este grupo de atletas respondeu o questionário de maneira escrita.
As perguntas utilizadas foram:
1-Você considera importante uma preparação psicológica no futebol?
2-Você se prepara psicologicamente antes de uma partida de futebol?
3-O que pode comprometer seu desempenho em uma partida de futebol?
4-Existe pressão? (Se existir responda a pergunta 5, caso contrário pule para a pergunta 6)
5-Você utiliza algum método para se desligar dessa pressão?
6-A torcida a favor pode interferir em sua motivação? Como?
7-Você acha com ao passar do tempo, e com o fato de você ter mais experiência, o nervosismo ou ansiedade ainda vão influenciar seu rendimento?
8-Em uma escala de 0 a 10, como você avalia os fatores físicos e os fatores psicológicos.
9-Você considera que eles têm a mesma importância?
10- Na sua percepção, você possui algum defeito ou qualidade relacionadas à psicologia que se mostram visíveis durante um jogo?
As respostas foram analisadas em comparação com os aspectos destacados na revisão de literatura.
IV - Analise e discussão
Na pesquisa realizada podemos constatar que a maioria dos atletas encontra a motivação no ambiente que se localiza, que é coerente com a afirmação de Rubio (2000), de que essa força não está dentro do atleta, mas no ambiente que está inserido.
De acordo com as respostas dos entrevistados podemos perceber que os mesmos procuram motivação na própria torcida, que pode apoiar ou não os jogadores e a equipe. Conforme o atleta número 6 existem também atletas que especificamente preferem jogar com torcida contra, mas também não abre mão da torcida a favor.
‘’Eu gosto de jogar com torcida contra, fico com mais ânimo com a torcida xingando contra ou indo contra o estádio cheio, parece que dá mais motivação, mais vontade de jogar, mas a torcida a favor também é bom, apoiando toda hora, o ruim é quando começa a xingar. Mas apoiando toda hora é maravilhoso.” 
(Atleta 06)
Conforme Machado (1997), alguns jogadores atuam melhor quando a torcida é contrária, pois demonstram toda sua rebeldia, que é extravasada durante a partida, como se fizesse parte atuante daquela manifestação, sem sentir medo ou constrangimento por estar sendo vaiado e insultado a cada gesto.
“Só de você saber que existem muitas pessoas que estão no estádio só pra ver o seu desempenho já é um grande motivo para ter uma motivação. No meu caso levo isso como um incentivo para desempenhar meu papel dentro de campo. Sei que tem dias que eu não vou estar bem, mas procuro me dar ao máximo durante a partida, pois a torcida seja qual ela for irá exigir meu desempenho.”
 (Ex-atleta 01)
 	Essa relação do atleta com a torcida é analisada segundo MACHADO (2001), destacando a importância de se considerar que o desempenho do atleta não vai depender somente da torcida, seja ela contra ou a favor, porém, a atuação da torcida poderá ser um fator que altera a desempenho do atleta ou atinja o atleta de alguma maneira. Sabendo que existem atletas que preferem jogar com o público prestigiando, atletas que preferem uma oposição do público, atletas que apenas jogam quando a torcida está incentivando, e tornam-se apáticos quando esta não se manifesta, podemos visualizar estas situações a todo o momento, ao assistirmos um evento esportivo, onde o “ídolo” da torcida faz gestos para que o público se manifeste o que psicologicamente estará motivando a equipe, ainda que inadequadamente, ou mesmo de uma maneira não própria daquele grupo.
Como vimos anteriormente, tanto em atletas e ex-atletas, a motivação faz com que aumente a intensidade do esforço de um atleta na partida, fazendo com que ele de aquele famoso ‘’gás a mais do que o normal’’, com isso ele pode aumentar seu desempenho, assim, ajudando sua equipe. 
Motivação pode ser definida simplesmente como a direção e a intensidade de nossos esforços (SAGE 1997 apud WEINBERG & GOULD, 2001). Os psicólogos do esporte e do exercício podem considerar motivação a partir de diversos pontos de vista específicos, incluindo a motivação para a realização, motivação em forma de estresse competitivo e motivações intrínsecas e extrínsecas. Essas formas variáveis são todas partes da definição mais geral de motivação. Conseqüentemente, entendemos as especificidades da motivação por meio desse contexto mais amplo, holístico muito como um técnico de futebol observa jogos específicos do ponto de vista de um plano mais amplo, ou de uma filosofia ofensiva ou defensiva. (WEINBERG & GOULD, 2001).
Com isso podemos ver que a motivação influi e muito em um jogo de futebol, e que o atleta pode render mais do que o esperado se tiver uma torcida ao seu favor.
Como vimos na revisão de literatura sabemos que a confiança também influencia no rendimento do atleta, como veremos a seguir.
De acordo com as pesquisas realizadas, podemos verificar que a falta de confiança em alguns casos não é por incapacidade do atleta, mas sim pela pressão, falta de apoio ou por um simples erro, como veremos a seguir:
‘’Sim, no começo de uma partida se eu não entro bem, não acerto um passe, ou cometo algum erro, abala a minha confiança e eu não rendo o esperado. ’’
(Atleta 07)
Weinberg & Gould (2001), afirmam que embora escutemos atletas e praticantes de atividades físicas falarem sobre confiança todo o tempo, o termo confiança não é tão fácil de definir. Os psicólogos do esporte definem autoconfiança como a crença de que você pode realizar com sucesso um comportamento desejado.	
Vealey apud Weinberg & Gould (2001), considera autoconfiança tanto um momento como um estado. O momento de autoconfiança é definido como a crença ou grau de certeza que os indivíduos geralmente sentem no esporte. O estado de autoconfiança é a crença ou a certeza que os indivíduos têm em um determinado momento em relação à capacidade de serem bem- sucedidos no esporte.
Conforme Weinberg & Gould (2001), a confiança é caracterizada por uma alta expectativa de sucesso. Ela pode ajudar os indivíduos a despertarem emoções positivas, facilitar a concentração, estabelecer metas, aumentar o esforço, focalizar suas estratégias de jogo e mantê-las.
Segundo Weinberg & Gould (2001), muitas pessoas têm as habilidades físicas para serem bem-sucedidas, mas falta-lhes confiança em sua capacidade de realizar habilidades sob pressão, quando o jogo ou a partida estão nivelados.
De acordo com essas citações procuramos saber quais eram as principais qualidades dos entrevistados, tentando verificar o grau de concentração de entrevistado.
Uma resposta em si chamou a atenção pelo fato decitar a concentração como sua principal qualidade durante a partida.
‘’Considero uma qualidade minha, a extrema concentração durante uma
partida’’. 
(Atleta 11)
Franco (2000), afirma que concentração é uma atenção seletiva. É um fenômeno que procura focalizar o máximo de atenção em um determinado aspecto, ignorando os demais. Quanto maior a pressão que o individuo sofre, maior deverá ser seu esforço para obtenção de concentração
	Através da resposta do ex-atleta 02 podemos perceber o quão importante é a concentração durante uma partida.
“Tento sempre manter-me concentrado e focado na partida esquecendo dos problemas, porque a partir do momento que entro em campo esqueço de tudo e só penso em dar a minha contribuição para ajudar minha equipe” 
(Ex-atleta 02)
	A maioria dos entrevistados considera importante a concentração durante uma partida de futebol para “manter o foco e desempenhar um bom papel dentro de campo”.
	Segundo Weinberg & Gould (2001), ouvimos cada vez mais a palavra foco quando atletas e técnicos discutem a prontidão para jogar e quando avaliam desempenho real. Permanecer focado durante um jogo ou competição inteira é freqüentemente a chave para a vitória, porém, nesse período existe um fator que poderá influenciar o desempenho do atleta, a ansiedade. Segundo Cratty (1983), a ansiedade pode elevar-se antes da competição, diminuir durante a mesma ou aumentar após a prova. O termo ansiedade é utilizado para denotar um grau anormal de apreensão, já a palavra medo refere-se a uma avaliação racional de uma verdadeira situação ameaçadora.
A insegurança prejudica o desempenho: ela cria ansiedade, quebra a concentração e provoca indecisão. Indivíduos com falta de confiança focalizam–se mais em suas deficiências do que em seus pontos fortes, deixando de concentrar-se na tarefa a ser realizada. 
Existe uma relação entre ansiedade e autoconfiança que conforme Vieira e Pujalus (2002) pode ser observada quando a ansiedade diminui, a autoconfiança aumenta. Isso foi verificado não só nos treinos, mas também nos jogos, ou seja, na segurança ou na insegurança de enfrentar o time adversário. Podemos constatar essa afirmação de acordo com a resposta abaixo sobre a pergunta número 7:
Você acha com ao passar do tempo, e com o fato de você ter mais experiência, o nervosismo ou ansiedade ainda vão influenciar seu rendimento? 
“Sim, porém, depois de um determinado tempo já fica mais fácil de lidar com essa situação. Em muitas vezes entro ansioso em uma partida, mas quando faço uma boa jogada minha vontade de jogar aumenta e começo a pedir jogo”
(Ex-atleta 05)
Perguntamos aos entrevistados, na opinião deles, o grau de importância dos fatores físicos e psicológicos. De acordo com a pergunta número 9 do questionário:
Você considera que eles têm a mesma importância? (Referente a relação dos aspectos físicos e psicológicos)
Com as resposta podemos perceber que a maioria considera importante os fatores psicológicos no desempenho do jogador de futebol e reconhecem a importância de uma preparação psicológica, e de acordo com Markunas (2003), a preparação psicológica pode ser realizada ao longo de todas as fases da carreira esportiva, no treinamento a longo prazo, desde a iniciação esportiva até a aposentadoria, não só auxiliando na obtenção de resultados e marcas, mas também na formação pessoal e moral de modo possibilitar melhores condições de qualidade de vida, durante e após competições e ao longo de toda a vida ligada ao esporte.
Abaixo consta a resposta do ex-atleta 03 quanto à pergunta 05 do questionário.
Você utiliza algum método para se desligar dessa pressão?
“Sim, o de se concentrar 100% para que nada de fora venha a atrapalhar o meu desempenho.”
(Ex-atleta 3)
	Outro fator que influencia no desempenho do atleta, é a ansiedade, a maioria dos entrevistados considera que ansiedade influencia em seu desempenho, porém, conforme a experiência aumenta a ansiedade diminui, essa afirmação fica clara com a resposta dos ex-atletas 03 e 04 para a pergunta número 7 do questionário.
Você acha com ao passar do tempo, e com o fato de você ter mais experiência, o nervosismo ou ansiedade ainda vão influenciar seu rendimento?
“Sim, o nervosismo e a ansiedade sempre vão existir, mas a partir do momento que você esta mais experiente ela diminui”
(Ex-atleta 03)
“Influencia um pouco, mas a experiência irá controlar essa situação”
(Ex-atleta 04)
Segundo Vieira e Pujauls (2002), no futebol atual desde a base até o profissional, existe a pressão demonstrada por parte dos familiares dos atletas para que os mesmos sejam encaminhados a grandes equipes, esse fator foi observado como uma das causas do aumento da ansiedade, das incertezas e das dificuldades dos atletas para se concentrarem nos treinos e nos jogos.
	Essa pressão citada acima é pertinente a resposta dos atletas 02 e 06 quanto à pergunta número 4 do questionário.
Existe pressão?
“Quando se está em uma competição sempre existe pressão, pois a Portuguesa tem um time razoavelmente grande e todos querem resultados se não tem resultado, todos começam a cobrar.”
(Atleta 02)
“A com certeza, aqui em casa principalmente, é gente cobrando, gente pedindo, você tem que fazer isso, aquilo. Eu sou atacante, se faço um gol no jogo e no outro não, já me xingam, é pressão toda hora, todo dia, todo momento, por parte dos diretores, o próprio técnico, colaboradores, empresários, família, todo mundo, a pressão é muito grande.”
(Atleta 06)
O futebol hoje abre espaço para muitos profissionais especializados no assunto, cada com suas especialidades procuram contribuir para melhorar o desempenho esportivo, essa equipe multidisciplinar vai de um simples funcionário do clube, passando pelo treinador e chegando aos dirigentes, esses conforme o trecho abaixo possui importante papel na vida esportiva do atleta.
	Segundo WITTER (1990), se por um lado temos os jogadores de futebol, por ouro temos os dirigentes, que são homens que se dedicam a difícil tarefa de coordenar a vida do futebol, desde as federações nacionais e a confederações internacionais. A esses dirigentes, interessam somente os bons resultados, que devem ser conseguidos a qualquer custo. No desejo das vitorias exigem milagres de técnicos e jogadores.
“Sobre mim particularmente existe um pouco, pelo fato dos meus pais morarem longe, de eu estar aqui sozinho, então sempre tenho que estar pensando em jogar bem se destacar, dar o meu máximo, para um dia estar junto com minha família de novo e estar ajudando meus pais.” 
(Atleta 05)
	Através dessa resposta, podemos relacionar a pressão imposta aos atletas com os seus familiares, pois de acordo com Machado (1997), o ambiente fornecido pela família pode modelar o comportamento e a vontade de desempenho em determinada atividade física. A família pode ser uma torcida presente e, como tal, pode inibir ou incentivar o desempenho do atleta variando de acordo com as habilidades técnicas que possui. 
V – Considerações finais
Pretendemos com esse trabalho, identificar a importância de um treinamento psicológico para obtenção de resultados determinados pelo próprio jogador ou pela equipe. Conforme as análises dos materiais coletados, concluímos que o esporte de alto rendimento, em particular o futebol, apresenta características que conduzem o atleta a um desgaste psicológico, os treinamentos diários, as viagens, os jogos, as vitórias e derrotas contribuem para o aumento do nível desse desgaste e pode propiciar queda no desempenho do atleta. 
A preparação psicológica possui uma importância fundamental no desempenho do atleta. O atleta que estiver bem preparado psicologicamente poderá se beneficiar quando se deparar com uma situação adversa. O profissional que trabalha psicologia e futebol deve sempre estar atento as mudanças de treinamento que visam um melhor rendimento da equipe, e por mais que a psicologia exista no esporte desde o início do século XX, sabemos que não lhe era dada

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