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1ª Aula de Direito Penal 2 (Prof. Paulo Furtado)
Concursos de agentes (ou concurso de pessoas) 
Conceito: é quando duas ou mais pessoas concorrem (colaboram) para a prática de 1 ou mais crimes. 
Ex: Num crime de roubo, João aponta a arma para Pedro e Guilherme subtrai a carteira deste.
O concurso de crimes pode ser: 
- Crime de concurso necessário (Plurissubjetivo):
É imprescindível a pluralidade(variedade) de agentes(pessoas). 
Ex: Associação criminosa. 
- Crime de concurso eventual (Unissubjetivo):
Pode ser realizado por 1 ou mais agentes. 
Ex: homicídio. Pedro agarra Maria enquanto Marciano a esfaqueia. Ou Pedro esfaqueia Maria sozinho. 
Furto. Roberto remove a bolsa de Adriana e Marciano retira o batom. Ou Marciano remove a bolsa de Adriana sozinho.
Teorias 
- Teoria monista (unitária): mono = 1 -> crime. 1 só crime. 
Esta teoria é aplicada como regra geral pelo Direito Penal Brasileiro, a qual preceitua (ensina) que todo aquele agente (pessoa) que concorra (colabore) para prática do crime incidirá nas penas a este fixadas na medida de sua culpabilidade de participação. 
Ex: Num homicídio, João dirige o carro, Marcos atira, Flávio empresta a arma tendo consciência do crime e Hugo induz Marcos a atirar. 
João responde como coautor. Marcos responde como autor. Flávio responde como partícipe devido ao seu auxílio e Hugo responde como partícipe devido ao seu induzimento.
- Teorista dualista: não é aplicado no Direito Penal brasileiro. A teoria dualista divide autor e partícipe, ou seja, haverá um crime específico para o autor do fato e haverá outro crime para o partícipe.
- Teoria pluralista (dois ou mais crimes): 
Adotada como exceção pelo Direito Penal Brasileiro. Com base na Teoria Pluralista, há uma pluralidade (diversidade) de crimes para os concorrentes. 
Ex: O ginecologista faz o aborto em Gabriela e está consente. 
Ex: O guarda de trânsito para Erick na Avenida Caxangá devido ao IPVA vencido. A multa é de R$ 500,00, mas Erick oferece um “toco” de R$ 150,00 para o guarda. Ambos entram num acordo e fecham. Erick responde por corrupção ativa e o guarda por corrupção passiva.
Crimes de mão própria:
Ex: Auto aborto: jamais existirá coautoria 
Joãozinho compra uma substância abortiva e entrega a Bianca para que esta aborte. Joãozinho responde como partícipe e Bianca como autora. 
Joãozinho injeta uma substância abortiva no útero de Bianca. 
Joãozinho responde como autor.
Crimes culposos: Nos crimes culposos não se admite a participação (não existem partícipes), mas admite-se a coautoria. 
Ex: Heitor e Miguel estão no 6º andar de um prédio em construção e jogam juntos um saco de cimento para baixo. O saco cai na cabeça de Joaquim, matando-o. Heitor e Miguel são coautores de um crime culposo por imprudência.
Requisitos do Concurso de Pessoas
- Pluralidade de agentes: duas ou mais pessoas 
- Relevância causal das condutas para o resultado: 
Nexo de causalidade natural 
Nexo de causalidade jurídico
Ex: Cláudia vai tomar banho na praia do Pina e começa a se afogar. Nayra é salva-vidas e toca o foda-se para o perigo de Cláudia. Cláudia morre e Nayra responde por homicídio doloso por omissão imprópria, já que Nayra tinha o dever legal de salvar Cláudia.
- Vínculo Psicológico ou Liame(Elo de Ligação) Subjetivo(entre Sujeitos): 
Consiste na sintonia na mesma vontade entre dois ou mais concorrentes(causadores) do crime, sejam estes autores ou partícipes. 
Não se esqueça: para a configuração (caracterização) do Liame(Elo de Ligação) Subjetivo(entre sujeitos) não é necessário que aconteça um acordo(ajuste) prévio(antecipado) entre os agentes concorrentes(causadores) do crime. Basta apenas que exista uma sintonia de um mesmo objetivo (finalidade). 
Ex: uma empregada doméstica, tendo consciência de que no Pina está cheio de bandidos às 18:00 h, deixa a porta de minha casa aberta. Um ladrão, que ela sequer conhece, entra na mina casa e me assalta.
- Identidade de infrações penais: 
Todos os concorrentes devem buscar a prática do mesmo crime, o qual está vinculado ao seu elemento subjetivo.
PARTE ESPECÍFICA DO CONCURSO DE AGENTES
Autoria
- Teoria Restritiva(Limitativa) Objetiva-Formal: 
Adotada como regra geral pelo Código Penal Brasileiro, essa Teoria não abarca a figura do autor mediato. Segundo a Teoria Restritiva, autor é qualquer pessoa que diretamente (imediatamente) pratica o fato descrito na norma penal incriminadora. Os demais são meros partícipes. 
Ex: Fernandinho Beira-Mar, recluso na penitenciária de Bangu 1, manda matar o amante de sua ex-namorada. Fagner vai lá e mata-o. Somente Fagner é visto como sendo o autor do crime. 
Fagner responde como autor, enquanto Fernadinho Beira-Mar responde como partícipe.
- Teoria do Domínio do Fato
Segundo esta teoria, o autor pode ser tanto aquele que diretamente realiza o fato quanto aquele que possui o domínio(controle, poder) do fato e tem consciência.
Espécie de Autoria 
- Autoria intelectual ou mediada(por intermédio) imprópria:
O autor é considerado o “Cabeça Pensante” entre os demais concorrentes onde um crime é o produto de sua intelectualidade. 
Ex: Al Capone 
- Autoria mediata: propriamente indireta 
O autor mediato propriamente dito é aquele que se vale(aproveita) de outro agente não pode ser responsabilizado penalmente, ou por ausência de conduta ou por ausência de culpabilidade, como instrumento indireto para praticar o crime. 
Ex: Coação irresistível: Dayse aponta um revólver sobre a cabeça de Carmencita e obriga-a a atirar em Milena, ferindo-a. 
Dayse: autora mediata responde por tentativa de homicídio.
Carmencita: não responde por crime algum, pois não tem conduta dolosa ou culposa. 
Ex: Charles usa Jefter, menor de 18 anos de idade, para traficar crack. 
Charles: responde por tráfico de drogas. 
Jefter: não responde por crime algum, pois não tem culpabilidade: é de menor.
- Autor imediato(direto): 
É aquele que pratica o ato criminoso de forma direta. 
Ex: Carlos esfaqueia Marília, matando-a. 
Carlos: autor imediato.
- Autor Colateral: 
Ocorrem quando duas ou mais pessoas praticam comportamentos objetivando alcançar um determinado resultado, mas embora esses comportamentos sejam convergentes(direcionem-se a um mesmo fim), não podemos falar em concursos de pessoas(agentes) porque as ações foram individuais e desconhecidas entre si, configurando(caracterizando) a ausência de vínculo psicológico (Liame subjetivo) entre os agentes criminosos. 
Ex: Marcele mora no Edifício Acaiaca, na Avenida Boa Viagem, e Carol mora no Edifício Debret (também na Av. Boa Viagem), ambos vizinhos. Ambas não se conhecem e sequer sabem da intenção da outra. Querem matar Marciano que passa pelo calçadão às 23:00 h. Com um fuzil, Marcele atira no crânio de Marciano, assassinando-o. E Carol, com outro fuzil, atira na batata da perna de Marciano. 
Marcele: responde por homicídio. 
Carol: responde por tentativa de homicídio. 
Não há vínculo psicológico (Liame (elo de ligação) subjetivo) entre Marcele e Carol.
Ex2: Marcele mora no Edifício Acaiaca, na Avenida Boa Viagem, e Carol mora no Edifício Debret (também na Av Boa Viagem), ambos vizinhos. Marcele não conhece Carol, mas Carol sabe das intenções criminosas de Marcele através do vendedor da barraca de água de coco. Querem matar Marciano que passa pelo calçadão às 23:00 h. Com um fuzil, Marcele atira no crânio de Marciano, assassinando-o. E Carol, com outro fuzil, atira na batata da perna de Marciano. 
Marcele: responde por homicídio. 
Carol: TAMBÉM responde por homicídio, já que Carol tinha um vínculo psicológico (Liame Subjetivo) UNILATERAL com a intenção de Marcele.
- Autoria incerta: 
É uma espécie de autoria colateral em que não se consegue identificar a conduta do resultado. 
Ex: Marcele, do Edifício Acaica, atira com um fuzil em Marciano, ao mesmo tempo em que Carol, do Edifício Debret, também atira em Marciano. Mas o Delegado Paulo não consegue descobrir quem foi das duas que matou Marciano. 
Medida: Marcele e Carol respondem APENAS por tentativade homicídio. E Marciano que se foda, pois o IN DUBIO PRO RÉU (em dúvida, fique a favor de uma pena mais carinhosa para o réu) protege as “VÍTIMAS DA SOCIEDADE”.
- Autor de reserva (o famoso Step do crime): 
Consiste no agente que integra a empreitada criminosa permanecendo à disposição dos demais concorrentes, aguardando a sua prática para interferir ou não de acordo com as necessidades desse crime. 
Para a teoria restritiva, se o autor de reserva não intervir (atuar) no crime, então ele é um mero partícipe. 
Ex: Charles, Fagner, Assis e Robertinho vão assaltar o Banco Santander. 
Charles entra no banco com uma pistola. Fagner dirige o carro. Assis quebra a porta do banco e Robertinho fica apenas no carro, no banco do carona, brincando no WhatsApp, aguardando, se precisar, atuar. 
Medida: Robertinho responde apenas como partícipe, enquanto os demais respondem como autores. 
Todavia, segundo a Teoria do Domínio do Fato, mesmo Robertinho não atuando, embora tendo consciência do crime que também está cometendo, deve responder não como partícipe, mas sim como coautor funcional, haja vista que Robertinho pratica uma conduta relevante para o sucesso dessa ação criminosa a partir da divisão de tarefas. 
Conclusão: o FROUXO também SE FODE.

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