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Anemia: Causas, Sintomas e Tratamento


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O que é Anemia 
Sua principal característica é a redução do número de glóbulos vermelhos (eritrócitos) no 
sangue (deixando-o mais diluído), sendo a condição em que o conteúdo de hemoglobina no 
sangue está abaixo do normal, devido à carência de um ou mais nutrientes essenciais no 
organismo, seja qual for a causa dessa carência. 
Os glóbulos vermelhos, também chamados de hemácias ou eritrócitos, são as células 
responsáveis pelo transporte de oxigênio pela circulação sanguínea. 
A anemia é um dos distúrbios mais frequentes na medicina, e pode ser causada por deficiência 
de vários nutrientes, como: ferro, zinco, vitamina B12 e proteínas. Mas, a anemia causada por 
deficiência de ferro, tem nome específico: “Anemia Ferropriva”, e é muito mais comum que as 
demais (estima-se que 90% das anemias sejam causadas por carência de Ferro). 
O ferro é um nutriente essencial para a vida e atua principalmente na fabricação das células 
vermelhas do sangue e também no transporte do oxigênio para todas as células do corpo. 
Erroneamente acreditam que a anemia é uma doença, mas não é, ela é o sinal para uma 
doença; quando um paciente é diagnosticado com anemia, o próximo passo deve ser investigar 
o que a causou, pois sempre há alguma doença por trás provocando a queda no número de 
glóbulos vermelhos no sangue. Não basta o médico prescrever ferro acreditando que está tudo 
resolvido. 
Índice – neste artigo você encontrará as seguintes informações: 
1. O que é Anemia 
2. Como identificar? Quais são os sintomas da Anemia? 
3. Qual profissional devo procurar? Qual o diagnóstico? 
4. O que causa? Qual é o tratamento da Anemia? 
5. Quais são os tipos de Anemia? 
6. Como prevenir? 
7. Complicações da Anemia 
8. Grupo de risco 
Como identificar? Quais são os sintomas da Anemia? 
Os sinais e sintomas da anemia por carência de ferro são inespecíficos, o que faz precisar de 
exames laboratoriais (sangue) para confirmar o diagnóstico de Anemia Ferropriva. 
As hemácias transportam o oxigênio através do nosso corpo e a falta delas leva aos sintomas 
de uma oxigenação deficiente dos tecidos. A anemia tem como principal sintoma o cansaço. 
Quanto mais rápido a anemia domina o corpo, mais cansaço e fraqueza o paciente sentirá, as 
que se instalam de modo lento dão tempo ao paciente em se adaptar e os sintomas só 
aparecerão quando estiver em um estágio avançado. 
A anemia pode ser tão grave que tarefas simples como pentear o cabelo ou mudar de roupa 
tornam-se extenuantes. Outros sinais e sintomas da anemia por carência de ferro são: 
• Anorexia (falta de apetite). 
• Apatia (crianças muito “paradas”). 
• Cãimbras. 
• Dificuldade de aprendizagem (nas crianças). 
• Dor no peito. 
• Fadiga generalizada. 
• Falta de ar. 
• Hipertensão. 
• Indisposição para o trabalho. 
• Palidez de pele e mucosas (parte interna do olho, gengivas). A palidez cutânea, 
muitas vezes pode ser identificada até por leigos, nos pacientes de pele negra, a 
palidez cutânea terá maior dificuldade em ser identificada. 
• Taquicardia (aceleramento do coração). 
Qual profissional devo procurar? Qual o diagnóstico da Anemia? 
O clínico geral pode examinar o paciente e fazer o diagnóstico. O médico recorrerá aos 
indicadores laboratoriais (hematológicos) para efetuá-lo. O nível de hemoglobina é um dos 
indicadores mais utilizados em inquéritos epidemiológicos para anemia, além de ser 
considerado adequado num diagnóstico preliminar para levantamentos em campo. 
O ponto de corte proposto pela OMS para nível de hemoglobina indicativo de anemia é abaixo 
de 11,0 g/d, seja em crianças de 6 a 60 meses ou em gestantes. O diagnóstico de anemia é 
realizado quando esses valores da hemoglobina e do hematócrito estão abaixo do valor de 
referência: 
• Hematócrito normal: 41% a 54% nos homens ou 35% a 47% nas mulheres. 
• Hemoglobina normal: 13 a 17 g/dL nos homens ou 12 a 16 g/dL nas mulheres. 
Estes valores de referência podem variar de um laboratório para o outro, e os resultados um 
pouco abaixo do normal devem ser interpretados pelo médico, uma vez que não 
necessariamente indicarão a condição ou alguma doença. 
Mulheres com grande fluxo menstrual podem ter valores menores, sem causar qualquer dano à 
saúde; uma leve queda no hematócrito nas mulheres pode não ter relevância clínica. 
Também, em recém-nascidos, a fim de prevenir a anemia no bebê, uma despistagem é feita na 
mãe (teste pré-natal). No bebê, a anemia é confirmada pelo teste sanguíneo (numeração dos 
glóbulos vermelhos, teste do grupo sanguíneo). 
O que causa? Qual é o tratamento da Anemia? 
É uma condição que tem cura e tratamento. Há três causas principais da anemia: 
1. Elevada destruição de hemácias pelo corpo. 
2. Pouca produção de hemácias pela medula óssea. 
3. Perda de hemácias e ferro através de sangramentos. 
A anemia por deficiência de ferro, tanto em crianças como em gestantes, consiste basicamente 
no consumo insuficiente de alimentos que são fontes de ferro e/ou com baixa biodisponibilidade. 
Em gestantes, a anemia pode ser causada também pelas baixas reservas de ferro pré-
concepcionais e a elevada necessidade do mineral em função da formação dos tecidos 
maternos e fetais. 
Quanto ao tratamento medicamentoso, o médico indicará o remédio adequado para cada caso, 
podendo ser os seguintes: 
• Combiron. 
• Combiron Fólico. 
• Ferronil. 
• Hemax. 
• Hemogenin. 
• Neutrofer. 
• Noripurum. 
• Noripurum Fólico. 
O ferro pode ser fornecido ao organismo por alimentos de origem animal e vegetal. Quando de 
origem animal, é melhor aproveitado pelo organismo, algumas das melhores fontes de ferro são: 
• Carnes vermelhas: principalmente fígado de qualquer animal e outras vísceras 
(miúdos), como rim e coração. 
• Carnes de aves e de peixes: mariscos crus. 
• Alimentos de origem vegetal: folhosos verde-escuros (exceto espinafre), como 
agrião, couve, cheiro-verde, taioba. 
• Leguminosas: feijões, fava, grão-de-bico, ervilha, lentilha. 
• Grãos integrais ou enriquecidos: nozes e castanhas, melado de cana, rapadura, 
açúcar mascavo. 
Há também disponíveis no mercado alimentos enriquecidos com ferro, como farinhas de trigo e 
milho, cereais matinais, entre outros. 
A presença de ácido ascórbico na refeição (disponível em frutas cítricas e alimentos ricos em 
proteínas) melhora a absorção de ferro proveniente de produtos vegetais, como: brócolis, 
beterraba, couve-flor e outros. 
Por outro lado, existem alguns fatores (fosfatos, polifenóis, taninos, cálcio) que podem inibir a 
absorção do ferro, estão no café, chá, mate, cereais integrais, leite e derivados. 
O leite materno é considerado um fator protetor contra a anemia por deficiência de ferro, devido 
à sua alta biodisponibilidade do ferro existente. Estudos comprovam a associação de anemia 
em crianças que tiveram pouco tempo de aleitamento materno exclusivo, uma alimentação 
prolongada com o leite de vaca e com a introdução da alimentação complementar precoce. 
Ainda há os casos de anemia que não são resolvidos apenas com a reposição de ferro. 
Conheça-os: 
• Câncer de intestino: pode causar sangramentos e perda de hemácias, ocasionando 
anemia, esta é causada pela perda de sangue e, mesmo se o paciente tiver a 
carência de ferro, uma simples reposição não irá estancar o sangramento nem tratar 
o tumor. Fazer a reposição de ferro sem investigar a causa da anemia pode melhorar 
os valores do hematócrito temporariamente, que leva à falsa impressão de problema 
resolvido, contudo, só irá atrasar o diagnóstico final. 
• Infecção na medula óssea: este caso impede a produção das hemácias; a queda do 
hematócrito ocorre por falta de produção de hemácias na medula. Com isso, a 
reposição do ferro não irá tratar a causa. 
• Medicamento tóxico para as hemácias: faz com que elas sejam destruídas antes 
de 120 dias, ocasionando a anemia, o que também não poderáser resolvido com a 
simples reposição de ferro. 
Algumas doenças que podem ser diagnosticadas após a percepção de anemia no paciente 
são: AIDS, alcoolismo, doenças do trato intestinal e do fígado, hipotireoidismo, infecções, 
insuficiência renal, leucemia, linfoma, lúpus, mieloma múltiplo, neoplasias, sangramento 
digestivo, síndrome hemolítica urêmica e toxicidade da medula óssea por drogas. 
Quais são os tipos de Anemia? 
Existem várias classificações de anemia, a aguda e a crônica dependerá de dois fatores: o 
tempo de instalação e a sua gravidade. Sobre os demais tipos, veja a seguir: 
Anemia aguda 
A anemia aguda instala-se rapidamente, como as que ocorrem por hemorragias, o paciente têm 
sintomas mesmo que a queda da hemoglobina não seja muito acentuada. 
Uma hemoglobina que cai abruptamente de 14g/dl para 10g/dl é suficiente para provocar 
muitos dos principais sintomas da anemia. 
Anemia crônica 
As que se instalam de forma lenta e gradual, ao longo de várias semanas ou meses, costumam 
ser assintomáticas até as fases bem avançadas. Com o processo lento, as hemoglobinas 
existentes tem tempo de se adaptarem, passando a ser mais efetivas na captação e distribuição 
do oxigênio pelo corpo. 
Os valores normais de hemoglobina são maiores que 13g/dl para homens e maiores que 12g/dl 
para mulheres. Por causa da capacidade de adaptação das hemácias, os pacientes com anemia 
crônica não apresentam sintomas até níveis de 8 ou 9g/dl de hemoglobina. 
Porém, o estado de saúde anterior do paciente é levado em conta, se teve alguma doença, 
principalmente de origem pulmonar ou cardíaca, a sua capacidade de adaptação à anemia será 
mais reduzida. 
Os pacientes jovens e em ótimo estado físico podem sentir os sintomas da anemia só em casos 
graves, com hemoglobina ao redor de 6g/dl. E no caso das pessoas idosas, os efeitos podem 
ser sentidos assim que os níveis de hemoglobina ficarem abaixo de 10g/dl. 
Anemia perniciosa ou megaloblástica 
Bastante frequente, este tipo é provocado pela deficiência de vitamina B12 ou ácido fólico, 
devido à má absorção deste elemento na região gástrica, em casos de gastrite, por exemplo. 
Anemia hemolítica 
Ocorre por causa da falta de glóbulos vermelhos, se a produção for insuficiente ou a destruição 
muito massiva. É o caso de determinadas doenças infecciosas, autoimunes ou tóxicas. Exemplo 
deste tipo são as linfopatias malignas, determinados medicamentos, doenças virais, ou até 
mesmo desconhecidas. 
Anemia do recém-nascido 
O recém-nascido pode sofrer de anemia se ocorrer uma deficiência placentária ou problema de 
incompatibilidade de Rh entre a mãe e o bebê. 
Anemia Ferropriva (carência de ferro) 
Este é o tipo mais frequente de anemia. 
Causado pela carência em ferro, seja em caso de perdas excessivas (menstruações 
abundantes, hemorragias gástricas, no caso de uma úlcera gástrica) ou carências alimentares, 
má absorção ou necessidade aumentada em caso de gestação. 
A hemoglobina é o principal componente das hemácias, é uma proteína que necessita de ferro 
para ser formada, quando ocorre uma deficiência de ferro no organismo, há falta de matéria-
prima para a formação da hemoglobina e, consequentemente, para a formação das hemácias. A 
incapacidade de produzir hemácias acaba provocando a anemia. 
Com isso, toda vez que os estoques de ferro do organismo estiverem muito baixos, a anemia 
ferropriva ou anemia por carência de ferro se desenvolve. 
Anemia Falciforme 
Conhecida também por “anemia drepanocítica”, é genética e suas hemácias (glóbulos 
vermelhos) são anormais. É causada por uma alteração do cromossomo 11. Para ela são 
necessários 2 genes defeituosos, se só houver 1, chama-se o indivíduo de “portador de traço 
falciforme”. 
É comum em pessoas descendentes de populações do norte da África e do Mediterrâneo. No 
Brasil, é muito mais comum na população negra. 
A hemácia normal tem o formato parecido com o de uma bóia de piscina e é maleável, as 
hemácias deste tipo de anemia tem seu formato alterado, parecido com uma foice e são pouco 
elásticas. 
Os portadores de apenas 1 gene defeituoso (portadores de traço falciforme) costumam ser 
assintomáticos, inclusive com hemogramanormal. Estima-se que 30 milhões de pessoas sejam 
portadoras no mundo todo. 
Como prevenir? 
O Nordeste é a região que apresenta índices mais alarmantes de anemia entre crianças com 
menos de 5 anos de idade e mulheres em idade fértil. Essa situação está vinculada ao problema 
de acesso a alimentos e na variedade da dieta. Há formas de prevenção da anemia baseada na 
alimentação, veja: 
• Alimentos ricos em ferro: feijão, carne bovina, ovos, aves, peixes, ervilha, lentilha, 
grão de bico, soja, vegetais folhosos verde escuro (taioba, couve, espinafre, agrião), 
quiabo, jiló, beterraba, inhame, aveia, açúcar mascavo, melado, rapadura, ameixa 
preta e uva passa 
• Alimentos ricos em vitamina C: (fruta ou suco) como limão, laranja, caju, acerola, 
abacaxi, morango, goiaba, mamão, manga junto às principais refeições para 
aumentar a absorção do ferro. 
• Evitar durante as refeições: chá preto, chá mate, café, refrigerantes do tipo cola. 
Não é recomendada a ingestão de alimentos fontes de ferro junto com alimentos ricos em cálcio 
(leite, queijo, iogurte etc), pois competem na absorção. Fontes de vitamina C (frutas cítricas) 
ingeridas junto com o medicamento (sulfato ferroso) são recomendadas para melhor absorção. 
Complicações da Anemia 
A anemia ferropriva pode apresentar como consequências: 
• Apatia (morbidez). 
• Baixo peso ao nascer. 
• Diminuição da produtividade no trabalho. 
• Diminuição da capacidade de aprendizado. 
• Mortalidade perinatal. 
• Perda significativa de habilidade cognitiva. 
• Retardamento do crescimento. 
A anemia pode ser também a causa primária de uma entre cinco mortes de parturientes ou estar 
associada a até 50% das mortes. Nas crianças, a anemia está associada a problemas como: 
• Comprometimento da capacidade de aprendizagem (desenvolvimento cognitivo). 
• Coordenação motora e da linguagem. 
• Efeitos comportamentais como a falta de atenção, fadiga, redução da atividade física 
e da afetividade, assim como uma baixa resistência a infecções. Nas grávidas, a 
anemia é associada ao baixo peso ao nascer e a um incremento na mortalidade 
perinatal. 
• Retardo do crescimento. 
Uma anemia não pode virar leucemia! Esta é mais uma falsa ideia disseminada, a anemia não 
progride para leucemia, assim como para nenhum outro tipo de câncer. O que ocorre é a queda 
dos valores do hematócrito apontarem um possível câncer, ou seja, o que ocorre é a leucemia 
ter a anemia como sintoma. 
Grupo de risco 
Entre os mais afetados estão: crianças, gestantes, lactantes (mulheres que estão 
amamentando), meninas adolescentes e mulheres adultas em fase de reprodução. 
No grupo de risco também estão os indivíduos que sofrem de desnutrição (deficiência de ferro 
devido à falta de ingestão ou deficiência de algum elemento precursor de hemoglobina: vitamina 
B12 ou ácido fólico); doentes com talassemia (doença genética que causa um defeito de 
fabricação na hemoglobina); indivíduos com gastrite, úlcera gástrica, linfoma e doenças 
infecciosas. 
Contudo, os homens, adolescentes, adultos ou idosos não estão livres de não serem afetados 
pela anemia. 
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a anemia afeta mais de 1,5 bilhão de 
pessoas no mundo, o que representa quase um quarto da população mundial. Estes dados 
foram coletados pela OMS entre 1993 e 2005. 
Ninguém está livre da anemia! Compartilhe este artigo para que mais pessoas sejam informadas 
sobre o risco desta condição. 
Referências 
http://www.minhavida.com.br/saude/temas/anemia 
http://www.mdsaude.com/2012/05/sintomas-da-anemia.html 
http://www.mdsaude.com/2008/09/anemia.html 
http://www.criasaude.com.br/N2248/doencas/anemia.htmlhttp://www.mdsaude.com/2008/12/anemia-falciforme-drepanoctica-e-trao.html 
http://www.nutricaopraticaesaudavel.com.br/index.php/saude-bem-estar/saiba-o-que-e-anemia-
como-tratar-e-prevenir-a-doenca/ 
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