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AULA + semana 25 – 16 de agosto a 20 de agosto de 2.010
DIREITO PENAL – Parte Especial – Prof PEDRO FRANCO DE CAMPOS
- AMEAÇA (art 147):
Art. 147 - Ameaçar alguém, por palavra, escrito ou gesto, ou qualquer outro meio simbólico, de causar-lhe mal injusto e grave:
Pena - detenção, de 1 (um) a 6 (seis) meses, ou multa.
Parágrafo único - Somente se procede mediante representação.
Distinção: a ameaça do art 147 é diferente da grave ameaça como meio de execução da conduta de outros crimes:
- Conceito de ameaça como crime (art 147): promessa de um mal injusto e grave a alguém, restringindo-lhe a liberdade psíquica.
Para exercer a liberdade individual, é necessária tranqüilidade psíquica.
- Conceito de “grave ameaça” (meio de execução, “violência ou grave ameaça”):
É a prenunciação de um mal a alguém, que não precisa ser injusto.
Ou seja: como meio de execução, a grave ameaça não precisa ser injusta.
Objetividade jurídica (bem jurídico tutelado): liberdade individual das pessoas, sob o aspecto da tranqüilidade psíquica, sossego mental.
Direito de exercer suas atividades com tranqüilidade.
Sujeito ativo: qualquer pessoa. Crime comum.
Se o sujeito ativo for funcionário público e praticar ameaça no exercício de suas funções, não caracteriza crime de ameaça. Poderá caracterizar crime de abuso de autoridade (art 3º, lei 4.898/65).
Sujeito passivo: também qualquer pessoa, desde que tenha capacidade para compreender a ameaça. (criança de pouca idade, deficiente mental não são SP).
O sujeito passivo não precisa estar presente no local onde a ameaça foi proferida. A ameaça pode ser crime à distância.
Fundamento: decorre da lei: “palavra, escrito, gesto ou qualquer outro meio simbólico”. Carta, e-mail, fax, telefone.
Se for ameaça contra o Presidente da República, pode configurar crime da lei de segurança nacional (7170/83, art 28), desde que cause instabilidade na ordem interna nacional.
Art. 28. Atentar contra a liberdade pessoal de qualquer das autoridades referidas no art. 26.
Pena: reclusão, de 4 a 12 anos.
Art. 26. o Presidente da República, o do Senado Federal, o da Câmara dos Deputados ou o do Supremo Tribunal Federal.
Conduta criminosa:
Ameaçar, no sentido de intimidar, causar medo, promessa de mal.
Natureza da intimidação: qualquer uma: física, moral, econômica.
É um crime comissivo (através de ação).
Modalidades de ameaça:
1 – ameaça direta ou indireta (ou reflexa):
- ameaça direta: é a proferida sem rodeios, diretamente à pessoa da vítima.
- ameaça indireta: (ou reflexa) é dirigida à terceira pessoa, ligada à vítima.
Ex: vou matar sua mãe.
2 – ameaça explícita ou implícita:
- Ameaça explícita: é feita de forma objetiva, sem subterfúgios.
- Ameaça implícita: é a contida em um determinado contexto.
Ex: homem público (Collor) aparece sem aliança. Sogro diz que filha dele é solteira, casada, ou viúva, divorciada não. Está implícita uma ameaça de morte.
- ameaça simbólica: realizada por meio de símbolos.
Ex: mandar coroa de flores para sujeito passivo. Colocar caveira na porta.
- ameaça condicionada: sujeita a uma condição. Ex: “se repetir, vai apanhar”.
Requisitos para que esta promessa de mal seja considerada crime de ameaça (4):
Dois estão no texto da lei, dois são doutrinários:
1 – Ameaça injusta: Se for mal justo, não tem ameaça, pois não ofende o bem jurídico tutelado. Exemplos de mal justo:
- dizer que vai propor ação de despejo conta inquilino inadimplente.
- promessa de protesto de título já vencido.
2 – Ameaça grave: ameaça grave é aquela capaz de intimidar, causar medo no homem médio (“pessoa de mediana prudência e discernimento”), no pensamento médio da sociedade. 
A valoração deve se dar excluindo-se os valentões e os covardes.
Ex: “vou ficar de mal”, ameaça com pistola d’água: não é ameaça.
3 – mal factível: realizável pelo sujeito ativo.
Ex: vou mandar um meteorito na sua casa: não é ameaça.
4 – requisito temporal: em um certo espaço de tempo. Para um futuro muito distante é bravata, balela, não ofende o bem jurídico tutelado.
- Esconjuro:
Também não constituem ameaça (não tem poder de atingir o bem jurídico tutelado do homem médio): as bravatas caracterizadas por simpatias, crendices populares, mau-olhado, rogar praga, feitiço.
Elemento subjetivo: crime doloso. Vontade livre e consciente de intimidar, prometer um mal injusto e grave a alguém.
É crime subsidiário: se integra crime mais grave, a ameaça é absorvida por este. 
Ex: roubo, estupro, constrangimento ilegal, também contêm ameaça.
Discussões sobre dolo:
1 – Ameaça proferida em meio a uma discussão acalorada:
A exaltação do ânimo exclui ou não exclui o dolo? Duas correntes:
1 – a discussão acalorada é compatível com o dolo, pois a vontade de ameaçar torna-se mais evidente durante uma discussão acalorada.
2 – a exaltação do ânimo exclui o dolo da ameaça, é incompatível com o dolo. Dolo é vontade livre e consciente e a exaltação diminui a consciência de ameaçar.
2 – ameaça proferida por pessoa embriagada:
A embriaguez exclui o dolo da ameaça? Três correntes:
1 – SIM. Dolo é vontade livre e consciente e a embriaguez diminui a consciência.
2 – depende da embriaguez (art 28, CP):
Art. 28 - Não excluem a imputabilidade penal:
II - a embriaguez, voluntária ou culposa, pelo álcool ou substância de efeitos análogos. 
2.1 – não afasta o dolo a embriaguez incompleta ou voluntária.
2.2 – afasta o dolo a embriaguez completa e involuntária.
Momento consumativo e tentativa:
- Doutrina: ameaça está consumada no instante em que o sujeito passivo toma conhecimento dela, ainda que não se sinta intimidado.
Fundamento: desde que a ameaça seja capaz de intimidar o homem médio.
- Jurisprudência: entendimento diverso. A ameaça consuma-se no instante em que o sujeito passivo toma conhecimento dela, com necessidade de intimidação.
Fundamento: só com intimidação haverá ofensa à liberdade psicológica, ao sossego mental. (seguir este entendimento em concurso)
Não vai surtir efeito, porque o sujeito passivo não vai oferecer representação.
De toda forma, a ameaça existiu, porque o sujeito passivo de todos os crimes, é o Estado, e a ameaça fere a tranqüilidade coletiva.
Tentativa: é possível, a não ser que a ameaça seja verbal. Ex: carta extraviada.
Diferença entre constrangimento ilegal e ameaça:
Dentro do constrangimento ilegal há uma ameaça.
- Ameaça: não há exigência de comportamento do sujeito passivo.
- Constrangimento Ilegal é a ameaça que exige comportamento do sujeito passivo
(não fazer algo que a lei permite ou fazer algo que a lei não manda)
Ação penal (art 147, § ún):
A ameaça é crime de ação penal pública condicionada à representação.
Concurso de crimes: A ameaça praticada contra várias pessoas em um mesmo contexto fático constitui concurso formal.
Seqüestro e Cárcere Privado (Art 148, com redação da lei 11.106/05):
Art. 148 - Privar alguém de sua liberdade, mediante seqüestro ou cárcere privado:
Pena - reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos.
§ 1º - A pena é de reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos:
I - se a vítima é ascendente, descendente ou cônjuge ou companheiro do agente ou maior de 60 (sessenta) anos;
II - se o crime é praticado mediante internação da vítima em casa de saúde ou hospital;
III - se a privação da liberdade dura mais de 15 (quinze) dias;
IV - se o crime é praticado contra menor de 18 (dezoito) anos;
V - se o crime é praticado com fins libidinosos. (“SUBSTITUI O CRIME DE RAPTO”).
§ 2º - Se resulta à vítima, em razão de maus-tratos ou da natureza da detenção, grave sofrimento físico ou moral:
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 8 (oito) anos.
Antes da alteração da lei 11.106/05 o crime era totalmente subsidiário.
Agora,ainda é subsidiário, mas não totalmente:
- no inciso V, o elemento subjetivo é para obter fins libidinosos.
DIREITO CIVIL – Direito das Sucessões – Prof GUSTAVO NICOLAU
Por que “Direito das Sucessões” (no plural)?
Porque o livro V trata de duas sucessões: a legítima e a testamentária.
- Sucessão Legítima: é a fração do patrimônio do “de cujus” que tem como remetente a lei.
- Parte Legítima: corresponde a uma fração inalterável de 50% do patrimônio de uma pessoa que tem herdeiros necessários. Pode se afirmar que quando uma pessoa tem herdeiros necessários, no mínimo 50% será remetido pela lei.
- Sucessão Testamentária: é a fração do patrimônio do “de cujus” que tem como remetente o testamento.
Distinção entre sucessão legítima e parte legítima:
- Sucessão legítima: a lei remete o patrimônio daquele que não fez testamento.
O sujeito pode testar até 100% de seu patrimônio, desde que não tenha herdeiros necessários. (opõe-se à ideia de sucessão testamentária).
- Parte legítima: termo utilizado somente quando há herdeiros necessários, que corresponde a 50% do patrimônio. (opõe-se à ideia de parte disponível).
- herdeiros necessários (art 1.845):
São os descendentes, ascendentes e o cônjuge.
O convivente não foi incluído e, portanto, pela disposição literal do código, uma pessoa que tenha apenas o convivente de união estável pode testar 100% do patrimônio para quem quiser.
É possível uma sucessão 100% legítima? SIM e é a mais comum. Basta que o “de cujus” tenha falecido sem testamento (“ab intestato”).
É possível uma sucessão 100% testamentária? SIM, mas é mais rara. A pessoa tem que morrer sem herdeiros necessários e elaborar testamento de 100%.
Quando a sucessão for legítima, quem serão os destinatários?
As pessoas enumeradas em uma seqüência denominada Ordem de Vocação Hereditária. Há uma lista de pessoas no art 1.829 + 1.790 que são todos chamados de “herdeiros legítimos”, porque é a lei que vai remeter o patrimônio para eles.
Dentre eles, alguns foram destacados e se tornaram herdeiros necessários, fazendo, portanto, jus à parte legítima.
Conclusão: todo herdeiro necessário é um herdeiro legítimo, mas nem todo legítimo será necessário. Herdeiro legítimo que não é necessário:
O colateral e o convivente de união estável.
- “abertura da sucessão”: Morte. (não se confunde com abertura do inventário).
- Meação: instituto de direito de família que divide o patrimônio ou parte dele única e exclusivamente em função do casamento ou da união estável.
DIREITO PROCESSUAL CIVIL – Recursos – Prof MURILO SECHIERI
- “jus novorum” (art 517, CPC):
Art. 517 - As questões de fato, não propostas no juízo inferior, poderão ser suscitadas na apelação, se a parte provar que deixou de fazê-lo por motivo de força-maior.
Pelo princípio da eventualidade, a parte não pode inovar no processo; em regra, o apelante não pode alegar fatos novos na apelação.
Contudo, pelo “jus novorum”, abre-se a exceção de que sejam alegados fatos novos na apelação, desde que se demonstre que não foram alegados antes por motivo de força maior.
3 – Efeito Translativo:
É a transferência ao órgão “ad quem” da possibilidade de se pronunciar sobre as matérias de ordem pública, ainda que não tenham sido elas alegadas pelo recorrente ou decididas pelo órgão “a quo”.
É decorrência do princípio inquisitivo (ou inquisitório).
Obs: o efeito suspensivo é decorrência do princípio dispositivo.
Obs 1: em razão do efeito translativo, é legítima a “reformatio in pejus” (o tribunal pode julgar de forma pior para o recorrente).
Obs 2: se o recurso for parcial, o efeito translativo só atinge os capítulos efetivamente impugnados. Os demais já ficaram acobertados pela coisa julgada e por isso não serão modificados, exceto se dependentes do capítulo apreciado no recurso.
Ex: condenado em dano material e moral. Só recorre do moral. O material transita. Não discute matéria de ordem pública no material.
Ex da exceção: investigação de paternidade e alimentos. Só recorre da investigação. Os alimentos não transitam, pois são dependentes da investigação.
Obs 3: recursos passíveis de efeito translativo:
Em tese, todos os recursos de natureza ordinária possuem efeito translativo.
Pensamento tradicional do STJ e STF: Recurso Especial e Recurso Extraordinário não têm efeito translativo. Fundamento: Só cabem de matérias decididas em última ou única instância. As matérias devem ser prequestionadas, logo, sobem por efeito devolutivo, e não translativo.
Atualmente, o STF continua fiel a este entendimento: mesmo percebendo a matéria de ordem pública, não pode conhecer, por falta de prequestionamento. 
- novo entendimento do STJ: no recurso especial, há efeito translativo, desde que o recurso seja conhecido por algum dos motivos permissivos constitucionais.
Obs 4: matérias de ordem pública:
São matérias que o Poder Judiciário pode conhecer a qualquer tempo e grau de jurisdição, nos termos dos artigos 219, § 5º, 267, § 3º, 301, § 4º e 518, § 2º:
Art. 219 – citação. § 5º - O juiz pronunciará, de ofício, a prescrição.
267, § 3º - O juiz conhecerá de ofício, em qualquer tempo e grau de jurisdição, enquanto não proferida a sentença de mérito, da matéria constante dos nºs IV, V e VI; todavia, o réu que a não alegar, na primeira oportunidade em que lhe caiba falar nos autos, responderá pelas custas de retardamento.
IV - quando se verificar a ausência de pressupostos de constituição e de desenvolvimento válido e regular do processo;
V - quando o juiz acolher a alegação de perempção, litispendência ou de coisa julgada;
VI - quando não concorrer qualquer das condições da ação, como a possibilidade jurídica, a legitimidade das partes e o interesse processual;
301 – defesa preliminar: § 4º - Com exceção do compromisso arbitral, o juiz conhecerá de ofício da matéria enumerada neste artigo.
518 – apelação: 2º - Apresentada a resposta, é facultado ao juiz, em cinco dias, o reexame dos pressupostos de admissibilidade do recurso.
São matérias de ordem pública: Prescrição, pressupostos processuais de existência, de validade e negativos, condições da ação, defesa preliminar (exceto convenção de arbitragem) e reexame na apelação (admissibilidade).
Prática: o réu não alegou prescrição, juiz sentenciou sem analisar, não alegou na apelação, mas, mesmo assim, o tribunal pode conhecer da prescrição.
Quando o tribunal constatar inexistência de, por exemplo, pressupostos processuais ou condições da ação, pode decretar de ofício a matéria.
4 – Efeito Expansivo:
4.1 – efeito expansivo subjetivo: decisão proferida na apelação beneficiar outros sujeitos além do apelante.
Ex: litisconsórcio unitário; litisconsórcio simples, desde que as alegações do recorrente sejam comuns aos demais.
4.2 – efeito expansivo objetivo: divide-se em:
a) efeito expansivo objetivo interno: quando a decisão proferida no recurso for capaz de atingir capítulos que não foram impugnados, ou que não chegaram a ser analisados pelo órgão “ad quem”.
Ex: acolhimento de pedidos sucessivos em primeiro grau, e rejeição, no tribunal, do primeiro pedido, o que torna prejudicado o segundo.
Investigação de paternidade cumulada com alimentos. Juiz julga procedente, tribunal julga improcedente a investigação e os alimentos ficam prejudicados.
Ex: inversão do ônus da sucumbência. É um capítulo acessório, que depende do principal.
b) efeito expansivo objetivo externo: quando a decisão proferida no recurso atingir outros atos processuais além daquele que foi impugnado.
Ex: agravo de instrumento cujo julgamento invalida a sentença que foi proferida depois da interlocutória.
5 – Efeito suspensivo (art 520, CPC):
É a sustação da eficácia da decisão recorrida.
Decorre da previsão de recurso com efeito suspensivo para aquela decisão.(O efeito suspensivo vale a partir da sentença para a qual a lei prevê efeito suspensivo. Não é a partir da interposição do recurso, ou do despacho de recebimento).
Atenção: a lei prevê alguns efeitos que são gerados imediatamente: (atos que podem ser praticados imediatamente, não se sujeitam ao efeito suspensivo)
a) hipoteca judiciária sobre os bens imóveis do devedor (art 466, CPC):
Art. 466 - A sentença que condenar o réu no pagamento de uma prestação, consistente em dinheiro ou em coisa, valerá como título constitutivo de hipoteca judiciária, cuja inscrição será ordenada pelo juiz na forma prescrita na Lei de Registros Públicos.
Parágrafo único - A sentença condenatória produz a hipoteca judiciária:
I - embora a condenação seja genérica;
II - pendente arresto de bens do devedor;
III - ainda quando o credor possa promover a execução provisória da sentença.
Condenado em primeira instância, não precisa aguardar o julgamento da apelação, já pode hipotecar bens do devedor.
b) liquidação provisória (art 475-A, § 2º):
Art. 475-A - Quando a sentença não determinar o valor devido, procede-se à sua liquidação.
§ 2º - A liquidação poderá ser requerida na pendência de recurso, processando-se em autos apartados, no juízo de origem, cumprindo ao liquidante instruir o pedido com cópias das peças processuais pertinentes.
Não precisa aguardar o trânsito em julgado para liquidar sentença ilíquida.
Já pode formar carta de liquidação.
DIREITO ADMINISTRATIVO – Prof WANDER GARCIA
3 – Princípios da licitação:
3.1– legalidade
3.2– impessoalidade (aspectos: igualdade, vedação da auto-promoção, finalidade)
3.3– moralidade ou probidade
3.4– publicidade: há sigilo do conteúdo da proposta comercial do licitante (3º, §3º)
3.5 – Igualdade: há preferências na lei para certos licitantes:
a) licitante que oferece produto nacional tem preferência.
(a lei só traz a preferência em caso de empate; falta regulamentar o “25% acima”)
b) ME e EPP (LC 123/06 – supersimples, art 42,ss) ganham em caso de empate; podem participar com dívidas fiscais; tem exclusividade em certas licitações.
3.6 – vinculação ao instrumento convocatório (“o edital faz lei entre as partes”)
- instrumentos convocatórios: edital e carta-convite.
O instrumento vincula não só o licitante, mas também a administração.
A administração só pode alterar o edital antes de receber as propostas (republica o edital e concede novo prazo).
Depois das propostas, não pode alterar o edital. Contudo, por conveniência e oportunidade, pode revogar a licitação.
3.7 – princípio do julgamento objetivo (evita subjetivismos): incide na elaboração do edital e também no efetivo julgamento e apreciação de documentos.
4 – objeto da licitação (o que deve ser licitado):
4.1 – os contratos em sentido estrito:
a) contratos administrativos (regidos pelo direito público): incidem cláusulas exorbitantes. Ex: compra de carteiras escolares.
b) contratos de direito privado: não incidem cláusulas exorbitantes. Ex: seguro, financiamento. Mesmo sendo regidos pelo direito privado, devem ser licitados.
Espécies de contratos em sentido estrito:
a) contrato de obras: construção, reforma, fabricação, recuperação e ampliação.
b) contrato de serviço: é qualquer atividade com vistas à obtenção de uma utilidade. Demolição, conserto, montagem, instalação, conservação, publicidade, seguro, transporte e serviços técnico-profissionais.
c) compra: aquisição de bens.
d) alienações: transferência de domínio de bens da administração para terceiros.
e) locações.
4.2 – as concessões:
a) as concessões de serviço público
b) as concessões de uso de bem público.
Concessão tem natureza contratual, mas não é um contrato em sentido estrito.
4.3 – as permissões:
a) as permissões de serviço público
b) as permissões de uso de bem público.
Permissão não tem natureza contratual, é precária.
Atenção: não precisam licitar: contrato de gestão, termo de parceria, convênios e contratos de programa.
Cinco diferenças entre concessão e permissão:
1 – Concessão é contratual. Encerrada antes do termo, deve indenizar.
- Permissão é precária (se houver prazo, gera expectativa e deve indenizar).
2 – Concessão é formalizada pelo contrato de concessão.
- Permissão é formalizada pelo contrato de adesão.
3 – Concessão só se confere para pessoas jurídicas.
- Permissão se concede para pessoas físicas e jurídicas.
4 – Concessão se licita por meio de concorrência.
- Permissão se licita por qualquer modalidade de licitação.
5 – Concessão tem prazo determinado, necessariamente.
- Permissão pode ter prazo indeterminado.
DIREITO CIVIL – Direito de Família – Prof MURILO SECHIERI
Possibilidade de aquele que ostenta vínculos civis investigar sua origem genética:
Admite-se que aquele que ostenta vínculos civis busque investigar sua origem genética para fins exclusivamente pessoais, sem que o resultado da demanda modifique o estado de filiação já estabelecido.
Ex: conhecer seus irmãos, investigar doenças hereditárias.
Esta investigação não tem finalidade patrimonial.
Linhas de parentesco:
- Linha Reta:
Entre ascendentes e descendentes.
No sentido ascendente, se subdivide em Paterna (agnação) e Materna (cognição):
- ascendentes em linha reta agnatos (por parte de pai) e cognatos (mãe).
No sentido descendente, denomina-se Estirpe o subgrupo formado pelos descendentes de um mesmo descendentes.
- Linha Colateral, Transversal ou Oblíqua:
É a que existe entre pessoas que descendem de um mesmo tronco (ascendente comum).
Se a ascendência comum for paterna e materna, serão irmãos germanos ou bilaterais. Se for só um ou outro, serão irmãos unilaterais.
Conseqüência: quando irmãos bilaterais concorrem com unilaterais, os bilaterais recebem o dobro dos unilaterais. (é na sucessão do irmão).
Graus de Parentesco:
É a distancia entre os parentes medida por gerações.
Cada geração equivale a um grau, mas, na colateral, a contagem começa em um dos parentes até um ancestral comum, e depois até encontrar o outro.
Na linha reta, não tem limite de grau. Na linha colateral, vai até o quarto grau (primos, tios-avós e sobrinhos-neto).
FILIAÇÃO:
Distinção:
1 – filhos havidos do casamento (há presunção de paternidade)
2 – filhos havidos fora do casamento (há reconhecimento de paternidade)
1 – filhos havidos do casamento (há presunção de paternidade):
Os filhos concebidos e nascidos na constância do casamento presumem-se do marido da mãe.
A presunção só se aplica ao casamento propriamente dito. Filhos de mulher que vive em união estável só terão a paternidade atribuída mediante reconhecimento.
A presunção tem aplicação supletiva ou subsidiária e deixa de ser aplicada sempre que houver declaração de vontade expressa em sentido diverso.
Hipóteses em que também se aplica a presunção (art 1.597):
a) aos nascidos nos 300 dias após o casamento.
b) aos havidos pelo menos 180 dias depois de iniciada a convivência conjugal.
(casou grávida e nasceu logo depois: não tem presunção).
c) aos havidos por inseminação homóloga, mesmo que falecido o marido. Obs:
- depende de autorização expressa do marido;
- será reconhecido o direito sucessório, se proposta ação de petição de herança.
d) aos havidos de embriões excedentários de inseminação homóloga, ainda que falecido o marido. Obs:
- depende de autorização expressa do marido;
- será reconhecido o direito sucessório, se proposta ação de petição de herança.
e) aos havidos de inseminação heteróloga autorizada pelo marido.
Observações:
Em regra, a presunção é relativa, e poderá ser afastada através de ação negatória de paternidade, que é personalíssimae imprescritível.
A presunção será absoluta nas hipóteses de inseminação artificial:
- 1ª corrente (minoritária): só a heteróloga.
- 2ª corrente (majoritária): também na homóloga, em razão do princípio da paternidade responsável (não pode “devolver” a criança ao laboratório, se este errou na inseminação).
DIREITO PENAL – Parte Geral – Prof ANDRÉ ESTEFAM
	CAUSA
	EFEITO
	CONSEQÜÊNCIA JURIDICA
	Art 26 Doen mental ou des// mental inc ou retar
	Supressão de uma das cap: (entendi// autodeterminação)
	Inimputável (art 26, caput):
Absolvição Imprópria (Medida de Segurança)
	
	Redução de uma das cap:
(entendi// autodeterminação)
	Semi-imputável (art 26, § ún):
Condenação c/ pena reduz. (1/3 a 2/3) ou MS
	Art 27
menoridade
	Não há efeito
(Inimputabilidade presumida)
	ECA: criança (até 12 incpt): med proteção
Adoles (12 comp/18inc): med sócioeducativas
	Art 28
Embriaguez
Completa e
Involuntária
	Supressão de uma das cap:
(entendi// autodeterminação)
	Inimputável (28, § 1º): Absolvição própria
(não há Medida de Segurança)
	
	Redução de uma das cap:
(entendi// autodeterminação)
	Condenação c/ pena reduzida (1/3 a 2/3)
Não há Medida de Segurança Substitutiva.
2 – menoridade (art 27, c/c 228, CF):
Art. 27 - Os menores de 18 (dezoito) anos são penalmente inimputáveis, ficando sujeitos às normas estabelecidas na legislação especial. 
Art. 228. São penalmente inimputáveis os menores de dezoito anos, sujeitos às normas da legislação especial.
Sistema biológico (ou etiológico) Só exige-se causa, não exige efeito decorrente desta causa: A Inimputabilidade é presumida.
A inimputabilidade por causa da menoridade é direito fundamental (art 228, CF). Contudo, STF não reconhece cláusulas pétreas fora do artigo 5º, quando ligadas ao direito penal ou processual penal.
Mutabilidade da menoridade: Divergência:
- Defensoria Pública: a menoridade é cláusula pétrea.
- MP e magistratura (STF): não há cláusula pétrea fora do artigo 5º em matéria de direito penal e processual penal.
Conseqüência: Aplica-se o ECA (art 2º):
- criança (até 12 anos incompletos): medida de proteção (101, ECA)
- adolescente (12 completos a 18 incompletos): medida socioeducativa (112 ECA)
3 – Embriaguez completa e involuntária (art 28):
Art. 28 - Não excluem a imputabilidade penal:
II - a embriaguez, voluntária ou culposa, pelo álcool ou substância de efeitos análogos.
§ 1º - É isento de pena o agente que, por embriaguez completa, proveniente de caso fortuito ou força maior, era, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. 
§ 2º - A pena pode ser reduzida de um a dois terços, se o agente, por embriaguez, proveniente de caso fortuito ou força maior, não possuía, ao tempo da ação ou da omissão, a plena capacidade de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. 
Sistema Biopsicológico: o artigo 28 exige causa e efeito.
É a perícia médica que determina que a embriaguez é completa e involuntária.
Conceito: Embriaguez é a intoxicação aguda e transitória decorrente do álcool ou substância de efeitos análogos.
Exemplo de “substância de efeitos análogos”: medicamento lícito.
Atenção: não se incluem drogas. Não se aplica o art 28, CP para drogas.
Aplica-se o art 45, caput, da lei 11.343/06, que cuida do uso de drogas.
- Embriaguez completa ou incompleta (fases da embriaguez):
		 		
	1- fase da excitação
(macaco)
	2- fase da depressão
(leão)
	3- fase da letargia (coma alcoólico)
(porco)
Na fase de letargia, o agente é capaz de crime omissivo.
- embriaguez completa: nas fases da depressão e da letargia (2 e 3);
- embriaguez parcial (incompleta): na fase da excitação (fase 1).
- Embriaguez involuntária:
Decorre de caso fortuito ou força maior:
- Caso fortuito: o sujeito ingere substâncias desconhecendo seu efeito.
Ex: acidentalmente, ingere medicamento lícito.
- Força maior: o sujeito é obrigado a ingerir a substância.
Ex: trote em faculdade.
Ambos os casos são pouco plausíveis.
- Embriaguez voluntária:
Não isenta o réu de pena. O agente é punido. Divide-se em:
Culposa, Dolosa, Preordenada.
1 – embriaguez voluntária culposa: excesso imprudente no consumo de álcool. 
2 – embriaguez voluntária dolosa: vontade livre e consciente de se embriagar.
3 – embriaguez voluntária preordenada: a pessoa se embriaga para cometer o crime, é mais grave. O código prevê agravante (art 61, II, L, CP):
Art. 61 - São circunstâncias que sempre agravam a pena, quando não constituem ou qualificam o crime: II - ter o agente cometido o crime: l) em estado de embriaguez preordenada.
Teoria da “Actio Libera In Causae” (ação livre na causa – ALIC):
Na embriaguez voluntária (seja culposa, dolosa ou preordenada), a pessoa se coloca voluntariamente na situação.
Fosse somente pelo exame da culpabilidade, o agente seria absolvido, pois, no momento da conduta, suas capacidades mentais (de entendimento ou autodeterminação) estão suprimidas.
Para evitar este equívoco, o ordenamento jurídico adota a teoria da “Actio Libera In Causae”, segundo a qual as capacidades do agente são examinadas no momento em que este se embriaga.
Efeito jurídico: Retroage o momento do exame das capacidades mentais.
Avalia-se na origem do problema: a embriaguez é voluntária.
Restrição à Teoria da “Actio Libera In Causae”:
Se aplicada sem critério, indistintamente, a teoria gera responsabilidade penal objetiva, pois o agente responderia sem dolo ou culpa.
Então, deve-se observar se no momento em que estava se embriagando o resultado posteriormente produzido era previsível:
- se previsível: o agente responde, sem que haja responsabilidade objetiva.
Ex: dirigir embriagado. No momento do consumo imprudente, era previsível que ele fosse dirigir e que pudesse causar um acidente.
- se imprevisível: o agente é considerado inimputável.
Embriaguez patológica: é o alcoólatra crônico, ébrio contumaz. 
A Medicina trata o alcoolismo como doença mental (CID-10)
O Direito Penal trata o ébrio patológico como doente mental (art 26), o que gera medida de segurança (internação em hospital de custódia e tratamento).
A inimputabilidade por embriaguez completa e involuntária exige causa e efeito:
- supressão: de uma das capacidades mentais gera absolvição própria.
- redução: gera condenação com pena reduzida (de 1/3 a 2/3)
(critério para redução: proporcional entre a redução da capacidade e da pena)
(em ambos os casos, não há imposição de medida de segurança)
Atenção: ser inimputável por doença mental, menoridade ou embriaguez completa e involuntária geram conseqüências jurídicas diferentes (vide quadro)
A emoção e a paixão não excluem a imputabilidade (art 28, I):
Art. 28 - Não excluem a imputabilidade penal: I - a emoção ou a paixão;
- Emoção: sentimento transitório e passageiro.
- Paixão: sentimento duradouro.
Este dispositivo está presente porque no Código Criminal de 1.890 havia instituto que excluía a culpabilidade pela “perturbação dos sentidos”.
A emoção ou a paixão podem ter relevância jurídica apenas para reduzir a pena.
Ex: homicídio privilegiado (art 121, § 1º).
Ex: lesão corporal privilegiada (art 129, § 4º).
INTERESSES DIFUSOS E COLETIVOS – Prof GIANPAOLO SMANIO
Fornecedor (art 3º, CDC):
Art. 3º Fornecedor é toda pessoa física ou jurídica, pública ou privada, nacional ou estrangeira, bem como os entes despersonalizados, que desenvolvem atividade de produção, montagem, criação, construção, transformação, importação, exportação, distribuição ou comercialização de produtos ou prestação de serviços.
Doutrina: é aquele responsável direta ou indiretamente pela colocação do produto ou serviço no mercadode consumo.
- “pessoa física ou jurídica”: podem ser tanto fornecedor quanto consumidor.
- “pública ou privada”: poder púbico pode ser fornecedor.
(não pode ser consumidor, pois não é hipossuficiente).
- “nacional, estrangeira ou ente despersonalizado”: o que importa é a atividade que desenvolve, não sua personalidade jurídica.
- “atividade que desenvolve”: são nove atividades (conceito analítico): produção, montagem, criação, construção, transformação, importação, exportação, distribuição ou comercialização (“coloca o produto no mercado”)
- “desenvolve”: precisam ser realizadas com habitualidade.
Não precisa ser regularizado. Pode ser informal, desde que habitual.
Ex: compra de imóvel ou automóvel entre particulares não é atividade habitual;
Compra de imóvel entre particular e incorporadora, é relação de consumo.
Compra de carro em loja de automóveis é relação de consumo.
Note: quem compra é consumidor, mas particular que vende não é fornecedor: não é relação de consumo.
Requisitos genéricos: uma das nove atividades + habitualidade
Objetos da relação de consumo:
- produtos ou serviços.
- Produtos (art 3º, § 1º):
§ 1º Produto é qualquer bem, móvel ou imóvel, material ou imaterial.
O bem precisa ter valor econômico, ser passível de apropriação.
Não é “apropriação”, é “passível de apropriação”: deve ser objeto da relação de consumo. Não é só compra e venda, é apropriação gratuita ou onerosa.
Ex: amostra grátis, presentes, caridade (restaurante doa refeições).
- água pode ser produto de consumo, desde que possa ser apropriada, individualizada, com valor econômico. Ex: Água encanada, engarrafada.
Água de rios, mares, fontes é relação ambiental.
- ar pode ser produto de consumo, desde possa ser apropriado, individualizado, com valor econômico. Ex: Ar de cilindros de ar comprimido.
Ar na natureza é relação ambiental.
- Serviços (art 3º, § 2º):
§ 2º Serviço é qualquer atividade fornecida no mercado de consumo, mediante remuneração, inclusive as de natureza bancária, financeira, de crédito e securitária, salvo as decorrentes das relações de caráter trabalhista.
- “qualquer atividade”: Limpeza, educação, transporte.
- “Aberta ao mercado de consumo”: atividade particular (jantar entre amigos) não é relação de consumo (mesmo que se cobre para “rachar as despesas”).
- “Mediante remuneração”: qualquer remuneração, direta ou indireta, não precisa ser pagamento em dinheiro.
- Caridade em serviço é atividade gratuita, não é atividade de consumo.
Atenção: caridade com publicidade não é caridade. É relação de consumo. A remuneração é a publicidade.
- serviço religioso: não é relação de consumo.
- Internet gratuita: é remunerada, pelo espaço de propaganda. É relação de consumo.
- Estacionamento gratuito em shopping, farmácia: é forma de atrair o cliente, tem remuneração indireta.
	Fornecedor:
(atividade + habitualidade)
	- produto: apropriação gratuita ou onerosa
	
	- serviço: aberta ao mercado, só com remuneração
As pessoas podem ser consumidoras de serviços públicos, desde que estes sejam prestados mediante remuneração.
Ex: segurança pública não é remunerada. Ser assaltado não é lesão à relação de consumo. Não é consumidor. É relação de cidadania.
- saúde pública, escola pública, não é relação de consumo, pois não é atividade remunerada. É relação de cidadania.
Transporte público é remunerado. Greve é lesão à relação de consumo. É consumidor.
Distinção tributarista:
- tarifa (preço público) é relação de consumo. Tributo não é relação de consumo.
Relação tributária não é relação de consumo, poder público cobra e contribuinte paga, sem contraprestação.
Para o direito do consumidor, a distinção é feita pela remuneração:
- atividade remunerada (seja taxa ou tarifa), é relação de consumo.
- atividade não remunerada não é relação de consumo.
- pedágio:
Para tributaristas, há divergência se é taxa (majoritária) ou tarifa.
Para consumeristas, não há importância na distinção: sendo remunerado, é considerada relação de consumo.
“Natureza bancária, financeira, de crédito ou securitária”: mesmo estando expressamente prevista no código, só foi reconhecida pelos bancos em 2.006, ao perderem a ADIn 2591em 07/06/06 no STF (vide ementa da ADIn abaixo).
- securitária: planos de saúde, convênios, seguro de vida, de bens.
Atenção: STJ: Considerou consumidora a Pessoa Jurídica que adquire seguro para proteger patrimônio próprio.
 
RESP nº 733.560/RJ Rel: Min Nancy Andrighi Julgamento: 11/04/06 3ª Turma
Ementa: Consumidor. Recurso especial. Pessoa jurídica. Seguro contra roubo e furto de patrimônio próprio. Aplicação do CDC.
O que qualifica uma pessoa jurídica como consumidora é a aquisição ou utilização de produtos ou serviços em benefício próprio; isto é, para satisfação de suas necessidades pessoais, sem ter o interesse de repassá-los a terceiros, nem empregá-los na geração de outros bens ou serviços.
Se a pessoa jurídica contrata o seguro visando a proteção contra roubo e furto do patrimônio próprio dela e não o dos clientes que se utilizam dos seus serviços, ela é considerada consumidora nos termos do art. 2.° do CDC.
“Excluídas as relações trabalhistas”: fundamento: existência de subordinação entre patrão e empregado.
ADI 2591 / DF. EROS GRAU Julgamento:  07/06/2006 Tribunal Pleno
EMENTA: Código de Defesa do Consumidor. Art. 5o, XXXII, da CB/88. Art. 170, V, da CB/88. Instituições financeiras. Sujeição delas ao código de defesa do consumidor, excluídas de sua abrangência a definição do custo das operações ativas e a remuneração das operações passivas praticadas na exploração da intermediação de dinheiro na economia [art. 3º, § 2º, do CDC]. Moeda e taxa de juros. Dever-poder do banco central do Brasil. Sujeição ao Código Civil.
1. As instituições financeiras estão, todas elas, alcançadas pela incidência das normas veiculadas pelo Código de Defesa do Consumidor.
2. "Consumidor", para os efeitos do Código de Defesa do Consumidor, é toda pessoa física ou jurídica que utiliza, como destinatário final, atividade bancária, financeira e de crédito.
3. O preceito veiculado pelo art. 3º, § 2º, do Código de Defesa do Consumidor deve ser interpretado em coerência com a Constituição, o que importa em que o custo das operações ativas e a remuneração das operações passivas praticadas por instituições financeiras na exploração da intermediação de dinheiro na economia estejam excluídas da sua abrangência.
DIREITO PROCESSUAL CIVIL – Conhecimento – Prof MURILO SECHIERI
Regras básicas de ônus da prova (Art 333, CPC):
Art. 333 - O ônus da prova incumbe:
I - ao autor, quanto ao fato constitutivo do seu direito;
II - ao réu, quanto à existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor.
- Autor deve provar fatos constitutivos do seu direito.
- Réu deve provar fatos modificativos, extintivos ou impeditivos do direito do autor.
É a defesa de mérito indireta.
8 – Inversão do ônus da prova – três espécies, de acordo com a origem:
1 – inversão convencional: (pouco usual na prática).
Decorre da vontade das partes (333, §ún + 51 VI CDC)
Parágrafo único - É nula a convenção que distribui de maneira diversa o ônus da prova quando:
I - recair sobre direito indisponível da parte;
II - tornar excessivamente difícil a uma parte o exercício do direito.
Art. 51. São nulas de pleno direito, entre outras, as cláusulas contratuais relativas ao fornecimento de produtos e serviços que:
VI - estabeleçam inversão do ônus da prova em prejuízo do consumidor;
Interpretação “a contrariu sensu” dos artigos: se recair sobre direito disponível, não dificultar o exercício de direito a uma parte e não for em prejuízo ao consumidor, é possível convencionar a inversão.
2 – inversão legal: a lei estabelece a inversão. Toda vez que o legisladorestabelecer uma presunção relativa, quem alega não está obrigado a provar; cabe à outra parte provar que o fato não ocorreu. Há inversão.
Decorre das presunções relativas previstas em lei.
Presunção relativa: Quem alega o fato fica dispensado da sua prova, mas se admite que o adversário faça prova em contrário.
Ex: presunção relativa de pagamento em prestações de trato sucessivo. O réu só prova que pagou a última, mas o autor pode provar a inadimplência do réu (322).
3 – inversão judicial: é aquela determinada pelo juiz, em razão das peculiaridades do processo (em lide de consumo).
É o chamado sistema de distribuição dinâmica do ônus.
(O CPC adota a distribuição estática do ônus). Ex: art 6º, CDC:
Art. 6º São direitos básicos do consumidor:
VIII - a facilitação da defesa de seus direitos, inclusive com a inversão do ônus da prova, a seu favor, no processo civil, quando, a critério do juiz, for verossímil a alegação ou quando for ele hipossuficiente, segundo as regras ordinárias de experiências;
Haverá inversão em favor do consumidor, quando:
1 – houver verossimilhança de suas alegações; (como em qualquer caso)
2 – houver hipossuficiência do consumidor na atividade probatória: ou seja, quando para ele a produção da prova for impossível ou muito difícil.
Momento da inversão (três correntes):
1 – (minoritária): ao despachar a PI. Não é aceita, pois ainda não se sabe o que deverá ser provado.
2 – (não majoritária - consumerista): na sentença, já que o ônus se trata de regra de julgamento. A defesa alega cerceamento de defesa, pois se soubesse que o ônus seria invertido, teria se dedicado mais. Não merece guarida, pois as partes se movem pelo interesse, e é notória a possibilidade de inversão.
3 – (majoritária – garantista, processualista): no saneamento, para que se evite a alegação de surpresa.
PROVAS EM ESPÉCIE:
Também chamadas de típicas ou nominadas. São sete.
O rol legal é exemplificativo: são admitidas as provas atípicas ou inominadas.
Ex: prova emprestada, declaração escrita de terceiro, reconstituição de fatos.
1 – Depoimento Pessoal (art 343 a 347, CPC)
2 – Confissão (art 348 a 354, CPC)
3 – Exibição de Documento ou Coisa (art 353 a 363, CPC)
4 – Prova Documental (art 364 a 399, CPC)
5 – Prova Testemunhal (art 400 a 419)
6 – Prova Pericial (art 420 a 439, CPC)
7 – Inspeção Judicial (art 440 a 443, CPC)
1 – DEPOIMENTO PESSOAL (é o depoimento pessoal das partes) art 343 a 347:
- conceito: é um meio de prova pelo qual uma das partes busca obter a confissão do adversário. 
- procedimento: quatro passos:
a) requerimento da parte contrária (juiz não decreta de ofício).
b) deferimento no saneador.
c) intimação pessoal da parte, com a advertência de que o não comparecimento ou a recusa injustificada a responder implicam em pena de confissão (343, § 1º).
É ônus (imperativo de seu próprio interesse), não dever.
(pessoal: intimação por mandado, por correio etc, mas não por advogado).
d) colheita do depoimento, como o testemunhal, na audiência de instrução.
O fundamento do depoimento pessoal é o dever que todos tem de colaborar com o judiciário para a descoberta da verdade (art 339).
A parte não presta compromisso de dizer a verdade (não comete falso testemunho), mas tem dever de dizer a verdade, sob pena de litigância de má-fé.
Recusa a depor: os art 347, CPC e 229, CC flexibilizam o rigor do dever.
Fatos sobre os quais a parte não é obrigada a depor (regras de privilégio).
O advogado da parte ouvida não pode fazer reperguntas.
DIREITO PROCESSUAL PENAL – Prof ANDRÉ ESTEFAM
- Exceções à soberania dos veredictos:
(mérito do crime doloso contra a vida de competência do juiz, e não dos jurados)
1 – absolvição sumária (art 415, CPP):
Na primeira fase do tribunal do júri (sumário da culpa), não há jurado.
O juiz de direito pode absolver sumariamente o réu, exigindo prova plena:
- da inexistência do fato,
- de que o réu não foi o autor do crime,
- de que o fato não constitui infração penal
- de uma excludente de ilicitude ou culpabilidade.
2 – revisão criminal (ação rescisória de coisa julgada penal – art 621 e ss, CPP):
Só cabe revisão criminal em favor do réu. Quem julga é o tribunal togado, e pode anular decisão do júri, em caso de prova plena.
Estas duas exceções são justificáveis, pois somente se dão em favor do réu estando alinhadas com o princípio da plenitude de defesa, além de se exigir prova plena. É possível excepcionar um princípio constitucional, se lastreado em outro.
d) a competência para o julgamento dos crimes dolosos contra a vida;
A Constituinte deu como competência para o Tribunal do Júri o julgamento dos art crimes dolosos contra a vida, tentados ou consumados. (art 121 a 127, CP).
“crimes dolosos”: o homicídio culposo (121, § 3º) é competência do juízo singular.
É competência mínima. A lei pode ampliar esta competência, como o fez o CPP:
Art. 78 - Na determinação da competência por conexão ou continência, serão observadas as seguintes regras:
I - no concurso entre a competência do júri e a de outro órgão da jurisdição comum, prevalecerá a competência do júri;
Crimes comuns conexos a crimes dolosos contra a vida são julgados pelo Júri.
Atenção – pegadinhas:
- latrocínio (art 157, § 3º): não é julgado pelo Tribunal do Júri.
É competência do juiz singular, mesmo que haja ofensa dolosa à vida.
Fundamento: é crime contra o patrimônio (título II, CP). Súm 603, STF:
SÚMULA Nº 603 - A competência para o processo e julgamento de latrocínio é do Juiz singular e não do Tribunal do Júri.
- Genocídio: não é crime doloso contra a vida, é crime contra a humanidade. (crime hediondo) Competência do juiz singular, pela justiça federal.
STF RE 351487/RR Rel:  Min. CEZAR PELUSO Julg:  03/08/2006  Tribunal Pleno
3. COMPETÊNCIA CRIMINAL. Ação penal. Conexão. Concurso formal entre genocídio e homicídios dolosos agravados. Feito da competência da Justiça Federal. Julgamento cometido, em tese, ao tribunal do júri. Inteligência do art. 5º, XXXVIII, da CF, e art. 78, I, cc. art. 74, § 1º, do Código de Processo Penal. Condenação exclusiva pelo delito de genocídio, no juízo federal monocrático. Recurso exclusivo da defesa. Improvimento. Compete ao tribunal do júri da Justiça Federal julgar os delitos de genocídio e de homicídio ou homicídios dolosos que constituíram modalidade de sua execução.
Há duas exceções ao princípio:
1 – Crimes dolosos contra a vida praticados por militar contra militar, em que o fato tem relação à função militar: competência do juiz militar. Sujeitos ativo e passivo são militares.
 Se fosse militar contra civil, seria crime comum, competência do Tribunal do Júri.
2 – regras de foro especial previsto na Constituição Federal (súm 721, STF):
A competência constitucional do Tribunal do Júri prevalece sobre o foro por prerrogativa de função estabelecido exclusivamente pela Constituição Estadual.
 
- prerrogativa prevista na Constituição Estadual: prevalece o Tribunal do Júri.
- prerrogativa prevista na Constituição Federal: prevalece a prerrogativa.
Ex: Promotor Igor foi julgado por homicídio e aborto pelo TJ.
Ex: Promotor Thales foi julgado por homicídio tentado e consumado pelo TJ.
Súm 721 – A competência constitucional do Tribunal do Júri prevalece sobre o foro por prerrogativa de função estabelecido exclusivamente pela Constituição Estadual.
Organização e constituição do Tribunal do Júri:
A Constituição Federal tratou do júri no capítulo dos direitos e deveres individuais e coletivos (art 5º, XXXVIII), não no capítulo da organização do judiciário. Independente, Tribunal do Júri é órgão do judiciário, pertencente à justiça comum. Pode ser estadual, distrital ou federal.
Júri federal: crimes dolosos contra a vida, que tenham a incidência do art 109 (interesse da União).
Ex: patrulheiroda polícia rodoviária federal comete crime de homicídio.
Ex: bomba em avião causa tentativa de homicídio. Crimes dentro de aeronaves são de competência da união.
Fundamentos do tribunal do júri ser órgão do judiciário (78, I, CPP, 54, III, C Est):
Art. 78 - Na determinação da competência por conexão ou continência, serão observadas as seguintes regras:
I - no concurso entre a competência do júri e a de outro órgão da jurisdição comum, prevalecerá a competência do júri;
 Artigo 54 - São órgãos do Poder Judiciário do Estado: III - os Tribunais do Júri;
Características:
1 – é órgão colegiado.
São 26 os integrantes do júri: 1 juiz togado e 25 juízes leigos, os jurados.
O conselho de sentença é formado por 07 jurados.
Quórum mínimo: jurados presentes no dia do julgamento, para abrir sessão: 15 jurados.
2 – heterogeneidade: há diversidade dos integrantes, leigos e togado.
3 – horizontalidade: não há hierarquia entre integrantes, apenas divisão de competência.
4 – temporariedade: os 25 jurados são constantemente renovados. São convocados para atuar por um período chamado de sessão ou reunião periódica, cuja duração é prevista na lei de organização judiciária (normalmente, 1 mês).
Procedimento de Escolha dos jurados:
A tarefa de convocar os jurados é do juiz presidente do júri.
CPP na redação antiga dizia que deveriam ser pessoas que ele conheça pessoalmente, o que era impraticável.
Com a nova redação, juiz expede ofícios a entidades (órgãos públicos, faculdades, associações de classe, grandes empresas) e solicita lista para o TRE.
É mais impessoal.
Com a nova redação do art 440, jurado passa a ter preferência em igualdade de condições em concurso público.
Art. 440.  Constitui também direito do jurado, na condição do art. 439 deste Código, preferência, em igualdade de condições, nas licitações públicas e no provimento, mediante concurso, de cargo ou função pública, bem como nos casos de promoção funcional ou remoção voluntária
Cronograma da escolha:
1 – até 10 de outubro, com o recebimento dos ofícios às entidades, o juiz elabora lista geral provisória. Nesta lista, estão os cidadãos que poderão ser sorteados.
A quantidade de nomes depende do tamanho da comarca, podendo ser até 2.000, 5.000 pessoas, até 20.000, como na capital.
A lista é publicada no DO e afixada no fórum.
2 – até 10 de novembro, publica a lista geral definitiva, com a mesma publicidade.
Ter o nome na lista geral definitiva significa que no ano seguinte, poderá ser convocado para ser jurado.
Só é jurado um dos 25 sorteados para uma reunião periódica. Não precisa ter feito parte de um conselho de sentença.
O intervalo entre as listas é para que qualquer pessoa do povo efetue impugnação (CPP).
As impugnações são julgadas no intervalo, e o impugnante não é intimado da decisão: conhece o resultado, verificando a lista definitiva.
3 – Da decisão que julga a impugnação cabe RESE (art 581, XIV), no prazo de vinte dias da publicação da lista definitiva (normalmente, o prazo do RESE é de 5 dias. O prazo é maior porque o impugnante não é intimado da decisão).
Quem julga o RESE é o presidente do Tribunal de Justiça, ou o presidente do Tribunal Regional Federal, se júri federal.
Art. 581 - Caberá recurso, no sentido estrito, da decisão, despacho ou sentença:
XIV - que incluir jurado na lista geral ou desta o excluir;
4 – sorteio dos 25 jurados (troca reunião periódica, troca os 25 jurados. Pode sortear 25 suplentes para completar).
O sorteio tem que ser feito em audiência pública, a portas abertas, pelo presidente do Tribunal do Júri.
A convocação de representante do Ministério Público local, da Defensoria Pública local, da subseção local da OAB é obrigatória.
(o comparecimento é facultativo, a ausência não anula o sorteio)
Para o MP, sua ausência resulta em descumprimento de dever funcional (LOMP).
Cada um dos nomes da lista geral definitiva é transformado em uma cédula, que é inserida na urna geral.
O sorteio é realizado entre o 15º e o 10º dia útil anterior ao início da reunião periódica.
O juiz (não mais um menor) retira o nome dos 25 jurados para aquela reunião periódica, e convoca por correio, com AR.
(não é mais um menor que sorteia, “símbolo de inocência”: esta regra, há mais de 40 anos, era considerada “ridícula” por José Frederico Marques).
 
5 – a convocação é realizada com AR, pois se trata de uma obrigação. Se desatender a convocação, sujeita-se a multa de 1 a 10 salários mínimos.
	Ofício Requisita
	
	
	Lista Geral Provisória (10 outubro)
	
	
	Lista Geral Definitiva (10 novembro)
	
	
	JURI. Sorteia 25 jurados para a reunião periódica
(15 a 10 dias úteis antes da reunião periódica)
	
	
	Conselho de Sentença: 07 jurados
(abre a sessão com no mínimo 15 jurados)
Requisitos dos Jurados (art 436):
1 – ser maior de 18 anos. (a redação anterior do CPP não seguia a redução do CC, exigindo 21 anos. A nova redação alterou para 18).
2 – ser cidadão: brasileiro nato ou naturalizado no gozo de seus direitos políticos. Por isso que o juiz solicita a lista ao TRE.
3 – notória idoneidade. Verifica a Folha de Antecedentes (FA).
É uma cautela mínima, para evitar que pessoas condenadas por crimes do júri sejam jurados. Neste caso, teria que dissolver o conselho de sentença.
(obs: o requisito de ser residente na comarca foi retirado pelo novo CPP).
LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL – Prof LUIZ VAGGIONE
RACHA (art 308):
Art. 308. Participar, na direção de veículo automotor, em via pública, de corrida, disputa ou competição automobilística não autorizada pela autoridade competente, desde que resulte dano potencial à incolumidade pública ou privada:
Penas - detenção, de seis meses a dois anos, multa e suspensão ou proibição de se obter a permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor.
1 – Conceito: É a competição não autorizada de veículos em via pública.
2 – Requisitos:
1 – participar de disputa, corrida ou competição de veículos automotores.
- corrida: percurso em velocidade de uma distância pré-determinada.
- competição: evento com melhor estrutura e maior número de participantes.
- disputa: forma genérica, qualquer outra conduta, que não envolva exclusivamente a velocidade. Ex: manobras, acrobacias etc.
Sujeito Ativo: é o condutor de veículo automotor.
Logo, o crime é de concurso necessário de condutas paralelas, plurissubjetivo:
- exige-se no mínimo dois condutores competidores.
Participação: como é crime de mão própria, somente é possível a participação, podendo ser exemplificada com co-pilotos, navegadores, juízes, fiscais, torcida organizada, patrocinadores etc. Autor é só o piloto.
O público não concorre para o crime, mesmo na condição de partícipe.
A configuração do crime não exige uma prévia combinação entre os participantes.
2 – elemento normativo: ausência de autorização:
O artigo 67 do CTB prevê autorização para competições em vias públicas.
Ex: Rally dos Sertões.
Art. 67. As provas ou competições desportivas, inclusive seus ensaios, em via aberta à circulação, só poderão ser realizadas mediante prévia permissão da autoridade de trânsito com circunscrição sobre a via e dependerão de:
I - autorização expressa da respectiva confederação desportiva ou de entidades estaduais a ela filiadas;
II - caução ou fiança para cobrir possíveis danos materiais à via;
III - contrato de seguro contra riscos e acidentes em favor de terceiros;
IV - prévio recolhimento do valor correspondente aos custos operacionais em que o órgão ou entidade permissionária incorrerá.
Parágrafo único. A autoridade com circunscrição sobre a via arbitrará os valores mínimos da caução ou fiança e do contrato de seguro.
3 – elemento espacial: via pública. Em locais privados (sítios, fazendas etc) não configura o crime.
4 – infração às regrasde trânsito: risco de dano à incolumidade pública ou privada. Em outras palavras, só com a violação de uma norma de trânsito ligada à segurança no tráfego, é que se configurará o art 308.
Assim, mera competição de originalidade de veículos é fato atípico.
Ex: Chevette amarelo do Vaggione.
Notas sobre racha:
1 – Consumação: no momento da violação da regra de trânsito. A tentativa é impossível. Ou se configura e se consuma, ou é fato atípico.
2 – A infração é de pequeno potencial (PPL de seis meses a dois anos).
O artigo 291, § ún do CTB não é mais aplicado ao 308, pois este passou a ser, durante a vigência do CTB, infração de pequeno potencial.
Como ocorre no art 306, não é possível a composição civil, ou exigir a representação, pois o art 308 tem como sujeito passivo a coletividade.
3 – Além da multa, impõe-se a suspensão ou proibição para dirigir, de dois meses a cinco anos (art 293).
4 – Cautelarmente, pode-se aplicar suspensão ou proibição para dirigir (art 294).
Fundamento: risco à ordem pública (segurança no tráfego de veículos).
5 – Se houver resultado lesivo no contexto de um racha (morte ou lesão corporal), aplica-se os artigos 121 ou 129, CP: os respectivos crimes absorvem o art 308.
Há homicídio doloso (ou, no mínimo, preterdoloso). Vai para júri popular.
6 – é possível agravar a pena (art 298, CTB):
Art. 298. São circunstâncias que sempre agravam as penalidades dos crimes de trânsito ter o condutor do veículo cometido a infração:
I - com dano potencial para duas ou mais pessoas ou com grande risco de grave dano patrimonial a terceiros;
II - utilizando o veículo sem placas, com placas falsas ou adulteradas;
III - sem possuir Permissão para Dirigir ou Carteira de Habilitação;
IV - com Permissão para Dirigir ou Carteira de Habilitação de categoria diferente da do veículo;
V - quando a sua profissão ou atividade exigir cuidados especiais com o transporte de passageiros ou de carga;
VI - utilizando veículo em que tenham sido adulterados equipamentos ou características que afetem a sua segurança ou o seu funcionamento de acordo com os limites de velocidade prescritos nas especificações do fabricante;
VII - sobre faixa de trânsito temporária ou permanentemente destinada a pedestres.
FALTA DE HABILITAÇÃO (art 309):
Art. 309. Dirigir veículo automotor, em via pública, sem a devida Permissão para Dirigir ou Habilitação ou, ainda, se cassado o direito de dirigir, gerando perigo de dano:
Penas - detenção, de seis meses a um ano, ou multa.
Elementos normativos do tipo:
1 – dirigir: movimentar o veículo, operando seus controles.
2 – na via pública: vias internas de condomínio fechado são vias públicas.
3 – sem a devida permissão ou habilitação: abrange:
a) inexistência de permissão ou habilitação;
- Permissão: prazo de um ano de quem supera os exames de habilitação.
b) habilitação em categoria diferente. (categorias de habilitação: art 143, CTB).
c) habilitação cassada: o motorista teve o direito de dirigir cassado.
- hipóteses de cassação (art 263, CTB):
Art. 263. A cassação do documento de habilitação dar-se-á:
I - quando, suspenso o direito de dirigir, o infrator conduzir qualquer veículo;
II - no caso de reincidência, no prazo de doze meses, das infrações previstas no inciso III do art. 162 e nos arts. 163, 164, 165, 173, 174 e 175;
III - quando condenado judicialmente por delito de trânsito, observado o disposto no art. 160.
Cassação é diferente de suspensão (art 263: atingiu 20 pontos).
4 – “gerando perigo de dano”: Só há crime se o condutor praticar comportamento anormal na direção.
Sem o comportamento anormal, não há crime, tampouco contravenção penal.
STF: o art 309 exige a produção de um risco (vide súm 720 e HC 80.362, abaixo).
Sujeito ativo: é o condutor do veículo automotor. É crime de mão própria, exige atuação pessoal do agente.
Crime de mão própria só admite participação. Antes de admiti-la no âmbito do art 309, é preciso verificar se o comportamento não se enquadra no art 310.
Ou seja: Pessoas que concorram para o crime são partícipes, desde que as suas condutas não se enquadrem no art 310, porque neste caso, responderão pelo crime autônomo.
Art. 310. Permitir, confiar ou entregar a direção de veículo automotor a pessoa não habilitada, com habilitação cassada ou com o direito de dirigir suspenso, ou, ainda, a quem, por seu estado de saúde, física ou mental, ou por embriaguez, não esteja em condições de conduzi-lo com segurança:
Penas - detenção, de seis meses a um ano, ou multa.
Sujeito passivo: é a coletividade.
Veículo automotor: no conceito de veículo automotor estão incluídos os ciclomotores. Contudo, conduzi-los sem autorização é fato atípico, porque da autorização não cuida o artigo 309.
Mera falta de habilitação: é fato atípico. O sujeito não é habilitado, mas não demonstra comportamento anormal na direção.
Pleno STF: HC nº 80.362. Mesmo entendimento: súmula 720, STF:
RHC 80362 / SP Rel:  Min. ILMAR GALVÃO Julg: 14/02/2001 Tribunal Pleno
EMENTA: HABEAS CORPUS. ARTIGO 32, PRIMEIRA PARTE, DA LEI DE CONTRAVENÇÕES PENAIS. DISPOSITIVO QUE RESULTOU REVOGADO PELO NOVO CÓDIGO DE TRÂNSITO BRASILEIRO - CTB. Se é certo que não houve revogação expressa do dispositivo em apreço e, também, que, em tese, não seria ele incompatível com o disposto no art. 309 do CTB, a sua derrogação, na parte indicada, decorreu de haver o CTB, como é próprio das codificações, tratado de todas as infrações penais comissíveis na condução de veículos automotores, o que, de resto, ficou expressamente declarado no art. 161. Habeas corpus deferido
Súm 720: o art. 309 do Código de Trânsito Brasileiro, que reclama decorra do fato perigo de dano, derrogou o art. 32 da Lei das Contravenções Penais no tocante à direção sem habilitação em vias terrestres.
Art. 32. Dirigir, sem a devida habilitação, veículo na via pública, ou embarcação a motor em águas públicas: Pena - multa.
Em resumo, o artigo 309 derrogou o art. 32, da LCP, que doravante só é utilizado para tipificar a direção não habilitada de embarcação a motor em águas públicas.
Notas:
1 – dirigir com a habilitação vencida ou exame médico vencido: ainda que superados os trinta dias concedidos para a renovação da CNH, este fato é um indiferente penal. Configura-se apenas infração administrativa do art 162,V, CTB.
O STJ assim entendeu, aplicando o princípio da proporcionalidade, para distinguir esta situação daquela em que o motorista jamais se submeteu a exames de habilitação e gera perigo de dano (configura o 309).
2 – dirigir sem portar CNH (é habilitado, mas não porta): infração administrativa, art 162, I, CTB.
3 – dirigir com CNH suspensa: configura crime autônomo, isto é, 307, CTB, cuja pena é de seis meses a um ano de detenção, multa e um prazo adicional de suspensão ou proibição para dirigir.
4 – dirigir com CNH falsa: dois crimes: 304, c/c 297, CP (uso de documento público falso), e 309, CTB, em concurso material.
5 – a falta de habilitação será absorvida no concurso com outro crime de trânsito, transformando-se:
a) em uma simples agravante genérica (vide art 298, III e IV)
b) ou em uma causa de aumento (art 302, § ún, I):
Parágrafo único. No homicídio culposo cometido na direção de veículo automotor, a pena é aumentada de um terço à metade, se o agente:
I - não possuir Permissão para Dirigir ou Carteira de Habilitação;
6 – a ação penal é pública incondicionada, lembrando-se que a infração é de competência do JECRIM.
DIREITO PROCESSUAL CIVIL – Teoria Geral – Prof MARCUS VINÍCIUS
1.2 – Assistência Litisconsorcial:
Só ocorre no campo da legitimidade extraordinária (substituição processual).
O titular do direito não está em juízo. Quem está em juízo não é o titular do direito.
São o substituído (atingido pela coisa julgada material) e o substituto processual(parte).
Nota: a coisa julgada pode atingir quem está fora do processo: o substituído processual, titular do direito.
Se o substituído quiser entrar no processo, entra como assistente litisconsorcial.
Só existe assistente litisconsorcial na legitimidade extraordinária.
Só pode ser assistente litisconsorcial o titular do direito.
Conclusão:
Assistência simples: existem duas relações jurídicas diferentes, mas interligadas. A decisão de uma ação interfere na outra. O assistente simples é titular de uma relação jurídica diferente da que está sendo discutida.
Assistência litisconsorcial:o assistente é titular da própria relação jurídica que está sendo discutida. Era para ser parte, mas não foi. Entrou depois. Há legitimidade extraordinária.
Assistente litisconsorcial tem mais interesse, é mais atingido, tem mais poderes que o assistente simples.
Exemplo de assistente litisconsorcial:
Condomínio. A, B e C são condôminos em um imóvel, possuindo um terço cada um. O imóvel é invadido por D
A ação pode ser movida por A, B ou C, em conjunto ou isoladamente. 1.314, CC:
Art. 1.314. Cada condômino pode usar da coisa conforme sua destinação, sobre ela exercer todos os direitos compatíveis com a indivisão, reivindicá-la de terceiro, defender a sua posse e alhear a respectiva parte ideal, ou gravá-la.
Se a ação for proposta por apenas um dos condôminos (A), este defende interesse seu e dos outros (B e C). é concomitantemente legitimado ordinário e extraordinário.
B e C estão de fora, são substituídos processuais.
Se quiserem entrar, serão como assistentes litisconsorciais.
Independentemente dos condôminos estarem litigando em conjunto ou isoladamente, a coisa julgada material atinge os três, sempre.
Se propuserem a inicial em conjunto, são litisconsortes. É litisconsórcio facultativo (poderia ser só um) e unitário (a sentença não pode ser diferente).
Só existe litisconsórcio facultativo e unitário no campo da legitimidade extraordinária.
Se os outros condôminos só entram depois de proposta a ação, entram como assistentes litisconsorciais.
Barbosa Moreira: “o assistente litisconsorcial é um litisconsorte facultativo, unitário e ulterior”.
Poderes dos assistentes (simples ou litisconsorcial):
- Assistente litisconsorcial tem os mesmos poderes que um litisconsorte.
A única diferença é que o assistente litisconsorcial pega o processo no estado em que se encontra.
No momento que o assistente litisconsorcial entrou, ele vira parte. 50, § ún, CPC:
Parágrafo único - A assistência tem lugar em qualquer dos tipos de procedimento e em todos os graus da jurisdição; mas o assistente recebe o processo no estado em que se encontra.
Tanto é verdade que o assistente litisconsorcial é considerado como parte depois que entra no processo, que a jurisprudência determina que se o Réu assistido e o assistente litisconsorcial, tiverem advogados diferentes, aplica-se a regra do art 191, CPC: todos os prazos serão em dobro.
Em tese, a regra só se aplica a litisconsortes.
Art. 191 - Quando os litisconsortes tiverem diferentes procuradores, ser-lhes-ão contados em dobro os prazos para contestar, para recorrer e, de modo geral, para falar nos autos.
- Assistente simples: tem menos poderes que a parte.
Não está sendo discutida a sua relação jurídica, mas a do assistido.
O assistente simples pode praticar todos os atos que ele queira, desde que não haja proibição do assistido.
O assistido tem poder de veto sobre os atos do assistente.
Ex: assistente simples pode apelar, desde que o assistido concorde com apelação
Assistente simples pode arrolar testemunhas, desde que o assistido concorde com a testemunha.
(“se o assistido quiser, pode impedir a atuação do assistente simples”)
O veto não costuma ocorrer, porque o assistente tem interesse que o assistido ganhe o processo.
Atenção:
“eu só posso fazer o que é expressamente permitido”
“eu posso fazer tudo que não seja expressamente proibido”
São frases diferentes, e o assistente simples se encaixa na segunda.
O assistente simples não precisa de autorização expressa; no silêncio do assistido, pode agir.
Efeitos da assistência:
- Assistente litisconsorcial: substituto entra com ação para defender direito seu e dos substituídos: se entrarem junto na inicial, se entrarem depois como assistentes litisconsorciais ou se nem entrarem, serão atingidos pela Coisa Julgada Material, pois estão no campo da legitimidade extraordinária.
Aquele que pode entrar como assistente litisconsorcial será atingido pela coisa julgada material, intervindo ou não no processo.
- Assistente simples: não é atingido pela coisa julgada material, pois a relação que está sendo discutida é diferente da dele.
O assistente simples é atingido pela Justiça da Decisão. Art 55, CPC:
Art. 55 - Transitada em julgado a sentença, na causa em que interveio o assistente, este não poderá, em processo posterior, discutir a justiça da decisão, salvo se alegar e provar que:
I - pelo estado em que recebera o processo, ou pelas declarações e atos do assistido, fora impedido de produzir provas suscetíveis de influir na sentença;
II - desconhecia a existência de alegações ou de provas, de que o assistido, por dolo ou culpa, não se valeu.
Justiça da decisão não é coisa julgada material, são fenômenos diferentes.
- Assistente litisconsorcial: é atingido pela coisa julgada material, intervindo ou não.
- Assistente simples: só é atingido pela justiça da decisão, e somente se intervir no processo. Se ficar de fora, não é atingido por nada.
Justiça da Decisão: é uma expressão técnica que consiste nos efeitos que atingem quem interveio como assistente simples: imutabilidade da fundamentação
Sentença: relatório, fundamentação (motivação – analisa causa de pedir, fundamentos da inicial e da defesa) e dispositivo (julga o pedido).
Coisa julgada material: Quando transitada em julgado a sentença, entre as partes, só o dispositivo não poderá mais ser discutido.
À imutabilidade do dispositivo se dá o nome de coisa julgada material.
Relatório e fundamentação poderão ser mudados, decididos de outra maneira em outro processo.
A coisa julgada atinge as partes e o assistente litisconsorcial (virou parte).
Justiça da decisão é a imutabilidade da fundamentação, após o trânsito em julgado. As partes não são atingidas pela justiça da decisão.
Para o assistente simples, não se torna imutável o dispositivo da sentença, mas a fundamentação.
Conclusão: o assistente simples sofre conseqüência que não atinge as partes nem o assistente litisconsorcial.
Ex: acidente de trânsito: na fundamentação, deve responder quatro questões:
Se houve acidente, se houve dano, se há nexo causal entre eles e se há culpa do réu (em caso de responsabilidade subjetiva).
Sendo afirmativas, a sentença é procedente. Sendo uma negativa, improcedente.
Seguradora como assistente simples: age para que uma resposta seja negativa.
Seguradora não consegue, ação procedente.
- Dispositivo: imutável para as partes.
- Fundamentação: imutável para o assistente simples.
O segurado perdeu e entra com regresso contra a seguradora. Seguradora não pode se defender alegando defesa contrária às respostas do juiz naquele processo. A fundamentação é imutável para o assistente simples. Essa é a justiça da decisão.
O assistente simples não será atingido pela justiça da decisão se ingressou em uma fase muito avançada do processo, ou se teve de alguma forma sua atuação limitada pelo assistido. Art 55, I e II.
DIREITO COMERCIAL – Prof MARCELO TADEU COMETTI
b) espécies de assembléia geral:
Há três espécies de assembléia:
- Assembléia Geral Ordinária (AGO);
- Assembléia Geral Extraordinária (AGE);
- Assembléia Geral Ordinária e Extraordinária (AGOE)- Assembléia Geral Ordinária (AGO):
Conceito: é aquela que será realizada anualmente, nos quatro primeiros meses seguintes ao término do exercício social, tendo por competência privativa deliberar sobre as matérias do art 132, LSA.
É assembléia comum, deliberação de assuntos comuns, corriqueiros da SA.
Exercício social: é o período de 12 meses, cujas datas de início e término são fixadas no Estatuto Social.
Não necessariamente deve coincidir com o ano civil (ano fiscal).
Portanto, as matérias da Assembléia Geral estão subordinadas às atividades ocorridas no exercício social.
Atenção: é possível, excepcionalmente, que o exercício social tenha menos de 12 meses. Ex: na instituição ou na extinção da SA (será só aquele período do ano).
O rol do art 132 é taxativo:
- prestação de contas dos administradores e demonstrações financeiras.
- destinação do lucro.
- eleição dos membros da administração e do conselho fiscal. Podem ser eleitos por até três anos (por isso “se for o caso” do inciso III).
Art. 132. Anualmente, nos 4 (quatro) primeiros meses seguintes ao término do exercício social, deverá haver 1 (uma) assembléia-geral para:
I - tomar as contas dos administradores, examinar, discutir e votar as demonstrações financeiras;
II - deliberar sobre a destinação do lucro líquido do exercício e a distribuição de dividendos;
III - eleger os administradores e os membros do conselho fiscal, quando for o caso;
IV - aprovar a correção da expressão monetária do capital social (artigo 167).
- Assembléia Geral Extraordinária (AGE):
É aquela que será realizada a qualquer tempo, sendo competente para deliberar sobre qualquer assunto de interesse da sociedade, exceto as matérias de competência privativa da AGO.
Serve para tratar de qualquer outro assunto que não descrito na AGO. Pode ter várias AGE por ano, ou ficar anos sem ter.
Exemplo: Uma Companhia tem exercício social coincidente com o exercício fiscal.
Uma assembléia é convocada para 30 de outubro, para tratar da aprovação de prestação de contas demonstrações financeiras dos administradores e distribuição dos lucros.
Mesmo fora do prazo de quatro meses, é uma assembléia geral ordinária:
A definição é pela matéria. Não há sanção se a assembléia geral ordinária ocorrer fora do prazo de quatro meses após o término do exercício social, mas enquanto a assembléia geral ordinária não ocorrer, os administradores não se exoneram dos atos praticados.
Muito embora a Assembléia geral ordinária deva ser realizada nos quatro primeiros meses seguintes ao término do exercício social, se a assembléia geral tiver por objeto a prestação de contas dos administradores, demonstrações financeiras do exercício, e destinação dos lucros sociais, ela será da espécie ordinária, ainda que se realize fora do prazo legal.
O que diferencia uma assembléia geral ordinária de uma assembléia geral extraordinária é a sua matéria, e não o período em que é realizada.
Art. 131. A assembléia-geral é ordinária quando tem por objeto as matérias previstas no artigo 132, e extraordinária nos demais casos.
Parágrafo único. A assembléia-geral ordinária e a assembléia-geral extraordinária poderão ser, cumulativamente, convocadas e realizadas no mesmo local, data e hora, instrumentadas em ata única.
- Assembléia Geral Ordinária e Extraordinária (AGOE): quando os administradores quiserem tratar de matérias de uma AGO e de uma AGE, podem convocar uma AGOE, realizando a deliberação das matérias cumulativamente (art 131, § ún). Tal medida significa economia nas publicações.
c) formalidades para a sua realização:
Em regra, compete ao conselho de administração, se houver, ou à diretoria, convocar Assembléia Geral de Acionistas (art 123, caput):
Art. 123. Compete ao conselho de administração, se houver, ou aos diretores, observado o disposto no estatuto, convocar a assembléia-geral.
Outras hipóteses de competência (art 123, §ún): 
Parágrafo único. A assembléia-geral pode também ser convocada:
a) pelo conselho fiscal, nos casos previstos no número V, do artigo 163;
b) por qualquer acionista, quando os administradores retardarem, por mais de 60 (sessenta) dias, a convocação nos casos previstos em lei ou no estatuto;
c) por acionistas que representem cinco por cento, no mínimo, do capital social, quando os administradores não atenderem, no prazo de oito dias, a pedido de convocação que apresentarem, devidamente fundamentado, com indicação das matérias a serem tratadas;
d) por acionistas que representem cinco por cento, no mínimo, do capital votante, ou cinco por cento, no mínimo, dos acionistas sem direito a voto, quando os administradores não atenderem, no prazo de oito dias, a pedido de convocação de assembléia para instalação do conselho fiscal. 
Modo de convocação:
Mediante publicação de no mínimo três anúncios em jornal de grande circulação e no Diário Oficial do Estado ou da União (art 289):
Art. 289. As publicações ordenadas pela presente Lei serão feitas no órgão oficial da União ou do Estado ou do Distrito Federal, conforme o lugar em que esteja situada a sede da companhia, e em outro jornal de grande circulação editado na localidade em que está situada a sede da companhia.
Prazos:
O prazo varia em decorrência de ser uma SA aberta ou fechada, e de ser em primeira ou segunda convocação.
Atenção: a lei das SA só se preocupa com a data do primeiro anúncio.
O segundo e o terceiro anúncio podem ser na véspera, na antevéspera etc.
Em se tratando de Companhias Fechadas, o primeiro anúncio para a primeira convocação da Assembléia Geral deverá ser publicado com uma antecedência mínima de oito dias da data da realização da assembléia.
Caso a assembléia não seja instalada, será realizada segunda convocação, hipótese em que o primeiro anúncio deverá anteceder a data de realização da assembléia em no mínimo cinco dias.
Em se tratando de Companhias Abertas, o primeiro anúncio para primeira convocação da Assembléia Geral deverá ser publicado com uma antecedência mínima de 15 dias da data de realização da assembléia.
Caso a assembléia não seja instalada, será realizada uma segunda convocação, hipótese em que o anúncio deverá anteceder a data de realização da assembléia em no mínimo oito dias.
Fundamento: Cias Abertas possuem maior número de acionistas, em tese precisam de maior prazo de antecedência para realização de uma Assembléia.
	PRAZOS
	1ª Convocação
1º Anúncio
	2ª Convocação
1º Anúncio
	Cias Fechadas
	08 dias
	05 dias
	Cias Abertas
	15 dias
	08 dias
Atenção: Se não houver quórum os presentes se retiram e não se realiza a Assembléia, devendo haver uma segunda convocação.
Art. 124. A convocação far-se-á mediante anúncio publicado por 3 (três) vezes, no mínimo, contendo, além do local, data e hora da assembléia, a ordem do dia, e, no caso de reforma do estatuto, a indicação da matéria.
§ 1º A primeira convocação da assembléia-geral deverá ser feita:
I - na companhia fechada, com 8 (oito) dias de antecedência, no mínimo, contado o prazo da publicação do primeiro anúncio; não se realizando a assembléia, será publicado novo anúncio, de segunda convocação, com antecedência mínima de 5 (cinco) dias;
II - na companhia aberta, o prazo de antecedência da primeira convocação será de 15 (quinze) dias e o da segunda convocação de 8 (oito) dias. 
Art 124, § 4º: A convocação será desnecessária se estiver presente 100% do capital social (ordinária e preferencial – não vota mas usa da palavra).
Se for SA fechada, pode convocar por carta, não precisa publicar edital, desde que previsto no estatuto.
Procurador (AAA): O acionista poderá ser representado por procurador que tenha sido constituído a menos de um ano, e que seja acionista, administrador da cia ou advogado do outorgante.
Outras hipóteses de competência:
Uma das matérias para uma Assembléia Geral Ordinária é a prestação de contas dos

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