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Litisconsórcio e Intervenção de Terceiro

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Litisconsórcio e Intervenção de Terceiro
Sumário
Litisconsórcio ............................................................................................. 03
Conceito .............................................................................................. 03
Classificação ....................................................................................... 03
Regime de tratamento dos litisconsorte .......................................... 09
Modalidades especiais de 
litisconsórcio facultativo e cumulação de pedidos...........................10
Litisconsórcio por comunhão, por conexão 
ou por afinidade.................................................................................. 11
Intervenção de Terceiro................................................................................ 14
Introdução ............................................................................................. 14
Assistência ........................................................................................... 18
Denunciação da lide ............................................................................ 22
Chamamento ao Processo.................................................................... 25
Denunciação da lide e chamamento ao
 processo em causas de consumo....................................................... 27
Incidente de desconsideração da pessoa jurídica.............................. 28
Intervenção de Amicus Curiae............................................................... 31
Intervenção Iussu Iudicis........................................................................ 32
Intervenções Especiais dos Entes Públicos..........................................33
Intervenção litisconsorcial voluntária ou 
litisconsórcio facultativo ulterior simples .............................................34 
A intervenção de terceiro especial
 no processo da ação de alimentos....................................................... 34
Direito Comparado............................................................................. 37
Litisconsórcio 
Conceito
 Litisconsórcio é a pluralidade de sujeitos em um dos polos de uma relação processual.
 Será litisconsórcio quando houver mais de um autor ou mais de um réu. Mas o litisconsórcio não se restringe à principal relação jurídica processual, podendo haver litisconsórcio em incidentes processuais como também em um recurso. 
 Por conseguinte, a melhor conceituação seria: o litisconsórcio é uma pluralidade de sujeitos em um polo de uma relação jurídica processual.
Classificação
Ativo, passivo e misto:
1.1 Ativo: quando houver pluralidade de autores na ação;
1.2 Passivo: quando houver pluralidade de réus na ação;
1.3 Misto: Será misto quando houver pluralidade de pessoas em ambos os polos da relação.
Inicial e ulterior:
2.1 Inicial: o inicial ou originário é aquele que já nasce juntamente com a propositura da ação, ou seja, quando vários são os autores que propõem ou quando vários réus são convocados pela citação inicial;
2.2 Ulterior: o ulterior ou superveniente é aquele que surge no curso do processo em razão de um fato posterior à propositura da ação. Ele é visto como algo excepcional vez que tumultua a marcha do procedimento e pode ser dado de três maneiras:
Em razão de uma intervenção de terceiro (Ex: Chamamento ao processo e denunciação da lide); 
Pela sucessão processual (Ex: O ingresso dos herdeiros no lugar da parte falecida, conforme art. 110/CPC); 
Pela conexão ou continência, reunião das causas para processamento simultâneo, conforme arts. 55 e 58/CPC; 
Unitário e simples:
Trata-se da divisão do litisconsórcio que parte da análise do objeto litigioso do procedimento, portanto, da situação jurídica substancial deduzida; 
3.1 Unitário:
Para o litisconsórcio ser unitário, dependerá da natureza da relação jurídica controvertida: haverá unitariedade quando o mérito envolver uma relação jurídica indivisível, havendo para isso dois pressupostos, os quais sejam: 
1- Os litisconsortes discutem uma única relação jurídica;
2- Essa relação jurídica é indivisível.
Art.116 CPC, ‘’O litisconsórcio será unitário quando, pela natureza da relação jurídica, o juiz tiver de decidir o mérito de modo uniforme para todos os litisconsortes’’;
Há litisconsórcio unitário quando se ‘’litisconsorciam’’ para defesa da mesma relação jurídica. No litisconsórcio unitário, várias pessoas são tratadas no processo como se fossem apenas uma, portanto pode se dizer que ele é a unidade da pluralidade.
3.2 Simples (ou Comum):
O litisconsórcio simples ou comum é aquele em que a decisão de mérito pode ser diferente para os litisconsortes, sendo cada um deles tratados como parte autônoma;
Ocorre quando os litisconsortes discutem uma pluralidade de relações jurídicas ou uma relação jurídica cindível.
	
Necessário e facultativo:
É a classificação mais extensa; 
4.1 Generalidades:
Quando a formação do litisconsórcio é obrigatório, então ele é necessário. Este está ligado intrinsecamente à indispensabilidade da integração do polo passivo da relação processual por todos os sujeitos;
Diferencia-se da unitariedade, pois esta pressupõe um litisconsórcio já formado, enquanto a necessariedade atua na formação do litisconsórcio;
Quando o litisconsórcio pode ou não se formar, então pode-se dizer que ele é facultativo. Nesta modalidade a formação fica a critério dos litigantes, ou seja, ele não é necessário.
4.2 Litisconsórcio necessário unitário e litisconsórcio facultativo unitário:
Necessário unitário: o art. 114/CPC indica os dois fundamentos que tornam a formação de litisconsórcio necessária:
1- Pela disposição legal, assim é imprescindível sua formação;
2- Pela natureza jurídica do processo, em que sua eficácia depender da presença de todos os litisconsortes.
Assim é unitário, pois, como esta, ele depende da relação jurídica. Por fim cabe dizer que o litisconsórcio unitário passivo será, em regra, necessário.
Facultativo unitário: este ocorre precipuamente no polo ativo da relação jurídica;
Não é pertinente condicionar o direito de ação de um autor a participação dos outros colegitimidados;
Como também não o é obrigar algum destes a participar do litígio. 
4.3 Litisconsórcio necessário por força de lei:
É importante salientar, pois, para ser necessário basta a presença de lei. Logo, ele não é necessariamente unitário e pode ser simples, porque esta característica é relativa à decisão de mérito e não a formação do litisconsórcio;
Litisconsórcio 
necessário-unitário
: no polo passivo, em regra, embora possa haver unitário passivo facultativo;
Litisconsórcio 
necessário-simples
: quando a necessariedade se der por força de lei;
Litisconsórcio 
facultativo-unitário
: no polo ativo, quase que exclusivamente;
Litisconsórcio 
facultativo-simples
: que corresponde a generalidade das situações.
Síntese de combinações possíveis entre os litisconsórcios unitário, simples, necessário e facultativo.
4.4 Natureza da sentença proferida contra litisconsorte necessário não citado:
O art. 115 do CPC regulamenta o assunto, isto é, dispõe sobre a natureza da sentença de mérito proferida sem a citação de litisconsorte necessário, distinguindo duas situações:
Falta de citação de litisconsorte necessário unitário: caso seja constatado a presença de litisconsórcio necessário unitário passivo, a ausência de citação de qualquer um dos réus torna a sentença de mérito passível de invalidação a qualquer tempo, por provocação, também de qualquer deles;
Falta de citação de litisconsorte necessário simples: se houver litisconsórcio necessário simples, a sentença será válida e eficaz em relação aos sujeitos que participaram do feito, e ineficaz em relação àquele que não foi citado.
Obs.: ainda que o CPC fale apenas em ineficácia da sentença proferida contra litisconsórcio necessário simples nãocitado, há também nulidade, e não tão somente ineficácia: a decisão é defeituosa e pode, então, ser desfeita.
4.5 Litisconsórcio necessário e negócio jurídico processual:
Como já estudado, o litisconsórcio será necessário quando for unitário ou quando a lei determinar expressamente, sendo esta linha de raciocínio seguida pelo art. 115/NCPC. Este artigo deve ser interpretado conjuntamente com a cláusula geral de negociação processual.
Todos os negociantes, não apenas os afetados, deverão ser litisconsortes no processo judicial. 
O art. 190 consagrou a atipicidade dos negócios jurídicos processuais; 
Nos negócios plurilaterais, há casos em que se pretende propositura de demanda relativa ao contrato de apenas uma ou algumas cláusulas do negócio, que afetam somente um ou alguns dos negociantes. Entretanto, por força de outra cláusula negocial, todos os negociantes, não somente os afetados, deverão ser litisconsortes no processo judicial;
Pode-se, por exemplo, também, negociar que a demanda seja proposta contra o contratante e o “interveniente- anuente”;
Admite-se, então, a possibilidade de litisconsórcio necessário por força do negócio jurídico processual vez que trata-se de negócio processual lícito, fonte de litisconsórcio necessário.
4.6 Litisconsórcio facultativo unitário e coisa julgada:
É uma discussão polêmica uma vez que versa sobre a extensão subjetiva da coisa julgada aos titulares do direito litigioso que não propuseram a demanda. Para tanto, há três correntes acerca do assunto:
Como as hipóteses de litisconsórcio facultativo unitário são, rigorosamente, casos de legitimação extraordinária, a coisa julgada estenderá os seus efeitos aos demais colegitimados, titulares do direito ou outros legitimados extraordinários, tendo em vista que a relação jurídica já recebeu a solução do Poder Judiciário e esta deve ser única; 
Segundo Freddie Diddier, seria hipótese de extensão ultra partes dos efeitos da coisa julgada, mitigando a regra do art. 506 do CPC;
Entendimento adotado por Ada Pellegrini Grinover, Freddie Diddier, Barbosa Moreira, entre outros;
Sendo uma posição menos aceita, segunda corrente apregoa a extensão subjetiva da coisa secundum eventum litis. Aqui, a coisa julgada somente iria se entender aos demais titulares do direito se fosse para beneficiar; 
O art. 506/ CPC autoriza a extensão da coisa julgada a terceiro, desde que favorável. 
Por fim, em nenhuma hipótese haverá a extensão subjetiva dos efeitos da coisa julgada, que apenas opera em inter partes. 
Regime de Tratamento dos Litisconsortes
Introdução e conceito: 
O que definirá o modo como eles se relacionam reciprocamente é o fato de o litisconsórcio ser unitário ou simples. Para tanto, há três regras básicas que devem ser seguidas.
Primeiramente, porém, faz-se necessário estabelecer a distinção entre condutas determinantes e alternativas. A primeira é aquele em que a conduta da parte que a leva a uma situação desfavorável. Já a segunda é considerada alternativa, pois o resultado que busca é uma melhora da sua situação processual, e pode não ocorrer.
Regras:
A conduta determinante não pode prejudicar o outro, independentemente de qual seja o regime o regime de litisconsórcio. 
Litisconsórcio Unitário: a conduta determinante apenas terá eficácia se todos os litisconsortes consentirem;
Litisconsórcio simples: a conduta determinante é eficaz para o litisconsorte que a praticou. 
Art. 117, CPC: se o litisconsórcio for simples, a conduta alternativa de um litisconsorte não aproveita aos outros. Aqui, faz-se necessário analisar duas situações excepcionais:
Art. 371: a prova uma vez produzida passa a pertencer ao processo. Princípio da aquisição processual. Assim, a prova produzida por um litisconsorte simples pode ser aproveitada pelo outro, se houver fato que se queira provar comum a ambos. 
Art. 345, I: a regra deste artigo aplica-se sem ressalva-se ao litisconsórcio alternativo. Já em relação ao litisconsórcio simples, existe a possibilidade da contestação de um beneficiar o litisconsorte revel, caso haja fato comum a ambos que tenha sido objeto da impugnação daquele que contestou. Por lógica, se o fato foi contestado por um, e esse fato também diz respeito àquele que foi revel, não poderia o magistrado considerar o fato como existente pra um, em razão da presunção de veracidade decorrente da revelia, e não existente para o outro, que apresentou defesa. 
 No litisconsórcio unitário, a conduta alternativa de um litisconsorte estende seus efeitos aos demais (art. 117/ CPC).
MODALIDADES ESPECIAIS DE LITISCONSORCIO FACULTATIVO E CUMULAÇÃO DE PEDIDOS
Litisconsórcio Sucessivo: 
Surge diante da possibilidade de haver pedidos cumulativos sucessivos, em que o segundo só deve ser acolhido caso o primeiro também seja. Esta cumulação de pedidos pode dar origem a um litisconsórcio, quando os litisconsortes formularem pedidos distintos, mas a apreciação de um implica na do outro, assim também é facultativo. 
Litisconsórcio Eventual: 
Trata-se de um dos casos de cumulação imprópria de pedidos, a ser examinado no capítulo sobre a petição inicial e o pedido. Desta cumulação eventual pode surgir um litisconsórcio facultativo. 
É possível cogitar a formulação de cumulação de pedidos, em que cada pedido seja dirigido a uma pessoa, mas o segundo pedido somente possa ser examinado se o primeiro não puder ser atendido. Trata-se de fenômeno que normalmente ocorre no polo passivo da demanda.
Litisconsórcio Alternativo: 
É a possibilidade concedida ao autor para demandar duas ou mais pessoas quando este tenha dúvidas a respeito de qual delas, de fato, deveria participar do pólo passivo da demanda. Tal instituto pode também atingir o pólo ativo, isto é, quando exista dúvida a respeito de quem seja o titular do direito a ser discutido no processo.
Em suma, o que define e caracteriza o instituto é a indefinição a respeito do sujeito legitimado a litigar, seja no pólo ativo, seja no pólo passivo da demanda. 
Observações: 
O litisconsórcio alternativo é facultativo simples;
Relaciona-se à cumulação alternativa de pedidos uma vez que a partir desta pode surgir um litisconsórcio facultativo. E, como visto na observação número 1, litisconsórcio alternativo é facultativo simples;
É possível cogitar a formulação de uma cumulação de pedidos, em que cada pedido seja dirigido a uma pessoa, mas somente um deles possa ser atendido;
Exemplo- art. 547- Consignação do pagamento:
“Se ocorrer dúvida sobre quem deva legitimamente receber o pagamento, o autor requererá o depósito e a citação dos possíveis titulares do crédito para provarem o seu direito”.
Estando em dúvida, poderá o autor dirigir-se a duas pessoas, por não saber a qual delas se ache juridicamente ligado. Ao julgar a controvérsia entre os dois réus, decidirá o juiz qual deles era o legitimado em face do autor.
Litisconsórcio por comunhão, por conexão ou por afinidade
O litisconsórcio pode se formar-se em três situações, cada uma delas revelando um grau de vínculo entre os litisconsorte. Há um descrente grau de aproximação.
 O litisconsórcio pode se formar: por comunhão (art. 113,I /CPC), por conexão de interesses ( art. 113,II /CPC) e por afinidade. 
 Por comunhão:
O interesse é comum, ou seja, é um só e discutem o mesmo interesse.
Ex:Litisconsórcio entre credores solidários.
Por conexão:
Os interesses são distintos, mas ligados ente si. 
Ex: Investigação de paternidade e a mãe quer indenização pelas despesas do parto.
Por afinidade:
Os interesses são parecidos, são distintos, mas semelhantes.
Ex: causas repetitivas.
Denomina-se impróprio, pois a decisão das causas dependem, total ou parcialmente, da resolução de questões idênticas. Sempre será facultativo é simples.
As regras estão contidas nos parágrafos 1 e 2 do art. 113/CPC:
Parágrafo 1º/CPC: 
Diz que o juiz poderá limitar o litisconsórcio facultativo pode ocorrer no processo de conhecimento, na fase de liquidação de sentença, no cumprimento de sentençaou na execução. Deve fundamentar-se no comprometimento à rápida solução do litígio, na dificuldade de defesa ou na dificuldade para realização o cumprimento da sentença.
 Parágrafo 2º/ CPC:
Pode o réu, pedir desmembramento (separação, divisão) do litisconsórcio – e esse pedido interrompe o prazo para as demais modalidades de resposta do réu, que vai começar a contar novamente após a decisão sobre esse incidente. 
Se quiser alegar também incompetência relativa, o réu deve fazer conjuntamente com esse requerimento de limitação do litisconsórcio, sob pena de prorrogação da competência.
Não há número máximo ou mínimo previsto em lei; O juiz, atento às particularidade do caso e irá definir o número de litisconsortes. Veja que a decisão de limitação implica desmembramento do processo, e não a extinção dele. 
Não há previsão de prazo para requerimento de desmembramento, razão essa que se deve entender aplicável o art 218, parágrafo 3/CPC, que indica o prazo supletivo de cinco dias. 
A data do protocolo original também indicará o início da litispendência e da litigiosidade da coisa para todos os litisconsorte, mesmo aqueles considerados excedentes. 
Se o pedido for indeferido, cadê agravo de instrumento. 
	Intervenção de terceiro
Introdução
 Geralmente quando se pensa em relação jurídica processual (ação, lide) imagina-se uma relação de triangularidade (formada por autor, réu e juiz).
 Mas o que realmente irá importar é pensar nesses três sujeitos como polos da relação jurídica /processual. Não se importando com a quantidade de pessoas em cada um dos polos.
Conceitos:
Conceito de parte:
 O conceito de parte está ligado àquele que participa do processo com parcialidade, pois terá interesse em determinado resultado do julgamento. Parte é o sujeito parcial do contraditório.
 Pode assumir essa posição de três maneiras: 
a) tomando a iniciativa de instaurá-lo, ou seja, autor da ação;
b) sendo chamado a juízo para ver-se processar, ou seja, réu da ação;
c) intervindo em processo já existente entre outras pessoas;
Conceito de terceiro:
Será considerado terceiro aquele que não seja parte, quer nunca o tenha sido, quer haja deixado de sê-lo em momento anterior àquele que se profira a decisão.
Conceito de intervenção de terceiros:
A intervenção de terceiro é fato jurídico processual que implica modificação de processo já existente. Trata-se de ato jurídico processual pelo qual um terceiro, autorizado por lei, ingressa em processo pendente, transformando-se em parte.
 Apontam-se duas premissas fundamentais da teoria da intervenção de terceiro: 
a) Terceiro são todos os sujeitos estranhos a dado processo que se tornam partes a partir do momento em que intervenham;
 b) O acréscimo de sujeitos ao processo, em qualquer hipótese de intervenção, não importa criação de processo novo, a presença de um sujeito a mais torna o processo mais complexo, mas ele é sempre o mesmo;
 Pode-se dar intervenção de terceiro de forma espontânea, pela qual o terceiro pede para intervir (estar presente), ex: assistência e o recurso de terceiro. Como pode haver intervenção de terceiro provocada, este será quando o terceiro é trazido a juízo, ex: chamamento ao processo.
Processo incidente e incidente do processo:
Processo incidente:
É um processo novo, instaurado em razão de um processo existente, que dele se desgarra, mas nele produz efeitos. Para maior facilidade observe como um processo filhote: Chama assim pois, nasce de um processo existente, mas adquire vida própria.
Considera-se incidente esse processo, porque foi instaurado/ surgiu sempre se algum modo relacionado a algum processo pendente e que deseja um acolhimento jurisdicional que de alguma maneira influirá sobre esse ou seu objeto. 
Ex: Embargos de terceiro. Oposição. Reclamação e mandado de segurança contra ato judicial.
Incidente do processo:
É processo novo, que não necessariamente surge de um processo já existente, e a ele se incorpora, tornando-o mais complexo. O incidente do processo é como um galho novo, que o processo, como árvore, passa a ter. Por isso que se fala que o incidente do processo é uma ramificação do processo originário. 
Ex: Alegação de suspeição ou impedimento do juiz. Conflito de competência e incidente se arguição de inconstitucionalidade.
A intervenção de terceiro é incidente de processo, pois o terceiro ingressa em processo existente, colocando-se alguma modificação e dele passando a fazer parte. Porque se gera processo novo autônomo, o terceiro não está intervindo em processo anterior para dele fazer parte, por isso a intervenção de terceiro não é um processo incidente.
 
Fundamentos:
Todo processo, de alguma forma, afeta a terceiro. Seja de reflexo emocional, seja econômico, seja jurídico;
Em regra, somente será autorizado a intervenção de terceiro que mantenha com a causa uma vinculação jurídica, mas no próprio direito brasileiro vai autorizar a intervenção de terceiro por interesse econômico, que vai ser falado mais à frente;
Os níveis de vinculação jurídica, que irão permitir a intervenção de terceiro, variam muito. Ora se permite o ingresso de quem sofrerá a eficácia principal da decisão, pra a intervenção de alguém contra quem se fórmula uma demanda incidental ou de quem sofra efeitos reflexos da decisão. Há casos de intervenção de terceiros que não é titular do direito, mas tem legitimidade para discuti-lo (colegitimado extraordinário).
Efeitos:
 A intervenção de terceiro é um fato jurídico processual que vai transformar pessoa estranha ao processo pendente em partes dele. Não vai gerar processo novo, mas apenas, efeitos subjetivos e objetivos:
Subjetivos: O processo poderá ser alterado ou ampliado. Sendo na primeira uma modificação das partes, como é o caso da substituição do réu prevista no art. 339, parágrafo 1º/CPC e na segunda uma ampliação do rol das partes, que é o que ocorre em todas as demais modalidades interventivas.
Objetivos: aqui, algumas intervenções de terceiro ampliam o objeto litigioso, com a introdução de uma nova demanda no processo. Há porém, modalidades interventivas que não vai gerar qualquer repercussão objetiva no processo, como chamamento ao processo, recurso de terceiro.
Controle pelo juiz:
A presença do terceiro vai exigir o controle jurisdicional de sua legitimidade, à semelhança do que ocorre com a verificação da legitimidade para a causa. Em qualquer dos casos o terceiro vai ter que ter legitimidade para isso.
 A possibilidade de intervenção de terceiro decorre apenas da lei, que vai regular essa intervenção, ou pode também haver intervenção de terceiro criada por negócio processual atípico, mas nesse segundo caso é necessário preencher os pressupostos do art. 190 do CPC.
Sendo a intervenção típica ou atípica cabe ao órgão jurisdicional controlar o ingresso de terceiro no processo. 
No caso de intervenção típica, o controle vai se limitar à verificação dos requisitos legais para a intervenção; já no caso atípico, o controle vai se restringir ao exame do negócio processual.
Regras gerais:
As intervenções cabem no procedimento comum do processo de conhecimento (a petição inicial até a sentença e se houver recurso), essa é a regra. 
A assistência, a intervenção de amicus curiae e o incidente de desconsideração da personalidade jurídica cabem também na fase de execução.
Há leis que vedam a intervenção de terceiros em determinados procedimentos, ou seja, não vai poder existir intervenção nesses casos. Ex: art. 7, lei nº 9.868/1999). É o caso dos processos de controle concentrado de constitucionalidade.
Juizados Especiais Cíveis:
No caso dos juizados especiais cíveis, de acordo com o art. 10, lei nº 9.099/1995, não se admite intervenção de terceiros.
 O art. 10.62/CPC alterou um pouco, ao permite o incidente de desconsideração da personalidade jurídica no âmbito dos juizados especiais cíveis.
ASSISTÊNCIA
Conceito:
É modalidade de intervençãode terceiro, pela qual um terceiro entra no processo para auxiliar uma das partes. Pode ocorrer a qualquer tempo e grau de jurisdição, assumindo o terceiro o processo no estado em que se encontre e esta é admissível em qualquer procedimento.
O pressuposto da assistência é a existência de um interesse jurídico do terceiro na solução do processo, não se admitindo que um interesse econômico, moral ou de qualquer natureza legitime a intervenção por assistência, ou seja, acontece por ele se afirmar titular da relação jurídica deduzida ou legitimado extraordinário a discuti-la em juízo. 
Procedimento:
Artigo 120/CPC;
A assistência é intervenção de terceiro espontânea:
O pedido de assistência deve ser formulado por escrito e deve conter fundamentação e pedido. Não é necessária uma petição inicial, pois não se confunde com direito de ação.
O juiz pode indeferir o pedido de assistência liminarmente na hipótese de manifesta inadmissibilidade ou improcedência da pretensão
Da decisão do incidente ou da decisão que rejeitar liminarmente a intervenção, cabe agravo de instrumento.
Caso não defira liminarmente o pedido de assistência, o juiz intimara as partes que terão um prazo comum de 15 dias para se manifestar.
Não havendo impugnação dentro de quinze dias, o pedido do assistente será deferido, se o magistrado reconhecer-lhe legitimidade para intervir;
Se houver impugnação, o juiz, sem determinar suspensão do processo, decidira o incidente, em que será possível a produção de provas.
Assistência simples:
Nesta, o terceiro ingressa no feito afirmando-se titular de relação jurídica conexa àquela que esta sendo discutida. O interesse jurídico do terceiro reflete-se na circunstancia de manter este, com o assistido, relação jurídica que poderá ser afetada pelo julgamento da causa.
Não se discute relação jurídica na qual faça parte o terceiro. O terceiro intervém para ser parte auxiliar, mas em razão de o objeto litigioso do processo não lhe dizer respeito diretamente, fica submetido à vontade do assistido; 
Ele pode utilizar os meios processuais postos a sua disposição (requerer provas, apresentar razoes de mérito etc.);
Assume a responsabilidade pelo pagamento das custas na proporção da atividade que tiver exercido;
O assistente simples é parte: sujeito parcial do contraditório;
Arca com despesas processuais;
Submete-se aos deveres processuais de parte;
Assume as situações jurídicas processuais ativas (alegar, provar, recorrer etc.);
Poderes do assistente simples:
Ele pode como parte auxiliar, alegar, produzir provas, recorrer etc. o assistente simples exerce os mesmos poderes e sujeita-se aos mesmos ônus processuais que o assistido (art.121, caput, CPC).
O parágrafo único do art.121/CPC determina que sendo revel, ou, de qualquer outro modo, omisso o assistido, o assistente será considerado seus substituo processual. A revelia do assistido não produz efeitos ante a atuação do assistente simples, que cumpre, exatamente, o seu papel de parte auxiliar, evitando as consequências dessa conduta omissiva; o mesmo ocorre com outras conditas omissivas do assistido.
O art. 122/CPC prescreve que a assistência simples não obsta a que a parte principal reconheça a procedência do pedido, desista da ação, renuncia ao direito sobre o que se funda a ação ou transija sobre direitos controvertidos. Em virtude de não estar em juízo defendendo interesse próprio.
Eficácia preclusiva da intervenção:
Não poderá o assistente discutir a justiça da decisão proferida no processo que interveio. Submeter-se a justiça da decisão é não poder discutir os fundamentos da decisão proferida contra o assistido. Essa eficácia costuma ser chamada de eficácia da intervenção ou eficácia preclusiva da intervenção.
Há duas hipóteses em que ele pode escapar do referido.
Se ele declarar que fora impedido de produzir provas suscetíveis de influir na sentença (art.123,I,CPC);
Se desconhecia a existência de alegações ou de provas de que o assistido, por dolo ou culpa, não se valeu (art.123,II,CPC);
Assim, uma vez demandado em outro processo, poderá o assistente simples alegar uma dessas duas hipóteses, com o objetivo de desconstituir a eficácia da intervenção. 
Assistência litisconsorcial:
Ocorre quando o terceiro alegar interesse jurídico imediato na causa;
Sucede-se em duas situações:
Ele afirma ser titular do direito:
O terceiro é titular exclusivo da relação jurídica;
Ou é cotitular da situação jurídica discutida.
Ele afirma ser colegitimado extraordinário a defesa em juízo da relação jurídica que esta sendo discutida.
É hipótese de litisconsórcio unitário facultativo ulterior. É intervenção espontânea comumente associada ao polo ativo.
Denunciação da Lide
Generalidades:
Na denunciação da lide o terceiro é chamado a integrar o processo, porque uma demanda é dirigida, podendo ela ser promovida pelo autor ou pelo réu, ou seja, a denunciação da lide é uma intervenção de terceiro provocada.
Pode ser definida como incidente, regressiva, eventual e antecipada:
Demanda incidente: Por ser uma demanda nova em processo já existente, é um incidente que acrescenta ao processo um novo pedido, passando a ter duas demandas: a principal e a incidental.
Demanda regressiva: Do ponto de vista material é uma demanda que veicula pretensão regressiva ou de garantia, visa o denunciante o ressarcimento pelo denunciado de possíveis prejuízos que venha a sofrer em razão do processo pendente.
Demanda Eventual: É demanda eventual, pois é feita sob condição: a demanda regressiva só será analisada se o denunciante for derrotado na demanda principal.
Demanda Antecipada: Antes de sofrer qualquer prejuízo o denunciante se antecipa e propõe demanda em face de terceiro, objetivando lhe imputar a responsabilidade pelo ressarcimento.
Facultatividade da denunciação da lide:
A denunciação da lide é uma opção que a parte interessada dispõe. É tida como um ônus, pois se não denunciar a lide, a parte só poderá exercer eventual direito regressivo autonomamente. Ou seja, a não denunciação da lide implica apenas a preclusão desse direito de denunciar, não havendo perda do direito de regresso.
A denunciação da lide pode ser indeferida caso comprometa substancialmente a duração razoável do processo. Tal instrumento processual não é permitido, por exemplo, nos juizados especiais cíveis. 
Não proposta, não admitida ou não permitida à denunciação da lide, o direito de regresso poderá ser exercida autonomamente.
Posição processual do denunciado:
A posição jurídica do litisdenunciado, em face do adversário do denunciante, é de litisconsorte do denunciante – litisconsórcio unitário.
O denunciado atuará na demanda principal como legitimado extraordinário do denunciante, já que defenderá os interesses dele contra o seu adversário.
No mesmo processo, o denunciado será réu do denunciante na demanda incidental. O denunciado assume assim duas posições processuais: litisconsorte do denunciante na demanda principal e réu dele na demanda incidental.
A denunciação da lide em caso de evicção:
Todo aquele que, adquirindo a titulo oneroso o domínio, a posse ou o uso da coisa, venha a perder em ação própria por decisão processual.
A denunciação da lide com base no inciso II do Art. 125 do CPC:
Considerações gerais:
Há uma discussão enorme quanto ao cabimento da denunciação da lide com base no art.125, II, CPC, que dispõe que, aquele que estiver obrigado, por lei ou pelo contrato, a indenizar, em ação regressiva, o prejuízo de quer for vencido no processo.
São duas divergências doutrinarias, a restritiva e a ampliativa:
Concepção restritiva: 
Pela concepção restritiva só é possível a denunciação da lide, nas hipóteses em que estiver havido transferência de direito pessoal: denuncia-se a lide ao cedente, para que responda por eventual derrota do cessionário.
Neste contexto, ação regressiva é expressão que assume sentido jurídico restrito: é pretensão, conferida pela lei ou pelo contrato, a quem, adimplindouma obrigação que era sua, pode voltar-se contra terceiro, para deste receber, no todo em parte, o valor prestado.
Concepção ampliativa: O direito brasileiro não consagra a distinção de garantia própria e garantia imprópria: 
Para Dinamarco: “Aqui no Brasil, em que inexiste a dualidade de institutos associados a espécies de garantias, ou o sujeito denuncia a lide ao terceiro, ou nada poderá fazer.’’
Ou seja, para essa concepção “Ação regressiva’’ é expressão que adquiri sentido jurídico largo: “Envolveria direito a indenização, a reembolso, direito decorrente de sub-rogação, direito a garantia, direito a repetição de pagamento indevido, direito a indenização por locupletamento ou enriquecimento ilícito’’.
Tal concepção é a mais aceita doutrinariamente, pois apresenta os melhores resultados: simplificam-se as coisas, evitam-se discussões teóricas e prestigia-se o exercício da função jurisdicional. 
Procedimentos da denunciação da lide formulada pelo autor:
A denunciação será promovida na petição inicial quando, o autor se alegar titular da pretensão regressiva, formando entre o réu da demanda principal e o denunciado um litisconsórcio eventual inicial. 
Será feita primariamente a citação do denunciado, podendo ele: 
Defender-se: negando a sua qualidade, prosseguirá então o autor sozinho com a ação contra o réu e terá assegurado, mesmo assim, o direito de ver solucionado na sentença final o seu direito de regresso em face do denunciado;
Comparecer e assumir a posição de litisconsorte ativo: pode neste caso aditar a inicial, não podendo alterar substancialmente o pedido formulado ou cumular outros pedidos;
Ficar inerte: será reputado revel na demanda regressiva;
Após a manifestação dos denunciados, cita-se o réu da demanda principal.
Procedimentos da denunciação da lide formulada pelo réu:
Quando o réu alegar-se titular da pretensão regressiva, terá que oferecer a denunciação e requerer a citação do denunciado na contestação à ação principal. 
Se o denunciado contestar o pedido formulado pelo autor o processo seguirá de um lado com o autor, e de outro, com o litisconsortes, denunciante e denunciado.
Sendo revel o denunciado, o denunciante deixará de prosseguir com sua defesa, e se absterá de recorrer, restringindo a sua atuação à ação regressiva.
Se o denunciado confessar os fatos alegados pelo autor na ação principal o denunciante pode prosseguir na sua própria defesa, se por acaso aderir à confissão do denunciado, o denunciado pode restringir a sua atuação a pedir a procedência da ação de regresso.
Chamamento ao Processo
Introdução e conceito:
Trata-se de intervenção de terceiro provocada pelo réu, cabível apenas em processo de conhecimento e deve ser promovida na contestação. Isto é, traduz instituto que visa beneficiar o réu ao alargar o campo de defesa dos fiadores e dos devedores solidários, permitindo-lhes, diretamente no processo, chamar o responsável principal, ou os coobrigados, com vistas a assumirem a posição de litisconsorte, ficando todos submetidos à coisa julgada. 
Algumas observações: 
Os artigos 130, 131 e 132 do Novo Código de Processo Civil, disciplina sobre o assunto;
Os chamados devem ao credor/ autor, não ao chamante. Dessa forma, não se trata de exercício de ação regressiva do chamante contra o chamado, mas apenas de convocação para a formação de litisconsórcio passivo, não havendo, assim, ampliação do objeto litigioso do processo;
Somente cabe o chamamento ao processo se, em face da relação material deduzida em juízo, o pagamento da dívida pelo chamante dê a este o direito de reembolso, total ou parcial, contra o chamado. Contudo, vale ressaltar que isto não quer dizer que o chamamento ao processo implique demanda regressiva. O chamado, codevedor que é, pode, ao final, pagar a dívida e, então, é ele que se voltará, regressivamente, só que contra o chamante; 
O litisconsórcio que se forma é ulterior, passivo e facultativo. Será unitário ou simples dependendo da indivisibilidade do bem objeto da obrigação; 
Artigos:
Art. 130.  É admissível o chamamento ao processo, requerido pelo réu:
I - do afiançado, na ação em que o fiador for réu;
II - dos demais fiadores, na ação proposta contra um ou alguns deles;
III - dos demais devedores solidários, quando o credor exigir de um ou de alguns o pagamento da dívida comum.
Art. 131.  A citação daqueles que devam figurar em litisconsórcio passivo será requerida pelo réu na contestação e deve ser promovida no prazo de 30 (trinta) dias, sob pena de ficar sem efeito o chamamento.
Parágrafo único.  Se o chamado residir em outra comarca, seção ou subseção judiciárias, ou em lugar incerto, o prazo será de 2 (dois) meses.
Art. 132.  A sentença de procedência valerá como título executivo em favor do réu que satisfizer a dívida, a fim de que possa exigi-la, por inteiro, do devedor principal, ou, de cada um dos codevedores, a sua quota, na proporção que lhes tocar.
Denunciação da lide e chamamento ao processo em causas de consumo
Introdução e conceito:
O Código de Defesa do Consumidor reservou dois artigos para tratar especificamente sobre o assunto sem realizar distinção entre causas de consumo coletivas e individuais. 
De modo geral, a doutrina tem se posicionado pela inadmissibilidade de denunciação da lide em causas de consumo com base em três linhas de argumentação que a seguir serão brevemente analisadas.
Linhas de argumentação:
A primeira delas gira em torno da incompatibilidade com o sistema de responsabilidade civil objetiva implementado pelo CDC, pois, pela denunciação da lide, introduzir-se-ia fundamento jurídico novo, o que seria vedado; 
A denunciação da lide, pelo fornecedor, em causas de consumo, comprometeria a prestação efetiva e tempestiva de tutela jurisdicional, o que prejudicaria, por conseguinte, o consumidor. Os opositores a tal tese argumentativa defendem que não se pode proibir a denunciação da lide sob o argumento de comprometimento a prestação efetiva uma vez que se o instituto fosse mesmo prejudicial, deveria este ser vetado em todo o sistema e não somente das relações de consumo; 
A existência do art. 88 do CDC, que veda a denunciação da lide nas causas de consumo, na hipótese de pretensão regressiva fundada na responsabilidade por fato do produto (art. 12 e 13 do CDC); 
Freddie Diddier Jr. resume a questão: 
“Em suma, somente é admissível, nas causas de consumo, inclusive as coletivas, o chamamento ao processo de que cuida o inciso II do art. 101, CDC; as demais hipóteses ficam proibidas, por força do art. 88 do CDC. Em relação à denunciação da lide, não vemos qualquer proibição em tese: é no caso concreto, à luz de suas peculiaridades, que o problema deve ser resolvido”.
Incidente de desconsideração da pessoa jurídica
Introdução e conceitos: 
Trata-se de intervenção de terceiro em virtude da provocação de ingresso de terceiro em juízo para o qual se busca dirigir a responsabilidade patrimonial. As hipóteses de desconsideração serão definidas em lei específicas, restando ao CPC apenas regular o modo de aplicar-se a sanção da desconsideração da personalidade jurídica no processo.
Suas origens como instrumento de supressão do privilégio da limitação da responsabilidade:
Suas origens remontam a um caso inglês em 1897 no qual discutiu-se, após a empresa entrar em liquidação, quanto à imputação de responsabilidade à Aron Salomon (proprietário) pelo pagamento das dívidas da sociedade insolvente.
Inúmeras são as evidências de que a desconsideração da personalidade jurídica surgiu como técnica cujo objetivo era suspender episódicamente o privilégio da limitação da responsabilidade, e não a personalidade jurídica.
No contexto atual, a construção doutrinária a respeito de tal teoria alargou significamente seu alcance com vistas a incluir tipos de desconsideração que não mais guardam, necessariamente, relação com a questão da supressão da responsabilidade limitada.
A desconsideração da personalidade jurídica: a construção doutrinária brasileira:A desconsideração da personalidade jurídica é entendida, pela doutrina brasileira, como um remédio para a disfuncionalidade da pessoa jurídica estando intimamente relacionada ao conceito de propriedade e sua função social. 
A pessoa jurídica é vista como um instrumento técnico- jurídico instituído para facilitar a organização da atividade econômica. Assim, o estudo da desconsideração realizado pela doutrina adota a premissa de que é indispensável a análise funcional do instituto da pessoa jurídica, a partir da análise também funcional do direito de propriedade vez que a desconsideração é uma sanção aplicada a ato ilícito e tem por finalidade extinguir a pessoa jurídica, buscando no patrimônio dos sócios bens que respondam pela dívida contraída. 
Tem-se ainda o conceito de desconsideração inversa: “chama-se desconsideração inversa a técnica de suspensão de episódica da eficácia do ato constitutivo da pessoa jurídica, de modo a buscar bens no patrimônio da pessoa jurídica, por dívidas contraídas pelo sócio”. 
Por fim, cabe ressaltar que tal teoria da desconsideração da personalidade jurídica não vislumbra extinguir o princípio da separação dos patrimônios da sociedade e de seus sócios, mas, contrariamente, servir como propulsão da funcionalização da pessoa jurídica, garantindo as suas atividades e coibindo a prática de fraudes e abusos através dela, atuando, assim, de maneira episódica e casuisticamente. 
Aspectos processuais da desconsideração da personalidade jurídica:
Tal incidente possui algumas características: 
Cabe em todas as fases do processo de conhecimento, cumprimento da sentença e na execução de título extrajudicial (art. 134);
A desconsideração da personalidade jurídica não pode ser determinada ex officio pelo órgão julgador; 
Admite-se a instauração do incidente de desconsideração no âmbito dos JEC’s;
O requerimento de desconsideração será dirigido ao sócio ou à pessoa jurídica, cujo patrimônio se busca alcançar. Conforme art. 134, pode ser formulado já na petição inicial; 
Além de trazer sujeito novo, amplia também o objeto litigioso do processo. Acresce-se ao processo um novo pedido: aplicação da sanção de desconsideração da personalidade jurídica ao terceiro. Dessa forma, não bastam afirmações genéricas de que a parte quer desconsiderar a personalidade jurídica. O pedido deve, então, demonstrar o preenchimento dos pressupostos legais que autorizam a intervenção (art. 134) sob pena de inépcia; 
Instaurado o incidente, o terceiro será citado para manifestar-se e querer as provas cabíveis em 15 dias (art. 135);
A instauração do incidente suspende o processo, salvo quando a desconsideração foi requerida na petição inicial, quando, como vimos, não é caso de intervenção de terceiro (art. 134). A instauração deve ser imediatamente comunicada ao distribuidor, para que proceda às anotações devidas (art. 134);
O incidente será resolvido por decisão interlocutória- impugnável por agravo de instrumento;
Aplica-se ao incidente de desconsideração o regime da tutela provisória da urgência;
Acolhido o requerimento, a alienação em fraude à execução, feita após a instauração do incidente, será ineficaz em relação ao requerente (art. 137); 
O MP somente intervirá no incidente se ocorrer uma das hipóteses do art. 178;
Intervenção de Amicus Curiae
Introdução e conceito: 
É o terceiro que, de forma espontânea, a pedido da parte ou por determinação jurisdicional, intervém no processo para fornecer subsídios que possam aprimorar a qualidade da decisão.
A figura do amicus curiae não se confunde com a de auxiliares de justiça, especialmente quanto ao perito. O amicus curiae, que é parte, dá a sua opnião sobre a causa, em toda a sua complexidade, sobretudo nas questões técnico- jurídicas. Além disso, não há honorários para o amicus curiae, nem mesmo se submete ele às regras de impedimento e suspeição. 
Algumas observações:
O art. 138 cuida do assunto;
a intervenção do amicus curiae passou a ser possível em qualquer processo, desde que se trate de causa relevante, ou com tema muito específico ou que tenha repercussão social;
Tal modalidade pode também ser pessoa natural, pessoa jurídica ou órgão ou entidade especializado, caracterizando, assim, uma ampliação de rol;
Nada impede que haja mais de um amicus curiae no processo;
A intervenção do amicus curiae será autorizada pelo órgão jurisdicional, de ofício ou a requerimento do ente interessado ou das partes;
A decisão sobre a intervenção do amicus curiae, admitindo-a ou não admitindo, é irrecorrível;
O amicus curiae terá o prazo de 15 dias para manifestar-se, contados da data da intimação da decisão que o admitiu. Nada impede que essa manifestação seja apresentada simultaneamente ao requerimento de ingresso no processo;
Cabe ao juiz ou relator definir os poderes de processuais do amicus curiae;
Nada impede também que o regime interno do tribunal atribua, genericamente, poderes processuais ao amicus curiae. Já as partes não podem limitar os poderes do amicus curiae ou negociar para impedir a sua participação, valendo-se do art. 190 do CPC. Mas é lícito um negócio processual plurilateral, de que faça parte o amicus curiae, para organizar a forma de sua manifestação;
O órgão julgador não fica vinculado ao amicus curiae- assim como não pode ignorar a manifestação das partes principais; 
Intervenção Iussu Iudicis
Introdução e conceito: 
É intervenção de terceiro por determinação do juiz e há, ao menos, três hipóteses típicas desta modalidade ao passo em que permanece a dúvida quanto à forma atípica. 
Hipóteses típicas: 
Intervenção amicus curiae, que, como visto, pode ser determina ex officio;
Citação de litisconsorte passivo necessário (art. 115, parágrafo único);
A citação dos interessados na produção antecipada da prova (art. 382). Caso o juiz entenda que há algum interessado na prova do fato ou na produção da prova, cuja citação não tenha sido requerida, poderá determiná-la ex officio.
Observações:
O CPC atual prevê apenas hipóteses específicas de intervenção issu iudicis;
Parece possível, no direito brasileiro, a intervenção issu iudicis atípica, sempre que o órgão jurisdicional, por decisão fundamentada, entender ser conveniente a participação de terceiro no processo; 
Convém reforçar, não se trata de provocação para demandar (provocatio ad agendum): imposição do magistrado para que o terceiro seja demandante. É mera cientificação para que terceiro assuma a posição no processo de acordo com os seus interesses; 
Intervenções Especiais dos Entes Públicos
Introdução e conceito:
A Constituição Federal, art. 109, inciso I, já determinava que causas cíveis em que a União, entidades autárquicas ou empresas públicas federais, intervierem como assistentes são da competência da justiça federal de primeira instância.
Posteriormente, ampliaram o rol e editaram-se leis que autorizavam a intervenção da União, em processo alheio, sem a necessidade de demonstração de interesse jurídico, sendo a lei A lei 9.469/1997 um exemplo disso.
Lei 9.469/1997: 
Esta lei alterou substancialmente o instituto uma vez que foram criadas duas modalidades especiais de intervenção de terceiro:
O art. 5º, caput, prevê intervenção especial para a União, permitindo que esta possa intervir de forma ampla em processo alheio, tendo em vista apenas a qualidade das partes em litígio. A intervenção pode dar-se a qualquer tempo, em qualquer dos polos do processo e não amplia o objeto litigioso;
O parág. Único do art. 5º institui modalidade especial de intervenção de terceiro à todas as pessoas jurídicas de direito público e não exclusivamente a União e nem tampouco restringindo-se às pessoas públicas federais. O que difere esta modalidade daquela prevista no caput é que esta pode ocorrer em qualquer processo;
Intervenção litisconsorcial voluntária ou litisconsórcio facultativo ulterior simples
Introdução e conceito:
Intervenção litisconsorcial voluntária é denotação empregada pela doutrina para referir-se a dois fenômenos bastante distintos:Assistência litisconsorcial: o terceiro voluntariamente pede para tornar-se litisconsorte unitário ulterior de alguém, nos casos em que há colegitimação (intervenção do colegitimado);
O litisconsórcio facultativo ulterior ativo simples, em que o terceiro ingressa em processo pendente, formulando pedido autônomo para si, semelhante ao que já haviam sido formulados.
Litisconsórcio facultativo ulterior ativo simples:
Como o primeiro fenômeno já foi examinado em outro momento, analisemos agora o litisconsórcio facultativo ulterior ativo simples. Nesta, o terceiro intervém para formular, em seu próprio nome, pedido de sentença que lhe conceda vontade análoga à que vinha sendo postulada pelo autor. Promove-se, então, ampliação objetiva e subjetiva do processo.
Trata-se de divergência uma vez que tal regra é proibida em nosso sistema ao passo em que há quem pense de outro modo, admitindo a possibilidade desta modalidade interventiva. 
A proibição gira em torno do fato de que a permissão do ingresso de terceiro na qualidade de litisconsórcio simples ulterior ativo, resultaria, por conseguinte, na escolha, pelo terceiro, do juízo competente para a sua causa, burlando o princípio do juiz natural. Além do mais, a alteração subjetiva do pólo ativo do processo somente é possível em caso de assistência litisconsorcial, de denunciação da lide formulada pelo autor ou em caso de reunião de demandas conexas, quando, pela identidade do pedido, haveria litisconsórcio unitário. 
A intervenção de terceiro especial no processo da ação de alimentos
Introdução e conceito:
O artigo 1.698 do Código Civil inovou ao criar hipótese de intervenção de terceiro em ações de alimentos: “Se o parente, que deve alimentos em primeiro lugar, não estiver em condições de suportar totalmente o encargo, serão chamados a concorrer os de grau imediato; sendo várias as pessoas obrigadas a prestar alimentos, todas devem concorrer na proporção dos respectivos recursos, e, intentada ação contra uma delas, poderão as demais ser chamadas a integrar a lide”.
Observações: 
Trata-se de instituto criado para ajudar o credor da dívida alimentar- autor, portanto, da ação de alimentos; 
É modalidade interventiva nova: não se deve tentar “enquadrá-la” em nenhuma das espécies de intervenção até então existentes; 
É modalidade de intervenção coacta, pois o terceiro ingressa no processo por provocação de uma das partes;
A obrigação alimentar não é solidária:
Não é possível exigir-se o pagamento de toda a dívida alimentar de um dos devedores;
Cada obrigado deve responder de acordo com suas possibilidades;
Cada quota constitui uma dívida distinta. Tanto é verdade que se um dos devedores cumpre a sua obrigação, nos limites de sua possibilidade, não pode voltar-se, regressivamente, contra os outros;
Faz necessário afastar qualquer semelhança entre esta modalidade interventiva e a denunciação da lide ou chamamento ao processo. Conforme preleciona o Freddie Diddier: “se não há possibilidade de direito de regresso, não se pode falar em denunciação da lide, que o tem como pressuposto fundamental, nem de chamamento ao processo. Se não há solidariedade, também por isso a alusão ao chamamento não se justifica”;
Ocorre por provocação do autor;
Confere-se ao MP quando intervier na ação de alimento a legitimidade para requerer a inclusão deste terceiro no pólo passivo da demanda, tendo em vista a sua condição de assistente diferenciado. Contudo, não se deve permitir a atuação de ofício nesses casos;
A intervenção somente deveria ocorrer até o saneamento do processo. Porém, nada impede, o alimentando proponha de logo a demanda em face de todos os devedores; 
Direito Comparado
Semelhanças entre Brasil e Buenos Aires
	Brasil
	Buenos Aires
	- Quando o litisconsórcio pode ou não se formar, então pode-se dizer que ele é facultativo. Nesta modalidade a formação fica a critério dos litigantes, ou seja, ele não é necessário.
	- Artigo 88/CPC: Litisconsórcio facultativo- Várias partes podem demandar ou ser processadas no mesmo processo quando as ações são relacionadas pelo título, ou pelo objeto, ou por ambos os elementos ao mesmo tempo;
	- Quando a formação do litisconsórcio é obrigatório, então ele é necessário. Este está ligado intrinsecamente à indispensabilidade da integração do polo passivo da relação processual por todos os sujeitos;
	- Artigo 89/ CPC: Litisconsórcio necessário- Quando a sentença não puder pronunciar-se utilmente mais do que em relação a várias partes, elas terão que processar ou ser processadas no mesmo processo. Se isso não acontecer, o juiz ex officio ou a pedido de qualquer uma das partes ordenará, antes de emitir a decisão de abrir o julgamento, a integração da litis dentro de um período que deverá ser anotado, o processo suspenso até a sua nomeação. ao litigante ou litigante omitido.
	- Quanto aos custos, a distribuição é basicamente a mesma;
	- Art. 75/ CPC: Custos. Os custos serão distribuídos entre os litisconsortes, exceto que a natureza da obrigação à condenação solidária quando o interesse que cada um deles representou no julgamento oferecerá diferenças consideráveis, o juiz pode distribuir os custos proporcionalmente a esse interesse.

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