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FISIOTERAPIA EM UTI Aula 08: Mecânica ventilatória AULA 08: MECÂNICA VENTILATÓRIA Fisioterapia em UTI AULA 08: MECÂNICA VENTILATÓRIA Fisioterapia em UTI TEMA: COMPORTAMENTO DAS PRESSÕES DURANTE A RESPIRAÇÃO: Comportamento elástico e resistivo do sistema respiratório. OBJETIVOS: Descrever a fisiologia respiratória durante a respiração espontânea e controlada; Dissociar os componentes elásticos e resistivos do sistema respiratório; Identificar a curva pressão X volume; Explicar o conceito de AUTO-PEEP. AULA 08: MECÂNICA VENTILATÓRIA Fisioterapia em UTI AULA 08: MECÂNICA VENTILATÓRIA Fisioterapia em UTI Os pulmões podem sofrer expansão e retração por duas maneiras: Pelos movimentos do diafragma para baixo e para cima, a fim de aumentar ou diminuir a altura da cavidade torácica; Pela elevação e abaixamento das costelas para aumentar e diminuir o diâmetro anteroposterior da cavidade torácica. Comportamento das pressões durante a respiração AULA 08: MECÂNICA VENTILATÓRIA Fisioterapia em UTI AULA 08: MECÂNICA VENTILATÓRIA Fisioterapia em UTI 3 Comportamento das pressões durante a respiração O pulmão é uma estrutura elástica que sofre colapso à semelhança de um balão e expele todo seu ar pela traqueia toda vez que não houver uma força para mantê-lo insuflado. Além disso, não existe qualquer inserção entre o pulmão e a parede da caixa torácica, exceto no local em que é suspenso no hilo, do mediastino. Com efeito, o pulmão literalmente flutua na caixa torácica, circundado por uma camada muito delgada de líquido pleural, que lubrifica os movimentos dos pulmões no interior da cavidade. O bombeamento contínuo desse líquido para os canais linfáticos mantém leve sucção entre a superfície visceral da pleura pulmonar e a superfície pleural parietal da cavidade torácica. Por conseguinte, os dois pulmões aderem à parede torácica como se estivessem colados, embora possam deslizar livremente, quando bem lubrificados, à medida que o tórax se expande e se retrai. AULA 08: MECÂNICA VENTILATÓRIA Fisioterapia em UTI AULA 08: MECÂNICA VENTILATÓRIA Fisioterapia em UTI 4 Comportamento das pressões durante a respiração Pressão pleural e suas mudanças durante a respiração A pressão pleural refere-se à pressão existente no estreito espaço entre a pleura pulmonar e a pleura da parede torácica. No início da inspiração, a pressão pleural normal é de aproximadamente -5 cm/H2O, que é a quantidade de sucção necessária para manter os pulmões expandidos em seu nível de repouso. A seguir, durante a inspiração normal, a expansão da caixa torácica traciona a superfície dos pulmões com maior força e cria pressão ainda mais negativa, atingindo valor médio de cerca de -7,5 cm/H2O. AULA 08: MECÂNICA VENTILATÓRIA Fisioterapia em UTI AULA 08: MECÂNICA VENTILATÓRIA Fisioterapia em UTI 5 Comportamento das pressões durante a respiração Pressão pleural e suas mudanças durante a respiração Pressão Intrapleural (Ppl) É aquela que se forma entre os folhetos visceral e parietal da pleura, na cavidade pleural e contribui para a aproximação do tórax aos pulmões. Ela é resultante de forças elásticas do pulmão (no sentido de retração) e de forças elásticas arcabouço da caixa torácica. AULA 08: MECÂNICA VENTILATÓRIA Fisioterapia em UTI AULA 08: MECÂNICA VENTILATÓRIA Fisioterapia em UTI 6 Comportamento das pressões durante a respiração Pressão pleural e suas mudanças durante a respiração Pressão Intrapleural (Ppl) AULA 08: MECÂNICA VENTILATÓRIA Fisioterapia em UTI AULA 08: MECÂNICA VENTILATÓRIA Fisioterapia em UTI 7 Comportamento das pressões durante a respiração Pressão pleural e suas mudanças durante a respiração Pressão Transpulmonar (Ptp) É a diferença entre as pressões no alvéolo (Pa) e na pleura (Ppl); A pressão transpulmonar exerce a força que mantém o parênquima expandido; Assim, temos a seguinte equação: Ptp = Pa - Ppl. AULA 08: MECÂNICA VENTILATÓRIA Fisioterapia em UTI AULA 08: MECÂNICA VENTILATÓRIA Fisioterapia em UTI 8 Comportamento das pressões durante a respiração Pressão pleural e suas mudanças durante a respiração Pressão da Caixa Torácica (Pct) Ela pode agir tanto no sentido de retrair como expandir a caixa torácica; A “Pct” é dada pela subtração entre a pressão intrapleural e pressão da superfície corporal (Psc) = pressão atmosférica; Então, Pct = Ppl – Psc. Quanto maior a Psc, maior a tendência à contração da caixa torácica e vice-versa. AULA 08: MECÂNICA VENTILATÓRIA Fisioterapia em UTI AULA 08: MECÂNICA VENTILATÓRIA Fisioterapia em UTI 9 Comportamento das pressões durante a respiração Pressão pleural e suas mudanças durante a respiração Pressão Transtorácica (Ptt) Ela age em todo o aparelho respiratório, englobando todas as pressões feitas sobre tal aparelho, desde a alveolar até de superfície corporal. Ptt = Pa – Ppl + Ppl – Psc = Pa - Psc AULA 08: MECÂNICA VENTILATÓRIA Fisioterapia em UTI AULA 08: MECÂNICA VENTILATÓRIA Fisioterapia em UTI 10 Comportamento das pressões durante a respiração AULA 08: MECÂNICA VENTILATÓRIA Fisioterapia em UTI AULA 08: MECÂNICA VENTILATÓRIA Fisioterapia em UTI 11 Comportamento das pressões durante a respiração AULA 08: MECÂNICA VENTILATÓRIA Fisioterapia em UTI AULA 08: MECÂNICA VENTILATÓRIA Fisioterapia em UTI 12 Comportamento das pressões durante a respiração AULA 08: MECÂNICA VENTILATÓRIA Fisioterapia em UTI AULA 08: MECÂNICA VENTILATÓRIA Fisioterapia em UTI 13 Comportamento das pressões durante a respiração Ciclo Respiratório O mecanismo de respiração pode ser analisado examinando as mudanças de pressão e volume que ocorrem durante o ciclo de respiração (ver figura). O ciclo de respiração consiste de uma fase inspiratória e expiratória. A fase expiratória é geralmente ligeiramente mais longa do que a fase inspiratória e geralmente inclui uma pequena pausa na expiração final, o ponto de descanso no ciclo respiratório. A inspiração começa com a contração dos músculos inspiratórios. Sua contração amplia a caixa torácica e os pulmões, que são unidos pelas membranas pleurais. A pressão intrapleural (Ppl) torna-se cada vez mais subatmosférica durante a inspiração, refletindo as forças que tendem a separar o pulmão da caixa torácica interna. À medida que o pulmão se expande e o volume aumenta, a pressão alveolar diminui abaixo de PB. Como consequência, o ar flui para o pulmão por fluxo em massa até PA = PB, que marca a inspiração final. O volume de ar inspirado para igualar PA e PB representa o volume corrente (VT). Na inspiração final, Ppl é mais negativo de qualquer ponto durante o ciclo de respiração, no entanto, não há fluxo de ar presente porque PA é o mesmo que PB. Para iniciar a expiração, os músculos inspiratórios relaxam e o pulmão retrocede, o que é refletido por uma pressão intrapleural menos "negativa". Com o recuo do pulmão, o volume alveolar diminui para aumentar a pressão alveolar acima do PB. Assim, o ar sai do pulmão até que PA novamente iguala PBB, que marca a expiração final. AULA 08: MECÂNICA VENTILATÓRIA Fisioterapia em UTI 14 Comportamento das pressões durante a respiração AULA 08: MECÂNICA VENTILATÓRIA Fisioterapia em UTI 15 Comportamento das pressões durante a respiração AULA 08: MECÂNICA VENTILATÓRIA Fisioterapia em UTI 16 Comportamento das pressões durante a respiração AULA 08: MECÂNICA VENTILATÓRIA Fisioterapia em UTI 17 Comportamento das pressões durante a respiração AULA 08: MECÂNICA VENTILATÓRIA Fisioterapia em UTI 18 Comportamento das pressões durante a respiração AULA 08: MECÂNICA VENTILATÓRIA Fisioterapia em UTI 19 Comportamento das pressões durante a respiração AULA 08: MECÂNICA VENTILATÓRIA Fisioterapia em UTI 20 Comportamento das pressões durante a respiração Resistência Respiratória Define-se resistência respiratória como o conjunto de forças opostas ao fluxo aéreo, pode-se conceituar resistência como a relação existente entre o gradientede pressão e o fluxo. Fatores que aumentam a resistência aérea Broncoespasmo e acúmulo de secreção Impedância pulmonar É o somatório das forças opostas à expansão pulmonar na fase inspiratória AULA 08: MECÂNICA VENTILATÓRIA Fisioterapia em UTI 21 Comportamento das pressões durante a respiração AULA 08: MECÂNICA VENTILATÓRIA Fisioterapia em UTI 22 Comportamento das pressões durante a respiração Força Elástica Pulmonar Inflação e deflação seguem vias diferentes Os pontos extremos exibem descontinuidades bem definidas Fibras colágenas e elásticas, moléculas gigantes de glicoproteínas da matriz intersticial, e várias células, tais como o epitélio alveolar e o endotélio capilar. AULA 08: MECÂNICA VENTILATÓRIA Fisioterapia em UTI 23 Comportamento das pressões durante a respiração Propriedades Elásticas do Pulmão A pressão de expansão do pulmão é gerada por aumento no volume da caixa torácica; Caso a pressão em torno do pulmão seja elevada acima da pressão atmosférica, pouco ar é perdido, porque as pequenas vias aéreas fecham-se, aprisionando o ar nos alvéolos; Este fechamento ocorre em maiores volumes com o aumento da idade e também em alguns tipos de doenças pulmonares. AULA 08: MECÂNICA VENTILATÓRIA Fisioterapia em UTI 24 Comportamento das pressões durante a respiração A curva pressão-volume do pulmão cheio com líquido é deslocada para a esquerda da curva do pulmão cheio com ar, em qualquer volume dado; Esse deslocamento é especialmente provocado no ramo da insuflação; Este comportamento denomina-se histerese; O volume pulmonar em qualquer pressão dada durante a desinsuflação é maior do que durante a insuflação; O significado do desvio é que ele requer muito menos pressão para manter o volume pulmonar quando o pulmão está cheio com líquido (salina) do que cheio com ar. AULA 08: MECÂNICA VENTILATÓRIA Fisioterapia em UTI 25 Comportamento das pressões durante a respiração Distensibilidade Pulmonar Complacência Termo usado para descrever a distensibilidade pulmonar; Reflete a facilidade com quem um objeto pode ser deformado, enquanto elasticidade reflete a oposição de um objeto à sua deformação, por força externa. AULA 08: MECÂNICA VENTILATÓRIA Fisioterapia em UTI 26 Comportamento das pressões durante a respiração Conceito de Complacência Pulmonar É o grau de expansão que os pulmões experimentam para cada unidade de aumento de pressão transpulmonar; Ser humano adulto e normal: 200ml/cmH2O; isto é, cada vez que a pressão transpulmonar aumenta em 1cmH2O, a expansão pulmonar é de 200ml; Complacência descreve a distensibilidade pulmonar, ou seja, é a facilidade com que um objeto pode ser deformado. AULA 08: MECÂNICA VENTILATÓRIA Fisioterapia em UTI 27 Comportamento das pressões durante a respiração Pressões Pulmonares Pressão alveolar Inspiração = ↓ - 3mmHg Expiração = ↑ + 3mmHg Pressão Intrapleural (pleura visceral e parietal) Inspiração = ↓ - 8mmHg Expiração = ↑ - 2mmHg AULA 08: MECÂNICA VENTILATÓRIA Fisioterapia em UTI 28 Comportamento das pressões durante a respiração Elasticidade Pulmonar Denomina-se elasticidade a propriedade de um determinado material (pulmão) retornar ao seu estado morfológico de repouso após ter sofrido deformação causada por uma força externa. AULA 08: MECÂNICA VENTILATÓRIA Fisioterapia em UTI 29 Comportamento das pressões durante a respiração Tensão Superficial Fator importante no comportamento de pressão-volume do pulmão; As forças de atração entre moléculas adjacentes do líquido são mais fortes do que aquelas entre o líquido e o gás; Pulmões inflados com solução salina fisiológica têm uma complacência muito maior do que pulmões cheio de ar; A solução salina fisiológica neutraliza as forças de tensão superficial, mas não afeta as forças teciduais do pulmão. Surfactante nos Alvéolos Células epiteliais alveolares do tipo II (10% da área alveolar); Fosfolipídio sintetizado no pulmão a partir de ácidos graxos (extraídos do sangue ou sintetizados no pulmão); Reveste a camada interna alveolar; As moléculas são hidrofóbicas em um extremo e hidrofílicas no outro e se alinham elas próprias na superfície, causando forças repulsivas intermoleculares. AULA 08: MECÂNICA VENTILATÓRIA Fisioterapia em UTI 30 Comportamento das pressões durante a respiração AULA 08: MECÂNICA VENTILATÓRIA Fisioterapia em UTI 31 Comportamento das pressões durante a respiração Vantagens Fisiológicas do Surfactante Baixa tensão superficial nos alvéolos, aumentando a complacência pulmonar; Estabilidade dos alvéolos, promovendo a redução do esvaziamento de pequenos alvéolos; Manter secos os alvéolos, diminuindo a pressão hidrostática no tecido fora dos capilares, impedindo a transudação de líquidos; Interdependência (forças expansoras pelo parênquima circundante expandido). AULA 08: MECÂNICA VENTILATÓRIA Fisioterapia em UTI 32 Comportamento das pressões durante a respiração Deficiência do surfactante Metabolismo pulmonar anormal do surfactante; Inativação alveolar e debrís (bactérias, debrís celular, fibrina, fluído de edema do espaço aéreo); Mediadores inflamatórios nos alvéolos (lesão direta no sistema surfactante). Surfactante exógeno Melhora oxigenação, troca gasosa, complacência, capacidade residual funcional. AULA 08: MECÂNICA VENTILATÓRIA Fisioterapia em UTI 33 Comportamento das pressões durante a respiração Diferenças Regionais na Ventilação As regiões inferiores do pulmão ventilam-se mais do que as zonas superiores; Ápice: - 10cmH2O Base: - 2,5cmH2O A pressão intrapleural é menos negativa em baixo do que no topo do pulmão; Em volumes pulmonares muito baixos, as pressões intrapleurais são menos negativas e a pressão de base excede a pressão atmosférica; como consequência, ocorre o fechamento das vias aéreas. Resistência das Vias Aéreas Fluxo de ar através de tubos Existe diferença de pressão entre as extremidades, que depende da velocidade e o padrão do fluxo: Fluxo laminar; Fluxo com formação de redemoinhos locais; Fluxo com turbulência. AULA 08: MECÂNICA VENTILATÓRIA Fisioterapia em UTI 34 Comportamento das pressões durante a respiração AULA 08: MECÂNICA VENTILATÓRIA Fisioterapia em UTI 35 Comportamento das pressões durante a respiração Pressões durante o ciclo respiratório A pressão intrapleural cai durante a inspiração por duas razões: À medida que o pulmão se expande, o seu recuo elástico aumenta; A queda de pressão ao longo da via aérea associa-se à queda adicional na pressão intrapleural. Localização Principal de Resistência da Via Aérea Ao longo da árvore brônquica, há uma redução da resistência; Principal localização da resistência são os brônquios de tamanho médio; “Zona silenciosa” – pouca resistência. AULA 08: MECÂNICA VENTILATÓRIA Fisioterapia em UTI 36 Comportamento das pressões durante a respiração Fatores Determinantes de Resistência Volume pulmonar; Brônquios são sustentados pela tração radial do tecido pulmonar adjacente; Aumenta o calibre à medida que o pulmão se expande; Pacientes com aumento da resistência respiram em altos volumes; Músculo liso brônquico = resistência mecânica (inervado pelo vago – SNA); Os receptores β²-adrenérgicos relaxam a musculatura lisa nos brônquios; Agonistas β²-adrenérgicos seletivos são utilizados no tratamento da asma; A estimulação parassimpática causa broncoconstrição = acetilcolina; Diminuição de Pco2 causa aumento da resistência; Histamina na artéria pulmonar causa constrição da musculatura lisa; Densidade e viscosidade do gás inspirado afetam a resistência oferecida ao fluxo; A resistência aumenta no mergulho profundo; Compressão Dinâmica de Vias Aéreas; Inspiração até CPT + Expiração até VR; Registro de uma curva de fluxo-volume. AULA 08: MECÂNICA VENTILATÓRIA Fisioterapia em UTI 37 Comportamento das pressões durante arespiração Resistência Tecidual Durante a respiração é necessário uma pressão para superar as forças viscosas dentro dos tecidos; Corresponde a 20% da resistência total (tecido + vias aéreas) = resistência pulmonar. Estima-se que a eficiência do trabalho da respiração = 5% a 10%; Custo de O2 da respiração tranqüila = 5%; Custo de O2 da respiração com hiperventilação voluntária = 30% do consumo total de O2. AULA 08: MECÂNICA VENTILATÓRIA Fisioterapia em UTI 38 Comportamento das pressões durante a respiração PEEP A pressão positiva expiratória final (PEEP) tem como objetivo melhorar a oxigenação arterial em situações clínicas em que ocorra dificuldade nas trocas gasosas. Seu principal efeito é a promoção de um aumento da capacidade residual funcional (CRF). Sua implementação é gradual e lenta, sempre observando possíveis implicações na hemodinâmica do paciente. EFEITOS COLATERAIS Os efeitos colaterais mais comuns são: instabilidade hemodinâmica; barotrauma e Acidose Respiratória. Efeitos esses ocorrem devido a aplicação indevida do aumento da PEEP, somada a principalmente a altas frequências respiratórias, que acarretam o aparecimento de AUTO PEEP dinâmica e a soma em série desses valores; alterando não só a dinâmica ventilatória, como também ocasionando alterações clínicas importantes. AULA 08: MECÂNICA VENTILATÓRIA Fisioterapia em UTI 39 Comportamento das pressões durante a respiração EFEITOS PULMONARES Aumento da Capacidade Residual Funcional; Redistribuição da água extravascular pulmonar (congestão pulmonar); Recrutamento alveolar; Aumento volume de gás alveolar; Diminuição do shunt intrapulmonar; Melhora na relação V/Q; Melhora na complacência pulmonar. AULA 08: MECÂNICA VENTILATÓRIA Fisioterapia em UTI 40 Comportamento das pressões durante a respiração A AUTO-PEEP é conceituada como a persistência de uma pressão alveolar positiva, ao final da expiração, não intencional, devido à presença de um volume pulmonar expiratório final maior do que a capacidade residual funcional prevista. Ocorre em pacientes submetidos a VPM, em consequência de o aparelho de ventilação mecânica iniciar uma fase inspiratória com pressão positiva, antes que o tempo expiratório tenha sido suficiente para a exalação completa do volume inspirado anteriormente. O resultado deste fenômeno é um aumento progressivo do volume pulmonar e da pressão pleural a cada respiração, elevando a pressão de retração tecidual a um nível crítico, capaz de determinar um aumento do fluxo expiratório suficiente para abrir a via aérea e reduzir a resistência ao fluxo. No ponto correspondente ao nível crítico, o volume pulmonar estabiliza-se, de modo que todo o volume corrente passa a ser expirado às custas de um aumento na pressão pleural. Pode hiperdistender os alvéolos, predispondo ao barotrauma, diminuir a complacência pulmonar e a ventilação alveolar devido ao aumento do espaço morto, comprometer o fluxo sanguíneo brônquico e aumentar a permeabilidade capilar alveolar. AULA 08: MECÂNICA VENTILATÓRIA Fisioterapia em UTI 41 Comportamento das pressões durante a respiração A AUTO-PEEP não é evidente, a menos que seja pesquisada com técnicas adequadas, podendo alterar agudamente a dinâmica alveolar e constituir um risco reconhecido em situações que afetam o fluxo durante a expiração, levando a um aumento desnecessário do trabalho mecânico do sistema respiratório. Clinicamente a presença de AUTO-PEEP deve ser suspeitada em todos os pacientes com obstrução das vias aéreas, principalmente naqueles com frequência respiratória e/ou volume corrente altos, naqueles com sibilos até o final da expiração e naqueles com fluxo expiratório ainda presente quando do início da próxima inspiração. Embora AUTO-PEEP e hiperinsuflação pulmonar dinâmica sejam utilizadas habitualmente como sinônimos, uma não implica necessariamente na outra. A AUTO-PEEP pode ser observada em pacientes sem hiperinsuflação dinâmica, devido a ajustes no aparelho de ventilação pulmonar mecânica que elevam excessivamente o volume minuto, como pressões inspiratórias, frequências respiratórias, volumes correntes e pressões de distensão (PEEP ou CPAP) altas, tempos inspiratórios longos ou tempos expiratórios curtos. AULA 08: MECÂNICA VENTILATÓRIA Fisioterapia em UTI 42 Comportamento das pressões durante a respiração São três as formas mais difundidas de se medir a AUTO-PEEP: Ocluir a válvula expiratória imediatamente antes do início da inspiração: observar a elevação da PEEP. O valor dessa elevação é o valor da AUTO-PEEP. Os respiradores mais modernos possuem uma tecla que deflagra essa manobra, mostrando o valor da AUTO-PEEP. O paciente não pode interagir com o respirador durante essa manobra, havendo muitas vezes necessidade de sua sedação ou até mesmo curarização; Medir a pressão de platô do paciente: promover uma pausa expiratória longa (30s) e repetir a medida da pressão de platô. A diferença entre as duas medidas é o valor da AUTO-PEEP. Aqui também o paciente não pode interagir com a ventilação; Medir a pressão esofágica: estima a pressão pleural. A AUTO-PEEP corresponde ao valor da pressão esofágica gerada até que se inicie o fluxo inspiratório. Essa forma de medida da AUTO-PEEP deixa evidente o trabalho respiratório que ela impõe ao paciente, ou seja, o paciente deve gerar uma pressão igual à AUTO-PEEP para depois iniciar seu fluxo inspiratório ou disparar o ventilador. AULA 08: MECÂNICA VENTILATÓRIA Fisioterapia em UTI 43 AVANCE PARA FINALIZAR A APRESENTAÇÃO. VAMOS AOS PRÓXIMOS PASSOS? Ventilação Mecânica e correlações patológicas; Histórico de ventilação mecânica; Definições, indicações, objetivos; Ciclo respiratório na ventilação mecânica; Parâmetros ventilatórios e alarmes. AULA 08: MECÂNICA VENTILATÓRIA Fisioterapia em UTI AULA 08: MECÂNICA VENTILATÓRIA Fisioterapia em UTI
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