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Origem e Estrutura do Sindicalismo no Brasil

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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE GOIÁS
CURSO DE ADMINISTRAÇÃO
GESTÃO DAS RELAÇÕES NO TRABALHO
SINDICALISMO NO BRASIL
CHRISTIANO SILVA FERREIRA
GOIÂNIA
OUTUBRO 2014
INTRODUÇÃO
Neste trabalho procurei analisar a origem do sindicalismo no Brasil, sua estrutura sindical - conceituar e contextualizar sua formação e entender como funciona na prática os sindicatos, quais são seus princípios, suas diferentes categorias, obrigações legais, como são subsidiados - contribuição obrigatória (conhecida como imposto sindical) e também arrecadam recursos por via de contribuições assistenciais (estipuladas em dissídios, acordos e convenções coletivas) ou confederativas, e quais são as atribuições exclusivas dos sindicatos, enfim o modelo sindical vigente.
ORIGENS	DO SINDICALISMO NO BRASIL
Classe Operária
Sua origem remonta nos últimos anos do século XIX e está vinculada ao processo de transformação de nossa economia, cujo centro agrário era o café: substituição do trabalho escravo pelo trabalho assalariado; transferência do lucro do café para a indústria; e poder político nas mãos dos cafeicultores. Suas primeiras formas de organização foram: 1. Sociedades de socorro e ajuda mútua; e 2. União operária, que com o advento da indústria passou a se organizar por ramo de atividade dando origem aos sindicatos.
Auge do movimento anarquista
• A crise de produção gerada pela Primeira Guerra Mundial e a queda vertiginosa dos salários dos operários, caracterizou-se por uma irresistível onda de greves - 1917 a 1920.
Superação do Anarquismo - Suas limitações
Reivindicações exclusivamente econômicas;
• Negação da luta política;
• Não exigia do estado sequer uma legislação trabalhista;
• Não admitiam a existência de um partido político operário;
• Não aceitavam alianças com os setores subalternos da sociedade.
BREVE HISTÓRIA DO SINDICALISMO NO BRASIL
A história do sindicalismo no Brasil iniciou-se no período do grande influxo da imigração europeia ocorrido no século XIX.
Após a revolução industrial, a Europa já assistia a uma série de movimentos dos trabalhadores que reivindicavam melhores condições de salário e de trabalho (redução de jornadas diárias, segurança no trabalho, etc.). Tais movimentos foram tomando corpo ideológico mais preciso com o advento de ideários como o anarquismo e o socialismo. Nesta primeira fase dos movimento sindicais predominava o mutualismo das associações de classe destinadas à resolução dos problemas enfrentados pela comunidade de trabalhadores. Tais associações arrecadavam fundos para doenças, manutenção de escolas, aposentadoria e invalidez, etc.. Com o crescente contato das associações de trabalhadores com as novas ideologias anarquistas e socialistas, os movimentos tomaram maior força política. A consciência de classe apenas dava seus primeiros passos na história.
No Brasil, a própria novidade da existência de uma classe operária acarretava na total inexistência de leis que regulamentassem suas atividades profissionais. Desta forma, os trabalhadores enfrentava péssimas condições de trabalho e cumpriam extenuantes jornadas diárias, não havendo então nenhum respaldo legal destinado aos seus direitos. Entre os primeiros movimentos sindicais, a grande divergência entre socialistas e anarquistas se resumia na defesa da organização partidária pelos primeiros e a recusa completa destas organizações por parte dos anarquistas.
Já no final do século XIX, surgiam as associações que deram origem aos sindicatos: as Ligas Operárias já apresentavam suas ações além do mero mutualismo ao organizar as primeiras greves, movimentos reivindicatórios destinados à redução das jornadas diárias, aumento de salários e melhores condições de trabalho.
Os movimentos dos trabalhadores brasileiros também ganharam novo alento com as notícias da Revolução Soviética de 1917, gerando uma nova esperança para a classe operária: já em 1917 ocorre a primeira grande greve em São Paulo, sendo de início violentamente reprimida pelas forças policiais e, posteriormente, recebendo a devida atenção da classe dirigente ao obter vitórias em suas reivindicações. A partir desta primeira vitória, o movimento operário tendeu a um grande desenvolvimento no Brasil, decaindo apenas na década de vinte em função da ainda precária organização do próprio movimento. Apesar deste aspecto, em 1922 é criado o PCB (Partido Comunista Brasileiro), sendo um marco do declínio das idéias anarquistas no seio do movimento operário.
Os movimentos da classe trabalhadora somente retomam seu vigor após a Revolução de 30 : o então presidente da República, Getúlio Vargas, visando consolidar sua posição no cenário político através de medidas populares, empreende um série de medidas favoráveis aos trabalhadores e à formação dos sindicatos (criação do salário mínimo, da Justiça do Trabalho, instituição do imposto sindical e da jornada de trabalho de oito horas, obrigatoriedade da carteira de trabalho). A oficialização dos sindicatos resultou da promulgação da CLT (Consolidação das Leis de Trabalho), conjunto de leis trabalhistas vigente até nossos dias. Desta forma, os sindicatos, ainda que assumindo nova força política, passam a se situar sob grande controle do próprio estado.
Os movimentos trabalhistas sofrem grandes golpes a partir da década de 40: em 1947 foi decretado o fechamento do PCB. O movimento deste partido junto à classe trabalhadora teve seu prosseguimento na clandestinidade. Anteriormente, os movimento sindicais já eram bastante perseguidos como uma "ameaça comunista", havendo então violenta repressão de manifestações públicas e intervenções em vários sindicatos. Ainda assim, posteriormente houve a criação de diversos órgãos sindicais que visavam uma unificação dos movimentos trabalhistas e assumindo posturas políticas mais radicais. Na década de 60 houve então uma inédita organização de trabalhadores do campo, surgida no Nordeste: as Ligas Camponesas pregavam uma reforma agrária visando mais democracia na distribuição das terras então dominadas pelos grandes proprietários e posteriormente, através do Primeiro Congresso dos Trabalhadores do Campo, realizado em 1961, os trabalhadores rurais exigiam a validade da CLT também para suas atividades. Também surgiu em 1962 a Confederação Geral dos Trabalhadores e outros órgãos similares que, embora se utilizando do discurso radical, não chegaram a possuir grande representatividade entre os trabalhadores, pois apenas uma pequena parcela de operários era sindicalizada.
O grande golpe desferido sobre os movimentos trabalhistas ocorreram durante a implantação do regime militar de 64, período de maior repressão política exercida sobre os sindicalistas e sobre a sociedade de um modo geral. O regime militar tratou de punir severamente os sindicatos através de intervenções e prisões dos líderes sindicais.
O movimento sindical no país ressurgiu com alguma força só após 1970 e, em 1978, a greve ocorrida na Scania no ABC paulista inaugura uma nova fase na história do sindicalismo brasileiro: as notícias da greve incentivam em várias regiões do país a retomada das mobilizações sindicais.
ESTRUTURA SINDICAL NO BRASIL
A estrutura sindical brasileira é constituída de forma piramidal,  onde se abrigam os Sindicatos, Federações, Confederações e Centrais  Sindicais, que foram recentemente reconhecidas. Na base dessa  estrutura estão, nos municípios-sede e cidades vizinhas, que formam a chamada base territorial, os Sindicatos representativos de suas respectivas categorias profissionais. Os sindicatos, portanto, estão na base dessa pirâmide sindical.
O Brasil adota o sistema de unicidade sindical, ou seja, um só sindicato por cidade ou região para cada categoria profissional. Exemplo: o Sindicato dos Empregados no Comércio no Estado de Goiás – Seceg – representa os comerciários de Goiânia e cidades vizinhas, que formam a sua base territorial, com unidades no Setor Leste Vila Nova, Campinas e no Setor Garavelo, em Aparecida. Graças à unicidade,fica vetada a criação de uma outra entidade sindical para representar essa categoria profissional.
As Federações agregam as entidades sindicais do Estado. Exemplo: a Federação dos Trabalhadores no Comércio do Estado de Goiás - Fetracom - é constituída por sindicatos da capital e do interior. As Confederações, assim como as Centrais, têm abrangência nacional. Essa estrutura garante a presença do sistema sindical em todo o País. As Confederações englobam as Federações e estão no topo da pirâmide  sindical. Através de nossa Federação, somos filiados à CNTC - Confederação Nacional dos Trabalhadores no Comércio e à Força Sindical.
A estrutura sindical brasileira está contemplada no Artigo 8º da Constituição Brasileira. Eis que diz a nossa Carta Magna:É livre a associação profissional ou sindical, observado o seguinte: 
I - a lei não poderá exigir autorização do Estado para a fundação de sindicato, ressalvado o registro no órgão competente, vedadas ao Poder Público a interferência e a intervenção na organização sindical;
II - é vedada a criação de mais de uma organização sindical, em qualquer grau, representativa de categoria profissional ou econômica, na mesma base territorial, que será definida pelos trabalhadores ou empregadores interessados, não podendo ser inferior à área de um Município;
III - ao sindicato cabe a defesa dos direitos e interesses coletivos ou individuais da categoria, inclusive em questões judiciais ou administrativas; 
IV - a assembléia geral fixará a contribuição que, em se tratando de categoria profissional, será descontada em folha, para custeio do sistema confederativo da representação sindical respectiva, independentemente da contribuição prevista em lei;
V - ninguém será obrigado a filiar-se ou a manter-se filiado a sindicato;
VI - é obrigatória a participação dos sindicatos nas negociações 
coletivas de trabalho;
VII - o aposentado filiado tem direito a votar e ser votado nas 
organizações sindicais;
VIII - é vedada a dispensa do empregado sindicalizado a partir do registro da candidatura a cargo de direção ou representação sindical 
e, se eleito, ainda que suplente, até um ano após o final do mandato, salvo se cometer falta grave nos termos da lei. 
Parágrafo único. As disposições deste artigo aplicam-se à organização de sindicatos rurais e de colônias de pescadores, atendidas as condições que a lei estabelecer. 
A ESTRUTURA SINDICAL BRASILEIRA
A estrutura sindical está estabelecida no art. 8º IV da CF e art. 511 e seguintes da CLT. É chamado sistema confederativo. Não é um sistema hierarquizado, mas de coordenação.
O artigos 534 e 535 da CLT definem, respectivamente as Federações e as Confederações. O artigo 511 da CLT define os Sindicatos.
As centrais sindicais não integram o sistema confederativo e foram regulamentadas e definidas pela Lei n° 11.648/2008.
Sindicatos são pessoas jurídicas de direito privado que têm base territorial de atuação e são reconhecidas por lei como representantes de categorias de trabalhadores ou econômicas (empregadores).
Defendem os direitos e interesses, coletivos ou individuais, de uma categoria profissional. Em questões judiciais ou administrativas os sindicatos representam edefendem os interesses da categoria.
Além disso, os sindicatos mantêm serviços de orientação sobre direitos trabalhistas e a maioria deles conta também com um departamento jurídico para defender os interesses de seus associados.
   Os Sindicatos funcionam a partir da associação de trabalhadores que pertencem a uma mesma categoria profissional ou de empresas ou entidades de atuam em um mesmo ramo de atividades. Os sindicatos de trabalhadores são chamados de Sindicatos Profissionais e do de empresas ou entidades de Sindicatos Patronais.
No Brasil os sindicatos são subsidiados por uma contribuição obrigatória (conhecida como imposto sindical) e também arrecadam recursos por via de contribuições assistenciais (estipuladas em dissídios, acordos e convenções coletivas) ou confederativas.
    Com competência legal para representar suas categorias na base territorial de sua atuação, os sindicatos são necessários para validar toda norma coletiva, que pode ser de três naturezas: Dissídios coletivos, Convenções coletivas ou Acordos coletivos.
    O empregador não pode impedir que o trabalhador organize e participe de sindicatos. Este é um direito do trabalhador garantido por lei ao trabalhador (CLT, art. 511).
Atribuições do Sindicato:
São atribuições exclusivas dos sindicatos:
• representar os interesses da categoria perante autoridades administrativas (prefeituras, governadores, secretários de estado e municipais, delegados regionais do trabalho etc) e judiciários (presidentes dos tribunais e juízes em geral);
• celebrar convenções coletivas de trabalho;
• eleger ou designar os representantes da categoria respectiva ou profissão liberal;
• colaborar com o estado, como órgãos técnicos e consultivos, para a solução deproblemas relacionados com a categoria profissional que representa;
• recolher e administrar as contribuições de todos aqueles que participam da categoria profissional representada;
• fundar e manter agências de colocação recolocação profissional (sindicatos profissionais).
   Os sindicatos de trabalhadores têm a obrigação legal de deixar disponível auxílio jurídico para os que não puderem arcar com honorários advocatícios e têm a prerrogativa de homologar rescisões trabalhistas caso o trabalhador tenha mais de um ano de casa. Sem esta homologação, a rescisão pode ser contestada na justiça e não possível receber o pagamento das verbas das rescisórias.
REPRESENTAÇÃO SINDICAL : 
É do poder, inerente à entidade sindical, de representar os interesses individuais ou coletivos de uma categoria profissional ou econômica. A representação sindical é prevista em lei, tanto no artigo 513, da CLT, como no artigo 8º, inciso III, da Constituição Brasileira.
UNICIDADE SINDICAL:
É o reconhecimento legal, de apenas um Sindicato na qualidade de representante de uma categoria, profissional ou econômica, em determinada base territorial. A Constituição Federal de 1988, em seu artigo 8º, inciso II, dispõe "É vedada a criação de mais de uma organização sindical, em qualquer grau, representativa de categoria profissional pelos trabalhadores ou empregadores interessados, não podendo ser inferior à área de um Município". A unicidade sindical garante ao Sindicato o direito de negociar para toda a categoria e não só para os associados.
 Constituição Federal proibiu por meio do artigo 8o, II, a criação de mais de um sindicato representativo da mesma categoria profissional ou econômica, na mesma área geográfica. Mas essa vedação não significa que não possa haver o desmembramento de um sindicato para a constituição de outro mais específico e de menor abrangência, desde que respeitada a base territorial mínima de um município.
Foi com esse fundamento que a 6a Turma do TRT-MG julgou desfavoravelmente o recurso (0001065-21.2010.5.03.0018 ED) do Sindicato dos Empregados nas Empresas de Refeições Coletivas de Minas Gerais - SEERC-MG que alegava ser o único representante da categoria dos trabalhadores das empresas de fornecimento de lanches coletivos do Estado de Minas Gerais e que, portanto, o SINDALEX - Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Alimentação e Panificação de Extrema e Regiões estaria usurpando sua base territorial.
Explicando o caso, a juíza convocada Maria Cristina Diniz Caixeta esclareceu que o SINDALEX representa a categoria profissional que atua nas cozinhas industriais dos municípios de Bom Repouso, Córrego do Bom Jesus, Extrema, Itapeva, Munhoz, Senador Amaral e Toledo. De fato, o SEERC-MG tinha a representação ampla da categoria, mas o SINDALEX foi criado posteriormente e abarcou parte dos seus representados. E o sindicato autor não concordou com essa divisão. Mas, conforme ressaltou a magistrada, o desmembramento sindical decorre da liberdade de organização sindical, assegurada pelaConstituição Federal, não podendo o Judiciário interferir sobre a conveniência e oportunidade de fazê-lo. Destarte, não se pode falar em violação do princípio da unicidade sindical, quando há o desmembramento de determinada categoria profissional do sindicato representativo de várias categorias para constituir nova entidade sindical específica e de menor abrangência, desde que a área territorial de ambos não seja reduzida a áreas inferiores à de um município, frisou.
A relatora destacou que o artigo 571 da CLT reconhece a possibilidade de dissociação da categoria profissional, por meio da constituição de sindicato específico, ficando resguardado o direito de impugnação pelos interessados. Além disso, a Constituição garante a liberdade de associação para empregados e empregadores.
A liberdade sindical pressupõe a possibilidade de as categorias se agruparem para a formação de um novo sindicato que atenda melhor aos seus interesses, desde que respeitado o princípio da unicidade sindical. Por isso, a juíza não constatou qualquer interferência do SINDALEX na base territorial do SEERC-MG e indeferiu o pedido de obrigação de não fazer e de restituição dos valores cobrados dos representados.
Como é formada a estrutura sindical brasileira
A estrutura sindical brasileira é formada:
Pelos sindicatos de base – tem abrangência nos municípios. É uma abstração jurídica que tem dupla natureza jurídica. É o legítimo titular da negociação coletiva e tem como atividade mais importante a representação e a defesa dos trabalhadores. Existem sindicatos da categoria profissional (sindicato dos trabalhadores), sindicatos da categoria econômica (sindicato dos patrões – empregadores) e sindicato da categoria diferenciada prevista no artigo 511 parágrafo terceiro da CLT.
b) Pelas federações – ficam localizadas nas capitais dos Estados, sua clientela são os sindicatos da categoria profissional e econômica (os sindicatos da categoria diferenciadas não tem federação). Para que uma federação se forme há necessidade de 5 sindicatos de base. EX: FIESP que é a federação industrial do Estado de SP. Seu objetivo é formular as diretrizes para a defesa dos interesses daquela categoria à nível estadual.
c) Pelas confederações – para que haja uma confederação há a necessidade de se ter 3 federações. Ficam situadas no Distrito Federal em Brasília e tem como objetivo formular as diretrizes para a defesa dos interesses da categoria à nível nacional.
d) Pela central sindical – aqui há uma discussão na doutrina sobre o fato de fazer parte ou não da estrutura sindical brasileira. Para parte da doutrina a central sindical não faz parte parque foi criada por uma lei federal (no 11.648-2008) que não se sobrepõe à CF. Para outra parte da doutrina a central sindical faz parte sim de estrutura sindical brasileira e é um órgão de cúpula que ofuscou o papel das confederações. Participa diretamente das diretrizes mas também das formulações dos programas sociais do governo. Atualmente no Brasil existem 6 centrais sindicais.
Centrais sindicais legalizadas no Brasil
UNIÃO SINDICAL DOS TRABALHADORES - UST
Central do Brasil Democrática de Trabalhadores - CBDT
Central Única dos Trabalhadores - CUT
Força Sindical - FS
Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil - CTB
União Geral de Trabalhadores - (Brasil) - UGT
Nova Central Sindical dos Trabalhadores - NCST
Central Geral dos Trabalhadores do Brasil - CGTB
Centrais sindicais não legalizadas no Brasil
Central Sindical e Popular Conlutas - CSP CONLUTAS antiga CONLUTAS
Intersindical
CATEGORIA PROFISSIONAL: 
Trabalhadores que exercem a mesma profissão, possuem profissões similares ou conexas ou que prestam serviços para empregadores de uma mesma categoria econômica formam uma categoria profissional.
 
CATEGORIA ECONÔMICA:
Empregadores que empreendem atividades idênticas, similares ou conexas formam uma categoria econômica.
CONFEDERAÇÃO DE SINDICATOS:
A Confederação é órgão de grau superior à Federação e são necessárias 3 Federações de uma mesma categoria para sua formação.
FEDERAÇÃO DE SINDICATOS:  
Formado por no mínimo 5 Sindicatos da mesma categoria, a Federação é um órgão de grau superior aos Sindicatos.
O movimento sindical brasileiro conviveu durante muitos anos com essas e outras críticas ácidas sobre a origem da organização dos trabalhadores. Essa estrutura persiste até hoje e dela se originou uma das mais importantes centrais sindicais – a Nova Central Sindical de Trabalhadores -, que tem recebido frequentes elogios das demais centrais pela sua tenacidade na defesa dessa estrutura sindical e por sua fidelidade na defesa dos direitos e conquistas dos trabalhadores elencados na CLT – Consolidação das Leis do Trabalho. Outro elemento de crítica, diz respeito à contribuição sindical (o antigo ‘imposto sindical’). Com a regulamentação do funcionamento das centrais sindicais pelo Presidente Lula, ocorrida no primeiro semestre e a definição de que parte dessa contribuição sindical (dez por cento do total) seja destinada a elas, as críticas desapareceram e a controvérsia sepultada (será?) sobre esse que é um dos pilares da estrutura sindical brasileira, advinda do trabalhismo, e responsável por sua independência de governos, partidos e religiões.
Diante dos depoimentos de tantos estudiosos, integrantes do mundo do trabalho, desmascarando a tese da inspiração fascista das leis trabalhista e sindical, vale voltar ao livro de Jéferson Barbosa: “Claro está, portanto, que A estrutura sindical brasileira é formada: primeiramente pelos Sindicatos, uma associação livre de empregados ou de empregadores ou de trabalhadores autônomos para defesa dos interesses profissionais respectivos. Enunciando, apenas, a situação profissional dos indivíduos e o fim de defesa de seus interesses é uma definição superficial. Mister, pois, uma definição analítica onde se possam compreender todos os elementos. Num regime em que a Constituição declara liberdade da associação sindical, pode-se o definir como: "Sindicato é o agrupamento estável de várias pessoas de uma profissão, que convencionam colocar, por meio de uma organização interna, suas atividades e parte de seus recursos em comum, para assegurar a defesa e a representação da respectiva profissão, com vistas a melhorar suas condições de vida e trabalho) Pelos sindicatos de base – tem abrangência nos municípios. É uma abstração jurídica que tem dupla natureza jurídica. É o legítimo titular da negociação coletiva e tem como atividade mais importante a representação e a defesa dos trabalhadores. Existem sindicatos da categoria profissional (sindicato dos trabalhadores), sindicatos da categoria econômica (sindicato dos patrões – empregadores) e sindicato da categoria diferenciada prevista no artigo 511 parágrafo terceiro da CLT. O art. 511 da CLT enumera sete tipos diferentes de sindicatos, para diferentes categorias:
a)sindicatos de empregadores;
b)sindicatos de trabalhadores, que são os sindicatos de empregados;
c)sindicatos de trabalhadores autônomos;
d)sindicatos de profissão, que reúnem as pessoas que trabalham numa mesma profissão, independentemente do tipo de empresa em que atuam;
e)sindicatos de agentes autônomos;
f)sindicatos de profissionais liberais; e
g)sindicatos rurais.
Nota-se a desatualização quanto aos sindicatos de profissionais liberais, uma vez que tanto uns como os outros, se autônomos, constituirão uma modalidade de sindicato de trabalhadores autônomos e, se subordinados, serão empregados, razão pela qual estariam enquadrados no respectivo sindicato de empregados.
Os sindicatos são associações de base ou de primeiro grau, cabendo a estes, pela sua proximidade com os trabalhadores, o papel mais atenuante. De. De acordo com o sistema legal vigente, a negociação coletiva é atribuição do sindicato.
As federações e confederações são as associações de segundo grau ou de cúpula, e um grupo de sindicatos pode fundar uma federação, assim como um número de federações podecriar uma confederação.
Surgiram, assim, as pirâmides sindicais por categoria sob a forma de uma hierarquia, tendo suporte nos sindicatos, acima dos quais construíram-se as federações e, sobre estas, por sua vez, as confederações.
b) Pelas federações – ficam localizadas nas capitais dos Estados, sua clientela são os sindicatos da categoria profissional e econômica (os sindicatos da categoria diferenciadas não tem federação). Para que uma federação se forme há necessidade de 5 sindicatos de base. EX: FIESP que é a federação industrial do Estado de SP. Seu objetivo é formular as diretrizes para a defesa dos interesses daquela categoria à nível estadual. As federações atuam, em regra, no território de um Estado Federado da República. Havendo uma Federação Estadual nada obsta que exista uma federação interestadual para os demais estados, ou até, uma federação nacional. Porém, se tais ocorrerem, a federação nacional não prejudicará a federação estadual, pois a lei privilegia estas, por serem a sua natural representatividade.
c) Pelas confederações – para que haja uma confederação há a necessidade de se ter 3 federações. Ficam situadas no Distrito Federal em Brasília e tem como objetivo formular as diretrizes para a defesa dos interesses da categoria à nível nacional.
As Confederações situam-se no "terceiro degrau" da organização sindical, sendo sua esfera de atuação nacional. Suas funções básicas são de coordenação das federações e sindicatos do seu setor. Fixe ainda que a Federação e a confederação não têm legitimidade para atuar diretamente na negociação coletiva, competência originária dos sindicatos. Aquelas, todavia, exercem uma função subsidiária, segundo a qual, não havendo sindicato da categoria na base territorial, pode a federação, e, à falta desta, a confederação, figurar na negociação..
d) Pela central sindical – aqui há uma discussão na doutrina sobre o fato de fazer parte ou não da estrutura sindical brasileira. Para parte da doutrina a central sindical não faz parte parque foi criada por uma lei federal (no 11.648-2008) que não se sobrepõe à CF.Para outra parte da doutrina a central sindical faz parte sim de estrutura sindical brasileira e é um órgão de cúpula que ofuscou o papel das confederações. Participa diretamente das diretrizes, mas, também das formulações dos programas sociais do governo.
A maior unidade representativa na organização sindical é a união de cúpula conhecida por central sindical. Nos modelos de liberdade sindical, tais uniões constituem-se acima das confederações, federações e sindicatos, expressando uma ação integrativa das entidades menores. Há uniões verticais, como no Brasil, caracterizada pela existência de entes sindicais superiores que se acham acima dos sindicatos, numa hierarquia sobre cada categoria de atividades e de profissões.
Essas uniões verticais, por sua vez, se amoldarão também de dois modos diferentes, uma vez que há unidades orgânicas e há unidades de ação. Aquelas, quando os órgãos de grau superior encontram-se ligados de modo estrutural, permanentes, como consequência de um modelo que lhes dá essa situação estável na organização sindical. Já, a unidade de ação é mera campanha conjunta de órgãos de grau superior para determinados movimentos, de modo que antes e depois do movimento sindical reivindicativo as associações são separadas. Ligam-se para que maior força e consistência venham a ser imprimidas, num momento necessário, em que se fará uma ação conjunta para obter dos empregadores determinadas conquistas trabalhistas. Neste caso, a união não é orgânica, estável, permanente. É ocasional, efêmera, eventual. Exemplos de unidade de ação tem-se na França, com as ações comuns da CFDT (Confédération Française des Travailleurs Chrétiens) e a CGT (Confédération Générale du Travail) que, em conjunto, conseguiram fazer com os empregadores um acordo interconfederal em 1966 e outros em1970 e 1974 sobre salários, medidas de proteção contra dispensa de empregados, etc.
É possível aduzir que há um aspecto técnico indicativo dessa tendência de união de cúpula entre diversas organizações, ao menos em certas ocasiões, diante de problemas comuns a todos os sindicatos e que interessam de um modo geral. Questões como desemprego são gerais e afetam a todos, independentemente da categoria ou do setor de atividade econômica, embora o problema possa setorializar-se. Há reivindicações comuns a toda classe trabalhadora, e que exigem mobilização geral, da mesma maneira que há interesses econômicos comuns a todo o empresariado, e que os leva a se unirem em ações que se desenvolvem acima das unidades maiores.
Grande parte dos doutrinadores indaga: o sistema confederativo, adotado pela Constituição de 1988, exclui as centrais sindicais?
Com a abertura política e o advento do sindicalismo espontâneo ao lado do sindicalismo oficial, surgiu, paralelamente ao sistema confederativo, um fenômeno que já é conhecido em outros países – a coexistência de entidades sindicais reconhecidas e de organizações não reconhecidas pelo Estado. No Brasil, são entidades não reconhecidas pelo Estado: a CGT (Central Geral dos Trabalhadores), a CUT (Central Única dos Trabalhadores), e a USI (União Sindical Independente). Surgiram espontaneamente.
A Constituição Federal de 1988 não solucionou expressamente o problema legal das atuais centrais. O único suporte jurídico que encontram é a Portaria n. 3.100, de 1985, do Ministério do Trabalho, que revogou a anterior proibição de centrais.
O aparecimento natural das centrais no Brasil correspondeu a uma necessidade de modificação do sistema, que se mostrou insuficiente. Não fosse assim, e as centrais não teriam sido fundadas. Essa necessidade foi igualà de outros países. A organização sindical confederativa carece de uma união de cúpula. As confederações são entidades que atuam numa categoria. As centrais são intercategorias. O movimento sindical na cúpula sente a natural necessidade de mobilização, de ação conjunta, na defesa de interesses que não são apenas de uma categoria. Para que esse objetivo possa ser alcançado não bastam as confederações; é preciso um órgão acima delas, coordenando-as.
Além dessas razões, acrescenta-se que, antes da Constituição Federal de 1988 as entidades sindicais dependiam do reconhecimento do Estado para ter personalidade jurídica e sindical, a partir do novo texto legal podem ser fundadas independentemente
de prévia autorização do Estado, mediante simples registro perante o órgão competente. A solução está em reconhecer a amplitude do princípio da auto-organização, respaldado que está pela CF de 1988. As centrais vêm convivendo com o sistema confederativo. Desse modo, a experiência demonstrou que não são incompatíveis as centrais e o referido sistema. O direito comparado também mostra o mesmo. Não há proibição constitucional para a criação de centrais. Logo, nada obsta a sua aceitação na ordem jurídica como entidades integrantes da organização sindical.
Desde 1931 a organização sindical brasileira sofreu o forte impacto do dirigismo estatal. Esses aspectos vinculavam e subordinavam o sindicalismo ao Estado, como discutido no item 1. Neste período, havia necessidade para a criação de sindicatos de reconhecimento do Ministério do Trabalho, as categorias profissionais e econômicas foram organizadas pelo Estado por meio do "enquadramento sindical", as entidades sindicais sujeitaram-se à intervenção em sua adminsitração, incluídoo afastamento dos dirigentes da entidade, as confederações expunham-seà cassação por decreto do Presidente da República, os órgãos internos e as eleições sindicais submeteram-se a minuciosa legislação, as funções dos sindicatos, por princípio constitucional, foram as delegadas pelo Poder Público, e assim por diante. Esses dados são suficientes para resumir o grau de dependência das organizações sindicais ao Estado e as características do modelo, nada tendo de autônomo ou de espontâneo.
Com a Constiituição de 1988 avanços se fizeram notar no sentido dagarantia de direitos sindicais coletivos aproximados dos padrões de liberdade sindical estabelecidos no âmbito internacional e no direito comparado, mas não deixando de significar uma abertura que favoreceu o movimento sindical e que modificou o sentido da legislação brasileira, até 1988 repressiva, daí por diante autorizante da liberdade sindical.
O presidente do TST (Tribunal Superior do Trabalho), ministro João Oreste Dalazen, afirmou em entrevista no portal R7 que a estrutura sindical no Brasil é "falha, viciada e atrasada". Dalazen criticou a demora do Brasil em ratificar a convenção 87 da OIT (Organização Internacional do Trabalho), que trata da liberdade sindical.
Segundo Dalazen, nosso país está entre os poucos de economia capitalista que ainda não o fizeram. Do modelo sindical vigente, o ministro também criticou a forma como as entidades geram receita. Os sindicatos são criados, na maioria, não para representar as categorias, mas com os olhos na receita auferida pela contribuição sindical, que é uma excrescência. É dinheiro público transferido para entidades sindicais que o gastam sem prestar contas." Por isso, define o modelo brasileiro como "sombrio".
A demissão do ministro do Trabalho é um sintoma de que exista muita coisa errada no sindicalismo brasileiro. Há uma grave anomaliana organização sindical brasileira, a começar por essa desenfreada e impressionante proliferação de sindicatos, que está na contramão do mundo civilizado. A redução do número de sindicatos fortalece a representatividade e dá maior poder de barganha. Não se conhece economia capitalista bem-sucedida que não tenha construído um sistema de diálogo social através de sindicatos representativos e fortes. No Brasil, infelizmente, o panorama é sombrio.
Aqui, os sindicatos, em sua maioria, são fantasmas ou pouco representativos. O Brasil vive uma contradição. A Constituição prevê o regime de sindicato único. Só deveria haver uma entidade representativa de cada categoria em determinada área. Na prática, há uma proliferação desenfreada de sindicatos. Isso se explica porque a criação de sindicato d um dos negócios mais sedutores e mais rentáveis que se podem cogitar neste país. O Brasil tem hoje mais de 14000 sindicatos oficialmente reconhecidos, e neste ano o Ministério do Trabalho recebeu uma média de 105 pedidos de registro por mês. Eles são criados, na maioria, não para representar as categorias, mas com os olhos na receita auferida pela contribuição sindical, que é uma excrescência. E dinheiro público transferido para entidades sindicais que o gastam sem prestar contas. O Brasil precisa ratificar com urgência a convenção da Organização Internacional do Trabalho sobre a liberdade sindical. Nosso país está entre os poucos de economia capitalista que ainda não o fizeram. Essa convenção consagra a ampla liberdade de criação de sindicatos, de filiação, de contribuição ou não. A extinção da contribuição sindical é fundamental. Mas a reforma sindical no cenário político de hoje infelizmente é remota. Existe sólida rede de interesses arraigados há décadas.
É natural a filiação de entidades sindicais a partidos políticos com os quais elas se sintam mais identificadas. A questão está em saber se essa identificação com os partidos políticos atende aos interesses nacionais, porque nem sempre isso se dá. É preciso considerar que há sindicatos e sindicatos, líderes sindicais e líderes sindicais. Nem sempre são os mais saudáveis os interesses defendidos pela liderança sindical com repercussão no mundo político.
CONCLUSÃO
Após conhecer a história da formação dos sindicatos, entender seu funcionamento e suas características, percebemos que um dos campos de maior polemica é o princípio da unicidade sindical, chego ao final dessa pesquisa com um novo olhar, com uma nova perspectiva, no que concerne ao princípio da unicidade sindical. Nota-se mútua e pacífica convivência do princípio da unicidade sindical com a livre criação dos sindicatos, sem nenhum tipo de interferência estatal (art. 8º, I, da CF/88). Entretanto, vale ressaltar que os membros das categorias profissionais que vislumbram a criação de um sindicato específico da categoria, devem deliberar pelo desmembramento e, por conseguinte, criar um ente novo, com base territorial igual ou inferior à do sindicato original, respeitado o limite territorial a no mínimo um município.
Os sindicatos brasileiros, seguem a linha do sindicalismo italiano, da luta de classes, diferente do sindicalismo inglês e norte americano, que busca o entendimento entre as partes, em busca da melhor produtividade e qualidade de vida e trabalho.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
SILVA, Jeferson Barbosa. História sindicalista. São Paulo: CEPROS, 2001.
ALMEIDA, M. H. T. 1996. Crise econômica e interesses organizados. O sindicalismo no Brasil dos anos 80. São Paulo: Edusp.
OUTRAS FONTES:
(fonte: http://www.jornaloreporter.com.br/post/692/nacional/a-estrutura-sindical-brasileira-)
(fonte: http://sinhotel.org.br/sindicalismo.htm)
(http://www.sintetel.org/novo/duvida_detalhes.php?id=20)

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