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TRABALHO 4
CÍNTIA TIMÓTEO
Posicione-se criticamente em relação às 3 expressões destacadas por Morin no texto, o aspecto trágico do "desenvolvimento", o "mal-estar" de civilização e a religião da "perdição": você vê em nosso cenário atual esses três aspectos? Justifique com exemplos concretos.
O texto de Morin e Kern traz uma visão pessimista com relação a nossa sociedade. Essa posição certamente é motivada por um interesse dos autores: tocar, ou ferir, o leitor com uma visão apocalíptica sobre o mundo, como um passo importante para a tomada de consciência e engajamento para sua transformação. O texto apresenta constatações escatológicas dos tempos hodiernos, e apresenta uma grande, principal, solução para os problemas atuais (mimetizar “culturas fechadas”, esquecendo-se de suas contradições, sobretudo quando necessitam (e necessitavam) estar em contato com outras), e de forma vaga (o que é ser e como ser terrestre, afinal?). Em alguns pontos, suas análises são superficiais – desculpados devido à síntese proposta –, desconsiderando contextos históricos e experiências positivas do mesmo período analisado. Ainda assim, muitas colocações dos autores são inquestionáveis. Com relação aos três tópicos:
 
A tragédia do desenvolvimento
A crítica ao modelo de desenvolvimento que o mundo vivenciou, sobretudo entre os séculos XIX e XX, impulsionado pela industrialização, é uma crítica válida. O desenvolvimento foi pensado a partir da ideologia do progresso – manifestada tanto pelo mundo capitalista como pelo comunista –, mas um progresso pensado apenas como crescimento econômico (quantitativo, acúmulo de riqueza material e de capital) e não como desenvolvimento social. Entendo que essa visão sobre o desenvolvimento vem sendo transformada, ainda que de forma muita lenta. O interesse econômico, o capital, ainda domina as relações entre as nações e os mercados internacionais, mas muitos países (com democracias) têm incluído o desenvolvimento social como necessidade fundamental a ser considerada. O exemplo da construção da barragem no Canadá, citado pelos autores, é condenável, pois o custo ambiental e humano foi muito grande. Mas, há também experiências menos ruidosas, algumas inclusive no Brasil, onde a construção de barragens e hidrelétricas (necessidade atual, e fonte de energia mais limpa do que a nuclear), possibilitou a melhoria de vida de comunidades que viviam em situação precária – exemplos nos Estados do RS e SC, como em Itá, Machadinho, Quebra-Queixo e Antas.   
 
Mal-estar ou mal de civilização
O estágio do desenvolvimento tecnológico no qual estamos atualmente é paradoxal. Se por um lado trouxe benefícios incontáveis, diminuindo as fronteiras (mudança no espaço), e agilizando o nosso dia-a-dia, imprimindo velocidade e rapidez na execução de tarefas (mudança no tempo), por outro resultou em uma sociedade individualista, narcísica e menos humana (no sentido de afastamento dos iguais e da natureza). Ao invés de utilizarmos o tempo que “ganhamos” com a mecanização de tarefas que antes precisavam ser realizadas manualmente para o nosso benefício, para momentos de lazer de ócio, utilizamos esse tempo em mais trabalho, ampliando, multiplicando, nossa jornada diária para acumular mais dinheiro e bens materiais – outro sintoma: sociedade materialista. Além do que os autores citam como causa desse mal de civilização (que é a perda de nossa humanidade, do convívio, da partilha, da comunhão, da comunicação), gostaria de colocar o exemplo do computador (ou celular, tablet) com conexão a Internet. Esses equipamentos possuem funcionalidades extraordinárias, que permitem, para ficar em um aspecto apenas, a troca de informações (comunicação) entre as pessoas, o que nos faz pensar que eles as aproximam. Contudo, o que vemos é um pouco diferente, as pessoas os utilizam absortas, ignorando o contato físico, o tête-à-tête, com aqueles que estão próximos a elas.
 
O evangelho da perdição
Nesse tópico, os autores trazem uma visão mais otimista com relação ao nosso presente e futuro. Tecem críticas aos fanatismos religiosos, ainda presentes e que justificam guerras, que são provenientes de religiões monoteístas, mas sem esquecer-se das “religiões” da razão, da ciência, igualmente nocivas, como mostram experiências históricas. Ainda há as religiões – talvez seja melhor falar de religiosos – de caráter duvidoso, embasadas principalmente na teologia da prosperidade, que utilizam a crença das pessoas para explorá-las economicamente, comercializando um lugar na eternidade. Entendo que é correta a ideia dos autores de que a “salvação” não pode ser entendida como “escapar da perdição”. Devemos entender a salvação como a busca pela vida (“evitar a morte prematura da humanidade”).

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