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TEORIA GERAL DA ADMINISTRAÇÃO - TGA AULA 3- BUROCRACIA TEORIA GERAL DA ADMINISTRAÇÃO AULA 3- BUROCRACIA AULA 2 O que vamos estudar hoje Fundamentos da Burocracia de Weber; TEORIA GERAL DA ADMINISTRAÇÃO AULA 3- BUROCRACIA AULA 2 TEORIA DA BUROCRACIA MAX WEBER Maximillian Carl Emil Weber Sociólogo e Economista (1864-1920) TEORIA GERAL DA ADMINISTRAÇÃO AULA 3- BUROCRACIA AULA 2 ORIGEM DO TERMO BUROCRACIA Conjunção dos termos: Do francês bureau, que significa “escritório” ou “espaço de trabalho”; kratia (ou kratos), sufixo grego que significa poder, governo ou regra. É o mesmo sufixo encontrado na palavra Democracia, por exemplo. TEORIA GERAL DA ADMINISTRAÇÃO AULA 3- BUROCRACIA AULA 2 ORIGEM DO TERMO BUROCRACIA Karl Marx estudou o surgimento da burocracia como forma de dominação estatal na antiga Mesopotâmia, China, anti- go Egito, etc. Segundo Marx, ela serviu para mediação entre os interes ses gerais e particulares, isto é, da sociedade e do indiví- duo. O autor descreveu a burocracia como uma forma de governo não-democrático, mas também como forma de organização da so- ciedade civil. TEORIA GERAL DA ADMINISTRAÇÃO AULA 3- BUROCRACIA AULA 2 O QUE É BUROCRACIA “Surgiu como reação à imposição pessoal, ao nepotismo, à crueldade, às vicissitudes emocionais e ao julgamento subjetivo que, no começo da Revolução Industrial, passa vam por práticas administrativas” Cury, 2005, p. 107 TEORIA GERAL DA ADMINISTRAÇÃO AULA 3- BUROCRACIA AULA 2 O QUE É BUROCRACIA “Forma de organização humana que se baseia na racionalidade, isto é, na adequação dos meios aosobjetivos (fins) pretendidos, a fim de garantir a máxima eficiência possível no alcance desses objetivos” Chiavenato, 2003, p. 259 TEORIA GERAL DA ADMINISTRAÇÃO AULA 3- BUROCRACIA AULA 2 MAX WEBER E A BUROCRACIA Weber nunca produziu um trabalho organizado e sistemático. Segundo o prof. Reinaldo Silva, “seus estudos esta- vam em estado caótico”. Weber teve seu pensamento descrito na obra A Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo que, da mesma maneira que seu texto mais importante Economia e So- ciedade, foi montado a partir de manuscritos fragmentados. TEORIA GERAL DA ADMINISTRAÇÃO AULA 3- BUROCRACIA AULA 2 MAX WEBER E A BUROCRACIA Seu trabalho ficou conhecido nos EUA somente depois que o sociólogo norte-americano Talcott Parsons o tra- duziu para língua inglesa e o publicou em 1930. Somente a partir da década de 1940 é que o trabalho de Weber começou a ser aceito fora da Europa. Talcott Edgar Frederick Parson (1902-1979) TEORIA GERAL DA ADMINISTRAÇÃO AULA 3- BUROCRACIA AULA 2 A BUROCRACIA E O CAPITALISMO “A burocracia adaptou-se muito bem ao sistema capitalista porque se revelou capaz de atender à latente necessidade de integração e controle que caracteriza esse modo de pro dução. [Ferreira, et alii, 2005, p. 67] Weber acreditava que as mudanças no sistema moderno de produção da época se originaram de um novo conjunto de normas sociais morais, às quais denominou de “ética protestante”. [Chiavenato, 2005, p. 259]. Ao contrário, Marx atri- buia às mudanças à outros fatores como a tecnologia, por exemplo. TEORIA GERAL DA ADMINISTRAÇÃO AULA 3- BUROCRACIA AULA 2 CONCEITO DE PODER Capacidade que alguém possui de impor sua vontade sobre outras pessoas, mesmo sem a concordância delas, por meio de coerção. Vai embora quando eu disser para ir! Ninguém merece!!! TEORIA GERAL DA ADMINISTRAÇÃO AULA 3- BUROCRACIA AULA 2 CONCEITO DE AUTORIDADE É o direito de alguém de dar ordens. Estas são acei- tas pelos subordinados por entenderem que o ocupan te de cargo tem o direito legítimo de dar ordem. Sem problemas. TEORIA GERAL DA ADMINISTRAÇÃO AULA 3- BUROCRACIA AULA 2 OS TRÊS TIPOS DE SOCIEDADES DE WEBER Tradicional: predominam características patrimonia- listas e patriarcais. TEORIA GERAL DA ADMINISTRAÇÃO AULA 3- BUROCRACIA AULA 2 OS TRÊS TIPOS DE SOCIEDADES DE WEBER Legal, Racional ou Burocrática: predominam normas impessoais e a racionalidade das decisões dos meios em relação aos fins. Congresso Nacional na Praça dos Três Poderes Marinha do Brasil TEORIA GERAL DA ADMINISTRAÇÃO AULA 3- BUROCRACIA AULA 2 OS TRÊS TIPOS DE SOCIEDADES DE WEBER Carismática: predominam características místicas, arbitrárias e personalísticas. TEORIA GERAL DA ADMINISTRAÇÃO AULA 3- BUROCRACIA AULA 2 OS TRÊS TIPOS DE AUTORIDADES DE WEBER Tradicional: não é racional. Pode ser transmitido por herança, ou pelos costumes. A obediência se dá pelo respeito dos súditos ao soberano, ou dos costumes de que “sempre foi assim”. Coroação de D. Pedro I por Jean-Baptiste Debret Samurai “aquele que serve” ao seu Shogun “general ou senhor” TEORIA GERAL DA ADMINISTRAÇÃO AULA 3- BUROCRACIA AULA 2 OS TRÊS TIPOS DE AUTORIDADES DE WEBER Legal, Racional ou Burocrática: crença na justiça; respeito ou temor às leis. Têmis, a deusa da justiça representada diante do STF em Brasília ou Themis TEORIA GERAL DA ADMINISTRAÇÃO AULA 3- BUROCRACIA AULA 2 OS TRÊS TIPOS DE AUTORIDADES DE WEBER Carismática: considerada uma qualidade extraordinária e indefinível de um indivíduo. Um “dom divino”. Portanto, provém das qualidades pessoais do líder e/ou na causa que defende ou representa. João Paulo II, Dalai Lama, Carlos Ghosn Antonio Ermírio, Hitler, Akio Morita e Zumbi dos Palmares TEORIA GERAL DA ADMINISTRAÇÃO AULA 3- BUROCRACIA AULA 2 PROBLEMAS DE AUTORIDADE Tradicional: tende a se perpetuar, pois a obediência está consolidada em antigas tradições. Entretanto, também é autoritária o que pode gerar rebeldia, dis- sidência, motim, ou mesmo a criação de novas so- ciedades. Akhenaton Primeiro faraó monoteísta Martinho Lutero padre católico, foi o líder da Reforma Protestante TEORIA GERAL DA ADMINISTRAÇÃO AULA 3- BUROCRACIA AULA 2 PROBLEMAS DE AUTORIDADE Legal, Racional ou Burocrática: não garante a ordem. A impessoalidade pode gerar insatisfação dos envolvi- dos. Leis e normas precisam ser constantemente atua lizadas. Não posso mais ser tratado como um número Quem disse que o crime não compensa? TEORIA GERAL DA ADMINISTRAÇÃO AULA 3- BUROCRACIA AULA 2 PROBLEMAS DE AUTORIDADE Carismática: por ser desprovida de normas claras, tende a se degenerar em anarquia. O núcleo des- te tipo de autoridade está no indivíduo. A sua ausên cia pode dispersar os liderados e propiciar conflitos até violentos. Martin Luther King e Malcolm X, dois dos mais combativos líderes de movimentos negros nos EUA. Ambos foram assassinados em 1968 e 1965, respectivamente. Depois deles, jamais outros líderes negros se tornaram tão importan tes na história daquele país. TEORIA GERAL DA ADMINISTRAÇÃO AULA 3- BUROCRACIA AULA 2 RACIONALIDADE BUROCRÁTICA “Quanto mais racional e burocrática torna-se a organiza- ção, tanto mais as pessoas tornam-se engrenagens de máquina, ignorando o propósito e o significado do seu comportamento”. [Chiavenato, 2005, p. 267] As pessoas fazem as coisas por fazer, porque alguém mandou, por que foi determinado. Con tudo, não compreendem, ou não se interessam, pelo resultado do seu trabalho, ou a quem o seu trabalho afeta. TEORIA GERAL DA ADMINISTRAÇÃO AULA 3- BUROCRACIA AULA 2 DISFUNÇÕES DA BUROCRACIA “Para Weber, a burocracia é uma organização cujas conseqüências desejadas se resumem na previsibi- lidade do seu funcionamento no sentido de obter a maior eficiência da organização”. [Chiavenato, 2005, p. 268] TEORIA GERAL DA ADMINISTRAÇÃO AULA 3- BUROCRACIAAULA 2 DISFUNÇÕES DA BUROCRACIA Weber idealizou uma estrutura social desumana, isto é, ignorou a vontade, a cobiça, a ambição e a motiva ção do indivíduo na condução dos princípios do tipo ideal de burocracia. Seu tipo ideal acabou por ser con testado por vários estudiosos. TEORIA GERAL DA ADMINISTRAÇÃO AULA 3- BUROCRACIA AULA 2 DISFUNÇÕES DA BUROCRACIA Robert Merton descreveu as consequências imprevis- tas (ou não desejadas) da burocracia. Essas anomali- as descritas por Merton são as responsáveis pelo sen tido pejorativo que a popularizou. Robert King Merton (1910-2003) http://www.youtube.com/watch?v=2K2oPPJ0joQ TEORIA GERAL DA ADMINISTRAÇÃO AULA 3- BUROCRACIA AULA 2 INTERAÇÕES DA BUROCRACIA Segundo Philip Selznick A organização burocrática é uma estrutura social adapttiva sujeita às pressões do ambiente Dentro da estrutura formal desenvolve-se uma estru tura informal (as pessoas) que gera atitudes espontâ neas para controlarem as condições em seu favor. A burocracia deve ser estudada do ponto de vista es- trutural e formal, e não sob o ponto de vista de siste- ma fechado e estável, conforme o tipo ideal de Weber. TEORIA GERAL DA ADMINISTRAÇÃO AULA 3- BUROCRACIA AULA 2 INTERAÇÕES DA BUROCRACIA Segundo Philip Selznick A burocracia, portanto, não é rígida nem estática, mas adaptativa e dinâmica, interagindo com o am biente externo na qual está inserida e adaptando- -se a ele. Philip Selznick (1919-2010) TEORIA GERAL DA ADMINISTRAÇÃO AULA 3- BUROCRACIA AULA 2 INTERAÇÕES DA BUROCRACIA Segundo Alvin W. Gouldner Não há um modelo único de burocracia, mas sim uma variedade de graus de burocratização. Gouldner enten dia haver uma infinidade de burocracias variando des- de o excesso até a ausência de burocracia. TEORIA GERAL DA ADMINISTRAÇÃO AULA 3- BUROCRACIA AULA 2 SOBRE A BUROCRACIA A burocracia não é heroína nem vilã. É um modelo de estrutura organizacional falível como quaisquer outros, mas necessários para um ordnenamento mínimo das estruturas sociais. O ajustamento dos modelos às ne- cessidades da sociedade, dos indivíduos e das organi zações é natural aos modelos que devem se adaptar e se transformar para continuar a atender aquelas neces sidades e ordenamento. TEORIA GERAL DA ADMINISTRAÇÃO AULA 3- BUROCRACIA AULA 2 A BUROCRACIA E O DIREITO ADMINISTRATIVO BRASILEIRO A burocracia é o fundamento para os seus princípios: Legalidade: tudo está baseado em regras, isto é, na lei. O gestor público somente pode fazer o que a lei determina. Impessoalidade: administra-se racionalmente, ou se- ja, com vistas ao alcance dos objetivos postos na lei. Moralidade: coerência, adequação dos meios aos fins. Ligado à ética no melhor interesse público com base na moral jurídica. TEORIA GERAL DA ADMINISTRAÇÃO AULA 3- BUROCRACIA AULA 2 A BUROCRACIA E O DIREITO ADMINISTRATIVO BRASILEIRO A burocracia é o fundamento para os seus princípios: Publicidade: agir com transparência. Tudo deve ser registrado. Todos os atos do gestor público devem ser passíveis de aferição e averiguação pela socie- dade. Eficiência: “negligência e amadorismo não tem lugar na gestão pública” [Fazzio Júnior, 2003, p. 23] O administrador público deve primar por uma gestão planejada e transparente, prevenindo riscos e corri- gindo desvios. TEORIA GERAL DA ADMINISTRAÇÃO AULA 3- BUROCRACIA AULA 2 VANTAGENS DA BUROCRACIA Racionalidade em relação aos objetivos; Precisão na definição de cargos e na operação; Univocidade de interpretação; Uniformidade de rotinas; Continuidade da organização; Constância nas decisões; etc. TEORIA GERAL DA ADMINISTRAÇÃO AULA 3- BUROCRACIA AULA 1 CIDADANIA DEPENDE DE NÓS TEORIA GERAL DA ADMINISTRAÇÃO AULA 3- BUROCRACIA AULA 2 PAUSA PARA UM CINEMINHA
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