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Direito Empresarial I espécies e obrigações comuns

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1 
 
CURSO: DIREITO 
DISCIPLINA: DIREITO EMPRESARIAL 1 
AULA 2 – 15/08/2017 
Professor: Juliano Puchalski Teixeira 
Teoria Geral do Direito Empresarial (aulas 1 a 4) 
6 – Empresário (conceito e espécies) 
7 - Obrigações impostas ao empresário para o exercício regular da atividade empresarial. 
 
Continuação do ponto 5 ... Enunciados da I Jornada de Direito Comercial 
19. Não se aplica o Código de Defesa do Consumidor às relações entre sócios/acionistas 
ou entre eles e a sociedade. 
20. Não se aplica o Código de Defesa do Consumidor aos contratos celebrados entre 
empresários em que um dos contratantes tenha por objetivo suprir-se de insumos para 
sua atividade de produção, comércio ou prestação de serviços. 
21. Nos contratos empresariais, o dirigismo contratual deve ser mitigado, tendo em vista 
a simetria natural das relações interempresariais. 
25. A revisão do contrato por onerosidade excessiva fundada no Código Civil deve 
levar em conta a natureza do objeto do contrato. Nas relações empresariais, deve-se 
presumir a sofisticação dos contratantes e observar a alocação de riscos por eles 
acordada. 
28. Em razão do profissionalismo com que os empresários devem exercer sua atividade, 
os contratos empresariais não podem ser anulados pelo vício da lesão fundada na 
inexperiência 
6 – EMPRESÁRIO (CONCEITO E ESPÉCIES) 
 
a) Introdução 
 
O nosso ordenamento jurídico denomina de empresário (gênero) a 
pessoa física ou jurídica que exercer a empresa. 
 
O empresário (gênero) pode ser de 3 (três) espécies: 
 
Empresário individual – pessoa física 
 
Sociedade empresária – pessoa jurídica (art. 44, inciso II). 
 
EIRELI – pessoa jurídica (art. 44, inciso VI) 
 
 2 
 
Até 2011, o empresário (gênero) comportava somente 2 espécies: 
empresário individual e sociedade empresária. 
 
A partir de 2011 (Lei n. 12.441/2011), o ordenamento jurídico criou uma 
terceira espécie, a EIRELI. Como a EIRELI ainda é recente, e comporta muitas 
controvérsias por parte da doutrina, deixaremos a sua análise para as últimas 
as aulas. 
 
Alerta! Apesar da distinção existente entre as espécies de empresário, a 
redação do Código Civil pode criar confusão, assim como o texto de alguns 
doutrinadores. 
 
Isto porque, o código e a doutrina podem adotar a expressão 
“empresário” para, ora se referir ao gênero, ora para se referir ao empresário 
individual, ora para tratar da sociedade empresária. 
 
Sendo assim, buscaremos superar eventuais confusões quanto ao 
sentido da expressão “empresário” ao longo da disciplina. 
 
b) Breves comentários sobre as espécies de Empresário: 
Empresário individual, Sociedade empresária e EIRELI 
 
b.1) EMPRESÁRIO INDIVIDUAL 
 
O artigo 966 do Código Civil define como empresário (individual) o 
profissional (pessoa natural) que exerce a atividade econômica organizada 
para a produção ou circulação de bens ou serviços (exercício da empresa): 
 
Art. 966. Considera-se empresário quem exerce profissionalmente atividade 
econômica organizada para a produção ou a circulação de bens ou de serviços. 
 
Se a atividade econômica empresarial for de pequeno porte, é possível 
que seja desenvolvida pelo empresário individual. 
 
Contudo, existem certos riscos em tal modalidade, razão pela qual se 
acaba optando pela constituição de uma sociedade empresária, agora mais 
recentemente também pela EIRELI. 
 
O artigo 966, paragrafo único, afirma que não é considerado empresário 
(empresário individual) a pessoa natural que exercer profissão intelectual, de 
natureza científica, literária ou artística. Trata-se do profissional liberal. 
 
Parágrafo único. Não se considera empresário quem exerce profissão 
intelectual, de natureza científica, literária ou artística, ainda com o concurso de 
auxiliares ou colaboradores, salvo se o exercício da profissão constituir elemento de 
empresa. 
A norma do citado artigo traz uma regra geral, pois caso a atividade for 
exercida segundo os critérios de empresa, teremos a figura do empresário 
individual. 
 
 3 
b.2) SOCIEDADE EMPRESÁRIA 
 
Quando a atividade empresarial ganha complexidade e volume, 
demandando maiores investimentos e competências específicas, emerge a 
necessidade da aglutinação de esforços e recursos de diferentes pessoas para 
o desenvolvimento da atividade econômica prevista. 
 
Usualmente, a união dessas pessoas com bens e serviços dá-se 
mediante a constituição de uma sociedade. 
 
Os principais aspectos do conceito de sociedade estão muito bem 
definidos pelo artigo 981 do CC, a saber: 
 
“Art. 981. Celebram contrato de sociedade as pessoas que reciprocamente se 
obrigam a contribuir, com bens ou serviços, para o exercício de atividade econômica 
e a partilha, entre si, dos resultados.” 
 
O artigo 982, 1ª parte, denomina de sociedade empresária a pessoa 
jurídica que tenha por objeto o exercício de atividade própria de empresário 
sujeito a registro. 
 
Art. 982. Salvo as exceções expressas, considera-se empresária a sociedade 
que tem por objeto o exercício de atividade própria de empresário sujeito a registro 
(art. 967); 
 
De outro lado, o artigo 982, 2ª parte, denomina de sociedade simples 
aquela que não exercer a empresa. 
 
Art. 982. Salvo as exceções expressas, considera-se empresária a sociedade 
que tem por objeto o exercício de atividade própria de empresário sujeito a registro 
(art. 967); e, simples, as demais. 
 
Nos dois casos (profissional liberal e sociedade simples), a atividade 
econômica é desempenhada diretamente pela pessoa física, ou pelos sócios 
da sociedade. A organização assume um papel secundário, sendo o principal 
da atividade pessoal. Por isso, não temos o exercício da empresa. 
 
Porém, em determinados casos excepcionais, se o exercício da 
atividade artística, intelectual, literária ou científica se desenvolver de forma 
empresarial, suplantando a atuação pessoal dos sócios, pode restar 
caracterizado a empresa, com a figura do empresário (empresário individual e 
sociedade empresária). 
 
b.3) EIRELI 
 
Trata-se de nova modalidade de pessoa jurídica, instituída pela Lei n. 
12.441/2011, e prevista no CC, artigo 44, VI. 
 
Analisaremos a EIRELI na última aula. 
 
 
 4 
7) Das obrigações comuns impostas aos empresários (empresário 
individual, EIRELI e sociedade empresária) para o exercício regular da 
atividade empresarial 
 
A legislação impõe uma série de obrigações comuns aos 
empresários (empresário individual, EIRELI e sociedade empresária) para 
que possam desempenhar de forma regular a atividade empresarial. 
As obrigações comuns são: 
 
- registro público do empresário; 
- sistema de contabilidade e livros, e 
- demonstrações contábeis 
 
A seguir, passaremos à análise de tais obrigações. 
 
a) Registro Público do Empresário 
 
O artigo 967 estabelece a obrigatoriedade da inscrição do 
empresário (empr. individual, EIRELI e sociedade empresária) no Registro 
Público de Empresas Mercantis (Junta Comercial) da respectiva sede, 
antes mesmo do início da atividade. 
 
Então, em primeiro lugar, todos os empresários devem se inscrever 
na Junta Comercial onde esteja situada sua sede antes de começar a 
operar. 
 
Empresário individual – a pessoa física que queira atuar como 
empresário individual deve preencher o requerimento específico 
(requerimento de empresário, consoante vimos na última aula) e 
requerer a sua inscrição. 
 
Sociedade empresária – as pessoas que pretendam constituir uma 
sociedade empresária devem registrar o Contrato Social ou Estatuto 
Social. 
 
EIRELI – a pessoa física que queira constituir uma EIRELI (espécie de 
pessoa jurídica) deve preencher o requerimento específico.Feita a inscrição, cria-se um registro para o empresário na Junta 
Comercial, com seus principais dados e informações, os quais constam 
do requerimento, contrato social ou estatuto social. 
 
À margem do registro, são arquivados os principais atos que 
digam respeito ao empresário, como abertura de filiais, nomeação de 
administradores, alteração de sede, modificações contratuais, bem 
como aqueles determinados pela legislação. 
 
 5 
O registro tem por objetivo tornar público os principais dados e 
informações relativas ao empresário. 
 
De acordo com o artigo 2º da lei n. 8.934/1994, o registro tem por 
finalidade: 
 
(i) dar garantia, publicidade, autenticidade, segurança e 
eficácia aos atos jurídicos das empresas mercantis 
submetidos a registro. 
 
(ii) cadastrar as empresas nacionais e estrangeiras em 
funcionamento no país e manter atualizadas as 
informações pertinentes. 
 
b) Sistema de contabilidade e Livros 
 
O empresário deve obrigatoriamente adotar um sistema de 
contabilidade, com a finalidade de evidenciar (tornar transparente) a 
sua situação econômica e financeira, o resultado de seus negócios. 
 
A contabilidade possibilita avaliar o patrimônio da empresa, as 
operações econômicas realizadas a cada dia, os custos e despesas, o 
resultado da operação (lucro/prejuízo). 
 
A contabilidade do empresário necessita ser realizada por 
contador habilitado (art. 1.182). As informações servem ao próprio 
empresário (ou sócios, no caso de sociedade empresária) e a terceiros, 
consoante veremos adiante. 
Art. 1.182. Sem prejuízo do disposto no art. 1.174, a escrituração ficará sob a 
responsabilidade de contabilista legalmente habilitado, salvo se nenhum houver na 
localidade. 
As informações contábeis devem ser registradas em livros próprios 
(escrituração contábil), amparadas por documentação de suporte, que 
demonstrem a origem e a veracidade dos números e dados 
correspondentes. 
Art. 1.179. O empresário e a sociedade empresária são obrigados a seguir um 
sistema de contabilidade, mecanizado ou não, com base na escrituração uniforme de 
seus livros, em correspondência com a documentação respectiva, e a levantar 
anualmente o balanço patrimonial e o de resultado econômico. 
Os livros onde estão registradas as informações contábeis devem 
ser autenticados pela Junta Comercial. 
 
A partir das informações contábeis, são levantados o balanço 
patrimonial e o balanço de resultado econômico. 
 
 6 
Livro obrigatório – Livro Diário 
 
O Livro Diário é o único livro obrigatório a todos os empresários 
(art. 1.180). 
 
O livro Diário apresenta, dia a dia, as operações relativas ao 
exercício da empresa pelo empresário1, que modifiquem ou possam 
modificar sua situação patrimonial. 
 
Nele encontram-se, por exemplo, os títulos de créditos emitidos, 
aceitos ou endossados, as fianças, receitas e despesas diárias, ou seja, 
tudo que representar elemento patrimonial. 
 
Livros facultativos 
 
A lei permite ao empresário a criação de quantos livros quiser 
para o gerenciamento de sua atividade empresarial (art. 1.179, p. 1º). 
 
Dentre os mais comuns, tem-se o Livro Razão, que registra os 
lançamentos em face das contas a que dizem respeito. Já o Livro Caixa 
aponta qualquer entrada e saída de dinheiro. 
 
Eficácia probatória dos livros 
 
Uma vez elaborados de acordo com a legislação (escriturados 
em forma mercantil, seguido pela ordem cronológica diária, sem 
intervalos em branco, emendas, rasuras, amparados por 
documentação de suporte) e autenticados pela junta comercial, os 
livros poderão ser utilizados como prova em juízo2. 
 
Servem também os livros para provar as relações dos empresários 
com terceiros, salvo se a lei exigir outra forma, como escritura pública. 
 
Exibição dos livros empresariais 
 
Os livros são de uso restrito do empresário, pois contemplam 
informações sigilosas da empresa. O juiz somente pode determinar sua 
exibição em casos específicos, que envolvam sucessão, comunhão ou 
sociedade, administração ou gestão à conta de outrem, ou em caso 
de falência. 
 
 
 
 
 
1
 TOMAZETTE, Marlon. Curso de Direito Empresarial. São Paulo: Atlas, 2011, p. 16. 
2
 BERTOLDI, Marcelo M. e RIBEIRO, Marcia Carla Pereira. Curso Avançado de Direito Comercial. São 
Paulo: Revista dos Tribunais, 2008, p. 83. 
 
 7 
Função da escrituração da contabilidade 
 
A escrituração da contabilidade tem uma função interna, na 
medida em que possibilita: verificar os resultados dos negócios; 
fundamentar ações corretivas visando o aumento/diminuição dos 
lucros/prejuízos, e posicionar os sócios acerca do desempenho da 
sociedade empresária. 
 
De outro lado, a escrituração possui uma função externa, na 
medida em que o Estado vale-se delas para fiscalizar e cobrar tributos, 
como também seus registros servem de prova do exercício da atividade 
comercial e de seus resultados perante órgãos como o Poder Judiciário. 
 
A ausência de uma escrituração contábil consistente traz prejuízos 
graves ao empresário, como: a impossibilidade de se valer dos 
benefícios da recuperação judicial, a inviabilidade de utilizar os dados 
da escrituração para fazer prova a seu favor, a possibilidade do fisco 
lançar o Imposto de Renda devido com base no lucro anual por 
arbitramento. 
 
c) Demonstrações Contábeis 
 
Anualmente, o empresário deve apresentar as suas 
demonstrações contábeis, por intermédio de 2 documentos específicos: 
(i) Balanço Patrimonial e (ii) Balanço de Resultado Econômico, nos 
termos do artigo 1.179. 
 
Balanço Patrimonial – o balanço patrimonial indica os ativos 
(bens, direitos e demais aplicações de recursos), passivos (exigências e 
obrigações) e o patrimônio líquido (diferença entre o ativo e o passivo = 
efetiva situação patrimonial), em determinada data específica. 
 
Balanço de Resultado Econômico - o documento indica os 
resultados da atividade comercial da empresa em um dado período 
(receita brutas – custos/despesas/impostos = lucro/prejuízo). 
 
Obs.: as sociedades com ativo (bens e direitos) superior a R$ 
240.000.000,00 ou receita bruta superior a R$ 300.000.000,00 devem 
contratar empresa de auditoria independente para atestar a 
adequação e veracidade das informações contábeis.

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