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Leitura e Produção de Textos 1ª edição 2017 Leitura e Produção de Textos 3 Palavras do professor Caro(a) aluno(a), bem-vindo(a) à disciplina de Leitura e Produção Textual! Você já parou para refletir sobre como a comunicação é importante em sua vida? Já percebeu que as pessoas que conseguem expressar-se bem na escrita ou oralmente são aquelas que mais se destacam no trabalho, nos estudos e até mesmo em uma roda de conversa com os amigos? Se você reconhecer a importância que a leitura tem em sua vida acadêmica e profissional, verá que a sua prática é a base para nos expressarmos bem, principalmente nos textos escritos, seja em um trabalho da faculdade, um e-mail encaminhado a um cliente ou um relatório solicitado pelo seu chefe. Sem a leitura, não conseguimos escrever um texto dinâmico, claro, objetivo e com um bom vocabulário. A leitura é um dos pilares da comu- nicação. Pois bem, comunicação é tudo! É por meio dela que conseguimos esta- belecer contato com as pessoas que participam de nosso círculo de con- vivência, contribuindo para que os vínculos pessoais ou profissionais se efetivem. Nesta disciplina de Leitura e Produção Textual, você percorrerá oito unidades e perceberá que escrever e falar bem não é tão difícil quanto parece, pois, para isso, existem técnicas que podem ser empregadas para aprimorar a forma como você comunica-se com seus amigos, professo- res, colegas de trabalho, clientes de sua empresa etc. Como o mercado de trabalho está cada vez mais exigente e recrutando pessoas com habilidades diversas, certamente essa disciplina lhe auxi- liará, e muito, a desenvolver aquilo que já sabe a respeito das diversas for- mas de expressão. Dessa forma, você conhecerá as tipologias e os gêne- ros textuais que usa em seu dia a dia e aprenderá como eles podem ser produzidos. Além disso, você entenderá o que é, de fato, o fenômeno da comunicação, e como proceder para alcançar o sucesso na sua área pro- fissional. Está preparado para iniciar a jornada no universo da comunicação? Vamos lá e mãos à obra! 1 4 Unidade 1 A comunicação e suas formas de expressão Para iniciar seus estudos Você comunica-se o tempo todo, não é mesmo? Mas você sabe o que é comunicação? Conhece os elementos envolvidos em seu processo? Sabe o que é competência linguística e as diferenças entre língua e linguagem? Será que existe uma forma de linguagem que pode comunicar mais que a outra? São essas as questões que responderemos ao longo de nossas dis- cussões nesta primeira unidade da disciplina Leitura e Produção Textual. Acompanhe! Objetivos de Aprendizagem • Conceituar comunicação, compreendendo a estrutura do ato comunicativo. • Fazer a distinção entre língua e linguagem. • Acentuar a importância da competência linguística. • Distinguir as linguagens verbal e não verbal, reconhecendo esta última como um diferencial em várias situações. 5 Leitura e Produção de Textos | Unidade 1 - A comunicação e suas formas de expressão 1.1 O que é comunicação Você é um bom comunicador? Se ainda não o é, está na hora de aprimorar suas habilidades comunicativas, entendendo, em primeiro lugar, o que é comunicação. Segundo Pimenta (2006, p. 19), “Sem comunicação, todas as relações que se estabelecem entre as pessoas e os diversos grupos humanos seriam impossíveis, sejam relações comerciais, de trabalho ou afetivas”. Desde o momento em que nascemos já começamos a nos comunicar com o mundo. O choro de um bebê, por exemplo, comunica vários sentimentos, sejam eles de dor, bem-estar, angústia, fome, sono e assim por diante. Nesse caso, aos poucos, os pais vão aprendendo a identificar o sentido de cada choro, percebendo que existe, ali, uma men- sagem que o bebê está querendo transmitir. E isso é comunicação! Mas ela só é efetiva quando os envolvidos no processo se entendem. Vejamos um exemplo: Maria recebeu um e-mail de seu supervisor convocando-a para uma reunião na próxima semana. Na oportunidade, esse profissional solicitou que a sua funcionária comunicasse o recebimento da mensagem. Infelizmente, Maria esqueceu-se de informar que havia recebido a convocação, bem como de comunicar que seria impossível comparecer ao evento, uma vez que já estava com uma viagem marcada. Como consequência, o seu supervisor ficou aguardando-a em sua sala de reuniões, o que gerou um posterior mal-estar dentro da empresa entre eles. Agora, você deve estar perguntando-se: houve comunicação? No caso apresentado, veja que não houve uma troca de mensagens entre Maria e seu supervisor, uma vez que este encaminhou um recado sem obter a resposta esperada. Maria, por sua vez, não deu retorno ao e-mail de seu superior, o que caracterizou uma situação em que os envolvidos no processo comunicativo não se entenderam, tampouco interagiram. A mensagem foi “jogada ao vento”, como diz o ditado popular. Portanto, para que haja comunicação, é preciso que haja entendimento e resposta/retorno a essa compreensão. Ao tratar do fenômeno comunicativo, Pimenta (2006, p. 19) esclarece o seguinte: “A origem etimológica da palavra comunicação é tornar comum, ou seja, uma pessoa consegue fazer com que sua ideia seja captada e compreendida por outra (s) pessoa (s), nesse momento ocorreria o fenômeno da comunicação.” Portanto, lembre-se que comunicação não é um mero envio de ideias ou uma troca de mensagens. Isso não garante a efetividade da comunicação, pois consiste apenas em uma tentativa de estabelecer uma conexão entre as pessoas envolvidas em determinada situação. Você já percebeu que nas ruas, na sua casa e no seu trabalho existem sinais e símbolos que lhe transmitem deter- minada mensagem? Pois bem, isso é uma das formas de comunicação, a qual pode ser verbal ou não verbal. Mas quais seriam as diferenças entre essas duas modalidades de comunicação? Primeiro, veja que, como o próprio nome já indica, a comunicação verbal é aquela que se dá por meio da palavra (escrita ou falada), sem a necessidade do uso de símbolos. Um texto de jornal, um e-mail ou uma palestra são exemplos desse tipo de comunicação. Por outro lado, a comunicação não verbal é aquela em que não há neces- sidade do uso da palavra. Sinais de trânsito, postura corporal, gestos e a expressão de sentimentos comunicam, pois contêm uma mensagem/informação a ser levada para alguém. Você se lembra do famoso filme Tempos modernos (1936), de Charlie Chaplin? Esse é outro exemplo bastante importante de comunicação não verbal, o que deu ênfase ao que conhecemos como cinema mudo, ou seja, uma forma de narrativa em que o enredo se desenvolve sem a utilização da palavra, mas, sim, com gestos, movi- mentos e expressões faciais. Mesmo não sendo empregadas falas, esse filme comunicou a crítica que se fazia ao sistema capitalista. E como comunicou! É importante reconhecer que tudo o que existe no universo comunica alguma coisa. O vento, por exemplo, comunica que está vindo uma chuva; as plantas, quando secas, comunicam que precisam de água e até mesmo de atenção do ser humano, pois elas também são vida. Além, disso, “Uma rocha se comunica, à medida que suas partículas nucleares se atraem ou se repelem na intimidade de sua estrutura atômica” (TELES, 1973, p. 19). 6 Leitura e Produção de Textos | Unidade 1 - A comunicação e suas formas de expressão Você convive com pessoas que têm dificuldade de se comunicar? O que elas poderiam fazer para melhorar as suas formas de expressão? Agora que você já sabe o que é comunicação e as suas principais formas, vamos conhecer métodos de comuni- cação bastante comuns em nosso cotidiano. Acompanhe! 1.1.1 Métodos de comunicação Hoje em dia, precisamos, mais do que nunca, relacionarmo-nos bem com nossa família, nossos colegas de tra- balho e com todas as outras pessoas que fazem parte de nosso círculo de convivência. Além disso, também precisamosrefletir sobre nossas ações para tentar melhorá-las. Mas por que falamos nisso? Porque, na prática comunicativa, existem métodos que podem ser empregados em distintas situações a fim de alcançar objetivos esperados. Destacamos, nesse cenário, as três formas mais comuns: a comunicação interpessoal, a intrapessoal e a interprofissional. Vejamos agora as peculiaridades de cada uma delas. Vamos adiante! • Comunicação intrapessoal: não somos perfeitos e, muitas vezes, agimos de forma equivocada, o que acaba por prejudicar a nós e aos outros que fazem parte de nosso convívio. Nossas emoções agem por impulso e isso é muito natural no ser humano. Dessa forma, precisamos refletir a respeito do que pode- mos melhorar e também sobre as nossas potencialidades, o que é possível por meio da comunicação intrapessoal. Segundo Balestero-Alvarez (2007, p. 97-98), podemos exercitar muitas inteligências por meio desse método de comunicação, como: • [...] ter consciência da força das emoções, desenvolver formas e meios para expressar os sen- timentos e opiniões, desenvolver um modelo exato do eu, ser capaz de trabalhar de forma independente; sentir-se motivado para alcançar objetivos; ter curiosidade pelos vários enigmas da vida: sentido, propósito e importância; envolver-se em um grande processo de aprendizagem e crescimento profissional [...]. A comunicação intrapessoal (ou autocomunicação) é, portanto, um método de reflexão subjetivo e de diálogo interno, o que permite, como resultados, o autoconhecimento e o conhecimento das necessidades do outro. Assim, aprimora-se a capacidade de empatia, ou seja, colocar-se no lugar outro. • Comunicação interpessoal: ao contrário da comunicação intrapessoal (ou autocomunicação), essa modalidade envolve a interação com mais de uma pessoa. Pestana (2006, n/p) evidencia que “A comu- nicação interpessoal pode ser definida como o processo pelo qual a informação é trocada e entendida por duas ou mais pessoas, normalmente com o intuito de motivar ou influenciar o comportamento”. Portanto, é muito importante ter cautela nesse tipo de comunicação, observando a clareza da mensagem para que o receptor a aceite. • Comunicação interprofissional: essa comunicação é caracterizada por ser praticada em nosso ambiente de trabalho, no qual transita uma infinidade de informações a diferentes níveis e perfis profissionais. Mesmo que existam rivalidades, ciúme e vaidades nesse setor, é muito importante mantermos um bom 7 Leitura e Produção de Textos | Unidade 1 - A comunicação e suas formas de expressão relacionamento, uma vez que conflitos em nosso ambiente profissional refletem na qualidade da infor- mação e, consequentemente, nos serviços que são oferecidos às pessoas. Para que você consiga obter mais conhecimentos sobre as formas de comunicação e consiga aprimorá-las, sugerimos a leitura do seguinte texto: DELHAAS, Rudolf Johannes. Para uma comunicação mais efetiva. Psicologia Argumento, Curitiba, v. 28, n. 60, p. 65-81, jan./mar. 2010. Disponível em: <http://www2.pucpr.br/reol/ pb/index.php/pa?dd1=3511&dd99=view&dd98=pb>. Boa leitura. 1.1.2 Os elementos da comunicação Assim como o aprendizado do aluno passa por várias fases, constituindo um processo, a comunicação também precisa seguir uma estrutura para a sua garantia. Perles (2015, p. 1) acredita que o processo de comunicação “[...] representa um dos fenômenos mais importantes da espécie humana. Compreendê-lo, implica voltar no tempo, buscar as origens da fala, o desenvolvimento das linguagens e verificar como e por que ele se modificou ao longo da história”. É por isso que se torna essencial conhecermos os elementos que compõem a estrutura que estamos a estudar neste tópico; são eles: emissor, canal, mensagem, receptor, ruído e feedback. Veja agora como se apre- senta essa estrutura juntamente com os elementos da comunicação. Figura 3 – Processo de comunicação. Legenda: Para que a comunicação ocorra, é necessário que se siga o pro- cesso de comunicação, dando atenção aos elementos dessa estrutura. Fonte: Adaptada de Shannon e Weaver (1949 apud REDFIELD, 1967). 8 Leitura e Produção de Textos | Unidade 1 - A comunicação e suas formas de expressão A figura apresentada ilustra o processo de comunicação juntamente com os elementos que o compõem, quais sejam: • emissor: é quem emite a mensagem; • canal: é o local por onde é transmitida a mensagem (TV e rádio, por exemplo); • mensagem: é o conteúdo e o objetivo da comunicação; • receptor: é a pessoa que recebe a mensagem; • ruído: são possíveis interferências na comunicação (barulho, falta de atenção, ambiguidade etc.); • feedback: é o retorno/resposta que o receptor dá ao emissor a respeito da mensagem recebida. Todos os dias, nos comunicamos com alguém, não é mesmo? Nessa prática, sempre utilizamos o processo de comunicação, que é dinâmico e necessita de bastante atenção para que o nosso objetivo tenha sucesso. Dessa forma, é também importante que você entenda que o emissor pode não ser apenas uma pessoa, mas um grupo. Ao explicar isso, Tomasi e Medeiros (2007, p. 12) reforçam o entendimento do exercício do processo comunica- tivo ao enfatizarem que: No comportamento proativo, o destinador provoca uma mensagem da parte do destinador. Ele estimula o destinador a oferecer-lhe uma mensagem. Uma tosse, um franzir de cenho, uma risada, todos podem ser estímulos provocadores da emissão de uma mensagem. Pessoas envol- vidas em uma comunicação tanto emitem, como recebem mensagens. Assim, ora uma pessoa desempenha a função de emissor, ora de receptor. Da mesma forma, a função de receptor ou emissor pode não ser representada por uma única pessoa; às vezes, ela o é por um grupo, por uma empresa, por toda a sociedade. Vejamos agora um exemplo do que acontece na prática do processo comunicativo. Acompanhe! Primeiramente, é importante lembrar que o responsável pelo sucesso da comunicação é sempre o emissor. Em uma sala de aula, o professor é quem ministra o conteúdo e o intermedia ao aluno. Nesse sentido, o professor é o emissor, a mensagem é o conteúdo, os alunos são os receptores e a voz é o canal de comunicação. O enten- dimento ou não do conteúdo deve ser comunicado ao professor. A compreensão e a interação entre professor e alunos é chamada de feedback, ou seja, o processo que retroalimenta a mensagem, sendo o retorno que se dá ao emissor. Porém, e se o professor perguntou se os alunos entenderam o conteúdo e, mesmo que não tenham compre- endido, tenham dito que sim? Houve comunicação nesse caso? Lembre-se que a comunicação é garantida somente se o receptor (ou receptores) assimilou a mensagem e deu o retorno a quem a enviou; caso contrário a comunicação não é válida. Portanto, no caso apresentado, não houve a efetividade da comunicação, apenas a tentativa de estabelecer uma conexão. E os ruídos, como se encaixam nessa estrutura? Caso os alunos façam barulho durante a explicação do profes- sor ou este explique o conteúdo com um vocabulário ainda desconhecido pelos alunos ou se expresse de forma confusa, haverá a emissão de ruídos, que são tudo aquilo que atrapalha o sucesso da comunicação. Nem sempre existirá um ruído na comunicação, sendo que ele: [...] pode se localizar no emissor, no receptor, no veículo utilizado ou no ambiente onde o pro- cesso de comunicação acontece. O emissor pode não formular bem sua mensagem, dificultando a compreensão por parte do receptor. O veículo de comunicação pode ser inadequado. O receptor pode não prestar atenção suficiente à mensagem. E, ainda, pode haver algum tipo de poluição sonora que impeça a boa percepção do que se quer comunicar (PIMENTA, 2006, p. 26). 9 Leitura e Produção de Textos | Unidade 1 - A comunicação e suas formas de expressão Além dos exemplos de ruídos apresentados, é importante que lembremos que eles podem originar-se de diver- sosfatores de ordem: psicológica (preocupações e estresse, por exemplo); perceptual (a cultura que a pessoa possui e a sua concepção de mundo, por exemplo); e fisiológica (dificuldade visual ou auditiva e dores de cabeça, por exemplo) (PIMENTA, 2006). Além disso, excesso de barulho, falta de luminosidade no ambiente, vocabulário utilizado e velocidade na emissão da mensagem também são tipos de ruídos, conforme afirmações de Pimenta (2006). Quer conhecer mais sobre a comunicação e como ela se desenvolveu ao longo da histó- ria? Então, acesse o artigo Comunicação: conceitos, fundamentos e história, do autor João Batista Perles e veja quais são os elementos indissociáveis da estrutura comunicativa. Acesse: <http://www.bocc.ubi.pt/pag/perles-joao-comunicacao-conceitos-fundamentos- -historia.pdf>. Tão importante quanto entender o que compromete a comunicação é selecionar o melhor canal para a transmis- são da informação para toda e qualquer situação. Veja agora, no Quadro 1, alguns exemplos de más e boas esco- lhas de veículos adequados para o encaminhamento da mensagem, bem como para a avaliação do processo. Quadro 1 – Exemplos de escolha do meio de comunicação adequado. Situação Escolha ruim Melhor escolha Análise Uma secretária quer confirmar o horário de uma reunião com um grupo de funcionários. Telefone E-mail ou canal de voz Uma mensagem simples não necessita de um meio rico. Um grupo de engenheiros localizados em filiais diferentes de uma empresa precisa discutir detalhes de um projeto em andamento. Videoconferência Conferência via computador ou fax A ênfase deve ser em detalhes técnicos, sem interferência de parâmetros mais pessoais, como status e a expressão não verbal. Feedback é rápido o suficiente para todas as escolhas. Uma empreiteira quer anunciar um plano de benefícios para funcionários. Memorando Reuniões em pequenos grupos O meio mais rico é necessário, proporcionando uma comunicação direta e um feedback imediato para esclarecer as possíveis dúvidas. 10 Leitura e Produção de Textos | Unidade 1 - A comunicação e suas formas de expressão Uma empresa de serviços quer motivar os funcionários a trabalharem em grupos de trabalho interdepartamentais. E-mail ou canal de voz Face a face ou por telefone A necessidade de persuasão exige um meio rico de comunicação para rebater possíveis objeções e negociar as condições. Legenda: Sempre que for enviar uma mensagem, principalmente no ambiente profissional, é funda- mental refletir se o meio de comunicação empregado é viável ou não ao sucesso da mensagem. Fonte: Adaptado de Clampitt (1991 apud PIMENTA, 2006, p. 47). Acabamos de conhecer a estrutura do processo de comunicação, entendendo, principalmente, os cuidados a serem tomados para que a comunicação tenha sucesso. Agora, vamos estudar outro elemento bastante impor- tante para que você consiga comunicar-se bem tanto pela fala quanto pela escrita: a linguagem, compreen- dendo as diferenças entre ela e a língua. Vamos lá! 1.2 Língua x linguagem Certamente, você já deve ter ouvido alguém dizer “eu falo a linguagem portuguesa”, não é mesmo? Pois bem, isso é muito comum, pois a maioria das pessoas acredita que língua e linguagem são a mesma coisa. Mas será que é isso mesmo? Vamos conhecer agora as diferenças entre elas para que possamos nos expressar melhor. A língua consiste em um sistema de códigos que expressam nosso idioma, ou seja, a Língua Portuguesa, carac- terizando nossa nacionalidade. É, sobretudo, uma forma de comunicação e um sistema linguístico. É por isso que existem várias línguas no mundo, como a inglesa, francesa, espanhola entre outras. Faraco e Tezza (1992, p. 47) destacam que: “[...] Quem aprende uma língua, aprende, de fato, um conjunto grandemente variado de lingua- gens que se manifestam por meio de determinadas formas linguísticas [...].” Desse modo, a língua consiste na palavra, seja ela por meio da escrita ou da fala. Mas de onde vem o aprendizado da língua? Primeiro, somos ensinados a falar de acordo com as pessoas que estão mais próximas a nós – nossos pais, irmãos, tios e avós, por exemplo, o que chamamos de aprendizado da língua materna. Depois, aprendemos a desenvolver as regras do sistema da Língua Portuguesa (na fala e na escrita) na escola. Portanto, “A língua falada por um povo é parte da imagem que esse povo tem de si mesmo, em certos casos ainda mais significativa do que as unidades políticas em que o povo se organiza.” (PERINI, 2010, p. 2-3). Para conhecer mais sobre língua e linguagem e sua influência na comunicação, leia a entre- vista feita a Mário A. Perini, acessando: <http://www.revel.inf.br/files/entrevistas/revel_14_ entrevista_perini.pdf>. 11 Leitura e Produção de Textos | Unidade 1 - A comunicação e suas formas de expressão Você se lembra do que estudamos no início desta unidade a respeito das modalidades de comunicação? Pois bem, existem duas formas de comunicação: a verbal e não verbal. Da mesma forma, existe a linguagem, que consiste na maneira como expressamos nossos sentimentos e nos comunicamos com as pessoas que estão ao nosso redor, sendo que: “[...] qualquer sociedade minimamente complexa só pode funcionar, e mesmo surgir, através do uso intensivo da linguagem. A sociedade funciona através da cooperação e/ou conflito entre os homens, e a linguagem medeia esses processos de maneira crucial.” (PERINI, 2010, p. 2). A linguagem também pode apresentar-se de duas formas: verbal (emprega-se a palavra) ou não verbal (sem o uso da palavra), sendo esta última aquela que possui um forte poder de expressão em toda e qualquer situação. Não podemos, por exemplo, disfarçar uma forte tristeza ou o entusiasmo com alguma coisa, pois nosso olhar, nossa voz e nossa expressão facial já vão comunicar isso de imediato. Nosso jeito de vestir também é uma forma de linguagem. Nosso trabalho exige, por exemplo, um tipo de vestimenta adequada. Em casa ou com os amigos, podemos nos vestir de forma diferente, pois estamos em “nosso ambiente”. E isso é linguagem não verbal, ou seja, simbologias que exprimem uma informação. Figura 4 – A criança e suas formas de expressão. Legenda: As crianças, em seus primeiros anos de vida, utilizam-se da linguagem não verbal para comunicar- -se com os adultos, empregando gestos e modificando sua expressão facial para solicitar o que necessitam. Fonte: <http://us.123rf.com/450wm/romikmk/romikmk1506/romikmk150600029/41918361-conjunto-de- -emo%EF%BF%BD%EF%BF%BDes-crian%EF%BF%BDa-isolado-no-branco.jpg?ver=6v>. Quando você apresenta suas ideias em uma palestra, em uma aula, em uma reunião ou em um texto, você está utilizando-se da linguagem verbal, que é forma de expressão em que a palavra estará sempre presente. Quantas vezes você recebeu, ou escreveu, mensagens via WhatsApp empregando palavras abreviadas como “vc” (você), “tb” (também), “qnd” (quando), ou os conhecidos emotions (as caretinhas que expressam sentimentos)? Será que isso é linguagem? Ora, se tudo isso comunica, é linguagem, uma vez que estão a levar determinada mensagem a ser codificada (quando entendo o seu código, por exemplo, a língua em que está escrita) e decodificada (quando compreendo a mensagem) pelo receptor. Veja que, no caso dos vocábulos abreviados, utilizamos a linguagem verbal, pois são palavras; no caso dos emotions, não usamos palavras, por isso é uma linguagem não verbal. 12 Leitura e Produção de Textos | Unidade 1 - A comunicação e suas formas de expressão Figura 5 – Emotions. Legenda: As caretinhas que expressam sentimentos são uma linguagem não ver- bal e hoje fazem parte da comunicação estabelecida nas redes sociais. Fonte: <http://us.123rf.com/450wm/layritten/layritten1603/layritten160300039/53424363-grande-conjunto-de-99- -emo%EF%BF%BD%EF%BF%BDo-amarelo-isolado-no-branco.-conjunto-emoji.-raiva-e-compaix%EF%BF%BDo.-risos--e-l%EF%BF%BDgrima.jpg?ver=6>. Linguagem e língua são complementares, pois uma necessita da outra em diversas formas de expressão, sendo a linguagem repleta de intenções. A linguagem pode ser alterada em diversas situações. Certamente, você já mudou seu jeito de falar para que o receptor compreendesse melhor e assimilasse o que você estava querendo exprimir. Ao tentar cativar, emocionar ou chamar a atenção de alguém, empregam-se recursos da linguagem. Isso quer dizer que ela também possui intencionalidades, o que chamamos funções da linguagem, que podem ser as seguintes: fática, poética, referen- cial, conativa, metalinguística e emotiva. Vamos agora conhecer as diferenças entre elas. Função fática: Cereja e Magalhães (2009, p. 36) destacam alguns exemplos desse tipo de função, que ocorrem “[...] nos cumprimentos diários (“Bom dia”, “Boa tarde”, “Oi”, “Tudo bem?”, “Como vai?”), nas conversas de ele- vador (“Está quente, não?”), nas primeiras palavras de uma aula (“Sentem-se”, “Vamos começar?”, “Pronto?”, “Atenção, gente!”)”. Observe que esses enunciados indicam que se quer chamar a atenção de alguém e testam se o receptor está prestando atenção, por isso, dizemos que a linguagem é fática. Função poética: a poesia é o exemplo mais comum desse tipo de função, uma vez que são empregados recursos literários (para emocionar, para fazer refletir) nos textos poéticos. Função referencial: são exemplos desse tipo de função os textos científicos e jornalísticos, uma vez que descre- vem e informam sobre determinado assunto. 13 Leitura e Produção de Textos | Unidade 1 - A comunicação e suas formas de expressão Função conativa: os outdoors publicitários apresentam esse tipo de função, uma vez que buscam influenciar o consumidor a comprar determinado produto com expressões como “Compre logo!”, “Venha conhecer nosso produto” etc. Função metalinguística: esse tipo de função é caracterizado pelo uso de um recurso que explica a si mesmo. O dicionário é um bom exemplo de função metalinguística, pois cada palavra (que é um código) está ali para expli- car ela mesma. Vejamos um exemplo dessa modalidade: Imagino este diálogo exasperante: “O sophomore foi ao pau”. “Mas o que quer dizer ir ao pau?” “A mesma coisa que levar bomba.” “E levar bomba?” “Levar bomba é ser reprovado no exame.” “E o que é ‘sophomore’?”, insiste o interrogador, ignorante do vocabulário escolar em inglês. “Um ‘sophomore’ é [ou quer dizer] um estudante de segundo ano (JAKOBSON, 2010, p. 162, grifo do autor). Observe que os vocábulos apresentados servem para tecer explicações sobre outros, e assim por diante. A função metalinguística caracteriza-se justamente por promover o esclarecimento por meio desse tipo de explicação. Função emotiva: o objetivo desse tipo de função é despertar sentimentos no emissor. Frases como “Nossa, que pena!” e “Como você está bem!” são exemplos desse recurso. As funções da linguagem são aplicadas por nós, diariamente, e agora que você já conhece quais são elas, pode definir e identificar aquela que melhor se encaixará em determinadas situações comunicativas, dentro de um contexto específico. Neste sentido, Goldstein, Louzada e Ivamoto (2009, p. 11) entendem que, [...] o contexto pode envolver uma discussão em família, em ambiente doméstico, entre os mem- bros que a compõem; uma entrevista de trabalho, no espaço profissional, com a presença do can- didato e do representante da empresa; uma carta de amor, amostra de um diálogo afetivo; uma reportagem para uma revista importante em que o redator, ao escrever, leva em conta o interesse e a expectativa dos leitores. Sendo assim, texto e contexto sempre constituirão uma unidade, e a linguagem será o veículo de transmissão das mensagens que transmitimos seguindo determinada função. Todos os dias, nos deparamos com propagandas, sejam elas na televisão, nos jornais ou nos outdoors. Mas como as funções da linguagem se apresentam nesse tipo de publicidade? Leia o texto de Santee e Santos (2010), As funções da linguagem na propaganda, e saiba mais sobre este assunto. Acesse: <http://seer.ucg.br/ind http://seer.ucg.br/index.php/fragmen- tos/article/download/1367/913ex.php/fragmentos/article/download/1367/913>. Boa lei- tura! A seguir, discutiremos um assunto bastante importante para o nosso aprendizado de língua e linguagem: a varia- ção linguística. Vamos adiante! 14 Leitura e Produção de Textos | Unidade 1 - A comunicação e suas formas de expressão 1.3 O que é variação linguística? Você conhece alguém que vive “esgualepado”? Já viu um “rosilho”? Já ouviu alguém dizer “chujar”? Pois bem, no Rio Grande do Sul, é muito comum utilizar a expressão “esgualepado” para dizer que alguém está maltrapilho, desarrumado. Também chama-se “rosilho” o cavalo de cor rosada na mesma região. Por outro lado, nas regiões interioranas de Mato Grosso, falar “chujar” ao invés de “sujar” é bastante comum. Sendo assim, você certamente lembra-se agora de outros exemplos em que lhe disseram alguma coisa que você não foi capaz de entender por- que não fazia parte daquela região. Estamos falando agora da variação linguística, um fenômeno muito comum no estudo das diversas formas de linguagem e que interferem, na maioria das vezes, na compreensão de deter- minadas mensagens, causando ruídos na comunicação. Quando você se comunica com alguém no trabalho, é provável que empregue um tipo de linguagem mais formal; quando se comunica com um amigo pelas redes sociais, a informalidade toma conta da situação comunicativa. Assim ocorre em outros momentos em que modificamos o jeito de falar para atingir os propósitos comunicativos. E isso é variação linguística também! Mas qual é o conceito do fenômeno que estamos estudando? A variação linguística é considerada o emprego de padrões informais da língua, ou seja, palavras e expressões criadas em determinados tempos, contextos e grupos culturais. Sendo assim, a pronúncia e o vocabulário podem mudar para referir-se a uma mesma palavra. Faraco e Tezza (1992) afirmam que a língua não é uniforme, admitindo muitas variações, entre elas: A variação geográfica: diferenças de pronúncia (cariocas e gaúchos têm entonação/sotaque diferente quando falam, por exemplo); vocabulário (tangerina, mimosa e bergamota são a mesma coisa, mas falada de formas distintas nas regiões do Brasil); e de sintaxe (no Brasil, fala-se “Ele não me viu”; em Portugal, fala-se “Ele me não viu”) (FARACO; TEZZA, 1992). Níveis de formalidade: dependendo da situação (uma festa, um jogo de futebol, uma cerimônia, por exemplo) em que estivermos inseridos, nossa linguagem vai mudar. Faraco e Tezza (1992, p. 53. grifo do autor) destacam que “[...] é interessante observar como nós desenvolvemos “antenas” para nos sincronizar linguisticamente com a situação – e também para vigiar a adequação da fala dos outros”. Língua oral e língua escrita: obviamente, não falamos da mesma maneira que escrevemos e vice-versa. Dessa forma, nossa oralidade será sempre mais propensa a modificações de pronúncia. Ao contrário, a escrita não pode admitir essa variação, uma vez que deve estar de acordo com a norma culta padrão (FARACO; TEZZA, 1992). Você conhece pessoas que têm a fala carregada de expressões regionalistas? Para você, elas estão falando errado? Por quê? A respeito da variação linguística, Faraco e Tezza (1992) salientam que existem fatos que não podem ser esque- cidos pelo falante. Assim, os estudiosos evidenciam que as línguas não existem em si; elas variam e não são uniformes; não são iguais em suas variedades e, por isso, elas mudam; em algumas sociedades, exige-se tanta atenção a determinadas variações que todos acabam por concluir que essa variedade é a língua, sendo as demais imperfeitas (FARACO; TEZZA, 1992). 15 Leitura e Produção de Textos | Unidade 1 - A comunicação e suas formas de expressão Figura 6– Caipira picando fumo. Legenda: O fenômeno da variação linguística é resultado das variantes da língua empregadas em regiões ou estados diferentes. Nas regiões interioranas, a fala é conhecida por ser carregada de regionalismos. A pala- vra “acero”, por exemplo, é muito utilizada no interior de Mato Grosso, e significa “capinar ao redor do pasto”. Fonte: <https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Caipira_picando_fumo.jpg> Existe um grande preconceito com a fala das pessoas mais desfavorecidas ou moradoras de regiões mais des- locadas no Brasil, longe dos grandes centros urbanos. Infelizmente, falta respeito com a forma de falar desses indivíduos, uma vez que sua cultura, origem e localização influenciaram no seu modo de falar. Sendo assim, [...] é comum, por exemplo, que termos como pobrema (ao invés de problema), nós fumo (ao invés de nós fomos) e ponharam (ao invés de puseram) suscitem idéias [sic] preconcebidas a respeito da (falta de) escolaridade de quem os pronunciou. Normalmente são alvos de comentários jocosos e de rejeição explícita pelos membros da comunidade de fala (seja escolarizada ou não) (GORSKI; COELHO, 2009, p. 81). Diante disso, é muito importante reconhecermos que a variação linguística é mais comum do que se imagina. Da mesma forma que não somos todos iguais, a nossa língua também não o é. Conheça o artigo de Santana e Neves (2015), As variações linguísticas e suas implicações na prática docente, e veja a importância que a diversidade da língua exerce em nossa cul- tura. Acesse: <http://www.ipv.pt/millenium/Millenium48/6.pdf>. Agora que você já sabe o que é variação linguística, vamos discutir a importância da competência linguística. Acompanhe! 16 Leitura e Produção de Textos | Unidade 1 - A comunicação e suas formas de expressão 1.4 Entendendo a competência linguística “Saí do julgamento incólume”, “Este remédio é inócuo”, “Aquele candidato gosta de tergiversar”. Mas o que essas frases querem dizer? Não seria mais fácil dizer “Saí do julgamento ileso”, “Este remédio não é perigoso” e/ou “Aquele candidato gosta de fugir do assunto”? Pois bem, esses primeiros exemplos são enunciados nos quais aparecem alguns vocábulos considerados difíceis ou desconhecidos. Mas o que isso tem a ver com competência linguística? Primeiramente, é importante entender que não nascemos com a competência linguística, mas a desenvolvemos ao longo do tempo com muita dedicação aos estudos. A pessoa que possui esse tipo de competência é aquela que conhece as regras do idioma (falado e escrito), sabendo aplicá-lo em diversas situações, seja em um texto, em uma conversa com os amigos ou em uma palestra, adotando as convenções estruturais da língua. Hoje, mais do que nunca, o mercado de trabalho busca profissionais com diversas habilidades, e a competência linguística destaca-se nesse cenário. Infelizmente, muitas pessoas desconhecem as diferenças entre “trás” (posi- ção) e “traz” (do verbo trazer) ou confundem a escrita de “sessão” (reunião) e “cessão” (ceder ou interromper), o que mostra a falta de competência linguística. É importante salientar aqui, em nossas discussões sobre língua e competência linguística, que, infelizmente, há uma grande preocupação com o mau uso da língua, seja nas relações convencionais, profissionais ou acadêmi- cas. A respeito desse assunto, Bernardo (1992, p. 84) salienta que: O acesso às conquistas da civilização passa, necessariamente, pelo acesso à linguagem escrita em que se veiculam as informações, em sentido amplo: jornalísticas, artísticas, culturais, cientificas. É fácil perceber que o cidadão que não domina as formas linguísticas chamadas cultas da língua terá dificuldade para se integrar aos mecanismos mais sofisticados da sobrevivência cotidiana, compreendendo-os e transformando-os – em outras palavras, para se tornar um agente da lin- guagem, e não a sua vítima. Figura 7 – O erudito Joaquim Barbosa, ex-presidente do Supremo Tribunal Federal. Legenda: As pessoas eruditas são aquelas que se dedicam a estudar e a aprender, de forma profunda, determina- das convenções (música, poesia e língua portuguesa, por exemplo). Uma pessoa que possui competência linguística é considerada erudita, uma vez que possui um conhecimento vasto da língua e sabe aplicá-la em diversas situações. Fonte: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/2/20/JoaquimBarbosa.jpg 17 Leitura e Produção de Textos | Unidade 1 - A comunicação e suas formas de expressão Outro aspecto importante a ser tratado quando se fala no sucesso da comunicação é a cautela no uso da lingua- gem, dependendo da situação. Não podemos, por exemplo, utilizar um vocabulário rebuscado com uma pessoa que não teve acesso ao estudo, pois certamente ela não irá compreender. Por isso, adaptar a linguagem à situa- ção comunicativa é fundamental e isso também é competência linguística. Por fim, para termos competência linguística, existe uma receita muito simples: estudar as convenções grama- ticais e ler muito! E é esta disciplina que lhe auxiliará a aprimorar essa habilidade para que você tenha êxito ao comunicar-se com alguém. 18 Considerações finais Caro(a) aluno(a), chegamos ao final desta primeira unidade da disciplina Leitura e Produção Textual. Vamos agora relembrar o que discutimos e aprendemos sobre nosso foco de estudo: a comunicação. • Estabelecemos comunicação com os outros desde o momento de nosso nascimento. Para que haja comunicação, é necessário que a mensagem se torne comum entre o emissor e receptor, ou seja, que ela seja compreendida e que o retorno sobre seu enten- dimento seja dado ao emissor. • Vimos que existem dois tipos de comunicação, a verbal e a não verbal. A primeira precisa do uso da palavra (escrita e falada) e a segunda não depende dela, pois se constitui por símbolos, gestos e expressões faciais, por exemplo. Conhecemos alguns métodos de comunicação, sendo eles o intrapessoal, o interpessoal e o interprofissional. • Compreendemos também que, para que ocorra a comunicação, é necessário seguir um processo composto pelos seguintes ele- mentos: emissor (quem emite a mensagem), canal (local por onde se encaminha a informação), mensagem (conteúdo da comuni- cação), receptor (quem recebe a mensagem) e feedback (retroa- limentação da comunicação). Além disso, existem os ruídos, que podem aparecer dentro dessa estrutura, sendo tudo aquilo que interfere na compreensão da mensagem (humor, ambiente, baru- lho etc.). • Conhecemos as diferenças entre língua e linguagem, sendo a pri- meira o sistema de códigos de nosso idioma e a segunda toda e qualquer forma de expressão. Vimos também que a linguagem possui intencionalidades diversas, pautadas nas seguintes fun- ções: poética, fática, referencial, metalinguística, emotiva e cona- tiva. Na sequência, discutimos o fenômeno da variação linguís- tica, tema bastante importante em nossos estudos. • Por fim, entendemos o que é competência linguística, conside- rada uma habilidade de utilizar de forma correta as convenções de nosso idioma, seja de forma oral ou escrita, reconhecendo que, para cada situação comunicativa, devemos usar a linguagem ade- quada para que haja sucesso na comunicação. Referências bibliográficas 19 BALESTERO-ALVAREZ, Maria Esmeralda. Exercitando as Inteligências Múltiplas: Dinâmicas de grupo fáceis e rápidas para o ensino superior. 2. ed. São Paulo: Papirus, 2007. BERNARDO, Gustavo. Redação inquieta. Rio de Janeiro: Globo, 1992. CEREJA, William Roberto; MAGALHÃES, Thereza Analia Cochar. Gramá- tica reflexiva: Volume único. 3. ed. São Paulo: Atual, 2009. DELHAAS, Rudolf Johannes. Para uma comunicação mais efetiva. Psicologia Argumento, Curitiba, v. 28, n. 60, p. 65-81, jan./mar. 2010. Disponível em: <http://www2.pucpr.br/reol/pb/index.php/ pa?dd1=3511&dd99=view&dd98=pb>. Acesso em: 8 jan.2017. FARACO, Carlos Alberto; TEZZA, Cristóvão. Prática de textos para estu- dantes universitários. Petrópolis, Rio de Janeiro: Vozes, 1992. GOLDSTEIN, N.; LOUZADA, M. S.; IVAMOTO, R. O texto sem mistério: lei- tura e escrita na universidade. São Paulo: Ática, 2009. GORSKI, Edair Maria; COELHO, Izete Lehmkuhl. Variação linguística e o ensino de gramática. Work papers linguística, v. 10, n. 1, 73-91, Floria- nópolis, jan/jun., 2009. Disponível em: <https://periodicos.ufsc.br/index. php/workingpapers/article/view/1984-8420.2009v10n1p73/12022>. Acesso em: 8 jan. 2017. JAKOBSON, Roman. Linguística e comunicação. 22. ed. São Paulo: Cul- trix, 2010. SANTANA, Jessé; NEVES, Maria. As variações linguísticas e suas implica- ções na prática docente. Millenium, Vol. 48 (jan/jun). p. 75-93, 2015. Dis- ponível em: <http://www.ipv.pt/millenium/Millenium48/6.pdf>. Acesso em: 4 jan. 2017. 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