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TRANSTORNOS RELACIONADOS AO USO DE SUBSTÂNCIAS PSICOATIVAS Prof. Fábio Coelho – Psicologia Jurídica - UFPel Entre uso e dependência Consumo x problemas Dependência Substâncias psicoativas Cocaína e Crack Anfetaminas Canabinoides Opioides Alucinógenos Inalantes Sedativos Nicotina Cafeína Cocaína e Crack Cerca de 14 milhões de usuários no mundo No Brasil: Co = 2,9% / Cr = 1,5% Droga ilícita que mais motiva busca de tratamento Extraída das folhas da Erythroxylum coca Cocaína e Crack Consumida das seguintes formas Injetável (pó ou pedra) Inalada Fumada (pó ou pedra) Ingerida Ação nos neurotransmissores: dopamina, noradrenalina e serotonina Cocaína e Crack Efeitos agudos Euforia, maior autoconfiança, aumento do senso de energia, aumento da vigilância, redução de apetite, ansiedade, paranóia Taquicardia, sudorese, tremores, hiperventilação, midríase, cefaleia, espasmos musculares Cocaína e Crack Uso crônico Tolerância, paranóia, depressão rebote (crash), e fissura (craving) IAM, convulsões, perda de peso, deficiências vitamínicas, descuido pessoal Pulmão do crack Cocaína e Crack A história natural da doença Com a cocaína, leva-se mais tempo até atingir um quadro mais grave e persistente de problemas O crack leva mais rapidamente a um estilo de vida anti-social e marginalizado Cocaína e Crack Abstinência Sintomas Humor disfórico Fadiga Pesadelos vívidos Insônia ou hipersonia Agitação ou retardo psicomotor Geralmente trifásica Crash – após 3-4 dias Síndrome disfórica tardia (Craving) – após 1 semana Extinção – após alguns meses Cocaína e Crack Tratamento Farmacológico Topiramato, dissulfiram, modafinil, vacina Nenhuma delas deve ser considerada como única estratégia de tratamento Psicossocial Internação – total ou parcial Psicoterapia individual ou em grupo Grupos de apoio (narcóticos anônimos) Anfetaminas e metanfetaminas Anfetamínicos: Compostos sintéticos relacionados à efedrina, obtida da planta Ephedra Uso clínico limitado Anorexígenos, TDAH, vasoconstritor Dietilpropiona, dextroanfetamina, femproporex, metilfenidato Anfetaminas e metanfetaminas Metanfetaminas: Drogas sintetizadas a partir da anfetamina em laboratórios clandestinos Club drugs: Ecstasy (MDMA), crystal meth (metanfetamina), STP, pílula do amor, pílula de vento, ... Em conjunto denominadas de “bala” Anfetaminas e metanfetaminas Epidemia de uso nos anos 60, com novo aumento a partir dos anos 90. Cerca de 50 milhões de pessoas no mundo Segunda droga ilícita mais utilizada no mundo Ação: Aumentam ação de noradrenalina, dopamina e serotonina Forma de uso: Oral, intranasal, endovenosa, fumada Anfetaminas e metanfetaminas Efeitos Euforia, aumento da autoestima, bem-estar e felicidade, empatia, aumento da energia, extroversão, aumento da sociabilidade, intensificação da percepção de sons e cores, sinestesia, aumento da libido Taquicardia, aumento da pressão arterial, midríase, desidratação, hipertermia, tremores, agressividade, delírios, alucinações, ... Anfetaminas e metanfetaminas Tratamento Não há tratamento farmacológico definido Medidas básicas de manutenção da vida em intoxicações agudas severas Terapia cognitivo comportamental Maconha Substância ilícita mais utilizada no mundo (mais de 160 milhões de pessoas no mundo) Derivada da planta Cannabis sativa Substâncias ativas ∆9-THC Canabidiol Maconha Consumida nas seguintes formas Folhas secas fumadas (baseado) Resina fumada (haxixe) Ingerida (bolos ou biscoitos) Apesar de ter baixo potencial de dependência, pode-se notar síndrome de abstinência Maconha Efeitos agudos Relaxamento Leve euforia Intensificação de experiências sensoriais Alteração na percepção da passagem do tempo Taquicardia, aumento do apetite, xerostomia, hiperemia de conjuntivas Eventualmente: crise de pânico, psicose (dependendo da concentração de ∆9-THC) Maconha Consequências Câncer pulmonar, de bexiga e orofaringe DBPOC Prejuízos cognitivos de longo prazo Alterações de humor e ansiedade Síndrome amotivacional Psicose – esquizofrenia Maconha Tratamento Não existem medicamentos específicos disponíveis Potenciais: rimonabanto, topiramato Psicoterapias cognitivo comportamentais Opioides Substâncias relacionadas à morfina São alcalóides presentes no ópio, extraído da Papoula (Papaver somniferum), ou modificados sinteticamente Naturais: ópio, morfina, codeína Semissintéticos: heroína, oxicodona, hidrocodona Sintéticos: meperidina, fentanil, metadona Opioides No mundo, cerca de 15 milhões fazem uso nocivo Alta mortalidade No Brasil: Mais comum as de uso médico Heroína fica restrita a pequenos grupos Opioides Efeitos Sensação de extremo bem-estar, apatia, letargia, sonolência, retardo psicomotor, fala arrastada Abstinência Lacrimejar, bocejos, fissura, náusea, vômito, diarreia, espasmos musculares, febre, calafrios, diaforese Opioides Tratamento A abstinência pode ser severa, a ponto de exigir hospitalização Substituição por substância de manutenção Metadona, buprenorfina Reversão da intoxicação aguda Alucinógenos Ampla gama de substâncias (naturais ou sintéticas) com efeito proeminente na percepção Fazem parte da história do homem e de sua relação com diversas religiões Desenvolvimento de alucinógenos sintéticos aumentou no movimento de contracultura nos anos 60 e 70 Nos dias atuais percebe-se novamente um consumo aumentado Alucinógenos Naturais Ayahuasca Beladona Cogumelos (Psilocybe) Peiote Sintéticos LSD PCP (pó de anjo) Ketamina (special K) Algumas anfetaminas Alucinógenos Ayahuasca (chá de cipó) Ingerida em forma de chá Alucinações visuais de animais e seres místicos, sensação de levitação ou de ser transformado em algum animal Ligado a rituais religiosos: Santo-daime, União do Vegetal, ... Atualmente liberado para consumo no contexto religioso Alucinógenos Cogumelos (Psilocybe) e cactos (peiote) Psilocibina e mescalina Utilizados em rituais religiosos Consumidos em forma fresca ou seca Induzem alterações perceptivas, euforia, sensação de tranquilidade Alucinógenos LSD (ácido, doce) Mais potente dos alucinógenos Consumido por via oral em tabletes de açúcar, selos, comprimidos ou cápsulas Ação sobre serotonina e dopamina Três estágios: somático, sensorial e psíquico Tontura, parestesias, ondas de frio e calor Alterações na forma dos objetos, sinestesia, alteração na percepção dos sons Euforia, ansiedade, percepção alterada do tempo Flashbacks, bad trips Inalantes Substâncias cujos vapores químicos produzem efeitos psicoativos rapidamente São em grande parte comercializadasde forma legal, com baixo custo Exemplos: Cola de sapateiro, thinner, benzina, éter, clorofórmio Atrai especialmente crianças e adolescentes de baixa renda Lança-perfume tem uso mais frequente em universitários Inalantes Efeitos Excitação, euforia, alterações perceptivas Tonturas, náusea, vômito, desorientação, convulsões e coma Consequências Alterações hepáticas, cardíacas, ataxia, parkinson, cegueira, surdez, declínio intelectual Tratamento Evidências muito limitadas Sedativos Drogas psicotrópicas mais prescritas no mundo Ação farmacológica envolve diminuição da ansiedade e indução do sono Drogas: benzodiazepínicos e barbitúricos Diazepam, alprazolam, clonazepam, flunitrazepam, ... Drogas seguras quando usadas com orientação médica adequada Apresentam maior potencial de abuso as que tem início de ação rápido e curta duração do efeito Sedativos Efeitos Relaxamento, leve euforia, redução da ansiedade, sonolência Amnésia, tontura, desinibição, incoordenação, desequilíbrio Abstinência Tremores, sudorese, dores, palpitações, insônia, irritabilidade, pesadelos, ... Tratamento Substituição e retirada gradual ...
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